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9/22/05
PROGRAMA REVIZEE
8:27 AM
PROGRAMA REVIZEE
Carmen L. D. B. Rossi-Wongtschowski
Alimentação e relações tróficas de peixes demersais da plataforma continental externa e talude superior da Região Sudeste-Sul do Brasil
Page 1
SÉRIE DOCUMENTOS REVIZEE – SCORE SUL
Instituto Oceanográfico – USP
cwongski@usp.br Alimentação e relações tróficas
E
feitos decorrentes da atividade pesqueira nos ecossistemas, evidenciados por modifi-
Doris Graziela Navarro
Bolsista DTI/CNPq – REVIZEE – IOUSP cações na composição, abundância, diminuição do tamanho e do nível trófico das espé- de peixes demersais da plataforma
dnavarr@indiana.edu cies capturadas, tem sido amplamente divulgados na literatura corrente.
continental externa e talude superior
Elizabeti Yuriko Muto Levando em conta a carência de informações sobre as principais fontes de energia para o
Pesquisadora – REVIZEE – IOUSP ecossistema da plataforma externa e talude da região sudeste, os autores do trabalho ora da Região Sudeste-Sul do Brasil
mutokika@usp.br
divulgado, investigaram os hábitos alimentares de nove espécies de peixes que se desta-
Gabriela Rodrigues Vera caram, em têrmos de abundância e biomassa na região: Beryx splendens, Bembrops heterurus,
Bolsista DTI/CNPq – REVIZEE – IOUSP Caelorhinchus marinii, Malacocephalus occidentalis, Helicolenus lahillei, Lophius gastrophysus,
Gabriela@io.usp.br Polymixia lowei, Trichiurus lepturus e Zenopsis conchifera.
Maria Helena Carvalho da Silva Os resultados mostram claramente que a maior parte destes organismos dependem, para
Bolsista DTI/CNPq – REVIZEE – IOUSP
mhelensilva@aol.com
sua manutenção, da fauna pelágica (peixes mesopelágicos, peixes pelágicos, lulas e crustá-
ceos) e, em menor escala, de invertebrados bentônicos (ofiuróides, poliquetas e crustáceos
Elizabeti Yuriko Muto C onstam deste volume da Série Documentos
REVIZEE Score-Sul: os resultados da identifi-
cação dos recursos alimentares utilizados por 9
Maria Helena Carvalho da Silva
Sabrina Sobral Marchetto Leite decapódes). espécies de peixes abundantes na plataforma
Bolsista ITI/CNPq – REVIZEE – IOUSP Gabriela Rodrigues Vera externa e talude da Região Sudeste-Sul; as varia-
São apresentadas e discutidas as principais interações tróficas das e entre as espécies ções espaciais e temporais na composição de
ssobral@zipmail.com.br
analisadas. As informações apresentadas são de fundamental importância para a identifi- Sabrina Sobral Marchetto Leite suas dietas e as principais interações tróficas das
cação do papel trófico de cada uma das espécies e para a compreensão da estrutura e fun- Doris Graziela Navarro espécies analisadas. Foram detectadas as princi-
pais vias do fluxo de energia por elas utilizadas.
cionamento do ecossistema de profundidade.
Carmen L.D.B. Rossi-Wongtschowski
Comissão Editorial
Jorge Pablo Castello – FURG
Paulo de Tarso Cunha Chaves – UFPR
Sílvio Jablonski – UERJ
05-6876 CDD-551.460709162
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO DO
PROGRAMA REVIZEE
Rudolf de Noronha
Diretor do Programa de
Gerenciamento Ambiental
Territorial – SQA/MMA
Para atender a estes dispositivos da CNUDM e a uma forte motivação interna, a Co-
missão Interministerial para os Recursos do Mar – CIRM aprovou, em 1994, o Programa RE-
VIZEE (Avaliação do Potencial Sustentável de Recursos Vivos na Zona Econômica Exclusiva),
destinado a fornecer dados técnico-científicos consistentes e atualizados, essenciais para
subsidiar o ordenamento do setor pesqueiro nacional.
Iniciado em 1995, o Programa adotou como estratégia básica o envolvimento da
comunidade científica nacional, especializada em pesquisa oceanográfica e pesqueira,
atuando de forma multidisciplinar e integrada, por meio de Subcomitês Regionais de Pes-
quisa (SCOREs).Em razão dessas características, o REVIZEE pode ser visto como um dos pro-
gramas mais amplos e com objetivos mais complexos já desenvolvidos no País, entre aque-
les voltados para as ciências do mar, determinando um esforço sem precedentes, em ter-
mos da provisão de recursos materiais e da contribuição de pessoal especializado.
Essa estratégia está alicerçada na subdivisão da ZEE em quatro grandes regiões, de
acordo com suas características oceanográficas, biológicas e tipo de substrato dominante:
1. Região Norte – da foz do rio Oiapoque à foz do rio Parnaíba;
2. Região Nordeste – da foz do rio Parnaíba até Salvador, incluindo o arquipélago de
Fernando de Noronha, o atol das Rocas e o arquipélago de São Pedro e São Paulo;
3. Região Central – de Salvador ao cabo de São Tomé, incluindo as ilhas da Trindade e
Martin Vaz;
4. Região Sul – do cabo de São Tomé ao Chuí.
Em cada uma dessas regiões, a responsabilidade pela coordenação e execução do
Programa ficou a cargo de um SCORE, formado por representantes das instituições de pes-
quisa locais e contando, ainda, com a participação de membros do setor pesqueiro regional.
