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Semeiosis

SEMIÓTICA E TRANSDISCIPLINARIDADE EM REVISTA.


TRANSDISCIPLINARY JOURNAL OF SEMIOTICS

Aplicação da semiótica de Charles Peirce na análise


de infográficos
Daniel Melo Ribeiro
Professor Adjunto do Departamento de Comunicação Social da UFMG
danielmeloribeiro@ufmg.br

Resumo
Este estudo debate a aplicação da semiótica na análise de infográficos, tendo em vista os
resultados de um projeto de pesquisa e extensão do curso de Comunicação Social da
UFMG sobre o uso da infografia no contexto da pandemia de covid-19. Destaca-se a
relevância dos aspectos semióticos desse formato visual de representação de dados para o
jornalismo, resgatando definições e modelos classificatórios. Em seguida, apresentamos
uma proposta metodológica que utiliza a teoria do signos de Charles Peirce, mais
precisamente as tricotomias ícone, índice e símbolo e a tríade dos interpretantes (emocional,
energético e lógico). Ao aplicar a metodologia semiótica em um projeto de caráter
educacional e científico, pretende-se reforçar a relevância do pensamento de Peirce nas
iniciativas acadêmicas da área de Comunicação no Brasil.

PALAVRAS-CHAVE:
infografia, semiótica, covid-19

Abstract
This study discusses the application of semiotics in the analysis of infographics, considering
the results of a research project conducted in the Social Communication Department of
UFMG/Brazil in the context of the covid-19 pandemic. We highlight the relevance of the
semiotic approach to understand how inforgraphics are used for data representation in
journalism, recovering definitions and classificatory models. We present a methodological
proposal that uses Charles Peirce's theory of signs, more precisely the icon, index and
symbol trichotomies and the triad of interpretants (emotional, energetic and logical). By
applying the semiotic methodology in an educational and scientific project, it is intended to
reinforce the relevance of Peirce's thinking in academic initiatives in the area of
Communication in Brazil.

KEYWORDS:
infographics, semiotics, covid-19

Junho/2022, v.10 n.1


ISSN 2178-5368
DOI 10.53987/2178-5368-2022-06-05
introdução: os infográficos na pandemia
Este estudo relata os resultados do projeto de pesquisa e extensão “Como ler
infográficos?”[1], desenvolvido por alunos e pesquisadores do Departamento de
Comunicação Social da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) no ano de 2020. O
objetivo do projeto é debater o uso da infografia no contexto jornalístico.    

Essa iniciativa foi motivada pela eclosão da pandemia de covid-19 em 2020. Desde o
início da crise sanitária, houve uma grande demanda por gráficos e visualizações na
cobertura jornalística, seja na mídia impressa, nos telejornais ou na internet. Diversos
veículos nacionais e internacionais utilizaram a infografia e a visualização de dados para
reportar o andamento da pandemia (TEIXEIRA, 2020). Nesse contexto, os infográficos
interativos se destacaram como “um dos principais recursos utilizados pelo jornalismo
digital na construção de narrativas e produção de informações sobre o novo coronavírus e
os seus efeitos individuais e coletivos” (SILVA, 2020: 7).

Segundo Carvalho e Aragão (2012: 166), o infográfico é “um artefato produzido no


intuito de comunicar uma mensagem que compõe uma interpretação de dados
quantitativos, espaciais, narrativos e/ou cronológicos, contextualizados visualmente através
da integração de texto, imagens e/ou formas”. Assim, ao apoiar-se em diferentes matrizes de
linguagem para representar dados, o infográfico permite ao jornalismo explorar um
formato híbrido de comunicar notícias.

Contudo, esse formato exige uma certa habilidade de compreensão de escalas,


analogias e proporções. Além disso, os infográficos da pandemia abordam conceitos
relativamente complexos, tais como as noções de achatamento da curva, curvas de
contágio, escalas logarítmicas etc. Além das demandas relacionadas a um certo domínio
técnico da linguagem dos infográficos, surgiram também infográficos maliciosos,
geralmente associados às chamadas fake news. Esses aspectos sugerem a hipótese de que o
desenvolvimento de uma habilidade de leitura crítica de infográficos poderia auxiliar a
população a compreender, com mais clareza e segurança, os efeitos da pandemia em seu
cotidiano.

Diante desse cenário, um grupo de pesquisadores da UFMG se reuniu para explorar


os desafios e os problemas ligados ao uso da infografia. Por um lado, estávamos
interessados em investigar as potencialidades comunicacionais desse formato, levantando
perguntas como: de que maneira o uso da infografia pode facilitar a compreensão de
notícias? Quais estratégias são utilizadas pela infografia para estimular o entendimento dos
leitores em relação aos fatos noticiados? Essas questões dizem respeito à própria linguagem
dos infográficos e, claro, ao seus aspectos semióticos. Sob esse ponto de vista, pesquisamos
o uso de elementos gráficos como cores, formatos, diagramação, textos etc., bem como a
maneira como os dados são representados, suas simbologias e convenções.

