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Alguns Princípios Éticos Relevantes

A Instrução afirma que os princípios e normas éticas de outros campos também


se aplicam à comunicação social. Os princípios da ética social, como a
solidariedade, a justiça, equidade e credibilidade no uso dos recursos públicos e
no desempenho de cargos públicos de confiança são sempre aplicáveis.

A ética da comunicação social está relacionada não só com o conteúdo


(mensagem) e com o processo da comunicação (modo de comunicar), mas
também com questões fundamentais de estrutura e sistemas, que incluem
problemas de política que dependem da distribuição de tecnologia e produtos
sofisticados (quem serão os ricos e os pobres de informação). Pelo menos nas
sociedades abertas, dotadas de economia de mercado, a principal questão ética
pode dizer respeito ao modo de equilibrar o lucro em relação ao serviço de
interesse público.

O desenvolvimento integral exige não só suficiência de bens e produtos


materiais, mas também atenção à dimensão interior. Os indivíduos não podem
ser sacrificados aos interesses colectivos.

O segundo seria complementar do primeiro: o bem das pessoas não pode


realizar-se sem o bem comum das comunidades às quais pertencem. O bem
comum deve ser compreendido como a soma total de objectivos comuns dignos.

Acredita o Pontifício Conselho, de acordo com o documento, que a solução dos


problemas que nasceram desta comercialização e privatização não
regulamentada, não reside no controlo dos mass media pelo Estado, mas sim
numa maior regulamentação, conforme as normas do serviço público, assim
como numa maior responsabilidade pública.

A presunção deveria ser sempre favorável à liberdade de expressão, pois sempre


que o homem comunica entre si opiniões ou conhecimento, não exerce apenas
um direito pessoal mas um dever com a sociedade. Naturalmente, também a
livre expressão deveria observar princípios como a verdade, a justiça e o
respeito pela privacidade.

Outro princípio relevante destacado na Instrução refere-se à participação pública


dos actos decisórios acerca da política das comunicações. Essa participação
deveria ser organizada, representativa e não inclinada a favorecimento a grupos
particulares.

Os índices de audiência, juntamente com a sondagem de mercado, são muitas


vezes considerados os melhores indicadores do sentimento público. Não há
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dúvida de que a voz do mercado pode ser ouvida dessa maneira. Entende-se no
entanto, que as decisões sobre o conteúdo e a política não devem ser deixadas
unicamente os factores do mercado, uma vez que não se pode contar com eles
para salvaguardar o interesse público em geral, ou das minorias.

Os recetores, por sua vez, afirmam que também têm deveres éticos. Devem
informar-se sobre os mass media (conteúdo, modo de operar e estrutura) e
fazer opções responsáveis.

Além da educação mediática, entende-se que a Igreja tem outras


responsabilidades no que concerne à educação social. Primeiro a prática da
comunicação deve ser exemplar, reflectindo os padrões da verdade,
credibilidade e sensibilidade aos direitos humanos e a outros importantes
princípios, entendendo que o uso dos mass media deve ser encorajado para
propagar o evangelho.

O direito à expressão deve exercer-se com deferência à verdade revelada e ao


ensinamento da Igreja, e no respeito pelo direito eclesial dos outros.

Casos de Visibilidade devido à Comunicação Social

Nem sempre é bom a comunicação social estar “em cima do acontecimento”,


pois em algumas vezes os jornalistas deturpam e moldam o que as pessoas
dizem, mostram só o que convém e as noticias não chegam aos telespectadores
como na realidade são.

Nos casos de visibilidade devido á comunicação social, decidi falar sobre a


Madeleine McCann. Um caso onde correu muita tinta e, em certo ponto, ainda
falta “limar algumas arestas” ao fim destes anos todos. Aqui fica um excerto de
uma, das muitas, noticias que se escreveu.

Madeleine McCann (Leicester, 12 de Maio de 2003) é uma menina inglesa que


desapareceu em Portugal, quando se encontrava com os seus pais, irmão e irmã
de férias na Praia da Luz, no Algarve.

