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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS RIO TINTO N.

º 3
SEDE: ESCOLA BÁSICA E SECUNDÁRIA DE RIO TINTO

FICHA DE TRABALHO M2-T2 TEMA 2. O espaço português – consolidação de um reino cristão ibérico Fevereiro 2021
MÓDULO II - O Dinamismo Civilizacional da Europa Ocidental nos Séculos XIII e XIV – Espaços, Poderes e Vivências
ORIENTAÇÕES DE CORREÇÃO / TÓPICOS DE RESPOSTA

GRUPO I - O ESPAÇO PORTUGUÊS – UM REINO CRISTÃO IBÉRICO

1. No mapa da Península Ibérica (Documento 1), o movimento de expansão que deu origem aos reinos cristãos representados denomina-se…
reconquista
(A) (B) cruzadas do Oriente. (C) reconquista cristã. (D) movimento monástico.
muçulmana.

CORREÇÃO
ITENS PONTUAÇÃO
Versão 1. Versão 2. Versão 3.
1. (C) -

2. O Condado Portucalense (Documento 1) é representado como um espaço territorial de contornos indefinidos a sul porque…
(A) - o rei de Castela não permitia avançar com a conquista de territórios.
(B) - o avanço das conquistas no território a sul do Mondego ainda era instável.
(C) - a presença dos muçulmanos era tolerada e não era necessário conquistar.
(D) - o Condado Portucalense era uma instituição provisória.

CORREÇÃO
ITENS PONTUAÇÃO
Versão 1. Versão 2. Versão 3.
2. (B) -

3. O Condado Portucalense, enquanto realidade política, que data do final do século XI, relaciona-se com duas personalidades históricas que tiveram
um papel decisivo na sua criação…
(A) - o rei D. Afonso VI e o cavaleiro franco D. Raimundo.
(B) - o rei D. Afonso VII e o cavaleiro franco D. Henrique.
(C) - o rei D. Afonso VI e o cavaleiro franco D. Henrique.
(D) - o rei D. Afonso VII e o cavaleiro franco D. Afonso.

CORREÇÃO
ITENS PONTUAÇÃO
Versão 1. Versão 2. Versão 3.
3. (C) -

4. Apresente dois argumentos utilizados pelo Papa Alexandre III para justificar o reconhecimento do título de rei a D. Afonso Henriques e do reino
de Portugal.
- Os dois argumentos devem ser articulados com excertos do documento 2.

4. Pontuação ……………………………………………………………………… 15

Tópicos de resposta:
- o reconhecimento de Afonso Henriques na sua fé e devoção cristã, e como “príncipe católico” fiel à Igreja de Roma “como bom
filho e príncipe católico” (Doc. 2);
- o realce dado aos serviços militares, ao nível das conquistas e da luta contra os mouros considerados infiéis e inimigos dos cristãos
ou a ação de D. Afonso Henriques contribuiu para o alargamento dos domínios cristãos “prestaste inumeráveis serviços à tua mãe, a
Santa Igreja, exterminando intrepidamente em […] proezas militares os inimigos do nome cristão e propagando diligentemente a fé
cristã” (Doc. 2);
- reconhecimento da ação política e militar de D. Afonso Henriques aos olhos de Deus e da Igreja “Deve a Sé Apostólica amar com
sincero afeto e procurar atender eficazmente […] os que a Providência divina escolheu para governo e salvação do povo.” (Doc. 2);
- destaque da autoridade religiosa do Papa para reconhecer e conceder o titulo de rei e de reino, reconhecendo o território conquistado
por D. Afonso Henriques como reino de Portugal “ao teu excelso domínio o reino de Portugal com inteiras honras de reino e a
dignidade que aos reis pertence, bem como todos os lugares que com o auxílio da graça celeste conquistaste das mãos dos sarracenos
e nos quais não podem reivindicar direitos os vizinhos príncipes cristãos.”(Doc. 2).

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MÓDULO II - O Dinamismo Civilizacional da Europa Ocidental nos Séculos XIII e XIV – Espaços, Poderes e Vivências
AGRUPAMENTO DE ESCOLAS RIO TINTO N.º 3
SEDE: ESCOLA BÁSICA E SECUNDÁRIA DE RIO TINTO

5. Ordene cronologicamente os seguintes acontecimentos: Ordenação


(A) - D. Afonso III conquista definitivamente o Algarve. 4.º
(B) - O rei de Leão e Castela reconhece o título de rei a D. Afonso Henriques. 2.º
(C) - Vitória de D. Afonso Henriques sobre a sua mãe, D. Teresa. 1.º
(D) - Definição de fronteiras de Portugal no Tratado de Alcanises. 5.º
(E) - Reconhecimento de Portugal como reino pelo Papa Alexandre III. 3.º
5. – 10 pontos (C) – (B) – (E) – (A) – (D)

CORREÇÃO
ITENS PONTUAÇÃO
Versão 1. Versão 2. Versão 3.
5. (C) – (B) – (E) – (A) – (D) -

6. A partir do Documento 3, destaque três aspetos, da importância da Reconquista, na definição das fronteiras geográficas e na afirmação do reino
de Portugal.

6. Pontuação ……………………………………………………………………… 15

Tópicos de resposta:
Destaque da importância da Reconquista cristã com referência a cada um dos aspetos seguintes:
a) Desenvolveu-se em várias fases de que se destacam:
- 1128 território português corresponde ao Condado Portucalense;
- 1148 consolidação do domínio da linha do Tejo (conquista de Santarém, Lisboa, Sintra, Almada e Palmela);
- 1168 domínio da linha do Sado (conquista de Alcácer do Sal);
-1162-65 domínio de Beja e Évora mas em 1191 recuo para a linha do Sado;
- 1239 avanço e conquista do Alentejo (integração de Alcácer do Sal, Monforte, Borba, Vila Viçosa e Moura – D.
Sancho II avançou no Alentejo (conquista de Elvas, Serpa, Aljustrel e Mértola chegando ao Algarve oriental);
- 1249 D. Afonso III conquista definitivamente o Algarve apoderando-se de Faro, Albufeira e Silves.
b) Foi um veículo de afirmação e de engrandecimento do poder dos reis e contribuiu para a afirmação de
Portugal como reino:
- os reis dispunham de novas terras avançando para sul;
- a Reconquista era considerada uma guerra santa opondo cristãos e muçulmanos;
- as bulas papais exortavam à expulsão dos muçulmanos;
- a Reconquista contou com o apoio por parte dos cruzados e com o auxílio das ordens religioso-militares.

7. A partir do Documento 4, refira três aspetos da importância histórica do Tratado de Alcanises.

7. Pontuação ……………………………………………………………………… 15

Tópicos de resposta:
Referência clara de três aspetos sobre a importância histórica do Tratado de Alcanises:
- estabelecimento de alianças entre Portugal e Castela através da política de casamentos: casamento de D. Afonso com D. Beatriz de Castela;
casamento de Fernando IV de Castela com a infanta D. Constança.
- fixação dos limites territoriais dos reinos hispânicos; ex: Castela recebe Arronches e Portugal recebe Olivença;
- D. Dinis prescinde dos direitos em Valença do Minho e Aiamonte;
- o reino de Portugal assume as fronteiras geográficas mais estáveis da Europa.

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GRUPO II - PORTUGAL: A CONSOLIDAÇÃO DE UM REINO CRISTÃO IBÉRICO

1. Nomeie o processo que permitiu tomar o “castelo que pertencia ao senhor de Silves”.
- Reconquista.

2. Explicite, a partir do Documento 1, três características do movimento que culminou, em 1249, com a conquista do Algarve.

2. Pontuação ……………………………………………………………………… 15

Tópicos de resposta:
- decorreu de norte para sul, a partir das Astúrias: "depois de saírem de Lisboa acometeram um castelo que pertencia ao senhor de Silves";
- contou com a ajuda dos cruzados: "tinham ali estado 55 naus do nosso império e de Flandres";
- teve avanços e recuos;
- possibilitou o alargamento do Condado Portucalense e, posteriormente, do reino de Portugal;
- permitiu a formação de um reino cristão na parte ocidental da Península Ibérica;
- promoveu a defesa "Tomada a cidade só nós [...] entrámos na posse dela, e a ninguém mais era permitido entrar ali [...]" e o povoamento das terras à
medida que iam sendo conquistadas

3. O tratado que consolidou as fronteiras portuguesas, assinado entre D. Dinis e D. Fernando de Castela em 1297, foi o de…
(A) Zamora. (B) Tordesilhas. (C) Alcanises. (D) Methuen.

CORREÇÃO
ITENS PONTUAÇÃO
Versão 1. Versão 2. Versão 3.
3. (C) -

GRUPO III - PORTUGAL: A CONSOLIDAÇÃO DE UM REINO CRISTÃO IBÉRICO

1. O rei que concluiu o processo da Reconquista no território português em 1249 foi…


(A) D. Dinis. (B) D. Afonso Henriques. (C) D. Afonso III. (D) D. Sancho II.

CORREÇÃO
ITENS PONTUAÇÃO
Versão 1. Versão 2. Versão 3.
1. (C) -

2. Explicite, a partir do documento 1, três caraterísticas do processo de definição do território de Portugal, no contexto da Reconquista.

2. Pontuação ……………………………………………………………………… 15

Tópicos de resposta:
- o processo de definição do território de Portugal inseriu-se no movimento da Reconquista Cristã, que avançou de norte para sul, dando origem a
reinos cristãos como Leão, Castela, Navarra e Aragão (Doc. 1, mapa 1, do lado esquerdo do documento);
- a Reconquista Cristã foi um processo lento, marcado por avanços e recuos;
- a Reconquista Cristã consistiu na conquista de terras aos muçulmanos, levada a cabo pelos cristãos refugiados nas Astúrias;
- o Condado Portucalense foi concedido a D. Henrique em recompensa da ajuda militar que prestou ao rei de Leão e Castela durante o processo da
Reconquista ou o território do Condado Portucalense foi avançando para sul, devido às terras recuperadas aos muçulmanos;
- o Condado Portucalense ficou nas mãos de D. Afonso Henriques depois da morte de seu pai, D. Henrique, e depois de ter vencido a sua mãe na
Batalha de S. Mamede
- D. Afonso Henriques liderou o processo de autonomia face ao rei de Leão e Castela (Doc. 1, mapa 3) ou por morte de D. Henrique, o Condado
passou hereditariamente para seu filho, D Afonso Henriques, que continuou o processo de autonomia face à Galiza e a Leão e Castela, apoiado pelos
senhores do Condado;
- D. Afonso Henriques tornou-se rei na conferência de Zamora em 1143, e foi reconhecido como rei pelo Papa em 1179;
- a luta de D. Afonso Henriques contra os infiéis permitiu ampliar as fronteiras do Condado até ao Alentejo ou permitiu reforçar definitivamente a
fronteira na linha do Tejo com a conquista de Lisboa e Santarém em 1147 (Doc. 1, mapa 3);
- entre os reinados de D. Afonso Henriques e de D. Afonso III, a fronteira sofreu oscilações, com avanços e recuos;
- a Reconquista Cristã terminou com a conquista do Algarve em 1249. (Doc. 1, mapa 4);
- a definição de fronteiras do território português passou pela resolução de desentendimentos com o reino vizinho quanto à soberania do Algarve (que
foi reconhecida em 1267, pelo Tratado de Badajoz).

3. Nomeie o tratado que estabeleceu as fronteiras portuguesas em 1297.


- Tratado de Alcanises.

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GRUPO IV - PORTUGAL SENHORIAL NA IDADE MÉDIA – PRIVILÉGIOS E IMUNIDADES

1. Os senhorios representados no documento 1, que pertenciam ao clero, denominavam-se:


(A) igrejas. (B) coutos. (C) concelhos. (D) honras.

CORREÇÃO
ITENS PONTUAÇÃO
Versão 1. Versão 2. Versão 3.
1. (B) -

2. A concessão pelo rei D. Sancho de “todas as portagens aí pagas” ao couto de Viseu refere-se…
(A) - aos direitos de peagem no concelho.
(B) - aos direitos de hospedagem no município.
(C) - aos direitos de entrada no senhorio.
(D) - aos direitos de passagem no concelho.

