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SUMÁRIO

PREFACIO 3
INTRODUÇÃO 6
OS UPANISHADS 8
I. ISHA 10
II. KENA 13
III. KATHA 16
IV. PRASNA 23
V. MUNDAKA 28
VI. MANDUKYA 33
VII. TAITTIRIYA 35
VIII. AITAREYA 40
IX. CHANDOGYA 43
X. BRIHADARANYAKA 52
XI. SWETASVATARA 70
XII. KAIVALYA 78

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PREFACIO
PARECEU-ME adequado que esta tradução dos Upanishads fosse acompanhada de algumas
palavras com relação ao seu autor principal, Swami Prabhavananda.
O primeiro indício de que o futuro Swami iria seguir a vida religiosa surgiu aos treze anos quando
ele leu O Evangelho de Râmakrishna,1 um vasto volume no qual um discípulo do grande santo do século
XIX relatou detalhada e fielmente a vida do dia-a-dia do Mestre e suas palestras. 0 fato de o garoto ter
ficado fortemente impressionado pelo que leu ali sobre Swami Brahmananda foi profético, em parte devido
a algo que o atraía até no nome monástico do Swami, e em parte em virtude da posição reconhecida de
Swami Brahmananda como sendo, num sentido especial, o filho espiritual do santo.
Pouco tempo depois dessa primeira leitura do Evangelho, Swami Prabhavananda conheceu um
discípulo, e também a viúva de Sri Râma-krishna, conhecida pelos devotos como Mãe Sagrada. Alguns
anos depois, quando estava com dezoito anos, encontrou-se pela primeira vez com o próprio Swami
Brahmananda. "Eu me senti imediatamente atraído por ele", diz Swami Prabhavananda, "como se ele fosse
um amigo muito próximo e querido que eu não via há muito tempo. Eu nunca havia sentido tal amor antes
na minha vida; era o amor dos pais e o amor de um amigo, tudo num só". Nos três meses seguintes a esse
encontro, o chamado da religião tornou-se premente, e o jovem respondeu com a resolução esperada do
Kshatriya que ele era. Somente uma coisa importava para ele:
ir imediatamente ter com Swami Brahmananda, que na ocasião estava residindo num mosteiro no sopé do
Himalaia, no extremo norte da Índia. Haviam dito a ele que o santo homem não acolhia com prazer
visitantes não esperados, mas ele não se importava com isso. Com o dinheiro originalmente destinado às
taxas da universidade e aos seus gastos, enquanto estudasse, realizou o longo percurso de Calcutá até as
montanhas. Eram quatro horas da manhã e ainda estava escuro quando penetrou nas terras do mosteiro e se
encontrou no meio de inúmeros bangalôs, num dos quais - mas em qual? poderia esperar encontrar o
objeto da sua jornada. Caminhou diretamente para uma varanda, a fim de esperar ao lado de uma porta,
mas, antes que pudesse sentar-se, o próprio Swami Brahmananda saiu exatamente por essa porta, e seu
secretário por outra. Ao ver o garoto, Swami Brahmananda disse simplesmente: "Olá! Você está aqui." E,
virando-se para o seu secretário: "Providencie um lugar para ele. Ele vai ficar."
Swami Prabhavananda foi iniciado como discípulo de Swami Brahmananda. Ele queria juntar-se
imediatamente ao mosteiro, porém isso não era permitido. Ao final de um mês, seu mestre espiritual
enviou-o de volta à universidade para que concluísse sua educação.
Seguiu-se então um período de dois anos, nos quais os interesses religiosos cederam lugar em sua
mente a pensamentos políticos. Pela primeira vez em Bengala, estava-se organizando uma revolução contra
o domínio britânico e, com ardor patriótico e coragem característica, Swami Prabhavananda forneceu o
apoio que sua juventude e aparente ingenuidade mais o habilitavam a dar. Pareceu-lhe então que o grande
dever dos hindus era lutar pela liberdade e, conseqüentemente, retirar-se do mundo para a vida monástica
era, pelo menos para ele, injustificável. Aos vinte anos, graduou-se no City College of Calcutta e ingressou
imediatamente num estudo posterior de seis meses no departamento de filosofia do Calcutta University
College.
Foi durante umas curtas férias que sua sorte finalmente foi selada. Com o objetivo de estudar
Shankara com Swami Shuddhananda, um especialista em sânscrito de grande reputação e discípulo do
mundialmente famoso Swami Vivekananda, ele foi morar em Belur Math, o grande mosteiro no Ganges,
perto de Calcutá. Nesse local, diariamente, Swami Shuddhananda discutia com ele a respeito da vida
monástica e insistia com ele para que se tornasse um monge. A vigorosa oposição de Swami
Prabhavananda continuou, mas não por muito tempo, pois uma outra
influência compulsiva estava em ação. Swami Brahmananda estava hospedado no mosteiro, na ocasião, e
Swami Prabhavananda estava freqüentemente com ele.
"Uma manhã", conta o Swami, falando a respeito do momento decisivo, "quando fui prostrar-me
como de costume perante Maharaj" como Swami Brahmananda era chamado "um circunstante
perguntou: 'Quando é que este garoto vai se tornar um monge?'. Maharaj olhou-me de cima a baixo e
respondeu, calmamente: 'Quando Deus quiser.' E, quando ele disse essas palavras e olhou para mim, com
uma inesquecível doçura nos olhos, todas as minhas idéias revolucionárias sofreram repentinamente uma
revolução, e então desci e disse a Swami Shuddhananda: 'Acabo de entrar para o mosteiro'."

1
Publicado pela Editora Pensamento, S. Paulo.

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