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Ética médica contra a negligência profissional

De acordo com o juramento de Hipócrates, filósofo e pai da medicina, os médicos devem


aplicar regimes para o bem do doente segundo seu poder e entendimento. Nesse contexto, a
citação ressalta a importância da ética medicinal sobre o aspecto da responsabilidade social, já
que é atribuído ao médico o bem-estar do paciente. Entretanto, existem profissionais que
descumprem tal juramento, decorrente do processo de formação falho e a capitalização da
profissão que resulta na inaceitável negligência profissional e na insegurança populacional.

Sob essa perspectiva, deve-se abordar a etimologia da palavra Ética e relacioná-la às causas do
problema. A palavra Ética vem do grego “Éthos” que significa um conjunto de valores que
determinada pessoa deve seguir. No contexto da irresponsabilidade social de alguns médicos,
a falta de ética está atrelada ao falho sistema de formação educacional, que não é efetivo nas
matérias sobre ciências humanas e sociais. Sendo assim a ética médica é trabalhada com
superficialidade durante a faculdade e, portanto, gera insensibilidade por parte dos
profissionais. Ademais, a capitalização da profissão é um dos motores dessa problemática,
visto que a medicina é uma das profissões com melhor remuneração, que traz status e
valorização. Com isso, pessoas que escolhem a profissão somente por esses motivos tendem a
exercê-la de forma insensível, desprezando o bem-estar mental dos pacientes.

Além disso, é necessário abordar as consequências dessa problemática gravíssima. Dentre elas
destaca-se a violência médica, caracterizada por ameaças, negligências no manejo da dor,
abuso de vulnerável, dentre outros. Como exemplo inaceitável aborda-se o caso do médico
anestesista Giovanni Bezerra, que abusou sexualmente da paciente enquanto estava
desacordada durante o trabalho de parto no Rio de Janeiro, de acordo com o Jornal O Globo.
Tal caso reflete de inúmeros modos na saúde mental das vítimas, gerando desconfiança e
traumas irreparáveis. Outrossim, a insegurança populacional está atrelada aos efeitos da falta
de ética médica. A saúde é um direito garantido pelo artigo 196 da Constituição Federal,
entretanto quando ocorre o desvio de ética, esse direito é negligenciado. A insegurança está
atrelada à precariedade de profissionais qualificados e à alta demanda. Assim, o medo aliado à
dependência desses profissionais faz com que pessoas deixem de procurar ajuda ou então,
têm seu tratamento negado pelos antiéticos.

Portanto, é inegável que esse tema deve ser solucionado. Dessa forma, é necessário que o
MEC amplie o ensino sobre ciências humanas com foco sobre a ética, por meio da
intensificação de matérias humanas na faculdade, para que a educação seja efetiva. Ademais,
o Conselho Federal de Medicina deve exercer maior fiscalização e normatização punitiva para
casos de irresponsabilidade profissional, a fim de impedir violências contra pacientes e garantir
a segurança populacional. Como exemplo disso, obtém-se a prisão do Anestesista Giovanni
citado no texto. Assim, mais médicos trarão a citação de Hipócrates à realidade ao exercer o
bem para o paciente.

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