Por outro lado, estávamos também interessados em debater estratégias didáticas


para estimular a compreensão de infográficos. Seria possível pensarmos em um
procedimento metodológico que fosse capaz de ajudar não só os pesquisadores do projeto,
como também o público em geral? Como desenvolver uma habilidade crítica dos leitores
em relação à infografia? Sabendo que o público que acompanha as notícias sobre a
pandemia teria contato com infográficos, propusemos um roteiro de leitura, que pudesse
auxiliar a lidar com esse formato. Assim, o roteiro criado pretende orientar o leitor a
identificar quais informações estão representadas e de que maneira o infográfico pode
ajudá-lo a responder dúvidas sobre a pandemia.

A primeira etapa do projeto foi dedicada à coleta de infográficos da pandemia de


covid-19. Durante cerca de 30 dias, coletamos mais de 150 exemplos, publicados em
veículos nacionais e internacionais, como The New York Times, Washington Post, Revista
Piauí, G1, Época, Portal R7, Nexo Jornal, The Economist, dentre outros. Em seguida, na
etapa de pesquisa bibliográfica, levantamos metodologias de análise de infográficos, a fim de
avaliar sua aplicabilidade. Mais especificamente, avaliamos o modelo LOTCH (ALVES;
AGUIAR, 2017) e o modelo de pontuação desenvolvido por Silveira (2010).

Por sua vez, encontramos na semiótica de Charles Peirce uma referência


metodológica mais adequada aos nossos propósitos. Defendemos que a semiótica de Peirce
oferece uma relevante base conceitual para tratar dos estudos sobre a infografia, atuando de
maneira complementar aos modelos anteriormente levantados. Assim, o objetivo deste
estudo é demonstrar de que maneira a semiótica foi aplicada tanto na análise de infográficos
da pandemia de covid-19 como também na elaboração do roteiro de leitura desse formato.

infográficos: definições e modelos classificatórios


De acordo com Teixeira (2010: 18), o infográfico pressupõe uma integração de
imagens e textos em um formato discursivo que permite “a compreensão de um fenômeno
específico como um acontecimento jornalístico ou o funcionamento de algo complexo ou
difícil de ser descrito em uma narrativa textual convencional”. No contexto digital, os
infográficos podem incorporar outros formatos, tais como sons e vídeos. Além da
pluralidade de formatos, os infográficos construídos em plataformas digitais também
podem se beneficiar de recursos interativos e da exibição de dados dinâmicos,
aproximando-os das aplicações de visualizações de dados (RIBEIRO, 2015).

Essas definições apontam para a principal característica do infográfico: potencializar


a compreensão da informação reportada utilizando analogias visuais. O infográfico deve
articular a combinção harmônica e estimulante de um conjunto de elementos como
palavras, imagens, cores e formas. Nas notícias, essa combinação não deve perder de vista a
conexão dos dados representados com um determinado fato jornalístico (TEIXEIRA,
2010: 33-34), seja uma epidemia, um acidente ou um escândalo de corrupção.

Os infográficos se apoiam em certas estratégias visuais de representação da


informação, como por exemplo um mapa, um gráfico estatístico, uma linha do tempo, e
assim por diante. Nesse sentido, destacamos alguns estudos que procuraram classificar os
diferentes tipos de infográficos, a fim de identificar seus elementos constitutivos e suas
respectivas aplicações. Por exemplo, Alves e Aguiar (2017) apresentam o modelo LOTCH,
baseado no modo como o infográfico organiza a informação. Esse modelo leva em conta
os seguintes critérios: Localização, Ordenação, Tempo, Categoria, Hierarquia.
No critério Localização, a característica espacial é priorizada, evidenciando as
articulações físicas e geográficas. Nesse tipo de infográfico, o uso de mapas e outros
diagramas espaciais é frequente. Esses infográficos ilustram, por exemplo, acidentes,
desastres ou deslocamentos, nos quais a representação esquemática de elementos espaciais é
crucial para o entendimento da informação. No critério Ordenação, os infográficos
priorizam a maneira como os elementos são ordenados, utilizando, por exemplo, tabelas,
listas e fichas. O critério Tempo, por sua vez, explora elementos que evidenciam a sucessão
de acontecimentos, tais como linhas do tempo e calendários. O critério Categoria é
aplicado em infográficos que procuram agrupar elementos visualmente por algum
parâmetro de semelhança. Por fim, o critério Hierarquia organiza as informações por
ordem de importância ou prioridade e é geralmente encontrado em infográficos que
necessitam hierarquizar instruções ou passos sucessivos (ALVES; AGUIAR, 2017: 278-
279).