O processo de supervisão do REVIZEE está orientado para a garantia, em âmbito na-
cional, da unidade e coerência do Programa e para a alavancagem de meios e recursos, em
conformidade com os princípios cooperativos (formação de parcerias) da CIRM, por meio
da Subcomissão para o Plano Setorial para os Recursos do Mar – PSRM e do Comitê Execu-
tivo para o Programa. Coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente, esse fórum é com-
posto pelos seguintes representantes: Ministério das Relações Exteriores (MRE), Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Ministério da Educação (MEC), Ministério
da Ciência e Tecnologia (MCT), Marinha do Brasil (MB/MD), Secretaria da Comissão Intermi-
nisterial para os Recursos do Mar (SECIRM), Conselho Nacional de Desenvolvimento Cien-
tífico e Tecnológico (CNPq), Bahia Pesca S.A. (empresa vinculada à Secretaria de Agricultu-
ra, Irrigação e Reforma Agrária do Estado da Bahia) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, coordenador operacional do REVIZEE.
A presente edição integra uma série que traduz, de forma sistematizada, os resulta-
dos do Programa REVIZEE para as suas diversas áreas temáticas e regiões, obedecendo às se-
guintes grandes linhas: caracterização ambiental (climatologia, circulação e massas d’água,
produtividade, geologia e biodiversidade); estoques pesqueiros (abundância, sazonalida-
de, biologia e dinâmica); avaliação de estoques e análise das pescarias comerciais; relató-
rios regionais, com a síntese do conhecimento sobre os recursos vivos; e, finalmente, o Su-
mário Executivo Nacional, com a avaliação integrada do potencial sustentável de recursos
vivos na Zona Econômica Exclusiva.
A série,contudo,não esgota o conjunto de contribuições do Programa para o conhe-
cimento dos recursos vivos da ZEE e das suas condições de ocorrência. Com base no esfor-
ço de pesquisa realizado, foram, e ainda vêm sendo produzidos, um número significativo
de teses, trabalhos científicos, relatórios, apresentações em congressos e contribuições em
reuniões técnicas voltadas para a gestão da atividade pesqueira no país, comprovando a
relevância do Programa na produção e difusão de conhecimento essencial para a ocupa-
ção ordenada e o aproveitamento sustentável dos recursos vivos da ZEE brasileira.
PREFÁCIO
No final da década de 60, devido à drástica redução da grande maioria dos esto-
ques pesqueiros, os estudos sobre o fluxo de energia em vários ecossistemas, realizados
através da análise da dieta dos peixes, ganhou enorme importância porque propiciou
informações sobre o impacto de mudanças ecológicas e da pesca sobre esses estoques.
A análise da dieta permite estabelecer modelos quantitativos das interações trófi-
cas de um ecossistema, ou seja avaliar a interdependência dos vários organismos compo-
nentes desse ecossistema quanto ao seu suprimento alimentar. Por sua vez, os hábitos ali-
mentares influem diretamente sobre o crescimento e a reprodução dos seres vivos, uma
vez que estes processos dependem da energia e dos nutrientes provindos da alimentação.
Este volume da Série REVIZEE, Score-Sul, traz os resultados da análise da ecologia
alimentar de 9 espécies de peixes demersais, abundantes na ZEE da região sudeste: Beryx
splendens, Bembrops heterurus, Caelorhinchus marinii, Malacocephalus occidentalis,
Helicolenus lahillei, Lophius gastrophysus, Polymixia lowei, Trichiurus lepturus e Zenopsis
conchifera. Para estas espécies, que habitam preferencialmente a plataforma externa e o
talude, os principais recursos alimentares foram: pequenos peixes teleosteos, principal-
mente mesopelágicos como o peixe-lanterna, os engraulídeos, a merluza, lulas, crustáceos,
ofiuróides e poliquetos. Estes recursos são explorados pelos peixes de forma diferenciada
sendo indispensáveis para a manutenção da trama trófica do sistema de profundidade e
para a produção secundária, em especial para os estoques pesqueiros aí presentes.
RESUMO, ABSTRACT E
PALAVRAS-CHAVE
Resumo
A ecologia alimentar de nove espécies abundantes na Zona Econômica Exclusiva
(ZEE) da região Sudeste-Sul do Brasil foi avaliada através da análise de conteúdos estoma-
cais de exemplares coletados com rede de arrasto de fundo nos períodos de inverno/ pri-
mavera de 2001 e 2002 e verão/outono de 2002, durante os cruzeiros de prospecção pes-
queira de recursos demersais do Programa REVIZEE. As espécies, objeto do presente estudo,
foram Beryx splendens,Bembrops heterurus,Caelorhinchus marinii,Malacocephalus occidenta-
lis, Helicolenus lahillei, Lophius gastrophysus, Polymixia lowei, Trichiurus lepturus e Zenopsis
conchifera. Os principais recursos alimentares utilizados por essas espécies foram peixes te-
leósteos, crustáceos, cefalópodes e ofiuróides. Dentre os cefalópodes identificados, predo-
minaram as lulas dos gêneros Loligo e Illex, que foram especialmente importantes na dieta
desses peixes no período de verão/outono.O sarrão H.lahillei apresentou uma dieta bastan-
te heterogênea, consumindo invertebrados bentônicos (ofiuróides, poliquetas e decá-
podes) e nectônicos (lulas), além de peixes pelágicos. Embora todas as espécies, em maior
ou menor grau, tenham consumido peixes, as espécies de presas utilizadas foram distintas.
