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TRIPERU, S.A.

UNIDADE DE PRODUÇÃO DE AVES NA VALEIRA BAIXA

ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL

TOMO 3 – RESUMO NÃO TÉCNICO

NOVEMBRO 2009
TRIPERU, S.A.

UNIDADE DE PRODUÇÃO DE AVES NA VALEIRA BAIXA

ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL

NOVEMBRO 2009

PREÂMBULO

O presente Estudo de Impacte Ambiental foi efectuado pela ECOserviços – Gestão de Sistemas
Ecológicos, Lda.

O presente volume é referente ao Resumo Não Técnico do Estudo de Impacte Ambiental do projecto
mencionado em epígrafe e destina-se à consulta do público.

Lisboa, 11 de Novembro de 2009


TRIPERU, S.A.

UNIDADE DE PRODUÇÃO DE AVES NA VALEIRA BAIXA

ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL

NOVEMBRO 2009

ÍNDICE

Pág.

1 – Introdução ............................................................................................................................................... 1 
2 – Localização e enquadramento do projecto ............................................................................................ 2 
3 – Antecedentes do projecto ....................................................................................................................... 5 
4 – Descrição sumária do projecto ............................................................................................................... 7 
5 – Caracterização da situação actual, avaliação dos impactes e medidas de minimização propostas ... 11 
6 – Plano de monitorização ........................................................................................................................ 19 
7 – Síntese e conclusões ........................................................................................................................... 19 

Anexo – Peças desenhadas


TRIPERU, S.A.

UNIDADE DE PRODUÇÃO DE AVES NA VALEIRA BAIXA

ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL

NOVEMBRO 2009

TOMO 3 – RESUMO NÃO TÉCNICO

1 – INTRODUÇÃO

O Estudo de Impacte Ambiental (EIA) do Projecto da Unidade de Produção de Aves na Valeira Baixa foi
elaborado pela ECOserviços – Gestão de Sistemas Ecológicos, Lda. a pedido do proponente, a
TRIPERU – Sociedade de Produção e Comercialização de Aves, S.A..

O projecto a licenciar consiste numa Unidade de Produção Aves no lugar da Valeira Baixa, sujeita ao
procedimento de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA), por se tratar de Instalações de Pecuária
Intensiva, que processaram mais de 40 000 frangos, galinhas, patos ou perus.

O Estudo de Impacte Ambiental (EIA) foi realizado de acordo com o disposto no Decreto-Lei nº 69/2000,
relativo à Avaliação de Impacte Ambiental alterado e republicado pelo Decreto-Lei n.º 197/2005 e
respectiva Portaria nº 330/2001, de 2 de Abril.

A Autoridade de AIA é a Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do


Tejo (CCDR-LVT). A entidade licenciadora é a Direcção Regional de Agricultura e Pescas de Lisboa e
Vale do Tejo.

O Resumo Não Técnico do EIA descreverá, de forma sucinta, e numa linguagem perceptível para o
público em geral, todos os aspectos relevantes, contidos no Relatório Base, dando ênfase aos impactes
significativos previstos e às medidas de minimização a implementar.

O objectivo principal foi avaliar os impactes nas várias vertentes ambientais, definir a possibilidade da
sua minimização caso sejam impactes negativos ou a sua potenciação caso sejam impactes positivos.

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O Relatório Base (Relatório Técnico) do presente EIA, engloba toda a informação técnica que sustenta o
presente documento.

2 – LOCALIZAÇÃO E ENQUADRAMENTO DO PROJECTO

O projecto insere-se no distrito de Santarém, NUT II – Centro e NUT III – sub-região Médio Tejo,
concelho de Abrantes, freguesia da Bemposta, Lugar de Valeira Baixa.

A instalação avícola da Valeira Baixa localiza-se num terreno com 857 716,89 m2, junto à estrada
municipal EM576 entre as localidades de Chaminé e de Água Travessa.

