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Casos de Sucesso do PDE - Programa de

Desenvolvimento Empresarial para empresas


de artefatos de concreto

Como a Mac Artefatos de Cimento, de Guapimirim, região serrana do Estado


do Rio de Janeiro, está se reiventando e investindo em novos podutos, gerando
maior rentabilidade e conquistando seu espaço no mercado.

PROGRAMA
DE DESENVOLVIMENTO
EMPRESARIAL

Casos de Sucesso do PDE - Programa de Desenvolvimento


Empresarial para Empresas de Artefatos de Concreto
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M ichel da Silva Alves nasceu praticamente dentro de uma
fábrica de artefatos de concreto, em Guapimirim, há 36
anos. Foi exatamente no mesmo ano do seu nascimento, em
1979, que seu pai montou, no fundo do quintal de casa, uma
pequena fábrica de produção de blocos de concreto, deixando,
aos poucos, a venda de peixes frescos, que buscava em Magé.
Michel cresceu e brincou em meio à produção dos blocos e, aos
14 anos, já trabalhava profissionalmente na pequena fábrica,
misturando massa na mão. Aos 21 anos, viu a fábrica fechar e,
como compensação trabalhista, ganhou as formas e ferramentas.
Foi quando montou, em 2000, com a cara e a coragem, e sem
nenhum dinheiro no bolso, a Mac Artefatos de Cimento.

Esta história de sucesso começou em 1979, quando o pai de


Michel, Djalma Rangel Alves, resolveu criar no fundo do quintal de
casa a 3 Irmãos Artefatos de Cimento. Fazia em torno de 300
blocos diários, com apenas duas formas, e o negócio deu tão
certo que, muito rapidamente, passou a se dedicar apenas aos
artefatos. Aos poucos, foi comprando novas formas e investiu em
outros produtos, como a fabricação e venda de anéis de poço e
moirões. Sete anos depois, conseguiu comprar dois terrenos, em
um total de 2 mil metros quadrados, para onde a fábrica se
mudou e se estabeleceu no mercado de Guapimirim e região.

- Comecei a trabalhar na 3 Irmãos quando tinha 14 anos. Ganhava


meio salário, o equivalente a 32 URVs. Meu primeiro dia de
trabalho foi em 2 de maio de 1994, um dia depois da morte de
Ayrton Senna. Eu virava massa na mão. Trabalhava o dia inteiro, e
estudava a noite. Meu pai passou a fábrica para meu avô, mas em
2000 ele resolveu fechá-la, pois os negócios não estavam bem. Eu
não tinha carteira assinada, mas meu avô perguntou se eu topava
receber, como rescisão trabalhista, as formas e ferramentas. Topei
na hora. Ele permitiu que eu continuasse no terreno, consegui um
ajudante e fabricava 300 peças diárias. Trabalhava feito burro.
Fabricava, vendia e entregava os blocos. Mas eu fui persistente e
tinhoso, e quatro anos depois, comprei meu terreno e mudei a
fábrica para lá - conta Michel.

Todo o dinheiro ganho, Michel colocava na própria fábrica. Em


um ano, já havia comprado seu primeiro caminhão, deixando de

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terceirizar a entrega dos blocos. Em 2004, já havia comprado
quatro terrenos, em um total de 2.600 metros quadrados. Em
2008, registrou a Mac Artefatos de Cimento Ltda., o que lhe
rendeu um CNPJ e reconhecimento legal ao negócio. À esta
altura do campeonato, a fábrica contava com Michel e mais
quatro ajudantes, produzia em torno de 500 peças diárias,
incluindo manilha, meio fio e laje, e à medida que o negócio ia
melhorando, Michel ficava ainda mais inquieto.

- Comecei a paquerar a compra de uma máquina hidráulica para


eliminar o trabalho braçal para mistura da massa. Resolvi, então,
com um amigo, visitar a feira Concrete Show, em São Paulo, em
2012. Lá conheci o consultor em tecnologia de concreto Idário
Fernandes, da ABCP de São Paulo, conhecido como Dr. Bloco.
Fiz quatro cursos com ele, e fiquei com vontade de aprender
ainda mais. Em 2013, visitei a feira Construir, no Riocentro, no
Rio de Janeiro, quando conheci a área de construção civil do
Sebrae. Já tinha feito cursos de vendas e de inovação, em sala de
aula e on-line, e me indicaram o PDE (Programa de
Desenvolvimento Empresarial). Consegui aderir ao Programa em
2014, em Friburgo. Viajava 360 quilômetros para assistir às
reuniões. E valeu à pena! - relata ele.

