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QUESTÕES POR MÓDULO

MÓDULO 1 – RAÍZES MEDITERRÂNICAS DA CIVILIZAÇÃO EUROPEIA –


CIDADE, CIDADANIA E IMPÉRIO NA ANTIGUIDADE CLÁSSICA
Unidade 1 – O modelo ateniense

A pólis

Doc. 1 Território e cidadãos de algumas pólis Doc. 2 A cidade de Atenas,


gregas (século V a. C.) na Antiguidade

N.º de
Território
Pólis Cidadãos
(Km2)
(aproxi.)

Atenas 2650 40 000

Esparta 8400 8000

Tebas 2580 10 000

Corinto 680 10 000

Agrigento 4300 20 000 Vista parcial, numa gravura do século XIX

1. Explique o que era, na Grécia Antiga, uma pólis, apresentando dois elementos
indispensáveis à sua existência.
Pelo menos um dos elementos deve ser fundamentado em informação do documento 1.

2. A parte elevada da cidade, visível na gravura (Doc. 2), designa-se por


a) Colina da Pnyx.
b) Colina da Eclésia.
c) Stoa.
d) Acrópole.

3. Na cidade de Atenas, a ágora era


a) o local de culto mais importante da cidade.
b) a grande praça pública, onde se situavam os principais edifícios administrativos.
c) o recinto onde decorriam as representações teatrais em honra de Dionísio.
d) o recinto destinado à prática de exercício físico.
O funcionamento da democracia ateniense

Doc. 1 A participação no Governo Doc. 2 Homenagem a dois cidadãos

Primeiramente, direi o seguinte: é legítimo


que, em Atenas, os pobres e o povo
recebam mais do que os nobres e os
ricos, exatamente porque é o povo que
5 conduz as naus1 e confere poder à cidade
[…].
Assim sendo, parece justo que o exercício
de cargos públicos esteja aberto a todos,
tanto por sorteio quanto por votação
10 direta, e também parece justo que
qualquer um dos cidadãos possa usar da
palavra, se o desejar.

Pseudo Xenofonte, A Constituição dos Atenienses, Estela funerária de Sosias e Kephisodoros,


c. 431-424 a. C. cidadãos atenienses mortos, cerca de 410 a.
C., na Guerra do Peloponeso, que opôs
1. O autor realça o poderio marítimo de Atenas. Atenas à sua rival, Esparta.

1. Dê um sinónimo de “cidade” (linha 5), de acordo com o significado que o vocábulo


assumia na Grécia Antiga.

2. Transcreva do texto a frase que alude à isegoria, direito atribuído a todos


os cidadãos ateniense.

3. Quando o autor do Doc. 1 afirma que o exercício dos cargos públicos está
“aberto a todos”, refere-se
a) a todos os homens nascidos em Atenas.
b) a todos os habitantes do sexo masculino.
c) apenas aos indivíduos do sexo masculino que sabiam ler e escrever.
d) aos indivíduos do sexo masculino, filhos de pai e mãe atenienses.

4. Associe os cargos públicos que constam da coluna A às definições que lhes


correspondem na coluna B.
Escreva, na folha de respostas, apenas cada letra e o único número que lhe corresponde.

Coluna A Coluna B

a) Arconte 1) Juiz do Tribunal Popular, escolhido por sorteio.


b) Estratego 2) Juiz do Tribunal do Areópago, escolhido por votação direta.
c) Heliasta 3) Magistrado com funções religiosas e judiciais.
4) Chefe militar, escolhido por votação direta.
5) Chefe militar, escolhido por sorteio.