Nas figuras que se seguem, apresenta-se o enquadramento geográfico a nível nacional e regional, bem
como ao nível local com a indicação da freguesia e concelho onde se insere o projecto em estudo.

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Figura 1 – Enquadramento ao nível das NUT II

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Figura 2 – Enquadramento ao nível da NUT III

Figura 3 – Freguesias do concelho de Abrantes

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Em seguida apresenta-se a área de implantação do projecto.

Terreno para Implantação da


Unidade de Produção de Aves

Fonte: Cartas militares n.º 343 e 355 S/Escala

Figura 4 – Localização da área de implantação do projecto

3 – ANTECEDENTES DO PROJECTO

Em Junho de 2008 foi submetido à Câmara Municipal de Abrantes um pedido de viabilidade de


construção de produção avícola, tendo sido decidido por unanimidade a aprovação da proposta.

Foram consultadas diversas entidades, no âmbito do pedido de viabilidade de construção da unidade


avícola, e solicitados pareceres. Em seguida apresenta-se um resumo dos mesmos.

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ENTIDADE PARECER
“…, estes serviços são de parecer que nada há a opor. No entanto deve o
requerente ter em atenção que, a localização e a disposição das instalações do
estabelecimento avícola deverão obedecer a princípios de protecção da saúde
Centro de Saúde de
animal e da saúde pública, bem como da natureza e do meio ambiente, de modo,
Abrantes
por um lado, a evitar a introdução de doenças ou assegurar no seu controlo em
caso de aparecimento e, por outro, a contribuir para uma melhoria da defesa da
natureza e do meio ambiente.”
“- deverá ser salvaguardada a faixa de protecção “non aedificandi” em
CCDR-LVT – relação a linhas de água, não sendo permitida qualquer construção na
Comissão de faixa dos 0 aos 5 metros e carecendo de título de utilização, construções
Coordenação e na faixa dos 5 aos 10 metros;
Desenvolvimento - uma vez que parte do terreno se insere na Reserva Ecológica Nacional,
Regional Lisboa e aplica-se o regime estabelecido pelo Decreto-Lei nº 180/2006 de 6 de
Vale Tejo Setembro, sendo interdita a realização de construções, nos termos do
artigo 4º.”
“Verificou-se que a área em causa foi percorrida por um incêndio em 26
de Julho de 2004…Nos terrenos com povoamentos florestais percorridos
Direcção – Geral dos por incêndios, …, ficam proibidas, pelo prazo de 10 anos a realização de
Recursos Florestais obras de construção de quaisquer edificações, o estabelecimento de
quaisquer novas actividades agrícolas, industriais, turísticas ou outras que
possam ter um impacto ambiental negativo…”
“- Relativamente às águas residuais provenientes da actividade e visto ser
intenção da Triperu a sua reutilização na rega de terrenos agrícolas, não
Serviços
se vê inconveniente desde que respeitado o Capítulo V do Decreto-Lei n.º
Municipalizados de
236/98 de 1 de Agosto. – No que diz respeito às águas domésticas visto
Abrantes
não existir rede de saneamento, o projecto deverá preconizar a
construção de fossas sépticas e/ou ETAR.”
“As edificações do Empreendimento, deverão respeitar as distâncias de
segurança relativamente às linhas Aéreas de Média Tensão existente,
(inclusive na fase de construção), de acordo com o Regulamento de
EDP – Distribuição, Segurança de Linhas Eléctricas de Alta Tensão (DR Nº1/92 de 18 de
S.A. Fevereiro). Caso se verifique a necessidade da modificação das Linhas
Aéreas de Média Tensão, deverá a entidade promotora solicitar
previamente a esta Empresa a alteração pretendida, e suportar os
respectivos encargos definidos com base na legislação aplicável.”

