Você está na página 1de 13

RODRIGO LOPES

Publicidade

NO AR GAÚCHA + 14:30 - 16:30


PANDEMIA
O coronavírus é grave. Mas não é uma guerra
Crise de saúde global exige respostas da ciência, planejamento dos
políticos e investimento em formação de funcionários da saúde e
infraestrutura e não ações autoritárias ou utilizadas em tempos de
conflito

13/04/2020 - 10h38min
Atualizada em 13/04/2020 - 12h12min

RODRIGO LOPES

NO AR GAÚCHA + 14:30 - 16:30


Ciência e prevenção são saídas para a crise
Jose Jordan / STR / AFP

O presidente francês, Emmanuel Macron, foi um dos primeiros a usar o termo guerra para definir a pandemia do

coronavírus. Depois, Donald Trump se autoproclamou “presidente em tempo de guerra”. E até o papa Francisco

comparou os profissionais de saúde vítimas do coronavírus a soldados em… guerra. 

NO AR GAÚCHA + 14:30 - 16:30


PUBLICIDADE

Entende-se o uso da metáfora, a força da palavra e sua capacidade de unir populações


LEIA MAIS e mobilizar esforços em torno de algo desconhecido, que nos ameaça e nos coloca
O mundo olha para a dentro de casa. Mas, tendo experimentado, como repórter, o horror da guerra, com
Espanha, que reabre
nesta segunda-feira experiências no Líbano, na Líbia e no Iraque, posso garantir: por pior que seja a
setores da construção
civil e industrial
ameaça da covid-19, o maior desafio da nossa geração, não estamos em guerra. 
Onde o coronavírus
derrubou a poluição e
exibiu cenas Nossas residências não são bunkers nem abrigos antiaéreos, aqueles para os quais
incomuns
precisamos correr em apenas um minuto quando as sirenes começaram a tocar no alto

dos morros, indicando que a cidade está sendo atacada. Mesmo em capitais europeias
NO AR GAÚCHA + 14:30 - 16:30
E se fosse possível
fugir do planeta Terra com as mais rígidas regras de isolamento social contra o coronavírus, pessoas podem
em meio à crise do
coronavírus? sair de casa e ir ao mercado comprar comida sem a ameaça de um bombardeio. Na

guerra, essa não é uma opção. 

Não estamos sob bombas, que fazem tremer nosso prédio inteiro quando não o destroem totalmente nos tornando

vítimas colaterais e fortuitas de interesses alheios. O isolamento, necessário nesta crise, nos permite ficar em casa,

com mais ou menos conforto, mas sobretudo seguros. Nossos hospitais não estão sendo bombardeados, nossas

crianças não estão sendo mortas indiscriminadamente por ordem de algum tirano ou grupo radical terrorista.

Médicos, enfermeiros e técnicos também não são soldados. Militares são treinados para matar. Profissionais de saúde

são formados para salvar.  

O que vivemos é grave, mas, definitivamente, não é uma guerra, como conhecem bem, infelizmente, as populações

de Síria, Iêmen, israelenses e palestinos, e vários cidadãos africanos. 

Dos mais antigos aos mais modernos conceitos das relações internacionais, dos manuais das escolas militares aos

registros da História, todos têm em comum a máxima de que, na guerra, o objetivo é eliminar o maior número de

inimigos, provocar dano fundamental ao adversário, abrir brechas em sua linha de frente e ocupar território. 

O que estamos vivendo é uma crise de saúde global. Não uma guerra. 

Governos e corporações costumam usar o termo “orçamento de guerra” enquanto não se fabricam “armas contra o

vírus”. Mais uma vez entende-se a metáfora. Mas, ao usarmos termos bélicos, respaldamos a busca por soluções

habituais de uma guerra: elegendo inimigos humanos ou nações, como a China, e não invisíveis, buscando estratégias
NO AR GAÚCHA + 14:30 - 16:30adotadas em um conflito real, como recrudescimento fronteiras, a prisão de desobedientes, e
normalmente
colocando militares armados nas ruas. Ao aceitarmos o conceito, cedemos poder exagerado a governantes, como na

Hungria e nas Filipinas, que em “tempos de guerra”, se imaginam acima das leis.

