Você está na página 1de 24

CAPÍTULO

2
PADRÕES DE
COMPORTAMENTO

Dentro do Processo do Mapa do Autoconhecimento, o primeiro


aspecto da sua personalidade a ser desvendado são os Padrões de
Comportamento, que é explicado pelo Eneagrama. Este capítulo será
exclusivamente dedicado a ele.

Todos os padrões de comportamento de uma pessoa são moldados


para evitar a dor de uma necessidade infantil que não foi bem atendida.

O Eneagrama mostra, em detalhes, quais são as 9 necessidades infantis


e o padrão semelhante na infância dessas crianças; Quais são as 9
motivações que essas necessidades geram; E quais são os padrões de
comportamento decorrentes dessa motivação em cada uma dessas
personalidades.

No Eneagrama chamamos essas 9 personalidades de Tipos.

Tipo 1: O Perfeccionista
Tipo 2: O Doador
Tipo 3: O Bem-Sucedido
Tipo 4: O Romântico
Tipo 5: O Observador
Tipo 6: O Questionador
Tipo 7: O Sonhador
Tipo 8: O Patrão
Tipo 9: O Mediador

MAPA DO AUTOCONHECIMENTO 51

Licensed to Danieli Vieira Fogaça - danifogaca@outlook.com - 336.623.168-89


A partir de agora, você vai passar pelo processo de identificação do seu
Tipo no Eneagrama, começando pelo padrão de infância, passando
pela motivação e então pelas características centrais e algumas
variações.

É normal, depois desses três passos, você ainda estar em dúvida entre
dois ou três Tipos, por isso, teremos uma sessão exclusiva sobre a
diferença de cada Tipo. Eu chamo-a de Bate-Martelo (“bater martelo” é
ter certeza do seu Tipo).

Depois do bate-martelo, entramos nas características secundárias, no


amadurecimento e nas potencialidades de cada Tipo.

É muito conteúdo de identificação e, depois do martelo batido, você vai


saber exatamente o que fazer com tudo isso.

O QUE É ENEAGRAMA?

Antes de começarmos a entender de fato como a sua personalidade


e, consequentemente, os seus padrões de comportamento se
constituíram, é preciso compreender alguns pontos importantes sobre
o que exatamente é o Eneagrama.

O Eneagrama é uma sabedoria milenar, ninguém sabe exatamente


desde quando ele existe. Foi passado e usado pelos filósofos e diversas
religiões, sofrendo algumas adaptações na linguagem para torná-la
mais moderna, a partir da Psicologia Moderna.

O Eneagrama traz os 9 Tipos de Personalidade e as motivações que


existem dentro de todo ser humano, sendo que uma delas determina
os padrões de comportamento a partir de uma necessidade não
atendida na infância.

O Tipo é constituído na infância até os 7 anos de idade e será o mesmo


para a vida toda.

52 MAPA DO AUTOCONHECIMENTO

Licensed to Danieli Vieira Fogaça - danifogaca@outlook.com - 336.623.168-89


CAPÍTULO 2
Explicando melhor, nós viemos para esse mundo sem uma
personalidade estruturada. Conforme nos relacionamos com o
meio, com as pessoas, de acordo com a forma como percebemos
que recebemos atenção, vamos construindo a nossa identidade: a
personalidade e os nossos padrões de comportamento.

Enquanto crianças, todos temos 9 necessidades a serem atendidas.

1- Sentir-se Bom 4- Sentir-se Adequado 7- Sentir-se Feliz

2- Sentir-se Amado 5- Sentir-se Capaz 8- Sentir-se Protegido

3- Sentir-se Valorizado 6- Sentir-se Seguro 9- Sentir-se Importante

Independentemente do esforço dos nossos pais ou cuidadores, é


impossível atender integralmente todas elas. Assim como eles não
tiveram todas as suas atendidas também.

Uma dessas necessidades acaba sendo constantemente


negligenciada, de acordo com a interpretação da criança. Por não ter
sido atendida, causa uma dor na criança que começa a moldar todos
os seus comportamentos de forma a dar um jeito de atender essa
necessidade.