O peixe-sapo (L.gastrophysus) explorou principalmente espécies de hábitos demersais, des-
tacando-se a merluza. Na plataforma externa, o peixe-espada T.lepturus consumiu principal-
mente engraulídeos e carangídeos. O peixe-galo Z.conchifera se alimentou de espécies me-
sopelágicas, representadas por Maurolicus stehmanni, mictofídeos (peixe-lanterna) e breg-
macerotídeos.Em determinadas épocas do ano e locais, esses mesmos recursos alimentares
foram compartilhados com B.splendens,C.marinii,H.lahillei e P.lowei. Os crustáceos decápo-
des foram os principais recursos bentônicos utilizados, especialmente por B. heterurus e M.
occidentalis.Os isópodes também foram importantes para o macrurídeo C.marinii, e os crus-
táceos pelágicos (eufausiáceos) para P. lowei. Os resultados apontam a importância da ca-
deia de detrito para as espécies analisadas, assim como a da fauna pelágica para a manu-
tenção da trama trófica do sistema de profundidade. As principais interações tróficas entre
as espécies analisadas são discutidas.
Palavras-chave
Alimentação, interações tróficas, peixes demersais, ZEE, Sudeste-Sul do Brasil.
Abstract
The feeding ecology of nine abundant species of the Economic Exclusive Zone
(EEZ) of the Southeastern and Southern Brazil was evaluated through stomach content
analyses.The sampling was carried out through bottom otter trawl during winter/spring of
2001 and 2002, and summer/autumn of 2002. The studied species were Beryx splendens,
Bembrops heterurus, Caelorhinchus marinii, Malacocephalus occidentalis, Helicolenus lahillei,
Lophius gastrophysus, Polymixia lowei, Trichiurus lepturus, and Zenopsis conchifera. Teleostei
fish, crustaceans, cephalopods and ophiuroids were the main food items for those species.
Squids of the genus Loligo and Illex were important on the diet of some species during
summer/autumn periods, mainly for B. splendens and H. lahillei. The diet of H. lahillei was
rather diverse due to the consumption of benthic (ophiuroids, polychaetes, and decapods)
and nektonic invertebrates (squids), as well as pelagic fish. Although all species analyzed
had consumed fish in different proportions, fish prey species varied. While L. gastrophysus
fed mainly on demersal species (hake), the cutlassfish T. lepturus consumed mainly
engraulids and carangids. In general, the silvery dory Zenopsis conchifera consumed
mesopelagic fish such as Maurolicus stehmanni, myctophids (lantern fish), and
bregmacerotids. These resources were explored by B. splendens, C. marinii, H. lahillei, and P.
lowei in some periods of the year and regions. Decapods crustaceans were the principal
benthic prey, especially for B. heterurus and M. occidentalis. Isopods were also important on
the diet of the grenadier C. marinii, and pelagic crustaceans (euphausiids) for P. lowei. The
results point out the importance of detritus chain as well as the pelagic fauna to the
maintenance of the deep food web. The main trophic relationships among the species are
discussed.
Key-words
Diet, trophic interactions, demersal fish, EEZ, Southeastern and Southern Brazil.
INTRODUÇÃO
N
o final da década de 60, devido à rápida redução de importantes estoques pes-
queiros, o conhecimento do fluxo energético através de estudos da dieta dos pei-
xes em determinado ecossistema ganhou singular importância, com o objetivo
de se avaliar o impacto das mudanças ecológicas e da sobrepesca no tamanho desses es-
toques (Gasalla & Soares, 2001).
A análise da composição da dieta é uma importante ferramenta para que se esta-
beleça um modelo quantitativo das interações tróficas no ecossistema, relacionando os or-
ganismos às características abióticas de seu ambiente e ilustrando a interdependência dos
mesmos em relação ao seu suprimento alimentar. Os hábitos alimentares influem no cres-
cimento e na reprodução dos seres vivos, uma vez que esses processos dependem da ener-
gia e dos nutrientes gerados pela atividade alimentar (Wooton, 1990; Gerking, 1994).
Numerosos estudos enfocando a dieta de peixes demersais foram desenvolvidos
nas últimas décadas para a Região Sudeste do Brasil. Em nível de comunidade, podemos ci-
tar os trabalhos realizados sobre a estrutura trófica da ictiofauna da plataforma continental
do litoral norte do Estado de São Paulo, em Ubatuba (Soares et al., 1993) e São Sebastião
(Rossi-Wongtschowski et al., 1997); e no Saco de Mamanguá, situado no litoral do Rio de Ja-
neiro (Gasalla, 1995). Estudos sobre a organização trófica dos peixes no sistema de talude
ainda são incipientes, podendo-se citar Martins (2000), que analisou as interações tróficas
da assembléia de peixes demersais da Região Sul do Brasil.
Informações sobre a composição da dieta dos organismos são imprescindíveis na
elaboração de modelos tróficos de ecossistemas, sendo esses uma importante ferramenta
na avaliação das propriedades e da dinâmica do sistema analisado, permitindo simulações
do impacto causado pela exclusão de uma determinada espécie na comunidade. Através
do modelo ecotrófico de equilíbrio de biomassas (Ecopath com Ecosim), Velasco Canziani
(2004) avaliou os efeitos positivos e negativos causados pela pesca de pequenos peixes
pelágicos no ecossistema de plataforma do sul do Brasil. Nessa mesma região,Vasconcelos
& Gasalla (2001) verificaram que o nível trófico das espécies capturadas entre 1975-1979 e
1990-1994 não sofreu variação, uma vez que a depleção de importantes estoques pesquei-
ros demersais levou ao aumento da atividade pesqueira oceânica dirigida aos atuns e ca-
ções. A avaliação histórica da pesca na plataforma interna da Região Sudeste revela possí-
veis efeitos decorrentes da atividade pesqueira nessa região, evidenciados pela modifica-
ção da composição e abundância das espécies de peixes, e diminuição do tamanho e do
nível trófico médio das espécies capturadas (Gasalla, 2004). Essa autora recomenda um es-
forço científico para a compreensão dos mecanismos que regulam o ecossistema, princi-
palmente nos níveis tróficos superiores.
