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CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DO REGIME DOS

VENTOS NO ESTADO DO PARANÁ

Deise Fabiana ELY1


Lívia Maria Pederzini PEREIRA2

Resumo

O objetivo deste trabalho foi contribuir para o estudo do regime dos ventos no Estado do
Paraná. Os dados analisados referem-se a 16 estações meteorológicas de primeira classe, per-
tencentes ao Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR). A partir de tais dados foram determinadas
a direção predominante dos ventos, as velocidades médias diárias, mensais e anuais, a freqüên-
cia relativa, a distribuição da freqüência relativa acumulada, distribuição estatística de valores
extremos e os valores de picos máximos para períodos mensais e anuais de cada estação. Com
os resultados dessas análises foi possível correlacionar a dinâmica dos ventos com a revisão
bibliográfica sobre a dinâmica atmosférica predominante no estado, onde ocorrem ventos com
maiores velocidades médias no outono e na primavera.
Palavras- chave: Ventos. Direções e velocidades. Paraná.

Abstract

Contribution to the study of the winds regime


in the state of Paraná, Brazil

This paper aims to contribute to the study of wind regime in the state of Paraná, Brazil.
The data analyzed were collected from 16 first class weather stations belonging to the network of
Agronomical Institute of Paraná (IAPAR).Those data were used to determine the predominant
wind direction, the daily, monthly and yearly medium velocities, the relative frequency, the
distribution of the accumulated relative frequency, the statistic distribution of the extreme values
and wind gusts for monthly and yearly periods for each one of the weather stations. The results
of this analysis made it possible to correlate winds dynamical with bibliographical review about
predominant atmospheric dynamical in the Paraná, where occur winds with great velocities during
the fall and the spring.
Key words: Winds. Directions and velocities. Paraná.

1
Departamento de Geociências, Universidade Estadual de Londrina, Professora. E-mail: deise.ely@gmail.com
2
Pós-graduação em Geografia, Universidade Estadual de Londrina, Estudante. Campus Universitário -
Cx. Postal 6001 - CEP 86051-990 - Londrina-PR. E-mail: livia_mpp@yahoo.com.br

GEOGRAFIA, Rio Claro, v. 36, n. 3, p. 589-607, set./dez. 2011.


Contribuição para o estudo do regime dos
590 ventos no estado do Paraná GEOGRAFIA

INTRODUÇÃO

O vento desempenha um grande papel na definição climática em todas as escalas e o