5. Apresente três obrigações que o sistema democrático conferia ao cidadão ateniense.


Fundamente pelo menos dois itens da sua resposta com informação dos Docs. 1 e 2.
Governo e sociedade na Atenas democrática

Doc. 1 O governo de Atenas, visto por um ateniense

A nossa cidade [Atenas] não está subjugada pelo poder de um só homem [...]. O seu povo governa-a:
alternadamente, os cidadãos são investidos no poder, durante um ano. Não é concedido qualquer
privilégio à riqueza. O pobre e o rico têm direitos iguais. [...]
Para uma cidade, nada é pior que um tirano. Sob a tirania, as leis não são as mesmas para todos [...].
5 Ao contrário [...] [em Atenas] os pobres e os ricos têm os mesmos direitos. [...] O pequeno, se tem a
lei pelo seu lado, pode prevalecer sobre o grande. A liberdade está bem expressa nestas palavras:
“Quem pretende dar à Assembleia [de todos os cidadãos] um conselho sensato para o bem da
cidade? [...] Poderemos pensar numa igualdade mais bela entre os cidadãos?”
Eurípides, dramaturgo ateniense, As Suplicantes, c. 423 a. C.

Doc. 2 Retrato de Péricles Doc. 3 Lamentações de uma mulher

O dramaturgo ateniense Sófocles põe na boca de


Procne, filha de um lendário rei ateniense, as
seguintes palavras:
PROCNE – Fora de casa do nosso pai, não sou
ninguém. Muitas vezes, olho a condição da mulher
desta forma: nós não somos ninguém. Quando
crianças, penso, vivemos a mais doce das vidas
5 em casa do nosso pai. Porque a inocência torna a
infância feliz. Mas, uma vez chegadas à idade da
razão e da puberdade, somos vendidas1 e
empurradas para fora de casa [...] algumas para
bons lares, outras para maus [...] temos ainda de
10 dar graças e pensar que tudo está bem.
Sófocles (495-406 a. C.), Tereus.

Cópia romana do original grego de c. 430 a. C. 1. Refere-se ao casamento contratado pelos pais.

1. Apresente dois aspetos que comprovem o carácter democrático do sistema


político ateniense.
Os dois aspetos devem ser fundamentados com informação do Doc. 1.

2. A frase “alternadamente, os cidadãos são investidos no poder, durante um ano”,


evidencia
a) a participação dos metecos no Governo da cidade.
b) a importância das eleições em Atenas.
c) o carácter direto da democracia ateniense.
d) o carácter representativo da democracia ateniense.

3. Nomeie o cargo público exercido por Péricles, em Atenas.


4. Associe cada uma das informações que constam da coluna A ao nome que lhe
corresponde na coluna B.
Escreva, na folha de respostas, apenas cada letra e o único número que lhe corresponde.

Coluna A Coluna B

a) Reformador ateniense, considerado 1) Ostracismo


o fundador da democracia.
2) Pistístrato
b) Espécie de pagamento feito pelo Estado
3) Mistoforias
ateniense como compensação pelo
exercício de funções públicas. 4) Clístenes
c) Lei que bania de Atenas, por 10 anos, 5) Metécio
aqueles que fossem considerados, pela
sua proeminência, um perigo para
a democracia.

5. Explicite dois aspetos da condição feminina em Atenas.


Pelo menos um dos aspetos deve ser fundamentado com informação do Doc. 3.

A democracia antiga

Doc. 1 A Assembleia Doc. 2 Os cargos públicos

A continuidade do sistema político ateniense Existem ainda aqueles cargos que, quando bem
era assegurada por aqueles que falavam na exercidos, trazem estabilidade, caso contrário
Assembleia. Uma vez feita a proposta do põem em perigo o povo em geral. Este é o tipo de
Conselho, era lida na Assembleia, na Pnyx, magistratura que o povo não deve reivindicar para
5 onde os cerca de 6000 atenienses se 5 si – ele próprio reconhece que não pode haver
reuniam e onde lhes era perguntado: “Quem sorteio para os cargos de general, nem para o
quer falar?” Qualquer um podia fazê-lo e comando de cavalaria. O povo sabe que é do
havia rostos bem conhecidos que se dirigiam interesse da cidade que ele não exerça estes
à Assembleia em determinados assuntos, na cargos e que sejam os mais capazes a exercê-los.
10 maior parte destas reuniões. 10 Em contrapartida, existem cargos públicos que são
Robin Osborne, Athens and Athenian Democracy, remunerados e que trazem benefício particular;
Cambridge University Press, 2010. são estes os que o povo procura exercer.
Pseudo-Xenofonte, Constituição dos Atenienses,
século V a. C. (adaptado).

