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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ

PRÓ-REITORIA DE ENSINO E GRADUAÇÃO

CURSO DE BACHARELADO EM GEOGRAFIA

MARIA DAS DORES RODRIGUES MACIEL

Diagnóstico de distribuição de creches através da densidade demográfica na

cidade de Santana-AP

Macapá- AP

2022
MARIA DAS DORES RODRIGUES MACIEL

Diagnóstico de distribuição de creches através da densidade demográfica na

cidade de Santana-AP

Projeto apresentado como forma de


avaliação na disciplina de Trabalho de
Conclusão de curso 1 (TCC 1). Como
parte dos requisitos necessários à
obtenção de nota na disciplina. Orientada
por Jucilene Amorim.

Macapá- AP

2022

1 INTRODUÇÃO

O surgimento da creche veio como solução para a entrada e participação da

mulher no mercados de trabalho entendido tanto nas dimensões socias, quanto


culturais e econômicas. Quanto maior o percentual de mães trabalhadoras e

estudantes no mercado, maior a demanda por instituições de educação infantil. O

não acesso a creches acaba frustrando a carreira das mães que não tem onde e

nem com quem deixar seu filho, haja visto que ela é a principal responsável pela

prole.

2 PROBLEMÁTICA

A luta pelo direito à creche é, sobretudo, uma luta popular, configurou-se

como demanda expressiva das classes trabalhadoras não só pela necessidade da

guarda dos filhos que se originou do trabalho feminino, mas também como

alternativa de combate à pobreza, passando a creche a ser vista como "lugar de

compensar carências", vindo só mais tarde a se constituir em equipamento de

caráter educativo, responsável pela educação e cuidado coletivos da criança

pequena.

O município de Santana no Estado do Amapá, possui uma quantidade

mínima de creches públicas. Nesse sentindo, pensando em políticas públicas que

venham a atender a grande demanda por tais equipamentos urbanos, nos

propomos a pensar em mapear essa demanda possibilitando posteriormente a

indicação de localização para instalação de tais creches. Além disso, pensar em

como a ausência de vaga para todos nas creches no município de Santana afeta as

famílias que necessitam desse serviço.

3 HIPÓTESE
Diante da má distribuição de creches públicas no município de Santana,

temos como hipótese a grande demanda por tais equipamentos urbanos que

atendam as necessidades de muitas mães trabalhadoras/estudantes. Tais

demandas estão intersecionadas com questões demográficas, sociais, raciais e de

gênero e que, portanto, a maior demanda está associada a locais/bairros onde há

maior número de crianças de 0 a 6 anos em áreas periféricas da cidade de Santana-

AP.

4 OBJETIVOS

4.1 OBJETIVO GERAL

Identificar os locais com maior demanda por creches na cidade de Santana-AP.

4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Desenvolver um diagnóstico sobre a situação de mães-trabalhadoras-estudantes

sem acesso a creche para seus filhos;

- Apontar políticas públicas de acesso a educação infantil, na conjugação da melhor

localização para instalação de creches junto das comunidades mais vulneráveis.

- Colher relatos de mães-trabalhadoras-estudantes que tem como problemática o

acesso de seus filhos a educação infantil, na perspectiva de uma geografia mais

sensível e humanista.

5 JUSTIFICATIVA

Minha percepção como mãe-estudante e moradora do município de Santana

trouxe um olhar muito importante sobre o não-acesso a creches. Este trabalho visa
identificar as demandas por tais aparelhos urbanos enquanto política pública e

entender melhor como as famílias são afetadas quando seus filhos não tem acesso

à educação infantil, revelando uma situação de vulnerabilidade social.

6. ÁREA DE ESTUDO

O município de Santana teve início do agrupamento populacional em Ilha de

Santana, localizada à margem do rio Amazonas, em 1753. Os primeiros habitantes

eram portugueses e mestiços vindos do Pará, além de índios tucuju, comandados

pelo desbravador português Francisco Portilho de Melo. Por ordem de Mendonça

Furtado, foi instalado e fundado o povoado de Santana, em homenagem a Santa

Ana. Em 1946, com a descoberta do manganês em Serra do Navio por Mário Cruz,

Santana experimentou um crescimento significativo. No final da década de 1950, foi

construída a Estrada de Ferro do Amapá, para transporte do pessoal e escoamento

da produção de manganês para o mercado externo. Um cais flutuante foi instalado

em frente à Ilha de Santana, incentivando negócios e atraindo população. O distrito

de Santana foi elevado à categoria de município em 1987, desmembrando-se de

Macapá.

Segundo maior município do Amapá, Santana fica a 17 quilômetros a capital

e foi criada pelo Decreto-lei 7.369 de 17 de dezembro de 1987. Possui população

estimada em 112.218 habitantes e uma área de 1.599,70 km². Faz limites com os

municípios de Macapá, Mazagão e Porto Grande.

7. REFERENCIAL TEÓRICO
Segundo as pesquisas de Oestreich (2011) e Nazário (2011), a expansão da

rede municipal de educação infantil foi desigual nas diferentes regiões. Com o maior

crescimento da população na região norte, a maioria das instituições foi instalada

nessa região. Porém, é nessa região que se encontra a maior concentração de

crianças na lista de espera.

Segundo Füllgraf (2001), o critério da menor renda per capita fere o art. 5º da

Constituição Federal, no que se refere à não discriminação econômica entre os

cidadãos, violando o direito de todas as crianças a terem uma vaga.

A inserção concreta das crianças e seus papéis variam com as formas de

organização da sociedade. Assim, a ideia de infância não existiu sempre da mesma

maneira. Ao contrário, a noção de infância surgiu com a sociedade capitalista,

urbano-industrial, na medida em que mudavam a inserção e o papel social da

criança na comunidade. (KRAMER, 2006, p.14)

Quando o assunto diz respeito às condições de vida dos habitantes de uma

cidade, Cunha (2010) discorre muito bem sobre a importância de se considerar o

espaço:

[...] o efeito do lugar onde se vive é um fator a mais a ser considerado no

conjunto de ativos (ou passivos) apresentados pelas pessoas ou famílias; portanto,

trata-se de um impacto que se soma àqueles ligados à situação socioeconômica.

Por exemplo, famílias pobres que vivem em áreas precárias, com baixa

acessibilidade e pouco ou nenhum desenvolvimento urbano, terão mais dificuldades

que aquelas na mesma condição, mas que vivem em áreas mais consolidadas da

cidade (CUNHA, 2010, p. 69).


8. METODOLOGIA

A pesquisa será quali-quantitativa e sua primeira etapa contou basicamente do

levantamento e mapeamento de dados sobre o número e localização das creches

do município de Santana.

9. CRONOGRAMA

Atividades Agosto Setembro Outubro novembro Dezembro


Pesquisa do
tema
Pesquisa
bibliográfica
Coleta de
dados
Apresentação
e discussão
dos dados
Elaboração do
trabalho
Entrega do
trabalho

REFERÊNCIA

COUTINHO, Angela Scalabrin; SILVEIRA, Adriana Dragone. As políticas de

priorização para o acesso ao direito à educação infantil em creches. Revista Trama

Interdisciplinar, v. 7, n. 2, 2016.

VEIGA, Márcia Moreira. Creches e políticas sociais. Annablume, 2005.

periodicos.udesc.br
https://www.periodicos.udesc.br › ...PDF

A história da atenção à criança e da infância no Brasil e o de creches

http://repositorio.ipea.gov.br/handle/11058/7805

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