conhecimento do seu regime, considerando as características da velocidade e das direções
predominantes dos ventos, sobre uma determinada região é fundamental para o desenvolvi-
mento de diversas atividades, podendo ser destacadas a implantação de quebra-ventos,
instalação de indústrias, fluxos de poluentes, conforto térmico, disseminação de focos de
incêndio e aproveitamento eólico.
Na agricultura, por exemplo, o vento está diretamente associado ao crescimento e
desenvolvimento das plantas, pois constitui um componente da produtividade vegetal, con-
tribuindo para o transporte de umidade e calor na atmosfera e deve ser levado em conside-
ração no planejamento das operações agrícolas e no desenvolvimento agrícola em geral.
O vento também pode consistir em risco para a agricultura, pois reduz o potencial
produtivo dos cultivos quando ocorre acima de determinados limites característicos do nível
de tolerância de cada espécie. A ocorrência de ventos com alta velocidade age mecanica-
mente sobre as plantas e pode ocasionar danos físicos às culturas por meio da agitação das
árvores, dos galhos e, consequentemente, queda das folhas, flores e frutos, propiciando o
ingresso de vírus, fungos e bactérias nos locais afetados por quebras, além de diminuição da
eficiência fotossintética (OMETTO; CARAMORI, 1981 apud VOLPE; SCHOFFEL, 2001). E,
ainda, pode favorecer um alto índice de transpiração e o consequente ressecamento da
planta, bem como a erosão do solo.
Por outro lado, a ocorrência de um longo período de calmaria, acompanhado de
incidência de radiação, pode provocar acamamento e mortandade das plantas. Desta forma,
em áreas de agricultura, o ideal seria a ocorrência de ventos moderados que, considerando
velocidades variáveis para cada espécie de cultivo, seriam de 1,4ms-1 a 1,6ms-1. (VOLPE;
SCHOFFEL, 2001)
Cada cultura tem uma velocidade do vento ótima para seu desenvolvimento. De
acordo com Volpe e Schoffel (2001), no Estado de São Paulo, os danos provocados pelo
vento têm sido um dos maiores fatores na queda da produção de bananas, com perdas de 20
a 25% e, também, foi constatado que velocidades do vento a partir de 5,6ms-1 sobre as
bananeiras provocam danos às folhas.
Segundo Raeuber e Engels (1966, apud Ometto, 1981), a velocidade do vento mais
favorável ao desenvolvimento do milho é 1,0ms-1, sendo que entre 4ms-1 e 8ms-1 o cresci-
mento da planta diminui em 50% e acima de 11ms-1 cessa completamente.
Experimentos com plantas individuais de café mostraram que velocidades do vento
acima de 2ms-1 e 3ms-1 prejudicavam o crescimento das mesmas. (CARAMORI et al., 1986)
Uma avaliação precisa do potencial de ventos para um determinado local também é
fundamental para o aproveitamento desse recurso como fonte de energia, tendo como
requisito básico a existência de uma série temporal de observações da velocidade e direção
dos ventos em uma altura adequada.
A velocidade média mínima dos ventos que permite a utilização de aero geradores
dependerá de sua aplicação e das características dos mesmos. Geralmente, para aplicações
em larga escala, com máquinas de grande porte, são requeridas velocidades médias dos
ventos de, no mínimo, 6,5ms-1 a 7,5ms-1.
Para a sua utilização em sistemas isolados pequenos, incluindo os sistemas mecâni-
cos para bombeamento de água, assume-se uma média de 3,5ms-1 a 4,5ms-1. Estes valores
consideram tanto a viabilidade técnica quanto econômica da implantação dos aero gerado-
res. (CRESESB, 2001)
Diante do exposto, têm–se como objetivos principais para o presente trabalho carac-
terizar o regime de ventos no estado do Paraná, enfatizando a velocidade média predomi-
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nante em cada região e época do ano, o pico máximo, bem como determinar as direções
predominantes dos ventos em escala mensal, zonal e anual com a finalidade de otimizar o
desenvolvimento agrícola e o aproveitamento energético, além de determinar a freqüência
de ocorrência de ventos extremos que causam prejuízos à agricultura e danos às proprieda-
des.

LOCALIZAÇÃO DA ÁREA E CONTROLES CLIMÁTICOS

O Estado do Paraná está localizado na região sul do Brasil (figura 1), com uma
extensão territorial de 199.314,85 km² que abrange as latitudes 22º a 27ºS e longitudes de
48º a 55ºW, sendo que o Trópico de Capricórnio atravessa o norte do estado.
As linhas orográficas e os sistemas hidrográficos delimitam as paisagens naturais do
Paraná e Maack (2002) as classificou em cinco regiões, do leste para o oeste: o litoral; a
serra do mar, constituída por um complicado tectonismo de falhas e zonas de maiores
elevações das rochas cristalinas, formando uma serra marginal que delimita o primeiro pla-
nalto e a planície litorânea; o primeiro planalto ou planalto de Curitiba que se estende entre
a serra do Mar e a escarpa devoniana. O segundo planalto ou planalto de Ponta Grossa, cuja
limitação entre o primeiro e segundo planalto é feita por uma linha de escarpa ou cuesta, a
escarpa devoniana e o terceiro planalto ou planalto de trapp do Paraná ou de Guarapuava
composto por latossolos roxos e vermelhos escuros e relevo levemente ondulado a aplainado
(Figura 3).

Figura 1 - Localização do Estado do Paraná


Fonte: NOGAROLLI (2007, p. 4).
Contribuição para o estudo do regime dos
592 ventos no estado do Paraná GEOGRAFIA

A temperatura média no estado varia de acordo com as latitudes e, principalmente,


