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Criticismo, de Kant e

Materialismo, de Marx
Disc.: Fundamentos epistemológicos e históricos da
Psicologia
Prof.: Antônio Honório Ferreira
Immanuel Kant (1726 – 1804)
Kant: o criticismo
 Em seu tempo a ciência newtoniana já estava consolidada.

 As questões do conhecimento giravam em torno do


racionalismo e do empirismo.

 Ele se debruçou sobre o assunto em sua obra Crítica da razão


pura (p. 180).
Kant: o criticismo
 Suas perguntas:

“Qual é o verdadeiro valor dos nossos conhecimentos?”

“E o que é o conhecimento?”

 Kant coloca a razão num tribunal para julgar: o que pode ser
conhecido e que tipo de conhecimento não tem fundamento
(p. 180).
Kant: o criticismo
 Pretendia superar a dicotomia racionalimso-empirismo:

 Condenou os empiristas

 Não concordava com os racionalistas.

 O conhecimento deve constar de juízos universais, da mesma


maneira que deriva da experiência sensível (p. 181).
Kant: o criticismo
 Para superar a contradição, Kant que explica o conhecimento

é constituído de algo que recebemos de fora, da experiência


(a posteriori) e algo que já existe em nós mesmos (a priori)
e, portanto, anterior a qualquer experiência (p. 181).
Kant: o criticismo
 O que vem de fora – a matéria do conhecimento, as coisas

(em acordo com empiristas)

 O que vem de nós é a forma do conhecimento: como os

racionalistas, admite que a razão não é uma “folha em branco”


(p. 181).
Kant: o criticismo
 Diferente de outros filósofos, para Kant matéria e forma
atuam ao mesmo tempo. Para conhecer as coisas, precisamos da
experiência sensível (matéria); mas essa experiência não será
nada se não for organizada por formas de sensibilidade e do
entendimento, que, por sua vez, são o a priori e condição da
própria experiência (p. 181).
Kant: o criticismo
 A sensibilidade é a faculdade receptiva, pela qual obtemos as
representações exteriores, enquanto o entendimento é a faculdade
de pensar ou produzir conceitos.

 Há formas a priori de sensibilidade (LER).

 Há formas a priori de entendimento (LER).


Kant: o criticismo
 Nenhum conhecimento em nós precede a experiência, e todo

o conhecimento começa com ela. Mas embora todo o nosso


conhecimento comece com a experiência, nem por isso todo
ele se origina justamente da experiência (p. 181).
Kant: o criticismo
 Pois poderia bem acontecer que mesmo o nosso
conhecimento de experiência seja um composto daquilo que
recebemos por impressões e daquilo que nossa própria
faculdade de conhecimento [...] fornece a si mesma.
Kant: o criticismo
 Tais conhecimentos denominam-se a priori e distinguem-se

dos empíricos que possuem suas fontes a posteriori, ou seja, na


experiência (p. 182).
Kant: o criticismo
 Com sua teoria, Kant garante a possibilidade do

conhecimento científico como universal e necessário (p.


182).
A herança kantiana
 Apesar da critica ao racionalismo e ao empirismo, o

procedimento kantiano redundou em idealismo: ainda que


reconheça a experiência como fornecedora da matéria do
conhecimento, é o nosso espírito, graças às estruturas a
priori, que constrói a ordem do universo (p. 183).
A herança kantiana
 Surgiram duas linhagens divergentes no século XIX:

 Primeira – os materialistas e os positivistas:

Materialistas: a matéria é anterior ao espiritual e o determina


(Feuerbach)

Materialistas dialéticos (Marx e Engels) (p. 183).


A herança kantiana
 A segunda – os idealistas

Que levaram às últimas consequências a capacidade que Kant


atribuía à razão de impor formas a priori ao conteúdo dado
pela experiência (p.183).

 Ex.: Fichte, Schelling e Hegel


Para uma visão de conjunto
 Hegel inovou ao perceber a realidade como um processo
dialético: a razão é histórica, a verdade é construída no
tempo.

 Para o idealismo hegeliano, mais do que um modelo a ser


aplicado, a racionalidade é o próprio tecido do real e do
pensamento (p. 192).
Para uma visão de conjunto
 Comte procurou entender o novo mundo criado pela
ciência, pela tecnologia e pelo desenvolvimento industrial.
Descartou a metafísica ao reconhecer a ciência positivista
como um saber acabado, o ápice da vida e do conhecimento
humano, configurando assim a concepção cientificistas que
marcaria um longo período (p. 192).
 Marx reforçou a dimensão comunitária da vida e viu no

conhecimento uma maneira de intervir no mundo (conhecer para


transformar).

 Com a crítica da ideologia – esse saber ilusório -, antecipou

questões que, no século seguinte, desencadearam a chamada “crise


da razão” (p. 193).
Karl Marx (1818 – 1883)
Introdução
 Enquanto para Hegel o mundo material é a encarnação da

“ideia absoluta”, da “consciência”, para o materialismo o


mundo material é anterior ao espírito e este deriva daquele
(p. 190).
Introdução
 O movimento é a propriedade fundamental da matéria e

existe independentemente da consciência. A matéria, como


dado primário, é a fonte da consciência, e eta é um dado
secundário, derivado, pois é reflexo da matéria (p. 190).
Introdução
 A consciência humana não é pura passividade: conhecer suas

determinações, possibilita ao homem agir sobre o mundo (p.


190).
Materialismo histórico
 É a aplicação dos princípios do materialismo dialético ao
campo da história. É a explicação da história a partir de
fatores materiais (econômicos, técnicos).
 Para Marx: no lugar das ideias, estão os fatos materiais; no
lugar dos heróis, a luta de classes (p. 190).
Materialismo histórico
 As ideias derivam das condições materiais. Estão diretamente
ligadas ao modo de produção econômico.

 Moral medieval – forte hierarquia, portanto a noção de


fidelidade ser importante.

 Produção capitalista – noção de cidadania


Materialismo histórico
 Não é a consciência que determina a vida, mas a vida que
determina a consciência.

 Não basta teorizar, se não partirmos da vida concreta e a ela


voltarmos para transformá-la. O movimento dialético entre
teoria e prática chama-se práxis. (p. 191).
Ideologia
 Conhecimento ilusório que tem por finalidade mascarar o

conflitos sociais e garantir a dominação de uma classe sobre a


outra, quando se vive em uma sociedade dividida em classes,
com interesses antagônicos (p. 192).
Ideologia
 Para Marx, as concepções filosóficas, éticas, políticas,

estéticas, religiosas da burguesia são estendidas para o


proletariado, perpetuando os valores a elas subjacentes como
verdades universais (p. 192).
Referências
 ARANHA, Maria L. de e MARTINS, Maria H. P.

Filosofando – introdução à Filosofia. 14ª. ed. revista, São


Paulo:Moderna, 2009.

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