Você está na página 1de 85

Epistemologia do Ministério

EPISTEMOLOGIA
DO MINISTÉRIO
As 28 Faces de Cristo em Mateus

1
Nehemias Santos

2
Epistemologia do Ministério

Dr. Nehemias Santos

EPISTEMOLOGIA
DO MINISTÉRIO
As 28 Faces de Cristo em Mateus

1ª Edição@2022
São Paulo – SP

3
Nehemias Santos

Copyright©2022 by Nehemias Santos


Coordenação Editorial/Autor
Nehemias Santos
Capa/Arte Final
Nehemias Santos
Diagramação
Richard Calisto
Impressão e Acabamento
Grafia Power Graphics

Santos Nehemias...

EPISTEMOLOGIA DO MINISTÉRIO – 1a Edição/2022.


São Paulo: Gráfica Power Graphic 2022 85 páginas.

Todos os direitos autorais pertencem expressamente a


Nehemias Santos ©.
A reprodução de qualquer parte desta publicação seja por qual meio
for sem permissão escrita ou autorização ou citação desta obra, ex-
pressa nos moldes da lei, é ilegal e configura apropriação indébita de
Direitos Intelectuais e Patrimoniais (Artigo 184 do Código Penal – Lei
no 9.610 de 19 de fevereiro de 1998).
Todos os direitos reservados nesta Edição®2022 – Nehemias Santos
Ideais, comentários e os conteúdos expressos neste livro são de total e
exclusiva responsabilidade de seu autor.
2022® Por Nehemias Santos – Direção Geral: ITEKE
Instituto Teológico Kerygma - CNPJ - 28.029.058/0001.87
Categoria: Teologia

Gráfica e Impressão – Gráfica Power Graphics/ São Paulo.w

4
Epistemologia do Ministério

ÍNDICE

APRESENTAÇÃO................................................................7
JESUS, o Líder que faz a obra; sem se esquecer da sua família...........11
JESUS, o Líder que respeita o tempo de quem está em evidência.......13
JESUS, o Líder que se identifica com o povo a quem ele vai pregar.....15
JESUS, o Líder que não quebra a Ética.......................................17
JESUS, o Líder Mestre..........................................................19
JESUS, o Líder que forma......................................................21
JESUS, o Líder que discípula..................................................25
JESUS, o Líder Incansável......................................................29
JESUS, o Líder caçador de talentos...........................................31
JESUS, o Líder que não faz nada sozinho....................................33
JESUS, o Líder proativo........................................................35
JESUS, o Líder que restaura a contribuição..................................37
JESUS, o Líder que sai de casa................................................39
JESUS, o Líder que ora antes da adversidade...............................45
JESUS, o Líder que tem certeza do seu chamado..........................49
JESUS, o Líder que renunciou a si mesmo..................................51
JESUS, o Líder que dá exemplo aos ímpios.................................53
JESUS, o Líder que chama meninos..........................................55
JESUS, o Líder que abençoa os meninos.....................................57
JESUS, o Líder justo............................................................59
JESUS, o Líder que não se deixa levar........................................65

5
Nehemias Santos

pelas aparências..................................................................65
JESUS, o Líder fiel..............................................................71
JESUS, o Líder que não tolera hipocrisia....................................73
JESUS, o Líder que tem zelo pelo seu rebanho............................75
JESUS, o Líder que dá oportunidade segundo a capacidade de cada um...77
JESUS, o Líder socialmente correto..........................................79
JESUS, o Líder que sai de cena, mas deixa a porta aberta................81
JESUS, o Líder que não esquece o rebanho que já pastoreou............83

6
Epistemologia do Ministério

APRESENTAÇÃO

Na matéria de Epistemologia do Ministério, nós va-


mos estudar as 28 faces de Cristo no Evangelho segundo
o registro de Mateus. Em cada capítulo nós encontrare-
mos um versículo que revelará a face do Senhor Jesus
como: “O BOM OBREIRO”. Em João 13:15, o Senhor
Jesus disse: “Porque eu vos dei o exemplo, para que,
como eu vos fiz, façais vós também”. Ele é o nosso
exemplo em tudo. Nossa maior referência é o Senhor Je-
sus. Paulo disse: “Sede meus imitadores, como também
eu de Cristo” (cf. 1 Coríntios 11:1).
Vamos estudar as 28 Faces de Cristo em Mateus em
4 Aulas de 2 Horas Aula. Em cada Aula vamos expor 7
Faces de Cristo e aplica-la a nossa vida Ministerial. Es-
peramos ansiosamente que, após o encerramento dessa
matéria em estudo, nossas vidas sejam transformadas
pelo poder da palavra de Deus. Se não chegarmos a ser
grandes teólogos ou grandes pregadores, possamos ser
ao menos um cristão verdadeiro, um servo de Deus, um
cidadão dos céus. Sejam bem-vindos a matéria de Episte-
mologia do Ministério.

Dr. Nehemias Santos


Seminário Teológico Kerigma
São Paulo, 25 de agosto de 2022

7
Nehemias Santos

8
Epistemologia do Ministério

UNIDADE – I

EPISTEMOLOGIA
DO MINISTÉRIO
As 28 Faces de Cristo em Mateus

JESUS, o Líder que faz a obra; sem se esquecer da sua família...........11


JESUS, o Líder que respeita o tempo de quem está em evidência.......13
JESUS, o Líder que se identifica com o povo a quem ele vai pregar.....15
JESUS, o Líder que não quebra a Ética.......................................17
JESUS, o Líder Mestre..........................................................19
JESUS, o Líder que forma......................................................21
JESUS, o Líder que discípula..................................................25

9
Nehemias Santos

10
Epistemologia do Ministério

AULA – 1

JESUS, o Líder que faz a obra; sem se


esquecer da sua família.

Base Bíblica: Mateus 1:25.


Palavra – Chave: O Primogênito.
“E não a conheceu até que deu à luz seu filho, o primogênito; e
pôs-lhe por nome Jesus”.
O Senhor Jesus foi enviado pelo Pai (cf. João 20:21),
para fazer a vontade do Pai (cf. João 5:30). Em completa
obediência (cf. Filipenses 2:8), na dependência total da
Pessoa do Espírito Santo (cf. Lucas 4:18-20; Atos 10:38).
Exerceu um curto ministério de três anos e seis meses,
mas deixou um legado para a humanidade e em especial
para a igreja e o ministério. E quanto a nós? O Senhor
realmente nos enviou? Estamos no centro da sua vonta-
de? Que tipo de exemplo estamos dando e deixando para
aqueles que nos observam?
Mas, antes do Senhor Jesus dar início ao seu ministé-
rio, Ele cuidou da sua mãe e irmãos (cf. Marcos 6:1-4).
Na cultura judaica o filho herdava a profissão do Pai. No
caso de Cristo, ainda que José não fosse seu Pai biológi-
co, o Senhor Jesus era o filho “primogênito” de Maria.

11
Nehemias Santos

Tal posição, transferia a Ele a responsabilidade de cuidar


da mãe, dos irmãos e da casa na ausência de José; e foi
exatamente isso que Ele fez. O Senhor Jesus foi criado
em Nazaré (cf. Lucas 4:16) e trabalhou na carpintaria (cf.
Marcos 6:3).
O chamado ministerial não tira de nós a responsabi-
lidade de cuidar e suprir a nossa família. Ao contrário
disso, Paulo vai escrever à Timóteo as seguintes palavras:
Aos Bispos: Porque, se alguém não sabe governar a sua
própria casa, terá cuidado da igreja de Deus? (cf. 1 Ti-
móteo 3:5). Aos Diáconos: “Os diáconos sejam mari-
dos de uma só mulher, e governem bem a seus filhos
e suas próprias casas” (cf. 1 Timóteo 3:12). A primeira
igreja que pastoreamos é a nossa casa.
Eu posso abandonar o meu emprego para ter tempo o
suficiente para fazer a obra de Deus?

12
Epistemologia do Ministério

JESUS, o Líder que respeita o tempo de


quem está em evidência.

Base Bíblica: Mateus 2:1.


Palavra – Chave: Tempo.
“E, tendo nascido Jesus em Belém de Judéia, no tempo do rei
Herodes, eis que uns magos vieram do oriente a Jerusalém”
Estamos diante do cumprimento da profecia de Mi-
quéias 5:2. O Filho de Deus nasceu no lugar certo segun-
do as Escrituras. Cristo nasce em Belém (casa do pão),
por isso; Ele é o pão da vida (cf. João 6:35). Ele veio para
alimentar a humanidade com a sua pregação e com a sua
doutrina. Ele tinha “pão e peixe”. Mas, havia um fator
preponderante (principal) no nascimento do Senhor Je-
sus, e esse fator era o “tempo”. Cristo nasceu, mas o tem-
po era de Herodes. Não basta nascer, tem que respeitar
o tempo.
Cristo tinha história, profecia e promessa (cf. Mateus
1:1), mas se o tempo é de Herodes, Ele vai ter que es-
perar. Olha que lição preciosa que estamos aprendendo
para a nossa vida ministerial. Podemos ter história, profe-
cia e promessas, todavia se tem alguém reinando, vamos
ter que esperar o tempo de ele encerrar para o nosso
iniciar. Não importa o quanto somos bons em alguma
coisa, se tem Herodes reinando, vamos ter que esperar.

13
Nehemias Santos

O Senhor Jesus esperou trinta anos para ser apresentado


pelo Pai (cf. Lucas 2:7; 21; 42; 54 com Lucas 3:23).
Talvez lá na sua congregação, você seja melhor do
que a sua liderança, quando o assunto é conhecimento
bíblico e teológico. Talvez você seja um bom pregador,
um bom ensinar. Mas, o tempo não é seu, então se con-
trole. Tenha humildade e respeito pelo ministério da sua
liderança. Não seja influenciado por opiniões alheias que
podem te contaminar. Enquanto o seu tempo não che-
ga, vai servir na sua Nazaré, alimentando os da sua casa
primeiro. Ou você tem dificuldade de servir no tempo
de Herodes? Cuidado! Herodes tem poder para mandar
matar quem aparece fora do tempo.
Quanto tempo eu devo esperar para dar início ao meu
ministério?

14
Epistemologia do Ministério

JESUS, o Líder que se identifica com o


povo a quem ele vai pregar.

Base Bíblica: Mateus 3:13.


Palavra – Chave: Descer.
“Então veio Jesus da Galileia ter com João, junto do Jordão,
para ser batizado por ele”.
A posição ministerial, profissional e social da lide-
rança, não pode influenciá-los a escolher os membros
que desejam visitá-los. Um dos maiores erros que nós
percebemos hoje no ministério, é lideres fazendo suas
agendas de visitas pastorais em casa de membros que lhe
apraz. Quando o membro é problemático, a visita fica
em analise até o próprio membro desistir de receber a
tão esperada visita pastoral. Mas, porque isso acontece
no ministério? Porque nós subimos ao ministério, sem
descer ao Jordão.
O Senhor Jesus vai dar início ao seu ministério em
Mateus 4:12. Porém, em Mateus 3:13, ele veio da Galiléia
(congregação) para ser batizado (identificação) por João,
junto ao Jordão (o que desce). Desenvolvemos o nos-
so ministério em nossa Galiléia (congregação). O nosso
chamado começa quando nos identificamos com o povo
(batismo) e descemos ao nível do povo (Jordão). O Se-

15
Nehemias Santos

nhor Jesus não tinha motivos soteriológicos (salvação)


ou hamartolos (pecado) para ser batizado junto ao rio
Jordão.
Então porque Ele desceu as águas do rio Jordão? Para
se identificar com os pecadores. Cristo desceu ao nível
do público que desejava alcançar. Ele assumiu a “forma
humana” a “forma de servo” (cf. Filipenses 2:6-8). En-
quanto Cristo-Deus se fez Homem, os Homens estão se
tornando deuses. Quando um líder se torna inacessível é
porque ele não desceu ao Jordão. Até Naamã, chefe do
exército do rei da Síria, desceu ao Jordão (cf. 2 Reis 5:1-4;
14), e tem líderes que não querem descer.
Um líder conhece os seus liderados. Os liderados co-
nhecem o seu líder. Isso é resultado de relacionamento.
Como um líder vai pregar e ensinar os seus liderados se
ele não se identifica com eles? A igreja, composta por
seus membros e obreiros, não dará atenção à uma lide-
rança que não desce ao nível da congregação. A vida so-
cial e profissional da liderança, poderá ser de alto nível lá
fora, mas na igreja; o líder deve ser o menor entre todos.
E quanto a nós? Somos acessíveis ao povo que nos pro-
cura?