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4 – DESCRIÇÃO SUMÁRIA DO PROJECTO

A unidade avícola será instalada num prédio rústico denominado Valeira Baixa, na freguesia de
Bemposta, com área de 857 716,89 m². O terreno localiza-se numa zona de bons acessos, sendo a
localização propícia à actividade por estar numa área praticamente desabitada.

O terreno é praticamente plano e ocupado por eucaliptal.

• Caracterização da Instalação Avícola

A instalação avícola compreende um núcleo de criação de perus, constituído por quatro pavilhões, cada
um com uma superfície coberta de 3 844.96 m², a implantar na zona norte do terreno

Estão previstas as seguintes unidades de apoio:

– Uma zona de serviços/zona social, destinada aos trabalhadores ou visitantes do núcleo.

- Uma moradia para família residente;


- Um furo de abastecimento de água;
- Um depósito de água;
- Um armazém de camas;
- Instalações sanitárias/balneários;
- Tanque de gás.

– Pavilhões de criação compostos por duas naves distintas, uma com 1 926.53 m2 e a outra com 1
629.73 m2. A nave mais pequena destina-se a receber as crias, as quais posteriormente serão
distribuídas por esta e pela nave maior. As duas zonas são interligadas por um hall, onde se prevê
a instalação de uma sala de comandos.

– O armazém de camas será composto por duas naves iguais. O acesso será por meio de dois
portões de fole. Terá iluminação natural, através de vãos situados no topo do armazém. Este
destina-se a armazenar numa nave, o material para as camas e na outra os resíduos da remoção
das camas (temporariamente).

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Toda a propriedade será vedada com rede ovelheira. Serão instalados vários portões, para dispor dos
meios de segurança necessários.

No Desenho EIA-RNT-IAVB – 01 apresenta-se a implantação proposta e o tipo de construção que se


propõe.

• Processo de Exploração

Cada nave receberá um bando de perus constituído por 13 0000 aves com 1 dia de idade.

Cada bando permanece nas instalações cerca de 20 semanas, ou seja cada nave produzirá em média
cerca de 2,5 bandos/ ano, o que equivale a uma média anual de animais para abate de cerca 130 000
perus/ ano, o que corresponde a 1.690.000 kg

Um bando permanece nas instalações até atingir o peso médio de:

- Machos 17,5 kg;


- Fêmeas 8,5 kg.

A percentagem de fêmeas por bando é em média de 50%.

Entre cada bando ocorre um período de vazio sanitário, no qual decorre a remoção das camas e
desinfecção das naves. O vazio sanitário tem uma duração de 2 semanas aproximadamente.

Alimentação e Água

A alimentação é composta por rações armazenadas em 2 silos por pavilhão de 25 m3, cuja distribuição
para os comedouros é realizada por processo automático.

Cada animal consumirá em média cerca de 34 kg de ração e cerca de 76L de água, o que perfaz um
consumo médio anual de água de 9 880 m3 e de ração de 4420 toneladas.

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Higiene

O material utilizado nas paredes até à altura de 1.00 m e no pavimento será em betão, o qual pode ser
limpo e desinfectado a fundo.

Será estabelecido um programa de bio-segurança e de higiene dos pavilhões.

Os pavilhões possuirão redes passareiras nas janelas, que impeçam a entrada de animais e que, ao
mesmo tempo, permitam a ventilação.

A opção pelo sistema de limpeza a seco resultou do facto deste permitir um uso mais eficiente da água e
minimizar os impactes devidos às águas residuais industriais.

Ventilação, Temperatura, Humidade e Gases

O isolamento, aquecimento e a ventilação dos pavilhões, assegurará que a circulação do ar, o teor de
poeiras, a temperatura, a humidade relativa do ar e as concentrações de gás se mantenham dentro dos
limites que não sejam prejudiciais aos animais.

Os sistemas de isolamento, ventilação e refrigeração funcionarão de forma a evitar que as aves sejam
expostas a extremos de temperatura e humidade e de modo a que as camas se encontrem secas e
friáveis.