Doc. 3 A população ateniense Doc. 4 A utilidade dos escravos

O escravo é como um instrumento vivo. […] Se


cada instrumento pudesse executar por si
mesmo a vontade ou o pensamento do dono […],
se as lançadeiras tecessem por si mesmas; se o
5 arco tocasse por si só a cítara, os empresários
prescindiriam de operários e os senhores de
possuírem escravos.
Aristóteles, Política, c. 350 a. C (adaptado).
1. A “Assembleia” a que se reporta o Doc. 1 era
a) a base da estrutura governativa de Atenas, competindo-lhe discutir e votar as leis.
b) um tribunal popular com competência para julgar a maior parte dos delitos.
c) o conselho de magistrados que preparava as sessões da Eclésia.
d) uma reunião alargada de estrategos, que decidia da paz e da guerra.

2. Em Atenas, os cargos públicos a que alude o Doc. 2


a) eram exercidos por um período de cinco anos.
b) estavam reservados apenas aos cidadãos.
c) estavam reservados a cidadãos e a metecos.
d) exigiam, a quem os exercia, um certo grau de riqueza.

3. Nomeie o direito que garantia aos cidadãos atenienses a igualdade no acesso aos
cargos públicos (Doc. 2).

4. Entre os cargos públicos necessários ao governo de Atenas, contavam-se os de


arconte, estratego e heliasta.
Associe cada um desses cargos, que se encontram elencados na coluna A, aos tópicos
que lhes correspondem na coluna B.
Todas as frases apresentadas devem ser utilizadas. Cada frase deve ser associada apenas a
um dos cargos.
Escreva, na folha de respostas, apenas cada letra e os números que lhe correspondem.

Coluna A Coluna B

a) Arcontes 1) Responsáveis pela organização de


cerimónias fúnebres e religiosas, presidiam
b) Estrategos
os tribunais.
c) Heliastas
2) 6000 juízes, sorteados anualmente.
3) Comandantes da Marinha e do Exército.
4) Findo o mandato, integravam o Tribunal
do Areópago.
5) Ocupavam-se da maior parte dos
processos judiciais.
6) Escolhidos por sistema de votação.
7) Tirados à sorte, um por tribo.

5. Desenvolva o tema Ser cidadão em Atenas, no século V a. C., apresentando três


elementos de cada um dos seguintes tópicos de orientação:
 direitos dos cidadãos;
 limites à cidadania.
Na sua resposta, integre, pelo menos, uma informação relevante de cada um dos
documentos 1 a 3.
O Pártenon

Doc. 1 A busca da perfeição

Se perguntássemos a um conjunto de peritos qual


o edifício mais perfeito do mundo, os seus olhos
vagueariam imaginariamente pelas várias obras-
primas da Europa Ocidental, da Índia ou da China.
5 Então, um dos membros do grupo poderia chamar
a atenção para o significado exato do termo
“perfeito”. Após nova discussão, a escolha de um
dos peritos, senão de vários, recairia,
provavelmente, no Pártenon, em Atenas.
10 O que torna esta escolha particularmente
impressionante e mesmo elucidativa é o facto de O Pártenon (estado atual)
o Pártenon, como o vemos atualmente, se
encontrar em ruínas.
Quando foi completado, em 436 a. C., o Pártenon possuía, entre outros tesouros e ornamentos,
15 uma estátua da deusa Atena de ouro e marfim. [...]
Para apreciar as qualidades essenciais da arquitetura grega temos, até certo ponto, de usar a
nossa imaginação. Não nos é dado o privilégio de passear em Atenas ao longo dos caminhos
ladeados de árvores [...] para podermos comparar entre si as linhas de vários templos. Também
não podemos ver sem esforço, ao contrário dos Atenienses do século V a. C., como a arquitetura
20 e a estatuária se completavam mutuamente num todo único e harmonioso.
A razão por que essa harmonia foi atingida consistiu no facto de os escultores e arquitetos gregos
– existiam alguns artistas gregos que praticavam ambas as artes ‒ serem impelidos pela procura
constante de perfeição no traço. Os arquitetos atingiam-na combinando a criatividade com a
aplicação de regras. Ao fazê-lo, criavam em tudo o que construíam uma ilusória sensação de
25 simplicidade. [...]
As diversas ordens da arquitetura grega distinguiam-se mais claramente pelas variantes das
colunas e dos capitéis e, em particular, pela forma como estes eram decorados. As três ordens
principais eram a dórica, a jónica e a coríntia [...]. As ordens gregas eram subordinadas a regras
matemáticas estritamente aplicadas.
Eva Howarth, Breve História da Grécia Clássica, Ed. Presença, 1995.