O desaparecimento de Madeleine McCann ocorreu na noite de quinta-feira, 3 de


mail de 2007, quando foi dada como desaparecida do seu apartamento em Praia
da Luz, Algarve, onde tinha sido deixada sozinha com os seus dois irmãos.
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Madeleine, então com três anos de idade, que estava no seu quarto na
companhia dos seus dois irmãos gémeos de dois anos, foi inicialmente dada
como tendo "saído" pelos seus próprios meios pela polícia, mas após
investigação posterior foi sugerido o seu rapto. O seu desaparecimento tornou-
se uma das notícias mais notórias quer pela rapidez com que e iniciou a
divulgação das notícias quer pela longevidade e pela massiva cobertura pelos
órgãos de informação. O jornal britânico The Daily Telegraph às 00:01 da
madrugada do dia 4 de Maio já fazia manchete com o artigo "Three year-old
feared abducted in Portugal" (Teme-se que menina de 3 anos tenha sido raptada
em Portugal).

Biografia

Madeleine Beth McCann é a filha mais velha de Kate McCann, antiga médica
anestesista e actual médica de clínica geral em Melton Mowbray, e Gerry
McCann, cardiologista no Hospital Glenfield em Leicester. Madeleine, que tem
dois irmãos gémeos, Sean e Amelie, de dois anos, vivia com a sua família em
Rothley, Inglaterra.

Uma marca característica é o seu olho direito que tem um tipo de coloboma, um
alastramento completo da íris (uma faixa radial que se estende da pupila até ao
limite do olho).

Desaparecimento

Madeleine desapareceu do apartamento onde passava férias com a sua família,


na noite de 3 de Maio. Na altura os seus pais puseram Madeleine e os seus dois
irmãos gémeos na cama, e foram jantar a cerca de 50 metros de distância com
amigos num restaurante perto do Ocean Club. Kate e Gerry McCann disseram à
polícia que se revezavam na verificação dos filhos e que aproximadamente às
21h00 Gerry verificou que os filhos se encontravam bem. Cerca das 21h45, Kate
retornou do restaurante e encontrou a cama de Madeleine vazia e uma porta e
janela abertas e comunicou o incidente à polícia por volta das 22h. Funcionários
e hospedeiros do resort, juntamente com as autoridades, efectuaram buscas até
às 04h30 e a polícia espanhola e todos os aeroportos ibéricos foram notificados.

Acontecimentos de 3 e 4 de Maio de 2007


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Ocean Club

. 21h00 Gerry verificou os seus filhos

. 21h45 Kate verificou o desaparecimento da sua filha Kate afirma ter chamado
a polícia 10 minutos depois de ter descoberto que a filha desaparecera

. Gerry afirma que foi um dos seus amigos que alertou o gerente e a polícia.

. Charlotte Pennington afirma que esteve no apartamento menos de 5 minutos


depois dos pais terem descoberto que a filha tinha desaparecido.

. 23h50 O incidente foi comunicado à GNR.

. Soldados da GNR com a ajuda de cães pisteiros conduzem as buscas durante a


noite.

. A PSP de Lagos auxilia a operação de buscas durante a noite.

. Agentes da Polícia Judiciária chegam 10 minutos após terem sido alertados,


uma equipe de investigação começou a trabalhar 30 minutos depois.

. O porta-voz da GNR, tenente-coronel Costa Cabral, revela que as buscas


prosseguiram durante toda a noite.

. A Polícia Marítima participa das buscas com lanchas salva-vidas um


helicóptero e elementos a pé.

. Um helicóptero da Protecção Civil participa nas buscas.

. Vários veículos todo-o-terreno da Protecção Civil fazem buscas nas margens


da barragem da Bravura

. Bombeiros participam nas buscas.

. Elementos da Cruz Vermelha fazem buscas a pé.

. Soldados e cães das patrulhas de busca e salvamento da GNR de Lisboa são


enviados para participar das buscas.

Investigação

Fase inicial
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A primeira declaração oficial da Polícia Judiciária (PJ), feita por Guilhermino


Encarnação, às 12h00 de sábado dia 5 de Maio, revela haver suspeita de crime
de rapto da criança e da existência de um "esboço" de um eventual suspeito.