Iluminação

Os animais não ficarão em permanente escuridão, nem serão expostos à luz artificial sem que haja um
período adequado de obscuridade.

Energia

Nas instalações serão consumidos dois tipos de energia: energia eléctrica e gás e/ ou energia obtida a
partir de biomassa (resíduos vegetais).

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Camas

As aves permanecem sobre uma camada de casca de arroz, serrim, aparas ou outros, disposta sobre o
pavimento. Estima-se que a cama possua 5 cm de altura.

Processo Produtivo

As fases que constituem o processo produtivo são as seguintes:

1. Preparação dos pavilhões;


2. Recepção das aves;
3. Fase de crescimento das aves
4. Apanha, transporte e descarga de aves no centro de abate;
5. Remoção das camas, limpeza a seco e lavagem dos pavilhões e equipamentos;
6. Vazio sanitário.

O processo produtivo a desenvolver implica a produção de resíduos, emissões gasosas e efluentes


líquidos.

• Regime de Laboração

O regime de laboração da unidade industrial será o seguinte:

N.º de Turnos Diários 1

N.º de Dias de Laboração/Semana 7

N.º de Dias de Laboração/Ano 365

• Calendarização da Obra

A calendarização proposta para a fase de construção será de 36 semanas.

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5 – CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO ACTUAL, AVALIAÇÃO DOS IMPACTES E MEDIDAS DE
MINIMIZAÇÃO PROPOSTAS

O objectivo do EIA consistiu na identificação, previsão e avaliação de impactes associados à construção


e laboração das instalações avícolas, face à situação actual.

Para a área do projecto caracterizaram-se todas as componentes ambientais potencialmente afectadas.


As componentes estudadas foram o clima, a geologia, os recursos hídricos, a qualidade das águas, os
solos, a paisagem, a qualidade do ar, o ambiente sonoro, a componente biológica, o património
arqueológico e arquitectónico, a componente social e o ordenamento do território.

Em função dos impactes negativos identificados o EIA, indicaram-se as medidas de minimização


necessárias.

Em seguida apresentamos por descritor ambiental um breve resumo da caracterização e avaliação


realizadas.

Clima

A área onde se insere o projecto apresenta algumas condições favoráveis à ocorrência de fenómenos
microclimatológicos, no entanto, não se prevê que este projecto venha a originar impactes significativos
e identificáveis no clima da região. Não se identificaram quaisquer acções passíveis de induzir alterações
climáticas na área de estudo, quer na fase de construção, quer na fase de exploração do projecto.

Geologia

De acordo com o relevo do terreno e em função da natureza das intervenções perspectivadas para a
área em apreço não ocorreram alterações significativas do relevo actual e não está prevista a construção
de taludes de aterro ou de escavação que configurem situações de instabilidade, sendo o impacte na
geomorfologia (forma do relevo) pouco significativo.

Para as intervenções previstas no terreno e de acordo com a unidade geológica presente (depósitos de
cascalheiras de planalto, arenitos argilosos avermelhados e acastanhados com seixos e argilas) não são
esperadas situações de instabilidade ou efeito indirectos ao nível dos recursos geológicos, sendo que o
impacte nesta vertente não será significativo.

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A área de implementação do projecto enquadra-se no sistema aquífero denominado Bacia do Tejo/Sado
– Margem Esquerda, em que a recarga deste sistema aquífero ocorre em superfície, recebendo recarga
directa através da infiltração da chuva que cai sobre as zonas mais permeáveis.

A área a impermeabilizar é muito reduzida e sem expressão na área de recarga do aquífero. Deste
modo, a afectação quantitativa da recarga do sistema aquífero não é significativa a ponto de induzir
impactes negativos. Refere-se que em relação ao terreno a área a impermeabilizar será cerca de 1,9%.