com as altitudes, pois no noroeste do estado onde predominam altitudes entre 100 e 500m a
temperatura média anual é de 24°C, enquanto que no centro e no sul, onde as altitudes
ultrapassam os 1.000m, as temperaturas médias anuais são de 19°C e 15°C, respectivamen-
te. (IAPAR, 2000)
Correlacionada a tais padrões térmicos, a evapotranspiração média anual é 1.200 a
1.600mm no norte e noroeste do estado, atingindo valores médios de 700 a 800mm no
litoral. Vale ressaltar que a ocorrência de ventos fortes influencia negativamente na
evapotranspiração, pois favorecem um alto índice de transpiração e consequente ressecamento
das plantas.
Em relação à média pluviométrica anual, o norte e noroeste paranaense apresentam
precipitações médias de 1.200 a 1.400mm, enquanto que o litoral e o sudoeste do estado
apresentam médias anuais entre 2.000 a 3.500mm. (IAPAR, 2000)
Conforme Boin (2000, p. 53 – 55) a disposição da hidrografia no estado contribui para
a distribuição pluviométrica. Verifica-se um aumento da pluviosidade média de norte para o
sul, com valores que vão de 1.400 a 1.700 mm, justamente sobre a Serra Geral onde as
cotas altimétricas variam de 800 até 1.800m.
A hidrografia do estado é composta por 11 bacias hidrográficas principais, sendo que
a maior delas é a bacia do Paraná, tendo como seus principais afluentes os rios: Iguaçu,
Paranapanema, Tibagi, Ivaí e Piquiri. Os vales dos rios Tibagi e Paranapanema contribuem
para o deslocamento das frentes frias e da massa Polar em direção às latitudes menores,
situação que ocorre principalmente no verão, quando os anticiclones polares, de pressão
mais baixa do que no inverno, circulam com umidade em altitudes mais elevadas. No inverno,
quando há um maior número de anticiclones polares, com pressões mais elevadas, a umidade
associada ao deslocamento das frentes frias circula em menor altitude e precipita em baixas
cotas altimétricas. (BOIN, 2000, p. 53 - 55)
Além da massa Polar Atlântica (originária do anticiclone migratório polar), o estado do
Paraná tem seu clima controlado pelas incursões das massas Tropical Atlântica (originária do
anticiclone semi-fixo do Atlântico), Tropical Continental (originária da Depressão do Chaco)
e Equatorial continental (caracterizada sobre a baixa da Amazônia).
Conforme Mendonça (1994, p.102) tais massas de ar contribuem para a variação
térmica anual do Brasil Meridional e, por conseguinte, do Paraná. Os sistemas intertropicais
(mTa, mEc e mTc) atuam sobre o seu aquecimento, enquanto que o extra-tropical (mPa) no
seu resfriamento. No transcorrer sazonal os confrontos entre esses sistemas produzem uma
grande variação barométrica e que podem desencadear episódios de fortes ventos, pois
além dessa característica, outros mecanismos atmosféricos atuam no estado; como pode
ser observado na figura 3.
Nas figuras 2a e 2b verifica-se que a baixa atmosfera sobre o estado do Paraná é
bastante dinâmica com a atuação das frentes frias, de anticiclones extratropicais, da zona
de convergência do Atlântico Sul (ZCAS), dos jatos de baixos níveis e complexos convectivos
de mesoescala, reforçando a afirmação de que o Paraná se configura em uma zona de
confronto entre sistemas atmosféricos de diferentes porções do hemisfério sul, caracteri-
zando-se como uma área de transição climática em que ora predomina a atuação dos
sistemas tropicais ora os polares. (MONTEIRO, 1968; MENDONÇA, 1994)
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LI= Linha de Instabilidade; BCH= Baixa do Chaco; JBN= Jato de Baixos Níveis; ET= Cavado Equa-
torial; RA= Região Árida; RSA= Região semi-árida; CCM= Complexo convectivo de mesoescala;
CONV= Atividade convectiva; CG= Ciclogênese; ASAS= Alta subtropical; AE= Anticiclone
extratropical; B= Centro de Baixa Pressão; VC= Vórtice Ciclônico; AB= Alta da Bolívia; CCV= Vór-
tice Ciclônico frio; CO= Cirrus “Outflow”; JST= Jato Subtropical; JP= Jato Polar.

Figuras 2a e 2b – Descrição esquemática das características


sinóticas da circulação regional sobre a América do Sul
(Adaptado de SATYAMURTY; NOBRE; SILVA DIAS, 1998, p. 125)