Considerando-se a importância do conhecimento das principais fontes de energia
para a manutenção da produção secundária no ecossistema e da carência de informações
sobre a dieta de espécies abundantes no talude, o presente estudo se propôs a investigar
os hábitos alimentares de nove espécies de peixes que se destacaram em termos de abun-
dância e/ou biomassa na Zona Econômica Exclusiva da região situada entre Cabo Frio (RJ)
e a Ilha de Santa Catarina (SC). Amostradas durante os cruzeiros de prospecção de peixes
com arrasto de fundo (REVIZEE, 2002), as espécies investigadas foram Beryx splendens,Bem-
brops heterurus, Caelorinchus marinii, Malacocephalus occidentalis, Helicolenus lahillei, Lo-
phius gastrophysus, Polymixia lowei, Trichiurus lepturus e Zenopsis conchifera.
Atlântico Sudoeste, do sul do Brasil à Antártica, entre 200 a 600 m de profundidade (Cohen
et al., 1990). Na ZEE foi capturada principalmente na faixa dos 300 a 600 m de profundidade,
sendo amostrados poucos exemplares em profundidades menores (REVIZEE, 2002).
Com relação à alimentação desses peixes, foram realizados estudos sobre a dieta de
Lophius gastrophysus na área de plataforma sudeste do Brasil, em Cabo Frio e Ubatuba
(Soares et al., 1993; Fagundes-Neto et al., 1995; Pucci, 2004). A alimentação do peixe-espada
Trichiurus lepturus na Região Sul foi analisada por Martins (1992), e na plataforma sudeste,
por Pucci (2004).
A escassez de informações sobre a ecologia alimentar da maioria das espécies cita-
das aponta a necessidade de um estudo detalhado sobre suas dietas. Essas informações
são de fundamental importância para a identificação do papel trófico de cada espécie e
para a compreensão da estrutura e funcionamento do ecossistema de profundidade. Por-
tanto, são objetivos do presente trabalho: Identificar os recursos alimentares utilizados por
nove espécies de peixes abundantes da plataforma externa e talude superior da região de
Santa Catarina/Paraná e Rio de Janeiro/São Paulo; analisar as variações espaciais e tempo-
rais na composição de suas dietas; e avaliar as principais interações tróficas de modo a de-
tectar as vias de fluxo de energia utilizadas por essas espécies.
MATERIAL E MÉTODOS
22º S
Cabo Frio
23º S
Santos
24º S
25º S
Paranaguá
26º S
ItajaÌ
27º S
600 m
200 m
28º S
Análise de dados
Os resultados sobre a dieta foram agrupados em duas áreas geográficas: Santa
Catarina – Paraná (SC/PR) e Rio de Janeiro – São Paulo (RJ/SP). As estações oceanográficas
foram reunidas em duas áreas batimétricas: plataforma continental externa (P) e talude (T).
A análise da dieta foi realizada utilizando-se a massa percentual (M%) e a freqüên-
cia de ocorrência (O%) (Berg, 1979; Hyslop, 1980), sendo:
Mi % = (massa da presa i/massa total de todas as presas) 100.
Oi % = (núm. de estômagos contendo a presa i/núm. total de estômagos analisados) 100.
Os estômagos vazios e os com alimento muito digerido foram desconsiderados da
análise.
A importância de cada presa i foi avaliada através do Índice Alimentar (IA%) de
Kawakami & Vazzoler (1980), modificado para massa segundo a fórmula:
IAi % = [Mi % Oi % / ∑ (Mi % Oi %)] 100
O Índice Alimentar foi calculado considerando-se categorias taxonômicas superio-
res (Foraminífera, Polychaeta, Ophiuroidea, Crustacea, Cephalopoda, outros Mollusca e Te-
leostei) e categorias taxonômicas detalhadas em vários níveis (ex: decapoda, amphipoda).
Esse índice também foi calculado considerando-se os grupos funcionais das presas,as-
sociados às categorias taxonômicas (Tab. 03) e foram apresentadas em figuras. A classificação
funcional dos invertebrados baseou-se em Boltovskoy (1981) e Rupper & Barnes (1996). Os
peixes foram classificados em bentônicos, demersais e pelágicos de acordo com Haimovici et
al. (1994) e Bullman et al. (2001). No presente trabalho, o termo utilizado por Haimovici et al.
(1994) – demersal-bentônico (para os peixes que se alimentam principalmente próximos
ao fundo) – foi referido como bentônico, e o termo – demersal-pelágico (aqueles que se
alimentam principalmente na coluna de água) – como demersal.O termo bento-pelágico
utilizado por Bullman et al. (2001) se refere aos peixes demersais. Quando não foi possível
a classificação das presas devido ao avançado grau de digestão, elas foram mantidas nas
categorias Crustacea, Cephalopoda, Mollusca e Teleostei não identificados.
Foram confeccionados gráficos com os valores do Índice Alimentar (IA%), represen-
tando as categorias taxonômicas com valores superiores a 5%. Os demais itens (IA% 5%)
foram agrupados na categoria “outros”.