1. As diversas ordens arquitetónicas (linha 27) definem


a) a utilização de colunas nos quatro lados do templo.
b) os materiais a utilizar na estrutura do edifício.
c) as regras a que obedecem as medidas do edifício e os seus elementos decorativos.
d) a ordem das diferentes salas do templo.

2. O Pártenon, considerado por muitos “o edifício mais perfeito do mundo” (linha 2), pertence
à ordem
a) dórica, alternando tríglifos e métopas no friso.
b) jónica, porque as colunas não têm base.
c) jónica, porque os capitéis são decorados com volutas.
d) coríntia, a ordem arquitetónica mais utilizada pelos Gregos.
3. O “todo único e harmonioso” (linha 20) formado pela arquitetura e pela escultura é
visível, por exemplo, no conjunto de estátuas que, no Pártenon, adornava
a) o frontão.
b) o fuste.
c) os capitéis.
d) a base do templo.

4. Identifique o escultor grego que realizou a “estátua da deusa Atena de ouro e marfim”
(linha 15) que, outrora, existiu no Pártenon.

A arte grega

Doc. 1 Templo de Afaia, ilha Doc. 2 Templo de Atena Niké, Doc. 3 Efebo de Antikythera
de Egina (séc. VI-V a. C.) Atenas (séc. V a. C.) (séc. IV a. C.)

1. Identifique as ordens arquitetónicas representadas nos Docs. 1 e 2 .

2. Compare a ordem arquitetónica patente no Doc. 1 com a ordem arquitetónica


apresentada no Doc. 2, relativamente a três características que as distinguem .
As três características devem estar patentes nos documentos 1 e 2.

3. Apresente duas características da escultura grega dos séculos V-IV a. C .


As duas características devem ser fundamentadas com informação do documento 3.
MÓDULO 1 – RAÍZES MEDITERRÂNICAS DA CIVILIZAÇÃO EUROPEIA –
CIDADE, CIDADANIA E IMPÉRIO NA ANTIGUIDADE CLÁSSICA
Unidade 2 – O modelo romano

Arquitetura greco-latina

Doc. 1 O Pártenon, século V d. C. Doc. 2 O Anfiteatro Flávio (Coliseu),


século I d. C.

Estado atual Estado atual e desenho esquemático

1. Identifique o local onde se situa o templo reproduzido no Doc.1.

2. Uma das características mais salientes das construções gregas é o recurso


a ordens arquitetónicas.
Associe cada uma das ordens arquitetónicas que constam da coluna A aos aspetos que
lhe correspondem na coluna B.
Todas as frases apresentadas devem ser utilizadas. Cada frase deve ser associada apenas a
uma das ordens.
Escreva, na folha de respostas, apenas cada letra e os números que lhe correspondem.

Coluna A Coluna B

a) Ordem dórica 1) Colunas sem base.


b) Ordem jónica 2) Capitel de volutas.
c) Ordem coríntia 3) Friso com alternância de tríglifos
e métopas.
4) Decoração contínua no friso.
5) Ordem preferida pelos Romanos.
6) Capitel decorado com folhas de acanto.
7) Capitel com moldura simples.

