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GES 2605.

01-2023

Sucessão familiar na Anjo Tintas: lições de


governança, gestão e cultura

Autores: Amanda Souza Moura, Iara Rodrigues dos Santos, Leonardo Ponso, Lucas
Furlani Rodrigues Alves Bicudo
Data de publicação: 25/05/2023
Assunto: sucessão familiar
Nível: estratégico
Empresa: Anjo Tintas
Indústria: química e petroquímica

Resumo

A Anjo Tintas, fundada por Beto Colombo, é uma empresa familiar que
começou em 1986 produzindo massa plástica para funilarias e se tornou uma das
maiores indústrias de tintas e solventes do país. Com visão, coragem e persistência, o
patriarca da família Colombo soube aproveitar as oportunidades do mercado para
validar e escalonar o seu negócio, enquanto preparava o filho, Filipe Colombo (atual
CEO da companhia), para a sua sucessão. Este estudo de caso mostra a participação
de Filipe desde seus primeiros passos no negócio e quais são os desafios de
implementar um planejamento sucessório em sintonia com os três pilares de
governança nas empresas familiares (corporativo, proprietário/societário e familiar)
para a perenidade e manutenção da cultura organizacional.

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Objetivos de aprendizagem

Os objetivos de aprendizagem desse estudo de caso são:

● Analisar a importância dos pilares de governança em uma empresa familiar


(corporativo, proprietário/societário e familiar) para garantir a saúde da
companhia, alinhando os interesses da família e da pessoa jurídica;
● Reconhecer a vantagem competitiva das empresas familiares que passam por
um processo bem estabelecido de sucessão familiar para a manutenção e
crescimento do negócio sob a gestão do sucessor;
● Discutir sobre a dificuldade de conciliar as expectativas e os interesses das
diferentes gerações envolvidas em sua gestão, bem como a relevância de se
ter um plano de sucessão que defina critérios, responsabilidades e papéis
claros para sucessores e sucedidos.

A história da Anjo Tintas é uma história de empreendedorismo, inovação e


sustentabilidade. A empresa foi fundada em 1986 por Beto Colombo, que na época
trabalhava como representante de uma loja revendedora da Volkswagen, em
Criciúma, Santa Catarina. O empresário percebeu uma oportunidade de negócio ao
notar que a massa plástica, um produto muito usado para diversos reparos
automotivos, enfrentava sérios problemas de logística e validade.

Ele não hesitou: vendeu seu carro (um Chevrolet Monza 1985) para comprar
uma betoneira usada de uma indústria falida, a qual foi a primeira máquina para o
preparo do produto. Depois de ajustes e testes com a massa, sanou aqueles
problemas tecnológicos e logísticos e começou a construir a reputação da Anjo
Tintas.

Rapidamente, os limites de Criciúma, Santa Catarina, ficaram pequenos para


suas grandes ambições. Em uma expansão territorial que começou numa viagem
feita em um Ford Pampa, cortando as estradas desde Santa Catarina até o Acre, Beto
percebeu que a curta vida útil da massa plástica era uma dor que vários outros
funileiros sentiam. Aquele espaço poderia ser ocupado pela Anjo Tintas.

Com o passar do tempo, Beto e a Anjo desenvolveram vários outros produtos,


como solventes, tintas automotivas, imobiliárias e flexográficas, sempre investindo
muito em Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) e inovação para conseguir se
diferenciar em um segmento tão competitivo e com margens tão apertadas quanto
o da indústria de tintas e revestimentos.

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A gestão de Beto na Anjo Tintas foi muito bem-sucedida. O nome "Anjo",


inclusive, foi escolhido graças a Filipe Colombo, filho de Beto, que nasceu justamente
no mesmo dia em que a Anjo Tintas foi criada. A relação próxima de Filipe e do
negócio da família foi muito além da data de nascimento: como a primeira fábrica
ficava na garagem da casa, Filipe acompanhou de perto esses primeiros passos.

Sua entrada formal na companhia ocorreu aos 17 anos, época em que


trabalhava durante o dia como trainee e fazia faculdade de Administração com
Ênfase em Marketing à noite. Tendo começado literalmente pela base, Filipe passou
por todas as áreas da empresa, da Expedição às Vendas, o que o fez tomar muito
mais gosto por aquele negócio genuinamente familiar e crescer ali dentro, não por
ser filho do dono, mas por mérito.

Se o primeiro desafio de Beto havia sido criar um negócio em sua garagem,


agora seu papel era o de encaminhar o processo sucessório para Filipe. Afinal, há
muito Beto já havia definido que se aposentaria aos 50 anos, o que ocorreu
exatamente em seu aniversário, no dia 29 de julho de 2013. Filipe, no auge de seus 27
anos, assumiu uma companhia que tinha 180 funcionários e havia faturado R$ 220
milhões no último ano de seu pai como CEO.

