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Resenha Crítica
Escrito por Lúcia Santaella, O que é semiótica é um livro que de maneira bem simples
explica como surgiu essa ciência. O nome semiótica vem da raiz grega semeion que significa
“signo”. A autora até brinca sobre ser um novo nome para a astrologia e de uma maneira
super didática ela apresenta os principais conceitos e teorias da semiótica e qual a relação
dela com a linguagem, além de citar outros pensadores como Peirce e Saussure.
Lúcia Santaella é uma renomada pesquisadora brasileira nascida em 1944, em São Paulo. Ela
é conhecida por suas contribuições significativas para a compreensão da semiótica, que é o
estudo dos signos e dos processos de significação. A escritora possui uma formação
interdisciplinar, com graduação em Letras pela Universidade de São Paulo (USP), mestrado
em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e
doutorado em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes da USP.
Santaella foi professora titular do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica
da PUC-SP e tem uma extensa produção acadêmica, com livros e artigos que abrangem temas
como semiótica, comunicação, filosofia, cibercultura e teoria da informação. Alguns dos seus
livros mais conhecidos incluem "A Teoria Geral dos Signos", "O que é Semiótica", e
"Comunicação e Pesquisa: Projetos de Mestrado e Doutorado", entre outros. Seu trabalho tem
impacto não apenas na academia brasileira, mas também na pesquisa internacional em áreas
relacionadas à comunicação e semiótica.
Após uma breve apresentação do livro e do que é semiótica, Lúcia Santaella passa a
apresentar suas fontes e o nascimento desta ciência. Ela explica que a semiótica teve três
origens diferentes, uma nos EUA, outra na União Soviética e a terceira na Europa Ocidental.
Apesar disso, seu foco durante o livro é na “semente” americana da semiótica, com o legado
de C.S. Pierce, apresentando os conceitos e um pouco do surgimento da ciência nos dois
outros locais apenas capítulos finais.
Charles Sanders Peirce (1839 - 1914) foi um filósofo, cientista, matemático e lógico
estado-unidense conhecido por suas contribuições significativas para a filosofia,
especialmente para a filosofia da lógica e a teoria do conhecimento. Peirce é considerado o
fundador do pragmatismo, uma abordagem filosófica que destaca a importância prática e
funcional das ideias. Ele também desempenhou um papel crucial no desenvolvimento da
lógica formal, introduzindo conceitos importantes como os tipos de raciocínio dedutivo e
indutivo. Além de suas contribuições filosóficas, Peirce fez importantes avanços em diversas
disciplinas, incluindo a matemática e a estatística. Seu trabalho abrangente e interdisciplinar
influenciou uma variedade de campos, consolidando seu lugar como uma figura proeminente
na história da filosofia e do pensamento intelectual.
Lúcia Santaella resume muito bem o trabalho e a vida de Pierce, apresentando o início de sua
carreira, suas passagens por diversas outras ciências até chegar em sua classificação dos
signos da semiótica, que impactou não apenas na filosofia, mas também em áreas como a
linguística e a teoria da comunicação. O livro procura compreender como os signos
funcionam na comunicação, ou seja, como eles são utilizados para transmitir significados e
como as pessoas interpretam esses significados. O termo "signo" refere-se a qualquer coisa
que representa algo para alguém em algum contexto. É a unidade básica da semiótica. Pode
ser um objeto, uma palavra, uma imagem, um gesto, entre outros. Os signos são divididos em
três partes: o "significante" (a parte perceptível do signo, como a palavra escrita ou o gesto),
o "significado" (o conceito ou ideia associada ao signo) e o "referente" (o objeto ou situação
real ao qual o signo se refere). Já os códigos são conjuntos de regras que determinam como os
signos são combinados e interpretados em um determinado contexto. Por exemplo, a língua é
um código linguístico que define como as palavras são combinadas para formar frases com
significado.Existe também o processo de interpretação, onde os receptores de um signo
atribuem significado a esse signo. A interpretação pode variar de acordo com o contexto
cultural, social e individual.