3. Compare as construções arquitetónicas apresentadas nos Docs. 1 e 2, apresentando


três aspetos em que se distinguem.
O mundo romano

Doc. 1 Maquete da cidade romana de Arelate Doc. 2 Uma dedicatória


(atual Arles, França), nos séculos II-III d. C. ao imperador

O augustal1 perpétuo Gaio


Heio Primo Catão […]
ofereceu e dedicou a Nero
Cláudio César Augusto
5 Germânico, filho do divino
Cláudio, neto de Germânico
César, bisneto de Tibério
César, trineto do divino
Augusto […] o proscénio e a
10 orquestra [do teatro] com toda
a sua decoração.
Texto epigráfico proveniente do teatro
de Olisipo (atual Lisboa), c. 58 d. C.
1. Sacerdote encarregado de
assegurar o culto ao imperador.

Doc. 3 A extensão da cidadania romana Doc. 4 Tábua de bronze com legislação mineira

Vós distribuístes, com abundância e


generosidade, a cidadania romana […].
Fizestes esforços para que o conjunto
dos habitantes do império pudessem
5 ser dignos dela. De tal forma que
“romano” não designa mais os
habitantes de uma cidade mas refere-se
a um único povo. […] Em cada cidade,
os vossos concidadãos são em grande
10 número, se bem que muitos dentre eles
nunca tenham visitado Roma. Já não
são necessários exércitos para manter
as cidades, pois, por todo o lado, os
homens mais influentes guardam, para
15 vós, a vossa pátria.
Bronze do século II d. C. com inscrição em latim.
Públio Élio Aristides, retórico greco-romano
Proveniente de Vipasca (atual Aljustrel), é considerado
(129-189 d. C.), Sobre Roma.
uma das mais importantes fontes para o estudo do
Direito Romano na Península Ibérica.

1. No urbanismo romano, o cardo (Doc. 1) era


a) a rua que conduzia às termas.
b) a rua onde habitavam os principais magistrados da cidade.
c) o eixo norte-sul da cidade.
d) a principal zona administrativa da cidade.

2. Identifique o “divino Augusto”, referido no Doc. 2.


3. Transcreva a afirmação do Doc. 3 que melhor documente a romanização do Império .

4. Desenvolva o tema O mundo romano, um espaço urbanizado e unido, apresentando


dois elementos de cada um dos seguintes tópicos de orientação:
 importância das cidades no mundo romano;
 padrão urbanístico;
 elementos de união dos povos do Império
Na sua resposta, integre, pelo menos, uma informação relevante de cada um dos
documentos 1 a 4.

O Direito romano

Doc. 1 Preâmbulo das Institutas do Código de Justiniano (583 d. C.)

O IMPERADOR CÉSAR FLÁVIO JUSTINIANO, […] SEMPRE AUGUSTO, AOS JOVENS QUE
DESEJAM DEDICAR-SE AO ESTUDO DAS LEIS, SAÚDE.
A majestade de um príncipe não deve brilhar somente pela força das armas, é necessário
também que se imponha pela força das leis, de modo que o Estado seja bem governado em
5 tempo de paz e em tempo de guerra; que o príncipe vença os seus inimigos nas batalhas; que
reprima as injustiças dos homens iníquos pela sabedoria das leis, enfim, que se torne tão digno
de apreço pelo seu governo justo como grande pelas suas vitórias e os seus triunfos.
Foi à força de cuidados e trabalhos […] que cumprimos estas duas tarefas. […]
Depois de termos retirado os decretos imperiais da confusão em que se encontravam, dando-lhes
10 ordem, pusemos o nosso empenho num número infinito de volumes dos antigos jurisconsultos, a
fim de os reduzir a um só; e, confrontando-nos com essa tarefa imensa, conseguimos, com a
ajuda de Deus, concluir em pouco tempo uma obra em que muitos dos nossos predecessores
falharam.
Depois deste feliz sucesso, do qual devemos graças a Deus, chamámos Tribónio, homem de raro
15 mérito […]; e também Teófilo e Doroteu, ambos personagens ilustres e doutos na ciência das leis
[…] e ordenamos-lhes que organizassem, sob a nossa autoridade e de acordo com nosso desejo,
Institutas1; a fim de que, sem necessidade dos livros antigos que estão cheios de máximas fora
de uso, pudésseis receber da majestade imperial os primeiros princípios da ciência das leis. […]
Feito em Constantinopla, no XI dia das calendas de dezembro (21 de novembro de 583 d. C.)
Imperador Justiniano, sempre augusto e cônsul pela terceira vez.
1. Conjunto de resumos das principais disposições legais, destinado ao estudo do Direito.