Nove anos depois, em 2022, a Anjo tinha 450 funcionários diretos, 80


representantes comerciais e faturou R$ 838 milhões. Porém, como Filipe pegou um
negócio que já tinha resultados tão positivos e o levou ao próximo nível? Como os
três pilares de governança das empresas familiares se refletiram em suas atitudes e
decisões? Tal qual Beto encontrou a receita ideal para sua massa plástica em 1986,
será que existe uma receita a seguir para que sucessões familiares sejam
bem-sucedidas?

História da Anjo Tintas: uma empresa nascida na garagem


de casa

Beto Colombo sempre foi um homem de visão. Na metade da década de 1980,


enquanto trabalhava em uma concessionária de automóveis da Volkswagen,
deparou-se com uma oportunidade de mudar de vida.

Ele notou que a massa plástica, um produto muito vendido para reparos na
lataria, tinha problemas de tecnologia e logística que faziam seu prazo de validade

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ser muito curto, e este foi o estalo para o nascimento da Anjo Tintas, em 1986, que
teve como primeiro produto justamente a massa plástica.

O insight para solucionar a dor veio de uma observação inesperada nas


prateleiras do açougue do seu sogro, onde Beto trabalhava aos finais de semana para
complementar a renda e ajudar a família.

Um dia, estava no açougue e viu um vendedor de iogurte chegando com uma


caixa térmica. Ele observou o vendedor tirando os potes de iogurte da geladeira e
colocando na caixa. Questionou ao sogro o que ele estava fazendo. “Ele está trocando
os iogurtes que estão perto do vencimento pelos novos”, relembra seu filho Filipe.

Dessa forma, ele evitava que os iogurtes estragassem e perdessem o valor. Ele
levava os iogurtes velhos para outra loja que vendia mais rápido ou para uma fábrica
que os reaproveitava, deixando os iogurtes novos no açougue. Lógica de reposição
de estoque.

Beto ficou impressionado com a simplicidade e a eficácia daquela estratégia.


Ele pensou: se alguém fizesse isso com a massa plástica, seria a solução perfeita para
o meu problema.

Decidiu que criaria a sua própria fábrica de massa plástica; que desenvolveria
um produto melhor, mais durável e mais confiável. Ele seria responsável pela cadeia
produtiva local, fazendo um trabalho diferenciado, trocando as latas antes do
vencimento e garantindo, assim, a disponibilidade recorrente do produto.

Vendeu, então, o próprio carro, seu Chevrolet Monza 1985, comprou uma
máquina de mistura e começou a produzir a massa plástica na garagem de casa,
ajustando a fórmula sem parar até chegar à ideal, desde então já contando com a
validação de funileiros para a validação da qualidade do produto. Ao diminuir os
preços de logística, entrega e prateleira, encurtou o processo da cadeia produtiva.

Sua estratégia de tração? Vender seu produto de porta em porta, visitando as


funilarias da região. Ele fazia demonstrações, dava amostras e conquistava a
confiança dos clientes. Ali, o foco não estava em um produto, mas sim na solução de
uma dor. Ele tinha um carro velho, uma Ford Pampa vermelha, que era o seu
escritório e o seu depósito. Nela, levava latas de massa plástica na caçamba e as
amarrava com uma corda para não caírem.

Beto tinha sucesso nas vendas, mas como um bom inquieto, as fronteiras de
Santa Catarina se apequenaram. Ele queria levar o seu produto para todo o Brasil,

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mostrar que a Anjo Tintas era uma empresa séria, competente e inovadora. Foi então
que teve uma ideia.

Os primeiros passos da Anjo Tintas nas mãos de Beto


Colombo

Olhando o mapa do Brasil na parede da sua garagem, pensou: “por que não ir
até o Acre? Por que não levar a massa plástica até o estado mais distante e isolado
do país? Por que não fazer uma viagem épica e histórica?”, conta Filipe. E foi lá e fez.

Beto decidiu que viajaria com a sua Pampa vermelha até o Acre, passando por
várias cidades e estados pelo caminho. Visitaria todas as funilarias que encontrasse
na estrada, oferecendo o seu produto e fazendo negócios. Faria uma aventura e uma
propaganda ao mesmo tempo, colocando a Anjo Tintas definitivamente no mapa
nacional.

Foi uma viagem de mais de 40 dias, repleta de desafios e descobertas. Após


percorrer mais de 10 mil quilômetros, cumpriu seu objetivo: Beto conquistou novos
clientes, divulgou sua marca e impactou o mercado.

Ao voltar para Criciúma, despertou o interesse de muitos lojistas e


consumidores – a demanda pelos produtos da Anjo Tintas havia disparado. Começou
a atuar com outros produtos além da massa plástica automotiva, como tintas para
carros, para casas, para embalagens plásticas e para linhas industriais. Sobretudo,
começou a investir em pesquisa e desenvolvimento.