16
Epistemologia do Ministério

JESUS, o Líder que não quebra a Ética.

Base Bíblica: Mateus 4:12.


Palavra – Chave: Respeito.
“Jesus, porém, ouvindo que João estava preso, voltou para a
Galiléia”.
O Senhor Jesus e João o Batista, eram primos. Am-
bos nasceram na mesmo época, com a diferença de 3
meses (cf. Lucas 1:24-25; 26-27; 36; 39-45). Foi ainda
no ventre de ambas as mulheres (Isabel e Maria) que
eles se conheceram (hipoteticamente) pela primeira vez.
Quando Cristo foi ao Jordão para ser batizado por João,
Ele tinha aproximadamente trinta anos (cf. Lucas 3:23).
João o Batista deveria ter trinta anos exatos. João era o
pregador do deserto da Judéia (cf. Mateus 3:1-2).
João era o preparador de caminhos (cf. Mateus 3:3-5).
João era o que batizava com águas para o arrependimen-
to (cf. Mateus 3:6). Quando João foi questionado pelos
levitas sacerdotes se ele era o Cristo (cf. João 1:20-24),
ele respondeu eticamente, eu não sou o Cristo. João não
aproveitou do momento para ficar famoso em cima do
nome do Senhor Jesus. João se quer disse ser o primo do
Senhor. Sabe o que João disse? Vejamos: “É necessário
que ele cresça e que eu diminua” (cf. João 3:30).

17
Nehemias Santos

Se João respeitava o ministério do Senhor Jesus, o Se-


nhor também o respeitava. Em momento algum o Se-
nhor Jesus censurou o ministério de João. Na verdade,
Ele reconheceu e enalteceu o ministério de João (cf. Lu-
cas 7:24-28). A ética ministerial entre Cristo e João era
real. João não fez aquilo que Cristo veio para fazer (cf.
João 10:42), e Cristo não fez aquilo que era para João fa-
zer (cf. João 4:1-2). Paulo falou sobre isso: “E desta ma-
neira me esforcei por anunciar o evangelho, não onde
Cristo foi nomeado, para não edificar sobre fundamento
alheio” (cf. Romanos 15:20).
O Senhor Jesus só deu início ao seu ministério quan-
do soube que João estava preso (cf. Mateus 4:12). Quem
deseja ser respeitado no ministério tem por obrigação se-
mear o respeito. Infelizmente, conhecemos pessoas a até
amigos, que não respeitam o trabalho dos seus colegas e
da sua liderança. São antiéticos na ausência dos seus cole-
gas. Falam mal uns dos outros. Menosprezam o ministé-
rio do outro para ver se o dele prevalece. E quanto a nós?
Podemos afirmar que o nosso ministério é caracterizado
pela ética?

18
Epistemologia do Ministério

JESUS, o Líder Mestre.

Base Bíblica: Mateus 5:1-2.


Palavra – Chave: Peixe.
“E Jesus, vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se,
aproximaram-se dele os seus discípulos; E, abrindo a sua boca, os
ensinava, dizendo”.
Se teve uma coisa que o Senhor Jesus como Mestre fez
foi ensinar. Inclusive, aqui em Mateus, Ele deu início ao
ensino em Mateus 5:2 e terminou de ensinar em Mateus
7:28. Quanto tempo você gastaria para ler Mateus 5:1-48;
6:1-34; 7:1-29? Em tese, uns 15 minutos. Lembrando que
esse tempo é apenas para a leitura do texto. Se coloque
no lugar do Senhor Jesus como Mestre e imagine o tem-
po que Ele investiu na vida dos seus discípulos, ensinan-
do-lhes.
Quando você come peixe, você o come com pressa ou
devagar? Certamente devagar porque o peixe tem espi-
nhas e essas por sua vez machucam causando ferimentos.
O Senhor Jesus como Mestre estava oferecendo peixe
aos seus discípulos, por essa razão o assunto foi demora-
do e prolongado. Observem que as últimas instruções do
Senhor Jesus como Mestre aos seus discípulos serão em
Mateus 24, 25; e o assunto será de cunho escatológico.
Aqui em Mateus 5, 6 e 7; o assunto será de vida pratica.

19
Nehemias Santos

Bons obreiros não nascem prontos, precisam serem


ensinados e formados por seus líderes mestres. Não se
cobra de um obreiro aquilo que não foi ensinado. É de-
ver da liderança ensinar os seus obreiros em um processo
de formação. Se a liderança for incapaz por alguma razão
de ensinar os seus obreiros, ela deve no mínimo incen-
tiva-los a buscar. Dependendo da situação, a liderança
junto a congregação deverá custear a formação dos seus
obreiros. O maior investimento que podemos fazer é em
vidas.
O problema de algumas lideranças é cobrar dos seus
liderados aquilo que não ensinaram. O Senhor Jesus
como Mestre poderá fazer qualquer tipo de cobrança
junto aos seus discípulos futuramente, pois investiu tem-
po ensinando. Não foi isso que o Apóstolo Paulo disse?
“Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei
...” (cf. 1 Coríntios 11:23). Ele recebeu porque foi ensi-
nado. Ele ensina porque aprendeu (cf. Gálatas 1:12-17).

20
Epistemologia do Ministério

JESUS, o Líder que forma.

Base Bíblica: Mateus 5:1-2.


Palavra – Chave: Formação

1 – Filantropia,
“Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão
esquerda o que faz a tua direita” (cf. Mateus 6:3). O Se-
nhor Jesus, como líder que forma os seus obreiros, esta-
va ensinando os discípulos a praticarem a filantropia, ou
seja, a ser generoso com o próximo, ser desprendido do
materialismo, ter compaixão. Mas, essa pratica cristã, não
poderia ser carregada de hipocrisia e sim de amor. A or-
toplaxia tem influência direta na pregação do evangelho.
O mundo ouve o que pregamos, e; vê o que fazemos.
2 – Oração,
“Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fe-
chando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e
teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamen-
te” (cf. Mateus 6:6). Na escola de formação do Senhor
Jesus, os seus obreiros são ensinados a orar. Não somen-
te isso, mas são direcionados ao lugar certo: O quarto.
Não foi isso que Sunamita fez para o profeta Eliseu? (cf.
2 Reis 4:10). Todos nós precisamos de um ambiente de
oração (cf. Daniel 6:10).

21
Nehemias Santos

3 – Jejum,
“Tu, porém, quando jejuares, unge a tua cabeça, e
lava o teu rosto” (cf. Mateus 6:17). Aqueles que são en-
sinados a orar, logo perceberam a importância do jejum.
De forma análoga, podemos dizer que uma das pernas
é a oração e a outra é o jejum, ou seja, oração e jejum
caminham juntos. Se desejarmos ter um ministério vivo,
vamos precisar morrer no altar da oração e do jejum. A
mortificação da carne aos obreiros do Senhor é impres-
cindível (cf. Gálatas 5:16-17).
4 – Investimento,
“Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem
a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam
nem roubam” (cf. Mateus 6:20). Aqueles que são for-
mados na escola do Senhor Jesus, aprendem o valor da
formação, e; tratam de investir em pessoas, com o obje-
tivo de formá-las. A única forma de acumular tesouros
nos céus é investindo em almas aqui na terra (cf. Atos
9:36-43; 10:1-4).
5 – Dinheiro,
“Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou
há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e
desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Ma-
mom” (cf. Mateus 6:24). Eis aqui um dos maiores pe-
rigos que um obreiro pode incorrer em seu ministério:

22
Epistemologia do Ministério

Avareza. Em primeiro lugar, precisamos entender que


somos mordomos no reino de Deus, e; que nada é nosso
(cf. Jó 1:21). Em segundo lugar, precisamos entender os
limites estabelecidos por Deus (cf. Josué 7:21).
Em terceiro lugar, precisamos entender que vamos
comparecer ante ao tribunal de Cristo para prestarmos
contas com Ele das nossas obras (cf. 2 Coríntios 5:10).
Não há nada mais prejudicial na obra de Deus do que
um obreiro infiel. E, por mais que o Senhor Jesus tenha
ensinado sobre isso, infelizmente, o obreiro Judas não se
converteu (cf. João 12:1-6), chegando ao ponto de ven-
der o seu Senhor (cf. Mateus 26:15). A barra do ouro
continua sendo um problema para muito obreiros.
6 – Primícias.
“Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem
segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as
alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas?
” (cf. Mateus 6:26). Na vida cotidiana nós precisamos
“semear para colher” “ajuntar em celeiros em tempos
de colheita” “e armazenar para uma boa administração”.
Esse é a nossa preocupação. Todavia, quando somos
chamados ao ministério, somos ensinados na escola do
Senhor Jesus, a dependermos unicamente dos cuidados
de Deus.
O Senhor Jesus, para ensinar isso aos seus discípu-
los, faz alusão ao comportamento das aves. Em primei-

23
Nehemias Santos

ro lugar, elas nãos semeiam. Em segundo lugar, elas não


colhem. Em terceiro lugar, elas não ajuntam em celei-
ros. Todavia, o Pai Celestial a sustenta. Como pode o Pai
Celestial sustentar quem não semeia, colhe e ajunta? O
que as aves dos céus têm que leva o Pai Celestial a cui-
dar delas? Elas louvam ao Senhor quando acordam. Elas
entregam ao Senhor as primícias do dia delas, por isso o
Senhor cuida das suas necessidades.
O Senhor Jesus estava ensinando os seus discípulos
a colocarem o Pai Celestial em primeiro lugar. Aqui está
a doutrina da Pateriologia, a doutrina do Pai. Ele cuida
dos seus obreiros como também da sua obra. Nós pre-
cisamos dar ao Pai Celestial as primícias do nosso dia, a
centralidade da nossa vida deve ser o Senhor. Enquanto
o adoramos, Ele está agindo em nosso favor (cf. Isaías
64:4).

24
Epistemologia do Ministério

JESUS, o Líder que discípula.

Base Bíblica: Mateus 7:24-27.


Palavra – Chave: Vida Pratica
“Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as
pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua
casa sobre a rocha”.
Após o Senhor Jesus ensinar e formar os seus discí-
pulos, Ele os convida a viver tudo o que foi ensinado. O
Senhor disse aos seus discípulos que aqueles que prati-
cassem tudo quanto lhes foi ensinado, seria reconhecido
como um “homem prudente”, que edificou a sua “casa
sobre a rocha”. O grande desejo do “mestre e formador
de obreiros” é ver os seus discipulados vivendo na vida
prática aquilo que foi proposto. Isso revelará a maturida-
de dos discípulos.
Quando o aluno pratica aquilo que lhe foi ensinado,
ele edifica com sabedoria a sua vida sobre a palavra que
lhe foi lançada. Quando o ensino é saudável, bíblico, teo-
lógico e doutrinário, o aluno edifica sobre fundamentos
sólidos para a sua fé (cf. Salmos 11:3). Uma vida cristã e
ministerial fundamentada na palavra de Deus é duradou-
ra e prospera (cf. Salmos 1:3). Além disso, os discípulos
assim formados, tem estrutura suficiente para suportar as
intempéries da vida, sem negar a sua fé no Senhor.

