Você está na página 1de 44

MOUSA

Edição 1.
Novembro de 2020
AQUI O FOCO SÃO ELAS!

COMUNICAÇÃO
HISTÓRIA E PARTICIPAÇÃO DAS MULHERES NELA.
2

Carta ao leitor...

SEJA MUITO BEM-VINDA (O)

A revista Mousa foi feita para homenagear mulheres


importantes em diversos meios.

Nessa primeira edição, apresentamos a você leitor


uma resumida História da Comunicação e, citamos
duas mulheres que foram de grande importância
dentro dela.

Aqui você também encontrará assuntos sobre Moda,


Política, Esporte, Receitas, e muito mais… Contamos
também com o “Artes e Musas”, um espaço
exclusivo para você se inspirar.

Mousa é muito mais que uma revista sobre


mulheres, escrita por mulheres e feitas para as
mesmas. É um veículo de comunicação que busca
mostrar que existiram mulheres que lutaram muito
e mesmo assim, a luta ainda não acabou.

Te desejamos uma ótima leitura, e um grande abraço a


todas as mulheres desse universo.

COORDENAÇÃO GERAL REVISÃO

FERNANDA SANTOS VITÓRIA MENDES

VITÓRIA MENDES AGRADECIMENTO


ESPECIAL:
DIAGRAMAÇÃO/
PROJETO GRÁFICO A PROFESSORA EVENIZE
COLEGAS E AMIGOS.
FERNANDA SANTOS
ÍNDICE 3

5-FEMINISMO 6-BELEZA 8-MODA FEMININA

MODA FEMININA 12-MODA 14-CAPA


MASCULINA

18-ESPORTE 22-NUTRIÇÃO 24-RECEITA

26-POLÍTICA "ARTES E MUSAS"


GIRL
POWER
PODER FEMININO
UM POUCO SOBRE O 5

FEMINISMO

O QUE É FEMINISMO?
Bem resumidamente, o feminismo é um movimento social, político e
filosófico.
QUAL A LUTA DO FEMINISMO?
Esse movimento luta contra as manifestações do machismo na
sociedade. Pela igualdade de condições entre homens e mulheres, no
sentido de que ambos tenham os mesmos direitos e as mesmas
oportunidades.

HOMENS PODEM FAZER PARTE?


O feminismo é, por natureza, um movimento que visa dar voz às
mulheres. Por isso mesmo, a opinião dos homens sobre as demandas
feministas não podem ser o foco das discussões. Apesar disso, os
homens podem sim ajudar as mulheres nessa batalha.

SÍMBOLOS DO MOVIMENTO FEMINISTA


O círculo apoiado na cruz representa o espelho da deusa
Afrodite, a deusa do amor e da feminilidade. Não é bem
um símbolo feminista e sim uma representação do
feminino.
O punho erguido é um símbolo de diversas lutas.
Recentemente se tornou símbolo do movimento negro
com os Panteras Negras. Sendo inserido no circulo de
vênus, tornou-se símbolo do feminismo negro.

Representando a luta das mulheres trans dentro do


movimento feminista. O ícone une o símbolo feminino,
o masculino e o punho.
6 BELEZA

DICAS DE BELEZA PARA O ROSTO


A beleza está muito presente na aceitação das mulheres, por isso hoje
vamos apresentar algumas dicas para você se sentir mais linda do que já é,
seguindo o que está em alta no momento.

PELE ILUMINADA
Algumas mulheres evitam usar base
diariamente ou simplesmente não
gostam, pensando nisso a nossa dica
para você é utilizar de BB cream,
cremes hidratantes, séruns e óleos
para sua pele manter a aparência
natural e ficar ainda mais radiante.

O QUE É SÉRUM?

Sérum nada mais é do que uma


substância mais aquosa que é de fácil
absorção na pele, proporcionando uma
hidratação mais profunda, em
comparação com os hidratantes. Por
tal motivo caiu no gosto de homens e
mulheres na hora dos cuidados com a
pele.

BLUSH CREMOSO

Outro forte aliado para uma pele com


aspecto natural são os blushes em
bastão, tendo uma fórmula mais
cremosa, não necessita de base e
oferece uma textura mais leve,
garantindo aquele “ar de saúde”.

SOMBRA GLOSSY

Fugindo do natural e partindo para


você que quer inovar na maquiagem,
lhe apresento a sombra Glossy.
No lugar de usar gloss nos lábios, que
tal utiliza-lo na pálpebra, podendo ser
aplicado por cima de uma sombra ou
até mesmo sozinho.
BELEZA 7

DELINEADOS COLORIDOS

Fugindo do delineado preto, por que


não ousar?
Os delineados coloridos chegaram
para mostrar que eles tem varias
formas de uso, fazendo com que sua
maquiagem se torne ainda mais
criativa e transforma o seu olhar.

SOMBRAS COLORIDAS

Sim, como você pode perceber as cores


estão em alta então use e abuse
daquele vermelho, rosa, verde,
laranja… Para ficar ainda mais
moderna, aplique com os próprios
dedos as sombras.