1. Transcreva um excerto do documento que revele a consciência da importância do


legado romano em matéria de Direito.

2. Segundo o imperador Justiniano, é necessário que o imperador se “imponha pela força


das leis” (linha 2).
Apresente um argumento invocado pelo imperador para sustentar esta afirmação.

3. Explicite, referindo dois aspetos, a importância assumida pelo Direito no mundo


romano.
Pelo menos um dos aspetos deve ser fundamentado com a informação contida no documento.
MÓDULO 1 – RAÍZES MEDITERRÂNICAS DA CIVILIZAÇÃO EUROPEIA –
CIDADE, CIDADANIA E IMPÉRIO NA ANTIGUIDADE CLÁSSICA
Unidade 3 – O espaço civilizacional greco-latino à beira da mudança

O fim do mundo antigo


Doc. 1 A atuação do imperador Teodósio1 vista por um historiador pagão

Depois destes sucessos militares [Teodósio], dirigiu-se a Roma juntamente com seu filho Honório
[…]. Ao mesmo tempo, nomeou Estilicão 2 comandante das legiões em Roma e deu-lhe o encargo
de proteger o seu filho. Depois, convocou o Senado. Os senadores tinham permanecido fiéis às
suas antigas crenças religiosas e não estavam dispostos a concordar com aqueles que
5 condenavam os deuses romanos. Teodósio fez-lhes um discurso em que os incitava a
reconhecer o seu “erro” (como lhe chamava) e a reconhecer a fé cristã porque prometia o perdão
de todos os pecados e todo o tipo de impiedades. Nenhum dos senadores se mostrou persuadido
por este discurso nem disposto a abdicar dos antigos ritos religiosos, que tinham passado de
geração em geração deste a fundação da Cidade, em favor de uma crença absurda. Porque,
10 disseram os senadores, seguindo a antiga religião, tinham vivido numa cidade que, durante
quase 1200 anos, nunca fora conquistada, e não sabiam o que aconteceria se abandonassem as
suas crenças por algo diferente.
Em resposta, Teodósio disse que o tesouro se esvaía com as despesas dos rituais e sacrifícios
[da religião romana], que os queria abolir, que não os aprovava, e, além disso, que as despesas
15 militares exigiam mais dinheiro dos fundos públicos. Os senadores retorquiram que as cerimónias
religiosas só poderiam ser realizadas com fundos públicos. Apesar disso, foi estabelecida uma lei
que proibia os rituais antigos e, como muitas outras coisas que vinham dos tempos dos
antepassados foram negligenciadas, o Império dos Romanos foi gradualmente enfraquecendo e
tornou-se o território dos bárbaros.
Zosimus, historiador do Império Romano do Oriente, História Nova, século V d. C.
1. Imperador entre 379 e 395. Foi o último imperador a governar todo o território do Império.
2. General romano de origem bárbara.

1. O relato de Zosimus condena


a) a atuação de Teodósio.
b) a atuação dos senadores romanos.
c) os excessivos gastos com os rituais religiosos.
d) o enfraquecimento do Império Romano.

2. Teodósio, ao estabelecer “uma lei que proibia os rituais antigos”


a) desencadeou a última das grandes perseguições.
b) concedeu liberdade de culto aos cristãos.
c) proibiu todas as manifestações religiosas.
d) tornou o cristianismo na religião oficial do Império Romano.

3. Ordene cronologicamente os seguintes acontecimentos relativos aos primeiros séculos


do cristianismo.
Escreva, na folha de respostas, a sequência correta das letras.
a) Morte de Cristo.
b) Édito de Milão.
c) Perseguições aos cristãos.
d) Fim do Império Romano do Ocidente.
e) Cristianização dos reinos bárbaros.

4. Apresente duas alterações que o fim do Império Romano trouxe à Europa Ocidental .
Fundamente uma das alterações com uma citação do documento.

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