25
Nehemias Santos

Mesmo a casa (vida cristã e ministerial) sendo edifica-


da sobre a rocha (Cristo e a palavra), ela não está isenta
de três coisas: Em primeiro lugar, as chuvas que vem de
cima. Em segundo lugar, os rios que vem debaixo. Em
terceiro lugar, os ventos que vem dos lados. Só podem
suportar esses ataques, aqueles que estiverem firmados
na palavra e vivendo de forma prática no dia-dia a pa-
lavra de Deus. Na tipologia Bíblica, as “chuvas que vem
de cima” simbolizam os ataques espirituais (cf. Efésios
6:12). Obreiros que não praticam a palavra, não suporta-
ram as astutas ciladas do diabo (cf. Efésios 6:11).
Na tipologia Bíblica, os “rios que vem de baixo” sim-
bolizam os familiares. A vida conjugal do obreiro precisa
estar em ordem. O governo da casa, a sujeição dos filhos,
a fidelidade conjugal (cf. 1 Timóteo 3:5; 12). Na tipologia
Bíblica, os “ventos que vem dos lados”, simbolizam os
ataques materiais. O obreiro precisa tomar cuidado com
as suas finanças, emprego, administrações financeiras,
negócios com o mundo, cumprir com a sua palavra, para
que o evangelho não seja escandalizado.

26
Epistemologia do Ministério

UNIDADE – II

EPISTEMOLOGIA
DO MINISTÉRIO
As 28 Faces de Cristo em Mateus

JESUS, o Líder Incansável .....................................................29


JESUS, o Líder caçador de talentos ..........................................31
JESUS, o Líder que não faz nada sozinho....................................33
JESUS, o Líder proativo........................................................35
JESUS, o Líder que restaura a contribuição.................................37
JESUS, o Líder que sai de casa................................................39
JESUS, o Líder que ora antes da adversidade...............................45

27
Nehemias Santos

28
Epistemologia do Ministério

AULA – 2
JESUS, o Líder Incansável

Base Bíblica: Mateus 8:16.


Palavra – Chave: Compaixão
“E, chegada à tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados, e
ele com a sua palavra expulsou deles os espíritos, e curou todos os
que estavam enfermos”
O Senhor Jesus deu início ao ensino em Mateus 5:2 e
encerrou em Mateus 7:28. Você pode imaginar o tempo
de investimento que o Senhor dedicou em Mateus 5; 6
e 7? Imagine também como Ele estava fisicamente após
uma séria de estudos como esses. Se, em uma hora de
pregação, equivale a oito horas de trabalho, imagine o
equivalente de horas que o Senhor Jesus dedicou nessa
árdua tarefa de ensinar os seus discípulos e aqueles que
ali estavam.
Certamente, o Senhor Jesus estava fisicamente cansa-
do quando encerrou o ensino, a formação e a disciplina.
Buscar um lugar para o descanso seria o mais lógico e
compreensivo se assim o fizesse, mas com um líder como
o Senhor Jesus, é de se esperar tudo, menos o descanso.
Em Mateus 8:1-4, Ele desceu do ambiente de ensino para
a vida prática. Um homem leproso saiu ao seu encontro,
prostrou, adorou e depois fez o seu pedido. O Senhor
não o ignorou e atendeu o seu pedido.

29
Nehemias Santos

Em Mateus 8:5-13, O Senhor Jesus entrou em Cafar-


naum, e um centurião saiu ao seu encontro para inter-
ceder pelo seu criado que jazia em casa, paralitico e vio-
lentamente atormentado. Sabe o qual foi a resposta do
Senhor Jesus ao centurião? “... Eu irei e lhe darei saúde”.
Mesmo cansado, a disposição do Senhor Jesus em ser útil
é invejável. Em Mateus 8:14-15, Ele entrou na casa de
Pedro. Bom, agora Ele vai descansar. Nada disso; a sogra
de Pedro está jazendo em febre. O Senhor tocou-lhe na
mão, e a febre a deixou; e levantou-se e serviu-os.
Em Mateus 8:16, o texto diz: “E, chegando a tarde ...”.
Em Marcos 1:32, o texto diz: “... quando o sol já estava
posto ...”. O dia já estava para terminar. Era a hora de
descansar das tarefas árduas do dia. “Mas, trouxeram-lhe
muitos endemoninhados, e Ele, com a sua palavra, ex-
pulsou deles os espíritos e curou todos os que estavam
enfermos”. Meu Deus! Que líder incansável foi o nosso
Senhor. E quanto a nós? Somos incansáveis na obra de
Deus? Ou somos inacessíveis as necessidades daqueles
que lideramos?

30
Epistemologia do Ministério

JESUS, o Líder caçador de talentos

Base Bíblica: Mateus 9:9.


Palavra – Chave: Chamando os Improváveis
“E Jesus, passando adiante dali, viu assentado na alfândega
um homem, chamado Mateus, e disse-lhe: Segue-me. E ele, levan-
tando-se, o seguiu”.
Não havia ninguém que fosse um candidato tão im-
provável para o apostolado como Mateus. Mateus era o
que nossa versão da Bíblia denomina um publicano. Os
publicanos eram o que hoje chamaríamos coletores de im-
postos, e eram chamados publicanos porque tinham que
ver com o dinheiro público e com os recursos públicos.
A lei judia proibia a entrada dos publicanos na sinagoga.
Eram incluídos na mesma categoria das coisas e dos ani-
mais impuros, e lhes eram aplicadas todas as disposições
de Levítico 20:5; não podiam ser testemunhas ante a jus-
tiça; quando se enumeravam as pessoas indignas, sempre
estavam juntos “ladrões, assassinos e publicanos”.
Quando o Senhor Jesus chamou Mateus, chamou al-
guém; a quem todos odiavam. Aqui temos um dos gran-
des exemplos do Novo Testamento de como Jesus era
capaz de ver em um homem; não o que ele era, mas o
que ele poderia chegar a ser. O Senhor Jesus acreditou
em Mateus. Um caçador de talentos faz o que o Senhor

31
Nehemias Santos

Jesus fez. Quando Ele viu Mateus assentado na coletoria


e com habilidades nas anotações; Ele viu o que Mateus
viria a ser.
O Senhor Jesus tinha aos seus cuidados doze homens
comuns. Eram discípulos que se tornariam apóstolos.
Sete deles eram do oficio da pesca e tornaram-se pesca-
dores de homens (cf. Mateus 4:19). Um deles era o tesou-
reiro no ministério (cf. João 12:6), mas faltava uma peça
importante; alguém para anotar e foi justamente isso que
o Senhor Jesus viu em Mateus, alguém com capacidade
para registrar o ministério do Salvador em 28 capítulos.
Um líder é um garimpeiro, um visionário. Ele vê aquilo
que a congregação não viu.
Em nossa congregação há irmãos com talentos e apti-
dões para serem uteis na obra de Deus. O dever do líder é
enxergar isso. O Senhor Jesus acreditou em Mateus. Um
líder, precisa acreditar nas pessoas. Nem tudo é na base
da revelação. O Senhor Jesus viu Mateus, acreditou em
Mateus, chamou Mateus. Mas, o correto não seria provar
primeiro para ver tem chamado? A maior prova de Ma-
teus foi a renúncia e, nessa prova; ele passou.

32
Epistemologia do Ministério

JESUS, o Líder que não faz nada sozinho

Base Bíblica: Mateus 10:1.


Palavra – Chave: Unidade no Trabalho
“E, chamando os seus doze discípulos, deu-lhes poder sobre
os espíritos imundos, para os expulsarem, e para curarem toda a
enfermidade e todo o mal”
E, CHAMANDO os seus doze discípulos ... O Senhor
Jesus foi e continua sendo um líder extraordinário. Ele
chamou 12 homens comuns a princípio para o discipula-
do. Precisamos aprender antes de sermos enviados. Há um
ensino nos dois termos: discípulo e apóstolo. Enquanto a
palavra discípulo trás o sentido de “aprendiz” “estudante”, a
palavra apóstolo trás o sentido de “enviados” “embaixadores”
“comissionados”. Mas, após o discipulado, Ele os chama para
receber “poder e autoridade” e serem enviados ao campo.
A grande verdade é que Cristo poderia fazer tudo so-
zinho. Ele estava cheio do Espirito Santo (cf. Lucas 4:1),
vindo de uma confirmação celestial (cf. Lucas 3:21-22),
pronto para cumprir a missão que lhe fora dado (cf. João
4:34). Todavia, Ele vai nos ensinar que no processo de li-
derança, por mais habilidades e capacidades celestiais que
um líder possa ter, ele não poderá fazer nada sozinho. Ob-
servem que nem as Pessoas da Divindade trabalharam iso-
ladamente uma da outra (cf. Efésios 4:3; Gênesis 1:26-28).

33
Nehemias Santos

No ministério não existe carreira solo. Sem unidade


não vamos chegar a lugar algum. O Senhor Jesus disse
que a divisão na casa (família), na cidade (igreja) e no rei-
no (ministério), não gera crescimento (cf. Mateus 12:25).
Ministério não é competição, não estamos concorrendo
para ver quem é o maior ou o melhor. O Senhor Jesus
não viu seus discípulos como ameaças ao seu ministério.
Infelizmente, muitos líderes se sentem ameaçados quan-
do veem alguém se destacando na obra de Deus.
No ministério do Senhor Jesus tinha espaço para doze
homens (cf. Mateus 10:1). Tinha espaço para setenta e
dois discípulos (cf. Lucas 10:1 VC). E mesmo assim, o
Senhor Jesus ensinou os seus discípulos e por extensão
a todos nós a orar ao Pai, pois a seara era grande e os
obreiros eram poucos para o tamanho da tarefa a ser exe-
cutada (cf. Lucas 10:2). Tem espaço para todos na obra
de Deus. Não há necessidade de prejudicar alguém para
deixar o caminho livre para nós. Um líder não vê seus
liderados como inimigos.

34
Epistemologia do Ministério

JESUS, o Líder proativo

Base Bíblica: Mateus 11:1.


Palavra – Chave: Antecipando Problemas.
“E aconteceu que, acabando Jesus de dar instruções aos seus
doze discípulos, partiu dali a ensinar e a pregar nas cidades deles”
Três palavras são dignas da nossa atenção no texto em
apreço. Em primeiro lugar, “instruções”. Em segundo
lugar, “ensino”. Em terceiro lugar, “pregação”. O Senhor
Jesus foi um líder proativo. Ele não só dava instruções
como também ensina e pregava. Um líder não poderá
cobrar aos seus liderados aquilo que não instrui, ensinou
e pregou. Além do mais, o Senhor Jesus após instruir,
partiu da teoria à prática, pois o texto diz: “...partiu dali a
ensinar e a pregar nas cidades deles”.
A definição da palavra “proativo”, também é muito
educativa. Ela significa: “antecipar futuros problemas,
necessidades ou mudanças”. Quando um líder não é
proativo, instruindo, ensinando e pregando; ele deixa
uma brecha no ministério. Essa brecha vai gerar pro-
blemas na congregação e no corpo ministerial. Na hora
das mudanças necessárias, esse líder não vai encontrar
obreiros preparados para assumir tais responsabilidades.
O Senhor Jesus está nos ensinando com a sua pró-ativi-
dade e não sermos vagarosos.