Outra proposta classificatória de infográficos pode ser encontrada em Teixeira


(2007). A autora propõe dois eixos: no primeiro eixo, os infográficos se dividem em
enciclopédicos e específicos. Essa subdivisão leva em conta a predominância de características
singulares ou abrangentes do infográfico. Em seguida, os infográficos se subdividem em
independentes e complementares. Essa característica diz respeito à subordinação do
infográfico em relação a uma reportagem. Por sua vez, Cairo (apud SILVEIRA, 2010: 79)
propõe dividir os infográficos em estetizantes ou analíticos. Essa divisão leva em conta
infográficos que utilizam uma linguagem mais “artística” e metafórica, destacando
elementos decorativos, em oposição aos infográficos de caráter mais técnico, que priorizam
a organização dos dados e não necessariamente seus aspectos “estéticos”. 

A partir dos pares classificatórios de infográficos apontados acima, a pesquisadora


Luciana Silveira (2010) propõe uma metodologia de classificação e avaliação de
infográficos baseada em gradações. A autora argumenta que os infográficos apresentam
distintos graus dessas propriedades, o que dificultaria a divisão em rótulos absolutos. Para
isso, é criada uma tabela de pontuação para classificar infográficos de acordo com certos
critérios. Segundo a autora, “o uso de pontuação numérica facilita a análise e a
documentação, permitindo representação gráfica e comparações” (SILVEIRA, 2010: 80).
Os critérios a serem pontuados em sua metodologia podem ser resumidos da seguinte
maneira:

Independência; Especificidade; Integridade (precisão, clareza, escala);


Usabilidade (legibilidade e percepção visual, organização, formato);
Aparência (atratividade, comunicação visual, valor);
Conteúdo (seleção, perspectivas, completude).

Ao atribuir uma escala de pontos que varia de 0 a 3 para cada um desses critérios,
os infográficos avaliados a partir dessa metodologia poderiam ser julgados e comparados,
evidenciando seus pontos fortes e fracos.

uma abordagem semiótica dos infográficos


Embora essas propostas classificatórias tenham auxiliado na identificação de
elementos relevantes dos infográficos, encontramos algumas limitações. Por exemplo, na
metodologia LOTCH, os critérios Ordenação, Categoria e Hierarquia são muito
semelhantes, o que tornou a classificação ambígua. Por sua vez, a proposta de Silveira
(2010) demonstrou um caráter excessivamente normativo, ao estabelecer pontuações que
resultaram em julgamentos que escapavam dos nossos propósitos. Afinal, o objetivo do
projeto é promover uma análise qualitativa, e não estabelecer uma espécie de ranking dos
melhores infográficos.

Por outro lado, já conhecíamos as potencialidades analíticas da metodologia


semiótica e suas frutíferas aplicações na área de comunicação (SANTAELLA; NÖTH,
2004). Assim, motivados a desenvolver uma metodologia de análise de infográficos,
buscamos suporte nos conceitos da semiótica de Charles Peirce. Sua proposta de
classificação dos signos fornece um roteiro de compreensão de como ocorrem os
fenômenos de representação e interpretação, elementares em qualquer processo
comunicativo.

Argumentamos que o ponto de vista semiótico é pertinente para o estudo da


infografia. Em primeiro lugar, todo infográfico é um signo, na medida em que se encarna
em um suporte, refere-se a algo diferente de si e carrega um potencial interpretativo, capaz
de sensibilizar algum intérprete. Além disso, a combinação de elementos para estimular o
raciocínio e a descoberta do leitor indicam que o infográfico apoia-se, essencialmente, em
características diagramáticas (STJERNFELT, 2011). Ou seja, o infográfico é um tipo de
diagrama cujo propósito consiste em facilitar o entendimento de uma determinada
informação por meio de analogias estruturais. Diante desse tipo de signo, o leitor é
estimulado a pensar sobre as correspondências lógicas entre o fato representado e os seus
elementos visuais.

Os diagramas adquirem uma posição de destaque na semiótica de Peirce não


somente em função de suas características formais de representação estrutural de um
objeto, mas também por serem instrumentos relevantes na própria construção do
raciocínio deliberado. De acordo com Peirce, um diagrama é um tipo de signo capaz de
representar relações por meio de analogias entre suas partes (CP[2] 2.277). Por esse ângulo,
os diagramas são ferramentas heurísticas, ou seja, recursos visuais úteis na solução de
problemas e na descoberta de relações ocultas. Nesse sentido, a ação de pensar com a ajuda
de diagramas significa tratá-lo como um veículo para experimento e manipulação do
raciocínio (STJERNFELT, 2011). Essa característica torna o infográfico um signo que
estimula a descoberta de relações que dificilmente seriam evidenciadas somente no suporte
textual ou verbal das notícias.

a semiótica de peirce aplicada aos infográficos


A elaboração de um roteiro didático a ser aplicado na leitura de infográficos com
base nos conceitos da semiótica de Peirce levou em conta o seguinte desafio: conciliar a
facilidade de aplicação sem abandonar a profundidade analítica. Assim, diante da vasta
matriz classificatória de Peirce sobre os diferentes modos de significação, levantamos a
seguinte questão: quais classificações descritas na Teoria dos Signos de Peirce seriam
essenciais na análise de um infográfico?