Comparações intra e interespecíficas da dieta foram realizadas através de análise classi-
ficatória, utilizando-se o método de agrupamento UPGMA e o índice Porcentagem de Similari-
dade (Krebs,1999).A matriz de dados utilizada foi a do Índice Alimentar percentual,consideran-
do-se as categorias taxonômicas superiores das presas (Polychaeta, Crustacea, Opiuroidea, Ce-
phalopoda e Teleostei), devido à grande quantidade de alimento em estado avançado de di-
gestão.Valores do índice superiores a 60 % foram considerados indicativos de alta similaridade
alimentar. Para essas análises foram utilizadas apenas amostras com mais de 10 exemplares.
Comparações intra-específicas das dietas entre as amostras de plataforma e talude,
através da análise de agrupamento, foram realizadas apenas para Trichiurus lepturus, uma
vez que essa foi a única espécie com amostras representativas na plataforma. Dessa forma,
as comparações interespecíficas se restringiram ao sistema de talude.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Inverno/Primavera Verão/Outono
SC/PR RJ/SP Total SC/PR RJ/SP Total TOTAL GERAL
ESPÉCIES P T P T P T P T
Penaeidea
Penaeidae
Peisos sp.
Amphipoda
Gammaridea
Hiperiidea
Cumacea
Isopoda
Flabellifera
Mysidacea
Stomatopoda
Tanaidacea
MOLLUSCA
Gastropoda
Cephalopoda
Teuthida
Myopsida
Loliginidae
Loligo sp.
Oegopsina
Ommastrephidae
Illex argentinus
Enoploteuthidae
Abralia sp., Abralia redfieldi, Enoploteuthis sp.
Octopoda
TELEOSTEI
Anguiliformes
Congridae
Clupeiformes
Engraulidae
Stomiiformes
Sternoptychidae
Maurolicus stehmanni, Chlorophthalmus agassizi
Aulopiformes
Chlorophthalmidae
Parasudis truculenta
Synodontidae
Saurida sp.
Myctophiformes
Myctophidae
Diaphus sp.
Polymixiiformes
Polymixiidae
Polymixia lowei
Gadiformes
Macrouridae
Caelorinchus marinii
Bregmacerotidae
Bregmaceros atlanticus, Bregmaceros cantori
Phycidae
Urophycis brasiliensis
Merlucciidae
Merluccius hubbsi
Beryciformes
Anoplogastridae
Anoplogaster cornuta
Zeiformes
Grammicolepididae
Xenolepidichthys dalgleishi
Macrurocyttidae
Zenion hololepis
Zeidae
Zenopsis conchifera
Gasterosteiformes
Macroramphosidae
Macroramphosus scolopax
Scorpaeniformes
Scorpaenidae
Helicolenus lahillei
Dactylopteridae
Dactylopterus volitans
Peristediidae
Peristedion sp.
Perciformes
Acropomatidae
Synagrops spinosus, Synagrops bellus
Ariommatidae
Ariomma bondi
Serranidae
Carangidae
Selar crumenophthalmus, Trachurus lathami
Mullidae
Mullus argentinae
Percophidae
Bembrops heterurus
Trichiuridae
Lepidopus altifrons
Tetraodontiformes
Tetraodontidae
Diodontidae
Pleuronectiformes
Bothidae
Monolene antillarum
Tabela 3 – Categorias funcionais das presas e principais grupos taxonômicos utilizados para agrupamento
de dados da dieta das nove espécies de peixes analisadas na Região Sudeste-Sul.
COMPARAÇÕES
INTRA-ESPECÍFICAS
CEPHALOPODA 25,0 58,8 44,3 12,6 34,5 6,5 14,2 41,5 10,9
Cephalopoda NI 13,4 55,9 31,3 9,1 33,3 7,4 9,7 39,8 11,4
Teuthida 0,2 1,2 0,0 0,1 0,8 0,0
Illex argentinus sp. 11,7 2,9 1,4 1,5 0,8 0,0
Abralia redfieldi 3,3 1,2 0,1 2,8 0,8 0,1
TELEOSTEI 45,8 2,9 4,0 65,8 67,9 66,6 63,2 49,2 57,3
Trichiuridae 22,2 2,9 2,7 9,3 2,4 0,5 11,0 2,5 0,8
Myctophidae 2,1 2,4 0,1 1,8 1,7 0,1
Maurolicus stehmanni 8,2 10,7 2,1 7,1 7,6 1,6
Teleostei NI 23,5 20,6 20,3 46,2 64,3 71,7 43,3 51,7 66,2
Tabela 5 – Massa porcentual (M%), freqüência de ocorrência (O%) e índice alimentar (IA%) das presas consu-
midas por Beryx splendens, por local, no período de verão/outono de 2002. NI = não identificado.