35
Nehemias Santos

Se um líder deseja evitar futuros problemas com os


seus liderados, ele precisará investir tempo em instru-
ções, ensinos e pregações. Um crescimento ministerial
é o desejo de todos os que labutam o labor ministerial,
porém; esse crescimento precisa ser acompanhado de
ministrações constante e vida pratica por parte da pró-
pria liderança. Notem que o Senhor Jesus instruiu. Mas
notem também que após a instrução, Ele ensinou e pre-
gou na cidade deles. Cristo pregou aos ouvidos dos discí-
pulos (instrução), Cristo pregou aos olhos dos discípulos
(cidade deles).
A vida do líder tem que falar tão alto quanto os seus
ensinos. Tem líder que prega no púlpito, mas não entra
nos lares dos seus membros. Tem líder que prega no púl-
pito, mas não prega para a sua própria casa. Sua esposa
não o respeita, seus filhos não lhe são sujeitos e; faz o
que querem na igreja. Liderar é instruir inesgotavelmen-
te. Você se considera um líder que investe tempo na for-
mação dos seus obreiros? E o seu rebanho, está sendo
instruído? Você tem antecipado futuros problemas e mu-
danças necessárias?

36
Epistemologia do Ministério

JESUS, o Líder que restaura a contribuição

Base Bíblica: Mateus 12:10.


Palavra – Chave: Recursos Financeiros
“E, estava ali um homem que tinha uma das mãos mirrada;
e eles, para o acusarem, o interrogaram, dizendo: É lícito curar
nos sábados? ”.
Por causa da sua deficiência, este homem era limitado.
A sua saúde não lhe ajudava. Todos nós sabemos que
a doença nos priva do trabalho, e, se ela for agressiva;
abaterá a nossa autoestima. Durante algum tempo este
homem esteve diante dos olhos julgadores dos fariseus.
Eles viam, mas não amavam aquele homem. Eles sabiam,
mas não se envolviam com ele. Mas, no dia que o Senhor
Jesus entrou na sinagoga deles; o homem foi usado como
exemplo.
Fico imaginando como estava a autoestima deste ho-
mem neste momento. Os fariseus pouco se importavam
com isso. Estavam tão presos ao legalismo religioso que
abandonaram o coração da Lei, o amor. Perguntaram
ao Senhor Jesus se era lícito curar nos dias de Sábado
(Mateus 12:10). Mas, o grande problema dos fariseus, era
que; eles estavam diante do Mestre. O Senhor lhe contou
sob hipótese, mas com base na mesma lei, que se cair

37
Nehemias Santos

uma ovelha em um abismo; a lei dá o direito de resgatar


e alimentar o animal. Foi justamente aqui que o Senhor
Jesus os pegou.
Se a lei me permite resgatar e alimentar um animal em
pleno sábado, logo me é lícito curar no sábado. Pois se
eu posso fazer o bem a um animal em dia de sábado; eu
posso fazer o bem ao meu próximo também. Na verda-
de, se eu ignorar o meu próximo e não o socorrê-lo eu
também estaria quebrando a lei “amarás a teu próximo
como a ti mesmo” (Levítico 19:18). Além disso, o que
vale mais em termos de vida e de eternidade; uma ovelha
ou um homem? Certamente a vida humana!
Neste caso, o Senhor Jesus manifestou o seu amor e
compaixão por este homem e o curou para a glória de
Deus (Mateus 12:13). Cristo lhe devolveu a mão. Agora
aquele homem poderia ofertar e dizimar, pois antes; ou
ele só ofertava e não dizimava ou ele dizimava, mas não
ofertava, pois, uma das suas mãos eram mirradas. Com as
mãos perfeitas; ele poderá servir ao Reino de Deus com
as suas contribuições.
De forma análoga, há muitos crentes com as suas mãos
mirradas. O líder tem a função de leva-los a cura, fazendo
isso; as mãos outrora mirradas, serão mãos abençoadoras
na obra de Deus. E quanto a nós? Como estão as nossas
mãos? Somos abençoadores?

38
Epistemologia do Ministério

JESUS, o Líder que sai de casa

Base Bíblica: Mateus 13:1.


Palavra – Chave: Seu ministério como itinerante
“Tendo Jesus saído de casa, naquele dia, estava assentado jun-
to ao mar”
Ele deu início ao seu ministério junto ao caminho
do mar (Mateus 4:12-17; 23). Nessa região; Ele chamou
após si os primeiros discípulos para um processo de pre-
paração de dezoito meses; para depois serem enviados
como apóstolos (Mateus 10:1,2;5). Galileia, junto ao mar;
foi seu lugar estratégico para alcançar o maior número
possível de almas para o Reino de Deus.
Ele fez uma cruzada evangelística na Síria (Mateus
4:24). Nessa região; Ele atuou como um verdadeiro evan-
gelista, cheio do Espírito (Mateus 4:18), operando com
sinais, prodígios e maravilhas (Atos 10:38), realizando
uma grande obra de curas e libertações “E a sua fama
correu por toda a Síria, e traziam-lhe todos os que pade-
ciam, acometidos de várias enfermidades e tormentos,
os endemoninhados, os lunáticos, e os paralíticos, e ele
os curava” (Mateus 4:24).
Ele renova os dons na casa de Pedro (Mateus 8:14,15).
Nessa casa, Ele chegou para descansar. De acordo com
o contexto do texto; o dia foi cansativo, a agenda estava

39
Nehemias Santos

cheia, então; nada melhor do que descansar na casa de


um amigo: Pedro. Ao entrar na casa, Ele foi informado
da situação da sogra de Pedro, e, imediatamente a curou.
Essa cura nos ensina duas lições:
Primeira lição “quem tem história não pode ficar deitada”.
Em tese, a pessoa mais velha nesta casa era justamen-
te a sogra de Pedro. Ela representa a história. Ninguém
conhecia mais do dia-dia e do cotidiano como a sogra
de Pedro. O Senhor Jesus entende que seria uma perda
muito grande deixar alguém que tem história jazer em
uma cama.
Segunda lição “quem tem dons não pode ficar deitada”. Logo
após a cura, a sogra de Pedro levantou e passou a servir.
Observem que ela estava com febre. O Senhor Jesus a
curou tocando em suas mãos. Os dons da sogra de Pedro
estavam em suas mãos. O Senhor não só a curou como
também a renovou, e; uma vez renovada passou a servir.
Ele prepara evangelistas em Gadara (Mateus 8:28-
34). Nessa região tinha dois homens endemoninha-
dos. Como se não bastasse eles viverem em sepulcros,
se ferir com pedras, andarem nus; eles eram violentos
e trancadores de caminhos “...tão ferozes eram que
ninguém podia passar por aquele caminho...” (Ma-
teus 8:28). O caminho fala de evangelização, avanço
missionário, crescimento da igreja. De forma tipoló-
gica, eles estavam impedindo a expansão do Reino de

40
Epistemologia do Ministério

Deus ao bloquear o caminho. Mas, o Senhor Jesus os


libertou, abriu o caminho e ainda os enviou a falar do
caminho pelo caminho (Marcos 5:19,20).
Ele chama os improváveis na alfandega (Mateus
9:9). Nessa cidade, especificamente na alfandega, o
Senhor Jesus vai em busca de uma peça fundamental
para o seu ministério: Mateus, chamado Levi (Mar-
cos 2:14). É bem verdade que a esta altura, Mateus é
um homem odiado pelos judeus, pois além de ser ele
um judeu; ele está a serviço dos romanos na coleto-
ria de impostos. Mas, o Senhor Jesus precisava dele
(Marcos 11:3). Mateus foi importante no ministério
do Senhor Jesus, pois foi ele que registrou os 28 capí-
tulos que estamos examinando; de forma expositiva
neste momento; sobre a vida, obra e ministério de
Cristo.
Ele ensinou nas sinagogas deles (Mateus 9:35; Mateus
12:9). Nas sinagogas deles o Senhor Jesus ensinava (pei-
xe) e também pregava (pão). Na tipologia bíblica, a pala-
vra ensino, traz o sentido de doutrina. É comparada ao
peixe, pois tem suas espinhas e deve ser comido devagar
para não engasgar. Já a pregação, que é a palavra, traz o
sentido de pão, pois tem como finalidade nutrir e alimen-
tar. Onde há doutrina e pregação, há curas e milagres,
restituição da saúde, do trabalho e da autoestima, como
aconteceu com o homem da mão mirrada (Mateus 12:9).

41
Nehemias Santos

Ele pregava e ensina nas cidades dos discípulos (Ma-


teus 11:1). Umas das maiores virtudes de um mestre não
é só ensinar seus alunos em sala de aula, mas pregar nas
cidades dos seus alunos com a sua própria vida. O Senhor
Jesus era este Mestre. Pregava aos ouvidos, mas também
aos olhos dos seus alunos.
Ele pregava junto ao mar, utilizando um barco (Ma-
teus 13:1-3). Seu auditório estava na areia da praia, seu
púlpito estava sobre o mar. Na tipologia bíblica o barco
por ser de madeira representa a natureza humana do pre-
gador. O mar representa as águas do Espírito Santo. A
semente representa o Evangelho. O pregador precisa en-
tender que ele não é divino, mas sim a sua mensagem. O
pregador precisa entender que sem as águas do Espírito
Santo a sua mensagem não fará efeito algum no coração
do pecador.
O barco de madeira era o púlpito de Jesus. O nosso
púlpito precisa ser de madeira, para não nos esquecer;
das nossas origens. O pregador não tem mensagem, ele
recebe a mensagem. O pregador não salva os seus ouvin-
tes, mas sim o Senhor Jesus. Ele salva o pecador, que foi
convencido do seu pecado; pelas águas do Espírito San-
to. O povo sempre ouvirá um pregador que prega junto
as águas do Espírito. O Senhor Jesus era esse tipo de
pregador. Ele não ousou trabalhar sozinho; sem a com-
panhia do Espírito Santo.

42
Epistemologia do Ministério

Em Mateus 13:3, lemos as seguintes sentenças verbais


“...Eis que o semeador saiu a semear”. Observem que o
texto não diz: “Eis que um semeador” e sim “Eis que o
semeador”. Um semeador se refere a nós, mas O semea-
dor se refere a pessoa do Senhor Jesus. Observem tam-
bém a expressão “saiu a semeador”. É verdade, Ele saiu
da casa do Pai para vir este mundo semear a mensagem
do Reino.

43
Nehemias Santos

44
Epistemologia do Ministério

JESUS, o Líder que ora antes da adversidade

Base Bíblica: Mateus 14:23.


Palavra – Chave: Mestre, o mar se revolta.
“E, despedida a multidão, subiu ao monte para orar, à parte.
E, chegada já a tarde, estava ali só”
Uma liderança com propósito não pode deixar o exer-
cício da oração para os dias de tribulação. Uma lideran-
ça com propósito; ora antes dos problemas, durante os
problemas e depois dos problemas. O Senhor Jesus é
esse tipo de líder. Ele deu ordem aos seus discípulos para
atravessar o mar para a outra banda (cf. Mateus 14:22),
enquanto Ele despedia a multidão. Uma vez despedida
a multidão; o Senhor Jesus, subiu ao monte para orar à
parte (cf. Mateus 14:23).
E, chegando já a tarde, estava ali só (cf. Mateus 14:23).
O dia para o Judeu dava-se início as 06:00 da manhã e
terminava as 18:00 horas. A noite era dividida em vigí-
lias, sendo elas: das 18:00 as 21:00 (primeira vigília), das
21:00 as 00:00 (segunda vigília), das 00:00 as 03:00 (ter-
ceira vigília), das 03:00 as 06:00 (quarta vigília). O Senhor
Jesus foi ao encontro dos seus discípulos na quarta vigília
da noite (cf. Mateus 14:25). Isso nos leva a crer que o
Senhor Jesus estava em oração no mínimo nove horas,
podendo chegar a doze.

