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● A palavra “Verdade” pode se referir a uma infinidade de coisas;

○ Portanto, não se pode apelar a uma simples proposição descritiva;


■ Faz-se necessária uma formulação de juízo que deve incidir sobre
os objetos em face de seus elementos extensivos (denotativos) e
intensivos (conotativos).
○ Pertence ao setor da reflexão, ao qual estão subordinados objetos empíricos
e transcendentais.
● A verdade pode ser extraída das coisas existentes em sua relação com o
pensamento;
○ Independentemente de serem coisas materiais ou refletidas em um processo
imaterial de consciência de si ou dos demais.
● O enunciado deve estar associado a uma pretensão de validade;
○ Descarta-se a ideia de verdade aquilo que só pode ser referido como objeto
fictício;
■ Não podem ser observados por todos;
■ Diferentemente da descrição fictícia, que pode referir-se
perfeitamente a um juízo de validade;
● Ex: a ideia de um centauro (objeto fictício) é diferente do
desenho de um centauro (descrição fictícia).
● O conceito de verdade está desde o início vinculado a determinados projetos
investigativos;
○ Variam conforme as expressões e significados dos objetos;
○ O conceito conecta-se a uma tradição experimental dos processos
investigativos;
■ A tradição é contingente;
● Portanto, o conceito de verdade é necessário, à medida que
fornece à experiência os dados e critérios para comprová-la.
● Obras de arte são, por conta da experiência artística, suficientes para indicar o que
nela tenha que ser investigado (Gadamer);
○ Embora a obra de arte, como objeto de uma investigação, possa ser
verdadeira ou falsa, o que a caracteriza dentro da verdade é o fato de poder
se impor como válida.
● Ainda que o conceito de verdade decorra de uma reflexão (de um juízo), está
associado ao conhecimento dos objetos e não ao seu valor ou à sua correção,
normativa ou existencial;
○ A pretensão de validade diz respeito à sua imposição a todos em face do que
se pode elencar como atributos empíricos, lógicos ou necessários desse
objeto, mas não à sua correção ética ou moral.
● Exemplo: pode-se dizer que uma conduta X causou o resultado Y e essa afirmação
será verdadeira, à medida que corresponda aos elementos que possam indicar essa
relação de causalidade;
○ A mesma conduta pode ser também objeto de um juízo de valor, ou seja, se
está ou não de conformidade com as regras ou normas que a disciplinam
social ou juridicamente;
○ A pretensão de validade deve ser acatada por todas as pessoas que se
propuseram a investigar o mesmo fato.
● O objeto ou a proposição a serem examinadas devem estar fora da consciência,
guiadas por uma intencionalidade;
○ Não podem ser assimilados como elementos imanentes ao ato de pensar.
● O objetivo a ser perseguido pelo conhecimento fornece o significado do enunciado
da verdade acerca de um objeto;
○ Husserl: todo conhecimento necessita de uma experiência.
■ Uma coisa a ser conhecida não pode ser concebida dentro da
consciência como um imanente real;
● Há, para a concepção de verdade, uma delimitação essencial,
que é dada pelo próprio objeto posto em análise.
● A configuração do conceito de verdade, a partir dos elementos de um objeto, não
pode estar distanciada do mundo nem pode ser engendrada como um produto
imanente da consciência;
○ Sua objetivação constitui uma condição essencial para o juízo de verdade.

Trechos:

“O conceito de verdade pertence, assim, ao setor da reflexão, ao qual estão subordinados


objetos empíricos e transcendentais. [...] a verdade pode ser extraída das coisas existentes
em sua relação com o pensamento, não importa que essas coisas possam ser apreendidas
materialmente ou refletidas em um processo imaterial de consciência de si ou dos demais.”
(p. 113-114);

“A descrição fictícia, tomada como arte, pode estar perfeitamente referenciada a um juízo
de validade; os objetos fictícios, como produtos de uma simples proposição imaginária, não
podem corresponder a uma realidade e estão, assim, fora do conceito de verdade, até
porque não podem gerar uma pretensão de que devam ser observados por todos.” (p. 114)

“O conceito de verdade está, por isso, vinculado, desde o início, a determinados projetos
investigativos, que devem variar conforme as diversas expressões e significados dos
respectivos objetos.” (p. 114);

“É de ressaltar, ainda, que o processo de aquisição do conhecimento acerca da verdade de


um objeto ou de uma proposição pressupõe, de qualquer forma, uma intencionalidade, quer
dizer, o objeto ou a proposição a serem examinadas devem estar fora da consciência, não
podem ser assimilados como elementos imanentes ao ato de pensar.” (p. 115-116);

“A configuração do conceito de verdade, a partir dos elementos de um objeto, não pode


estar distanciada do mundo nem pode ser engendrada como um produto imanente da
consciência. Sua objetivação constitui, então, uma condição essencial para o juízo de
verdade.” (p. 116).

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