CORREÇÃO
ITENS PONTUAÇÃO
Versão 1. Versão 2. Versão 3.
2. (C) -

3. Explicite duas caraterísticas dos senhorios.


- As duas caraterísticas devem conter informações dos documentos 1 e 2.

3. Pontuação ……………………………………………………………………… 15

Tópicos de resposta:
- os senhorios eram domínios pertencentes a senhores laicos, denominados honras (Doc.1), e eclesiásticos, denominados coutos
(Doc.2), que gozavam de privilégios especiais e de imunidades;
- os senhorios eram propriedades resultantes de doações dos reis (Doc.2) ou também de usurpações de terras conquistadas, em que os
senhores exerciam o poder senhorial na justiça ou na cobrança de rendas, impostos e direitos senhoriais ou banalidades (serviços e
pagamentos dos habitantes do senhorio ou das comunidades dependentes);
- no mapa (Doc. 1) destacam-se os diversos tipos de senhorios e a sua distribuição no território: a norte, a prevalência de domínios da
nobreza ou os domínios eclesiásticos pertencentes a bispos (clero secular) e a ordens monásticas ou mosteiros (clero regular) ou
extensos domínios concedidos às ordens religioso-
-militares como a ordem do Templo, do Hospital, de Calatrava e de Santiago (Doc.1);
- muitos senhorios tinham origem em doações régias, como o caso apresentado no documento 2, em que é concedida uma carta de
couto ao bispo de Viseu “Saibam todos os homens que ouviram ler esta carta que eu, Dom Sancho, pela Graça de Deus Rei de
Portugal, com a minha mulher, rainha D. Dulce e os meus filhos [...], fazemos a ti, bispo de Viseu, carta de couto.” (Doc.2);
- o senhorio eclesiástico, constituído por intermédio de uma carta de couto, é delimitado por marcos que assinalam os limites da
propriedade em que o senhor exerce o seu poder senhorial sobre os habitantes dependentes do senhorio “Coutamos, […] a vós, a
nossa vila chamada Canas e também a terra e termo de Senhorim. “ (Doc.2);
- a carta de couto estabelecia aos direitos concedidos ao senhorio, tais como rendas e impostos que podia cobrar sobre os habitantes
do seu domínio ou sobre os que nela circulassem com mercadorias, como é o caso das portagens “Concedemos-te ainda todas as
calúnias [multas] pequenas e grandes que, na dita vila e seu termo, forem cobradas de todos os homens e todas as portagens aí
pagas.” (Doc.2);
- os privilégios dos senhorios eram a posse de armas ou o comando militar ou a cobrança de multas e de impostos ou os senhorios
eclesiásticos gozavam ainda do direito de asilo para quem neles se refugiasse;
- a imunidade dos senhorios isentava-os do pagamento de impostos ou impedia a entrada dos oficiais régios “e quem aí entrar
violentamente pague 500 soldos de boa moeda a vós ou a quem vos representar.” (Doc.2);
- a concessão do domínio por parte do rei implicava a sua abdicação dos direitos realengos “todos os direitos regalengos que nos
pertenciam concedemos a vós e a todos que vierem depois da vossa morte.” (Doc. 2);
- parte das terras do senhorio ou os mansos eram arrendados aos camponeses que ficavam obrigados ao pagamento de rendas ou de
impostos ou prestação de serviços gratuitos ao senhor estabelecidos pelo costume ou em contratos de arrendamento de condições
muito variadas;
- a reserva era explorada diretamente pelo senhor e era composta pelas melhores terras e por equipamentos diversos, tais como
moinho, estábulos, lagar, que eram explorados pelo senhor e a quem os camponeses deviam o pagamento de impostos pelo seu uso.

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GRUPO V - PORTUGAL: O PAÍS RURAL E SENHORIAL

1. Nomeie dois tipos de senhorios (Documento 1).


Senhorios eclesiásticos ou coutos e senhorios laicos ou honras ou senhorios régios ou reguengos.

2. Transcreva duas afirmações, presentes no Documento 2, que mostram que a justiça era um direito senhorial.

Afirmações:
- “O mosteiro punha anualmente um juiz no Couto, removendo-o antes do fim do ano […]”;
- “dava sentenças entre as partes, das quais se apelava para o prior do mosteiro […] “;
- “punha penas aos que não cumpriam, a qual era levada para o Mosteiro”.

Níveis Descritores do nível de desempenho no domínio específico da disciplina Pontuação


3 Transcreve duas afirmações corretas. 10
2 Transcreve duas afirmações corretas com erros de transcrição ou uma afirmação correta 7
1 Transcreve uma afirmação correta com erros de transcrição. 3

3. Explicite, a partir dos Documentos 2 e 3, três caraterísticas dos senhorios.

3. Pontuação ……………………………………………………………………… 15

Tópicos de resposta:
- composto por uma parte explorada diretamente pelo senhor e outra parte eram os casais ou mansos, “pequenas terras […] formada
não só por terras de semeadura, mas também por […] um bom pomar e um souto”, arrendados a famílias de camponeses (Doc. 3);
- a quintã ou paço ficava na reserva e era onde residia o senhor;
- o senhor cobrava rendas ou foro pelo arrendamento de parcelas de terra ou casais ou mansos a famílias de camponeses;
- o senhor dispunha de amplos poderes ou do poder de ban, exercido sobre os homens que viviam nas suas terras;
- o senhor tinha poder para cobrar impostos pelo que o “mordomo [fazia] as penhoras […] e as entregas por mandado do prior e juiz”
(Doc. 2);
- o senhor também aplicava a justiça “O mosteiro punha anualmente juiz no Couto, removendo-o antes do fim do ano […] o qual
ouvia todos os feitos cíveis dos moradores e d’outros que no couto vinham demandar e dava sentenças entre as partes” (Doc. 2);
- o senhor tinha poder para arregimentar homens para o exército;
- muitos senhorios tinham imunidade, isto é, os oficiais régios estavam impedidos de exercer as suas funções na área do senhorio.

4. Associe, cada um dos elementos relacionados com os senhorios, presentes na coluna A, à designação correspondente, que consta na coluna B.
COLUNA A COLUNA B
(A) Domínios fundiários doados ao clero durante o processo de Reconquista para garantir a defesa e o
(1) Quintã
povoamento do reino.
(2) Banalidades
(B) Imposto pago ao senhor pelo não cumprimento do serviço militar.
(3) Coutos
(C) Obrigatoriedade dos camponeses prestarem dois ou três dias de trabalho semanal na reserva senhorial.
(4) Portagem
(D) Rendas recebidas pelo senhor em troca da obrigatoriedade do uso, pelos dependentes, dos meios de produção
(5) Tributos
como fornos, moinhos e lagares.
(6) Corveias
(E) Parte da propriedade senhorial onde se situa o paço e as unidades agrícolas exploradas diretamente pelo
(7) Fossadeira
senhor.

Versão 1 (A) – (3) (B) – (7) (C) – (6) (D) – (2) (E) – (1)
Versão 2
Versão 3

Níveis Descritores do nível de desempenho no domínio específico da disciplina Pontuação


2 Na resposta são estabelecidas quatro ou cinco associações corretas. 10
1 Na resposta são estabelecidas três ou duas associações corretas. 5

5. Nomeie a categoria social que se encontrava no topo da hierarquia das comunidades rurais.
- Herdadores

Ficha de Trabalho - TEMA 2. O espaço português – consolidação de um reino cristão ibérico – Orientações de Correção 5 / 22
MÓDULO II - O Dinamismo Civilizacional da Europa Ocidental nos Séculos XIII e XIV – Espaços, Poderes e Vivências
AGRUPAMENTO DE ESCOLAS RIO TINTO N.º 3
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GRUPO VI - O REINO DE PORTUGAL – ORGANIZAÇÃO E POVOAMENTO DO TERRITÓRIO

1. No documento 1, D. Dinis intitula-se “Rei de Portugal e do Algarve”. A ele se deve a definição de fronteiras através do…
Tratado de Navas de
(A) Tratado de Zamora. (B) (C) Tratado de Alcanises. (D) Tratado de Toledo.
Tolosa.

CORREÇÃO
ITENS PONTUAÇÃO
Versão 1. Versão 2. Versão 3.
1. (C) -

2. Transcreva o excerto do documento 1 que revela a preocupação do rei em controlar o poder e a posse de terras dos grupos privilegiados.

Afirmações:
- “não os possam vender nem dar […] a abade nem a prior nem a Ordem nem a clérigo, nem a cavaleiro […] nem a escudeiro nem a nenhuma pessoa
religiosa nem poderosa”.

Níveis Descritores do nível de desempenho Pontuação


2 Transcreve integralmente o excerto solicitado, respeitando as regras de transcrição. 10
1 Transcreve do excerto correto com erros de transcrição. 7
NOTA: As respostas que apresentem, além do excerto correto, a transcrição de outros excertos sem correspondência com o
solicitado são classificadas com zero pontos.

3. Desenvolva o tema “Portugal – o papel dos concelhos na Idade Média”, abordando os tópicos de orientação seguintes:
- a concessão de forais: significado e objetivos;
- a administração e os símbolos do concelho.
Na sua resposta,
- analise os dois tópicos de orientação, apresentando três elementos para cada tópico;
- evidencie a relação dos elementos apresentados com o tema;
- integre, pelo menos, uma informação relevante de cada um dos documentos 1 a 3.

3. Pontuação ……………………………………………………………………… 20

1.º Tópico de orientação


A concessão de forais: significado e objetivos
Na resposta, podem ser explorados os elementos seguintes:
- as cartas de foral destinavam-se a criar concelhos rurais (sobretudo a norte do Douro) e urbanos (maioritariamente a sul do Douro) (Doc. 2);
- os forais foram maioritariamente concedidos pelos monarcas durante o processo de reconquista e povoamento do território português, como é o caso
do foral outorgado por D. Dinis, “a quantos esta carta virem faço saber que dou e outorgo foro, para todo o sempre a vós Juízes do concelho de Gostei
e de Castanheira e a todos vossos sucessores” (Doc. 1) ou ao longo do processo da reconquista, de organização e povoamento do reino, o território foi
abrangido pela concessão de cartas de foral, maioritariamente concedidas pelos reis, e que criavam ou organizavam comunidades de homens livres,
(Doc. 2 );
- a concessão da carta de foral incluía os direitos e obrigações dos habitantes do concelho, bem como os limites do território ou “termo” abrangido
“essas aldeias com todos os seus termos novos e velhos e para os melhor poderes ter e com todas as suas entradas e saídas e suas pertenças […]”
(Doc. 1);
- a concessão de uma carta de foral criava de novo ou organizava uma comunidade e era uma forma de o monarca exercer um domínio efetivo sobre o
território ou possuir uma fonte de rendimentos “com todos os seus diretos que eu aí tenho e de direito devo haver sob tal ajuste e condição que vós e
todos os vossos sucessores e todos aqueles herdadores e nas ditas aldeias fordes, dará a mim e a todos os meus sucessores cada um de vós em cada um
ano por foro […]” (Doc.1) ;
- os forais criavam comunidades de homens livres, com domínio sobre a terra que possuíam, e com capacidade para exercerem o poder local ou
governarem-se a si próprios: “E deveis ser Concelho por vós e meter vosso Juízes jurados cada ano por dia de Páscoa. […] E se alguém vier contra a
pessoa do Juiz pague sua multa a el-rei e fique por seu inimigo.” (Doc. 1).