45
Nehemias Santos

Quando o barco dos discípulos estava no meio do


mar (cf. Mateus 14:24), sobreveio ao mar e por extensão
ao barco; um vento contrário que açoitava as ondas do
mar contra a embarcação. Na tipologia bíblica, o barco
é uma representatividade da “igreja no mundo” e o mar
é uma representatividade do “mundo”. O vento, é uma
representatividade das “lutas externas” “batalhas espiri-
tuais”. Observem que no barco não havia lutas e sim fora
do barco. Paulo disso isso em Efésios 6:12.
O Senhor Jesus veio para eles, caminhando por
cima do mar (cf. Mateus 14:25), e quando subiram
para o barco (cf. Mateus 14:32), acalmou o vento.
Quando o líder é de oração; sua presença no barco é
indispensável. O Senhor Jesus chegou liberando três
palavras: “Tende bom ânimo”, “Sou eu”, “Não te-
mais”. Só pode falar essas palavras com tanta convic-
ção quem está vinda da oração. Quando um líder ora,
ele tem certeza daquilo que está falando. E quanto a
nós? Podemos afirmar que somos líderes que oram?
Ou vamos esperar os problemas chegarem primeiro?

46
Epistemologia do Ministério

UNIDADE – III

EPISTEMOLOGIA
DO MINISTÉRIO
As 28 Faces de Cristo em Mateus

JESUS, o Líder que tem certeza do seu chamado .........................49


JESUS, o Líder que renunciou a si mesmo .................................51
JESUS, o Líder que dá exemplo aos ímpios ................................53
JESUS, o Líder que chama meninos .........................................55
JESUS, o Líder que abençoa os meninos ....................................57
JESUS, o Líder justo ...........................................................59
JESUS, o Líder que não se deixa levar pelas aparências...................65

47
Nehemias Santos

48
Epistemologia do Ministério

AULA – 3
JESUS, o Líder que tem certeza do seu
chamado

Base Bíblica: Mateus 15:24.


Palavra – Chave: O Pão dos filhos
“E ele, respondendo, disse: Eu não fui enviado senão às ove-
lhas perdidas da casa de Israel”
Se tem uma coisa que o Senhor Jesus não tinha dúvi-
das era sobre o seu chamado. Ele mesmo disse que não
veio fazer a sua vontade, mas sim, a vontade daquele que
o enviou (cf. João 6:38; 8:16). Ele veio buscar e salvar o
que se havia perdido (cf. Lucas 19:10). Ele era o “pão”
dos “filhos”, (cf. Mateus 15:26). Ele veio para o que era
seu (Israel), e os seus não o receberam (cf. João 1:11).
Todavia, não deixou de exercer sua missão dentro e fora
do seu campo de trabalho.
Ele apascentou seu rebanho dentro (cf. João 10:14),
foi buscar as ovelhas perdidas (cf. Mateus 15:24), e ain-
da, incluiu no seu pastoreio; ovelhas de outro aprisco (cf.
João 10:16). Ele fez tudo isso e muito mais, porque tinha
certeza do seu chamado. Seu ministério não era um aci-
dente de percurso, um erro pastoral ou uma necessidade
de obreiro no campo. Seu ministério era uma agenda dos
céus (cf. Atos 2:23 a). Ele estava no lugar certo, na hora
certa para fazer a coisa certa.

49
Nehemias Santos

Ele disse à mulher Cananéia: Eu não fui enviado senão


às ovelhas perdidas da casa de Israel”. Em outras palavras, o
Senhor Jesus estava dizendo: Eu tenho certeza do meu
chamado. Eu tenho certeza daquilo que vim fazer. Eu
nasci para isso (cf. Gálatas 4:4). Ministério não é uma
aventura. Não é uma opção. Não é uma escolha humana.
Não é uma profissão, embora haja entre nós; alguns pro-
fessionais da fé. Ministério é uma vida selada por Deus
para servir aos interesses do Reino dos céus (cf. Filipen-
ses 2:8).
Nós precisamos ter certeza do nosso chamado. Preci-
samos exercê-lo com seriedade e responsabilidade. Preci-
samos nos entregar a esse chamado; sem reservas. Se, por
um lado; não há espaço para aventureiros no ministério,
por outro; não há espaço para covardes e medrosos, que
sabem que tem o chamado, mas vivem construindo nar-
rativas falsas em terno de si mesmos, para não o cumprir
e nem obedecer. Talento não foi dado para ser guardado
no lenço (cf. Lucas 19:20).

50
Epistemologia do Ministério

JESUS, o Líder que renunciou a si mesmo

Base Bíblica: Mateus 16:24


Palavra – Chave: A Cruz
“Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir
após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e
siga-me”
Usando um termo jurídico, a palavra renuncia significa,
“abandono de direito por seu titular, sem o transferir a terceiro”. Um
chamado ministerial é um chamado à renúncia. Primeiro o
Senhor tira algo de nós, depois Ele confia algo a nós. O Se-
nhor Jesus, esvaziou-se a si mesmo quando se fez homem
(cf. Filipenses 2:6). Ele renunciou quando assumiu a forma
humana, e assumiu a forma de servo (cf. Filipenses 2:7).
Foi um ato de completa humilhação (cf. Filipenses 2:8).
O Senhor Jesus deixou os céus de glória (cf. Mateus
13:1). Ele deixou o Seio do Pai, ou seja, a sua companhia
(cf. João 1:18). Ele deixou a glória que Ele tinha com o Pai
(cf. João 17:50. Ele deixou os louvores dos anjos (cf. Isaías
6:3). Ele deixou o trono do Pai (cf. João 1:18; Isaías 6:1).
Ele trocou tudo isso pela cruz (cf. João 19:17; 25). A cruz
era dele. A cruz nunca foi de Barrabás (cf. João 18:40). A
cruz era o altar de sacrifícios, e nesse altar; bode não po-
deria ser oferecido, mas, somente o cordeiro de Deus (cf.
João 1:29).

51
Nehemias Santos

O maior “emblema ministerial” do Senhor Jesus foi “a


sua cruz”, desde a eternidade (cf. Filipenses 2:8; 1 Pedro
1:18-20). Paulo falou que a “cruz era de Cristo” (cf. 1
Coríntios 1:17). Paulo afirmou estar crucificado na “cruz
de Cristo” (cf. Gálatas 2:20). Paulo falou que há inimigos
da “cruz de Cristo” (cf. Filipenses 3:18). Paulo disse que
a glória do seu ministério estava na “cruz de Cristo” (cf.
Gálatas 6:14). Ministério sem cruz não é ministério.
Cristo passou pela manjedoura (humildade). Cristo
passou pela carpintaria (identidade). Cristo passou pelo
Getsêmani (humanidade). Cristo passou cruz (renuncia).
Cristo passou pela sepultura (realidade). Cristo chegou
ao trono (fidelidade). Quais são as marcas do nosso mi-
nistério? O que nos identifica com o Senhor Jesus? A
cruz é uma realidade em nosso ministério? Ou só fala-
mos dela quando estamos pregando aos outros? Quem
não sente o peso da cruz na prática, não pode sentir o
peso do ministério (cf. Números 7:9).
Quando vemos obreiros envolvidos em escândalos no
ministério, é porque a cruz já foi abandonada a muito
tempo. Cristo foi convidado a descer da cruz (cf. Mateus
27:40; 42), mas manteve-se firme no propósito que foi
chamado (cf. Filipenses 2:8).

52
Epistemologia do Ministério

JESUS, o Líder que dá exemplo aos ím-


pios

Base Bíblica: Mateus 17:27.


Palavra – Chave: Livramento
“Mas, para que os não escandalizemos, vai ao mar, lança o
anzol, tira o primeiro peixe que subir, e abrindo-lhe a boca, en-
contrarás um estáter; toma-o, e dá-o por mim e por ti”
Fomos chamados para ser sal da terra (cf. Mateus
5:13) e luz do mundo (cf. Mateus 5:14). Paulo disse que
devemos andar de rosto descoberto, refletindo, como um
espelho, a glória do Senhor (cf. 2 Coríntios 3:18). O Se-
nhor Jesus disse que as nossas boas obras, fazem os ho-
mens glorificarem a Deus (cf. Mateus 5:17). Diante des-
ses textos, percebemos que pregamos o evangelho com a
vida também, e, não somente com palavras; como alguns
pensam e vivem no ministério.
Pedro foi questionado pelos cobradores de tributo se
o Senhor Jesus não pagava o tributo (cf. Mateus 17:24).
Pedro respondeu afirmativamente. Quando chegou em
casa, o Senhor Jesus lhe perguntou: “de quem cobram os
reis da terra os tributos ou o imposto? Dos seus filhos
ou dos alheios? Pedro disse que era dos alheios. O Se-
nhor Jesus disse que nesse caso, os filhos estão livres (cf.
Mateus 17:25-26). De quem é a terra? (cf. Levítico 25:23;
Salmos 24:1; Mateus 6:13). Quem é o Senhor Jesus? (cf.
Mateus 16:16).

53
Nehemias Santos

Se a terra pertence ao Senhor nosso Deus e o Senhor


Jesus é o seu Filho, logo a terra também é do Filho, e;
como pode o Filho pagar imposto da sua própria terra?
Mas, para não gerar escândalos entre os ímpios, o Senhor
Jesus ordenou a Pedro: “vai ao mar, lança o anzol, tira o
primeiro peixe que subir e, abrindo-lhe a boca, encon-
trará um estáter; toma-o e dá-o por mim e por ti” (cf.
Mateus 17:27). A preocupação do Senhor Jesus era não
gerar escândalos diante dos ímpios.
Um líder que não se preocupa com a seu testemunho
diante do mundo, está sujeito a passar vergonha e trazer
escândalos para o evangelho. Na ótica bíblica, o obreiro
precisa ter “boa reputação” (cf. Atos 6:3), e ser “hones-
to” (cf. 1 Timóteo 3:8). Nossas ações como cidadão fala
tão alto quanto a nossa mensagem nos púlpitos por onde
pregamos. Tanto Pedro quanto o peixe, receberam do
Senhor Jesus um grande livramento. E você líder? Tem
se preocupado com a sua reputação diante dos ímpios?

54
Epistemologia do Ministério

JESUS, o Líder que chama meninos

Base Bíblica: Mateus 18:2.


Palavra – Chave: Qualidades
“E Jesus, chamando um menino, o pôs no meio deles”
Sem perceber, os discípulos estavam sendo tão hipó-
critas quanto os fariseus de sua época. Eles estão aos pés
do Senhor Jesus: esta posição é de humilhação, de humil-
dade, de dependência, de renúncia própria. Tudo indica
que eles eram humildes. “Mas, o que sai da boca, procede
do coração ...” (cf. Mateus 15:18). Olha a pergunta deles:
“Quem é o maior no reino dos céus? ” (cf. Mateus 18:1). Olha
como o Senhor responde: “E Jesus, chamando um menino,
o pôs no meio deles”. Porque o Senhor Jesus chamou um
menino?
Jesus como Mestre por excelência não era diferente.
Para nos ensinar uma verdade espiritual e eterna, Ele faz
uso das coisas humanas e terrenas para elucidar essas ver-
dades. “E Jesus, chamando um menino, o pôs no meio deles” (cf.
Mateus 18:2). Duas verdades ficam claras aqui. Primeiro
o “menino” e segundo “no meio deles”, ou seja; o menino no
meio. O menino tem cinco grandes qualidades que o con-
vertem no símbolo daqueles que são chamados.
Sua humildade. O menino não sente vontade de fazer-se
notar; antes quer desaparecer no anonimato. Não pro-

55
Nehemias Santos

cura a preeminência, prefere permanecer na escuridão.