É como se causasse um vazio e os padrões de comportamento tentam


preenchê-lo para proteger da dor que a negligência causa. Criando
assim, uma persona especialista em se ajustar ao meio para ter essa
necessidade atendida.

MAPA DO AUTOCONHECIMENTO 53

Licensed to Danieli Vieira Fogaça - danifogaca@outlook.com - 336.623.168-89


Sempre que ela tenta agir diferente, sente a dor da necessidade não
atendida e volta aos padrões de comportamentos motivados por ela.

Com o autoconhecimento de verdade, você descobre que a sua


personalidade foi constituída em cima de uma motivação. E essa
motivação, até você se tornar consciente, guia todos os seus padrões
de comportamento.

“ Ah, Jéssica, então o Eneagrama


vai me colocar numa caixa?”.

Não, ele só vai te mostrar a


caixa que você já tava, só que
você não sabe.

Quando você se dá conta da


caixa que você está, você pode
fazer o que você quiser com ela.
O problema é quando estamos
nessa caixa achando que
somos infinitas possibilidades.
Só gera frustração.

Cada personalidade tem a sua motivação, mas também tem


as suas potencialidades. Ao compreender e nos tornarmos
conscientes, conseguimos fazer o movimento de integração e usar
as potencialidades (recursos) da nossa personalidade.

Ao contrário, quando estamos inconscientes, nós agimos a partir da


dor da nossa personalidade, e só queremos preencher o vazio.

O que eu vou fazer aqui é: tornar você consciente para que a


personalidade não movimente mais todo e qualquer comportamento
seu.

Antes de começarmos a falar sobre o processo de identificação do


Tipo, preciso explicar alguns detalhes a mais que a ferramenta do
Eneagrama mostra.

54 MAPA DO AUTOCONHECIMENTO

Licensed to Danieli Vieira Fogaça - danifogaca@outlook.com - 336.623.168-89


CAPÍTULO 2
TRÍADES

No Eneagrama, os 9 Tipos de Personalidade estão divididos em três


categorias, que chamamos de Tríades. São elas:

FÍSICOS

MENTAIS EMOCIONAIS

TIPOS 2, 3 E 4 TIPOS 5, 6 E 7: TIPOS 8, 9 E 1:


Tríade dos Tríade dos Tríade dos
Emocionais Mentais Físicos
(Emoção) (Razão) (Instinto)

Todas as pessoas (consequentemente os Tipos) têm a razão, a emoção


e o instinto, porém, um deles se desenvolverá mais, a depender do
Tipo, como forma de proteção e interação com o mundo.

Não quer dizer que emocionais choram mais, que os mentais


raciocinam mais e que os físicos são mais fortes. Você vai entender
como isso se aplica quando falarmos das características de cada Tipo.

IMPORTANTE: Essas características estão intrínsecas no Tipo. Eu


estou trazendo-as nesse momento, apenas para conhecimento. Elas
não fazem parte do processo de identificação do Tipo.

MAPA DO AUTOCONHECIMENTO 55

Licensed to Danieli Vieira Fogaça - danifogaca@outlook.com - 336.623.168-89


ASAS

Além das características centrais de cada Tipo, temos variações que


se dão a partir da Asa.

A Asa é desenvolvida após o período de constituição do Tipo (até os


18 anos, aproximadamente).

Na Mandala do Eneagrama, ela é representada pelo número vizinho.


Ou seja, o Tipo 2 pode ter asa no 1 ou no 3; O Tipo 6 pode ter asa no 5
ou no 7; e assim por diante.

9
Ex. o 1,
8 1 terá asa no
9 ou no 2.

7 2

6 3
Ex. o 4
terá asa ou no
5 ou no 3. 5 4

Se você for Tipo 6 com Asa no 5, não quer dizer que você vai ter
características do Tipo 5, por exemplo.

Significa que você vai ter uma variação das características do Tipo 6,
que são diferentes do Tipo 6 com Asa no 7.

O Padrão de Infância, a Motivação e as Características Centrais


não mudam! É apenas uma variação. Você vai entender melhor nas
próximas páginas.

Sempre vai existir uma Asa predominante. Um dos objetivos no


Processo de Autoconhecimento com o Eneagrama é encontrar o
equilíbrio entre as Asas. Ou seja, desenvolver características da Asa
não predominante.