MISTURE AS TENDÊNCIAS

Todas as fotos: reprodução/Pinterest

LEMBRE-SE SEMPRE: FAÇA O QUE TE FAZ


BEM. LIBERTE-SE E SEJA VOCÊ MESMA!
8 MODA FEMININA

COCO CHANEL
A ESTILISTA ICÔNICA ETERNIZADA PELO MUNDO DA MODA

Gabrielle Bonheur Chanel, nasceu em


20 de agosto de 1883, na pequena vila de
Saumur, oeste da França. Filha de

© Vogue
Jeanne Devolle e Albert Chanel, veio a
se tornar órfã de mãe muito nova, seu
pai então resolveu levar ela e suas duas
irmãs (Julie e Antoinette) para o
orfanato de Aubazine, onde foram que deu um verdadeiro golpe ousado,
educadas pela tia. lançando calças masculinas para
APELIDO mulheres. Sua inspiração veio das
calças de boca largas usadas por
Coco foi um apelido que surgiu em marinheiros.
meados de 1905, quando Gabrielle
Sua originalidade, transformou a
cismou que seu destino era ser artista e
silhueta feminina, e não parou por aí.
resolveu cantar no La Rotonde, um café
Acessórios em pérolas fizeram parte
local.Uma das canções mais cantadas
dessa mudança, bolsos em roupas
por ela era “Qui qu’a vu Coco” (Quem
femininas, cachecóis e o corte de cabelo
foi que viu Coco), os clientes assíduos
clássico, simétrico, reto, mostrando a
frequentadores desses concertos,
nuca — o eterno corte Chanel.
apelidaram na de Coco. Depois disso, ela
nunca mais foi chamada de Gabrielle. Também eternos até os dias atuais é o
famoso “pretinho básico” — Vestido
A FRENTE DO SEU TEMPO
reto, simples, num bom tecido de cor
Chanel iniciou na moda com uma loja preta. Sendo considerado por Chanel, a
de Chapéus em Paris, com seu jeito elegância em qualquer situação.
único deixou de lado uma tendência na
“Uma mulher precisa de apenas duas
época entre as mulheres, colocando em
coisas na vida: um vestido preto e um
destaque um jeito de se vestir prático e
homem que a ame”
confortável.
CHEIRINHO DE SUCESSO
Revolucionando o modo de ser, pensar
e se vestir. Utilizou suéter masculino Chanel não parou apenas nas roupas e
sobre saias lisas e retas, mas foi em 1920 acessórios. Em comemoração aos seus
MODA FEMININA 9

40 anos, em 1923 criou o perfume FOTOS


Chanel n°5, que até hoje é o perfume
mais vendido em todo o mundo.
© Reprodução

CURIOSIDADE

O número 5 presente no nome do


perfume, é o número da sorte de Coco.
© Getty
MORTE

Coco morreu em 10 de janeiro de 1971,


em um domingo — o dia da semana que
ela dizia odiar: “Só aos domingos eu não
invento nada”. Deixando seu império
que continua inabalável, a marca
Chanel continua em plena atividade,
sendo de grande importância para o
mundo da moda, foi se adaptando as © Reprodução / Getty
mudanças, mas não deixou de lado o
conforto e a sofisticação que Coco
implantou a marca.

“A moda sai de moda, o estilo jamais.”

© Reprodução / Getty
10 MODA FEMININA

5 TENDÊNCIAS DE ACESSÓRIOS 2020/2021


A MODA PASSOU POR DIVERSAS TRANSFORMAÇÕES, E QUAIS SÃO
AS TENDÊNCIAS DE ACESSÓRIOS DO ANO DE 2020/2021?

1 – COLARES DE CORRENTES E PINGENTES

Fotos: reprodução/Pinterest

2– BRINCOS DE MOEDAS, BOLINHAS, CORRENTES, CRUCIFIXO,


INICIAIS DE NOMES,CONCHAS E ASSIMÉTRICOS.

Fotos: reprodução/Pinterest
MODA FEMININA 11

3 – MIX DE PULSEIRAS COM OU SEM ANÉIS

Fotos: reprodução/Pinterest

4 – MIÇANGAS COLORIDAS

Fotos: reprodução/Pinterest

5 – COLORFUL STONES – PEDRAS COLORIDAS

Fotos: reprodução/Pinterest
12 MODA MASCULINA

TENDÊNCIAS PARA OS HOMENS 2020/2021


ELES TAMBÉM NÃO FICAM DE FORA!
RELÓGIO

Fotos: reprodução/Pinterest

PULSEIRAS, COLARES E ANÉIS

Fotos: reprodução/Pinterest

CHAPÉU, MEIAS DE CANO ALTO E ÓCULOS

Fotos: reprodução/Pinterest
MOUSA
14 CAPA

COMUNICAÇÃO
UMA BREVE HISTÓRIA DA COMUNICAÇÃO E QUAL FOI A PARTICIPAÇÃO
DAS MULHERES DENTRO DELA.

Ao longo da História foram sendo descobertas algumas formas de


comunicação, desde pinturas em cavernas (Arte rupestres) com a utilização de
materiais encontrados na natureza , até a produção de papiros .

Por Prof saxx - Domínio público.


Uma pintura em papiro do antigo Egito mostra
Animais pintados na Gruta de Lascaux, um dos um barco no rio Nilo.
sítios de arte rupestre mais famosos do mundo
© Keith Wheatley/Fotolia.com

Um homem que foi de grande importância na facilitação da comunicação foi


Johann Gutenberg, o inventor da prensa móvel.

Prensa de tipos móveis Tipos móveis justapostos num componedor, do ponto de vista do
de 1811, em exposição compositor tipográfico (ou chapista).
em Munique, Alemanha Willi Heidelbach

Sua invenção foi importante, pois permitiu que a produção de livros a mão
fosse facilitada, os livros passaram a ser impressos de forma rápida e barata.
Ajudando na disseminação de ideias e conhecimento, e também favoreceu o
processo das reformas religiosas.
CAPA 15

Muitos anos depois foram inventados outros meios de comunicação, entre


eles o rádio com transmissão sem fio, invenção de Guillermo Marconi e a
televisão de Philo Farnsworth, que nos dias atuais ainda são muito utilizados.

Guglielmo Marconi trabalhando em seu O inventor Philo T. Farnsworth exibe sua


laboratório, por volta de 1903. Crédito: última versão da televisão.
Wikicommons Imagens Bettmann / Getty

Como podemos perceber todas essas invenções foram descobertas por


homens, mas qual foi a participação das mulheres na comunicação?
Pouco se fala a respeito de invenções feitas por mulheres dentro da
comunicação, ou da importância de figuras femininas no meio, e de como
muitas mulheres também foram responsáveis por transformar o modo de se
comunicar no Brasil e no mundo.

MARIA JOSEFA BARRETO PEREIRA PINTO

Um exemplo disso, é a história de Maria Josefa Barreto Pereira Pinto, primeira


jornalista mulher do Brasil, mulher que muitos desconhecem, nunca ouviram
falar, mas uma história que todos deveriam conhecer, especialmente
profissionais da comunicação.
Professora, poeta, escritora, feminista e jornalista, não se sabe ao certo a data
de seu nascimento, alguns dizem 1775. Fundou dois jornais em Porto Alegre, o
"A Idade D'Ouro" (1833), ao lado de Manuel Figueroa, e o jornal "Bellona Irada
Contra os Sectários de Momo" (1833).
Maria não teve uma vida nada fácil, foi abandonada pelos pais biológicos,
casou-se com um carcereiro corrupto que também veio a abandoná-la e
perdeu seus dois filhos, mas isso não foi o suficiente para que ela desistisse.
Nascida e crescida em uma época em que a sociedade era marcada pelo
patriarcado e machismo, ela se manteve forte, sendo muito além de pioneira
do jornalismo no Brasil. Maria Josefa foi precursora de movimentos
feministas, acreditava que deveria lutar contra o aprisionamento imposto às
mulheres, a fim de garantir seus direitos.
Além do jornalismo, Maria se dedicava à educação. Ela foi responsável por
inaugurar a primeira escola mista no Brasil, que permitia crianças de ambos os
sexos estudarem nas mesmas salas de aula.
16 CAPA

De acordo com os livros de óbitos da época, Maria Josefa morreu em 1837, e


não foi possível determinar a verdadeira causa de sua morte, sendo
considerada "morte interior".

