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Departamento de Engenharia Civil

Mestrado em Engenharia Civil

Estruturas de Edifícios

CAP III - PRÉ-DIMENSIONAMENTO


Betão Armado

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3.1 Pré-dimensionamento expedito de estruturas de edifícios em BA

3.1.1. Estruturas reticuladas (Ações verticais)


3.1.1.1. Sem paredes resistentes
3.1.1.2. Com paredes resistentes

3.1.2. Estruturas fungiformes (Ações verticais)


3.1.2.1. Sem paredes resistentes
3.1.2.2. Com paredes resistentes

3.1.3. Análise sísmica expedita bidimensional


3.1.3.1. Princípios base de análise sísmica e dinâmica
3.1.3.2. Modelação estrutural simplificada
3.1.3.3. Análise estática equivalente
3.1.3.4. Centro de massa e de rigidez

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3.1.1. Estruturas reticuladas (Ações verticais)
3.1.1.1. Sem paredes resistentes

LAJES MACIÇAS

Armadas numa direção


Vão (m) Espessura (m)
< 2,5 0,12
2,5 a 4 0,15
4a6 0,20
>6 > 0,25

Armadas em cruz
Vão (m) Espessura (m)
< 2,5 0,10
2,5 a 4 0,12
4a6 0,15
>6 > 0,20
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LAJES ALIGEIRADAS IN SITU

Armadas numa direção


Vão (m) Espessura (m) Larg. Nerv. (c/ 1m de dist.)
< 2,5 0,20 0,10
2,5 a 4 0,25 0,12
4a6 0,35 0,15
>6 > 0,40 > 0,20

Armadas em cruz
Vão (m) Espessura (m) Larg. Nerv. (c/ 1,2m de dist.)
< 2,5 0,20 0,10
2,5 a 4 0,25 0,12
4a6 0,30 0,15
>6 > 0,40 > 0,20

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VERIFICAÇÕES COMPLEMENTARES

Lajes maciças (à deformação) li / h < 30

Verificação expedito a momentos fletores:


-
Lajes com continuidade M = 1,5 (g+q) l2 / 12
+
M = 1,5 (g+q) l2 / 16

Lajes sem cont. e vigas s/ torsão M + = 1,5 (g+q) l2 / 8

Lajes sem cont. e vigas c/ torsão M + = 1,5 (g+q) l2 / 10

m (económico médio) = 0,15


Msd
m (secção mais esforçada) = 0,18
Vsd < Vcd

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VIGAS

Altura h = li / 10 até li / 12

Verificação expedita a momentos fletores:


-
Vigas com continuidade M = 1,5 (g+q) l2 / 12
+
M = 1,5 (g+q) l2 / 16

Vigas sem continuidade M + = 1,5 (g+q) l2 / 10

m (económico médio) = 0,18


Msd
m (secção mais esforçada) = 0,22

Vsd = 1,5 (p+q) / 2 < 0,5 t2 b d

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PILARES

Tomando Nsd = Ai 1,5 (g+q) onde Ai é a área de influência de todos


os andares acima do andar em causa

Então Nsd < k Ac (0,85 fcd + 0,01 fsyd) e considerar Msd = Nsd . exc

Com:
Ac – área da secção transversal (b.h)
K – fator de posição do pilar (0,9 central, 0,8 bordo e 0,7 canto)
exc – excentricidade admitida para cargas verticais (0,05m central,
0,08m bordo e 0,10m canto, no caso de secções até 0,6x0,6, ou
no máximo a dimensão lateral do pilar dividida por 12, 8 e 6)

A exc nunca deve sair do terço central da secção de betão, ou seja


exc < b/6 numa direção e exc < h/6 na outra direção

Efetuar verificação à flexão composta para cada direção.


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3.1.1.2. Com paredes resistentes

PAREDES

Para ações verticais são normalmente desnecessárias nesta


tipologia se o edifício não é muito alto e não tem grandes vãos de
lajes, sendo-o apenas para a ação sísmica, podendo ainda ser
necessárias em função da arquitetura e para problemas locais.

Valores indicativos de área de seção de elementos verticais, por


área de implantação, para edifícios com estrutura reticulada com
paredes, até 8 pisos

Zonas sísmicas 1.1 a 1.4 do tipo I: 2 a 3% de pilares e 3 a 5% de


paredes

Zonas sísmicas 1.5 e 1.6 do tipo I : 2 a 3% de pilares e 0 a 1% de


paredes
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3.1.2. Estruturas fungiformes (Ações verticais)
3.1.2.1. Sem paredes resistentes

LAJES

Maciças
Vão (m) Espessura (m)
<5 0,15
5a6 0,20
6a7 0,25
>7 > 0,30

Aligeiradas
Vão (m) Espessura (m) Larg.Nerv. (c/ 1m de dist.)
<6 0,25 a 0,40 0,12
6a8 0,30 a 0,35 0,15
8 a 10 0,35 a 0,45 0,20
> 10 > 0,50 0,25
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VERIFICAÇÕES COMPLEMENTARES

Lajes maciças (à deformação) li / h < 35 ( li é o vão teórico)

O punçoamento é dimensionante para l > 7m pelo que a espessura


fica dependente desta resistência, podendo recorrer-se a vigas.
Pode utilizar-se o método das faixas desde que exista alguma
regularidade e alinhamento, determinando assim momentos:
-
Lajes com continuidade M = 1,5 (g+q) l2 Faixa / 12
+
M = 1,5 (g+q) l2 Faixa / 16

Tomando-se 75% para a faixa central e 25% para as faixas laterais

m (económico médio) = 0,20


Msd
m (secção mais esforçada) = 0,25
Vsd < Vcd
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PILARES

Para ações verticais recomenda-se o mesmo tipo de cálculo


expedito que no caso das reticuladas, podendo até determinar-se
os valores de N através das reações no método das faixas.