os fundamentos da significação: signo, objeto e interpretante


Sabemos que Peirce propôs uma detalhada rede classificatória dos signos, tendo em
vista as diversas combinações possíveis entre os três elementos fundamentais de todo
processo de significação, a saber: o signo, o objeto e o interpretante. O signo é o primeiro
elemento dessa relação triádica e pode ser entendido como qualquer entidade que procura
representar, de uma certa maneira, uma outra coisa diferente de si, que é denominada objeto.
Ao representar o objeto de um certo modo, o signo está apto a gerar, na mente de um
intérprete, um determinado efeito interpretativo, conhecido como interpretante. Essa
relação, embora elementar, constitui um modelo estrutural dos processos de comunicação
em geral, o que inclui uma infinidade de tipos de signos, dentre eles os infográficos.

propriedades icônicas, indiciais e simbólicas dos infográficos


As combinações possíveis entre o signo, seus objetos e seus interpretantes são
conhecidas por tricotomias e foram inicialmente desenvolvidas por Peirce em 1903 (CP
2.243). As três primeiras tricotomias são extraídas a partir do signo em si, da relação entre
o signo e o objeto e da relação do signo com o interpretante. Essas três tricotomias geram
uma lista possível de 10 classes diferentes de signo. Acreditamos que a segunda tricotomia,
que trata da relação entre o signo e o objeto, é essencial em nossa análise. Essa relação gera
as três classificações que se tornaram mais populares na Teoria dos Signos de Peirce: os
ícones, os índices e os símbolos (CP 2.274). Segundo Peirce, um ícone é um signo que
estabelece uma relação com o seu objeto por meio de suas qualidades (CP 2.276), tais
como formas, texturas, cores, intensidades, tonalidades, aromas, timbres e assim por diante.
Para atuar como um signo, os ícones devem apresentar algum tipo de similaridade
observável com seu objeto, sejam elas de caráter formal ou estrutural. Já os índices (CP
2.283) são signos que se relacionam com o seu objeto por meio de uma conexão existencial
com o objeto representado, evidenciando relações de causa e consequência. Já um símbolo
(CP 2.292) é um signo que se relaciona com o seu objeto por hábitos ou leis, evidenciando
um modo de significação onde predominam convenções.

Todo infográfico possui características icônicas, na medida em que representa os


dados por meio de linhas, cores, barras, traços ou curvas. Infográficos também utilizam, de
maneira frequente, desenhos, mapas ou outros elementos pictóricos. Por essa razão, as
formas contidas em um infográfico representam suas qualidades icônicas. Em geral, esses
elementos guardam semelhanças com os fatos descritos, ainda que essa semelhança seja de
caráter estrutural. É o caso, por exemplo, dos diagramas, que são tipos de ícones que
privilegiam semelhanças com o objeto por analogias de suas estruturas internas. De acordo
com Peirce, outros tipos de ícones, além dos diagramas, seriam as imagens e as metáforas
(CP 2.227).

Infográficos também possuem uma forte característica indicial, na medida em que


seus elementos apontam para fenômenos concretos, numa relação temporal e causal. Por
exemplo, o tamanho de um gráfico de barras, a sinuosidade de um gráfico de linhas ou
mesmo a intensidade de uma cor indicam a variação de dados quantitativos, guardando
correspondências existenciais com os dados representados. Por fim, infográficos também se
apoiam em elementos simbólicos convencionais, tais como a linguagem verbal, regras
estatísticas, legendas, títulos e assim por diante.
Em resumo, as propriedades icônicas, indiciais e simbólicas detalham os diferentes
modos como o signo se articula com o objeto representado. Do ponto de vista da
infografia, trata-se de uma etapa analítica fundamental, na medida em que nos revela a
maneira como o infográfico utiliza certos recursos visuais para representar os dados
associados ao fato jornalístico. Ou seja, para cumprir sua função, é importante que um
infográfico traga e informe, de maneira clara, características do objeto representado para o
leitor, seja por meio de semelhanças, indicações ou convenções.

interpretantes de um infográfico
Para a elaboração do nosso roteiro, também foi essencial explorar os possíveis
efeitos interpretativos gerados por um infográfico. É importante reforçar que as
interpretações são mediadas pelos signos e estão condicionadas à maneira particular como
os objetos são por eles representados. Ou seja, dependendo da maneira como o signo se
apresenta ao leitor, ele é capaz de gerar diferentes tipos de interpretantes. Uma das
subdivisões dos interpretantes elaborada por Peirce considera o atual efeito determinado
por um signo na mente de um intérprete, chamado de interpretante dinâmico (CP 4.536).
Por outro lado, o signo em si também possui um potencial interpretativo,
independentemente do intérprete. Esse potencial interpretativo, que pode ser entendido
como o propósito de um signo, recebe o nome de interpretante imediato (CP 4.536). Peirce
também indica a existência de um interpretante final, que seria o interpretante idealmente
alcançado caso as sucessivas cadeias de interpretação de um signo pudessem ser conduzidas
até a exaustão, numa espécie de “soma” de todos os interpretantes dinâmicos gerados (CP
8.315).