FRANCISCA SENHORINHA DA MOTTA DINIZ

Outra figura de altíssima importância para a


comunicação, foi Francisca Senhorinha da Motta Diniz,
jornalista, escritora e educadora mineira, nascida no
século XIX, também não se sabe ao certo quando.
Francisca fundou, foi editora e redatora de um dos
principais jornais de orientação feminista do século
XIX. Trouxe ao mundo temas polêmicos como voto
feminino, movimento feminista e abolição da
escravatura, ao criar o semanário “O Sexo Feminino”,
que também sugeria a emancipação da mulher através
da educação.

Arquivo Domínio público Assim como Maria Josefa, Francisca foi uma jornalista
precursora do movimento feminista no Brasil, e lutou
especialmente pelo direito a educação, em seu
romance “A judia Rachel”, de 1886, ela escreveu:
“Queremos a instrução pura para conhecermos nossos
direitos, e deles usarmos em ocasião oportuna.
Queremos, enfim, saber o que fazemos, o porquê e pelo
que das coisas. Só o que não queremos é continuar a
viver enganadas”.
Mais tarde, ainda defendendo os direitos das mulheres,
Francisca passou a se dedicar à luta do estudo
secundário e ao trabalho, e a denunciar a educação que
era oferecida às meninas.
Em 1890, ela publica um artigo denominado “igualdade
de direitos”, o qual ela diz: “Desejamos que os senhores
do sexo forte saibam que se nos podem mandar, em
Semanário suas leis, subir ao cadafalso, mesmo pelas ideias
“O Sexo Feminino” políticas que tivermos, [...], também nos devem a
justiça de igualdade de direitos, tocante ao direito de votar e o de sermos
votadas”.
Maria Josefa e Francisca Senhorinha foram mulheres, jornalistas, feministas,
em épocas tão difíceis, mas que não se calaram diante das imposições
estabelecidas para o sexo feminino, viveram lutando não só por seus direitos,
mas pelos direitos de todas as mulheres.
Nos dias atuais no meio da comunicação tem uma participação maior de
mulheres, mas em tempos não tão distantes, isso era totalmente diferente, foi
graças a coragem e determinação de mulheres como essas que isso pode se
tornar realidade.
JORNALISTAS 17
BRASILEIRAS

Credit: Getty Images/Ilya S. Savenok (Foto: Clara Araújo / Arquivo Ibase Foto: Alex Batista/ Revista TPM

SANDRA ANNENBERG FLÁVIA OLIVEIRA ANDRÉIA SADI

(@AlineMidlej) | Twitter (Instagram) Fábio Rocha/TV Globo

ALINE MIDLEJ POLIANA ABRITTA MAJU COUTINHO

Foto: João Bertholini Jr Faria studio/divulgação

FLÁVIA LIMA DANIELA ARBEX


18 ESPORTE

MULHERES NO ESPORTE
A HISTÓRIA DE TRÊS MULHERES QUE FORAM DE GRANDE
IMPORTÂNCIA NO MEIO ESPORTIVO.

Retrato d'Alice Milliat, desportivo francês.

ALICE MELLIAT
Nascida em 1994, na França, Alice Joséphine Marie Milliat foi uma mulher a qual
teve grande importância no movimento esportivo feminino. Ela acreditava no
esporte como forma para ao desenvolvimento de personalidade, e como foi a
primeira mulher a conseguir um diploma de remadora de longa distância, decidiu
em 1917, fundar a Federação de Sociedades Femininas da França (FFSF), já que
naquela época, acreditava-se que as mulheres eram frágeis para a prática de
esporte, proibindo a participação nas olimpíadas modernas.

Essa instituição então, passou a regular atividades esportivas para mulheres e,


mais tarde, em 1921, criou-se com o apoio de outros países, a Federação
Internacional Esportiva Feminina (FSFI), supervisionando atividades, recordes e
estabelecendo regras para o esporte feminino.

Ainda em 1921, Alice organizou a Olimpíada feminina, que contou com a


participação da Inglaterra, Suíça, Itália, Noruega e França, e no ano seguinte,
contou com 300 mulheres de sete países.

Graças ao sucesso da FSFI, o COI (Comitê Olímpico Internacional), em 1936, passou


a integrar os esportes femininos nas Olimpíadas Moderna, reconhecendo as
mulheres como atletas olímpicas.

Contudo, em 1938, a FSFI foi dissolvida, já que gradualmente, as modalidades


femininas foram sendo incluídas nos Jogos Olímpicos.

Alice Melliat mudou a forma como as mulheres eram vistas no esporte,


especialmente nos Jogos Olímpicos, sua luta trouxe grande reconhecimento ao
movimento feminista ao protestar sobre os papéis sociais das mulheres.
ESPORTE 19

Topical Press Agency/Getty Images

CHARLOTTE COOPER
A tenista britânica Charlotte Reinagle Cooper foi a primeira mulher a ganhar uma
medalha de ouro olímpica, revolucionando para sempre o mundo do esporte.

Nascida em 1870, Cooper cresceu praticando esportes, venceu muitas disputas ao


longo de sua carreira, tendo conquistado o torneio de Wimbledon (o mais antigo e
de maior prestígio torneio de tênis do mundo, ) cinco vezes.

Contanto foi nos Jogos Olímpicos de verão de Paris, em 1900, que Charlotte se
tornou conhecida no esporte ao vencer o torneio de simples do evento, e também o
torneio de duplas mistas. O ocorrido foi tão excepcional que, naquela época, as
atletas mulheres eram consideradas apenas “convidadas”, e não recebiam as coroas
dos louros da vitória, já que formavam apenas 2% do total de participantes, então
Charlotte, apesar de ter conquistado o posto máximo dos jogos, só foi receber seu
prêmio em 1912.

