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O tema que se segue é a Primeira República, que teve início em 1910. Aqui é
abordada a dificuldade de reconhecimento da República em Portugal numa Europa onde
predominavam as monarquias, bem como as causas que poderiam ter levado o país a
entrar no teatro de guerra europeu ao lado dos aliados. Segundo o autor existem duas
teorias explicativas para esta decisão, a primeira consiste na salvaguarda das colónias, a
segunda está relacionada com a vontade de assegurar o lugar no concerto europeu e
afastar o perigo espanhol. Adiciona ainda uma terceira teoria, relativa à consolidação e
legitimidade democrática para a República. Contudo, citando o professor “a política
externa portuguesa foi traída pelo seu próprio voluntarismo” (p.100). Algo que aprofunda
melhor no artigo História Contemporânea de Portugal: A Crise do Liberalismo 1890-
1
19301, pois Portugal não reúne condições económicas e militares para alcançar os seus
objetivos. Não obstante ter saído historicamente vitorioso, este nem chega sequer a ser
considerado para participar no comité́ executivo da Sociedade das Nações. É também
evidenciada a forma como Inglaterra instrumentaliza Portugal para alcançar os seus
objetivos e manter o status quo quando o autor afirma “Uma coisa, porém, era certa, este
instrumento de estabilização internacional que a política externa inglesa não hesitava em
usar quando se mostra útil aos seus interesses e objetivos, constituía uma ameaça real e
concreta às colónias e ao projeto imperial português” (p. 98).
1
Severiano Teixeira, N. (2014). História Contemporânea de Portugal: A Crise do Liberalismo 1890-1930.
Fundação Mapfre/Editora Objectiva, pp. 87-115
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É importante acrescentar que Severiano centra a análise da política externa
maioritariamente na questão colonial africana e nas relações diplomáticas com a
Inglaterra, em detrimento de outras colónias portuguesas tais como: Macau, Timor, Goa,
Damão e Diu. Há, portanto, um vazio de conteúdo numa parte fundamental da política
externa portuguesa, lembrando que durante este período estava a ocorrer em simultâneo
uma guerra no pacífico que envolvia Macau2, determinante para as relações luso-
chinesas, Timor que “acabaria por não escapar às devastações da guerra mundial”
(Ramires, 2006, pp.005)3, e a queda do chamado Estado Português da Índia, Goa, Damão
e Diu.
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Fernandes, M. S. (2010). Após Macau: perspectivas sobre as relações luso-chinesas depois de 1999. IV
Congresso Português de Sociologia, Coimbra, 17-19 de abril, 2000. Associação Portuguesa de Sociologia.
3
Ramires, F. (2006). Objectivo: Timor Portugal, Timor e a guerra no Pacífico (1941-1945), Revista R:I 11,
pp. 005-018.
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Referências bibliográficas:
Fernandes, M. S. (2010). Após Macau: perspectivas sobre as relações luso-chinesas depois de
1999. IV Congresso Português de Sociologia, Coimbra, 17-19 de abril, 2000. Associação
Portuguesa de Sociologia.