CRUSTACEA 12,7 74,4 13,2 5,6 50 5,7 49,5 54,5 49,5 13,2 69,0 14,4
Crustacea NI 0,0 4,7 0,0 32,6 45,5 33,8 0,6 12,1 0,2
Copepoda 0,0 2,3 0,0 0,0 1,7 0,0
Euphausiacea 4,8 27,9 3,1 16,8 9,1 3,5 4,8 22,4 2,8
Malacostraca 0,3 25 0,1 0,0 1,7 0,0
Decapoda (total) 3,7 41,9 3,6 5,3 50 2,8 3,7 34,5 3,4
Decapoda NI 3,0 30,2 2,7 22,4
Penaeidea 0,1 7,0 5,3 50 0,4 8,6
Penaeidae 0,6 7,0 0,5 5,2
Amphipoda (total) 0,2 4,7 0,0 0,2 3,4 0,0
Gammaridea 0,0 4,7 0,0 3,4
Hiperiidea 0,2 2,3 0,2 1,7
Flabellifera 0,1 4,7 0,0 0,1 3,4 0,0
CEPHALOPODA 22,7 83,7 26,6 78,2 100 81,6 50,5 54,5 50,5 26,5 79,3 33,2
Teuthida 19,9 83,7 38,8 78,2 100 84,0 50,5 54,5 62,8 23,9 79,3 49,9
Illex argentinus 1,9 2,3 0,1 1,7 1,7 0,1
Abralia sp. 0,9 2,3 0,0 0,8 1,7 0,0
TELEOSTEI 68,5 62,8 60,2 16,2 75 12,7 0,0 0,0 0,0 64,2 51,7 52,4
Teleosteo NI 9,3 27,9 6,1 16,2 75 13,0 9,5 25,9 6,5
Myctophidae 59,2 34,9 48,2 54,6 25,9 37,1
Beryx splendens
n = 34 n = 84 n = 43 n=4 n = 11
A 100%
Teleostei
80% Cephalopoda
Crustacea
60%
IA
40%
20%
0%
T T T P T
Inverno/Primavera Verão/Outono
B 100%
Outros
80% IB-decápodes
Crustacea NI
60% Peixes pelágicos
IA
Teleostei NI
40%
Cephalopoda NI
20% Cefalópodes nectônicos
0%
T T T P T
Inverno/Primavera Verão/Outono
V-SC/PR-T
C
I-RJ/SP-T
UPGMA
V-RJ/SP-T
Porcentagem de Similaridade
I-SC/PR-T
28 40 52 64 76 88 100
Figura 2 – Índice alimentar (IA) das presas consumidas por Beryx splendens, por grupos taxonômicos (A) e
funcionais (B). Dendograma de similaridade alimentar (C). V = verão, I = inverno, T = talude, n = tamanho da
amostra. SC/PR = Santa Catarina/Paraná, RJ/SP = Rio de Janeiro/São Paulo.
A maior parte dos exemplares analisados foi coletada no talude, sendo amostrados
apenas três exemplares na plataforma do RJ/SP, no período de verão (Tab. 1).
Essa espécie consumiu principalmente crustáceos, cefalópodes e teleósteos. Poli-
quetas e detrito vegetal também foram registrados nos conteúdos estomacais, porém fo-
ram pouco importantes (Tabs. 6 e 7).
Tabela 6 – Massa porcentual (M%), freqüência de ocorrência (O%) e índice alimentar (IA%) das presas con-
sumidas por Bembrops heterurus, por local, no período de inverno/primavera de 2001-2002, NI = não iden-
tificado.
CRUSTACEA 31,0 63,6 61,1 43,3 62,7 55,1 37,9 63,0 59,5
Crustacea NI 1,5 24,2 1,6 2,7 35,6 3,6 2,2 31,5 2,9
Decapoda (total) 29,5 42,4 54,1 40,6 27,1 41,8 35,7 32,6 50,0
Decapoda NI 26,8 27,3 39,7 23,7 34,1 25,0
Brachyura
Megalopa 1,2 3,0 0,5 1,1
Leurocyclus tuberculosus 0,3 3,4 0,2 2,2
Anomura
Galatheidae
Munida longipes 0,4 3,0 0,2 1,1
Munida flinti 0,5 6,1 0,2 2,2
Munida sp. 0,0 1,7 0,0 1,1
Caridea 0,5 3,0 0,5 1,7 0,5 2,2
Isopoda 0,1 3,4 0,0 0,0 2,2 0,0
CEPHALOPODA 51,5 12,1 19,3 0,0 1,7 0,0 22,5 5,4 3,0
Illex argentinus 51,5 12,1 27,0 0,0 1,7 0,0 22,5 5,4 5,2
TELEOSTEI 17,4 36,4 19,6 56,7 39,0 44,9 39,6 38,0 37,5
Teleostei NI 12,2 30,3 16,0 41,5 32,2 50,7 28,7 31,5 38,9
Maurolicus stehmanni 4,5 6,1 1,2 15,2 6,8 3,9 10,5 6,5 2,9
Congridae 0,7 3,0 0,1 0,3 1,1 0,0
Massa total (gramas) 35,5 46,0 81,5
IA total 4197 3344 2330
Estômagos c/ alimento 33 59 92
Comprimento total (mm) 124-220 134-240 124-240
Tabela 7 – Massa porcentual (M%), freqüência de ocorrência (O%) e índice alimentar (IA%) das presas con-
sumidas por Bembrops heterurus, por local, no período de verão/outono 2002. NI = não identificado.