Seu estilo era agressivo, era uma das únicas tenistas a sacar por cima da cabeça
naquela época, e gostava de subir à rede. Foi inclusive eleita para o Hall da Fama do
tênis, e aos 37 anos conquistou seu último prêmio, sendo então a tenista mais velha
na época, a ser campeã.

Pioneira no esporte, que na época, era predominantemente masculino, teve uma


carreira admirável, foi e ainda é considerada, uma das maiores atletas olímpicas,
com um talento singular e que lutou por cada conquista, visto que ela teve de se
adaptar ao jogo após ficar surda em 1896. E, além disso, assim como as atletas da
época, usava vestido e sapatos nada adequados para o esporte.

Em 1966, faleceu com 96 anos, sendo que continuou jogando tênis até os 50 anos.
20 ESPORTE

Arquivo Nacional

MARIA LENK
pais, imigrantes alemães, decidiram
Nascida em 1915, Maria Emma Hulga então colocá-la na natação para
Lenk Zigler foi a maior nadadora tratamento, de modo a melhorar sua
brasileira de todos os tempos. Com saúde. Como seus pais não tinham
apenas 17 anos, foi a primeira mulher piscina, ela iniciou seus treinamentos
sul-americana a competir nas no rio Tietê.
Olimpíadas.
Em 1942, aos 27 anos, ela decide
Mesmo não tendo ganho nenhuma abandonar a carreira como nadadora
medalha em Olimpíadas para o Brasil, profissional, ajudando a fundar a Escola
em 1936 na Olimpíada de Berlim, ela foi Nacional de Educação Física, da então
a primeira pessoa do mundo a nadar no Universidade do Brasil, no Rio de
estilo borboleta, sendo então respon- Janeiro (atualmente Universidade
sável por introduzir esse estilo em um Federal do Rio de Janeiro). Com isso, se
dos quatro oficiais da natação e, além tornou a primeira mulher a dirigir uma
disso, quebrou dois recordes mundiais, faculdade de Educação Física na
nos 200 m e 400 m peito, sendo até hoje, América do Sul.
a primeira e única brasileira a alcançar o
Foi homenageada diversas vezes ao
feito, vindo a se tornar uma grande
longo de sua vida. Em 1988, Lenk entrou
pioneira da natação moderna.
para o Hall Internacional da Fama da
Tudo começo cedo e de forma Natação, e mais tarde, recebeu também
inesperada, aos sete anos, sofrendo de a Ordem Olímpica, uma das maiores
problemas respiratórios graves, seus atletas de todos os tempos.
ESPORTE 21

Mesmo depois de se aposentar, ela Até o fim de sua vida, Maria Lenk não
continuou competindo, em categorias largou as piscinas, faleceu em 2007, aos
master, e ainda assim, batendo 92 anos quando teve uma parada
recordes, sendo que no total, nadou em cardiorrespiratória após fazer aquilo
11 Mundiais 'máster', e ganhou 54 que mais amava: nadar. No mesmo ano,
medalhas, 37 douradas. teve sua última homenagem recebida
em vida, tendo seu nome dado ao
Parque Aquático do jogo Pan-
Americanos daquele ano.

Maria Lenk em 2007, ano em que faleceu (Reprodução)

"Acreditamos serem estas verdades evidentes:


que todos os homens e mulheres foram criados
iguais...".
22 NUTRIÇÃO

KIWI
FRUTA COM DIVERSOS BENEFÍCIOS A SAÚDE

O kiwi é uma fruta altamente nutritiva Ajuda na digestão e prisão de ventre


que tem baixa quantidade colesterol, Tem baixo índice glicêmico
gordura saturada e Sódio. É uma Embeleza a pele
excelente fonte de fibra dietética e Melhora a visão
vitaminas como a Vitamina C, Vitamina Previne os problemas respiratórios
E e Vitamina K. DIFERENÇAS ENTRE KIWI
COMPOSIÇÃO COMUM E KIWI AMARELO

O kiwi possui pectina, uma fibra


importante para controlar os níveis de
colesterol no sangue. O alimento não
possui colesterol e contém magnésio,
Fotos: reprodução/Pinterest
cobre, vitamina B6, niacina, vitamina A,
riboflavina, cálcio, zinco, ferro, potássio, Ambas as frutas possuem carac-
fósforo e os aminoácidos glutamato e terísticas e nutrientes parecidos. As
únicas diferenças são na aparência,
arginina.
sendo o kiwi comum mais verde
BENEFÍCIOS enquanto o outro é amarelo. É notado
também a quantidade de pelos, na
Ação antioxidante
casca do fruto.
Baixas calorias
Anticancerígeno Em relação ao sabor, o do kiwi verde é
Anti-inflamatório mais azedo enquanto o kiwi amarelo,
Fortalece o sistema imunológico conhecido também por Kiwi gold, é
Rico em vitamina C, E e K mais adocicado.
NUTRIÇÃO 23

COMO CONSUMIR SUCO DE KIWI COM MAÇÃ

Consumir uma unidade de kiwi ao dia


4 kiwis sem pele picados
já é suficiente para adquirir todos os
1 Maçã sem casca e sementes
benefícios que a fruta pode
1 litro de água
proporcionar. Observação: Consumir
Gelo a gosto
mais que 2 unidades ao dia pode
Rodelas de kiwi para decorar
resultar em problemas intestinais.
MODO DE PREPARO:
SUCOS COM KIWI
Bata todos os ingredientes no
SUCO DE UVA, KIWI E liquidificador até que fiquem bem
LARANJA misturados. Depois, coloque em
uma jarra ou direto nos copos
1 xícara de uva itália sem as
individuais. Decore com uma
sementes
rodela de kiwi com a casca e sirva
3 kiwis
com um talho ao meio.
1 laranja lima descascada
deixando a parte branca
CURIOSIDADE
MODO DE PREPARO:

Bata os ingredientes no liquidi- Embora o kiwi seja


ficador com meio litro de água. originário da China, seu
nome é dado graças a uma
gíria Australiana que signi-
SUCO DETOX DE KIWI COM
fica cidadão Neo Zelandês,
LIMÃO
também uma homenagem
Bata no liquidificador há um pássaro símbolo
4 kiwis Nova Zelândia, batizado
suco de 2 limões com mesmo nome, e outra
4 folhinhas de Hortelã curiosidade é que se trata
1/2 litro de água gelada e Gelo de uma ave que não têm
Adoce a gosto com mel asas.
24 RECEITA