2.º Tópico de orientação


A administração e os símbolos do concelho
Na resposta, podem ser explorados os elementos seguintes:
- a administração dos concelhos estava a cargo dos moradores ou vizinhos ou de uma elite, os mais ricos ou os homens-bons;
- a administração do concelho cabia a uma oligarquia local que se reunia na domus municipalis (Doc. 3) ou na casa da câmara ou na assembleia
concelhia ou vereação;
- faziam parte da administração do concelho os vereadores ou almotacés ou juízes “E deveis ser Concelho por vós e meter vossos Juízes jurados cada
ano por dia de Páscoa […] E se alguém vier contra a pessoa do Juiz pague sua multa a el-rei e fique por seu inimigo.” (Doc. 1) ou outro exemplo;
- autonomia concelhia era visível pela existência de símbolos próprios que identificavam o concelho, como o pelourinho (símbolo da autonomia
judicial) ou bandeira (símbolo de identidade local) ou selo (valida a documentação concelhia) ou domus municipalis (casa da câmara onde se reúnem
os representantes concelhios) (Doc. 3).

Ficha de Trabalho - TEMA 2. O espaço português – consolidação de um reino cristão ibérico – Orientações de Correção 6 / 22
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A resposta evidencia a mobilização da informação dos documentos de 1 a 3 para sustentar as linhas orientadoras do tema, que constam nos
parâmetros A e B. Podem ser exploradas as linhas de leitura apresentadas abaixo (ou outras possíveis).

- os forais foram maioritariamente concedidos pelos monarcas como é o caso do foral outorgado por D.
Dinis, “a quantos esta carta virem faço saber que dou e outorgo foro, para todo o sempre a vós Juízes do
concelho de Gostei e de Castanheira e a todos vossos sucessores” (Doc. 1);
- a concessão da carta de foral incluía os limites do território ou “termo” abrangido “essas aldeias com todos
os seus termos novos e velhos e para os melhor poderes ter e com todas as suas entradas e saídas e suas
pertenças […]” (Doc. 1);
- a concessão de uma carta de foral era uma forma de o monarca exercer um domínio efetivo sobre o 1.º Tópico de
território ou possuir uma fonte de rendimentos “com todos os seus direitos que eu aí tenho e de direito devo orientação
Documento 1.
haver sob tal ajuste e condição que vós e todos os vossos sucessores e todos aqueles herdadores e nas ditas
Carta de Foral
aldeias fordes, dará a mim e a todos os meus sucessores cada um de vós em cada um ano por foro […]”
(Doc.1) ;
- os forais criavam comunidades de homens livres, com domínio sobre a terra que possuíam e governarem-
-se a si próprios: “E deveis ser Concelho por vós e meter vossos Juízes jurados cada ano por dia de Páscoa.
[…] E se alguém vier contra a pessoa do Juiz pague sua multa a el-rei e fique por seu inimigo.” (Doc. 1).
- faziam parte da administração do concelho os vereadores ou almotacés ou juízes “E deveis ser Concelho
2.º Tópico de
por vos e meter vossos Juízes jurados cada ano por dia de Páscoa […] E se alguém vier contra a pessoa do
orientação
Juiz pague sua multa a el-rei e fique por seu inimigo.” (Doc. 1) ou outro exemplo.
- as cartas de foral destinavam-se a criar concelhos rurais (sobretudo a norte do Douro) e urbanos
Documento 2.
(maioritariamente a sul do Douro) (Doc. 2); 1.º Tópico de
Concelhos
- o território foi abrangido pela concessão de cartas de foral, maioritariamente concedidas pelos reis, e que orientação
Medievais
criavam ou organizavam comunidades de homens livres (Doc. 2).
Documento 3.
A Casa da - a administração do concelho cabia a uma oligarquia local que se reunia na domus municipalis (Doc. 3);
2.º Tópico de
Câmara de - a autonomia concelhia era visível pela existência de símbolos próprios que identificavam o concelho, como
orientação
Bragança a domus municipalis (casa da câmara onde se reúnem os representantes concelhios) (Doc. 3).
(século XIII)

GRUPO VII - PORTUGAL: O PAÍS URBANO E CONCELHIO – ORGANIZAÇÃO E POVOAMENTO

1. Refira, a partir do Documento 1, três caraterísticas da organização do espaço da cidade medieval.

1. Pontuação ……………………………………………………………………… 15
Tópicos de resposta:
- espaço com muralhas, destinadas à defesa da cidade e à proteção dos habitantes, com portas que abrem ao amanhecer e fecham ao anoitecer: “Porta
de S. Domingos” ou “Torre e Porta do Postigo” ou outra;
- centro da cidade ocupado pelas elites (edifícios administrativos);
- ruas organizadas de acordo com os ofícios ou mesteres ou divisão socioeconómica: “Rua dos Ferreiros” ou “Rua das Ferrarias” ou outra;
- minorias religiosas em bairros próprios ou divisão étnica e religiosa ou “Judiaria” ou Mouraria;
- ruas sinuosas e escuras, sem saneamento básico;
- existência do termo ou arrabalde para abastecimento da cidade
- a cidade era o centro religioso onde se situa a sé “igreja de Sta. Maria”;
- possui equipamentos públicos como o poço ou hospital ou açougue ou pelourinho ou cadeia ou paços do concelho ou “Confraria dos Sapateiros”;
- rossio destinado ao comércio.

Ficha de Trabalho - TEMA 2. O espaço português – consolidação de um reino cristão ibérico – Orientações de Correção 7 / 22
MÓDULO II - O Dinamismo Civilizacional da Europa Ocidental nos Séculos XIII e XIV – Espaços, Poderes e Vivências
AGRUPAMENTO DE ESCOLAS RIO TINTO N.º 3
SEDE: ESCOLA BÁSICA E SECUNDÁRIA DE RIO TINTO

2. Desenvolva, a partir dos Documentos 2 a 5, o seguinte tema:


A importância dos concelhos na organização e povoamento do reino de Portugal, nos séculos XII a XIV.
A sua resposta deve abordar, pela ordem que entender, três aspetos para cada um dos seguintes tópicos de orientação:
- a concessão de forais: significado e objetivos;
- a administração e os símbolos do poder concelhio;
- a composição social e as atividades económicas

2. Pontuação ……………………………………………………………………… 20

1.º Tópico de orientação


A concessão de forais: significado e objetivos:
Na resposta, podem ser explorados os elementos seguintes:
- destinavam-se a criar concelhos rurais (sobretudo a norte do Douro) e urbanos (maioritariamente a sul do Douro) (Doc. 2);
- foram maioritariamente concedidos pelos monarcas durante o processo de Reconquista, como o foral de Penamacor, outorgado por D. Sancho II em
1209: “Esta é a carta [de foral] que mandei fazer, eu, Sancho, pela graça de Deus rei de Portugal, […] para vós, habitantes de Penamacor” (Doc. 3);
- eram uma forma de o monarca exercer um domínio efetivo sobre o território, possuir uma fonte de rendimentos e limitar o poder senhorial ou
proteger os moradores contra os abusos dos senhores;
- criavam comunidades de homens livres com capacidade para exercerem o poder local ou governarem-se a si próprios, dotados de alguns poderes:
“lanceis para isso contribuições extraordinárias sobre todos os moradores desse julgado” (Doc. 5);
- determinavam os direitos ou isenções ou privilégios dos moradores “As tendas, os moinhos e os fornos de Penamacor estejam livres de todo o foro.
[…]” ou “Os habitantes de Penamacor não sejam mordomos nem serviçais contra a sua vontade […].” ou “Os homens de Penamacor não deem
pousada contra a sua vontade.” […] ou “Os homens de Penamacor não paguem portagem em todo o nosso reino.” (Doc. 3);
- estabeleciam também os deveres ou obrigações dos moradores “[…] duas partes dos cavaleiros tomem parte no fossado real uma vez por ano e que a
terceira parte permaneça na vila com todos os peões.” ou “E o cavaleiro que não estiver no fossado com o rei pague para a fossadeira 10 soldos”
(Doc. 3);
- estabeleciam a justiça a aplicar no concelho: “A mulher que abandonar o seu marido […] pague ao seu marido 300 soldos e a sétima ao paço.” ou
garantiam o direito à propriedade: “E se alguém arrombar uma casa, passando o limiar com armas, […] com escudos, com lanças, ou com espadas
[…] pague 500 soldos ao queixoso, e a sétima ao paço.” (Doc. 3).

2.º Tópico de orientação


A administração e os símbolos do poder concelhio:
Na resposta, podem ser explorados os elementos seguintes:
- a administração dos concelhos estava a cargo dos moradores ou vizinhos ou de uma elite, os mais ricos ou homens bons;
- a administração do concelho cabia a uma oligarquia local que se reunia na “Domus Municipalis” (Doc. 4) ou na assembleia concelhia;
- faziam parte da administração do concelho os vereadores (responsáveis pelas infraestruturas) ou almotacés (fiscalizam as atividades económicas) ou
algoz (executa as sentenças) ou mordomo (cobram impostos): “Os habitantes de Penamacor não sejam mordomos […] contra a sua vontade […].”
(Doc. 3) ou procuradores (representam o concelho no exterior e defendem os seus direitos) ou tesoureiros (cuidam das finanças) ou escrivães
(redigem os atos administrativos);
- autonomia concelhia era visível pela existência de símbolos próprios que identificavam o concelho e diferenciavam-no dos outros como o
pelourinho (símbolo da autonomia judicial) ou bandeira (símbolo de identidade) ou selo (valida a documentação concelhia) ou “Domus Municipalis”,
a casa da câmara onde se reúnem os representantes concelhios (Doc. 4).

3.º Tópico de orientação


A composição social e as atividades económicas:
Na resposta, podem ser explorados os elementos seguintes:
- a comunidade concelhia era formada por uma diversidade de categorias sociais;
- os cavaleiros-vilãos constituíam o topo da hierarquia concelhia porque eram os mais ricos, de entre os quais eram escolhidos os magistrados ou eram
proprietários de casas, de terras e de gado ou cumprem serviço militar: “duas partes dos cavaleiros tomem parte no fossado real uma vez por ano e
que a terceira parte permaneça na vila” ou “E o cavaleiro que não estiver no fossado com o rei pague para a fossadeira 10 soldos.” (Doc. 3);
- os peões compunham a maior parte da população concelhia e trabalhavam a terra ou cumpriam serviço militar a pé;
- os dependentes tinham baixos rendimentos e trabalhavam ao dia ou à jorna ou podiam ser jugueiros ou solarengos ou mancebos;
- nos concelhos as atividades económicas eram a agricultura ou atividades ligadas à produção agrícola: “fornos de Penamacor estejam livres de todo o
foro.” (Doc. 3), bem como o artesanato e o comércio “temos por bem e outorgamos que possam aí fazer a dita feira em cada ano, no primeiro dia de
agosto, a qual mandamos que dure oito dias; e que a dita feira e aqueles que a ela vierem tenham os privilégios” ou os concelhos possuíam espaços
ligados ao comércio onde se instalavam as “as tendas para as suas mercadorias“ (Doc. 5).

Ficha de Trabalho - TEMA 2. O espaço português – consolidação de um reino cristão ibérico – Orientações de Correção 8 / 22
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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS RIO TINTO N.º 3
SEDE: ESCOLA BÁSICA E SECUNDÁRIA DE RIO TINTO

A resposta evidencia a mobilização da informação dos Documentos de 2 a 5 para sustentar as linhas orientadoras do tema, que constam nos
parâmetros A e B. Podem ser exploradas as linhas de leitura apresentadas abaixo (ou outras possíveis).