Conforme as figuras 2a e 2b e as observações de Satyamurty, Nobre e Silva Dias


(1998, p. 120 - 122), em geral, a circulação dos ventos na baixa atmosfera na América do
Sul e, consequentemente sobre o Paraná, provém da região do Atlântico norte originária do
centro de alta pressão subtropical que flui ao longo do oeste dos Andes, na Colômbia e no
Peru, onde os ventos são bloqueados pelo declive e pela alta topografia e retornam gradual-
mente com direção norte e noroeste a leste das montanhas. Sobre a costa leste, os fluxos
penetram o continente com ângulos e velocidades levemente diferentes nas diversas esta-
ções e têm um efeito significativo sobre a precipitação costeira. A região deprimida entre os
dois anticiclones (do Atlântico e do Pacífico) conecta-se sobre o continente no cinturão
latitudinal entre 15º e 40ºS, constituindo uma região frontogenética. Nesta região existe
uma indicação da presença de um jato de baixos níveis de direção norte (com velocidade
dos ventos da ordem de 15m/s-1) abaixo de 850 hPa que é responsável pelo transporte de
vapor d’água e calor da Amazônia para a região do Paraguai e norte da Argentina.
As regiões do Paraguai, norte da Argentina, Uruguai e o sul do Brasil experimentam os
efeitos do rápido desenvolvimento dos complexos convectivos de mesoescala. Tais comple-
xos se formam, comumente, nas primeiras horas do dia, antes do nascer do Sol e tem um
ciclo de vida curto, menos que um dia. Eles são possivelmente alavancados pela brisa das
montanhas associada a uma atmosfera instável. Nas proximidades da interseção do jato de
baixos níveis de norte e o jato subtropical, de níveis superiores, a lâmina de instabilidade é
máxima, propiciando o desencadeamento da atividade convectiva. O jato de baixos níveis
fornece o transporte de umidade necessária para a formação de nuvens e precipitação em
tais complexos, que se movem a leste de sua região de origem em direção ao norte da
Argentina e Paraguai, afetando com chuvas intensas o sudoeste do Brasil e o Uruguai.
(SATYAMURTY; NOBRE; SILVA DIAS, 1998, p. 128)
Contribuição para o estudo do regime dos
594 ventos no estado do Paraná GEOGRAFIA

Ainda com relação aos controles climáticos que atuam sobre o sul do Brasil e do
Paraná, Grimm (2009, p. 263) destaca que a principal influência sobre os ventos de superfí-
cie é o sistema de alta pressão do Atlântico sul. Esse sistema atua sobre o sul do Brasil em
todas as estações do ano e produz vento médio na superfície de leste/nordeste e de fraca
intensidade.
Outro sistema de pressão importante para o Sul do Brasil é um
centro de baixa pressão intermitente no noroeste da Argentina,
Paraguai e sul da Bolívia, originado da interação entre os Andes,
ventos de oeste em altos níveis e aquecimento da superfície. Essa
baixa pressão aprofunda-se antes da passagem das frentes frias
e diminui um ou dois dias depois. É um sistema quente, menos
intenso no inverno, que afeta apenas a baixa troposfera (até 700
hPa) e com freqüência é acompanhado por subsidência, e,
consequentemente, por ausência de nebulosidade. Esse centro de
baixa pressão estende-se e aprofunda-se no verão (Baixa do
Chaco), fortalece o gradiente zonal subtropical de pressão e, com
isso, o componente meridional do vento, ajudando a fortalecer os
ventos de noroeste em baixos níveis que conectam os trópicos a
região Sul. (GRIMM, 2009, p. 264 -265)

Grimm (2009, p. 266) destaca que em nenhuma época do ano é observado vento
médio de sul em baixos níveis sobre a região sul do Brasil, sendo que o componente norte é
mais significativo e mais forte no inverno e na primavera; enfatizando que nos ventos de
norte e noroeste, com frequência, se desenvolve uma corrente de jato de baixos níveis que
pode aumentar a ocorrência de chuvas e ventos na região sul.
Os ventos médios na alta (e média) troposfera sobre a região Sul
são predominantemente de oeste, especialmente no inverno. [...]
No inverno, ventos de oeste estendem-se para o norte, atingindo
o sudeste/centro Brasil, enquanto no verão restringem-se ao ex-
tremo sul, pois se estabelece sobre grande parte do continente
uma circulação anticiclônica em torno da alta da Bolívia. [...] Nas
estações de transição, o jato subtropical de altos níveis está
centrado sobre o sul do Brasil/nordeste da Argentina, o que influ-
encia os máximos de precipitação na região e a ocorrência de com-
plexos convectivos de mesoescala. (GRIMM, 2009, p. 267)