Solos e Ocupação dos Solos

Na área onde se insere o projecto, os solos apresentam limitações e são pouco adequados à utilização
agrícola. Em termos de impactes, estes são praticamente nulos.

Na fase de construção e uma vez que são afectados apenas solos sem aptidão agrícola, prevêem-se,
impactes negativos, pouco significativos.

A colocação de estaleiros, infra-estruturas de apoio à obra e a circulação nas áreas circundantes,


embora seja temporário, tem tendência a causar compactação do solo, conduzindo a uma diminuição da
porosidade e diminuição da capacidade de infiltração e de escoamento, em profundidade, da água.
Estes aspectos irão provocar impactes negativos, mas pouco significativos, temporários.

Na fase de exploração, os impactes negativos reportam-se à inviabilização irreversível dos solos para
outros fins.

A ocupação actual do solo é florestal por povoamento de eucaliptos. O impacte esperado será
negativo, pouco significativo, face à área ocupada, quer para a fase de construção quer para a fase
de exploração.

Recursos Hídricos

Não existem na área do projecto recursos hídricos superficiais significativos (linhas de água, albufeiras,
etc.), quer em termos de quantidade, quer em termos do seu uso.

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Quanto aos recursos hídricos subterrâneos as captações para abastecimento público encontram-se a
mais de 2 km de distância. Dado que a produção de águas residuais foi reduzida ao máximo através da
adopção de um sistema de limpeza dos pavilhões a seco, não se prevê o risco de contaminação, tanto
mais que a natureza geológica dos materiais presentes permitirá a salvaguarda da qualidade da água do
aquífero mais profundo.

Na fase de construção, as acções geradoras de impactes estarão associadas essencialmente às


actividades de desmatação e limpeza do terreno, aos movimentos de terras, à abertura e pavimentação
de acessos e à construção dos pavilhões. Dado que não existem áreas impermeabilizadas significativas
nas sub-bacias hidrográficas na envolvente e em função da dimensão das linhas de água temporárias,
não são esperadas alterações nas condições de escoamento locais ou na envolvente.

Na fase de exploração e já com a unidade avícola construída haverá um aumento da área


impermeabilizada e consequente diminuição da área de infiltração. No entanto, não se considera que
venha a ocorrer uma degradação significativa da situação dos recursos hídricos no local visto as áreas
em causa serem muito reduzidas e não existir na envolvente outras áreas impermeabilizadas e/ ou
ocupação humana.

Qualidade do Ar

A região em estudo apresenta características essencialmente rurais / florestais, sendo a principal fonte
de poluição atmosférica originada pela circulação automóvel.

Na fase de construção os principais impactes são devidos essencialmente ao levantamento de poeiras


que decorrem das actividades de desmatação, terraplenagem e circulação de veículos afectos à obra em
circuitos não pavimentados. O impacte na qualidade do ar na fase de construção será negativo, pouco
significativo e temporário.

Na fase de exploração serão produzidas as seguintes emissões resultantes da unidade industrial a


instalar:

a) Emissões associadas ao sistema de ventilação e para o período em que aves permanecem no


interior dos pavilhões;

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b) Funcionamento dos sistemas de geração de energia de emergência gás e alternativamente queima
de biomassa (resíduos vegetais);
c) Circulação de veículos, que são responsáveis por emissões características do tráfego rodoviário,
nomeadamente monóxido de carbono, óxidos de azoto, hidrocarbonetos e dióxido de enxofre;
d) Alimentação dos Silos das rações e sua limpeza, o que resulta na libertação de poeiras.

Tendo em consideração a natureza das fontes de emissões difusas identificadas, os receptores


sensíveis mais próximos não serão afectados pelos poluentes dispersos por acção do vento, tendo em
conta a distância e a localização a dos mesmos em relação às direcções do vento com maior frequência.

Os impactes decorrentes da fase de exploração não serão significativos.