Documento 2.
- As Cartas de Foral destinavam-se a criar concelhos rurais (sobretudo a norte do Douro) e urbanos
Os Concelhos 1.º Tópico de
(maioritariamente a sul do Douro) (Doc. 2), sendo maioritariamente concedidos pelos monarcas durante o
em Portugal orientação
processo de Reconquista.
(Mapa)
- foram maioritariamente concedidos pelos monarcas durante o processo de Reconquista, como o foral de
Penamacor, outorgado por D. Sancho II em 1209: “Esta é a carta [de foral] que mandei fazer, eu, Sancho, pela
graça de Deus rei de Portugal, […] para vós, habitantes de Penamacor” (Doc. 3);
- determinavam os direitos ou isenções ou privilégios dos moradores “As tendas, os moinhos e os fornos de
Penamacor estejam livres de todo o foro. […]” ou “Os habitantes de Penamacor não sejam mordomos nem
serviçais contra a sua vontade […].” ou “Os homens de Penamacor não deem pousada contra a sua vontade.”
[…] ou “Os homens de Penamacor não paguem portagem em todo o nosso reino.” (Doc. 3); 1.º Tópico de
- estabeleciam também os deveres ou obrigações dos moradores “[…] duas partes dos cavaleiros tomem parte no orientação
fossado real uma vez por ano e que a terceira parte permaneça na vila com todos os peões.” ou “E o cavaleiro que
não estiver no fossado com o rei pague para a fossadeira 10 soldos” (Doc. 3);
- estabeleciam a justiça a aplicar no concelho: “A mulher que abandonar o seu marido […] pague ao seu marido
Documento 3.
300 soldos e a sétima ao paço.” ou garantiam o direito à propriedade: “E se alguém arrombar uma casa, passando
O Foral de
o limiar com armas, […] com escudos, com lanças, ou com espadas […] pague 500 soldos ao queixoso, e a
Penamacor
sétima ao paço.” (Doc. 3).
(1209)
- faziam parte da administração do concelho os vereadores (responsáveis pelas infraestruturas) ou almotacés
(fiscalizam as atividades económicas) ou algoz (executa as sentenças) ou mordomo (cobram impostos): “Os
2.º Tópico de
habitantes de Penamacor não sejam mordomos […] contra a sua vontade […].” (Doc. 3) ou procuradores
orientação
(representam o concelho no exterior e defendem os seus direitos) ou tesoureiros (cuidam das finanças) ou
escrivães (redigem os atos administrativos);
- os cavaleiros-vilãos constituíam o topo da hierarquia concelhia porque eram os mais ricos, de entre os quais
eram escolhidos os magistrados ou eram proprietários de casas, de terras e de gado ou cumprem serviço militar:
“duas partes dos cavaleiros tomem parte no fossado real uma vez por ano e que a terceira parte permaneça na 3.º Tópico de
vila” ou “E o cavaleiro que não estiver no fossado com o rei pague para a fossadeira 10 soldos.” (Doc. 3); orientação
- nos concelhos as atividades económicas eram a agricultura ou atividades ligadas à produção agrícola: “fornos
de Penamacor estejam livres de todo o foro.” (Doc. 3).
- a administração do concelho cabia a uma oligarquia local que se reunia na “Domus Municipalis” (Doc. 4) ou na
Documento 4. assembleia concelhia;
Domus - autonomia concelhia era visível pela existência de símbolos próprios que identificavam o concelho e 2.º Tópico de
Municipalis de diferenciavam-no dos outros como o pelourinho (símbolo da autonomia judicial) ou bandeira (símbolo de orientação
Guimarães identidade) ou selo (valida a documentação concelhia) ou “Domus Municipalis”, a casa da câmara onde se
reúnem os representantes concelhios (Doc. 4).
- criavam comunidades de homens livres com capacidade para exercerem o poder local ou governarem-se a si
1.º Tópico de
próprios, dotados de alguns poderes: “lanceis para isso contribuições extraordinárias sobre todos os moradores
orientação
desse julgado” (Doc. 5).
Documento 5.
- nos concelhos as atividades económicas eram também o artesanato e o comércio: “temos por bem e outorgamos
Carta de Feira
que possam aí fazer a dita feira em cada ano, no primeiro dia de agosto, a qual mandamos que dure oito dias; e
(1393) 3.º Tópico de
que a dita feira e aqueles que a ela vierem tenham os privilégios” ou os concelhos possuíam espaços ligados ao
orientação
comércio onde se instalavam as “as tendas para as suas mercadorias“ (Doc. 5).

Ficha de Trabalho - TEMA 2. O espaço português – consolidação de um reino cristão ibérico – Orientações de Correção 9 / 22
MÓDULO II - O Dinamismo Civilizacional da Europa Ocidental nos Séculos XIII e XIV – Espaços, Poderes e Vivências
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SEDE: ESCOLA BÁSICA E SECUNDÁRIA DE RIO TINTO

GRUPO VIII - PORTUGAL: O PAÍS URBANO E CONCELHIO

1. A concessão de forais possibilitava a criação de…


(A) senhorios. (B) concelhos. (C) cidades (D) freguesias.

CORREÇÃO
ITENS PONTUAÇÃO
Versão 1. Versão 2. Versão 3.
1. (B) -

2. Nos séculos XIII e XIV, a política régia de criação de concelhos tinha por objetivo…
(A) - o controlo e a averiguação do estado dos bens do rei e dos bens da Coroa.
(B) - o aumento dos impostos senhoriais sobre as comunidades dependentes.
(C) - o povoamento e o desenvolvimento económico de regiões do interior e do sul.
(D) - o fortalecimento das relações de vassalidade entre o rei e a nobreza.

CORREÇÃO
ITENS PONTUAÇÃO
Versão 1. Versão 2. Versão 3.
2. (C) -

3. Transcreva duas afirmações, presentes no Documento 2, que referem as obrigações dos habitantes de Sintra face ao rei.

Duas das afirmações de entre as seguintes:


- “Os cavaleiros devem combater uma vez por ano no exército do rei”;
- “E nós, moradores do sobredito castelo, por este bom foro que o nosso rei e sua mulher nos concederam, prometemos-lhes fiel obediência para
sempre “;
- “[…] e contra os seus inimigos empenharemos as nossas pessoas e bens.”

Níveis Descritores do nível de desempenho Pontuação


3 Transcreve duas afirmações corretas, respeitando as regras de transcrição. 10
Transcreve duas afirmações corretas com erros de transcrição
2 OU transcreve uma afirmação correta sem erros de transcrição e outra afirmação correta com erros de transcrição 6
OU transcreve uma afirmação correta, respeitando as regras de transcrição.
1 Transcreve uma afirmação correta com erros de transcrição. 3
NOTA: As respostas que apresentem, além do excerto correto, a transcrição de outros excertos sem correspondência com o solicitado são
classificadas com zero pontos.

4. Explicite, a partir dos Documentos 1 e 2, três caraterísticas da organização social e política das comunidades criadas pelas cartas de foral.

4. Pontuação ……………………………………………………………………… 15

Tópicos de resposta:
- a carta de foral criava um concelho ou reorganizava uma comunidade preexistente;
- os concelhos podiam ser rurais ou urbanos, de acordo com o Doc. 1, ou a maior parte dos concelhos eram urbanos (Doc. 1);
- o concelho gozava de autonomia de acordo com as normas inscritas na carta de foral ou a carta de foral era fundamental na vida do concelho, pois
continha os direitos e as obrigações dos seus moradores: “carta irrevogável, de direito, estabilidade e serviço.” (Doc. 2);
- os habitantes do concelho eram, sobretudo, de origem popular e eram organizados de acordo com a sua riqueza e prestígio ou no topo da
comunidade concelhia estavam os cavaleiros-vilãos, seguidos dos peões;
- os moradores dos concelhos eram os vizinhos, homens livres: “Entretanto, se algum dos peões puder adquirir cavalo passe à classe de cavaleiro”
(Doc. 2);
- a carta de foral estabelecia formas de autogoverno ou os concelhos tinham organismos próprios, constituídos e escolhidos pelos habitantes do
concelho, que decidiam os assuntos da comunidade;
- o concelho tinha os seus próprios símbolos do poder local: o selo, a bandeira, o pelourinho e a casa da câmara;
- o concelho tinha autonomia na aplicação da justiça de acordo com as normas contidas na carta de foral: “No foro de Sintra haverá seis juízes no
julgamento do homicídio; em qualquer outro julgamento bastarão três homens” (Doc. 2);
- os habitantes do concelho beneficiavam de privilégios de natureza fiscal ou isenção de impostos: “O mercador de Sintra não pagará portagem em
toda a terra do rei, quer vá vender quer comprar” (Doc. 2) ou “não pagarão eles tributo algum a não ser a vós donos dos casais; […]. 3. Nunca nos
dareis parte em qualquer seara” (Doc. 2) ou beneficiavam de outras isenções: “Se não quiserem ou não puderem sair em fossado, nada paguem.”
(Doc. 2);
- os habitantes do concelho beneficiavam de privilégios de natureza judicial: “pague o que tais crimes cometer 10 morabitinos […]” (Doc. 2);
- a carta de foral estabelecia normas de natureza económica e fiscal, dando ao concelho competência para cobrar multas ou concedia aos seus
habitantes o direito de ter propriedades livres e de forma hereditária: “Quando morra qualquer homem ou mulher, nada pague a sua família e recebam
todos os seus bens os seus parentes […]“ (Doc. 2).

Ficha de Trabalho - TEMA 2. O espaço português – consolidação de um reino cristão ibérico – Orientações de Correção 10 / 22
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SEDE:ESCOLA BÁSICA E SECUNDÁRIA DE RIO TINTO

5. Associe, cada um dos elementos relacionados com os concelhos, presentes na coluna A, à designação correspondente, que consta na coluna B.
COLUNA A COLUNA B
1) Peão
(A) Limites do território e campos dos arredores que era abrangido pela jurisdição e administração do
concelho sobre o qual era exercido o poder concelhio. (2) Cavaleiro-vilão
(B) Homem livre do povo que gozava de um estatuto superior por ter bens suficientes para manter um (3) Pelourinho, selo e bandeira
cavalo e prestar serviço militar. (4) Termo e arrabaldes
(C) Símbolos da autonomia e da identidade de um concelho.
(5) Vila

5. Pontuação ……………………………………………………………………… 10

Versão 1 (A) – (4) (B) – (2) (C) – (3)


Versão 2
Versão 3

Níveis Descritores do nível de desempenho no domínio específico da disciplina Pontuação


2 Na resposta são estabelecidas três associações corretas. 10
1 Na resposta são estabelecidas duas ou uma associação correta. 5

GRUPO IX – AS COMUNIDADES CONCELHIAS

1. Um foral é um diploma jurídico que regulamenta a vida das populações de um concelho, pertencendo a sua iniciativa:
- Escreva, na folha de respostas, o número do item seguido da letra que identifica a opção escolhida.
(A) ao rei. (B) ao concelho. (C) a um senhor eclesiástico. (D) ao rei ou a um senhor laico ou eclesiástico.

CORREÇÃO
ITENS PONTUAÇÃO
Versão 1. Versão 2. Versão 3.
1. (D) -

2. Identifique no foral de Avis (Documento 1):


– um privilégio de cariz militar;
– um privilégio de cariz fiscal;
– um privilégio de cariz judicial;
– uma obrigação destinada a salvaguardar a segurança das populações.

Identificar no foral de Avis (Documento 1):


- a isenção do fossado a um terço dos habitantes, que só nele participariam uma vez por ano OU a
– um privilégio de cariz militar:
substituição do fossado OU do apelido pelo pagamento de 5 soldos;
- isenção de imposto (“foro”) às tendas, moinhos e fornos OU a exclusividade do pagamento de
– um privilégio de cariz fiscal:
portagem pelos que não habitavam a vila;
- o julgamento dos cavaleiros (proprietários abastados) segundo as regras aplicadas aos infanções
– um privilégio de cariz judicial:
(nobres);
– uma obrigação destinada a salvaguardar - o pagamento de multa por homicídio OU furto OU violação armada de domicílio OU falso
a segurança das populações: testemunho OU ferimentos em lugar público.

