DOSSIÊ DO PROFESSOR NOVO Linhas da História 10

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A organização política de Atenas no século V a.C.: as características do

FICHA 3 regime político

DOC. 1 | AS VANTAGENS DA DEMOCRACIA

Teseu: Atenas é livre: o povo lá reina. Cada um por sua vez, cidadãos, magistrados anuais, administram o Estado. Sem
privilégios devidos à fortuna: porque os pobres e os ricos têm direitos iguais.
O Arauto: A cidade de onde eu venho (Tebas) obedece a um único homem, não à multidão […]. Além disso, como é
que a massa, incapaz de raciocinar por si mesma, pode liderar a cidade no caminho certo? O tempo, não a improvisação,
dá-nos estas luzes. Um pobre lavrador, mesmo educado, não terá o lazer [tempo disponível] para falar de assuntos 5
públicos. […]
Teseu: Para um povo, não há nada pior que um tirano. Sob este regime, nenhuma lei é feita para todos. Um só homem
governa, e a lei é a marca. Assim, há mais igualdade, quando sob a regra das leis escritas os pobres e os ricos têm os
mesmos direitos. Os fracos podem responder ao insulto dos fortes, e o pequeno, se tiver razão, vencerá os grandes.
Quanto à liberdade, ela está nestas palavras: “Quem quer, quem pode dar uma opinião sábia à sua pátria?” Quando, à 10
vontade, todos podem brilhar ou calar a boca. Podemos imaginar melhor igualdade?
Eurípides, As Suplicantes, 423 a.C. [tradução adaptada].

DOC. 2 | O CONCEITO DE CIDADÃO DOC. 3 | OS LUGARES DO EXERCÍCIO DO PODER NA

PÓLIS ATENIENSE
Um regime político resulta de um certo modo de
ordenar os habitantes da cidade. […] Torna-se
pois evidente, portanto, que devemos começar por
orientar o nosso estudo para o cidadão, visto que
uma cidade é, por assim dizer, um composto de 5
cidadãos. Nesse sentido, cabe-nos considerar,
então, quem deveria ser chamado cidadão, e o que
é um cidadão. […] Diremos que nenhum
indivíduo é cidadão só porque habita num
determinado lugar, pois, tal como os cidadãos, 10
também os metecos e os escravos possuem um
local para habitar. […] Ora, não há melhor critério
para definir o que é o cidadão, em sentido estrito,
do que entender a cidadania como capacidade de
1. Lojas
participar na administração da justiça e do 15
2. Altar dos 12 deuses
governo. […] Costuma definir-se como cidadão 3. Estátua de Zeus
aquele cujo pai e cuja mãe são ambos cidadãos 4. Templo de Hefesto
[…]. 5. Sala do Conselho dos Quinhentos
6. Pritania: abrigava o fogo sagrado que ardia permanentemente
Aristóteles, Política, Livro III, 1275 a-b. 7. Edifício dos estrategos
8. Sala do tribunal do Helieu
9. Caminho em direção à Pnix reunia onde se reúne a
Assembleia

1. Transcreva um excerto que reflete o conceito de “cidade” (Doc. 2, l. 2) para Aristóteles.

2. Desenvolva o tema O exercício da cidadania em Atenas no século V a.C.: as potencialidades de um regime político
inovador, abordando os tópicos de orientação seguintes:
– a democracia e o papel dos cidadãos em Atenas;
– a ágora como local privilegiado do exercício da cidadania.
Na sua resposta,
– analise os dois tópicos de orientação, apresentando três elementos para cada tópico;
– relacione os elementos apresentados com o tema;
– integre, pelo menos, uma informação relevante de cada um dos documentos 1 a 3.

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3. Associe os cargos, presentes na coluna A, às funções correspondentes, que constam na coluna B. Todas as afirmações
da coluna B devem ser utilizadas. Cada uma das funções deve ser associada apenas um dos cargos.

COLUNA A COLUNA B

1. Magistrados que faziam parte do Conselho dos Quinhentos.

(A) Buleutas
2. Magistrados que exerciam a pritania.
3. Juízes sorteados anualmente que compunham o Helieu.
(B) Heliastas
4. Escolhidos à sorte, 50 de cada uma das tribos.
(C) Prítanes 5. Julgavam questões relacionadas com a maioria dos delitos.
6. Preparavam decretos que eram apresentados à Assembleia.
7. Cabia-lhes, durante um ano, executar as decisões da Assembleia.

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

1. Afirmação:
– “[…] Uma cidade é, por assim dizer, um composto de
cidadãos”.
2. Tópicos de resposta:
A democracia e o papel dos cidadãos em Atenas
– a democracia ateniense era um regime que assentava
na participação direta dos cidadãos que se reuniam em
Assembleia, na Eclésia, situada na “Pnix” (Doc. 3) ou
”Cada um por sua vez, cidadãos […] administram o
Estado” (Doc. 1);
– o regime político da cidade-estado de Atenas era
exercido pelos cidadãos: “Atenas é livre: o povo lá
reina” (Doc. 1);
– os cidadãos dispunham todos dos mesmos direitos,
independentemente da sua condição, porque “os
pobres e os ricos têm direitos iguais” (Doc. 1);
– a igualdade perante a lei era uma das características
do regime político que vigorava em Atenas, uma vez
que há mais igualdade, quando “os pobres e os ricos
têm direitos iguais” (Doc. 1);
– dispunham do direito de isegoria, “quem quer […]
pode dar uma opinião sábia à sua pátria” (Doc. 1) ou a
arte de bem falar era necessária e valorizada enquanto
competência dos cidadãos;
– o regime político ateniense significava que a cidade-
estado era governada pelos seus cidadãos ou eram os
cidadãos quem ocupava os cargos públicos: “[…] não
há melhor critério para definir o que é o cidadão […] do
que entender a cidadania como a capacidade de
participar na administração da justiça e do governo”
(Doc. 2);
– a condição de acesso à cidadania foi limitada durante
a governação de Péricles quando foi definido que
cidadão era “aquele cujo pai e cuja mãe são ambos
cidadãos”.
A Ágora como local privilegiado do exercício da
cidadania
– é na Ágora, a praça pública da cidade-estado, que se
localizam os principais edifícios político-administrativos
como a Bulé ou o “Conselho dos Quinhentos” (Doc. 3);
– era na “Pnix” (Doc. 3) que se reuniam os cidadãos
em Assembleia ou Eclésia para tratar de assuntos
fundamentais na vida da cidade-estado;
– a ágora era um espaço onde os cidadãos debatiam a
política e os assuntos da cidade;
– era na “Sala do tribunal do Helieu” (Doc. 3) que os
6000 juízes, sorteados de entre os cidadãos, julgavam
os delitos;
– os assuntos militares e a política externa eram
decididos no “Edifício dos estrategos” (Doc. 3).
3. (A) – 1, 4, 6; (B) – 3, 5; C – 2, 7

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