BOLO DE COCO MOLHADO

INGREDIENTES

6 ovos
360 g de açúcar (CALDA)
420 g de farinha de trigo
250 ml de suco de laranja fresco 1 litro de leite
18 g de fermento 500 g de leite de coco
100 g de coco ralado 500 g de leite condensado

PREPARO

Pré-aqueça o forno a 170°C


Bata os ovos com uma batedeira na velocidade média. Quando dobrar
de tamanho adicione o açúcar
Numa tigela separada, misture a farinha e o fermento. Reserve
Remova a massa da batedeira e incorpore usando uma espátula a
farinha com o fermento, ao mesmo tempo que o suco de laranja. Mexa
até dissolver a farinha
Unte uma forma retangular de 20 cm x 30 cm com manteiga sem sal.
Polvilhe com farinha e despeje cuidadosamente a massa
Asse no forno pré-aquecido por 30 minutos
25
(CALDA)

Numa tigela, misture os ingredientes até dissolver o leite condensado


Quando tirar o bolo do forno, faça furos com o garfo na massa.
Derrame a calda por cima.
Cubra com o coco ralado e refrigere para servir gelado.

Helena Rizzo

Foto - Marcus Leoni/Folhapress

Helena inicialmente em sua carreira foi modelo, porém não durou muito
tempo. Resolveu então seguir a sua verdadeira paixão, a gastronomia.

Helena Rizzo nasceu em 1978, em Porto Alegre e é atualmente chef de


cozinha do Maní Manioca, em São Paulo. Em sua trajetória já foi eleita a
melhor chef mulher do mundo, em 2013 e 2014, pela revista Restaurant e,
também é a única chef Brasileira à frente de um restaurante condecorado
pelo Guia Michelin.

Restaurant é uma revista britânica voltada para chefs, proprietários


de restaurantes e outros profissionais de refeições.
Guia Michelin é um guia turístico, contendo diversas informações
sobre restaurantes e hotéis.
26 POLÍTICA

LEOLINDA DALTRO
A FUNDADORA DO PRIMEIRO PARTIDO FEMININO BRASILEIRO

Leolinda Figueiredo Daltro nasceu no dia 14 de


julho de 1859, na Bahia. Se tornou professora após
sua primeira separação e foi uma figura ilustre no
século XIX (19). Conhecida por sua autonomia, era
a favor dos direitos das mulheres e também da
causa indígena.
Sem ligações religiosas, criou um projeto que
percorria o interior do Brasil com intenção de
alfabetização de tribos indígenas. Lançando-se no
mundo político dominado pelos homens, teve seu
registro de candidatura cassado e negado pelo
simples fato de ser mulher.
A MULHER DO DIABO
Uma mulher a frente do seu tempo que defendia
seus pensamentos e lutava pelos seus ideais,
Wikimedia Commons quebrando os padrões impostos naquela época.
Por seu ativismo e ousadia, ganhou diversos apelidos ofensivos, sendo um deles
“a mulher do diabo”.
“Teve que lutar contra a pior das armas de que se serviam os
adversários da mulher: o ridículo”

PRIMEIRO PARTIDO
Em 1910, junto a outras mulheres, fundou o partido Republicano Feminino
(PRF). Com a intenção de aumentar a participação das mulheres na política,
sendo uma dessas participações o direito ao voto — direito que foi exigido em
1917, numa passeata liderada por Leolinda.
“Como mulher que sou, com um sentido superior de altruísmo,
tenho me preocupado com a necessidade de minorar o
sofrimento humano e de se atingir uma melhor distribuição da
Justiça.” — Leolinda Figueiredo Daltro, em entrevista à Revista
Feminina
FEMINISTA

Ainda em 1910, Leolinda foi diretora da Escola de Ciências, Arte e Profissões de


Orsina de Fonseca, Tijuca, zona norte do Rio de janeiro, onde passou a se
dedicar intensamente á causa Feminista.Todos os desafios que Leolinda
enfrentou nas suas lutas a favor da implantação de uma educação laica para os
indígenas, e principalmente as dificuldades para colocar seus ideais em prática,
a levou para o movimento feminista.
POLÍTICA 27

A LUTA NÃO ACABA


Mesmo com toda opressão, Leolinda não parou de lutar. Aos 70 anos
candidatou-se a constituinte. Uma precursora histórica que se reflete em
outras mulheres, um exemplo foi Marielle Franco, que por defender os direitos
das mulheres, respeitar à diversidade de gênero entre outros fatores, era
constantemente ridicularizada, sofrendo uma violência muito além da verbal,
ela e o motorista Anderson Pedro Gomes sofreram um ataque. O carro que
estavam foi alvejado por 13 tiros, os dois morreram, uma tragédia que reflete a
luta das mulheres na política.

"AS ROSAS DA
RESISTÊNCIA
NASCEM NO
ASFALTO. A GENTE
RECEBE ROSAS, MAS
VAMOS ESTAR COM
O PUNHO CERRADO
FALANDO DE
NOSSA EXISTÊNCIA
CONTRA OS
MANDOS E
DESMANDOS QUE
AFETAM NOSSAS
Marielle Franco em agosto de 2016. Wikimedia Commons. VIDAS."

ARQUIVO PÚBLICO

Leolinda morreu no dia 4 de maio de 1935, aos 75 anos, vítima de um


atropelamento na Avenida XV de novembro, no Rio de Janeiro.
28

"O FEMINISMO DEVE


CONTEMPLAR TODAS AS
MULHERES, É NECESSÁRIO
PERCEBER QUE NÃO DÁ PRA
LUTAR CONTRA UMA
OPRESSÃO E ALIMENTAR
OUTRA."