56 MAPA DO AUTOCONHECIMENTO

Licensed to Danieli Vieira Fogaça - danifogaca@outlook.com - 336.623.168-89


CAPÍTULO 2
MOVIMENTOS DE FLECHAS

As linhas que existem na Mandala do Eneagrama representam as


Flechas, que podem ser de Cura e de Estresse, também chamadas
de Movimento de Integração e Desintegração.

As Flechas são características secundárias que aparecem


pontualmente.

O movimento da Flecha de Estresse acontece em situações específicas


de cada tipo, em que ele assume características “ruins” do tipo que
está no outro lado da flecha.

E o movimento da Flecha de Cura são características específicas


que cada tipo precisa assumir do outro tipo para amadurecer a
personalidade.

No desenho original, as linhas não são representadas por Flechas


mas, para facilitar o entendimento, veja as ilustrações abaixo:

FLECHAS DE ESTRESSE FLECHAS DE CURA

9 9
8 1 8 1

7 2 7 2

6 3 6 3

5 4 5 4

Ex. o Ex. o Ex. a Ex. a


estresse do estresse do cura do 5 é cura do 9 é
8 é no 5. 3 é no 9. no tipo 8. no tipo 3.

MAPA DO AUTOCONHECIMENTO 57

Licensed to Danieli Vieira Fogaça - danifogaca@outlook.com - 336.623.168-89


SUBTIPOS

Os subtipos também são características secundárias, variações


pequenas das formas que temos de nos colocar no mundo, através
dos nossos padrões de comportamento.

Existem 3 subtipos (que se aplicam a todos os tipos): Social, Sexual e


Autopreservação.

Sempre vai existir um Subtipo predominante, um que pode ter algumas


características e um que não tem característica nenhuma.

O Subtipo é o menos importante dentre todas as variações.


Primeiramente, é preciso ter muita clareza do Tipo e da Asa. Aí então
buscar entender o Subtipo.

TODAS AS VARIAÇÕES POSSÍVEIS

Cada Tipo, com as possibilidades de duas Asas e três Subtipos,


transforma-se em 6 variações. Sendo 9 Tipos, temos 54 variações
(6 x 9). Eu sou de humanas e tenho dificuldade com números, por
isso preparei o desenho abaixo pra representar as variações possíveis
dentro de um Tipo no Eneagrama. Exemplo com o Tipo 2:

TIPO 2 / ASA 1 / SOCIAL


TIPO 2 / ASA 1 TIPO 2 / ASA 1 / SEXUAL
TIPO 2 / ASA 1 / AUTOPRESERVAÇÃO
TIPO 2 TIPO 2 / ASA 3 / SOCIAL
TIPO 2 / ASA 3 TIPO 2 / ASA 3 / SEXUAL
TIPO 2 / ASA 3 / AUTOPRESERVAÇÃO

Com o Mapa do Autoconhecimento e a sua responsabilidade dentro


do Processo, você tem todas as ferramentas para descobrir seu Tipo,
Asa e Subtipo e o que, exatamente, fazer com tudo isso.

Mas vamos começar do começo!

58 MAPA DO AUTOCONHECIMENTO

Licensed to Danieli Vieira Fogaça - danifogaca@outlook.com - 336.623.168-89


CAPÍTULO 2
COMO IDENTIFICAR SEU TIPO
O processo de identificação do seu Tipo no Eneagrama deve ser
feito da seguinte maneira. Primeiro você deve identificar quais
Padrões de Infância fazem sentido pra você. E os que não fazem
sentido nenhum você pode desconsiderar. Se a infância não tiver
absolutamente nada a ver com você, não adianta olhar o resto.

Em segundo lugar, você deve observar (dentre os padrões de infância


que você se identifica) quais Motivações fazem sentido. Preste
atenção e traga honestidade. A Motivação é muito inconsciente.
Você precisa ser muito cautelosa nesse momento do seu processo
de identificação.

Em terceiro lugar, dentre os Tipos que você considerou Padrão


de Infância e Motivação, você deve identificar qual(is) têm as
Características Centrais dos padrões de comportamento semelhantes
as suas.