CEPHALOPODA 0,3 1,6 0,0 21,2 33,3 11,9 0,0 0,0 0,0 2,0 1,5 0,0
Cephalopoda 0,0 0,0 0,0 21,2 33,3 21,2 0,0 0,0 0,0 1,9 0,8 0,0
Illex argentinus 0,3 1,6 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,1 0,8 0,0
TELEOSTEI 23,1 24,2 7,8 78,0 66,7 87,6 20,9 7,7 2,2 26,9 16,9 6,9
Teleostei NI 23,1 24,2 12,4 50,0 33,3 50,0 20,9 7,7 4,6 24,4 16,2 11,8
Maurolicus stehmani 28,0 33,3 28,0 2,5 0,8 0,1
Bembrops heterurus
n = 33 n = 59 n = 62 n=3 n = 65
A 100%
Teleostei
80% Cephalopoda
Crustacea
60%
IA
40%
20%
0%
T T T P T
Inverno/Primavera Verão/Outono
B 100%
Outros
80% Teleosti NI
Peixes pelágicos
60% Cephalopoda NI
IA
Cefalópodes nectônicos
40%
Crustáceos NI
20% IB-decápodes
0%
T T T P T
Inverno/Primavera Verão/Outono
V-RJ/SP-T
C
V-SC/PR-T
UPGMA
I-RJ/SP-T
I-SC/PR-T
Porcentagem de Similaridade
52 60 68 76 84 92 100
Figura 3 – Índice alimentar (IA) das presas consumidas por Bembrops heterurus, por grupos taxonômicos (A)
e funcionais (B). Dendograma de similaridade alimentar (C). V = verão, I = inverno, T = talude, n = tamanho da
amostra. SC/PR = Santa Catarina/Paraná, RJ/SP = Rio de Janeiro/São Paulo.
Nas duas épocas analisadas, essa espécie foi capturada apenas no talude, onde con-
sumiu uma grande variedade de presas: foraminíferos, poliquetas, crustáceos, moluscos e
peixes teleósteos (Tabs. 8 e 9).
Tabela 8 – Massa porcentual (M%), freqüência de ocorrência (O%) e índice alimentar (IA%) das presas consu-
midas por Caelorhincus marinii, por local, no período de inverno/primavera de 2001-2002. NI = não identificado.
POLYCHAETA 0,8 4,7 0,1 0,04 1,2 0,0 0,4 3,0 0,0
Polychaeta NI 0,77 4,7 0,1 0,0 1,2 0,0 0,4 3,0 0,0
CRUSTACEA 45,6 64,7 66,2 32,47 72,8 50,4 39,0 68,7 59,0
Crustacea NI 27,64 48,2 51,7 14,9 45,7 25,6 21,2 46,4 40,0
Copepoda 0,0 12,3 0,0 0,0 6,0 0,0
Ostracoda 0,04 1,2 0,0 0,0 1,2 0,0 0,0 1,2 0,0
Malacostraca 4,5 8,6 1,5 2,3 4,2 0,4
Decapoda (total) 7,95 5,9 1,8 10,0 19,8 7,5 9,0 12,7 4,6
Larva Decapoda 0,0 1,2 0,0 0,6
Decapoda NI 1,54 1,2 6,0 12,3 3,8 6,6
Anomura 0,27 1,2 0,2 3,7 0,2 2,4
Galatheidae 0,15 1,2 0,1 0,6
Munida sp. 0,00 1,2 2,9 2,5 1,5 1,8
Penaeidae 5,98 1,2 0,9 1,2 3,4 1,2
Amphipoda (Total) 0,08 4,7 0,0 1,2 18,5 0,8 0,7 11,4 0,3
Amphipoda NI 0,08 1,2 0,2 3,7 0,2 2,4
Gammaridea 0,00 2,4 1,0 14,8 0,5 8,4
Cumacea 0,0 1,2 0,0 0,0 0,6 0,0
Isopoda (total) 9,88 17,6 6,8 1,7 7,4 0,5 5,7 12,7 3,0
Isopoda NI 2,20 1,2 0,6 2,5 1,4 1,8
Flabellifera 7,68 15,3 1,1 4,9 4,4 10,2
Mysidacea 0,0 1,2 0,0 0,0 0,6 0,0
Tanaidacea 0,1 3,7 0,0 0,0 1,8 0,0
MOLLUCA (outros) 0,2 3,5 0,0 3,7 0,0 0,1 3,6 0,0
Mollusca NI 0,00 2,4 0,0 0,0 1,2 0,0 0,0 1,8 0,0
Gastropoda 0,19 1,2 0,0 0,0 2,5 0,0 0,1 1,8 0,0
CEPHALOPODA 7,2 27,1 4,4 0,19 14,8 0,1 3,7 21,1 1,7
Cephalopoda NI 7,07 25,9 7,1 0,2 14,8 0,1 3,6 19,9 2,9
Teuthida 0,15 1,2 0,0 0,0 0,1 0,6 0,0
TELEOSTEI 46,2 28,2 29,3 67,30 34,6 49,6 56,9 31,3 39,3
Myctophidae 6,5 1,2 0,3 3,3 0,6 0,1
Bregmaceros sp. 3,78 2,4 0,3 0,0 1,9 1,2 0,1
Bregmaceros atlanticus 8,07 2,4 0,7 4,2 2,5 0,4 6,1 2,4 0,6
Bregmaceros cantori 2,2 1,2 0,1 1,1 0,6 0,0
Teleostei NI 34,36 23,5 31,4 54,4 30,9 63,2 44,5 26,5 47,9
Tabela 9 – Massa porcentual (M%), freqüência de ocorrência (O%) e índice alimentar (IA%) das presas con-
sumidas por Caelorhincus marinii, por local, no período de verão/outono de 2002. NI = não identificado.