Por outro lado, optamos por incorporar outra tríade dos interpretantes, conhecida
por interpretantes emocionais, energéticos e lógicos, apresentada por Peirce no manuscrito
318, de 1907 (EP2[3]: 409; SANTAELLA, 1995: 104). Esses interpretantes podem ser
caracterizados por sentimentos, esforços ou raciocínios lógicos.

Segundo Santaella (1995: 105), o interpretante emocional diz respeito a uma


qualidade de sentimento, ainda que se apresente de maneira vaga ou intraduzível para o
intérprete. Por sua vez, o interpretante energético se manifesta em um esforço físico ou
mental que demanda um certo gasto de energia empreendida em sua interpretação. Por fim,
o interpretante lógico é o pensamento ou a compreensão geral do signo, produzido por
meio de inferências, raciocínios e analogias que nos levam a conclusões e generalizações.

Assim, o contato do leitor com os infográficos irá gerar distintos interpretantes.


Podemos imaginar que o leitor será estimulado a gerar interpretantes lógicos, quando, por
exemplo, compreender as analogias propostas pelo infográfico, refletir sobre as proporções
e comparações sugeridas, inferir consequências a partir dos dados apresentados em
gráficos, tabelas, diagramas e assim por diante. Nesse sentido, os interpretantes lógicos
tendem a ser os efeitos interpretativos mais habitualmente esperados em um infográfico. Por
outro lado também podemos imaginar que o um infográfico é capaz de provocar reações
energéticas no leitor, desde estímulos concretos como raiva, indignacão, espanto, comoção
ou mesmo reações musculares, tais como o clique em um infográfico interativo, a ação de
curtir ou compartilhar o infográfico ou qualquer outro gesto coporal. Por fim, os
interpretantes gerados por um infográfico também incluem qualidades de sentimento que,
mesmo vagas ou imprecisas, podem caracterizar aspectos importantes do infográfico como
clareza, desconforto, harmonia ou equilíbrio.

roteiro semiótico de análise de infográficos


O roteiro foi elaborado em formato de perguntas, dividido em quatro partes. As
perguntas são direcionadas às pessoas que irão analisar um determinado infográfico. Na
primeira parte, o roteiro demanda a identificação dos elementos semióticos fundamentais
do infográfico (signo, objeto e interpretante). A segunda parte do roteiro explora as
propriedades do infográfico, tendo em vista os seus aspectos icônicos, indiciais e simbólicos
que se apresentam na relação entre o signo e o objeto. A terceira parte trata dos possíveis
efeitos interpretativos do infográfico, baseados nos conceitos de interpretantes emocionais,
energéticos e lógicos. Por fim, na quarta parte, o roteiro demanda uma análise conclusiva,
sintetizando os principais pontos identificados anteriormente.

A elaboração desse roteiro passou por uma etapa preliminar de validação, que
consistiu na sua aplicação, em caráter de teste, em 3 infográficos, por parte de 3 estudantes
de jornalismo envolvidos no projeto. Em seguida, os estudantes foram estimulados a relatar
suas impressões e dificuldades na aplicação do modelo, de forma a aprimorar as perguntas
e ajustar as categorias de análise do roteiro. As impressões relatadas pelos estudantes
também contribuíram para fornecer pistas relevantes sobre a maneira como a própria
metodologia semiótica é compreendida e aplicada.

PARTE I - informações básicas

Trata-se de uma etapa bem objetiva e introdutória, a fim de apresentar os principais


elementos do infográfico.

Tabela 1: Informações básicas do infográfico

Signo Qual é o infográfico?


- Título do infográfico
- Autor
- Onde foi publicado
- Data de publicação
- Link para acesso

Objeto Qual é o assunto do infográfico?

Interpretante O que o infográfico pretende comunicar?

Fonte: elaboração do autor

PARTE II - Propriedades do infográfico

Nessa parte da análise, é recomendável evitar julgamentos ou interpretações:


devemos nos concentrar nas propriedades objetivas do infográfico que se apresenta ao leitor
e de que maneira o infográfico se relaciona com o fenômeno representado.

Tabela 2: Propriedades do infográfico


Aspectos a) De que forma os dados são representados nesse infográfico?
icônicos - Cores, Linhas, Setas, Desenhos, Formas geométricas, Mapas, Ilustrações,
Fotografias etc.
b) São imagens estáticas, animadas ou interativas?
c) Como podemos categorizar essas formas?
- Localização,
- Ordenação,
- Tempo,
- Categoria,
- Hierarquia.

Aspectos a) Em que contexto esse infográfico foi publicado?


indiciais - Notícias
- Material didático
- Conteúdo institucional
- Relatórios científicos
b) Quais dados você consegue identificar?
c) Precisão dos dados:
- Os dados representados são precisos?
- Há uma indicação da fonte de onde os dados foram retirados?
d) As causas e consequências do fato estão bem visíveis?