Níveis Descritores do nível de desempenho Pontuação


3 Na resposta são identificados exemplos para cada um dos quatro elementos solicitados 12
2 Na resposta são identificados exemplos para cada um dos três ou dois dos elementos solicitados 8
1 Na resposta são identificados exemplos para um ou dois dos elementos solicitados 5

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3. A propósito do exercício dos poderes concelhios, associe os nomes apresentados na coluna A às definições que constam da coluna B.
- Escreva na folha de respostas as letras e os números correspondentes. Utilize cada letra e cada número apenas uma vez.
COLUNA A COLUNA B
1. Decisões da Assembleia dos Vizinhos
2. Magistrados encarregados da vigilância dos mercados, da sanidade, higiene e obras públicas
A) Alcaides ou juízes
3. Magistrado que exercia o cargo de tesoureiro
B) Chanceler
4. Magistrados responsáveis pela administração da justiça
C) Posturas municipais
5. Elite social do concelho
D) Assembleia dos vizinhos
6. Órgão deliberativo do concelho
7. Magistrado que guardava o selo e bandeira do concelho

3. Pontuação ……………………………………………………………………… 10

Versão 1 (A) – (4) (B) – (7) (C) – (1) (D) – (6)


Versão 2
Versão 3

Níveis Descritores do nível de desempenho no domínio específico da disciplina Pontuação


2 Na resposta são estabelecidas três ou quatro associações corretas. 10
1 Na resposta são estabelecidas duas ou uma associação correta. 5

GRUPO X - PORTUGAL: O PAÍS RURAL E SENHORIAL

1. Nomeie o estrato social a que pertencia a “ordem militar de Santiago”, a quem o rei doou o castelo de Aljustrel (Documento 2).
- Clero secular.

2. O senhorio confirmado por esta “carta de doação” de D. Afonso III à Ordem de Santiago (Documento 3) denominava-se…
(A) concelho. (B) honra. (C) couto. (D) reguengo.

CORREÇÃO
ITENS PONTUAÇÃO
Versão 1. Versão 2. Versão 3.
2. (C) -

3. Refira, a partir dos Documentos 1 e 2, três iniciativas dos reis para promoverem o povoamento e organização do território conquistado.

3. Pontuação ……………………………………………………………………… 15

Tópicos de resposta:
- os reis concederam cartas de doação com extensos privilégios para atrair povoadores para as regiões mais despovoadas ou garantir a sua defesa:
“Dou e concedo-vos, a vós e aos vossos sucessores, o supradito castelo de Aljustrel com os seus termos […] com os montes, as fontes, as pastagens,
as minas de ferro e as áreas de pesca, com todos os seus direitos de portagem […]” (Doc.2);
- os reis concederam extensos territórios a ordens monásticas ou os mosteiros tornaram-se polos de povoamento e de apoio ao povo;
- as concessões às ordens militares serviram igualmente para criar polos de povoadores e para assegurar a defesa das regiões, sobretudo no sul, junto a
fronteiras (Doc.1);
- os reis chamaram a si a iniciativa de povoar, sobretudo a região ao sul do Tejo, procurando afirmar o seu poder, como com a doação do castelo de
Aljustrel (Doc.2);
- os reis concederam também cartas de foral para reconhecer a organização de comunidades já existentes ou para fundar novos concelhos ou os reis
viram nos concelhos um meio de reforço da sua autoridade face aos abusos das ordens privilegiadas.

Ficha de Trabalho - TEMA 2. O espaço português – consolidação de um reino cristão ibérico – Orientações de Correção 12 / 22
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4. Associe, cada um dos elementos relacionados com os privilégios senhoriais do clero e da nobreza, presentes na coluna A, à designação
correspondente, que consta na coluna B.
COLUNA A COLUNA B
(A) Designava a obrigação dos camponeses usarem o moinho, lagar e outros equipamentos na reserva senhorial, (1) Dízima
pagando por isso impostos e direitos ao senhor. (2) Imunidade
(B) Designava a obrigação de pagar a décima parte das colheitas e rendimentos à Igreja. (3) Vassalidade
(C) Privilégio de que gozavam os nobres e os clérigos isentando-os do pagamento de impostos e lhes permitia (4) Defesa
serem julgados de acordo com o seu estatuto social. (5) Banalidades

4. Pontuação ……………………………………………………………………… 10

Versão 1 (A) – (5) (B) – (1) (C) – (2)


Versão 2
Versão 3

Níveis Descritores do nível de desempenho no domínio específico da disciplina Pontuação


2 Na resposta são estabelecidas três associações corretas. 10
1 Na resposta são estabelecidas duas ou uma associação correta. 5

5. Desenvolva, a partir dos Documentos 1 a 4, o seguinte tema:


A organização do país nos séculos XII a XIV: o papel do rei e o poder dos senhores.
A sua resposta deve abordar, pela ordem que entender, três aspetos para cada um dos tópicos de orientação:
- a criação de senhorios pelo rei e a sua forma de organização;
- os poderes senhoriais sobre as comunidades dependentes;
- o combate régio à expansão senhorial.

5. Pontuação ……………………………………………………………………… 20

1.º Tópico de orientação


A criação de senhorios pelo rei e a sua forma de organização:
- à medida que a Reconquista foi avançando o rei e os senhores tomaram posse do território ou possibilitou a formação de propriedades senhoriais do
rei (reguengos) ou da nobreza (honras) ou do clero (coutos);
- a formação de senhorios foi mais acentuada no norte do país, uma vez que a Reconquista decorreu de norte para sul ou foi mais antiga no norte
(Doc.1);
- os senhorios eram constituídos pela reserva e pelos mansos, estes últimos constituídos por parcelas de terra arrendadas a famílias de camponeses, ou
a exploração da reserva era para o senhor ou a exploração dos mansos obrigava a que os camponeses entregassem uma parte ao senhor ou a reserva
incluía campos de cultivo, pasto e floresta ou bosque para a caça e abastecimento de recursos ou nos mansos habitavam os camponeses que aí tinham
as suas casas e parcelas de terra pelas quais pagavam direitos ou rendas;
- os reis lideraram a Reconquista e recompensaram os que os auxiliaram doando terras ou registaram as doações por escrito para que ficassem
validadas: “Visto que os atos dos homens podem, às vezes, cair no esquecimento, se não forem registados por escrito” (Doc. 2);
- os reis doaram extensas propriedades ao clero, quer ao alto clero secular (bispos), quer regular (ordens religiosas monásticas ou ordens militares,
como a ordem dos Templários ou de Santiago ou do Hospital ou de Calatrava) (Doc. 1);
- as doações de extensos domínios senhoriais, no centro, interior e sul (Doc.1) feitas às ordens religiosas tinham objetivos religiosos ou eram um meio
de obter a salvação da alma: “E faço isto para a salvação da alma de meu pai, da minha e da de minha mãe e da de meus parentes.” (Doc.2) ou para
beneficiar a Igreja que tinha papel relevante na sociedade medieval: “E pelo muito bom serviço que prestastes e continuais a prestar a mim e ao
reino.” ou “Destas minas e banhos dou-vos a décima parte de tudo o que daí vier a receber.” (Doc. 2);
- as ordens religiosas ficavam incumbidas de organizar, defender e povoar o território: “Dou e concedo-vos, a vós e aos vossos sucessores, o supradito
castelo de Aljustrel com os seus termos“ (Doc. 2).

2.º Tópico de orientação


Os poderes senhoriais sobre as comunidades dependentes:
- os domínios senhoriais eram explorados pelos senhores ou a posse da terra dava poderes aos senhores sobre as comunidades que viviam no senhorio
ou eram dependentes do senhor (Doc. 3);
- os camponeses estavam obrigados ao pagamento de diversos impostos ou obrigações ao senhor ou entregavam parte do que produziam ao senhor ou
pagavam a dízima à Igreja;
- os camponeses estavam obrigados a serviços gratuitos na reserva senhorial ou pagavam corveias (trabalhos na conservação de caminhos, da
muralha) ou jeiras (serviço obrigatório e gratuito de lavoura);
- os camponeses estavam obrigados a usar o lagar, o moinho e o forno da reserva senhorial e por essa utilização pagavam impostos ou banalidades;
- os senhores aplicavam justiça sobre os habitantes de acordo com os usos e costumes ou os senhores aplicavam justiça exceto a justiça maior ou pena
de morte ou talhamento de membros reservada ao rei.

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3.º Tópico de orientação


O combate régio à expansão senhorial:
- os reis procuraram registar as leis para fazer valer a sua autoridade: “eu, Afonso, pela graça de Deus rei de Portugal e conde de Bolonha, com a
minha esposa, a rainha D. Beatriz, filha do ilustre rei de Castela e Leão, por meu beneplácito e com o consenso da minha Cúria, faço carta de doação“
(Doc. 2);
- o rei reservava para a Coroa direitos sobre os recursos mais importantes “e com todos os direitos reais que eu aí tenho e devo ter, por direito
hereditário para sempre, exceto as minas de ouro e os banhos termais.” (Doc. 2);
- para controlar as doações feitas, o rei D. Afonso III ordenou que se fizessem inquirições ou as inquirições ordenadas por D. Afonso III destinavam-
se a conhecer a validade da posse de propriedades doadas: “sabendo-se a verdade do que em elas é conteúdo.” (Doc. 4);
- a partir de D. Afonso III, os reis dispuseram de vários meios para inquirir sobre as propriedades que eram da Coroa e que tinham sido usurpadas:
“algumas doações e outras escrituras que se fazem em prejuízo dos direitos da Coroa […]” (Doc. 4) ou “Porque nelas se faz referência à época em
que cada rei começou a reinar e quando morreu, e onde jaz sepultado, estas foram escritas certamente sabendo-se a verdade do que em elas é
conteúdo. E por elas logo se pode saber a escritura que não for verdadeira […].” (Doc. 4);
- através das Confirmações ordenadas pela Coroa, procurava-se saber se as doações eram verdadeiras, pois havia muitos abusos: “fazendo as cartas de
doações referência a um rei que, à época da escritura e da outorga da carta já tinha morrido. […]” (Doc. 4);
- D. Afonso III procurou nos concelhos aliados para combater os abusos senhoriais ou nas Corte de Leiria, em 1254, os Procuradores dos concelhos
foram convocados para participar ou apresentaram petições e queixas sobre os abusos de autoridade dos senhorios nobres e eclesiásticos.

A resposta evidencia a mobilização da informação dos Documentos de 1 a 4 para sustentar as linhas orientadoras do tema, que constam nos
parâmetros A e B. Podem ser exploradas as linhas de leitura apresentadas abaixo (ou outras possíveis).

- a formação de senhorios foi mais acentuada no norte do país, uma vez que a Reconquista decorreu de norte para
Documento 1.
sul ou foi mais antiga no norte (Doc.1);
Os Senhorios
- os reis doaram extensas propriedades ao clero, quer ao alto clero secular (bispos), quer regular (ordens 1.º Tópico de
no Portugal
religiosas monásticas ou ordens militares, como a ordem dos Templários ou de Santiago ou do Hospital ou de orientação
Medieval
Calatrava) (Doc. 1);
(Mapa)
- doações de extensos domínios senhoriais, no centro, interior e sul (Doc.1) feitas às ordens religiosas.
- as doações de extensos domínios senhoriais, no centro, interior e sul feitas às ordens religiosas tinham objetivos
religiosos ou eram um meio de obter a salvação da alma: “E faço isto para a salvação da alma de meu pai, da
minha e da de minha mãe e da de meus parentes.” (Doc. 2) ou para beneficiar a Igreja que tinha papel relevante
1.º Tópico de
Documento 2. na sociedade medieval: “E pelo muito bom serviço que prestastes e continuais a prestar a mim e ao reino.” ou
orientação
A Doação do “Destas minas e banhos dou-vos a décima parte de tudo o que daí vier a receber.” (Doc. 2);
Castelo de - as ordens religiosas ficavam incumbidas de organizar, defender e povoar o território: “Dou e concedo-vos, a vós
Aljustrel à e aos vossos sucessores, o supradito castelo de Aljustrel com os seus termos“ (Doc. 2).
Ordem de - os reis procuraram registar as leis para fazer valer a sua autoridade: “eu, Afonso, pela graça de Deus rei de
Santiago (1255) Portugal e conde de Bolonha, com a minha esposa, a rainha D. Beatriz, filha do ilustre rei de Castela e Leão, por
3.º Tópico de
meu beneplácito e com o consenso da minha Cúria, faço carta de doação“ (Doc. 2);
orientação
- o rei reservava para a Coroa direitos sobre os recursos mais importantes “e com todos os direitos reais que eu aí
tenho e devo ter, por direito hereditário para sempre, exceto as minas de ouro e os banhos termais.” (Doc. 2);
Documento 3.
A Organização - os domínios senhoriais eram explorados pelos senhores ou a posse da terra dava poderes aos senhores sobre as 2.º Tópico de
do Senhorio comunidades que viviam no senhorio ou eram dependentes do senhor (Doc. 3); orientação
(Figura)
- para controlar as doações feitas, o rei D. Afonso III ordenou que se fizessem inquirições ou as inquirições
ordenadas por D. Afonso III destinavam-se a conhecer a validade da posse de propriedades doadas: “sabendo-se
a verdade do que em elas é conteúdo.” (Doc. 4);
Documento 4. - a partir de D. Afonso III, os reis dispuseram de vários meios para inquirir sobre as propriedades que eram da
O Combate aos Coroa e que tinham sido usurpadas: “algumas doações e outras escrituras que se fazem em prejuízo dos direitos
3.º Tópico de
Abusos da Coroa […]” (Doc. 4) ou “Porque nelas se faz referência à época em que cada rei começou a reinar e quando
orientação
Senhoriais morreu, e onde jaz sepultado, estas foram escritas certamente sabendo-se a verdade do que em elas é conteúdo. E
(Inquirições) por elas logo se pode saber a escritura que não for verdadeira […].” (Doc. 4);
- através das Confirmações ordenadas pela Coroa, procurava-se saber se as doações eram verdadeiras, pois havia
muitos abusos: “fazendo as cartas de doações referência a um rei que, à época da escritura e da outorga da carta
já tinha morrido. […]” (Doc. 4);