Em 1994, a empresa aproveitou uma crise financeira de uma grande


concorrente do setor de solventes e investiu pesado na produção desse produto, que
era usado para diluir tintas e limpar superfícies.

Foi uma surpresa, uma crise e também uma oportunidade. O concorrente


deixou um vácuo no mercado, uma demanda reprimida e uma clientela órfã. Beto
Colombo tinha tudo o que precisava: uma máquina automática de envasar thinner,
licenças ambientais e de produção, centro de distribuição e fábrica pronta. A Anjo era
a única empresa capaz de absorver todo o volume que o concorrente deixou.

Entrou no mercado de solventes com força total e ofereceu o seu produto


com qualidade, preço e prazo. Conquistou os clientes do concorrente e ganhou
novos, tornando-se líder do mercado de solventes no Brasil.

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Apesar do crescimento da Anjo Tintas, Beto estava prestes a enfrentar um dos


maiores desafios de sua trajetória empresarial: uma multa fiscal milionária. Por causa
de um problema de crédito de impostos, essa foi uma daquelas situações em que o
empreendedorismo exigiu ainda mais renúncias: vender os seus imóveis, tal qual já
tinha feito com o automóvel antes.

A casa onde morava com a sua família virou ativo, assim como o carro que
transportava os produtos e muito mais. Beto precisava vender tudo o que tinha para
pagar a multa fiscal e assim fez.

Quitou, conseguiu um parcelamento pelo Refis (Programa de Recuperação


Fiscal) e pagou as parcelas em dia. Além de manter a empresa funcionando,
conseguiu usar o dinheiro da venda dos imóveis para investir na expansão da Anjo
Tintas. Construiu novas fábricas, lançou novos produtos e conquistou novos
mercados.

Apesar de ter superado a crise, Beto se questionava se aquela atitude era


típica de um negócio familiar – era algo que só ele faria por amor à sua empresa e à
sua família? Concluiu que não. Aquela atitude era típica de um empreendedor
ousado, que persiste, enfrenta as adversidades e busca soluções criativas.

Essa postura resiliente fundamentou grande parte da cultura organizacional


da Anjo Tintas, focada na excelência e na entrega de produtos de qualidade, e só se
fortaleceu ao longo dos anos.

A filosofia da Anjo Tintas

Beto Colombo resumiu bem a cultura organizacional da empresa em “Alma


de Negócio”, obra autoral sobre a sua trajetória como fundador e presidente da Anjo
Tintas. Sabia que o livro não era apenas um relato de sucesso empresarial, era
também um desabafo existencial.

Ele tinha escrito o livro como uma forma de terapia e sob os artifícios da
filosofia clínica, descobrindo um novo universo de conhecimento com impacto
pessoal e profissional. A filosofia clínica trouxe a Beto Colombo o seu equilíbrio – e o
equilíbrio que até hoje rege a Anjo Tintas.

Com a missão de “proporcionar o melhor custo-benefício para nossos clientes,


por meio de soluções inovadoras e sustentáveis”, a parte filosófica do negócio é a

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“alma” da Anjo. Ela expressa os valores, a missão e a visão da empresa, além do DNA
com foco em inovação e sustentabilidade.

A cultura baseia-se em em alguns pilares:

● Excelência: mais do que entregar produtos de qualidade, “fazer com


excelência” é superar. Superar desafios tecnológicos, de mercado e do futuro.
Neste processo, a inovação é indispensável e reflete em cada ponto de contato
da marca – da relação com revendedores a uma simples pesquisa por uma
tinta na internet Além disso, é essencial equilibrar comunidade, mercado e
questões ecológicas.
● Qualidade: superar as expectativas dos clientes, oferecendo relacionamentos
e produtos duráveis, inovadores e sustentáveis; atendendo a legislação
aplicável ao negócio e melhorando continuamente os seus processos,
produtos e serviços.

Os valores da empresa são:

● Gestão ética, inovadora, participativa e acessível;


● Comprometimento com a comunidade e meio ambiente;
● O mercado orienta nossas ações;
● Escutamos profissionais, clientes e fornecedores;
● Saúde e segurança de nossos profissionais;
● Segurança patrimonial;
● Melhoria contínua de processos, produtos e serviços;
● Lucro e saúde financeira;
● Reinvestimento dos lucros e participação nos resultados.

Tais valores são cravados e perdurados pela gestão de Filipe Colombo, que
busca, acima de tudo, valorizar as pessoas que trabalham na empresa e que são
responsáveis pelo seu sucesso, além de priorizar uma gestão sustentável. Ele relatou:
“acreditamos que vivemos em um ecossistema interligado e que todas nossas ações
impactam de alguma forma o meio ambiente e as pessoas. Por isso cuidamos tanto
do nosso planeta”.