A Polícia Judiciária referiu a 6 de Maio terem identificado um suspeito e que a


criança deveria estar viva e ainda na área. Cães treinados farejaram o
aldeamento do resort, que tem uma capacidade de cerca de mil pessoas. No
entanto, a 8 de Maio, cinco dias após o desaparecimento, a Polícia Judiciária
admitiu não ter certeza quanto ao estado de Madeleine.

A 7 de Maio é anunciado que a PJ pediu ajuda do SIS que entrou em contacto


com as suas congéneres espanholas e inglesa.

A 9 de Maio, a Interpol lançou um alerta amarelo a todos os seus membros.

Os media portugueses revelaram que a PJ seguia duas linhas de investigação: o


rapto por uma rede internacional de crimes relacionados à pedofilia ou o rapto
por uma rede de adopção ilegal.

Especialistas britânicos chegaram para assistir as autoridades nacionais nas


investigações e a polícia de Leicestershire enviou representantes para ajudar a
família. Foi ainda noticiado que a polícia britânica informou a polícia portuguesa
que cerca de 130 ingleses abusadores de menores estiveram no Algarve,
semanas antes do rapto de Madeleine, com o conhecimento das autoridades
inglesas. A 11 de Maio, o local de investigação foi declarado livre após a não
obtenção de resultados. Depois, a 13 de Maio, a polícia admitiu pela primeira vez
que não tinham qualquer suspeito em vista. A única via de investigação que
estavam dispostos a revelar consistia na examinação de fotografias tiradas por
turistas.

Interrogatórios relacionados tiveram início a 14 de Maio.

Críticas

Pais

Os pais têm sido criticados por deixar as suas crianças sozinhas enquanto
jantavam num restaurante próximo, apesar do complexo turístico em que se
hospedavam oferecer serviço de creche e um serviço de acompanhamento de
crianças. Também tem havido alguma crítica aos pais na imprensa portuguesa.
O Diário de Notícias afirmou peremptoriamente que o casal McCann era
considerado suspeito e que, ao contrário do que afirmaram à polícia, não
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verificaram regularmente a situação dos filhos na noite do desaparecimento. O


Daily Telegraph também reproduziu afirmações no mesmo sentido.

O casal foi questionado pela polícia a 10 de Maio sobre o motivo pelo qual
Madeleine e os irmãos haviam sido deixados sozinhos num apartamento com as
portas do pátio destrancadas enquanto jantavam no restaurante. Os McCann
alegaram que deixaram as crianças sozinhas porque não as queriam deixar na
companhia de um(a) estranho(a), apesar de as crianças terem passado a tarde
na creche do Ocean Club na companhia de estranhos.

Polícia

Têm havido imensas críticas à actuação da polícia portuguesa nos media


britânicos. Foi afirmado haver atrasos na obtenção de provas e evidências
forenses, que nem a polícia marítima nem as autoridades alfandegárias
receberam descrições de Madeleine durante muitas horas após o
desaparecimento, e não foram avistados agentes a efectuar inquirições porta-a-
porta.

Os críticos alegam que o local não foi devidamente selado e a ausência de


pedidos de ajuda e de informação surpreendeu especialistas policiais britânicos.
Em resposta, a polícia declarou não poder divulgar informação adicional devido a
imperativos de carácter legal da lei portuguesa. Contrariamente ao que
anunciam os críticos, agentes da PJ, junto com um funcionário do Ocean Club
com um molho de chaves, revistaram todos os apartamentos do Ocean Clube, os
apartamentos e jardins próximos. e os comerciantes da zona foram inquiridos
por agentes.