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MÓDULO II - O Dinamismo Civilizacional da Europa Ocidental nos Séculos XIII e XIV – Espaços, Poderes e Vivências
AGRUPAMENTO DE ESCOLAS RIO TINTO N.º 3
SEDE:ESCOLA BÁSICA E SECUNDÁRIA DE RIO TINTO

GRUPO XI – PODER SENHORIAL E PODER RÉGIO NO PORTUGAL MEDIEVAL

1. Nomeie três detentores de senhorios no Portugal medieval (Documentos 1 e 2).


• Nobreza, representada em castelos OU em torres e solares;
• Clero regular OU ordens religiosas representados em mosteiros;
• Templários OU Hospitalários OU Ordem de Avis OU Ordem de Santiago OU ordens religioso-militares representados em castelos.

2. A carta de D. Afonso Henriques aos cavaleiros do Templo (Doc. 3) instituiu um senhorio denominado:
- Escreva, na folha de respostas, o número do item seguido da letra que identifica a opção escolhida.
(A) Reguengo. (B) Honra. (C) Couto. (D) Imunidade.

CORREÇÃO
ITENS PONTUAÇÃO
Versão 1. Versão 2. Versão 3.
2. (C) -

3. Indique a situação apresentada no Documento 2, com base no Documento 3.


- O mapa do Documento 2 revela os extensos domínios das ordens religioso-militares no Centro e Sul do país, especialmente para sul do Tejo, onde
o esforço da Reconquista foi maior.
- Tal ficou a dever-se às avultadas doações régias de terras aos monges-cavaleiros, que premiavam a sua intervenção nas conquistas aos muçulmanos
(“guerra dos Sarracenos”) e garantiam a sua administração e manutenção, como podemos ver no Documento 3.

4. Indique três funções da realeza, a partir do Documento 4.


Escolher três:
• Cunhar moeda.
• Legislar, através da Leis Gerais.
• Chefiar militarmente.
• Exercer a justiça OU julgar os nobres OU exercer a justiça maior OU atuar como juiz supremo

5. A partir dos Documentos 1 a 5, explicite três aspetos do combate da realeza frente à expansão do poder senhorial, atendendo quer à origem, tipo e
natureza desse poder, quer aos meios utilizados pelos monarcas.
- Deve integrar na resposta, além dos seus conhecimentos, os dados disponíveis nos Documentos 1 a 5.

5. Pontuação ……………………………………………………………………… 15
Tópicos de resposta:
– Origem e tipo de senhorios
• A origem remonta às conquistas feitas aos muçulmanos e às frequentes doações de terras que as acompanharam (Doc. 3).
• Tipo de senhorios: honras (propriedade da nobreza), coutos (maioritariamente propriedade do clero) e reguengos (propriedade do rei).
• Os senhorios nobres identificavam-se pela presença de um castelo, uma torre ou um solar, enquanto os senhorios eclesiásticos identificavam-se pela
presença de um mosteiro, de uma sé catedral e até de um castelo (no caso das ordens religioso-militares) (Docs. 1 e 2).
– Natureza do poder senhorial
• Poder económico OU dominial, proveniente da exploração económica da terra, como a cobrança de rendas e serviços (jeiras) aos homens do seu
senhorio.
• Poder político OU público: de comando militar (ex.: recrutamento para a guerra), de punição judicial (exceto pena de morte e mutilação de
membros) e de coação fiscal (exigência de impostos, como as banalidades, as portagens e as peagens).
• Imunidade, em consequência da qual os funcionários régios ficavam impedidos de exercer as funções militares, judiciais e fiscais na área do
senhorio, sendo a imunidade concedida através de cartas de couto (aos eclesiásticos) ou da atribuição do poder público a um nobre, a quem o monarca
delegava a administração de territórios ou castelos.
– Meios utilizados pela realeza para combater a expansão senhorial
• Leis de Desamortização, que proibiam os mosteiros e as igrejas de comprarem bens de raiz, de os herdarem dos seus professos ou de aceitarem
doações de particulares.
• Confirmações Gerais, através das quais os reis reconheciam, ou não, os títulos de posse de terras e os direitos senhoriais anteriormente doados a
nobres e clérigos pelos seus predecessores.
• Inquirições, através das quais se auscultavam habitantes de coutos e honras no sentido de apurar se aqueles senhorios eram legítimos ou
provenientes de usurpações à propriedade e aos direitos régios (Doc. 5).

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GRUPO XII – SENHORIOS E CONCELHOS NO REINO DE PORTUGAL


1. Transcreva:
• um excerto do Documento 1 referente à existência de um senhorio régio em Gaia, antes de esta vila se tornar concelho;
• um excerto do Documento 2 referente ao exercício do poder público na honra instituída.

1. Pontuação ……………………………………………………………………… 10
- “[…] o meu Reguengo de Gaia […].”
Excerto do documento 1
- “[…] que possais, do Reguengo […] vender, dar e dispor […].”
- “[…] dou e outorgo com portagem, voz e coima […] e todos os direitos reais que eu aí tenho […].”
Excerto do documento 2 - “[…] dou e outorgo com portagem, voz e coima […]”
- “[…] dou e outorgo com […] todos os direitos reais que eu aí tenho […].”

Níveis Descritores do desempenho no domínio específico da disciplina Pontuação


3 Transcreve duas afirmações corretas. 10
2 Transcreve duas afirmações corretas com erros de transcrição OU uma afirmação correta. 5
1 Transcreve uma afirmação correta com erros de transcrição. 3

2. Compare as condições em que foram instituídos o concelho de Gaia (Documento 1) e a honra (Documento 2), referindo três aspetos em que se
opõem.

2. Pontuação ……………………………………………………………………… 15

Tópicos de resposta
Comparação clara das condições em que são instituídos o concelho de Gaia e a honra, referindo dois aspetos em que se opõem:
Beneficiários da
- enquanto o beneficiário da instituição do concelho (Doc. 1) é o “povo da vila de Gaia”, isto é, uma entidade coletiva,
instituição do
- o beneficiário da instituição da honra (Doc. 2) é um indivíduo nobre, João Afonso, filho natural de D. Dinis.
concelho e da honra
- enquanto os habitantes do concelho (Doc. 1) devem pagamentos ao rei “de cada fogo onde morar”, pela sua atividade
Deveres dos
económica e por penas judiciais, como o homicídio,
beneficiários para
- o nobre João Afonso (Doc. 2) recebe as terras da honra “livres e isentas de todo o foro” e não deve pagamentos judiciais;
com o rei
pelo contrário, recebe-os, pois o rei transmitiu-lhe “a voz e coima”, ou seja, o poder de julgar.
- enquanto no concelho (Doc. 1) não existe imunidade, pois os funcionários do rei, como o mordomo, nele entram para
cobranças, exercendo o poder público,
Imunidade dos bens
- na honra (Doc. 2) há imunidade, pois os funcionários régios nela não exercem o poder público de fisco – as terras são
recebidos
“livres e isentas” de foro e não se paga portagem − ou a justiça, já que esta função foi delegada em João Afonso, que
recebe “voz e coima”.
- enquanto os habitantes do concelho (Doc. 1) nunca incluirão os grupos privilegiados, já que não podem ser transmitidas
Categoria social dos terras a “militar, ou clérigo, ou homem de ordem religiosa”, nem a “rico-homem”,
habitantes - a honra (Doc. 2) é por natureza propriedade de privilegiados, como o nobre João Afonso, que a transmite aos “filhos
legítimos” e aos que dele descendem “livremente em linha direta”.

3. Desenvolva o tema Poder concelhio e poder senhorial no Portugal medieval dos séculos XII a XIV, apresentando três elementos de cada um dos
seguintes tópicos de orientação:
• O exercício dos poderes concelhios;
• O exercício dos poderes senhoriais.
- Na sua resposta, integre, pelo menos, uma informação relevante de cada um dos documentos de 1 a 3.

3. Pontuação ……………………………………………………………………… 20

1.º Tópico de orientação


- O exercício dos poderes concelhios:
- O concelho como um território de extensão variável, cujos moradores – os vizinhos − gozavam de uma certa autonomia administrativa, mais vincada
nos concelhos urbanos ou perfeitos do que nos rurais. (Doc. 1)
- Instituição dos concelhos feita através de uma carta de foral, outorgada pelo rei, quando a povoação era um bem reguengo, ou por um nobre ou
eclesiástico quando se inseria num senhorio,
- A carta de foral como um diploma em que se estabeleciam as regras e os direitos e deveres das populações: pagamentos e serviços devidos ao senhor
que instituía o concelho; isenções concedidas aos vizinhos; possibilidade de governo local; (Doc. 1)
- O governo local como uma administração comunitária, exercida pela Assembleia dos Vizinhos e pelos magistrados – suas atribuições; (Doc. 1)
- O poder concelhio como um poder crescentemente a cargo das elites populares dos cavaleiros-vilãos, chamadas de homens-bons; a interdição de
nobres e eclesiásticos habitarem ou exercerem funções políticas nos concelhos. (Doc. 1)

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2.º Tópico de orientação


- O exercício dos poderes senhoriais:
- O senhorio como uma área territorial pertencente a um senhor que detém variados poderes sobre a terra e os homens que nela habitam. (Doc. 2 e
Doc. 3)
- Os reguengos – senhorios do rei; as honras – senhorios da nobreza; os coutos – senhorios predominantemente do clero.
- As doações régias na origem do crescimento da propriedade nobre e eclesiástica; as doações de particulares à igreja.
- O poder senhorial enquanto poder público ou banal, que recaía sobre todos os homens do senhorio: o comando militar, a punição judicial e a coação
fiscal. (Doc. 2)
- A imunidade dos senhorios OU a interdição dos funcionários régios entrarem nas honras e nos coutos para exercerem o poder público, em virtude
deste ser aí exercido pelos senhores. (Doc. 2)
- O poder senhorial enquanto poder de cobrar os direitos dominiais, através das rendas e serviços pagos pela massa de camponeses que exploravam a
terra. (Doc. 2 e Doc. 3)