Sua dependência. Para o menino, o estado de dependên-
cia é um estado perfeitamente natural. Nunca pensa que
deve enfrentar a vida sozinho e em seu próprio benefício.
Sente-se muito satisfeito em sua dependência absoluta
daqueles que o querem e se preocupam com ele.
Sua confiança. O menino é instintivamente dependen-
te, e na mesma forma confia em que seus pais satisfarão
suas necessidades. A humildade do menino é o modelo
da conduta do cristão para o próximo, e a dependência
e confiança do menino são o modelo da atitude do cris-
tão para com Deus, o Pai de todos nós. Sua inocência. O
menino é puro no coração, logo, aquilo que sai da sua
boca não vem carregado de maldades como acorre com
um adulto. Ter a inocência de uma criança é o mesmo
que voltar ao jardim no Éden, como era com os nossos
primeiros pais; antes da queda.
Seu coração. O menino tem um coração puro, mas tam-
bém perdoador. Ele é capaz de ser repreendido pelos
seus pais severamente e; em um curto espaço de tempo,
estar nos braços dos pais como se nada tivesse aconteci-
do. Seu coração não guarda magoas, não acumula ódio,
não guarda rancor. O perdão e o esquecimento das ofen-
sas recebidas, são simplesmente esquecidos.

56
Epistemologia do Ministério

JESUS, o Líder que abençoa os meninos

Base Bíblica: Mateus 19:13-15.


Palavra – Chave: Imposição de mãos.
“Trouxeram-lhe, então, alguns meninos, para que so-
bre eles pusesse as mãos, e orasse; mas os discípulos os
repreendiam. Jesus, porém, disse: Deixai os meninos, e
não os estorveis de vir a mim; porque dos tais é o reino
dos céus. E, tendo-lhes imposto as mãos, partiu dali”
Um assunto nos leva ao outro. O Senhor Jesus é o líder
que chama um menino (cf. Mateus 18:2), mas, também
é o líder que abençoa os meninos (cf. Mateus 19:13-15).
Nós vamos parafrasear essa expressão “menino”, pois
ela elucida muito os mais novos e inexperientes obreiros
da casa do Senhor. Paulo disse que ele quando era meni-
no, falava como menino, sentia como menino, discorria
como menino (cf. 1 Coríntios 13:11).
Quando o obreiro é menino, ele fala como menino.
Quando um pregador é imaturo como um menino, ele fala
como menino. Quando um cantor está começando o seu
ministério no louvor, ele canta como um menino. Todos
nós conhecemos essa linguagem, pois no fundo; todos nós
passamos por essa fase e há alguns que ainda hoje estão
nela. No sentido ministerial da palavra, precisamos ter pa-
ciência e carinho com esses obreiros meninos.

57
Nehemias Santos

É melhor ter novos obreiros procedendo como


meninos, do que ver; seus obreiros maduros, como meni-
nos se comportando. Um obreiro menino é fácil de cor-
rigir. Agora, tenta corrigir um obreiro maduro com ações
de menino. Eles te enfrentam, não te respeitam, te desa-
fiam com palavras ameaçadoras. Só Jesus para dar o fim
nessa raça de obreiros. Já os obreiros meninos, você fala
e, eles entendem, aceitam, mudam. Invista nos meninos.
Não há disciplina maior do que usar os meninos sub-
missos; na presença dos adultos rebeldes. Deus usa me-
ninos e usa muito bem. Uma liderança não pode ficar
refém de quem prega, ou canta ou lidera. Se você olhar
com carinho e atenção para a sua congregação, você en-
contrará pessoas que podem ser uteis na obra de Deus.
Pode ser que sejam meninos ainda, abençoe eles e uti-
lize-os, pois, o único que nasceu adulto foi Adão, e fez
besteira (cf. Gênesis 3:6-7). O Senhor Jesus estendeu as
mãos e os abençoou.
E você líder?

58
Epistemologia do Ministério

JESUS, o Líder justo

Base Bíblica: Mateus 20:14.


Palavra – Chave: O dono da vinha
“Toma o que é teu, e retira-te; eu quero dar a este derradeiro
tanto como a ti”
Os homens que estavam parados na praça não eram
folgados que passam o dia nas esquinas vagando. Na Pa-
lestina a praça era uma espécie de bolsa de trabalho. Os
homens foram à praça muito cedo com suas ferramen-
tas e esperavam até que viesse alguém a contratá-los. Os
homens que estavam no mercado não eram ociosos que
contavam intrigas; esperavam trabalho e o fato de alguns
permanecerem nesse lugar até as cinco da tarde demons-
tra quão desesperados estavam por encontrar alguma
ocupação.
Estes homens eram operários contratados; eram a
classe mais baixa de trabalhadores e sua vida era de uma
precariedade desesperadora. Os escravos e as sementes
eram considerados ligados à família de algum modo; per-
tenciam ao grupo familiar, sua sorte mudava com a sorte
da família, mas jamais experimentariam o iminente peri-
go de morrer de fome em tempos normais.
Muito diferente era o que acontecia com os operários
contratados. Não estavam ligados a nenhum grupo; es-

59
Nehemias Santos

tavam a total mercê do emprego casual; sempre viviam


à margem da inanição. Como vimos, o pagamento era
de menos de um centavo de dólar; e se não trabalhavam
um dia, seus filhos ficavam sem comer, porque ninguém
podia economizar muito desse salário. Para eles, não ser
contratados um dia era um desastre.
As horas que aparecem na parábola são as horas nor-
mais dos judeus. O dia judeu começava com a saída do
Sol, às seis da manhã, e as horas se contavam deste mo-
mento até as seis da tarde, quando começava, oficialmen-
te, o próximo dia. Contando das seis da manhã, a terceira
hora são as nove da manhã, a sexta são as doze do meio-
-dia e a décima primeira são as cinco da tarde.
A imagem que aparece nesta parábola é uma descri-
ção exata do que podia acontecer na praça de qualquer
povo ou aldeia judaica durante a época em que se colhia
a uva com a maior rapidez possível antes que chegassem
as chuvas. C. G. MONTEFIORE considera que esta é
“uma das maiores e mais gloriosas parábolas de todas”.
De fato, pode ter tido uma aplicação relativamente limi-
tada no momento em que foi relatada pela primeira vez;
mas contém uma verdade que penetra no coração da re-
ligião cristã. Começaremos com o significado aparente-
mente limitado que teve em sua origem.

60
Epistemologia do Ministério

1). Em certo sentido é uma advertência aos


discípulos.
É como se Jesus lhes dissesse: “Vocês receberam o
grande privilégio de entrar na Igreja e na comunidade
cristã muito cedo, desde seu próprio começo. Chegará o
momento, em épocas posteriores, em que outros entrarão
para fazer parte dela. Vocês não devem exigir uma honra
e um lugar especiais porque foram cristãos antes que eles.
Todos os homens, não importa quando cheguem, são
igualmente valiosos para Deus.»
Há quem acredite que porque pertenceu a uma de-
terminada igreja durante muito tempo está virtualmente
lhes pertence e podem ditar suas ações. Essas pessoas se
ofendem pelo que consideram uma intromissão de san-
gue novo em sua igreja ou o surgimento de uma nova ge-
ração que não tem seus mesmos planos e costumes. Na
Igreja cristã, a antiguidade nem sempre implica honras.

2). Também há uma clara advertência aos


judeus.
Os judeus sabiam que eram o povo eleito e nunca o
esqueceriam por própria vontade. Por isso, desprezavam
os gentios. Em geral os odiavam, desprezavam-nos, e não
esperavam mais que sua destruição. Se se devia permitir
a entrada de gentios na Igreja, teriam que ser aceitos em
qualidade de seres inferiores. O cristianismo desconhece
por completo o conceito de uma raça superior.

61
Nehemias Santos

3). Tem muito mais a nos ensinar.


Não há dúvida de que contém o consolo de Deus. Signi-
fica que não importa quando entre o homem ao reino,
mais cedo ou mais tarde, no ardor da juventude, no vigor
da maturidade ou quando as sombras se alargam, Deus a
ama igualmente. Os rabinos costumavam dizer: “Alguns
entram no reino em uma hora, outros só entram em toda uma
vida.”

4). Também encontramos a compaixão infi-


nita de Deus.
Não há nada mais trágico neste mundo que um ho-
mem que está sem trabalho, um homem cujos talentos se
enferrujam pelo desuso porque não tem nada a fazer. Ali
estavam aqueles homens esperando na praça da Palestina
porque ninguém tinha ido contratá-los; em sua compai-
xão aquele senhor lhes deu trabalho; não podia suportar
vê-los sem fazer nada, porque seu coração sofria ao ver
um homem sem trabalho.
Mas o senhor sabia muito bem que um centavo de
dólar por dia não era um salário muito alto, sabia muito
bem que se o operário voltasse para sua casa com menos
dinheiro se encontraria com uma mulher preocupada e
meninos com fome; portanto foi além da justiça e lhes
deu mais do que mereciam.

62
Epistemologia do Ministério

5). Também aparece a generosidade de


Deus.
Nem todos estes fizeram o mesmo trabalho, mas to-
dos receberam o pagamento. Aqui nos encontramos com
dois ensinos: Um ensino, como se tem dito, é: “Todo ser-
viço tem o mesmo valor para Deus”. O que importa não
é a quantidade de serviço, mas o amor com que se ofere-
ce. Um homem muito rico pode nos dar umas centenas
de dólares em um gesto de generosidade e em realidade
nos sentimos agradecidos; um menino nos pode dar um
presente de aniversário que só lhe custou uns centavos,
mas os economizou com amor e esforço e esse presente,
que não tem valor em si mesmo, comove-nos mais.
Deus não olha a quantidade de serviço que oferece-
mos. Enquanto nosso serviço seja tudo o que temos,
todo serviço tem o mesmo valor para Deus. O segundo
ensino é ainda mais importante: tudo o que Deus nos
dá, no-lo dá de graça, Não podemos ganhar o que Deus
nos dá, não podemos merecê-lo; não podemos converter
a Deus em nosso devedor. O que Deus nos dá brota da
bondade de seu coração, de sua graça; o que Deus nos dá
não é pagamento, e sim um dom; não é uma recompensa,
e sim uma graça.

63
Nehemias Santos

6). O mais importante do trabalho é o espí-


rito com que é feito.
Os servos desta parábola estão divididos em duas classes.
Os primeiros chegaram a um acordo com o senhor; tinham
um contrato; disseram: “Nós trabalhamos se nos pagar esta
soma. ” Trabalhavam por um salário e, conforme o demons-
tra sua conduta, a única coisa com que se preocupavam era
receber tudo o que pudessem por seu trabalho. Mas no caso
dos que foram contratados mais tarde, não se menciona ne-
nhum acordo ou compromisso; tudo o que procuravam era
ter a oportunidade de trabalhar, e deixavam a recompensa
nas mãos do senhor.
A diferença é fundamental.
Não se pode dizer que um homem é cristão se sua pri-
meira preocupação for o pagamento. Isso foi que Pedro per-
guntou: “Que vantagem tiramos disto?” O cristão trabalha
pela alegria de trabalhar e de servir a Deus e a seu próximo.
É por isso que os últimos serão primeiros e os primeiros se-
rão últimos. Mais de um homem que neste mundo recebeu
muitas recompensas, ocupará um lugar muito inferior no
Reino, porque todo seu pensamento esteve posto nas re-
compensas. Muitos homens que, segundo o ponto de vista
mundano, são pobres neste mundo, serão grandes no Reino,
porque nunca pensaram em termos de recompensas, antes
trabalharam pela alegria do trabalho em si e pela alegria de
servir. O paradoxo da vida cristã é que aquele que busca a
recompensa a perde, e o que se esquece dela a encontra.