As principais medidas de mitigação consideras para a fase de exploração são:

- Protecção individual dos trabalhadores que operem no interior dos pavilhões, uma vez que se
encontram expostos a grandes quantidades diárias de partículas libertadas para a atmosfera, em
especial a utilização de máscaras, luvas e de vestuário protector adequado;
- Os equipamentos para produção de energia a partir de biomassa deverão estar certificados e cumprir
os limites máximos de emissão;
- Proceder à limpeza e manutenção periódica dos sistemas de ventilação, para evitar a acumulação de
poeiras;
- Interditar a queima a céu aberto de qualquer tipo de resíduos de acordo com a legislação em vigor;
- As emissões derivadas da degradação das camas das aves são de difícil redução, por ser difícil inibir
a fermentação das fezes das aves, no entanto, na unidade industrial existem medidas para inibir
parcialmente esse processo, tais como, o controlo do abastecimento de água às aves, e redução do
consumo da mesma por controlo ambiental e a colocação das linhas de bebedouros sem contacto
com solo;
- Os caminhos de acesso em terra batida, devem ser aspergidos com água durante os períodos mais
secos, para evitar a disseminação de poeiras;
- Os veículos devem circular com os rodados limpos e o transporte de produtos desde rações
materiais para as camas e resíduos devem estar acondicionados por forma a evitar a dispersão de
poeiras.

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Ambiente Sonoro

É possível verificar que a zona envolvente apresenta níveis sonoros baixos, dado que a área em análise
é caracterizada por um ambiente rural / florestal, onde não se identificaram fontes sonoras significativas.

O impacte sonoro devido à circulação dos veículos para as novas instalações será pouco significativo
face à distância às edificações mais próximas existente.

Para a fase de exploração o ambiente sonoro nas localidades de Chaminé e Besteiras, poderá ser
alterado, mas será um efeito temporário que só se fará sentir durante um período limitado de tempo,
aquando do transporte dos bandos para abate. A circulação dos veículos será realizada exclusivamente
durante o dia.

As medidas de minimização propostas neste descritor são essencialmente ao nível da manutenção


regular dos veículos adstritos à unidade avícola, visando a redução da produção de ruído.

Ecologia

A área em estudo não apresenta especial interesse para a conservação da natureza ao nível do contexto
nacional, nomeadamente do ponto de vista da flora.

A manutenção do espaço naturalizado em redor dos pavilhões, com corte das espécies exóticas como o
eucalipto, permite a evolução de matos autóctones. A aplicação de um projecto de integração
paisagística que recorra às espécies potenciais, que fomente a regeneração florística e de habitats
constitui um impacte positivo.

No que se refere à fauna, os trabalhos inerentes à unidade industrial originam alguma perturbação local,
em consequência da alteração da cobertura e nivelamento dos solos, do ruído gerado e da
movimentação de viaturas no terreno. Estas actividades geram perturbação sobre as comunidades
estabelecidas localmente, podendo contribuir para o afugentamento temporário de algumas espécies na
área envolvente ao projecto, ou afastamento permanente de espécies mais sensíveis.

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O facto da área de projecto corresponder a um eucaliptal, habitat já fortemente intervencionado, faz com
que as espécies presentes sejam espécies já com uma maior tolerância a alterações de habitats. Nos
casos em que ocorra, o impacte será sobretudo temporário e muito localizado, numa área relativamente
pequena, pelo que se considera um impacte negativo pouco significativo.

De forma a minimizar os impactes decorrentes do projecto e a promover a manutenção da


biodiversidade local as principais medidas de minimização são para a fase de construção:

- A área em redor dos pavilhões pode não ser totalmente impermeabilizada, mantendo-se alguns
matos de regeneração espontânea. A extensão da área artificializada e impermeável é determinante
para o empobrecimento florístico e para o afastamento das espécies faunísticas;
- O desenvolvimento destes matos e o repovoamento dominado por sobreiro deve ser promovido no
âmbito do Plano de Integração Paisagística;
- No âmbito da implementação do plano de integração paisagística deve ser efectuado um esforço de
limpeza da espécie infestante – háquia-espinhosa Hakea sericea;
- A vedação adoptada não deve evitar a ocorrência de fauna às áreas sujeitas a encharcamento que
constituem bebedouros naturais para as espécies;
- A selecção dos depósitos temporários de terras vegetais ou outros inertes, deverá evitar a afectação
de matos e de linhas de água.

