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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ


UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL/CAPES
Centro de Educação Aberta e a Distância – CEAD
Coordenação do Curso de Letras/Português
E-mail da Secretaria: letrasportuguesead@ufpi.edu.br
Coordenador do Curso: Prof.Ma. Juliana Castelo Branco Paz da Silva

ALUNO: JOABE DA SILVA SOUZA MATRICULA: 20179104580


DISCIPLINA: SEMÂNTICA PÓLO: JUAZEIRO

ATIVIDADE 1

01. Comente sobre as contribuições de Aristóteles e Frege para o


desenvolvimento dos estudos semânticos. Em sua resposta identifique a qual
segmento da semântica os autores em questão estavam ancorados.

Partindo de pressupostos de postulados lógicos, Aristóteles e depois o alemão Frege


(1848-1925) foram os pioneiros a estudarem o significado, deixando para as futuras
gerações um grande numero de conteúdo rico e com uma abordagem que gira em
torno de proposições. Utilizavam a perspectiva formal como abordagem para os
estudos semânticos.Esse tipo de abordagem traz para os estudos um estatuto de
cientificidade, como também possibilita a sua inserção no sistemática linguístico,
diferente da sintaxe ou da morfologia, à semântica ganha uma área própria de
investigação.

02. Discorra sobre a definição de semântica ressaltando seu objeto de estudo.

A semântica prioriza o sentido da linguagem, de forma que a língua passa a ser


analisada considerando cada palavra, texto e fala, a partir do lugar de quem a produziu,
das condições histórico-sociais de produção, a maneira como foi dita e até mesmo de
que leitor foi previsto, sendo esse seu objeto de estudo, pois os textos por ele mesmos
e não as palavras em si, são analisadas sob a perspectiva da análise textual discursiva,
analisando os meios utilizados nas práticas de linguagem, tornando possível
determinar os efeitos de sentido.

03. A respeito da semântica formal, Abrahão (2018) afirma que “os modelos
lógicos não conseguiam descrever todas as dimensões do sentido”. Explique.

A autora mostra que o sentido é conjuntural, devido a impossibilidade de se esgotar


uma matriz de traços conceituais/cognitivos (significado), entendendo que se pode
acrescentar à matriz uma outra intenção. Citando Mari (1991, p. 29), “não existe um
sentido único, nunca, em nenhuma frase, embora exista um sentido consensual, muitas
das vezes”.

04. Leia a assertiva a seguir e apresente um comentário: “Nas teorias que


apresentam a linguagem como instrumento de comunicação, o sentido advém da
organização das frases e das unidades lexicais. Estas já estariam definidas fora
de qualquer contexto”. (ABRAHÃO, 2018).

A assertiva mostra de que forma as “teorias” apresentam a linguagem, como já estando


definidas fora de qualquer contexto, ou seja, o sentido das frases está em sua
organização e nas suas unidades lexicais, prevalecendo o significado do dicionário sem
levar em consideração o sentido que as expressões ganham em uso.

No entanto, entendemos que sem a figura do homem não há linguagem, sendo uma
prerrogativa da mesma, ou seja, sem ele a linguagem inexiste. Cada sujeito vivencia
experiências de significado distintas, de forma que não se sabe sobre os efeitos de
sentido produzidos por seus discursos, ou seja, não se sabe o que o outro vai captar ou
perceber.

05. Explique a importância da categoria de sujeito a partir da perspectiva da


semântica enunciativa.

Sua importância se dá pelo fato de que o interesse primário daqueles que pretendem
lidar com a significação deve ser o sujeito, assumindo que a produção de sentido em
linguagem é um modo não fixado, não previsível. Ou seja, não somente no sistema
linguístico, ou em relação ao momento histórico ou algo contextualmente determinado
se assegura o sentido.

06. Leia a assertiva a seguir sobre as críticas à abordagem saussuriana do signo


linguístico e apresente um comentário: “A teoria do signo linguístico
apresentada no Curso de linguística geral recebeu, no correr dos quase cem
anos de sua existência, críticas contundentes. As mais recorrentes giram em
torno do fato de essa teoria calcar a significação na relação significante-
significado.” (ABRAHÃO, 2018).
As críticas giram em torno da inexistência da significação, pois a mesma se encontra
fora dessa relação, e da exclusão da enunciação do contexto comunicativo, ficando
este dependente da compreensão do significado, o que faz do significado o soberano,
já que é na busca da sua compreensão que deve ocorrer a comunicação. Dessa forma,
o domínio da linguagem é banda e tudo o que não é da ordem do conceito: o sonho, o
inconsciente, a poesia, etc.

07. A partir da leitura das teorias apresentadas (Saussure e Frege) explique a


importância atribuída ao conceito de referência em tais teorias.

Uma melhor leitura das possibilidades referenciais da linguagem nos é permitida devido
a construção de um conceito de referencia discursiva, enquanto modos difusos de
comportamento dos sentidos. Vejamos então como Saussure e Frege tratam deste
assunto de referências.

Segundo Saussure, essa questão caminhou de modo tradicional via tríade semiótica,
em que se distinguem sujeito-linguagem-referente/representação. Ou seja, entre o
sujeito e a realidade (ou objeto com o qual ele deseja estabelecer alguma relação),
está a linguagem.

Frege (1892) foi o primeiro a discutir a questão da referência pela via do sentido. Tendo
por base uma perspectiva filosófica de discussão da linguagem, a sua preocupação era
com a busca da verdade. Para Frege a representação possui, portanto, uma natureza
subjetiva. Ainda ao lado dos objetos estão as referências, que para o autor são as
impressões de natureza objetiva na relação sujeito vs. objeto. Portanto, o sujeito possui
sinais para indicar os objetos, mas esses sinais são resultantes tanto das
representações que esse sujeito possui desses objetos quanto das referências, suas
impressões sensoriais sobre esses objetos.

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