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Semiótica, a ciência que teve três origens, mas na maior parte Santaella se
dedicou à fonte norte-americana de Charles Sanders Peirce, que era um cientista,
sobretudo um lógico, o qual se dedicou a diversos campos, estudou as várias ciências,
exatas, naturais, físicas, psíquicas. O seu interesse em Lógica era principalmente na
Lógica das ciências e entender a Lógica das ciências implica entender seus métodos de
raciocínio. Assim, desde o inicio do interesse de Pierce pela Lógica que considerava ter
nascido dentro do campo de uma teoria geral dos signos, a semiótica, a priori
considerava a lógica, propriamente dita, como uma parte da semiótica, posteriormente
considerava a Lógica de forma mais ampla quase coextensiva de uma teoria de todos os
tipos possíveis de signos.
Santaella explana ainda que a semiótica, para Peirce era apenas uma parte do
conjunto de sistema filosófico por ele criado, o qual é parte de um sistema ainda maior
de uma enorme arquitetura classificatória das diferentes ciências e suas relações. A
partir da localização da Semiótica no conjunto do seu sistema, ou melhor ao perceber a
posição de dependência da Semiótica com as ciências que devem antecedê-la, foi que
Peirce deu prosseguimento a sua doutrina formal de todos os tipos possíveis de signo, a
Lógica ou Semiótica. Ademais, para a autora a Semiótica não é fácil de ser
compreendida, pois é da Fenomenologia que extrai todas os seus princípios.
A autora coloca que essas três categorias se constituem nas modalidades mais
universais e mais gerais, através das quais se opera a apreensão-tradução dos
fenômenos. Nesse sentido, o primeiro (primeiridade) é presente imediato, de modo a
não ser segundo para uma representação. Ele é fresco e novo, além disso, não pode ser
articuladamente pensado. Mas, de qualquer coisa que esteja na mente em qualquer
momento, há necessariamente uma consciência imediata e consequentemente um
sentimento. Consciência em primeiridade é qualidade de pensamento, e por isso
mesmo, é primeira.
Certamente onde quer que haja um fenômeno, há uma qualidade, isto é, sua
primeiridade. Contudo, a qualidade é apenas uma parte do fenômeno, visto que, para
existir, a qualidade tem de estar encarnada numa matéria. A factualidade do existir
(secundidade) está nessa corporificação material. E finalmente, terceiridade, que
corresponde à uma camada de inteligibilidade, ou pensamento em signos, através da
qual representamos e interpretamos o mundo. Assim, qualquer coisa que se produz na
consciência tem o caráter de signo. No entanto, Peirce leva a noção de signo mais longe,
a ponto de que o signo não tenha necessariamente de ser uma representação mental, mas
pode ser uma ação ou experiência, ou mesmo uma mera qualidade de impressão.
Além disso, o propósito com o qual Santaella escreveu o texto em discussão faz-
se notável, perseguir as questões de Semiótica desde o seu início, para se chegar ao
patamar de conhecimento que torne possível ao seu leitor ir mais longe, “livre no seu
próprio caminho de investigação e descoberta.” (p. 1). E ao disponibilizar ao final de
seu escrito, uma lista de indicações de leituras relacionadas ao tema, reafirma essa
intenção. Mais que apenas informar, podemos perceber que ela almeja, através do
repasse de conhecimentos sobre Semiótica, atrair mais pessoas e conquistar o interesse
delas por esse campo de estudo.
Mediante o exposto, faz-se a recomendação desse texto para pessoas que tem
interesse de estudo na Semiótica, das mais diversas áreas, das ciências humanas às
naturais, visto que a Semiótica é a ciência de toda e qualquer linguagem possível, pois
nele a autora utiliza de métodos simples de elucidação.