As dimensões dos pilares são determinantes para a resistência ao


punçoamento das lajes, pelo que os dois cálculos expeditos estão
interligados e interdependentes.

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3.1.2.2. Com paredes resistentes

PAREDES

Para ações verticais pode aplicar-se o mesmo tipo de cálculo


expedito que para as reticuladas, sendo neste caso os valores
indicativos de área de secção de elementos verticais, por área de
implantação, para edifícios, até 8 pisos:

Zonas sísmicas 1.1 a 1.4 do tipo I : 4 a 6% de pilares e 3 a 6% de


paredes

Zonas sísmicas 1.5 e 1.6 do tipo I : 3 a 5% de pilares e 0 a 2% de


paredes

O problema do punçoamento nas faces menores das paredes é


semelhante ao dos pilares, sendo depois agravado para o caso
da ação sísmica.
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3.1.3. Análise sísmica expedita bidimensional
3.1.3.1. Princípios base de análise sísmica e dinâmica

As simulações matemáticas – A dinâmica de estruturas

Vibrações livres de sistemas

Com um grau de liberdade Com dois graus de liberdade

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As simulações matemáticas – A dinâmica de estruturas

Vibrações livres de sistemas

Com três graus de liberdade

-14-
As simulações matemáticas – A dinâmica de estruturas

Vibrações livres de sistemas

Modos de vibração com diferentes frequências de vibração

-15-
As simulações matemáticas – A dinâmica de estruturas

Vibrações livres de sistemas

Definição de frequência e de período:

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As simulações matemáticas – A dinâmica de estruturas

Vibrações amortecidas de sistemas

-17-
As simulações matemáticas – A dinâmica de estruturas

Vibrações forçadas de sistemas

f sistema < f base


Ressonância
f sistema > f base
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3.1.3.2. Modelação estrutural simplificada

Modelo da coluna equivalente

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Modelo da coluna equivalente

Oscilador completo com 1 gl Colunas com vários graus liberdade

Modos de vibração

Sobreposição modal

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3.1.3.3. Análise estática equivalente

Para efeitos de pré-dimensionamento, o efeito dos sismos em edifícios,


pode ser simulado através de forças horizontais, determinadas pelo
método da coluna equivalente, atuando separadamente em cada direção
principal.

O método estático permite uma avaliação rápida e normalmente


exagerada dos valores dessas forças.

A determinação expedita dos esforços nos elementos verticais e


horizontais depende do tipo de estrutura:

M total andar = (S F andares) x h andar / 2

A distribuição do momento pelos elementos verticais pode ser


proporcional à rigidez relativa no caso de estrutura fungiformes ou através
de subestruturação simplificada no caso de estruturas reticuladas.
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Assim, no caso de estruturas fungiformes pode usar-se:

pilares > parede parede > pilares

Pilares 12 E I / h 3 3EI/h3

Paredes 12 E I / H h 2 3EI/H3

ou usar-se a associação em comboio simplificada ou o modelo espacial


determinando a flexibilidade pela aplicação de carga unitária no topo.

Para a determinação dos valores dos esforços axiais, usa-se o método da


área de influência.

H – altura total h – altura de andar

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No caso de estruturas reticuladas, se as vigas não tiverem muita rigidez
pode usar-se para a distribuição de momentos de andar:

Porticada Parede

Pilares 12 E I / h 3 3EI/h3

Paredes 12 E I / H h 2 3EI/H3

Para a determinação dos valores dos esforços axiais, usa-se o método da


área de influência.

No caso de grande rigidez das vigas pode usar-se a subestruturação a


seguir indicada para a determinação dos esforços de flexão.

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Subestruturação:

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3.1.3.4. Centro de massa e de rigidez

Para controle da estruturação, convêm efetuar uma avaliação simples dos


centros de atuação das forças equivalentes ao efeito do sismo (centro de
massa Cm) e da resposta da estrutura (centro de rigidez Ck).

O Cm normalmente pode ser considerado como o centro geométrico da


implantação do edifício.

O Ck é o centro estático da rigidez de todos os elementos verticais,


desprezando-se o efeito do piso, ou seja, das lajes e das vigas.

Deste modo, pode-se tentar que a distância entre centros seja a menor
possível, de modo a tentar diminuir os efeitos de torsão da estrutura.

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3.3.6. Efeito de torsão

Modo de torsão,
indesejado nos
primeiros modos
com frequências
mais baixas

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O efeito da torsão, que agrava os momentos de andar e por
conseguinte os esforços de flexão dos elementos verticais, deve
ser reduzido ao mínimo.

Para a determinação expedita dos efeitos da torsão, pode considerar-


se o método simplificado do RSA ou então determinar o fator de
amplificação do momento de andar pela distribuição estática do
momento torsor pelos elementos verticais, através da equação de
distribuição estática do binário.

Estes métodos simplificados serão melhor definidos na parte de


dinâmica de estruturas.

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BIBLIOGRAFIA

NOTA DO DOCENTE

A apresentação baseia-se na prática profissional e inclui diversas fotos


pessoais, bem como fontes e fotos retiradas de outros artigos,
publicações e de arquivos de empresas, as quais não são identificadas
devido ao seu elevado número mas sobretudo porque esta apresentação
se destina unicamente para fins pedagógicos da unidade curricular.

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