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XI JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2011 – UFRPE: Recife, 18 a 22 de outubro.

DECOMPOSIÇÃO DE SERRAPILHEIRA DE LEGUMINOSAS


ARBUSTIVAS CONSORCIADAS COM BRACHIARIA DECUMBENS
NA ZONA DA MATA DE PERNAMBUCO
Kalina Gerciane Rodovalho Martins1, José Carlos Batista Dubeux Júnior2, Vanessa Sabrina Teixeira de
Melo3, Mário de Andrade Lira Jr. 4, Mário de Andrade Lira5, Gustavo Pereira Duda6, Vicente Imbroisi Teixeira3

Introdução de forragem das unidades experimentais, sendo mantidos


separadamente de acordo com a unidade experimental,
O uso de leguminosas forrageiras em consorciação
sendo seco na estufa (55°C por 72 h). Os sacos foram
com gramíneas nas pastagens pode proporcionar
selados em seguida com um selador de resistência e os
excelentes resultados, no entanto, a persistência da
tempos de incubação foram 0, 4, 8, 16, 32, 64, 128 e 256
consorciação tem se mostrado muito difícil, na qual a
dias.
leguminosa, na maioria das vezes herbácea, acaba
Amostras compostas de cada unidade experimental
dominada pela gramínea (ANDRADE et al., 2002).
foram moídas (1 mm) sendo realizadas determinações de
O manejo adequado de resíduos vegetais possibilita
MS, Cinzas, FDN, FDA. A porcentagem de nutrientes
otimizar a ciclagem de nutrientes e a sustentabilidade
remanescentes numa determinada data será calculada
dos sistemas agrícolas. A quantificação de resíduos
baseando-se no conteúdo de cada nutriente na referida data
vegetais no fornecimento de nutrientes auxilia na
e o conteúdo no dia zero.
definição de novas práticas de manejo, que otimizem a
ciclagem de nutrientes e reduzam a demanda por
insumos internos (CHAGAS et al., 2007). Resultados e Discussão
O objetivo desse trabalho foi avaliar o processo de Em relação ao teor de matéria seca (MS), foram
decomposição da serrapilheira de leguminosas apresentados apenas os teores da amostra seca na estufa
arbustivas de potencial forrageiro adaptadas às (ASE), sendo os resultados semelhantes entre as amostras
condições edafoclimáticas da Zona da Mata Norte de avaliadas (Tabela1).
PE. Nas Tabelas 2 e 3 os dados estão relacionados com a
porcentagem de cinzas (matéria mineral) e teor de matéria
Material e métodos orgânica do material analisado, respectivamente.
De acordo com a tabela 4 foi analisado o teor de
O experimento avaliou a decomposição da
proteína dos tratamentos de gliricidia, gliricídia
serrapilheira de leguminosas arbustivas em pastos de
consorciada com Brachiaria decumbens, sabia, sabia
Brachiaria decumbens. As leguminosas arbustivas que
consorciado com Brachiaria decumbens e Brachiaria
estão sendo avaliadas são Mimosa caesalpiniifolia
decumbens, sendo verificado efeito significativo entre os
Benth. e Gliricidia sepium (Jacq.) Kunth ex Walp.
tratamentos, não possuindo efeito significativo em relação
O desaparecimento de nutrientes da serrapilheira foi
ao tempo de incubação. Foi verificado maior teor de
medido em um experimento em sacos de “nylon”.
proteína nas leguminosas e um menor teor nos tratamentos
Amostras de serrapilheira de Brachiaria decumbens
fracionados e na brachiaria isolada.
Stapf. e respectivas leguminosas associadas foram
O sabiá pode atingir até 7 m de altura e apresenta
incubadas nas proporções de 100% gliricídia, 100%
caule com presença ou ausência de acúleos; seus ramos são
Brachiaria decumbens (em consórcio c/ gliricídia)
de alta palatabilidade e contém, em média, 17% de proteína
,75% gliricidia com 25% Brachiaria decumbens, 50%
bruta (BARBOSA 1997). Algumas amostras chegaram a
de gliricidia com 50% de Brachiaria decumbens, 25%
este teor, por volta de 17%, porém a média ficou por volta
de gliricídia com 75% de Brachiaria decumbens, 100%
de 11,5%.
sabiá, 100% Brachiaria decumbens (em consórcio c/
Teores de proteína bruta inferiores a 7% na matéria
sabiá), 75% sabiá com 25% de Brachiaria decumbens,
seca de algumas gramíneas tropicais promovem redução na
50% sabia com 50% de Brachiaria decumbens, 25% de
digestão das mesmas, devido a inadequados níveis de
sabiá com 75 de Brachiaria decumbens. Para este
nitrogênio para os microorganismos do rúmen (MILFORD e
estudo, foi utilizado na incubação o material vegetal
MINSON, 1966). De acordo com este autor todos os
senescente ainda ligado à planta.
O material senescente foi obtido por meio da coleta