A partir de sua participação nas ações do PDE e com a


consultorias individuais realizadas em sua fábrica, Michel
simplesmente transformou a Mac Artefatos de Cimento. Parecem
duas fábricas distintas, antes e depois de sua adesão ao programa.
Ele faz questão de relatar as inúmeras mudanças realizadas:

- Eu usava apenas 40% da área da fábrica. Retirei nada menos do


que 15 caminhões de entulho do terreno. Separei a produção de
concreto seco do concreto plástico, ganhando agilidade,
arrumação e produtividade. As formas das lajes estavam em um
canto, tortas. Nivelei e fiz uma pista de laje. A medição do
agregado era feito por balde. Comprei uma balança e uniformizei
a medição, conseguindo um produto muito mais homogêneo e,
assim, de qualidade maior. Construí uma baia para agregados.
Antes, estava tudo misturado, bagunçado. Hoje, está tudo muito
bem organizado. Também comprei um misturador, garantindo
uma massa mais homogênea e de maior qualidade. Antes, usava

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40 sacos de cimento para produzir 76 blocos. Agora, com a
mesma quantidade de matéria prima, faço 90 blocos. Aprendi
isso com os consultores do PDE - relata, em um só fôlego.

As mudanças não param por aí. Michel contratou uma secretária


para organizar e fazer toda a parte administrativa e ajudá-lo nas
vendas. Também investiu no visual da fábrica, chapiscando e
uniformizando todo o muro. Além disso, apostou em marketing,
adesivando os caminhões, mudando sua abordagem de venda e
criando um pequeno showroom na frente do escritório. Se não
bastasse isso tudo, criou novos produtos: pavigrama, cobogós,
capas de muro, tampa ralo e capas de jardim agora fazem parte
de seu portfólio, aumentando as vendas e conquistando novos
mercados.

- Comprei uma forma de 1,20m de manilha, a maior da cidade.


Ninguém oferece esse produto por aqui, só eu. Também aprendi
a fazer meio bloco de amarração, o que aumenta as vendas. Eu já
tinha um produto bom, mas agora está ainda melhor. Tenho
laudo da La Farge Holcim atestando que meu bloco tem 3,5
MPas (megapascaus, medida de resistência do bloco) - destaca o
empresário.

O faturamento aumentou 30%, com a automatização de


processos e economia de matéria prima. A Mac Artefatos de
Cimento produz, hoje, em torno de 2,5 mil peças diárias, com
picos de 3 mil peças, e tem suportado a crise do mercado da
construção civil sem grandes problemas. Michel tem muitos
planos pela frente. O principal é a construção de um showroom
na beira da estrada, para atrair novos clientes. Um terreno de
720 metros quadrados já foi comprado e o empresário acredita
que em um ano já tenha seu novo showroom. Além disso, ele
está criando uma central dosadora de água, cimento e agregado.
Uma máquina já foi adquirida, e ele acredita que já sabe como
fazer a central a um custo de apenas uns R$ 40 mil, bem menos
do que os R$ 150 mil inicialmente orçados. Se não bastasse
tantos planos, também irá aumentar seu galpão, atualmente com
110 metros quarados, passando para 300 metros quadrados.

- A central dosadora eu mesmo construirei. Vou dividir melhor a


fábrica, separando o escritório da produção. Também vou

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construir um estacionamento para visitantes. Estou investindo em
um site da empresa também, para melhor me divulgar - conta.

Michel pretende investir em si também. Decidiu que vai para a


faculdade, estudar engenharia civil. Quer criar novos produtos,
investir em design, enfim, quer crescer para caminhos ainda
desconhecidos.

- O PDE faz parte da minha empresa, é o meu sócio. É muito


importante para mim, não falto a nenhuma reunião. Às vezes,
viajo 360 quilômetros, de ida e volta, apenas para participar de
um encontro, mas não abro mão disso. Confio plenamente no
programa e nos consultores, mas sei bem que de nada adianta se
eu não colocar a mão na massa e fazer o que aprendo com eles.
O sucesso é nosso! - decreta ele, que criou um grupo de
whatsapp com os demais participantes do programa, para a troca
de experiências e networking.

Toda uma vida dedicada ao artefato de cimento pode ser um bom


cartão de visitas para um empresário do setor, mas,
definitivamente, não é o suficiente para alcançar sucesso
empresarial. E Michel sabe disso. Inquieto, autodidata, curioso,
insatisfeito por natureza, ele sempre buscou acumular mais
conhecimento para investir no crescimento do seu negócio. Fez
cursos, frequentou feiras, até chegar ao Programa de
Desenvolvimento Empresarial - PDE, parceria do Sebrae e da
ABCP - Associação Brasileira de Cimento Portland. Hoje, é um
empresário cheio de sonhos, consciente de suas limitações, mas,
acima de tudo, um realizador. Sua empresa vem crescendo
sistematicamente, o seu negócio está mais forte, o produto com
mais qualidade, e as perspectivas são as melhores possíveis. Seu
faturamento aumentou 30%, processos foram automatizados, a
quantidade de matéria prima caiu, e os lucros estão sendo
devidamente investidos na própria empresa.

- Não paro nunca. Estou sempre buscando novidades, estudando,


trocando ideias, experimentando. Já tenho uma lista enorme de
projetos para realizar nos próximos dois anos. Participar do PDE
me abriu muitas portas - resume ele.

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