DJAMILA RIBEIRO
CANTINHO

Artes e
Musas
30 FOTOGRAFIA

GIOCONDA RIZZO
A PRIMEIRA FOTÓGRAFA BRASILEIRA

Gioconda nasceu em São Paulo,


sendo considerada a primeira
mulher a abrir um estúdio de
fotografia no Brasil, e também a
primeira fotógrafa a ter sua obra
reconhecida. De origem Italiana,
seu pai Michele Rizzo pode ter sido
Gioconda Rizzo aos 106 anos, São
a sua inspiração, pois também era
Paulo, 2003 | Foto: Maíra Soares
fotógrafo.
Gioconda começou a fotografar aos 14 anos, sem que seu pai
soubesse. Michele ao descobrir permitiu que Gioconda
trabalhasse em seu estúdio, fotografando apenas mulheres e
crianças.
Gioconda inovou ao fotografar seus retratados enquadrando
apenas os ombros e o rosto, em vez do corpo inteiro. Também
inovou ao retratar as mulheres com véus, ombros à mostra e
arranjos de flores, e ao utilizar o ‘flash’ de magnésio. Em 1914,
abriu seu próprio estúdio de fotografia em São Paulo, que mais a
frente teve que fechar devido a forte onda conservadora, mesmo
com os acontecimentos, Gioconda continuou seu trabalho,
sempre inovando, aprendeu a técnica de fotografia em
porcelana.Em 1980, teve seu trabalho recuperado pela curadora
Rosely Nakagawa, que organizou, juntamente com a
pesquisadora da USP, Miriam Moreira Leite, uma exposição na
Galeria Fotótica, em São Paulo. Gioconda faleceu aos 106 anos,
em 2004.
31

YOLANDA PEREIRA
MISS UNIVERSO DE 1930
32 POEMAS

CONCEIÇÃO EVARISTO

PARA A MENINA
Desmancho as tranças da menina
e os meus dedos tremem
medos nos caminhos
repartidos de seus cabelos.

Lavo o corpo da menina


e as minhas mãos tropeçam
dores nas marcas-lembranças
de um chicote traiçoeiro.

Visto a menina
e aos meus olhos
a cor de sua veste
insiste e se confunde
com o sangue que escorre
do corpo-solo de um povo.

Sonho os dias da menina


e a vida surge grata
descruzando as tranças
e a veste surge farta
justa e definida
e o sangue se estanca
passeando tranqüilo
na veia de novos caminhos,
Foto: Richner Allan esperança.
Conceição Evaristo, no livro “Poemas da recordação e outros
movimentos”. Belo Horizonte: Nandyala, 2008.
POEMAS 33

FLORBELA ESPANCA

PRIMAVERA

É Primavera agora, meu Amor!


O campo despe a veste de estamenha;
Não há árvore nenhuma que não
tenha
O coração aberto, todo em flor!

Ah! Deixa-te vogar, calmo, ao sabor


Da vida… não há bem que nos não
venha
Dum mal que o nosso orgulho em vão
desdenha!
Não há bem que não possa ser
melhor!

Também despi meu triste burel


pardo,
E agora cheiro a rosmaninho e a
nardo
E ando agora tonta, à tua espera…

Pus rosas cor-de-rosa em meus


cabelos…Parecem um rosal!
Vem desprendê-los! Antiga fotografia da poetisa
Meu Amor, meu Amor, é Primavera!… portuguesa Florbela Espanca
34 CINEMA

HATTIE MCDANIEL
A PRIMEIRA MULHER NEGRA A GANHAR UM PRÊMIO OSCAR

A cantora e atriz norte-americana Hattie McDaniel, foi a


primeira mulher afro-descendente vencedora do Oscar, o filme
que lhe rendeu o prêmio de atriz coadjuvante foi "E o Vento
Levou" de 1939.

Ao decorrer de sua carreira, McDaniel participou de mais de


300 filmes, mas em poucos deles, seu nome apareceu nos
créditos. Grande parte desses papéis que interpretou foi como
empregada, mas certa vez ela disse "Prefiro interpretar uma
criada por 700 dólares a ser uma por 7.”

Ao longo dos anos, a atriz foi ganhando a amizade de diversas


JOHN KOBAL FOUNDATION
estrelas de Hollywood e ganhando papéis de maior destaque,
GETTY IMAGES devido a isso, começou a ser criticada pela comunidade negra.

Foi então em 1939, que ela vinha a interpretar "Mammy" em "E o Vento Levou",
vencendo no ano seguinte o Oscar de melhor atriz coadjuvante, se tornando então a
primeira mulher negra a recebeu esse prêmio. Na época, a segregação racial ainda era
presente nos Estados Unidos, então os organizadores da cerimônia de entrega do
Oscar, tiveram que pedir uma autorização especial para o hotel em que aconteceria o
evento para que McDaniel pudesse comparecer, já que não era permitido a entrada
de pessoas negras.

Em decorrência disso, ela veio a se tornar também a primeira mulher negra a ir à


premiação como convidada e não como servente. Contudo, quase foi barrada na
entrada no hotel, tendo então que ficar sentada com seu acompanhante e seu
empresário longe de seus colegas de elenco, em uma área isolada do salão.

Um dos pedidos de Hattie McDaniel antes de morrer foi que sua estatueta do Oscar
fosse entregue para a Howard University, porém desde 1960, não existem
informações sobre seu paradeiro.

Hattie McDaniel com Vivien Leigh, que deu vida a Scarlett Atriz Hattie McDaniel, com o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante
O’Hara. A personagem da empregada Mammy era a única que que recebeu em 1940. Na época, os intérpretes secundários
se atrevia a desafiar a voluntariosa Scarlett. não recebiam estatueta, mas uma placa.GETTY IMAGES
CINEMA 35

KATHRYN ANN BIGELOW


PRIMEIRA MULHER A GANHAR UM OSCAR DE MELHOR DIREÇÃO

Kathryn Ann Bigelow, é uma cineasta norte-


americana, de 68 anos, foi a primeira mulher e,
até agora, a única a ganhar o Oscar de Melhor
Diretor. Ela ganhou o prêmio em 2010, pelo
filme “Guerra ao Terror”. No mesmo ano ela
também recebeu o Oscar de Melhor Filme.
A cantora e compositora Barbra Streisand foi
quem entregou o prêmio a Bigelow, ela
inclusive havia dito anteriormente ao público
que, pela primeira vez, existia a chance de uma
mulher fazer história nessa categoria. No
momento em que Streisand abriu o envelope,
ela não conseguiu se segurar e disse: "o
Michael Caulfield /
Getty Images momento chegou", anunciando o resultado.