Aspectos a) O infográfico possui uma legenda? Como ela é? O que ela contém?
simbólicos b) O infográfico utiliza algum elemento convencional?
- Mapa, Plano cartesiano, Gráficos de barra, de pizza, de linha etc.
c) O infográfico exige algum conhecimento técnico do leitor?
d) Os textos do infográfico estão escritos em língua portuguesa ou em outra
língua?

Fonte: elaboração do autor

PARTE III - Efeitos interpretativos do infográfico

Nesta parte da análise, devemos nos apoiar nas propriedades levantadas nos tópicos
anteriores para sugerir quais seriam as possíveis interpretações proporcionadas pelo
infográfico. Aqui, podemos especular sobre quais efeitos seriam provocados no leitor, a
partir dos elementos identificados anteriormente (é o potencial comunicativo do
infográfico).

Tabela 3: Efeitos interpretativos do infográfico

Interpretantes a) Que emoções esse infográfico provoca em você?


emocionais - conforto/desconforto
- equilíbrio/desequilíbrio
- ordem/desordem
- clareza/confusão
- harmonia/desarmonia

Interpretantes a) Que reações f ísicas esse infográfico provoca em você?


energéticos b) Você se sentiu estimulado a agir de alguma maneira?

Interpretantes a) Qual é a intenção por trás desse infográfico? (finalidade)


lógicos - Informação (ou desinformação)
- Narratividade (conta uma história)
- Entretenimento
- Simulação de cenários
- Monitoramento
- Ativismo
b) É possível identificar facilmente a mensagem principal do infográfico?
c) Os dados representados são duvidosos?
d) Foi necessário comparar variáveis e elementos para chegar a alguma
conclusão?
e) Você precisou fazer algum tipo de cálculo, comparação, análise de proporções
ou combinações para compreender a mensagem?
f) Para ser compreendido, o infográfico se apoia em analogias? Como elas
funcionam?
g) Quais conclusões podem ser obtidas do infográfico?

Fonte: elaboração do autor

PARTE IV - Análise final

Tabela 4: Efeitos interpretativos do infográfico

De maneira geral, quais interpretações o infográfico pode proporcionar?


Trata-se de um infográfico que cumpre o seu papel de informar o fenômeno com sucesso?
Quais críticas poderiam ser feitas a esse infográfico?

Fonte: elaboração do autor

resultados obtidos e conclusões


O roteiro de análise semiótica de infográficos foi aplicado e sistematizado em dois
exemplos de infográficos da pandemia de covid-19 (HUDSON; RIBEIRO, 2020).
Analisamos o infográfico “Como o vírus se espalhou?” (figura 1), publicado pelo website do
jornal The New York Times (CAI et al., 2020) e o infográfico “Por que surtos como o
coronavírus se espalham exponencialmente e como ‘achatar a curva’” (figura 2), publicado
pelo website do jornal The Washington Post (STEVENS, 2020). Nessas análises,
identificamos o uso de duas estratégias relevantes na construção do infográfico: a narrativa
e a simulação. Ambos exploram recursos interativos que evidenciam os desdobramentos da
pandemia, provocando, principalmente, interpretantes energéticos e lógicos. No primeiro
caso, predominam mapas, a fim de ressaltar aspectos geográficos da pandemia. No
segundo caso, predominam simbologias associadas à simulação de cenários estatísticos.

Figura 1: imagens selecionadas do infográfico “Como o vírus se espalhou?”

Fonte:  The New York Times (CAI et al., 2020)


Figura 2: imagens selecionadas do infográfico “Por que surtos como o coronavírus
se espalham exponencialmente e como ‘achatar a curva’”

Fonte: The Washington Post (STEVENS, 2020)

Ainda no contexto da covid-19, o roteiro também fundamentou a elaboração de um


artigo que analisa os gráficos que ficaram conhecidos como “achatamento da curva”
(figuras 3 e 4) (RIBEIRO, 2020). Os gráficos do achatamento da curva se tornaram
populares na cobertura jornalística durante a pandemia, ao explicar a relevância das
medidas de isolamento social frente ao contágio. Neste estudo, além de enfatizar suas
propriedades diagramáticas, argumentamos que a proliferação de suas inúmeras versões
caracteriza um fenômeno de semiose, articulando uma cadeia de sentidos em torno da
pandemia. Para Peirce, a semiose é o resultado da ação de um signo, que envolve a relação
triádica de seus elementos fundamentais, o signo, o objeto e o interpretante (CP 5.548). Por
sua vez, quando o signo encontra um intérprete, o interpretante dinâmico gerado também
atua como um signo, na medida em que cria um novo intepretante na sua mente,
provocando, assim, sucessivas cadeias sígnicas interligadas. Em outras palavras, a ação de
um signo não se dá de maneira isolada, mas sim em fluxo.

Figura 3: Gráfico do achatamento da curva Figura 4: A curva do coronavírus

Fonte: Nexo (MCQUEEN, 2020).

