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Refletindo sobre o mistério da poesia, Jorge Luis Borges (2000) cita o bispo
Berkeley dizendo que uma maçã não se prova nem no próprio paladar nem ao comê-la na
boca. É preciso haver uma conexão entre eles. O mesmo vale para os livros da biblioteca.
De sua parte, ele é um objeto físico em um mundo de objetos físicos, mas quando o leitor
certo aparece, as palavras, ou melhor, os poemas nelas, "tornam-se à vida, e temos uma
ressurreição da palavra". O escritor argentino também destacou que a poesia é antes de
tudo "uma paixão e um prazer" e que não podemos defini-la mais do que podemos definir o
sabor do café, a vermelhidão, o pôr do sol. O objetivo desta proposta de intercâmbio é
divulgar o projeto de leitura de poesia para os alunos do 2º ano do ensino fundamental,
intitulado "Como Tirar Poemas dos Livros". Este projeto parte da intenção de Borges de
"reavivar a palavra poética" retirando-a da estante e fazendo-a "saltar", embora o ponto de
partida inicial tenha se limitado ao ambiente escolar. E entender a poesia como paixão e
alegria não é absorver textos palatáveis e ler por ler, mas, nesse sentido, quanto mais os
alunos possuem os textos poéticos e participam da construção de seu sentido como
coautores, mais rica é a estética .experiência, mais crítica, criativa e expressiva a prática da
linguagem é facilitada.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
BORGES, Jorge Luis. Sete noites. São Paulo: Max Limonad, 1980.
_______. Esse ofício do verso. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.
CANDIDO. A. O direito à literatura. In: Vários escritos. 3.ed. São Paulo: Duas
Cidades, 1995.
TREVISAN, Zizi. A poesia na sala de aula.. In: ROJO, Roxane (Org.) A prática
da linguagem em sala de aula: praticando os PCNs. São Paulo: EDUC; Campinas, SP.
Mercado das Letras, 2000 ( Coleção: As faces da lingüística aplicada).