O longa que rendeu esse prêmio à Bigelow, levou seis dos nove
prêmios aos quais concorria. Nenhum deles foi tão significativo
quanto o de direção, que por coincidência, aconteceu na véspera
do Dia Internacional da Mulher.
A cineasta descreveu o momento como "único na vida".
Em abril daquele ano, ela foi nomeada uma das pessoas mais
influentes do ano pela Time 100.
Desde então, a única mulher a ser indicada na categoria de
melhor direção foi Greta Gerwig ("Lady Bird: A Hora de Voar",
2017). Anteriormente, Lina Wertmüller ("Pasqualino Sete Belezas",
1975), Jane Campion ("O Piano", 1993) e Sofia Coppola ("Encontros
e Desencontros", 2003) também foram indicadas.
36 FILMES

Terra Fria (Niki Caro, 2006)

O filme é centrado na história de Josey Aimes, uma mulher que em 1994 se


tornou um marco nos direitos femininos, depois de fazer reclamações na
Justiça sobre assédio sexual que sofreu quando trabalhava numa mina.

Tudo começa quando ela, envolvida em um casamento fracassado, resolve


voltar a sua cidade natal, no Minnesota, em busca de emprego. Na região, as
minas de ferro era fonte de sustento para grande parte da população, e é lá
que ela então começa a trabalhar para sustentar seus dois filhos. Depois de
fazer amizades e de muito trabalho duro, ela é assediada pelos seus colegas
de trabalho, e mesmo fazendo reclamações aos seus chefes, nada muda.
Desse modo, ela decide mover uma ação legal contra eles.

Essa personagem é baseada na americana Lois Jenson, que em 1975 começou


a sofrer assedio na mina em que trabalhava, depois de 13 anos, ela viria
então a prestar queixa na Justiça, se tornando o primeiro caso de processo
judicial por conta de assédio sexual nos EUA.

Revolução em Dagenham ( Nigel Cole,2011)

O drama “Revolução em Dagenham” de 2010, é inspirado na greve de 1968 na


fábrica da Ford em Dagenham, Inglaterra, onde 187 mulheres recebiam
salários inferiores ao dos homens e trabalhavam sob condições precárias.

É nesse cenário que essas mulheres trabalhadoras iniciam uma greve, afim
de protestar e lutar por seus direitos trabalhistas e acabar com a
discriminação sexual, o que acaba desagradando as autoridades e até a
população, e abala o mundo inteiro.

O filme narra toda essa repercussão da luta de mulheres corajosas que


fizeram história ao conseguirem atingir seus objetivos e proporciona um
maior entendimento sobre acerca do universo de lutas e conquistas
femininas.
DOCUMENTÁRIO “Silêncio das Inocentes”

O documentário de 2010 "Silêncio das Inocentes" narra a luta e história de vida de mulheres que
sofreram violência doméstica no Brasil, incluindo o caso da cearense Maria da Penha, que ficou
paraplégica depois de ser baleada pelo marido, e que também foi responsável pela efetivação da Lei nº
11.340/2006, a qual leva seu nome.

O longa também retrata como funciona o processo de aplicação dessa lei federal brasileira, que tem
como objetivo, amparar mulheres em situação de violência doméstica e punir agressores que
cometeram atos desse gênero.

Dirigido por Ique Gazzola, a intenção do documentário é promover e ampliar a visibilidade sobre o
assunto em questão, que deve ser discutido, para que ele seja fortalecido cada vez, de modo a
transformar a sociedade. Isso se dá através de depoimento de vítimas que relatam seus sofrimentos,
especialistas e autoridades no tema.
DIGA NÃO
À VIOLÊNCIA CONTRA
AS MULHERES
DENUNCIE. LIGUE
180.
DISQUE 100| POLÍCIA MILITAR: 190| SAMU: 193.
38 PINTURAS

FRIDA KAHLO
“QUEM PRECISA DE PÉS QUANDO TENHO ASAS PARA VOAR”
Magdalena Carmen Frida Kahlo Calderón, mais
conhecida por Frida Kahlo, nasceu em 6 de julho de
1907, em Coyoacán, México.
Frida foi uma mulher que passou por diversas
situações, algumas delas mais impactantes e
marcantes registradas por ela mesma em suas
pinturas. Criações cheias de emoções, expressando
seu interior e sempre preservando a cultura
mexicana, tanto em suas roupas, adereços e
pinturas.

Sendo redescoberta pelo movimento feminista e pelo movimento LGBTQ+, se


tornando um símbolo de liberdade, por seu modo de vida e por sua
representação em suas obras.
Com a exposição de suas obras e a explosão das mídias digitais, em que sua
imagem foi associada aos coletivos feministas, se intensificou sua imagem
como representação do movimento feminista.

ALGUMAS OBRAS DE FRIDA


MI NANA Y YO (MINHA AMA E EU)- 1937
Quando sua irmã Cristina nasceu, Frida tinha apenas 11
meses e, foi entregue por sua mãe a uma ama-de-leite,
já que sua mãe Matilde não conseguia amamentar as
duas meninas.
Tal acontecimento marcou Frida, ao ponto de retratar a
si mesma com a face de adulta em um corpo de bebê.
Estando no colo da ama, mulher indígena com a face
coberta por uma máscara. Evidenciando a falta de
vinculo emocional entre a criança e sua cuidadora.

COLUNA PARTIDA - 1944

Aos 18 anos, ela sofre um grave acidente de ônibus e


precisou passar por 35 cirurgias, ficando muitos
meses entre a vida e a morte.
Frida então transportou para a tela sua angústia
sofrida com sua condição devido ao acidente,
retratado em sua obra “A Coluna Partida”. Obra
exposta no Museu Dolores Olmedo, no México.
PINTURAS 39

O MARXISMO DARÁ SAÚDE AOS DOENTES


(1954) - FRIDA E O COMUNISMO
A presença de imagens mais políticas na obra de Frida
foi como a artista tentou “servir ao Partido” e
“beneficiar a Revolução”. A imagem expõe a ideia de
que a libertação que o marxismo traz é absoluta,
libertando a todos e a ela, de seu próprio sofrimento.
Frida em pé, libertando-se de suas muletas, com um
espartilho de couro, duas mãos a envolve (fazendo
alusão a cura marxista) enquanto segura um livro
vermelho, que é do marxismo. Ao fundo dividido pode-
mos observar vários elementos, como a águia dos EUA e a figura de Karl
Marx afogando-a. Havendo também a representação de dois países em
vermelho, a URSS e a China.
PARA VER MAIS OBRAS DE FRIDA:
https://artsandculture.google.com/partner/museo-dolores-olmedo

Em 13 de julho de 1954, Frida Kahlo, que havia contraído uma


forte  pneumonia, foi encontrada morta. Seu atestado de óbito
registra  embolia pulmonar  como a causa da morte. Mas não se descarta a
hipótese de que tenha morrido de overdose (acidental ou não), devido ao
grande número de remédios que tomava. A última anotação em seu diário:
"Espero que minha partida seja feliz, e espero nunca mais regressar - Frida",
permite a hipótese de suicídio.
Quatro anos após a sua morte, sua casa familiar conhecida como "Casa
Azul", no México, transforma-se no Museu Frida Kahlo. (PARTE RETIRADA WIKIPEDIA)

Peter Andersen

Seu corpo foi  cremado, e suas cinzas encontram-se depositadas em uma


urna guardada no Museu.