1º 2º 3º CARACTERÍSTICAS
PADRÃO DE INFÂNCIA MOTIVAÇÃO
CENTRAIS

Nesse momento, você pode ainda ficar entre dois ou três tipos. É
normal. Você deve continuar no processo de observação dos seus
comportamentos e da sua motivação.

“Mas Jéssica, eu vi que tem um teste de eneagrama na internet!”

Te digo com bastante convicção que teste de eneagrama não


funciona. Não funcionou pra mim, nem pra maioria das minhas
pacientes. Isso porque, ao fazer o teste, você vai falar sobre os seus
padrões de comportamento conscientes, sendo que a maioria dos
seus padrões são inconscientes.

Esse é o mesmo motivo que faz com que eu não recomende tentar
identificar o seu Tipo começando pelos padrões de comportamento.
Você vai encontrar aquele que é mais confortável e fácil de aceitar.
Vai “vestir a camisa” do seu Tipo e nunca fará nada com isso. Porque
não é nesse tipo que se encontra a motivação da sua personalidade.
E é aí que você vai precisar se perceber dentro de um Processo de
Autoconhecimento: que você está sempre buscando atender essa
necessidade infantil.

MAPA DO AUTOCONHECIMENTO 59

Licensed to Danieli Vieira Fogaça - danifogaca@outlook.com - 336.623.168-89


Ao ter consciência disso, você desenvolve maturidade, e começa
se questionar se os seus comportamentos são genuínos ou se são
motivados pela dor da necessidade infantil.

Você passa a ter Poder de Decisão e esse é o meu objetivo com um


Processo de Autoconhecimento.

É normal ficarmos tentados a procurar um caminho que exige


menos esforço, porém seguir essa sequência que eu proponho é de
fundamental importância para que você consiga identificar de forma
correta o seu Tipo de Personalidade, e não “bater o martelo” no seu
dedo.

Como são padrões, até então, inconscientes, é preciso se dedicar, com


bastante afinco, à prática da auto-observação com muita honestidade.
Não é apenas descobrir o seu Tipo e o que fazer com isso. Mas
que, com esse processo de identificação, você descubra coisas que
estavam escondidas, informações importantes camufladas pelos
padrões inconscientes que você teve durante toda a vida.

Ao decorrer do processo de identificação e trazendo a motivação da


sua personalidade para a consciência, você acaba amadurecendo a
sua personalidade e trazendo as potencialidades naturalmente.

O processo de transformação da lagarta em borboleta nos ilustra


muito bem o que é um processo de autoconhecimento. Quando a
lagarta está na crisálida (estágio do casulo), ela está em formação
para se tornar uma borboleta. Esse estágio é fundamental pro
desenvolvimento completo dela.

Certa vez, um homem se deparou com um casulo que estava levemente


aberto e ele ficou observando. Observou o movimento demorado, se
abrindo lentamente. Mas chegou uma hora que o casulo não se abria
mais. Passavam horas e horas e o casulo não se mexia.

Observando o sofrimento da borboleta para abrir o casulo, na intenção


de ajudar, ele pegou uma pequena tesoura e o abriu pra que facilitasse a
borboleta de sair dele. No instante em que abriu, a borboleta conseguiu
sair de lá.

60 MAPA DO AUTOCONHECIMENTO

Licensed to Danieli Vieira Fogaça - danifogaca@outlook.com - 336.623.168-89


CAPÍTULO 2
E ele ficou observando a borboleta. Ela tinha um corpo grande mas as
asas estavam retraídas. Ao invés de alçar voo ela rastejava.

Mal sabia aquele homem que o esforço que a borboleta tem para sair
do casulo faz com que o fluido que está no corpo se expanda para as
asas.

O que ele fez, com a melhor das intenções, foi ajudar a borboleta, mas
acabou impedindo que ela voasse.

O que eu quero dizer com isso é que, assim como no processo de


transformação da lagarta em borboleta, não existe atalhos em um
processo de autoconhecimento.

Eu poderia simplesmente trocar 5 minutos de conversa contigo e


descobrir o seu Tipo. Mas isso seria prejudicial para o seu processo
pois você perderia a oportunidade de conhecer a sua trajetória e
aprender coisas preciosas sobre você mesma.