Pinto Monteiro, Procurador-Geral da República (PGR), defende o tempo que está


a demorar a fazer as investigações e comenta que "A Inglaterra, de onde ela é
natural, tem 1.000 processos destes, nós temos 14 ou 15. E a percentagem de
casos em que são descobertos, em países como Inglaterra, é de 20 por cento.
Por isso, ninguém se pode admirar do até agora insucesso no caso Maddie",

Depois de criticarem a polícia portuguesa e pedirem a intervenção de peritos


britanicos, os McCann e a opinião pública inglesa criticam a polícia portuguesa
por ter constituído os McCann arguidos e ter agido com base nos resultados dos
testes forenses feitos em Inglaterra e dos cães pisteiros trazidos de Inglaterra.
Kate McCann explica o facto de os cães terem identificado um cheiro de cadáver
nas suas roupas, por ter, antes das férias, estado em contacto com cadáveres
durante o trabalho, e o ADN encontrado no carro por ter transportado no carro,
entre outras coisas, as sandálias suadas de Madeleine e fraldas com fluidos
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corporais dos gémeos. Estas últimas explicações estão também a ser colocadas
em dúvida por um especialista.

Muitos órgãos de informação e líderes de opinião portugueses criticaram os


meios envolvidos na investigação comparando-os a casos semelhantes
envolvendo crianças portuguesas no passado.

Foi divulgado que a polícia não pediu imagens de vigilância envolvendo viaturas
a sair da Praia da Luz na altura do desaparecimento de Madeleine nem da
estrada que liga Lagos a Vila Real de Santo António, junto à fronteira espanhola.
No entanto a Euroscut afirmou que "As câmaras visualizam imagens da auto-
estrada entre as 09:00 horas e as 18:00 horas, mas só gravam uma ou duas
horas por dia". A porta voz das estradas de Portugal informou que as imagens
gravadas só poderiam ser reveladas com ordem do tribunal.

Foi sugerido que o encarregado principal da investigação, o agente Guilhermino


da Encarnação, terá focado demasiado a investigação num único suspeito,
Robert Murat, embora a polícia admita não existirem evidências credíveis contra
ele. Foram estabelecidas comparações com o desaparecimento de outra criança,
Joana Cipriano, desaparecida a 12 de Setembro de 2004 da sua casa na vila de
Figueira, a 10 km do local de desaparecimento de Madeleine. O agente
Encarnação esteve também envolvido nessa investigação que terminou na
condenação da mãe e do tio de Joana pelo seu assassínio, embora não tenha
sido encontrado o corpo nem tenha havido confissão.

Reacção pública

A escala da reacção pública a este caso desencadeou comentários negativos por


parte de alguns comentadores. Na sua coluna a 17 de Maio, Matthew Parris
desmascarou o que considerava o aproveitamento político por parte de membros
do parlamento das emoções e sentimentos despoletados pelo caso. A 19 de
Maio, o jornal The Guardian descrevia a reacção pública como histeria colectiva e
estabeleceu um paralelo com a resposta à campanha do News of the World
contra crimes relacionados à pedofilia.

Cobertura da imprensa

Alguns sugerem que o elevado grau de cobertura dos media pode ser atribuído à
raça, nacionalidade e estatuto socioeconómico de Madeleine. O editorial do The
Independent de 15 de Maio descreveu a cobertura como reveladora de
prioridades desfocadas da realidade e condenou as críticas às autoridades
portuguesas. Na sua coluna de 17 de Maio no jornal Público, o antigo bastonário
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da ordem dos advogados, José Miguel Júdice, afirmou que a enorme mobilização
se deve ao facto de a menina ser "inglesa, branca e filha de doutores." A 18 de
Maio, a Inter Press Service chamou a atenção para o facto de que alguns
observadores apontarem o facto de Madeleine ser proveniente de uma família
abastada, ao contrário de tantas crianças portuguesas e filhos de emigrantes
cujo desaparecimento despertou muito pouca atenção dos media.

Ainda a 18 de Maio, o The Scotsman comentou haver evidência de que a opinião


pública, embora solidária com os pais de Madeleine, estar incomodada com o
acompanhamento e especial atenção dada ao caso.

A Embaixada portuguesa protesta junto da comissão britânica reguladora de


imprensa, (Press Complaints Comission), contra um artigo de Tony Parsons
publicado no tablóide Daily Mirror, que insultou o embaixador português por
causa de uma entrevista ao The Times sobre o caso Madeleine.

Caso encerrado

A polícia portuguesa declarou que a menina não foi encontrada nem viva, nem
morta e que não vai continuar com as investigações. Os pais de Madeleine
McCann declararam que vão continuar as investigações por conta própria.