Wagner (1989) realizou um estudo preliminar dos ventos no Estado do Paraná com o
fim de caracterizar o regime de ventos quanto à velocidade, direção predominante, veloci-
dade e direção do pico máximo e probabilidade de ocorrência das velocidades, para o período
de 1975 a 1986, com o objetivo de orientar a implantação de quebra-ventos, subsidiar
projetos de aproveitamento de energia eólica e fornecer elementos para instalação de
parques industriais e aeroportos.
A análise das séries anuais de dados permitiu a identificação das localidades de
Cascavel, Clevelândia e Ponta Grossa com velocidades médias diárias altas dos ventos,
constituindo as áreas mais indicadas para a viabilização do aproveitamento de energia eólica
no estado.
A direção do vento predominante na maior parte dos locais estudados foi a NE,
seguida das direções E e SE, fato que pode estar relacionado com os centros de alta
pressão do Atlântico e do Pacífico que originam ventos nesta direção e que atingem o
estado. Para os picos máximos dos ventos, embora a maior porcentagem tenha se concen-
trado nas direções NE, E e SE, os maiores valores verificados pelos autores citados ocorre-
ram nas direções S, SW e W, evidenciando uma correlação entre a entrada da massa de ar
polar, que é acompanhada de ventos do quadrante sul e a ocorrência de picos máximos
extremos.
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Prates, Zaicovski e Guetter (2002) analisaram o padrão de distribuição espacial do


regime de vento e de rajada no estado do Paraná, abordando as características de velocida-
de média horária e rajada máxima horária.
Este estudo foi realizado em quatro etapas. Na primeira foi feita a recuperação dos
dados horários do banco de dados do Instituto Tecnológico SIMEPAR para o período de 1° de
janeiro de 1998 a 31 de dezembro de 2000. Posteriormente foram aplicados testes para o
controle de qualidade dos dados horários por meio do cálculo das estatísticas para cada uma
das 24 horas do dia, que permitiram traçar mapas do vento médio e da rajada para as 9, 15
e 21 horas, para cada mês do ano. As análises revelaram que os meses de junho, setembro
e novembro apresentam os maiores valores anuais.
Com relação à distribuição espacial dos ventos no estado, foi verificado que as
regiões de Cascavel, Maringá, Francisco Beltrão, Guarapuava e Ponta Grossa apresentaram
os maiores valores de velocidade média do vento ao longo do ano. No mapeamento do ciclo
anual da rajada de vento, os meses de janeiro, setembro e outubro tiveram os maiores
valores, sendo este último o mês que concentrou as maiores velocidades de rajada, entre
8m/s-1 e 10ms-1, observados na região de Maringá. No período analisado os valores de rajada
máxima não ultrapassaram 25ms-1 no estado.

MATERIAL E MÉTODOS

Para a realização do presente trabalho foram utilizados registros de anemógrafos tipo


82a e 82b da marca R.Fuess, cujos sensores estão instalados a 10 metros acima do nível do
solo, referentes ao período de 1976 a 2007, de 16 estações da rede do Instituto Agronômico
do Paraná - IAPAR, situadas em Cambará, Bandeirantes, Ibiporã, Londrina, Paranavaí, Cianorte,
Palotina, Telêmaco Borba, Cascavel, Ponta Grossa, Guarapuava, Laranjeiras do Sul,
Clevelândia, Lapa, Pinhais e Morretes (figura 3). Estas estações foram escolhidas em virtu-
de de suas localizações dentro do estado e, principalmente, por serem as que abrigam o
anemógrafo universal.
Na análise foram caracterizados os seguintes parâmetros:
1) Velocidade média dos ventos - obtida a partir do total diário acumulado, cotado
com base nos anemogramas, das quais foram geradas as médias diárias mensais e
anuais para cada estação meteorológica, bem como os cálculos dos 20 intervalos
de classe dos dados, que vão de 0,5 a 10 m/s-1.
A análise dos resultados para a velocidade média dos ventos consistiu na construção
da frequência relativa, que é determinada pelo número de eventos para cada classe em um
determinado período. Também foi elaborada a distribuição de frequência relativa acumulada,
pois essa representação tem a vantagem de mostrar os eventos que são maiores ou meno-
res do que certo valor (ASSIS; ARRUDA; PEREIRA, 1996). A representação dos eventos foi
elaborada por meio das frequências relativas e a elaboração dos gráficos de frequência
acumulada para cada estação, denominados de polígonos de frequência acumulada.
Contribuição para o estudo do regime dos
596 ventos no estado do Paraná GEOGRAFIA

1= Terceiro planalto ou planalto de trapp do Paraná; 2= Segundo planal-


to ou planalto de Ponta Grossa; 3= Primeiro planalto; 4= Serra do Mar;
5= Zona litorânea.