Por isso, é importante que você aprenda a trabalhar o olhar sincero,


porque não basta ter uma lista de padrões de comportamento, é
preciso se olhar com bastante verdade e encarar quem você realmente
é. Esse, eu considero o seu maior desafio.

Por fim, não gaste energia tentando identificar os tipos das pessoas
que convivem com você, ao invés disso, foque no seu processo. A
dica que eu dou é trazer presença para esses momentos em que se
“pegar” fazendo isso e voltar novamente para dentro de si.

MAPA DO AUTOCONHECIMENTO 61

Licensed to Danieli Vieira Fogaça - danifogaca@outlook.com - 336.623.168-89


PADRÕES DE INFÂNCIA

Nas próximas páginas, estão descritos os Padrões de Infância dos 9


Tipos e as características de cada História de Infância.

Identifique quais você vê alguma semelhança e quais não fazem


sentido nenhum.

Sugiro sublinhar ou usar marca-texto nas características que você


percebe na sua história de infância. Isso vai te ajudar a observar
visualmente com quais características você se identifica mais.

É muito comum se identificar com várias histórias de infância e isso


acontece porque, em algum nível, você pode ter um pouco de cada.

Porém, o que vai te ajudar nesse momento, é a forma como você


interpretou as situações da sua infância e como você se sentia dentro
do seu ambiente familiar.

Durante o processo de identificação, com calma, relembre e anote


a sua história, tudo que vier à sua cabeça, como eram os seus pais,
se eram casados ou separados, onde morava, se tinha irmãos ou
não, se brigava com eles, ou seja, coisas práticas da sua estrutura
familiar.

Olhe para sua estrutura familiar e se pergunte o seguinte: como será


que uma criança se sentiria nesse ambiente? Para as situações
de adoção, se pergunte como se sentiu naquele ambiente sendo
adotada.

É muito comum (e perfeitamente normal) entrar em negação em


algum ponto da história de infância, sendo difícil a identificação
correta.

Por isso, seja muito honesta consigo mesma e se questione sempre!

Vou separar os conteúdos de identificação por Tríades.

62 MAPA DO AUTOCONHECIMENTO

Licensed to Danieli Vieira Fogaça - danifogaca@outlook.com - 336.623.168-89


CAPÍTULO 2
TRÍADE DOS EMOCIONAIS - TIPOS 2, 3 E 4
tipo 2

TIPO 2
O DOADOR

Padrão de Infância:

Sentiu que precisava se doar


pelo outro para obter atenção e
ser querido.

História de Infância

Desenvolveu forte sensibilidade às necessidades dos outros


por acreditar que precisava colocar as necessidades deles
acima das suas;

Sentiu que o amor precisava ser conquistado através de


agrado, gentilezas e negando suas próprias demandas
emocionais;

Acreditava que ter demandas emocionais era uma forma de


egoísmo;

Percebeu suas possibilidades manipulatórias de se tornar


indispensável e amado, conseguindo assim extrair dos outros
afeto/cuidado que precisava;

Aprendeu a identificar características em si mesmo que atraía


os diferentes adultos em suas vidas;

Foi uma criança muito agradável pois reprimia suas


necessidades e dificuldades por entender que os adultos que
o cercava precisavam de apoio e compreensão;

Sentiu-se amadas demonstrando para cada adulto a parte de


si que mais agradasse.

MAPA DO AUTOCONHECIMENTO 63

Licensed to Danieli Vieira Fogaça - danifogaca@outlook.com - 336.623.168-89


tipo 3

TRÍADE DOS EMOCIONAIS - TIPOS 2, 3 E 4

TIPO 3
O BEM SUCEDIDO

Padrão de Infância:

Sentiu-se amado e valorizado


pela figura materna somente
pelas conquistas e resultados
que tinha.