Rumo ao cinquentenário de Beto, a passagem de bastão


para Filipe

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Embora em empresas de controle familiar a família costume ser a própria


fonte de forças e fraquezas para o negócio crescer e se perenizar, devido
fundamentalmente à falta de governança, mistura das relações pessoais e
profissionais e ausência de plano sucessório, o mais comum não é a 1ª geração tomar
a frente para resolver as dores e buscar as mudanças.

O founder, em sua essência, pensa na evolução do negócio e na preservação


da família, podendo até começar o movimento de governança, mas, muitas vezes,
quem puxa de fato essa preocupação é a 2ª geração, a qual começou a ser preparada
desde muito cedo. É um erro reduzir o processo de sucessão da Anjo Tintas a um ano
e meio de transição, já que foram anos a fio de aprendizado prático de Filipe sobre
tudo daquela cultura.

Beto Colombo é um homem de rituais. Talvez o mais simbólico: chegar aos 50


e se aposentar. Nunca foi um empresário convencional. O patriarca da família é
filósofo clínico. Ele gosta de cuidar de pessoas, de lidar com pessoas. A empresa foi
um meio que encontrou para sobreviver à vida.

A filosofia clínica trouxe a Beto Colombo o seu equilíbrio – e o equilíbrio que


até hoje rege a Anjo Tintas. A parte filosófica do negócio é a “alma” da Anjo. Ela
expressa os valores, a missão e a visão da empresa. Tal alma busca por outras que
possuam a mesma sinergia. É a junção de almas equivalentes que compõem a alma
da companhia.

Filipe nasceu junto com a empresa e a Anjo Tintas sempre esteve próxima de
sua rotina. Desde seu início, na garagem de casa, Filipe acompanhou de perto todo o
crescimento da companhia.

Em se tratando da jornada profissional de fato, também foi na Anjo Tintas que


Filipe começou. Aos 17 anos, iniciou como trainee da organização e passou por todas
as áreas da companhia, desde Carga e Descarga até Produção, Expedição, Estoque,
Recursos Humanos, Financeiro, Vendas e Marketing. Trabalhava durante o dia e
estudava à noite, fazendo Graduação em Administração de Empresas com Ênfase
em Marketing.

Depois de graduado, Filipe fez um Mestrado em Administração de Empresas e


viajou pelo mundo, tendo estudado em San Francisco (Estados Unidos), Shanghai
(China) e Dubai (Emirados Árabes Unidos). Aprendeu culturas diferentes e ampliou
seus horizontes e concluiu esta jornada aos 25 anos.

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Foi na mesma época em que ele assumiu seu primeiro desafio executivo na
Anjo Tintas: atuar como Diretor de Marketing, uma oportunidade que o preparou
para as reviravoltas que viriam a seguir.

O diretor geral da empresa, que era o sucessor natural de Beto Colombo, foi
demitido por problemas envolvendo má gestão. Sobrou àquele que nascera com o
DNA da Anjo Tintas, no próprio dia em que a empresa foi fundada, assumir a cadeira
mais alta do corpo executivo da companhia.

“Foi aí que ele me chamou para conversar. Ele me disse que eu era o seu único filho
que tinha afinidade e repertório com a empresa, que conhecia todos os processos e as
pessoas. Ele me disse que eu era o seu sucessor ideal, que ele acreditava em mim, que
ele me passaria o bastão. Eu fiquei sem reação. Eu não esperava por isso. Eu não me
sentia pronto. Eu tinha apenas 27 anos, eu era muito jovem, muito inexperiente. Eu
tinha medo de fracassar, de decepcionar o meu pai, de arruinar a empresa. Eu tinha
dúvidas se era isso mesmo que eu queria para a minha vida”, relembra Filipe.

Beto bateu 50, fez aniversário e falou: “Tá na mão, né?”, comenta Filipe. Era o
marco simbólico do homem que começou a empreender em sua garagem rumo a
uma nova vida. Compreendia que para alcançar esse bem-estar era preciso cultivar a
amizade, a prudência, a autossuficiência e a liberdade. Esses eram os quatro
remédios da alma propostos por Epicuro e pela filosofia imposta por Beto.

O fundador identificou-se com essa visão de mundo e tentou aplicá-la na sua


vida pessoal e profissional. Percebeu que muitas das suas angústias vinham do
excesso de ambição, de competição, de consumo e de expectativas. Também
percebeu que muitas das suas frustrações vinham da falta de sentido, de propósito e
de felicidade. Sabia que nas mãos de Filipe a “alma do negócio” estaria resguardada,
intacta e perpetuada.

“Eu nunca imaginei que seria o dono da Anjo Tintas tão cedo. Eu sempre pensei que
teria mais tempo para me preparar, para aprender, para amadurecer. Eu sempre
pensei que o meu pai estaria ao meu lado, me orientando, me apoiando, me
ensinando. Mas a vida é imprevisível e as coisas mudam rápido demais.” – Filipe
Colombo

Filipe sentiu a pressão da honra e, sobretudo, da responsabilidade. Sabia que


Beto lhe entregava uma oportunidade única, um desafio enorme e um voto de
confiança. Sabia também que a família Colombo precisava de Filipe, que a Anjo
Tintas precisava de Filipe e que o próprio Filipe precisava de si naquele momento.