________________
1. Primeiro Autor é aluno bolsista PIBIC, discente do departamento de zootecnia/UFRPE Av. D. Manoel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos – Recife/PE.
CEP 57.191-900 kakaxinha2@hotmail.com
2. Segundo Autor é professor do departamento de zootecnia/UFRPE, Av. D. Manoel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos – Recife/PE. CEP 57.191-900
3. Terceiro Autor é Doutorando do departamento de zootecnia/UFRPE, Av. D. Manoel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos – Recife/PE. CEP 57.191-
900
4. Quarto Autor é professor do departamento de agronomia/UFRPE, Av. D. Manoel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos – Recife/PE. CEP 57.191-900
5. Quinto autor é Pesquisador do IPA-PE, Av. General San Martin, 1371, Bongi – Recife/PE. CEP 50.761-000
6. Sexto Autor é Professor adjunto do departamento de agronomia/UFRPE – UAG, Av. Bom Pastor s/n, Boa Vista – Garanhuns/PE CEP 55.296-
901.
XI JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2011 – UFRPE: Recife, 18 a 22 de outubro.

tratamentos com exceção da Gliricídia 100% e do Sabiá [2] CHAGAS, E.; ARAÚJO, P.A.; TEIXEIRA, M.G. et al.
Decomposição e liberação de nitrogênio, fósforo e potássio de
100%, estão abaixo dos 7%.
resíduos da cultura do feijoeiro. Revista Brasileira de Ciência do
Solo, v.31, n.4, p.723-729, 2007.
Agradecimentos [3] PAGANO, S.N. ; DURIGAN, G. 2000. Aspectos da ciclagem de
nutrientes em matas ciliares do oeste do Estado de São Paulo,
Ao CNPQ pela bolsa de iniciação cientifica concebida. Brasil. In: Rodrigues, R.R; Leitão Filho H.F. (eds). São Paulo :
matas ciliares : conservação e recuperação. São Paulo : Editora da
USP : Fapesp, p. 109-123.
[4] BARBOSA, H.P. Tabela de composição de alimentos do estado da
Referências Paraíba, “setor agropecuário”. Areia: Universidade Federal da
[1] ANDRADE, C. M. S.; VALENTIM, J. F.;CARNEIRO, J. C. Paraíba, 1997. 163p.
Árvores de Baginha (Stryphnodendron guianense (Aubl.) [5] MILFORD, R., MINSON, D.J. Intake of tropical pasture species. In:
Benth.) em Ecossistemas de Pastagens Cultivadas na CONGRESSO INTERNACIONAL DE PASTAGEM, 9, 1965, São
Amazônia Ocidental. Revista Brasileira de Zootecnia, v.31, Paulo. Anais... São Paulo: Secretaria de Agricultura, 1966. p.814-
n.2, p.574-582, 2002. 22.