História de Infância

Teve uma infância marcada por se sentir amado pelo que


realizava e pelo sucesso no que desempenhava;

Queria obter a aprovação e ser notado, especialmente pela


figura materna que sempre parecia difícil de agradar;

Era premiado por empreender, produzir e ser melhor que


outros, mais do que por ser ele mesmo;

Tornou-se compulsivo por se autopromover e projetar uma


imagem aceita por pessoas consideradas importantes para
ele e para a sociedade;

Aprendeu a incorporar qualquer papel exigido, desde que


este sustente o sucesso;

Na adolescência as características se intensificaram e a


competitividade aflorou, evitando fracasso aos olhos dos
outros.

64 MAPA DO AUTOCONHECIMENTO

Licensed to Danieli Vieira Fogaça - danifogaca@outlook.com - 336.623.168-89


tipo 4

CAPÍTULO 2
TRÍADE DOS EMOCIONAIS - TIPOS 2, 3 E 4

TIPO 4
O ROMÂNTICO

Padrão de Infância:

Sentiu-se rejeitado ou privado


na infância, o que fez com que
pensasse que não era bom o
suficiente, que era inadequado.

História de Infância

Teve uma infância marcada por sentimento de perda/


abandono/rejeição/privação;

Se sentiu deslocado, como se não fosse adequado dentro do


ambiente familiar;

Sentiu que não tinha nenhuma importância, autoestima baixa;

Pode haver história de separação dos pais, rejeição dos irmãos,


colegas da escola, dos familiares, primos ou até mesmo uma
identificação com o sofrimento de algum adulto próximo;

A raiva gerada pelo sentimento de perda/abandono/rejeição/


privação se volta para dentro, para raiva de si mesmo por não
ter sido merecedor de amor;

O sentimento de algo que faltou ou foi retirado na infância


acompanha durante a vida adulta na busca pelo que ainda não
se tem na vida e pela desvalorização do que está ao alcance.

MAPA DO AUTOCONHECIMENTO 65

Licensed to Danieli Vieira Fogaça - danifogaca@outlook.com - 336.623.168-89


TRÍADE DOS MENTAIS - TIPOS 5, 6 E 7

TIPO 5
O OBSERVADOR

Padrão de Infância:

Sentiu-se emocionalmente
invadido, inseguro, e encontrou
refúgio na mente.

História de Infância

Pode ter se sentido abandonada e sozinha e, para evitar o


sofrimento do isolamento, aprendeu a aceitar essa condição
e passou a se isolar de forma voluntária;

Ou pode ter sido uma criança que teve a privacidade invadida,


seja por conta de uma casa pequena com muitas pessoas ou
até mesmo de pais superprotetores;

Pode ter tido também, tanta privacidade, que se acostumou


com ela;

Não se sentiu segura no ambiente familiar e buscou segurança


na intelectualidade e na própria mente;

Desenvolveu um prazer por ficar sozinho e no silêncio, seja


por conformidade ou por necessidade;

Acostumou-se a não querer ser visto; Criou um muro


impenetrável em volta do seu próprio emocional;

Passou a observar os outros, sendo invisíveis e impenetráveis


pelo meio.

Aprendeu a não reagir diante da situação, se afastando


emocionalmente dela;

66 MAPA DO AUTOCONHECIMENTO

Licensed to Danieli Vieira Fogaça - danifogaca@outlook.com - 336.623.168-89


CAPÍTULO 2
TRÍADE DOS MENTAIS - TIPOS 5, 6 E 7

tipo 6

TIPO 6
O QUESTIONADOR

Padrão de Infância:

A figura paterna não passava


segurança ou não estava
presente.

História de Infância

Histórico de ausência da figura paterna ou figura paterna vista


pela criança como incapaz de proporcionar proteção;

Ou então que precisou ter muita cautela, “pisar em ovos” com


esse pai. Seja pela presença, seja pela ausência, acostumado
a sempre esperar a pior reação, enfurecimento sem razão
específica;

Tudo era muito imprevisível e instável;

Pode haver relato de um segredo na família;

Era punido ou privado mesmo sem existir um motivo aparente


para isso;

Pode haver também a história da criança que se sentiu


desprotegida e desamparada, sem uma autoridade a quem
recorrer.

MAPA DO AUTOCONHECIMENTO 67

Licensed to Danieli Vieira Fogaça - danifogaca@outlook.com - 336.623.168-89


TRÍADE DOS MENTAIS - TIPOS 5, 6 E 7

TIPO 7
O SONHADOR

Padrão de Infância:

Privação da figura materna na


infância.