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Os primeiros passos de Filipe como CEO da Anjo Tintas

Com um repertório vasto e jovial de apenas 27 anos, Filipe teve de enfrentar


muitos obstáculos, muita resistência e muitas mudanças. Teve que aprender na
prática, na pressão e na dor. Um processo de adaptação, de reinvenção e superação.
Conseguiu implementar novas ideias, novos produtos e penetrar em novos
mercados. Além disso, conseguiu formar uma equipe competente, comprometida e
motivada a alcançar resultados além do esperado.

"Beto sabia que a Anjo Tintas tinha um diferencial: uma cultura forte e alinhada com
os seus princípios e valores. Ela tinha uma filosofia de respeitar cada ser e cada
empresa como únicos. Ela tinha uma visão de inovar e se renovar constantemente. Ela
tinha uma missão de levar cor e alegria para as pessoas.” – Filipe Colombo

Filipe soube como ninguém que o grande desafio da Anjo Tintas era manter
essa cultura viva e transmiti-la para as novas gerações. Ele tinha que preservar o
legado do seu pai e ao mesmo tempo imprimir o seu estilo.

“Eu aceitei e assumi a Anjo Tintas com 27 anos. Foi difícil, foi intenso, foi gratificante.
Eu tive que enfrentar muitos obstáculos, muitas resistências e muitas mudanças. Eu
tive que aprender na prática, na pressão, na dor. Eu tive que me adaptar, me
reinventar, me superar. Eu também tive muitas conquistas, muitas realizações, muitas
alegrias. Eu consegui implementar novas ideias, novos produtos, novos mercados. Eu
consegui formar uma equipe competente, comprometida, motivada. Eu consegui
manter os valores da empresa, a qualidade dos produtos e, o mais importante, a
satisfação dos clientes. Eu consegui fazer a Anjo Tintas crescer e se consolidar como
uma das maiores e melhores empresas do setor no Brasil. Eu consegui fazer o meu pai
orgulhoso”.

Se por um lado, Filipe nunca imaginou que seria o dono da Anjo Tintas tão
cedo – imaginando que teria mais tempo para se preparar, aprender e amadurecer –
por outro, tinha convicção de que seu pai sempre estaria ao seu lado, orientando,
apoiando, ensinando.

E assim aconteceu. Beto não se afastou completamente da companhia.


Continuou participando como presidente do Conselho de Administração e dando
orientação estratégica e consultiva para o filho.

Filipe, a seu turno, sempre fora um homem de desafios. Sabia que para crescer
na vida, era preciso ter aprendizado, evolução e ação. Para liderar a sua empresa, era
preciso ter visão, velocidade e mudança. Para honrar o legado do pai, era preciso ter
respeito, gratidão e autonomia.

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É comum ver o bônus de ser nomeado CEO de uma companhia tão grande
quanto a Anjo Tintas já era àquele momento. Entretanto, nem tudo foi um mar do
imaginário paradisíaco: logo que assumiu a companhia, o primogênito teve suas
habilidades e competências colocadas à prova, vivenciando alguns dos momentos
mais difíceis da organização, como uma troca de diretores e um incêndio em uma
das unidades produtivas – felizmente sem perdas humanas, mas causador de um
significativo prejuízo financeiro e operacional.

No embate entre jovialidade versus uma operação milionária, Filipe conseguiu


dar a volta por cima e implementou mudanças com o apoio da sua equipe, que se
engajou no seu projeto e manteve a Anjo Tintas como uma das principais empresas
do ramo no país. Não é a toa que, para Filipe, o processo sucessório tem um
significado especial e representa o seguinte:

“Um sonho que eu descobri aos poucos, observando o meu pai e a Anjo Tintas. Um
sonho que eu alimentei ajudando-o nas horas vagas, aprendendo sobre o seu negócio,
sobre o seu mercado, sobre a sua paixão. Um sonho que eu concretizei fazendo
faculdade de administração com ênfase em marketing e entrando na Anjo como
trainee. A vida tem suas próprias linhas e coube a mim dar continuidade ao legado do
meu pai. Em fazer a fábrica crescer e se tornar uma referência nacional e
internacional. Em inovar e criar produtos de qualidade e sustentáveis. Em gerar
empregos e contribuir para o desenvolvimento social e econômico do país”.

A consolidação de Filipe Colombo como CEO


Sob a gestão de Filipe, a Anjo Tintas cresceu 685% entre os anos de 2017 a 2021
(1), graças à sua visão estratégica e ao seu foco na experiência do cliente.