Para a fase de exploração,

- Manutenção de áreas de vegetação natural entre áreas de pavilhões industriais, o que permite uma
melhor enquadramento paisagístico do projecto e contribui activamente para a manutenção de
biodiversidade.

Componente Social

A área em estudo apresenta uma ocupação urbana reduzida, sendo de salientar que o lugar mais
próximo é o de Chaminé e dista cerca de 1,5 km.

Para a fase de construção, prevê-se que ocorram efeitos negativos na rede viária local com particular
incidência no lugar de Chaminé, devido à movimentação de máquinas e transporte de materiais
necessários. Ocorrerá, também, um aumento do nível sonoro decorrente da movimentação de

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maquinaria. Os efeitos que se farão sentir nesta fase, são negativos e pouco significativos e
assumem um carácter pontual, temporário e reversível, dada a distância a que se encontram os
lugares de Besteiros e de Chaminé.

A localização do empreendimento permitirá não criar perturbação na população, prevendo-se que não
haja impactes em termos de perturbação do sossego e qualidade de vida da população mais próxima e
manter uma distância sanitária adequada. O impacte mais notório para a população será o aumento de
tráfego de veículos pesados afecto ao transporte das aves, mas este será concentrado em 2 períodos
anuais e durante cerca de três semanas.

Para a fase de exploração estima-se que sejam gerados cerca de 7 a 9 postos de trabalho directos, que
poderão ser, na maioria, preenchidos por pessoas provenientes da freguesia de Bemposta ou freguesias
limítrofes, gerando um impacte socio-económico positivo pouco significativo.

As principais medidas de minimização consideradas são as seguintes:

- Sinalização deverá ser adequada e esclarecedora e colocada nos acessos às zonas de obra;
- Na rede viária existente e nos seus acessos, deverão ser colocados painéis de sinalização;
- A população mais próxima deverá ser informada sobre a obra (motivo, tipo, especificidade,
faseamento, duração e data prevista para finalização, actividades ruidosas e outras);
- Promover a utilização de mão-de-obra local, quer na fase de construção, quer na fase de exploração;
- No final da fase de construção deverá ser assegurada a desactivação total do estaleiro e garantida a
remoção de todos os materiais residuais resultantes da obra.

Planeamento e Gestão do Território

No que diz respeito ao ordenamento e planeamento do território verifica-se que o projecto está de acordo
com a análise efectuada ao PDM de Abrantes, encontrando-se o local da área em estudo inserido em
“Espaços Agro-Florestais e Espaços Naturais”. O regulamento do respectivo plano não estabelece
nenhum regime de incompatibilidade ou de interdição a este tipo de actividade.

A área de implantação, embora na parcela em apreço ocorram áreas inseridas na Reserva Ecológica
Nacional (REN), a implantação das futuras instalações não afectaram nenhuma destas áreas, não se
prevendo impactes nesta condicionante.

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Paisagem

A paisagem presente na área em estudo, apresenta uma sensibilidade paisagística reduzida.

À fase de construção estão associados impactes negativos, que se relacionam com as várias actividades
inerentes a esta fase. A movimentação de terras, a presença de maquinaria diversa e a presença dos
estaleiros imprimem à envolvente a noção de desorganização espacial pouco aprazível. Dado que área a
intervencionar se situa num espaço, considera-se que o impacte será negativo, pouco significativo,
temporário e localizado.