Figura 3 - Localização das estações meteorológicas


(Adaptado de MAACK, 2002, p.110)

Para as análises das velocidades médias diárias dos ventos para diferentes níveis de
probabilidades foi utilizada a distribuição estatística de valores extremos denominada de
Gumbel. A função de probabilidade acumulada da distribuição de Gumbel é:
F(v) = exp{ exp[ + α (v + β)]},

em que α e β são, respectivamente, os parâmetros de locação e de forma da distribuição,


estimados a partir da média v e do desvio padrão S da série de dados observados. As
estimativas dos parâmetros α e β foram obtidas pelo método dos momentos.
2) Direção dos ventos - a direção predominante foi caracterizada por meio da análi-
se de frequência das observações diárias do vento em cada um dos quadrantes:
N, NE, E, SE, S, SW, W e NW.
Quando a velocidade horária foi inferior a 0,2 ms-1, as horas correspondentes foram
consideradas de calmaria, conforme recomendações da WMO (1995), assim como as horas
com direção indefinida foram contadas como de direção variável. A partir desses dados
foram elaboradas as rosas-dos-ventos com as médias mensais e anuais.
Para a identificação dos eventos de pico máximo acima de 15ms-1, valor a partir do
qual podem ocorrer danos às plantas e estruturas em geral, foram computadas e analisadas
as freqüências de sua ocorrência em cada uma das direções estudadas.
3) Os picos máximos foram obtidos por meio da cotação dos anemogramas para os
períodos anuais em cada estação meteorológica. Os resultados foram plotados
com o objetivo de identificaras regiões no estado mais sujeitas aos ventos extre-
mos.
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REGIME DOS VENTOS NO ESTADO DO PARANÁ

Os valores da velocidade média mensal e anual dos ventos para as 16 localidades


estudadas estão dispostos na tabela 1. Também foram confeccionados gráficos que apre-
sentam a relação entre as velocidades médias mensais e anuais no período estudado para
cada localidade, mas devido ao grande número de figuras optou-se por apresentar somente
a tabela 1.
Os locais que apresentaram as maiores velocidades médias mensais e anuais dos
ventos foram Cascavel, Clevelândia e Ponta Grossa, com valores acima de 3ms-1.
Os valores abaixo de 2ms-1 foram registrados em Morretes e Telêmaco Borba. As
médias da velocidade dos ventos oscilaram entre 2ms-1 e 3ms-1 para as demais localidades.
As análises dos gráficos sobre a relação entre as velocidades médias mensais e
anuais de cada localidade revelaram pouca variabilidade das velocidades médias mensais dos
ventos em relação às anuais. Foram observadas maiores velocidades médias durante o
inverno e a primavera, sendo que o mês de setembro apresentou os maiores valores para
quase todas as estações analisadas, exceto para Morretes.
A análise da freqüência das velocidades médias diárias dos ventos (tabela 2) mostra
uma ampliação da concentração dos dados que ficaram entre as velocidades de 1,5 e 3,5ms-
1
. As cidades de Cascavel, Ponta Grossa e Clevelândia apresentaram, como anteriormente,
maiores freqüências de velocidades dos ventos altas e vários episódios de ventos com
velocidades superiores a 8ms-1. E em locais como Cambará, Bandeirantes e Guarapuava,
quando comparados com as localidades citadas anteriormente, apresentaram a média diária
mais baixa, mas na análise da freqüência também registraram ventos com velocidades acima
de 8ms-1.
Telêmaco Borba se manteve como um local com velocidade média dos ventos baixa,
não registrando eventos acima de 6,0ms-1. Em Morretes houve o maior número de ocorrênci-
as de ventos de 0,5 a 1,5ms-1. A análise de freqüência para Pinhais demonstrou que essa
localidade apresenta os menores valores, não registrando ventos acima de 5ms-1 em nenhum
dia.
Contribuição para o estudo do regime dos
598 ventos no estado do Paraná GEOGRAFIA

Tabela 1 - Velocidade média mensal e anual do vento em ms-1, para as 16


estações estudadas no período de 1976 a 2007

LI = limite inferior e LS = limite superior; M = média.


Tabela 2 - Freqüência de velocidade do vento (dias),
obtida das séries com anos completos
v. 36, n. 3, set./dez. 2011
Ely, D. F. / Pereira, L. M. P.

n = número de observações.
599
Contribuição para o estudo do regime dos
600 ventos no estado do Paraná GEOGRAFIA

A partir dos gráficos de frequência relativa acumulada (devido a restrição do número


de páginas optou-se por apresentar apenas dois gráficos como exemplo - gráfico 1 e gráfico
2), cujos municípios foram agrupados conforme a região, obteve-se os valores de velocidade
média diária dos ventos associados aos níveis de probabilidade. Na tabela 3 encontram-se os
valores de velocidade média diária com probabilidades de não serem extrapolados em 50, 90,
95 e 99%. Isso significa que os dados tiveram 50, 10, 5 e 1% de velocidades médias acima
do valor registrado na tabela.
Cascavel, Ponta Grossa e Clevelândia foram os locais que apresentaram os maiores
valores de velocidade média diária dos ventos, com 10% dos seus dados igual ou acima de
4,1, 3,7 e 3,9 ms-1 respectivamente. Telêmaco Borba, Morretes e Palotina, como verificado
anteriormente, têm suas médias anuais baixas e apresentaram na mesma porcentagem
valores de 1,8, 1,5 e 2,1ms-1.