Ele decidiu investir na mensuração do NPS (Net Promoter Score), uma métrica
que mostra o grau de lealdade dos seus consumidores. Com o NPS, ele conseguiu
identificar os pontos fortes e fracos da jornada do cliente e planejar ações de
melhoria, utilizando a estratégia como canal para entrar em contato com os clientes
detratores e promotores e entender as suas necessidades e expectativas. Com essas
iniciativas, o NPS da Anjo Tintas saltou de 43 pontos em 2019 para 83 pontos em 2021
(2).

Além disso, se hoje a Anjo é uma das poucas companhias da indústria de


tintas que consegue crescer com um endividamento perto de zero, mesmo estando
inserida em um segmento que trabalha com prazos de compra baixos, prazos de
pagamento e recebimento altos e margens muito apertadas, isso se deve à Filipe.

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Para superar a pressão que essa combinação perigosa exercia no caixa da


companhia e não obstaculizar o seu crescimento, afinal, solicitar capital em
instituições financeiras poderia corroer o resultado do negócio com os juros
inerentes às operações, o sucessor da família Colombo teve uma ideia.

Escolheu o produto que mais vendia (linha de thinner) – que representava


cerca de 45% do volume de vendas da época – e diminuiu os prazos para solicitação
de compra. Assim, os consumidores que compravam com pagamento para 45 e 60
dias precisariam antecipar esse vencimento pela metade ou à vista se assim
preferissem.

Surpreendentemente, o que parecia arriscado deu certo e a maior parte dos


clientes aceitou a proposta de mudança, disparando as vendas.

De igual modo, foi implementada a novidade dos descontos logísticos para


manter a organização com ritmo, em um framework no qual quanto maior a
antecipação na realização do pedido, maior o desconto oferecido. Bom para o cliente
e bom para a empresa que manteria a linearidade da sua produção.

A título exemplificativo, significa dizer que se o preço de um determinado


produto era R$ 100 e o consumidor realizasse seu pedido do dia 1 ao 10, ele pagaria
R$ 95. Se o fizesse do dia 10 ao 20, pagaria R$ 97; e se do dia 20 até o final do mês,
pagaria o preço cheio.

Com a nova formatação comercial, quanto mais vendia, mais dinheiro


permanecia em caixa e, pela primeira vez na Anjo Tintas, o prazo de recebimento
passou a ser menor do que o prazo de pagamento dos fornecedores da empresa.

Desta forma, tornou-se possível não só planejar o seu crescimento e expansão


de formas sustentáveis, como também a tomar decisões mais eficazes, já que com
uma boa gestão de contas a pagar e a receber, evitou-se a inadimplência,
conciliaram-se os pagamentos e foram projetadas de maneira mais assertiva as
entradas e saídas de capital.

Nesse sentido, em 2021, a empresa investiu R$ 50 milhões em obras de


expansão e 2022 foram injetados mais R$ 20 milhões para triplicar a capacidade de
produção, armazenamento e expedição na sede da indústria em Criciúma (SC) – com
a ampliação de mais de 10 mil metros quadrados, a empresa espera aumentar em
300% o faturamento em até cinco anos.

Em números, a empresa conseguiu obter um faturamento de R$ 838 milhões


em 2022. Para 2023? A meta é chegar a R$ 1 bilhão e uma das principais estratégias
para alcançar essa marca está em suas obras de expansão (5).

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Além do novo formato da sede, a Anjo Tintas ainda possui projetos de


construção de novas plantas em Bragança Paulista (SP), Aparecida de Goiânia (GO) e
Vitória de Santo Antão (PE), locais que possuem centros de distribuição da marca.

Com o sucessor de Beto, inclusive, a Anjo se reinventou na pandemia, tendo


sido ele a figura responsável por conseguir providenciar junto à ANVISA (Agência
Nacional de Vigilância Sanitária) autorização para produção de álcool em gel no
momento crítico da pandemia de COVID-19.

O que seria, inicialmente, uma iniciativa exclusiva para doação a hospitais e


outras instituições, como a CUFA (Central Única das Favelas), o Instituto Gabriel
Medina e o G10 Favelas (3), tornou-se uma alavanca de crescimento em larga escala
com a alta demanda de pedidos para que tais produtos fossem, também,
disponibilizados para compra e venda.

"Acabamos descobrindo um nicho de mercado que não estava no nosso


mapeamento estratégico e acabamos colocando novos produtos no nosso portfólio.
Então, a expansão acabou vindo de uma necessidade do mercado. Devido à
quantidade de pessoas que pediram o produto, identificamos uma oportunidade de
negócio" – explica Filipe.

Atualmente, os álcoois em gel, líquido e em spray ainda têm uma


representatividade simbólica no volume de vendas da companhia, mas que foram
responsáveis por, pelo menos, 2% de sua receita total em dado momento de 2022 (4).
Não é à toa que, conforme bem destacado por Filipe:

“Toda crise é muito ruim, gera turbulência, mas toda crise tem oportunidades.
Quando os problemas mudam, as soluções precisam ser diferentes. Como os
problemas mudaram, nós precisamos identificar novos nichos de mercado para nos
reinventar e continuar atendendo clientes e solucionando problemas do consumidor
de forma diferente”.