A presença do eucaliptal de elevada densidade em redor da instalação avícola conferirá, o que contribui
para a minimização do impacte na paisagem, pelo que este efeito não será significativo.

As principais medidas de minimização consideradas são:

- Elaboração de um plano de gestão e manutenção dos acessos e dos pavilhões, de modo a


minimizar a degradação irreversível dos materiais constituintes;
- Deverá ser efectuado, na fase de desactivação, o repovoamento de algumas árvores e de outras
iniciativas para garantir o enquadramento paisagístico da área em estudo, após a remoção de todas
as infra-estruturas;
- A desmatação deverá ser reduzida ao mínimo tendo em atenção a manutenção das condições
adequadas para a prevenção de incêndios. Preconiza-se os espaços de enquadramento sejam
realizados com recursos a espécies autoctónes e mais resistentes ao fogo;
- Para a fase de exploração deverá ser delineado um programa de desmatação limpeza dos espaços
circundantes;
- Deverá ser implementado um projecto de integração paisagística na envolvência das edificações, de
acordo com as indicações da componente da ecologia.

Património

Em termos de património, não se identificaram ocorrências de interesse patrimonial nem zonas de


interesse potencial, do ponto de vista arqueológico, na área de incidência directa do projecto.

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Durante a fase de construção, a obra deverá ser acompanhada por um arqueólogo de modo a que se
possa identificar eventuais vestígios arqueológicos que surjam durante a movimentação de terras.

6 – PLANO DE MONITORIZAÇÃO

O EIA inclui um plano de monitorização no qual deverá ser efectuado o acompanhamento da qualidade
da água proveniente do furo e utilizada nas instalações da unidade industrial da Valeira Baixa.

7 – SÍNTESE E CONCLUSÕES

Da caracterização dos impactes e sequente avaliação aos vários descritores ambientais abordados no
presente EIA, conclui-se que os impactes perspectivados para as futuras instalações da TRIPERU para
a criação de perus para abate serão, na generalidade, negativos, mas pouco significativos e não serão
condicionantes para a concretização do empreendimento.

Refira-se que o local escolhido se localiza numa área florestal, actualmente ocupada por um eucaliptal
bastante denso. Não existem na proximidade aglomerados urbanos nem qualquer tipo de edificação.

Em termos ecológicos, a área onde se prevê a implantação é bastante pobre, o que se deve em grande
parte à monocultura de eucalipto. Esta realidade conduz também a que os efeitos na paisagem sejam
pouco significativos, pois o empreendimento não será perceptível a partir do exterior.

Dado tratar-se de uma zona de planalto as linhas de água são temporárias e de pouca expressão, sendo
a rede hidrográfica local muito pouco hierarquizada. Tendo em conta que a área a impermeabilizar é
muito reduzida (1,9%) face à área da parcela e que não existem áreas impermeabilizadas na envolvente,
as alterações ao nível do escoamento superficial não serão significativas.

No reporta à vertente arqueológica e patrimonial não foram identificadas ocorrências.

Em termos sociais a fase e construção poderá trazer algum incómodo às localidades mais próximas
(Chaminé e Besteiros) devido à circulação dos veículos pesados afectos à obra. No entanto, esta será
uma situação temporária. Por outro lado a instalação de mais uma unidade industrial no concelho e em
particular na freguesia da Bemposta terá um efeito positivo proporcionando uma oportunidade de
emprego directo para a população local.

2009.636.RNT 19 TRIPERU
Face ao exposto conclui-se que o empreendimento em avaliação não apresenta impactes ambientais
negativos significativos, que justifiquem a sua não concretização.

Preconiza-se no entanto a adopção das medidas de minimização apontadas para cada vertente
ambiental aliadas às boas práticas ambientais, que poderão ser fortalecidas através de implementação
de um sistema de gestão ambiental para as instalações da TRIPERU.

2009.636.RNT 20 TRIPERU
ANEXO
PEÇAS DESENHADAS

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