64
Epistemologia do Ministério

JESUS, o Líder que não se deixa levar


pelas aparências

Base Bíblica: Mateus 21:19


Palavra – Chave: Tem folhas, mas não tem frutos?
“E, avistando uma figueira perto do caminho, dirigiu-se a ela,
e não achou nela senão folhas. E disse-lhe: Nunca mais nasça
fruto de ti! E a figueira secou imediatamente”
A figueira é o símbolo da prosperidade, da fertilidade
e da paz. A árvore em si é bonita; o tronco pode alcan-
çar um metro de diâmetro. Alcança uma altura de quatro
metros e meio a seis; e os ramos se podem estender em
um diâmetro de sete metros e meio a nove. De manei-
ra que se apreciava muito sua sombra. É muito comum
que as figueiras cresçam ao lado de um poço, de maneira
que; no mesmo lugar há água e sombra. Com muita fre-
quência a sombra da figueira fazia as vezes de habitação
particular para a meditação e a oração, e é por isso que
Natanael se sentiu surpreso de que Jesus o tivesse visto
debaixo da figueira (João 1:48).
Mas o Senhor Jesus como líder; não vê a aparência
(cf. Lucas 20:21). Eis aqui um dos grandes perigos da
vida cristã sem frutos, sem vida e sem resultados. Não
fomos chamados para ser apenas mais um na multidão.
Não fomos chamados para fazer número na congrega-

65
Nehemias Santos

ção ou no Reino. Deus não sofre de idolatria aos núme-


ros. Menos ainda de fobia aos números. Mas, há grande
verdade da bíblia é que o Senhor Jesus nos escolheu, nos
nomeou e nos comissionou para dar frutos e esses frutos
permanecerem (João 15:16).
O Senhor Jesus como líder; nos chamou com propó-
sitos. Ele quer usar a nossa vida. Não podemos cair nas
garras da inutilidade. É justamente o fato de nos tornar-
mos inúteis que Ele nos poda, nos corta, nos arranca (cf
Lucas 13:6-9). Tanto as coisas como as pessoas só justi-
ficam sua existência quando cumprem o objetivo para o
qual foram criadas. A figueira era inútil, portanto estava
condenada. A nossa inutilidade poderá nos acarretar pro-
blemas; como foi com a figueira, que só tinha folhas, mas
não tinha frutos: “E disse-lhe: Nunca mais nasça fruto de ti! E
a figueira secou imediatamente” (cf. Mateus 21:19).
Este incidente ensina que a profissão sem a prática
está condenada. A árvore tinha folhas, isso indicava que
teria figos, mas não os tinha, sua pretensão era falsa, de
maneira que estava condenado. O povo judeu professava
fé em Deus – acaso não era o povo escolhido e não era
Deus seu Deus? Mas apesar de sua profissão de fé estava
em busca do sangue do Filho de Deus, portanto, merecia
a condenação. A ortodoxia sem a prática foi um proble-
ma para os judeus e, para a igreja até hoje.

66
Epistemologia do Ministério

Somos ortodoxos naquilo que pregamos, ensinamos


e defendemos como regra de fé. Somos ortodoxos na
liturgia do culto, nas escolhas dos hinos, no critério da
pregação e do pregador, mas falhamos na ortoplaxia. A
falha existe justamente porque nos falta a vida pratica
daquilo que confessamos ser. A figueira tinha nome, mas
não correspondia com o mesmo. Ela tinha folhas, indício
de frutos, mas não os tinha. Não podemos ser cristãos
nominais.
A profissão sem prática é algo do qual todos nós so-
mos culpados, em maior ou menor grau. Faz um dano
incalculável à Igreja cristã e está condenada ao desastre
porque produz uma fé que não pode fazer mais que se-
car-se. Podemos crer que Jesus empregou a lição da fi-
gueira doente e degenerada para dizer aos judeus, e a nós,
que a inutilidade atrai o desastre e que a profissão sem a
prática está condenada. Sem dúvida esse é o sentido deste
relato porque não podemos imaginar Jesus condenando
em sentido literal e físico a uma árvore por não dar frutos
em uma estação em que era impossível que os desse.

67
Nehemias Santos

68
Epistemologia do Ministério

UNIDADE – IV

EPISTEMOLOGIA
DO MINISTÉRIO
As 28 Faces de Cristo em Mateus

JESUS, o Líder fiel..............................................................71


JESUS, o Líder que não tolera hipocrisia....................................73
JESUS, o Líder que tem zelo pelo seu rebanho.............................75
JESUS, o Líder que dá oportunidade segundo a capacidade de cada um...77
JESUS, o Líder socialmente correto..........................................79
JESUS, o Líder que sai de cena, mas deixa a porta aberta................81
JESUS, o Líder que não esquece o rebanho que já pastoreou............83

69
Nehemias Santos

70
Epistemologia do Ministério

AULA – 4
JESUS, o Líder fiel

Base Bíblica: Mateus 22:21


Palavra – Chave: Dupla cidadania
“Dizem-lhe eles: De César. Então ele lhes disse: Dai, pois, a
César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”
O Senhor Jesus foi um líder fiel a sua dupla cidada-
nia. Ele honrou tanto os céus como a terra. Quando foi
questionado se era licito pagar tributo, Ele respondeu:
“Dai, pois, a César o que é de César”. Nesse primeiro
tópico, vemos o Senhor Jesus cumprindo o dever como
cidadão, como homem. Ele não esquivou dos deveres
terrenos, como também não os ignorou. Assim proce-
deu o Senhor para nos dar o exemplo (cf. João 13:15).
Mesmo sendo Deus, tendo cidadania celestial, Ele cum-
priu com seus deveres terrenos.
Em nossa vida cristã e principalmente ministerial,
precisamos andar de acordo com as ordenanças do nos-
so Estado e País. Temos dupla cidadania também (cf.
Filipenses 3:20). Somos da terra e dos céus. Enquan-
to estivermos aqui nesta terra, vamos precisar viver de
modo digno, sem dar escândalos e; sem escandalizar o
evangelho. Um cristão que não cumpre com os seus

71
Nehemias Santos

deveres terrenos já é feio, imagine um obreiro? Que


exemplo tem para corrigir alguém? Nossa cidadania ce-
lestial não nos isenta da cidadania terrena.
A primeira qualidade de um diácono pelo ponto de
vista de Atos 6:3, foi a “boa reputação”. Esse termo
equivale a “bom testemunho” “bom nome”. Se ao diá-
cono fora requerido tal observação, imagine aos demais
cargos? Há obreiros que são impecáveis na igreja, mas,
transgressores nas leis do mundo. Na igreja pregam com
a boca, mas, não conseguem pregar com a vida diante do
mundo. Seus irmãos em Cristo lhes aplaudem, mas, os
ímpios lhes condenam.
Na igreja nós damos a Deus o que é de Deus, mas no
mundo não damos a César o que é de César. A nossa vida
cristã não é unilateral, ao contrário disso; ela é vertical e
horizontal. Uma vida com Deus e uma vida com o mun-
do. Uma vida espiritual e celestial, e; uma vida material e
terrena. Infelizmente, somos anjos na igreja, no ministé-
rio e na obra de Deus, mas, acabamos sendo demônios
no mundo, com o trato com as pessoas, quando não da-
mos a César o que é de César (cf. Tito 1:15-16).

72
Epistemologia do Ministério

JESUS, o Líder que não tolera hipocrisia

Base Bíblica: Mateus 23:3.


Palavra – Chave: Sincero
“Todas as coisas, pois, que vos disserem que observeis, obser-
vai-as e fazei-as; mas não procedais em conformidade com as suas
obras, porque dizem e não fazem”
O Senhor Jesus nunca teve problemas com peca-
dores. Com eles, Cristo assentava-se e comia (cf. Lucas
15:1). Mas, com escribas e fariseus; a coisa era mais séria
pelo fato do Senhor Jesus não aceitar o farisaísmo deles.
Uma das razões principais era o fato dos fariseus prega-
rem uma mensagem, porém, não viviam na vida prática
aquilo que eles pregavam. O Senhor os reprovou, cha-
mando-os inclusive de hipócritas (cf. Mateus 23:13, 14,
15, 23, 25, 27, 29).
Na língua portuguesa, a palavra “hipocrisia” traz o
sentido de “falso, fingimento, dissimulação”. No sentido
etimológico da palavra, “hipocrisia deriva do latim e do
grego e significava a representação no teatro, dos atores
que usavam máscaras, de acordo com o papel que repre-
sentavam em uma peça”. No sentido bíblico e ministerial,
“hipocrisia é um obreiro exigir do rebanho aquilo que ele
mesmo não faz”. Exigem santidade da igreja, quando o
coração está cheio de adultério (cf. Mateus 5:28).

73
Nehemias Santos

O paradoxo da hipocrisia é a sinceridade. A palavra


“sincera” na língua portuguesa significa, “qualidade da-
quele que diz a verdade, que não mente”. No sentido eti-
mológico do termo, sincero vem do latim “sincerus” que
significa limpo e puro. Historicamente, alguns escultores
“menos qualificados” usavam “cera” para “disfarçar imperfei-
ções nas esculturas”. O Senado Romano exigiu por decreto;
que todas as esculturas produzidas em Roma deveriam
ser “sine cera”, ou seja, sem cera e sem disfarces, de forma
honesta.
O patriarca Jó era “sincero” (cf. Jó 1:1). Ele era sem
cera. Sua vida não era uma peça teatral. Ele não era um
ator. Nossa vida ministerial será bem-sucedida quando
nós pararmos de fazer dela “um show” diante da igreja.
Nunca vi tanta performance em nosso meio. Um que-
rendo ser mais atraente do que o outro. Uma verdadeira
disputa de falsa espiritualidade. Digo falsa porque é só
entregar o microfone que o fogo apaga. Paulo disse que
o nosso modelo ministerial é Cristo (cf. Filipenses 2:1-5).

74
Epistemologia do Ministério

JESUS, o Líder que tem zelo pelo seu


rebanho

Base Bíblica: Mateus 24:3.


Palavra – Chave: Ensinado a verdade
“E, estando assentado no Monte das Oliveiras, chegaram-se
a ele os seus discípulos em particular, dizendo: Dize-nos, quando
serão essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do
mundo? ”
O ministério do Senhor Jesus teve a duração de três
anos e seis meses aproximadamente. Ele deu início nas
regiões marítimas da Galileia, logo após a morte de João
o Batista (cf. Mateus 4:12-19), ocasião essa, que ele cha-
mou os seus primeiros discípulos para serem pescadores
de homens. Na trajetória ministerial, seu colégio apos-
tólico foi formado, contendo doze homens comuns que
ouviram e viram coisas maravilhosas realizadas pelo Se-
nhor. Três anos se passaram e; o momento de o Senhor
sair de cena era chegado.
Mas, como o Senhor Jesus é um líder que tem zelo
pelo seu rebanho, ao longo dos três anos e seis meses,
Ele tratou de muitas coisas com os seus discípulos, entre
elas; as doutrinas centrais que regem a nossa fé cristã.
Mas, que doutrinas seriam essas? Bom, o Senhor Jesus
ensinou sobre o arrependimento, conversão, novo nas-

75
Nehemias Santos

cimento, batismo nas águas, pedido de perdão, liberar o


perdão, a pratica da esmola, a oração, o jejum e as boas
obras. Sobre a vida pratica e a ceia do Senhor.
Ele falou aos seus discípulos sobre a sua ida para Jeru-
salém para ser entregue nas mãos das autoridades judai-
cas, logo, Ele começou a ampliar essas doutrinas com a
sua crucificação, morte, sepultamento, ressurreição, vitó-
ria sobre a morte, sobre a sepultura e sobre o hades. Ele
falou também da sua ascensão aos céus, sobre o derra-
mamento do Espírito Santo e deixou a promessa da sua
vinda para buscar os seus. Um líder que se presa, não
deixa seu rebanho sem essas informações tão precisas
para a fé dos santos (cf. Judas v.3).
Em Mateus 24:3, os discípulos fizeram três pergun-
tas em uma só: “Quando serão essas coisas? ” “E que
sinal haverá da tua vinda? ” “E do fim do mundo? ”. O
Senhor Jesus investiu tempo em Mateus 24 e 25 para res-
ponder essas três perguntas. Quando um líder tem zelo
pelo povo que ele lidera, ele investe tempo respondendo
suas perguntas, tirando suas dúvidas e ensinando as dou-
trinas da fé. Não fez assim também Paulo e Barnabé em
Antioquia? (cf. Atos 15:35). Não deixe seu rebanho sem
conhecimento.