Além disso, com a circulação do novo produto, muitas pessoas passaram a


conhecer e a se identificar com os valores da Anjo Tintas, tornando-a sua primeira
opção em soluções de tintas e solventes.

Com tudo isso, tornou-se possível não só planejar o seu crescimento e


expansão de formas sustentáveis, como também a tomar decisões mais eficazes, já
que com uma boa gestão de contas a pagar e a receber, evitou-se a inadimplência,
conciliaram-se os pagamentos e foram projetadas de maneira mais assertiva as
entradas e saídas de capital.

No fim, a sucessão formalizada em 29 de julho de 2013 não foi apenas a


implementação de um plano sucessório iniciado desde os primeiros passos de Filipe,

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mas um marco definitivo na transição e perpetuidade do negócio, uma mudança


que levou a Anjo Tintas, definitivamente, para outro patamar, com 450 funcionários
diretos, 80 representantes comerciais e relações comerciais com 19 países.

O tamanho do mercado da Anjo Tintas

A indústria global de tintas e revestimentos, um importante subconjunto da


indústria química internacional, estimada em cerca de US$ 160 bilhões em 2021, tem
previsão de ultrapassar os US$ 235 bilhões até 2029. Um crescimento impulsionado,
especialmente, pelo aumento da demanda na indústria de construção, com os
mercados automotivo, industrial geral, bobinas, madeira, aeroespacial, trilhos e
revestimentos de embalagens também conduzindo a um crescente aumento na
demanda (6).

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Créditos: traduzido de Statista (7)

Além disso, a nível nacional, dados da ABRAFATI (Associação Brasileira dos


Fabricantes de Tintas) mostram que o Brasil é um dos cinco maiores mercados
mundiais para tintas, dividindo-se entre os seguintes segmentos:

Tabela 1 – Segmentos do mercado de tintas no Brasil, por volume

Tintas automotivas (montadoras) 2%

Tinta de repintura automotiva 4,3%

Tinta para indústria em geral (eletrodomésticos, móveis,


11,2%
autopeças, naval, aeronáutica, tintas de manutenção etc.)

Tinta imobiliária representa cerca de: 82,5%

Fonte: adaptado de ABRAFATI (8)

Dito isso, em sua atual estrutura, a Anjo Tintas conta com quatro plantas
produtivas de tintas para os seguintes segmentos: automotivo, construção civil,
metal-mecânico, flexografia e rotogravura.

Ademais, como exemplificado na gravura acima, a repintura automotiva e a


construção civil são hoje responsáveis pelas maiores oportunidades de negócio da
companhia, de acordo com Filipe Colombo.

Essa é uma empresa, conforme visto, que ganhou tração na visita presencial,
no porta a porta, uma vez que outros canais de aquisição, como o online, ainda são
muito incipientes para esse mercado.

Além disso, é importante mencionar que a Anjo é uma das poucas


companhias que conseguiu crescer endividamento perto de zero, mesmo estando
inserida em um segmento que trabalha com prazos de compra baixos, prazos de
pagamento e recebimento altos e margens muito apertadas.

O futuro da Anjo Tintas

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Ter boas ideias é bom, mas não tão raro assim. Boas ideias que endereçam
uma dor existente no mercado são mais raras. Porém, encontrar uma dor latente e
transformar uma ideia inovadora em uma solução que realmente funciona é muito
mais precioso, e foi justamente isso que Beto Colombo fez ao observar o esquema de
reposição de iogurtes no açougue do seu sogro e adaptar esta situação para a
logística e a tecnologia da massa plástica, o primeiro grande marco da Anjo Tintas.

Beto foi genial ao levar a empresa do zero ao um – ou, geograficamente


falando, de Santa Catarina ao Acre e para além disso. Através de muito trabalho duro,
tendo que abrir mão do patrimônio da família mais de uma vez para fazer este sonho
dar certo, ele conseguiu. Cumpriu sua meta profissional. Tirou a Anjo Tintas de
Criciúma e a levou para todo o Brasil, tudo isso antes de completar 50 anos de idade
e se aposentar, esta sua meta pessoal, a qual também foi cumprida com êxito.

Filipe Colombo se fez presente desde os primeiros dias da Anjo Tintas, tendo
começado a trabalhar de fato para a companhia aos 17 anos e, então, aprendido na
prática o que acontecia ali. Cada departamento pelo qual passou agregou
experiência teórica à bagagem cultural que já tinha do negócio desde sua infância,
até chegar o momento de assumir a cadeira de Diretor de Marketing aos 25 anos e,
depois, aos 27, a cadeira executiva mais alta da Anjo.