Esta é uma crise sem precedentes do século 21. Mas, como já vivida em outras épocas, uma tragédia de outra

natureza, diferente de um conflito armado. Uma pandemia deve ser solucionada com pesquisa, planejamento,

análises clínicas, testes, hospitais com respiradores e leitos suficientes para salvar pessoas, prevenção, solidariedade

e, depois que tudo passar, educação em saúde, investimento em ciência, para que não se repita. Ou, como

provavelmente outro vírus vai aparecer no futuro, porque assim caminha a humanidade, que ao menos estejamos

mais preparados.

Catástrofes naturais, como furacões e terremotos, ou devastações como pandemias também mudam o curso da

história e a ordem mundial. A fome na África alimenta guerras civis que alimentam a fome na África. A Primeira

Guerra e a gripe espanhola engrossaram o caldo para a Grande Depressão, que resultaram no nazismo e na Segunda
Guerra. Os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 respaldaram as ações de presidentes americanos em quase

20 anos de guerras no Oriente Médio. Não ser uma guerra não significa que o que estamos vivendo não deixará

marcas. A maneira como enfrentamos é que definirá o que virá depois. 

Mais sobre: estados unidos donald trump emmanuel macron filipinas hungria coronavírus covid-19

RECOMENDADOS Links promovidos por taboola

Mocassim de couro legítimo ideal para o seu conforto no dia a dia


Zattore

NO AR GAÚCHA + 14:30 - 16:30


Onyx e Osmar Terra sugerem saída de Mandetta, diz TV | GaúchaZH

8 Hábitos no banho que você fez errado durante toda sua vida
Flashposts.com

"Rapariga" ou "racista"? Fala de Babu no "BBB 20" gera discussão dentro da casa e nas redes sociais | GaúchaZH

A casa de Alisson Becker vai surpreender você


WTFacts

"BBB 20": Ivy é chamada de "desinformada" e "alienada" pelo ex após fala considerada racista | GaúchaZH

COMENTÁRIOS

NO AR GAÚCHA + 14:30 - 16:30


3 comentários Classificar por Mais recentes

Adicione um comentário...

Rodrigo Alves
Esse pessoal que insiste em não aceitar o isolamento social está desrespeitando a saúde dos demais.
Deveriam ser cadastrados para quando precisarem de um respirador mecânico ficarem nos últimos lugares da
fila.
Curtir · Responder · 9m

Helio Maximiliano Spohr


Vocês da imprensa fizeram dela uma ideologia estúpida e inconsequente.
Curtir · Responder · 2 h

Roberto Monteiro
Pode não ser uma guerra, mas o que não falta é inimigo da saúde na trincheira...
Curtir · Responder · 4 h

Plugin de comentários do Facebook

Publicidade

NO AR GAÚCHA + 14:30 - 16:30


MAIS LIDAS
"BBB 20": enquetes indicam sister eliminada com alto índice de rejeição  1

Não é o emprego dos brasileiros que Bolsonaro defende, é o próprio 2

Leite sobre flexibilização ao comércio: "É possível que façamos algo de forma seletiva" 3

Governo deposita auxílio emergencial de R$ 600 na conta, mas retira valor de alguns beneficiados 4

Porto Alegre tem sétima morte por covid-19 5

RECOMENDADOS
Divorciado? O melhor site de encontros para pessoas com mais de 40 anos em Porto Alegre
Solteiros 50

Entidades classificam morte de técnica em enfermagem como tragédia anunciada | GaúchaZH

Os melhores SUVs de 2020 chegaram


SUV | Links Patrocinados

NO AR GAÚCHA + 14:30 - 16:30


"Faz parte", diz Mandetta após conversa vazada entre Onyx e Osmar Terra | GaúchaZH

Você lembra dela? Respire fundo antes de ver como ela está agora
Cash Roadster

Links promovidos por taboola

RECEBA GRATUITAMENTE O MELHOR DE GAÚCHAZH NO SEU E-MAIL E MANTENHA-SE


SEMPRE ATUALIZADO.

Seu e-mail

ENVIAR    

Publicidade

NO AR GAÚCHA + 14:30 - 16:30


NO AR GAÚCHA + 14:30 - 16:30
NO AR GAÚCHA + 14:30 - 16:30
No GaúchaZH, você encontra as últimas notícias de Porto Alegre e do RS, colunistas exclusivos, esportes,
Grêmio, Inter, economia, política, cultura e mais.

GAÚCHAZH
51 99667 4125
RÁDIO GAÚCHA
51 99699 5218

ANUNCIE TRABALHE CONOSCO POLÍTICA DE PRIVACIDADE


© 2000 - 2020 Grupo RBS

NO AR GAÚCHA + 14:30 - 16:30

Você também pode gostar