Tabela 1. Média e desvio padrão dos teores de amostra seca na estrufa (ASE) de serrapilheira de leguminosas arbustivas
consorciadas com Brachiaria decumbens Itambé-PE.
Tempo de incubação
Tratamentos/proporções 4 dias 8 dias 16 dias
Média Desvio Média Desvio Média Desvio
Gliricidia 100 89,64 1,04 89,66 0,45 89,34 0,75
Gliric 75 brac 25 90,37 0,84 90,57 0,33 90,80 0,67
Gliric 50 brac 50 90,54 1,40 91,03 1,17 90,07 1,00
Gliric 25 brac 75 91,07 0,42 90,73 0,64 90,22 0,66
Brac gliric 100 92,18 0,38 91,33 0,70 91,28 0,93
Sabiá 100 89,16 0,35 89,77 0,20 88,97 0,26
Sab 75 brac 25 90,66 0,51 91,01 0,36 90,57 0,14
Sab 50 brac 50 91,17 1 ,63 90,58 1,01 90,38 1,08
Sab 25 brac 75 91,25 0,66 90,12 0,31 90,41 0,67
Brac sabia 100 91,45 0,97 91,54 0,39 91,52 0,20

Tabela 2. Média e desvio padrão de cinzas de serrapilheira de leguminosas arbustivas consorciadas com brachiaria decumbens
Itambé-PE.
Tratamentos Tempo 4 Tempo 8 Tempo 16
Media Desvio Media Desvio Media Desvio
Gliricidia 100 13,53 5,33 15,32 4,15 12,72 3,88
Gliric 75 brac 25 12,64 1,73 13,20 1,01 14,43 3,22
Gliric 50 brac 50 7,72 2,83 9,21 3,67 6,75 1,59
Gliric 25 brac 75 7,60 2,43 13,95 7,80 12,94 8,09
Brac gliric 100 11,86 6,84 7,76 1,67 10,39 10,73
Sabiá 100 12,73 4,19 18,17 3,66 12,34 4,71
Sab 75 brac 25 9,79 1,45 8,75 1,99 11,41 1,86
Sab 50 brac 50 10,67 4,34 12,87 3,31 15,49 7,20
Sab 25 brac 75 11,11 9,16 8,43 2,97 8,70 4,38
Brac sabia 100 15,50 6,95 7,86 2,72 12,46 3,02
XI JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2011 – UFRPE: Recife, 18 a 22 de outubro.

Tabela 3. Média e desvio padrão de matéria orgânica (MO) de serrapilheira de leguminosas arbustivas consorciadas com Brachiaria
decumbens Itambé-PE.
Tratamentos Tempo 4 Tempo 8 Tempo 16
Media Desvio Media Desvio Media Desvio
Gliricidia 100 75,16 5,17 74,58 3,99 76,35 3,98
Gliric 75 brac 25 77,11 2,02 77,48 0,69 75,66 3,13
Gliric 50 brac 50 81,69 2,98 81,85 4,15 83,32 2,44
Gliric 25 brac 75 82,86 2,59 76,77 7,15 77,28 7,43
Brac gliric 100 79,91 6,71 83,22 1,78 80,55 9,95
Sabiá 100 76,42 3,84 71,21 3,60 76,42 4,66
Sab 75 brac 25 80,77 0,98 82,15 1,69 79,19 1,98
Sab 50 brac 50 78,87 4,42 78,28 3,82 75,47 7,65
Sab 25 brac 75 79,80 8,65 81,54 3,06 81,58 4,33
Brac sabia 100 76,05 6,34 83,68 3,10 79,16 2,91

Tabela 4 – Média dos teores de proteína bruta (PB) de serrapilheira de leguminosas arbustivas consorciadas com Brachiaria
decumbens Itambé-PE.
Tratamentos Médias
Gliricídia 100% 13.30451 a
Gliricidia 75% brachiaria 25% 6.07970 b
Gliricidia 50% Brachiaria 50% 5.27016 b
Gliricidia 25% Brachiaria 75% 4.14460 b
Brachiaria (consorciada com gliricidia) 100% 5.21540 b
Sabiá 100% 11.59525 a
Sabiá 75% Brachiaria 25% 6.06528 b
Sabia 50% Brachiaria 50% 5.01106 b
Sabia 25% Brachiaria 75% 6.63215 b
Brachiaria (consorciada com Sabia) 100% 4.21904 b
Médias seguidas pela mesma letra não diferem (P > 0,05) pelo ASSISTAT.

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