Ele sabia que ainda não estava totalmente preparado, mas não havia outra
alternativa a não ser lançar mão de tudo o que já tinha aprendido dentro da Anjo
Tintas e fora dela, da graduação em Administração com Ênfase em Marketing ao
Mestrado em Administração de Empresas e a toda a experiência cultural adquirida
em San Francisco, Shanghai e Dubai. Se Beto, o sucedido, levou o negócio do zero ao
um, ou melhor, do zero aos R$ 220 milhões em faturamento em 2012, Filipe, o
sucessor, tinha agora o desafio tangível de manter o crescimento da companhia e o
intangível de honrar toda a jornada de Beto.

Não há dúvidas de que, mesmo que empiricamente em dado momento, Beto


e Filipe tomaram decisões pautadas nos pilares de governança das empresas
familiares, os quais são bastante peculiares e distintos dos demais negócios. Porém,
Filipe também tem o desejo de seguir novos desafios, e alguém terá que assumir sua
cadeira, assim como ele próprio fez com Beto. A diferença é que os filhos de Filipe,
ainda crianças, não decidiram se desejam seguir o legado da Anjo Tintas como seu
pai e seu avô – e não pudera ser diferente; afinal, são crianças.

Finalmente, a história da família Colombo mostra o poder de uma empresa


bem administrada e fruto de uma sucessão exitosa. E mais, deixa um recado: não são

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só as startups do Vale do Silício que começam em garagens e almejam cifras


bilionárias.

Olhando retroativamente, onde é possível ver a aplicação dos pilares de


governança ao longo de tudo o que foi feito nos mais de 36 anos da Anjo Tintas?
Como será a próxima sucessão, talvez não geracional mas que, do mesmo modo,
deve manter o alinhamento cultural com a filosofia da empresa? Considerando toda
a trajetória de Beto e de Filipe, quem deve ser o próximo CEO da Anjo Tintas?

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Referências bibliográficas

(1) TERCEIRO Tempo. Filipe Colombo, CEO da Anjo Tintas, lança o livro “Gestão
Profissional na Prática”. Terceiro Tempo. Disponível em:
<https://terceirotempo.uol.com.br/noticias/filipe-colombo-ceo-da-anjo-tintas-lanca-o-
livro-gestao-profissional-na-pratica>. Acesso em: 24 mai. 2023.

(2) DIANDRA Guedes. Saiba como a Anjo Tintas aumentou seu NPS e conseguiu ter
melhores resultados em dois anos. Track.co. Disponível em:
<https://track.co/blog/saiba-como-a-anjo-tintas-aumentou-seu-nps/>. Acesso em: 24
mai. 2023.

(3) ABC da Comunicação. Anjo Tintas comemora 36 anos de sucesso e foca em expansão
da empresa. ABC da Comunicação. Disponível em:
<https://www.abcdacomunicacao.com.br/anjo-tintas-comemora-36-anos-de-sucesso-e-f
oca-em-expansao-da-empresa/>. Acesso em: 18 mai. 2023.

(4) SEGS. Indústria de tintas se reinventa na crise e lança novos produtos. SEGS - Portal
Nacional de Seguros, Saúde, Info, TI, Educação, 2020. Disponível em:
<https://www.segs.com.br/demais/251317-industria-de-tintas-se-reinventa-na-crise-e-lanc
a-novos-produtos/> . Acesso em: 15 mai. 2023.

(5) PLUMINEWS. Conheça Filipe Colombo, CEO da Anjo Tintas, empresa que se
reinventou na pandemia. Pluminews, 2020. Disponível em:
<https://www.pluminews.com.br/2022/03/28/conheca-filipe-colombo-ceo-da-anjo-tintas-
empresa-que-se-reinventou-na-pandemia/>. Acesso em: 15 mai. 2023.

(6) STATISTA. Paint and coatings industry worldwide - statistics & facts. Statista, 2020.
Disponível em: <https://www.statista.com/topics/4755/paint-and-coatings-industry/>.
Acesso em: 15 mai. 2023.

(7) STATISTA. Global paint and coatings industry market value from 2017 to 2029 (in
billion U.S. dollars). Statista, 2020. Disponível em:
<https://www.statista.com/statistics/745160/global-paint-and-coatings-industry-market-v
alue/>. Acesso em: 24 mai. 2023.

(8) ABRAFATI. Dados do Setor. Abrafati - Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas,
s.d. Disponível em: <https://abrafati.com.br/setor-de-tintas/dados-do-setor/>. Acesso em:
24 mai. 2023.

Nota: além das referências mencionadas, muitas das informações foram obtidas em
uma entrevista exclusiva com Filipe Colombo, CEO da Anjo Tintas, em 03/05/2023, para o
G4 Educação, realizada por Lucas Furlani Rodrigues Alves Bicudo, um dos escritores do
estudo de caso. Além disso, Filipe Colombo também enviou informações adicionais por
WhatsApp em 15/05/2023 para Leonardo Ponso, um dos escritores do estudo de caso.

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