Fonte: The Economist (COVID-19, 2020)


Outro resultado obtido a partir desta proposta metodológica foi a sua incorporação no
projeto de extensão “Como ler infográficos?”, mencionado anteriormente (figuras 5 e 6).
Além de conteúdos e informações instrutivas sobre a infografia, o projeto propõe análises
objetivas de alguns infográficos que se popularizaram durante a pandemia. Dado o caráter
extensionista do projeto, o roteiro foi adaptado para uma linguagem mais coloquial e
organizado em um passo a passo ilustrado (CORDEIRO; FERREIRA, 2020). No
website, o roteiro utiliza a metáfora da exploração, como se fosse um guia de viagem ou
roteiro de aventura (figuras 7 e 8).

Figura 5: Captura de tela de uma das seções Figura 6: identidade visual do projeto “Como ler
do website do projeto “Como ler infográficos?” infográficos?”

Fonte: 
https://comolerinfograficos.fafich.ufmg.br/

Fonte: 
https://comolerinfograficos.fafich.ufmg.br/

Figuras 7 e 8: Imagens do roteiro ilustrado de análise de infográficos

Fonte: Cordeiro e Ferreira (2020).

Por fim, a abordagem semiótica dos infográficos inspirou a elaboração de duas análises de
infográficos referentes a outro contexto jornalístico. Analisamos dois infográficos que
tratam dos acidentes nas barragens da Vale do Rio Doce, ocorridos nas cidades de Mariana
e Brumadinho, em Minas Gerais (ANDRADE; CAMARGO; RIBEIRO, 2020).
Analisamos os infográficos “Rastro de Lama” (GERAQUE et al., 2015), publicado pela
Folha de São Paulo em 2015, e o infográfico “Na Av. Paulista, lama de Brumadinho
formaria paredão de 175m de altura” (PONCEANO; MARIN, 2019), vinculado a uma
matéria do Estadão, publicada em 2019. Ambos os infográficos se destacam por propor
analogias visuais para explicar os dois acidentes. No primeiro caso, é utilizado um diagrama
vertical para demonstrar os impactos dos dejeto da mina ao longo do trajeto do Rio Doce
(figura 9). No segundo caso, um mapa em perspectiva compara o espaço que a lama
ocuparia na Avenida Paulista na cidade de São Paulo (figura 10).
Figura 9: Trecho do infográfico sobre o acidente Figura 10: Trecho do infográfico sobre o acidente
na barragem da cidade de Mariana, em MG. na barragem da cidade de Brumadinho, em MG.

Fonte: O Estado de São Paulo (PONCEANO;


Fonte: Folha de S. Paulo (GERAQUE et al.,
MARIN, 2019).
2015).

Cabe também apontar alguns desafios encontrados na elaboração deste roteiro. Em


primeiro lugar, procuramos incorporar partes das outras metodologias avaliadas na revisão
bibliográfica. Reconhecemos a relevância dessas metodologias na identificação dos
elementos que estruturam um infográfico e, por isso, buscamos compatibilizar trechos que
fossem análogos com as categorias de Peirce. Por exemplo, acreditamos que a metodologia
LOTCH teria uma correspondência com a análise dos aspectos icônicos do infográfico, na
medida em que nos ajuda a identificar as estratégias visuais empregadas para organizar os
dados apresentados. Assim, elaboramos a pergunta “Como podemos categorizar essas
formas? (Localização, Ordenação, Tempo, Categoria, Hierarquia)” dentro do tópico que
trata dos seus aspectos icônicos. Por sua vez, selecionamos e distribuímos alguns critérios
levantados por Silveira (2010) ao longo do roteiro. Por exemplo, o critério Integridade
(Precisão) foi incorporado no bloco referente aos aspectos indiciais.

A equipe reportou algumas impressões que nos ajudam a refletir sobre como a
semiótica de Peirce é encarada como ferramenta analítica pelos jovens pesquisadores de
semiótica. Como mencionado, a elaboração do roteiro passou por uma etapa preliminar de
validação das perguntas, na qual os estudantes foram incentivados aplicá-lo em alguns
infográficos, a fim de observar e refletir sobre suas dúvidas acerca da metodologia. 