A resposta evidencia a mobilização da informação dos Documentos de 1 a 3 para sustentar as linhas orientadoras do tema, que constam nos
parâmetros A e B. Podem ser exploradas as linhas de leitura apresentadas abaixo (ou outras possíveis).
– A criação do concelho de Gaia através do Foral ou carta de foral concedido pelo rei Afonso III “ao povo a
minha vila de Gaia”, “para sempre”.
– Os pagamentos devidos ao rei, constantes da carta de foral: por “cada fogo onde morar homem casado” ou
Documento 1. solteiro; pelas atividades económicas da pesca e do abate e venda de gado (“os pescadores deem ao
1.º Tópico
A instituição do mordomo”, “o açougueiro dê ao mordomo”); e por penas judiciais, como o homicídio, “reputado em trezentos
de
concelho de Gaia por soldos”.
orientação
D. Afonso III (1255) – Os direitos concedidos ao povo do concelho de Gaia: dispor perpetuamente das terras (“vender, dar e dispor
delas”), isenção de serviço militar (“que não vades à guerra”).
– A interdição de venda de terras a privilegiados, como nobres (“rico-homem”) e eclesiásticos (“clérigo ou
homem de ordem religiosa”), sinal de a sociedade concelhia ser constituída apenas pelos estratos populares.
− A criação de um senhorio nobre ou honra, através da doação de terras pelo rei D. Dinis, “por direito de
herdamento e para todo o sempre”, a João Afonso, seu filho natural.
− A doação a João Afonso de “todos os direitos reais”, isto é, dos que recaem sobre a terra (direitos
Documento 2.
dominiais), sob a forma de rendas e serviços, e dos que incidem sobre os homens (direitos banais ou públicos), 2.º Tópico
A instituição de uma
como é o caso da “portagem”, um direito fiscal, e da “voz e coima”, um direito judicial. de
honra por D. Dinis
− Concessão do poder público ou banal a João Afonso, através dos referidos direitos fiscal e judicial; orientação
(1313)
− A imunidade da honra doada a João Afonso, em virtude de os funcionários régios nela não entrarem para
exercerem a justiça e a coação fiscal, atribuídas ao filho do rei, ou para cobrarem foro: “que as [terras] tenhais
livres e isentas de todo o foro”.
Documento 3.
Tarefas agrícolas, 2.º Tópico
− Referência aos direitos dominiais exercidos pelo senhor sobre as terras, em nome dos quais cobrava rendas e
segundo o de
serviços, como as jeiras, às comunidades rurais dependentes.
Apocalipse do orientação
Lorvão (1189)

GRUPO XIII - A PROGRESSIVA CENTRALIZAÇÃO DO PODER RÉGIO: A IMPORTÂNCIA DAS CORTES

1. O rei D. Fernando ao afirmar, “vendo que os clérigos se apoderavam de muitas terras que compravam, em prejuízo dos nossos direitos e
dano dos nossos povos […]. Respondemos e mandamos que se respeite a dita lei.”, estava a referir-se à lei…
(A) - da desamortização, destinada a reforçar o poder central, limitando o crescimento das propriedades eclesiásticas.
(B) - das alcaidarias, destinada a proibir os abusos feitos em nome do rei, limitando o poder dos grupos privilegiados.
(C) - das inquirições, destinada a fiscalizar a situação dos domínios senhoriais, recuperando os bens e os direitos régios.
(D) - das pragmáticas, destinada a limitar o uso de objetos de luxo, limitando a ostentação dos grupos privilegiados.

CORREÇÃO
ITENS PONTUAÇÃO
Versão 1. Versão 2. Versão 3.
1. (A) -

2. Refira, a partir do Documento 1, três argumentos que confirmem a importância das Cortes na época medieval.

2. Pontuação ……………………………………………………………………… 15

Tópicos de resposta:
- assembleia consultiva que aconselhava o rei em assuntos como a guerra e a desvalorização da moeda: “Pedem-nos que […] o rei não faça guerra
nem moeda […] salvo com o conselho dos cidadãos e naturais […]. Respondemos que queremos chegar a acordo convosco sobre isto.”;
- assembleia convocada pelo rei, em que este orienta as reuniões e decide;
- assembleia onde se ouvem as queixas ou agravos e se solucionam problemas: “mandámos vir a estas Cortes para termos acordo e conselho [sobre
como] corrigir e melhorar o Estado dos Reinos”;
- assembleia que se revelou importante para o reforço do poder régio, através do controlo do poder senhorial, dos abusos e “para nos dizerem os
agravos [praticados] por nós, pelos nosso oficiais ou por outros poderosos.“;
- instituídas a partir do século XIII ou 1254, reúnem os três braços sociais – clero e nobreza (privilegiados) e povo ou representantes dos concelhos
(não-privilegiados): “fizemos nossas Cortes, nas quais foram juntos os infantes nossos irmãos e bispos e abades e prelados e condes e priores e
mestres das ordens das cavalarias e ricos-homens e fidalgos e também muitos e mui bons cidadãos das cidades e vilas”;
- revelam a crescente influência dos legistas ou letrados na administração central “tendo conselho com os da nossa corte e com letrados e entendidos”,
aliados do reforço do poder régio.

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3. Ordene cronologicamente os seguintes acontecimentos: Ordenação


(A) - Tratado de Alcanises. 5.º
(B) - Publicação das Inquirições Gerais. 4.º
(C) - Publicação das Leis Gerais. 1.º
(D) - Conquista do Algarve. 2.º
(E) - Realização das Cortes de Leiria. 3.º
5. – 10 pontos (C) – (D) – (E) – (B) – (A)

CORREÇÃO
ITENS PONTUAÇÃO
Versão 1. Versão 2. Versão 3.
3. (C) – (D) – (E) – (B) – (A) -

GRUPO XIV – O PODER RÉGIO, FATOR DE COESÃO INTERNA DO REINO

1. As Cortes, à semelhança das realizadas em Lisboa em 1371 (Documento 1), distinguiam-se de outras assembleias de apoio à administração
central, por contarem com a presença de…
(A) …“Bispos e Abades e Prelados e Condes”.
(B) …“Priores e Mestres das Ordens das Cavalarias”.
(C) …“Ricos-homens e fidalgos”.
(D) …“mui bons Cidadãos das cidades e vilas”.

2. As queixas e os pedidos relativos a lavradores (22.º, 52.º e 55.º) refletem…


(A) …a prosperidade dos proprietários rurais à custa dos baixos salários pagos aos trabalhadores.
(B) …a crise do mundo agrário, em consequência do abandono das atividades rurais.
(C) …a expansão das atividades económicas e financeiras verificada desde meados do século XIV.
(D) …o descontentamento dos povos com o crescimento da propriedade senhorial.

CORREÇÃO
ITENS PONTUAÇÃO
Versão 1. Versão 2. Versão 3.
1. (D) -
2. (B)

3. Ordene cronologicamente os seguintes acontecimentos da História de Portugal nos séculos XIII e XIV.
Ordenação
- Escreva, na folha de respostas, a sequência correta das letras.
(A) - Batalha de Aljubarrota. 4.º
(B) - Tratado de Alcanises. 2.º
(C) - Conquista do Algarve (fim da Reconquista). 1.º
(D) - Entrada da Peste Negra em Portugal. 3.º
3. – 10 pontos (C) – (B) – (D) – (A)

4. Explicite três aspetos do papel da realeza como órgão máximo do poder público.
- Os três aspetos devem ser fundamentados com excertos relevantes do Documento 1.

4. Pontuação ……………………………………………………………………… 15

Tópicos de resposta:
- Poder real baseado na doutrina do direito divino, uma vez que D. Fernando se intitula “pela graça de Deus, Rei de Portugal e do Algarve”.
- Preocupação de D. Fernando de que os súbditos vivam “com direito e justiça”, o que se relaciona com a função real de responsável máximo pela
justiça interna.
- Poder real com o atributo da chefia militar, sendo pedido que “o rei não faça guerra” sem o conselho da Nação;
- Poder real com o atributo do exclusivo da cunhagem da moeda, sendo pedido que “o rei não faça […] moeda” sem o conselho da Nação.
- Poder real com o exclusivo da legislação suprema, de que é exemplo a “Lei da Desamortização”, que os povos pedem para se respeitar, e que se
relacionava com o combate régio ao crescimento da propriedade eclesiástica.

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GRUPO XV – A CENTRALIZAÇÃO DO PODER E O COMBATE À EXPANSÃO SENHORIAL

1. Refira, a partir do Documento 1, três das ações que permitiram que o rei D. Dinis e os seus sucessores se pudessem intitular como «rei de
Portugal e do Algarve».

1. Pontuação ……………………………………………………………………… 15

Tópicos de resposta (três de entre as seguintes):


- as ações de reconquista de territórios aos mouros no contexto da Reconquista cristã: “o reino pudesse ser […] melhor amparado perante ameaças de
guerra de mouros”;
- a luta pela definição de fronteiras em relação aos reinos vizinhos ou ao reino de Leão e Castela;
- a assinatura de tratados com os reis de Leão e Castela no sentido de fazer reconhecer a posse de terras fronteiriças, como por exemplo no reinado de
D. Dinis, o Tratado de Alcanises, em 1297;
- a política de casamentos das princesas e dos príncipes de Portugal com princesas e príncipes dos reinos vizinhos (reino de Leão e Castela; reino de
Aragão ou vice-versa), como foi o caso de D. Dinis (casou com D. Isabel de Aragão ou outro exemplo);
- colaboração e aliança entre Portugal e Castela na luta contra o avanço muçulmano na batalha do Salado (1340), que contribuiu para a afirmação da
independência de Portugal e das suas fronteiras quer no sul (Algarve) quer em relação a Castela.

2. Refira, com base no Documento 1, três grupos do reino, a quem o rei recorria para o apoiar na sua ação governativa.

2. Pontuação ……………………………………………………………………… 15

Tópicos de resposta (três de entre as seguintes):


- recorria a um grupo restrito com quem tomava conselho: a cúria régia ou conselho do rei “havendo conselho com dom Martinho meu alferes e com a
minha corte”;
- reunia as Cortes para se aconselhar e para tomar algumas decisões mais importantes: “E pediram-me por mercê que eu sobre tal cousa ordenasse
[…] que eu pusesse tal postura e tal lei […]”;
- ouvia as queixas dos representantes dos vários grupos sociais «o Infante dom Afonso meu irmão e dom Nuno Gonçalves e ricos homens e fidalgos e
outras gentes do meu reino queixaram-se”;
- a reunião das Cortes que integrou, a partir de Afonso III, não só os grupos privilegiados mas também os homens-bons ou seja, representantes do
povo dos concelhos: “E eu sobre este assunto com outorgamento de ricos homens e doutros muitos homens bons de minha terra havendo conselho
com dom Martinho meu alferes e com a minha corte e com outros muito homens bons achei que me pediam cousa acertada”.

3. Nomeie a instituição que se formou a partir da cúria régia no reinado de D. Afonso III, em 1254.
- Cortes

4. Identifique, os três processos, registados no Documento 1, pelos quais o rei assegurava a redação e a divulgação das leis e a aplicação da justiça.