Gráfico 1 - P (V ≤ v) = probabilidades empíricas de ocorrência de valores menores


ou iguais à velocidade média diária do vento (v), para as cidades
de Paranavaí, Cianorte, Palotina e Cascavel

Gráfico 2 - P (V ≤ v) = probabilidades empíricas de ocorrência de valores menores


ou iguais à velocidade média diária do vento (v), para as cidades
de Morretes, Lapa, Ponta Grossa, Telêmaco Borba e Pinhais
v. 36, n. 3, set./dez. 2011 Ely, D. F. / Pereira, L. M. P. 601

Tabela 3 - Velocidades médias diárias (ms-1) observadas


em diferentes níveis de probabilidade

A distribuição das direções predominantes dos ventos no estado foi representada por
meio das rosas-dos-ventos para os doze meses do ano e a média anual para as 16 estações
analisadas, mas são apresentados aqui apenas os exemplos de Paranavaí (figura 4), Londri-
na (figura 5) e Bandeirantes (figura 6).
A partir de tais gráficos foi observado que, tanto para os meses como para as
estações do ano, não ocorrem mudanças significativas nas direções dos ventos nos locais
estudados. Os dados revelam predominância de vento nordeste (NE) para a maioria das
localidades estudadas, sendo elas: Paranavaí, Palotina, Clevelândia, Guarapuava, Ponta
Grossa, Cascavel e Morretes.
A segunda direção de maior ocorrência foi Leste (E), para Londrina, Cianorte, Laran-
jeiras do Sul, Lapa e Pinhais. Em seguida verificou-se a direção predominante de sudeste
(SE) para as localidades de Bandeirantes, Ibiporã, Cambará e Telêmaco Borba.
Para as localidades que apresentaram direção NE dos ventos como predominante, a
segunda direção mais freqüente foi E, com exceções de Clevelândia e Morretes cujas dire-
ções secundárias foram N e SO, respectivamente.
Nos locais onde a direção E foi predominante, a segunda direção mais freqüente foi
NE e para os locais de maior ocorrência de direção SE tiveram na sequência as direções S e
E.
Os resultados mostraram que a direção predominante dos ventos para o estado se
concentra entre os quadrantes NE-E-SE.
Contribuição para o estudo do regime dos
602 ventos no estado do Paraná GEOGRAFIA

Figura 4 - Direções predominantes dos ventos a partir das médias


mensais e anual para a cidade de Paranavaí
v. 36, n. 3, set./dez. 2011 Ely, D. F. / Pereira, L. M. P. 603

Figura 5 - Direções predominantes dos ventos a partir das médias


mensais e anual para a cidade de Londrina
Contribuição para o estudo do regime dos
604 ventos no estado do Paraná GEOGRAFIA

Figura 6 - Direções predominantes dos ventos a partir das médias


mensais e anual para a cidade de Bandeirantes
v. 36, n. 3, set./dez. 2011 Ely, D. F. / Pereira, L. M. P. 605

Na tabela 4 constam os maiores picos máximos registrados em cada direção da rosa-


dos-ventos. A maior porcentagem de picos máximos se concentrou na direção SW nas
localidades de Bandeirantes, Ibiporã, Londrina, Paranavaí, Guarapuava, Lapa, Morretes e
Pinhais. Para as demais cidades as direções variaram de N, E, SE, S, W e NW. Segundo
Wagner (1989), altos valores de ventos na direção S-SW-W evidenciam uma correlação
entre a entrada de massas de ar polares que são acompanhadas de ventos do quadrante Sul
e a ocorrência de picos máximos extremos.