De maneira geral, percebemos uma dificuldade inicial em separar a análise dos


interpretantes (Parte III) da análise da relação Signo/Objeto (Parte II). Os alunos tendem a
listar os efeitos interpretativos emocionais, energéticos e lógicos logo no primeiro contato
com o infográfico, antes mesmo de observar atentamente suas características formais.
Trata-se de uma reação esperada: de maneira afoita, tendemos a saltar logo em busca dos
significados dos signos. Não é por acaso que o próprio Peirce destaca a “rara faculdade de
ver aquilo que nos encara, tal como se apresenta, não substituído por qualquer
interpretação” (CP 5.42), ao se referir ao exercício fenomenológico da primeiridade.
Quando observamos atentamente as qualidades apresentadas pelo infográfico,
conseguimos detalhar, de maneira mais precisa, os próprios interpretantes nos passos
seguintes. Trata-se, em nossa leitura, de um hábito que se desenvolve com a prática da
semiótica.
Outra observação apontada pelos alunos se refere à importância de se apoiar no
roteiro, principalmente na execução dos primeiros exercícios. Embora as análises iniciais
geradas tenham se caracterizado por uma certa rigidez textual, tal como um formulário, à
medida em que os alunos se familiarizaram com os conceitos da semiótica, as análises se
tornaram mais fluidas e, por consequência, mais agradáveis ao leitor. Notamos, portanto,
uma necessidade de amadurecimento e internalização da metodologia em exercícios
preliminares, junto com o professor orientador, antes de gerar o material a ser publicado.
Com a prática, os alunos reportaram que a escrita mais livre, sem a rígida preocupação em
responder todas as perguntas do roteiro, ajudaram na fruição das ideias e na própria
sofisticação do texto.

Por fim, houve uma certa dificuldade em separar, com clareza, os interpretantes
emocionais dos interpretantes energéticos. Embora Peirce tenha definido o interpretante
emocional como um sentimento (feeling) e o interpretante energético como um esforço
(effort) (EP2: 409, 430), os estudantes relataram inseguranças em isolar o “aspecto
qualitativo do efeito produzido pelo signo” do seu “significado emotivo” (SANTAELLA,
1995: 105). Tal dificuldade também é compreensível, afinal, uma qualidade de sentimento,
para ser percebida por um intérprete, requer uma certa dose de secundidade. Assim, a
solução adotada em nosso roteiro de análise foi estimular o leitor a caracterizar os
sentimentos evocados por aquele infográfico (interpretantes emocionais) em termos de
pares de conceitos, comuns às teorias da Gestalt (GOMES FILHO, 2000), tais como
conforto/desconforto, equilíbrio/desequilíbrio, harmonia/desarmonia e assim por diante.
Já no âmbito dos interpretantes energéticos, estimulamos a identificação de reações
provocadas no leitor.

Retomando as questões a respeito da aplicação da infografia no jornalismo,


vislumbramos que uma das maneiras de estimular o entendimento dos leitores sobre
notícias que requerem a interpretação de dados mais complexos consiste na tradução de
suas relações lógicas em formas visuais na infografia. Nesse sentido, os diagramas se
apresentam como um operador semiótico potencialmente produtivo, na medida que
estimulam o raciocínio por analogias. Para isso, a infografia emprega elementos baseados
em formas básicas, tais como circulos, linhas, pontos, quadrados, a fim de se concentrar,
justamente, nas relações lógicas que importam para a interpretação de aspectos de uma
notícia. Isso não impede, contudo, a adoção de outros recursos estéticos ligados às
qualidades formais do signo, mais propensos a estimularem interpretantes de ordem
emocional e energética, conferindo um teor de dramaticidade, uma característica que seria
mais difícil de ser alcançado em um texto objetivo. Outra estratégia observada é  adoção de
formatos de caráter simbólico que já são familiares aos leitores, tais como os mapas.

Acreditamos que o roteiro proposto poderá estimular o raciocínio analítico de


pesquisadores e estudantes interessados na infografia. Procuramos elaborar uma
metodologia de análise que, ao ser aplicada, não demande conhecimentos da semiótica
como pré-requisito, considerando o propósito extensionista do projeto. Por outro lado,
reconhecemos as contribuições da  semiótica de Peirce para este campo de estudo, que nos
proporcionou uma sólida base conceitual para refletirmos sobre a infografia. Assim, ao
recuperar conceitos da semiótica e aplicá-los em um projeto de caráter educacional e
científico, este estudo pretende reforçar a relevância do pensamento de Peirce na pesquisa
acadêmica da área de Comunicação no Brasil.

agradecimentos
Agradeço a UFMG pelo apoio institucional na execução deste projeto. Agradeço
também aos integrantes dessa equipe pelas valiosas contribuições e insights: Enaile Andrade,
Gabriela Camargo e Luigy Hudson, alunos de Iniciação Científica. Iuri Cordeiro e Franklin
Limeira, bolsistas do projeto de extensão. Paulo Ferreira, Eliane Estevão, Fabio Paes e Julia
de Paula, voluntários do projeto. E aos colegas professores do DCS, Geane Alzamora e
Carlos D’Andrea.

notas
[1] Disponível  em:  <link>.  Acesso  em  23 out.  2020.  O  projeto  está
registrado   
na      plataforma      institucional      SIEX/UFMG      com      o      número 403749.     
Disponível    em:    <link>. Acesso em: 05 dez. 2020.

[2] A
sigla CP se refere aos Collected Papers de Peirce, seguida de número do volume
e número do parágrafo.

[3]A sigla EP corresponde à publicação Essential Peirce, editada por Nathan


Houser. O número ao lado indica o volume.
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SEMEIOSIS, 2021. ALGUNS DIREITOS RESERVADOS. MAIS INFORMAÇÕES EM SEMEIOSIS.COM.BR

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