Processos, registados no Documento 1, pelos quais o rei assegurava a redação e a divulgação das leis e a aplicação da justiça:
- o Conselho do rei apoiava o monarca nas suas decisões: “os ricos homens e homens bons de minha terra; havendo conselho com dom Martinho
meu alferes e com a minha corte e com outros muitos homens bons”;
- cabia ao rei legislar e organizar a justiça: “Por que mando a todas as justiças do meu reino que façam esta minha lei […] ter e cumprir e guardar”;
- um corpo de funcionários régios cada vez mais especializados, conhecedores das leis e da escrita, elaboravam diplomas legais: “E mando a todos
os tabeliões notários de meu reino que cada um registe esta minha carta em seus livros”

Níveis Descritores do nível de desempenho Pontuação


3 Na resposta são identificados exemplos para cada um dos três processos solicitados 12
2 Na resposta são identificados exemplos para cada um dos dois processos solicitados 8
1 Na resposta são identificados exemplos para um processos solicitados 4

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5. Selecione, com base no Documento 1, a opção que completa cada uma das afirmações:
5.1. D. Dinis considerou que «os homens-bons e muitos outros do reino» pediam «cousa acertada sabendo por verdade que as ordens [religiosas]
haviam a maior parte de meu reino», porque o clero era…
(A) …a ordem mais rica e poderosa, devido à sua função militar e ao prestígio social do seu trabalho na defesa do reino.
(B) …a ordem mais rica e poderosa, devido à sua função política na corte e nos exércitos régios de que recebiam bens régios.
(C) …a ordem mais rica e poderosa, devido à sua função judicial na corte e nos tribunais régios que era bem remunerada.
(D) …a ordem mais rica e poderosa, devido à sua função religiosa e porque receberam bens em testamento.
5.2. Quando afirma «que as ordens de meu reino são muito ricas e muito abundantes tanto de herdamentos como em possessões como em outros
haveres», o rei estava a referir-se…
(A) …aos domínios eclesiásticos, denominados coutos, que gozavam de imunidade.
(B) …aos domínios laicos, denominados coutos, que gozavam de imunidade.
(C) …aos domínios laicos, denominados concelhos, que gozavam de imunidade.
(D) …aos domínios eclesiásticos, denominados honras, que gozavam de imunidade.
5.3. D. Dinis ao legislar que «em meu reino para todo sempre que se os fidalgos ou outras gentes quer homens quer mulheres de meu reino entrarem
em ordens que, por sua morte, as ordens não tomem as suas sucessões» procurou…
(A) …limitar a aquisição ou a doação de terras ao clero, através da publicação e aplicação do Beneplácito Régio.
(B) …limitar a aquisição ou a doação de terras ao clero, através da publicação e aplicação das Pragmáticas.
(C) …limitar a aquisição ou a doação de terras ao clero, através da publicação e aplicação das Leis de Desamortização.
(D) …limitar a aquisição ou a doação de terras ao clero, através da publicação e aplicação das Confirmações.
5.4. A afirmação «o reino pudesse ser melhor defeso e melhor amparado perante ameaças de guerra de mouros e doutras gentes», o rei revela que…
(A) …a consolidação do reino foi consequência da Reconquista Cristã e da definição das fronteiras com Castela.
(B) …a consolidação do reino foi consequência da ajuda dos cruzados que concluíram o processo de definição das fronteiras.
(C) …a consolidação do reino foi consequência da ação régia com o apoio de Castela contra os cristãos.
(D) …a consolidação do reino foi consequência da Reconquista Cristã que se estendeu de Sul para Norte.

CORREÇÃO
ITENS PONTUAÇÃO
Versão 1. Versão 2. Versão 3.
5.1. (D)
5.2. (A)
5.3. (C)
5.4. (A)

6. Explicite, a partir do Documento 1, três medidas que os reis de Portugal tomaram para limitarem os abusos senhoriais quanto à posse indevida de
propriedades.

6. Pontuação ……………………………………………………………………… 15

Tópicos de resposta (três de entre as seguintes):


- Inquirições, para averiguar se havia abusos de justiça e fiscalidade nas honras e nos coutos;
- Inquirições para averiguar se a posse de bens não tinha sido usurpada à nobreza à custa dos coutos: “e ricos homens e fidalgos e outras gentes do
meu reino queixaram-se dizendo que esses fidalgos e outras gentes empobreceram e perderam possessões bens e heranças dos seus antepassados”;
- Inquirições para averiguar se a posse de bens não tinha sido usurpada à custa dos reguengos;
- Confirmações;
- Leis de Desamortização: "Porém ponho e faço tal lei […] para todo sempre que se os fidalgos ou outras gentes quer homens quer mulheres de meu
reino entrarem em ordens [religiosas] que, por sua morte, as ordens [religiosas] não tomem as suas sucessões, nos herdamentos e nas possessões, não
as possam vender nem dar, nem alhear ceder […].” ou “dizem que quando seus filhos e suas filhas entram nas ordens [religiosas] e aí morrem […]
que as ordens [religiosas] recebem os seus bens e heranças por sucessão de seus pais e de suas mães e por esta razão as heranças dos antepassados são
alienadas perdidas para todo o sempre”.

7. Transcreva, do Documento 1, duas frases que revelam que o rei procurava afirmar o seu poder no reino.

7. Pontuação ……………………………………………………………………… 10

Duas de entre as seguintes:


“E pediram-me por mercê que eu sobre tal cousa ordenasse […] que eu pusesse tal postura e tal lei”
ou “Por que mando a todas as justiças do meu reino que façam esta minha lei […] ter e cumprir e guardar”
ou “E mando e defendo que nenhum homem nem mulher não seja ousado de vir contra esta minha lei […] porque aquele que o provasse faria eu
contra ele assim como manda o direito que rei e senhor deve fazer contra aquele que vem contra sua lei […] e seu mandado e contra honra e prol da
comunidade de seu reino”.

Níveis Descritores do nível de desempenho Pontuação


2 Transcreve duas afirmações corretas, respeitando as regras de transcrição. 10
1 Transcreve uma afirmaçãos correta, respeitando as regras de transcrição. 5
NOTA: As respostas que apresentem, além do(s) excerto(s) correto(s), a transcrição de outros excertos sem correspondência
com o solicitado são classificadas com zero pontos.

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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS RIO TINTO N.º 3
SEDE:ESCOLA BÁSICA E SECUNDÁRIA DE RIO TINTO

8. Nomeie os grupos sociais que compunham a sociedade na época referidos no Documento 1.


- Clero – Nobreza – Povo

9. Explicite, a partir do Documento 1, três caraterísticas, do grupo social a que pertenciam o «Infante dom Afonso meu irmão e dom Nuno
Gonçalves e ricos homens e fidalgos».

9. Pontuação ……………………………………………………………………… 15

Tópicos de resposta (três de entre as seguintes):


- pertencendo à nobreza, gozavam de privilégios ligados à posse da terra ou de propriedades designada honras;
- nos domínios senhoriais gozavam de imunidade, possuíam poderes de cobrar impostos ou de aplicar a justiça (exceto pena de morte e talhamento de
membros) ou garantir a defesa militar das terras: “os meus fidalgos e outras minhas gentes que defendem o reino”;
- cobravam diversos impostos sobre os habitantes e outros direitos banais ou banalidades (cobrança de direitos sobre o uso do moinho, lagar, ou
fornos);
- desempenhavam cargos militares, administrativos e judiciais nas terras ou na corte;
- como vassalos do rei, tinham o dever de ajudar na defesa e no conselho (ou participação nas Cortes): “havendo conselho com dom Martinho meu
alferes e com a minha corte e com outros muitos homens bons”.

10. Associe cada um dos elementos relacionados com o poder no Portugal medieval, presentes na coluna A, à designação correspondente, que consta
na coluna B.
- A cada letra corresponde apenas um único número.
COLUNA A COLUNA B
(A) Designa os privilégios que permitiam aos senhores impedir a entrada, nos seus domínios, de funcionários da Coroa (1) Reino
e gozar do direito de cobrar impostos e exercer a justiça senhorial. (2) Cúria
(B) A sua importância aumentou com a centralização do poder régio, auxiliando o rei na administração do reino e na (3) Senhorio
redação de leis. (4) Carta de foral
(C) Designa o território que tem por soberano um monarca que se assume como figura cimeira do exercício do poder. (5) Imunidade
(D) Designa os senhorios que estavam na posse do rei e que tiveram origem no processo de Reconquista. (6) Reguengo
(E) Designa o domínio fundiário no qual o senhor dispunha de poder económico, em virtude da exploração da terra, e (7) Vassalidade
de poder sobre os homens que aí viviam e trabalhavam. (8) Legista

10. Pontuação ……………………………………………………………………… 10

Versão 1 (A) – (5) (B) – (8) (C) – (1) (D) – (6) (E) – (3)
Versão 2
Versão 3

Níveis Descritores do nível de desempenho no domínio específico da disciplina Pontuação


2 Na resposta são estabelecidas quatro ou cinco associações corretas. 10
1 Na resposta são estabelecidas três ou duas associações corretas. 5

GRUPO XVI – PORTUGAL NO CONTEXTO ECONÓMICO E DEMOGRÁFICO DA EUROPA MEDIEVAL

1. O dinamismo comercial europeu do século XIII (Documento 1) deveu-se, fundamentalmente,


(A) - às boas relações vividas entre cristãos e muçulmanos desde o ano 1000.
(B) - às peregrinações efetuadas no espaço europeu e às Cruzadas.
- à expansão agrária, verificada desde o ano 1000, ao crescimento demográfico, ao renascimento das cidades e ao recuo muçulmano no
(C)
Mediterrâneo.
(D) - à ação dos almocreves, que asseguravam as ligações cidade-campo.

2. A presença de mercadores europeus no litoral atlântico português contribuiu para…


(A) …a afirmação de centros urbanos, num eixo norte-sul paralelo à costa marítima, e os progressos da economia monetária.
(B) …a afirmação de centros urbanos e a manutenção de uma economia de subsistência.
(C) …o avanço da Reconquista.
(D) …o crescimento do poder senhorial.

CORREÇÃO
ITENS PONTUAÇÃO
Versão 1. Versão 2. Versão 3.
1. (C)
2. (A)

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3. As rotas assinaladas no Documento 1 estruturaram-se em torno de cidades, integrando-se algumas delas em polos ativos de comércio.
- Associe os pólos de comércio, presentes na coluna A, às cidades que neles se integravam, indicadas na coluna B.
- A cada letra corresponde apenas um único número.
COLUNA A COLUNA B
(A) Pólo das cidades italianas, que abasteciam a Europa de têxteis de luxo, metais preciosos e especiarias 1. Troyes
transacionadas no Mediterrâneo oriental. 2. Nuremberga
(B) Pólo da Flandres, que atraía mercadores de toda a Europa e se destacava pela indústria de lanifícios. 3. Bristol
(C) Pólo das feiras da Champagne, que se realizavam durante todo o ano e atraíam mercadores do sul e do 4. Bruges
norte europeu. 5. Génova

3. Pontuação ……………………………………………………………………… 10

Versão 1 (A-5) (B-4) (C- 1)


Versão 2
Versão 3

Níveis Descritores do nível de desempenho no domínio específico da disciplina Pontuação


2 Na resposta são estabelecidas três associações corretas. 10
1 Na resposta são estabelecidas duas ou uma associação correta. 5

4. A Bolsa dos Mercadores (Documento 2) acordada pelos negociantes portugueses constitui um exemplo de seguro comercial-marítimo revelador
das novas práticas comerciais e financeiras.
- Explicite, três aspetos relativos ao funcionamento da referida Bolsa de Mercadores e motivos invocados pelo rei para a sua confirmação, de acordo
com o Documento 2.

4. Pontuação ……………………………………………………………………… 15

Tópicos de resposta (três de entre as seguintes):


Aspetos relativos ao funcionamento da Bolsa dos Mercadores
- Iniciativa dos mercadores portugueses de constituírem um fundo em dinheiro, a chamada Bolsa dos Mercadores, resultante do pagamento de uma
cota pelas embarcações que transportavam mercadorias para a Flandres, Inglaterra e regiões de Itália e França: “todas as barcas acima de cem tonéis,
que carregassem nos portos dos meus reinos para a Flandres, Inglaterra, Lombardia, Bretanha ou La Rochelle, paguem 20 soldos no frete. E as outras
barcas abaixo de cem tonéis paguem 10 soldos.”.
- Colocação de parte desse fundo na Flandres e da outra parte em Portugal, para pagamento das “despesas dos negócios” que os mercadores tivessem
naquelas paragens, “como sejam as despesas com questões judiciais”.
- Confirmação e outorga da Bolsa pelo rei, a pedido dos mercadores, admitindo-se o pagamento de uma multa para os que não colaboravam:
“pediram-me por mercê que lhes confirmasse e outorgasse esta postura… e… aquele que fosse contra ela que pagasse 10 libras”.
Motivos invocados por D. Dinis para confirmar a Bolsa
- Ser a Bolsa “serviço de Deus”, na medida em que os mercadores punham em prática a caridade cristã OU o dever de ajuda ao próximo ao
socorrerem-se nos momentos de aflição nos negócios.
- Ser a Bolsa serviço do rei e do reino (“serviço meu e grande aproveitamento da minha terra”), na medida em que se providenciavam medidas para a
segurança dos mercadores e o sucesso das trocas comerciais de Portugal com o estrangeiro.

5. Identifique os três fatores responsáveis pela evolução demográfica demonstrada no Documento 3.


Fome, peste (ou Peste Negra) e guerra. 10 pontos
Nota: A cotação só será atribuída se os três fatores, e não apenas um ou dois, estiverem identificados.

FIM

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