História de Infância

Teve sentimento de privação (geralmente não reconhecido)


em relação à figura materna. Seja uma separação prematura
da mãe, a chegada de um irmãozinho na casa dos 2 anos de
idade ou então uma mãe que estava sempre muito disponível
e vez ou outra precisava se afastar para fazer suas coisas,
gerando um sentimento de abandono e privação na criança;

Usou a imaginação para escapar do sentimento de privação;

Não guarda memórias ruins. Se algo não tão bom estiver


gravado na memória, pode ser contada como uma lembrança,
no mínimo, engraçada. Ou então pode ser vista como boa por
“se ter história para contar”;

Pode existir um supervalorização da figura materna e uma


“revolta” em relação à figura paterna.

68 MAPA DO AUTOCONHECIMENTO

Licensed to Danieli Vieira Fogaça - danifogaca@outlook.com - 336.623.168-89


tipo 8

CAPÍTULO 2
TRÍADE DOS FÍSICOS - TIPOS 8, 9 E 1

TIPO 8
O PATRÃO

Padrão de Infância:

Precisava se proteger por


abusos nos lar.

História de Infância

Teve uma infância em que precisou assumir uma postura


firme e combatente, que impusesse respeito;

Pode existir relatos de ambientes de muita injustiça, hostilidade


e confrontação, seja na escola ou no ambiente familiar;

Sentimentos de rejeição, abandono e traição. A traição, que


pode ter sido apresentada de diversas formas, foi o marco
para a “perda” da sua inocência;

Na infância que não existia maus tratos físicos ou psicológicos,


existiu uma percepção de que pessoas aparentemente fracas
eram passadas para trás e rejeitadas;

Percebeu que era mais fácil e divertido violar as regras do


que agir como todos os outros e ser passado para trás;

Cresceu na competição, usando as armas que tinha para


superar as adversidades, sendo através da mentira, do ataque
ao menor ou usando de manipulação. Não podia se dar ao
luxo de baixar a guarda;

Aprendeu a negar suas necessidades e suas fraquezas para


parecer forte e proteger seus sentimentos.

MAPA DO AUTOCONHECIMENTO 69

Licensed to Danieli Vieira Fogaça - danifogaca@outlook.com - 336.623.168-89


tipo 9

TRÍADE DOS FÍSICOS - TIPOS 8, 9 E 1

TIPO 9
O MEDIADOR

Padrão de Infância:

Sentiu-se parte indo “na onda”


do meio, evitando conflitos.

História de Infância

Sentiu-se negligenciado quando criança, esquecendo de si


mesmo, abafando suas reais necessidades e estabelecendo
conexões assumindo o desejo dos outros;

Pode ter se sentido deixado de lado pela chegada de um


irmãozinho;

Ou então que nunca era ouvido, suas opiniões nunca eram


valorizadas e desistiu de tentar se posicionar;

Quando não se sentia ouvido, passou a ficar no conforto de ver


que não decidir também tinha as suas vantagens e ao mesmo
tempo assegurava o amor e a conexão com outras pessoas;

Aprendeu a substituir suas reais necessidades por pequenos


confortos emocionais, como comida e TV;

Tem dificuldade de estabelecer prioridades.

70 MAPA DO AUTOCONHECIMENTO

Licensed to Danieli Vieira Fogaça - danifogaca@outlook.com - 336.623.168-89


CAPÍTULO 2
TRÍADE DOS FÍSICOS - TIPOS 8, 9 E 1
tipo 1

TIPO 1
O PERFECCIONISTA

Padrão de Infância:

Sentiu que precisava assumir.


responsabilidades de adulto,
seja por cobrança excessiva dos
pais ou falta de conexão com a
figura paterna.