76
Epistemologia do Ministério

JESUS, o Líder que dá oportunidade


segundo a capacidade de cada um

Base Bíblica: Mateus 25:15


Palavra – Chave: Capacidade
“E a um deu cinco talentos, e a outro dois, e a outro um, a
cada um segundo a sua capacidade, e ausentou-se logo para longe”
No ministério do Senhor Jesus tem lugar para todos.
Não há acepção de pessoas, mas há oportunidades se-
gundo a capacidade de cada um. O Senhor sabe a nossa
capacidade. Algumas vezes, pedimos coisas ao Senhor
que na verdade não suportamos. Precisamos agradecer
a Deus por não responder certas orações que fizemos a
Ele. Grande foi o livramento. Além disso, quantas vezes
pedimos ao Senhor um determinado “dom” ou “cargo”
somente por vaidade? Precisamos nos arrepender desses
pecados de orgulho.
A verdade é que a obra do Senhor é grande (cf. Ma-
teus 9:37-38), e tem espaço para todos aqueles que dese-
jam trabalhar. Não há necessidade de derrubar alguém
em evidência, para nós entrarmos em cena. No campo de
Boaz há lugar para a Rute (cf. Rute 2:2). O que precisamos
é reconhecer se temos a capacidade necessária que a obra
exige. O texto em estudo mostra que cada recebeu os
talentos, segundo a sua capacidade. Não há injustiça por
parte do Senhor (cf. Mateus 25:15).

77
Nehemias Santos

Uma vez tendo a oportunidade, precisamos valorizá-


-la. Aquele que recebeu cindo talentos, valorizou e fez
uso dos seus talentos, chegando a granjear mais cinco ta-
lentos. De igual modo, aquele que recebeu dois talentos,
valorizou e granjeou mais dois talentos. Porque eles mul-
tiplicaram os seus talentos? Porque eles fizeram uso dos
talentos “negociando-os”. Os talentos são progressivos,
quanto mais eu os utilizo-os; mais o Senhor me acrescen-
ta. Todas as vezes que eu coloquei o talento de escrever
em pratica, mas livros eu consigo lançar. Isso procede do
Senhor (cf. Salmos 118:23).
Mas, se eu não utilizar aquilo que Deus me deu, eu
não vou granjear nada. Vou procurar transferir a culpa
para alguém ou para alguma situação. O problema é que
o Senhor nos deu talentos segundo a capacidade de cada
um. Ele não deu além do que podemos suportar, não
tem como reclamar. Ele nos dá o talento e junto vem a
oportunidade. Há quem valorize, de; todo o seu coração,
mas há também, quem o desprezará (cf. 1 Timóteo 4:14;
Hebreus 12:16-17. Se nós desejamos realizar a obra do
Senhor ainda hoje, podemos ter a certeza que “ainda há
lugar” (cf. Lucas 14:22).

78
Epistemologia do Ministério

JESUS, o Líder socialmente correto

Base Bíblica: Mateus 26:6


Palavra – Chave: Um jantar
“E, estando Jesus em Betânia, em casa de Simão, o leproso”
Um líder não pode ser apenas religioso e espiritual,
ele precisa ser também; um ser social. É do relaciona-
mento social que nasce o diálogo e aproximação para a
evangelização. Ainda que essa evangelização não seja em
palavras, ou seja, fazendo uso do evangelho, ela poderá
ser pela própria vida do líder, isto é; se o líder tiver caráter
e bom testemunho dos de fora. O Senhor era esse tipo de
líder. Ele pregava com a vida, Ele atraia as pessoas pelo
diálogo, Ele entrava nas casas, Ele se relacionava social-
mente com todos.
Quando Mateus menciona Simão, o leproso, na mesa
com o Senhor Jesus; nós vemos um retrato da graça de
Deus. Não queremos fazer aqui um tratado sobre a lepra,
pois não teríamos esse espaço disponível, mas só o fato
de o texto a mencionar; já vemos a manifestação do amor
e da graça de Deus por Simão. Os rejeitados, imundos e
desprezíveis leprosos, agora tem; um lugar à mesa com o
Senhor Jesus, representados na pessoa de Simão.
Nós éramos semelhantes a Simão. A nossa lepra era
o pecado. Não era uma doença e sim uma ofensa con-

79
Nehemias Santos

tra Deus e sua santidade. Éramos inimigos de Deus (cf.


Efésios 2:1-4), mas a graça de Deus em Cristo Jesus nos
reconciliou com Ele novamente (cf. 2 Coríntios 5:16-21).
Na mesa com o Senhor Jesus, todos nós somos um “ex”
alguma coisa. Mas, a graça de Deus nos nivelou de tal
maneira que nos proporciona, “curas, milagres, perdão,
purificação, restauração, reconciliação e comunhão”.
A vida social do Senhor Jesus, atraiu o coração de Si-
mão. Ele entendeu que o Senhor não era apenas mais um
religioso ou um fundador de uma nova seita religiosa.
Simão diagnosticou em Cristo um ser humano comum,
que tratava das coisas comum da vida, que fala de Deus o
Pai, mas, também fala de família, do campo, da semente,
das estações do ano. Ele falava das árvores e seus frutos,
dos rios, das aves, do pão, do grão, do fermento, do joio
e do trigo. Ele falava de ovelhas e também de bodes. Ele
dava a Deus o que era de Deus, mas também, dava a Cé-
sar o que era de César.
Quantas almas nós deixamos de ganhar para Jesus por
causa da nossa religiosidade extrema. Quantos líderes an-
tissociais, que não conseguem entrar em uma casa para
fazer uma visita, porque são antipáticos. Há outros que
só visitam as casas dos ricos e muitas vezes, já a dos po-
bres, ele vai ver na agenda.

80
Epistemologia do Ministério

JESUS, o Líder que sai de cena, mas


deixa a porta aberta

Base Bíblica: Mateus 27:51


Palavra – Chave: Ética ministerial
“E eis que o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo;
e tremeu a terra, e fenderam-se as pedras”
O Senhor Jesus foi um líder fora de sério. Ele soube
entrar (cf. Mateus 2:1) e soube sair (cf. Mateus 27:51). Ele
entrou na história com ética, respeitando quem estava em
evidência, esperou o tempo necessário para dar início ao
seu ministério (cf. Lucas 3:23), sem entrar no campo de
trabalho de outros (cf. Marcos 1:14), e; saiu com a mes-
ma ética que entrou e mais, deixou a porta aberta, com
as condições de voltar a qualquer momento e ser recebi-
do. Ele nos ensina até na sua própria morte (cf. Mateus
27:50-54).
Quando o Senhor Jesus rendeu o seu Espírito, o véu
do templo (porta) se rasgou de alto a baixo (aberta). No
sentido soteriológico da palavra, isso significa que o ca-
minho à presença do Pai estava aberto; pelo sangue de
Cristo (cf. Hebreus 10:19-20). No sentido ministerial da
palavra, o véu rasgado indica a saída de um líder de uma
congregação, ou de um campo e até mesmo de um mi-

81
Nehemias Santos

nistério para outro, deixando um legado de obediência,


honestidade, amor fraternal, que leva o povo a chorar
com a sua partida (cf. Atos 20:36-38).
Não há nada mais nobre na vida de um obreiro do
que ele sair e deixar saudades. Infelizmente alguns não
conseguiram fazer isso (2 Crônicas 21:20). Precisamos
aprender com o Senhor Jesus (cf. Mateus 11:29), tanto o
momento certo de entrar; como também o de sair. Aci-
ma de tudo, ao sair; deixar a porta aberta. Certamente
você conhece obreiros que saíram das suas congregações
e grande foi o livramento para a obra de Deus. Obreiros
como Diótrefes, que não entra e não deixa os outros en-
trarem (cf. 3 João v.9-10).
E quanto a nós? Que tipo de obreiros nós somos? So-
mos amados por nossa congregação, ou a nossa presença
incomoda os irmãos que sabem que somos chatos ao ex-
tremo? Se nós saíssemos hoje da nossa congregação ou
ministério, deixaríamos saudades? Deixaríamos as portas
abertas? Ou a congregação sentiria um alivio em rela-
ção a nossa saída? Você já parou para pensar nisso caro
obreiro? O Senhor Jesus saiu de cena, mas deixou a porta
aberta, mais do que isso, Ele deixou muitas saudades ao
ponto de o povo desejar a sua volta.

82
Epistemologia do Ministério

JESUS, o Líder que não esquece o


rebanho que já pastoreou.

Base Bíblica: Mateus 28:10


Palavra – Chave: O bom pastor
“Então Jesus disse-lhes: Não temais; ide dizer a meus irmãos
que vão à Galiléia, e lá me verão”
Quando o líder sai de uma congregação e deixa a por-
ta aberta, é sinal que ele tem o carinho do rebanho. É
bem verdade que esse carinho é recíproco, pois esse líder
não esquece do rebanho, e; volta para vê-los e desfrutar
da sua comunhão. Eu já vi a igreja chorar com a saída de
um pastor; como já ouvi os irmãos comentarem a sau-
dade que tem de determinado líder; que por ali passou.
Essas marcas ministeriais precisam fazer parte da nossa
história como obreiros da obra do Senhor.
O Senhor Jesus foi esse líder. Ele deixou a porta aber-
ta, Ele deixou saudades, Ele disse que voltaria para vê-
-los, Ele chegou a marcar um encontro com local e tudo
(cf. Mateus 28:10) e como prometeu; assim procedeu
(cf. Mateus 28:16-17). Já ensinei a vocês que um obreiro
não pode amar a igreja, pois ela já tem dono (cf. Mateus
16:18), já tem Esposo (cf. Apocalipse 19:7), já tem quem
a ame (cf. Efésios 5:25). O obreiro precisa amar a Cristo

83
Nehemias Santos

(cf. João 21:15-17). Quando o obreiro ama a Cristo, ele


ama aquilo que faz para a igreja de Cristo, por isso; ele
não esquece do rebanho que pastoreou.
Infelizmente hoje nós vemos um cenário estranho e
muito diferente no contexto rebanho-pastor. Há pastor
de rebanho que não saiu da sua congregação, mas age
como tal. Ele é pastor, tem um rebanho, mas não apare-
ce, não apascenta, não alimenta o seu rebanho. O Senhor
Jesus disse que as ovelhas conhecem a voz do seu pastor
(cf. João 10:14; 27), mas há pastores que traz de fora os
pregadores e, ele mesmo; não prega para o seu rebanho.
Esse é um sinal de que precisamos voltar ao primeiro
amor (cf. Apocalipse 2:4).
Quando não temos saudades do nosso rebanho, quan-
do não temos vontade de pregar para o nosso rebanho,
quando o nosso coração fica triste só de pensar que te-
mos que ir pastorear aquele rebanho mais uma vez, isto é
um sinal que precisamos voltar ao princípio de tudo. Pre-
cisamos rever nossos conceitos espirituais, ministeriais,
bíblicos e teológicos. Precisamos de um reaviva-mento
(cf. 2 Timóteo 1:6). Precisamos descer ao Jordão (cf. Lu-
cas 2:21-22).

84
Epistemologia do Ministério

BIBLIOGRAFIA

Bíblia do Culto – Editora BETEL


Ancião de Dias – O Pai,
A Sabedoria – O Filho,
O Espírito de Jeová – O Espírito Santo.

85

Você também pode gostar