Tabela 4 - Maiores valores de pico máximo (ms-1) por direção


da rosa-dos-ventos, para as 16 cidades analisadas

Também foram confeccionados gráficos para a representação dos valores anuais de


picos máximos para toda a série de dados e respectivas estações, mas devido ao grande
número de figuras optou-se por apenas relatar os resultados das análises. Tais análises
demonstraram que Londrina apresentou o maior valor de pico máximo dos ventos do estado,
que foi de 50ms-1 ocorrido no dia 17 de julho de 1978.
Cambará, Bandeirantes, Ibiporã, Palotina, Clevelândia, Cascavel, Telêmaco Borba,
Lapa, Ponta Grossa e Morretes registraram valores entre 30 a 40ms-1.
Os menores picos foram verificados em Cianorte, Paranavaí, Guarapuava, Laranjeiras
do Sul e Pinhais, que não ultrapassaram a velocidade de 30ms-1.

CONCLUSÕES

A análise sobre a relação entre as velocidades médias mensais e anuais calculadas


paras as várias localidades do estado do Paraná revelou pouca variabilidade das velocidades
Contribuição para o estudo do regime dos
606 ventos no estado do Paraná GEOGRAFIA

médias mensais dos ventos em relação às anuais. Foram observadas maiores velocidades
médias durante o inverno e a primavera, sendo que o mês de setembro apresentou os
maiores valores para quase todas as estações analisadas, exceto para Morretes, confirman-
do os dados identificados por Prates, Zaicovski e Guetter (2002).
Vale ressaltar que neste período de transição sazonal ocorre o gradativo aquecimen-
to do continente sul-americano favorecendo os contrastes barométricos com o retorno do
anticiclone do Atlântico Sul para sua posição climatológica confrontando com as passagens
frontais e a massa Polar atlântica que ainda atua sobre o estado, bem como o recuo das
massas de ar tropicais de baixa pressão. A atuação dessas massas está relacionada com os
valores das velocidades dos ventos abaixo da média anual registrados no verão e outono,
havendo valores médios bem próximos entre os meses para todas as estações.
A distribuição de freqüência das velocidades médias diárias do vento propiciou uma
análise mais consistente e a comparação com os dados de velocidade média diária, o que
mostra uma ampliação da concentração dos dados que ficaram entre as velocidades de 1,5
e 3,5ms-1. As cidades de Cascavel, Ponta Grossa e Clevelândia apresentaram velocidades
médias mensais acima de 3ms-1 em todos os meses do ano, com exceção apenas para o mês
de março em Ponta Grossa. Nas demais localidades essas médias ficaram abaixo de 3ms-1 e
em Morretes e Telêmaco Borba foram inferiores a 2ms-1.
A direção predominante dos ventos foi de NE nas localidades de Paranavaí, Palotina,
Cascavel, Clevelândia, Guarapuava, Ponta grossa e Morrestes. Em Londrina, Cianorte, La-
ranjeiras do Sul, Lapa e Pinhais os ventos tiveram direção predominante de E e em Cambará,
Bandeirantes, Ibiporã e Telêmaco Borba de SE, essas últimas localidades estão situadas na
margem direita do rio Tibagi podendo contribuir para a direção dos ventos. Verifica-se que as
direções predominantes dos ventos no Paraná são oriundas do quadrante leste, demons-
trando a influência do anticiclone do Atlântico sul sobre os ventos na superfície, que sofre
pequenas alterações nas direções em virtude do posicionamento latitudinal e do relevo das
localidades estudadas, indo de encontro com o que Wagner (1989) havia ressaltado.
A análise dos picos máximos dos ventos no estado demonstrou que tais eventos
possuem direção predominante de SW e o maior valor registrado foi de 50ms-1, na cidade de
Londrina. Conforme Maack (2002) e Waganer (1989), altos valores dos ventos oriundos do
quadrante sul demonstram a influência da entrada das massas polares no estado. Os antici-
clones que se infiltram desfazem a camada de nuvens em pouco tempo, trazendo consigo
dias claros e ensolarados. As massas de ar polares estagnadas sobre o continente se
aquecem, novamente devido ao acumulo das radiações solares, motivando a mudança da
direção dos ventos de E para NE.
Vale destacar também que os ventos extremos têm sua origem associada à atuação
de determinados sistemas meteorológicos, sendo que os sistemas convectivos de mesoescala
e os sistemas de grande escala (frontais e linhas de instabilidade) são os mais relevantes,
mas que requerem um estudo mais acurado para a identificação de sua atuação e a identi-
ficação dos impactos de sua ocorrência sobre as localidades estudadas, demonstrado a
necessidade de aprofundar tais análises.
v. 36, n. 3, set./dez. 2011 Ely, D. F. / Pereira, L. M. P. 607

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Recebido em janeiro de 2011


Revisado em março de 2011
Aceito em março de 2011

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