História de Infância

Sentiu que ser criança não bastava para ser amado, por isso
desde muito cedo, criou um senso de responsabilidade agindo
como se os pais esperassem muito dele;

Pode ter existido muita crítica e/ou cobranças prematuras,


sendo forçado a assumir responsabilidades “adultas” muito
cedo;

Internalizou a voz crítica dos pais;

Obcecado em ser bom como forma de evitar problemas;

Quando fazia a coisa certa aos olhos dos pais, normalmente


não haviam recompensas ou elogios pois acreditava que a
virtude do bom comportamento é recompensada por si só.
Como se não tivesse feito mais que a obrigação;

O prazer da recompensa era ofuscado pelo prazer do


autocontrole;

MAPA DO AUTOCONHECIMENTO 71

Licensed to Danieli Vieira Fogaça - danifogaca@outlook.com - 336.623.168-89


Existiu um sentimento de desligamento da figura protetora
(geralmente representada pela figura paterna), como se essa
figura não desempenhasse bem o seu papel, o que fez com
que a criança se sentisse abandonada e obrigada a amadurecer
para tomar conta de si mesma ou da família;

Pode haver uma percepção de que não existia um vínculo


com quem desempenha a figura paterna e, como a função
de impor regras e limites é de quem desempenha esse papel,
a criança internalizou que ela mesma deve se policiar e se
cobrar seus próprios limites para evitar que outra pessoa os
faça;

Inconscientemente, a busca foi por superar as expectativas da


figura protetora/paterna, criando regras melhores e mais claras
para si mesma e se colocando moralmente superiores a ela.
Isso pode ter gerado um sentimento de culpa por condenar o
próprio pai (ou quem desempenha esse papel), o que fez com
que criasse um padrão de autopercepção na crença de que
“sou melhor, mais responsável e todos os outros são menos
corretos ou menos maduros que eu”.

ANOTAÇÕES

72 MAPA DO AUTOCONHECIMENTO

Licensed to Danieli Vieira Fogaça - danifogaca@outlook.com - 336.623.168-89


CAPÍTULO 2
EXERCÍCIO DA CARTA À CRIANÇA

Esse exercício eu gosto muito de fazer e de recomendar. Ele já trouxe


insights poderosos, tanto pra mim quanto para minhas alunas.

Escreva uma carta para “você criança” utilizando a sua mão dominante.
Por exemplo, se você é destra, faça essa carta usando a mão direita.

Deixe fluir tudo que deseja falar para ela. Não tem regra nesse exercício,
só comece a escrever e deixe vir.

Em seguida, leia a carta e permita que “você criança” responda. Pra


fazer isso, use a sua mão não dominante, que nesse exemplo que dei,
é a mão esquerda.

PASSO 1
Escreva com a sua
mão dominante.

PASSO 2
Responda a carta
escrevendo com
a outra mão (não
dominante).

MAPA DO AUTOCONHECIMENTO 73

Licensed to Danieli Vieira Fogaça - danifogaca@outlook.com - 336.623.168-89


CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES

Apesar de falar em números, o Eneagrama não é matemática e não tem


exatidão. Ou seja, algumas vezes, a história de infância e os exemplos
de comportamentos não se encaixam 100% e precisa de mais tempo
para conseguir identificar como isso aconteceu na sua vida.

É um processo constante de auto-observação, visto que, cada pessoa


passa por histórias diferentes, apesar de terem o mesmo padrão.
Releia quantas vezes forem necessárias o conteúdo sobre Padrões de
Infância para identificar as três que mais fazem sentido pra você.

Após se identificar com as histórias de infância, você pode sentir um


desconforto grande, que é bem normal.

Costumo comparar esse momento com a quebra das ondas. Estar


em mar aberto é uma delícia, porém para chegar até ele, é preciso
enfrentar toda a turbulência da transição.

Vem o medo, o cansaço, dá vontade de desistir, mas quando você


passa, o sabor da recompensa é incrível, isso eu garanto!

Agora, foco no seu processo de identificação!

Esteja ciente de todas as Fases do Processo. No momento você pode


estar vivenciando a negação ou a desordem, tenha consciência delas.

Lembre-se de limpar os Bloqueadores da Consciência e usar


os Expansores: Presença, Amorosidade, Diálogo e Atitude.

Na sequência, vou falar sobre as motivações dos comportamentos,


originada pela necessidade não atendida.

74 MAPA DO AUTOCONHECIMENTO

Licensed to Danieli Vieira Fogaça - danifogaca@outlook.com - 336.623.168-89

Você também pode gostar