Arquivos Frida Kahlo e Diego Rivera, Banco do México, Fiduciário no Diego Rivera e Frida Kahlo Museum Trust
40 LIVROS

Persépolis - Marjane Satrapi


Marjane Satrapi tinha apenas dez anos quando se viu
obrigada a usar o véu islâmico, numa sala de aula só de
meninas. Nascida numa família moderna e politizada, em 1979
ela assistiu ao início da revolução que lançou o Irã nas trevas
do regime xiita - apenas mais um capítulo nos muitos séculos
de opressão do povo persa. Vinte e cinco anos depois, com os
olhos da menina que foi e a consciência política à flor da pele
Paulo Werneck
(Tradutor) da adulta em que se transformou, Marjane emocionou
Número de páginas leitores de todo o mundo com essa autobiografia em
352
Editora quadrinhos, que só na França vendeu mais de 400 mil
Quadrinhos na Cia;
1ª Edição
exemplares. Em Persépolis, o pop encontra o épico, o oriente
(10 dezembro 2007) toca o ocidente, o humor se infiltra no drama - e o Irã parece
muito mais próximo do que poderíamos suspeitar.

“se você não quer ser estuprada, basta usar o véu”

A Guerra Não Tem Rosto de Mulher - Svetlana Alexijevich

Em A Guerra Não Tem Rosto de Mulher — A autora Svetlana


Alexijevich, primeira bielorrussa a receber o Prêmio Nobel,
destaca o machismo presente nas histórias das guerras.
Muitas mulheres fizeram parte da linha de frente nas guerras,
e essa participação foi minimizada, visto que guerras são
sempre descritas pela visão masculina. Alexijevich reconstrói
conflitos da Segunda Guerra Mundial, a partir da perspectiva
CECÍLIA ROSAS
(TRADUTOR) das combatentes soviéticas — que eram mais de 1 milhão no
Número de páginas Exército Vermelho.
392
Editora Descrito em resenha, Alexijevich deixa que as vozes dessas
Companhia das
Letras; 1ª Edição
mulheres ressoem de forma angustiante e arrebatadora, em
(17 junho 2016) memórias que evocam frio, fome, violência sexual e a sombra
onipresente da morte.

" Quero escrever a história dessa guerra. A história das mulheres."


LIVROS 41

Holocausto Brasileiro — Daniela Arbex

O livro-reportagem lançado em 2013 retrata a história do


Hospital Colônia de Barbacena, MG, onde ocorreu uma das
maiores barbáries da história do Brasil. A narrativa relembra
os horrores vividos pelos pacientes do hospital psiquiátrico,
que em sua maioria sequer apresentavam problemas mentais.
Muitos eram internados apenas por serem epiléticos,
alcoólatras, homossexuais ou prostitutas. Pessoas que foram
Número de páginas maltratadas e mortas com o consentimento do Estado,
280
Editora
médicos, funcionários e sociedade. Apesar das denúncias feitas
Geração Editorial; 1ª a partir da década de 1960, mais de 60 mil internos morreram e
Edição (1 junho 2013)
um número incontável de vidas foi marcado de maneira
irreversível.

Daniela Arbex entrevistou ex-funcionários e sobreviventes


para resgatar de maneira detalhada e emocionante as histórias
de quem viveu de perto o horror realizado por uma instituição
com um propósito de limpeza social comparável aos regimes
mais abomináveis do século XX.

Crédito das imagens


Luiz Alfredo
42 MÚSICA

CARMEN MIRANDA
O SÍMBOLO DA MÚSICA BRASILEIRA

Em 9 de fevereiro de 1909, em Canaveses, Portugal,


Nasceu a estrela Maria do Carmo Miranda da Cunha,
popularmente conhecida por Carmem Miranda.
Radicada no Brasil desde os dez meses de idade,
Carmem viveu sua infância e adolescência no Rio de
janeiro, e aos 14 anos trabalhou em uma chapelaria,
onde possivelmente obteve a sua estética tão
marcante. Com seus exóticos chapéus de frutas, foi
considerada a 15ª maior voz da música brasileira
pela Rolling Stone. Crédito: Domínio Público

Carmen Miranda conquistou os palcos nacionais e internacionais com seu


sotaque e carisma. Quando ainda estava no Brasil, vestiu seu figurino de baiana
pela primeira vez no filme Banana da Terra, de 1939, fazendo uma de suas
principais interpretações musicais com a música ‘O que é que a baiana tem’, de
autoria de Dorival Caymmi.

O visual adotado por Carmem de baiana, que fez muito sucesso, ao longo do
tempo foi alterado, mas não deixou de lado as principais características. Brincos
grandes (geralmente argolas) e um turbante repleto de frutas e flores, sapatos e
sandálias com plataforma e roupas com babados. Vestimentas que nós dias
atuais ainda é muito reproduzida em festas a fantasia.

Com uma personalidade marcante, ao longo de sua carreira, deixou cerca de 280
músicas gravadas, e além de cantora, atuou em mais de 20 filmes, em diversos
espetáculos, programas televisivos, e até mesmo em um musical da Broadway.

Foi a primeira celebridade latino-americana a gravar seu nome na Calçada da


Fama em Hollywood, se tornando, alguns anos mais tarde, a mulher mais bem
paga dos Estados Unidos.

Em 5 de agosto de 1955, com apenas 46 anos, Carmem Miranda, a “Bomba


Brasileira”, morreu em razão de um ataque cardíaco, deixando uma enorme
influência permanente na cultura brasileira, e sendo que, até hoje, nenhum
artista brasileiro teve tanta projeção internacional como ela.
Carmen Miranda, 1947. Fotografia: Everett / Rex Shutterstock

Você também pode gostar