Em Abril de 2009 um conjunto de investigadores, portugueses e estrangeiros,


ponderaram reabrir o processo Madeleine McCann, por haver várias provas que
indicavam que a menina teria morrido de forma acidental, ao bater com a
cabeça na janela, quando estava a ver o pai que falava com um amigo na rua.

Reflexão

Tradicionalmente, as reflexões sobre os meios de comunicação centralizam-se


na capacidade das instituições mediáticas e das tecnologias de comunicação de
desempenhar um papel na democratização das sociedades, na criação de uma
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esfera pública mediante a qual as pessoas possam participar de assuntos cívicos,


no destaque da identidade nacional e cultural, na promoção da expressão e do
diálogo criativo. Por isso, os debates sobre as diferentes formas de censura e a
propriedade dos meios de comunicação sempre formaram parte das agendas de
trabalho. O sentido das perguntas propostos pelas lógicas do mercado assim
como do Estado é mais de como constituir uma via para a publicidade, gerar
benefícios financeiros para os accionistas e servir de instrumentos de
propaganda e controlo social e político.

Em quase todos os contextos nacionais, considera-se necessária certa forma de


intervenção - ou regulamentação - governamental que permita aos meios de
comunicação desempenhar um ou outro dos papéis antes mencionados. Tanto a
produção e a distribuição dos meios requeiram um grau maior de organização e
de recursos do que os fornecidos por artistas ou criadores individuais de grupos
relativamente pequenos - isto é, os meios de comunicação se industrializem -
normalmente, o Estado assume certa forma de organização estrutural, seja
directamente ou por meio de uma autoridade à distância.

Isso pode ser feito de várias maneiras. No modelo de mercado livre, o Estado
cria ambiente em que as empresas dos meios de comunicação gozam de plena
liberdade para operar comercialmente; o acesso ao mercado, em alguns
sectores como a radiodifusão, segue controlado fundamentalmente mediante
concessão de frequências de transmissão, enquanto a área da imprensa escrita
fica aberta a qualquer pessoa que disponha dos recursos para ter e operar um
meio de comunicação. No modelo autoritário, os meios de comunicação são
considerados uma extensão da autoridade estatal. O modelo de serviço público
enfatiza a criação de serviços de rádio e televisão ao serviço público, o
financiamento de meios de comunicação não-lucrativos, baseados na
comunidade, e várias restrições sobre propriedade de meios de comunicação
comercial (limitando a quantidade de pontos de distribuição para controle de
uma empresa particular ou proibindo que os proprietários sejam estrangeiros).
Na verdade, em muitas sociedades, se não na maioria, os meios de comunicação
funcionam segundo um modelo misto baseado numa combinação de dois ou
mais dos mencionados. Na maioria dos casos, existe uma instância que dita e
controla as regras de funcionamento nacional.

A relação entre os meios de comunicação e a sociedade da informação propõe


efectivamente um desafio aparentemente paradoxo. Por um lado, os meios de
comunicação de massa (imprensa, rádio, televisão) vivem um processo de
concentração da propriedade e integração horizontal e vertical de som, áudio e
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imagem, graças ao advento do suporte numérico. Por outro lado, a Internet e o


suporte digital em geral individualizam e democratizam o acesso à comunicação
e à interacção, permitindo o desenvolvimento inédito de novos meios
alternativos ou cooperativos que, ao mesmo tempo, afectam os meios de
comunicação em massa tradicionais.

A relação entre os meios de “comunicação” e a sociedade da “informação” surge


assim sob a forma de uma dissociação contraditória de difícil explicação sem
considerar a definição do projecto da sociedade da informação, o contexto no
qual se evolvem os que constroem a sociedade da informação e os desafios
propostos pelos avanços tecnológicos.

A manipulação esta presente nos media, e é tão criticada nos mesmos, devido
ao facto de terem um poder tão influente na população, sendo até considerados,
por alguns, o quarto poder, depois do executivo, legislativo e administrativo,
mas sabemos que a manipulação não está presente apenas nos media.

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