POLYCHAETA 8,9 6,3 1,0 2,0 17,9 1,3 4,9 12,7 1,5
Polychaeta NI 8,9 6,3 2,0 17,9 4,9 12,7
CRUSTACEA 9,0 68,8 10,9 10,7 56,4 22,3 10,0 62,0 15,0
Crustacea NI 2,4 46,9 2,1 20,5 2,2 32,4
Copepoda 0,5 28,1 0,1 17,9 0,2 22,5
Ostracoda 0,0 3,1 0,0 5,1 0,0 4,2
Decapoda (total) 4,3 12,5 7,6 15,4 6,2 14,1
Decapoda NI 2,2 9,4 6,3 12,8 4,6 11,3
Galatheidae 1,3 2,6 0,7 1,4
Penaeidea 2,1 3,1 0,9 1,4
Amphipoda (Total) 0,2 2,6 0,1 1,4
Gammaridea 0,2 2,6 0,1 1,4
Cumacea 0,0 2,6 0,0 1,4
Isopoda (total) 1,9 15,6 0,3 2,6 0,9 8,5
Isopoda NI 1,0 9,4 0,3 2,6 0,6 5,6
Flabellifera 0,9 6,3 0,4 2,8
Mysidacea 0,0 3,1 0,0 5,1 0,0 4,2
Tanaidacea 0,0 3,1 0,5 7,7 0,3 5,6
CEPHALOPODA 5,7 40,6 4,1 6,2 33,3 7,6 6,0 36,6 5,3
Teuthida 1,0 15,6 0,0 15,4 0,4 11,0
Oegopsina 0,0 0,0 0,0 5,1 0,0 2,0
Ommastrephidae 0,0 3,1 0,0 0,0 0,0 1,0
Enoploteuthis sp. 0,0 0,0 0,0 2,6 0,0 1,0
Abralia sp. 0,1 6,3 0,0 0,0 0,0 2,0
Abralia redfieldi 0,2 3,1 6,2 10,3 3,7 5,0
Illex argentinus 4,4 12,5 0,0 0,0 1,8 4,0
TELEOSTEI 76,3 62,5 84,0 80,9 23,1 68,8 79,0 40,8 78,2
Teleostei NI 76,3 53,1 80,9 23,1 79,0 36,6
escamas 12,5 0,0 5,6
Houve uma alta similaridade na dieta da espécie entre as duas áreas, porém houve
variação entre as duas épocas (Fig. 4).
No período de inverno, os crustáceos e peixes teleósteos foram as presas mais im-
portantes, enquanto no verão, destacaram-se os teleósteos. Dentre os crustáceos, isópodes
e decápodes foram os mais representativos. A maioria dos teleósteos não foi identificada
devido ao avançado grau de digestão; no entanto, foram identificados representantes do
gênero Bregmaceros e alguns exemplares de peixe-lanterna (mictofídeos) (Tabs.8 e 9, Fig.4).
Em um estudo realizado no sul do Brasil, verificou-se que peixes e invertebrados
bentônicos (copépodes, anfípodes e isópodes) foram os principais itens na alimentação da
espécie (Martins, 2000, p. 118).
Caelorhinchus marinii
n = 83 n = 81 n = 32 n = 39
A 100%
Outros
80% Crustacea
Cephalopoda
60% Teleostei
IA
40%
20%
0%
T T T T
Inverno/Primavera Verão/Outono
B 100%
Outros
80% Mollusca NI
Cefalópode nectônico
60% IB-decápodes
IA
IB-crustáceos
40%
Crustacea NI
20% Teleostei NI
0%
T T T T
Inverno/Primavera Verão/Outono
V-RJ/SP-T
C
V-SC/PR-T
UPGMA
I-RJ/SP-T
I-SC/PR-T
Porcentagem de Similaridade
52 60 68 76 84 92 100
Figura 4 – Índice alimentar (IA) das presas consumidas por Caelorhinchus marinii, por grupos taxonômicos (A)
e funcionais (B). Dendograma de similaridade alimentar (C). V = verão, I = inverno, T = talude, n = tamanho da
amostra. SC/PR = Santa Catarina/Paraná, RJ/SP = Rio de Janeiro/São Paulo.
Tabela 10 – Massa porcentual (M%), freqüência de ocorrência (O%) e índice alimentar (IA%) das presas con-
sumidas por Malacocephalus occidentalis, por local, no período de inverno/primavera de 2001-2002. NI =
não identificado.
CRUSTACEA 88,9 93,8 97,9 52,1 84,1 73,3 64,5 88,3 86,5
Malacostraca 2,3 6,3 0,4 2,5 1,6 0,1 2,4 3,6 0,3
Decapoda (Total) 41,4 41,7 42,0 32,6 46,0 55,0 35,6 44,1 55,4
Paguridae 0,5 1,6 0,3 0,9
Galatheidae 2,6 7,9 1,7 4,5
Munida sp. 2,2 10,4 2,2 6,3 2,2 8,1
Munida forcepis 0,2 1,6 0,1 0,9
Penaeidae 25,5 22,9 2,8 3,2 10,5 11,7
Caridea 2,2 2,1 0,7 0,9
Decapoda (camarão) 8,4 4,2 19,9 20,6 16,0 13,5
Decapoda NI 3,1 12,5 4,4 7,9 4,0 9,9
Isopoda (Total) 0,8 12,5 0,2 12,7 41,3 19,3 8,7 28,8 8,9
Isopoda NI 0,3 2,1 0,3 4,8 0,3 3,6
Flabellifera 0,2 3,2 0,1 1,8
Hiperiidea 0,5 10,4 12,3 34,9 8,3 24,3
Mysidacea 8,7 2,1 0,4 2,9 0,9 0,1
Crustaceo NI 35,7 62,5 54,3 4,3 30,2 4,7 14,9 44,1 23,2
MOLLUSCA
Mollusca NI 0,0 4,2 0,0 0,0 20,6 0,0 0,0 13,5 0,0
CEPHALOPODA 1,2 29,2 0,4 0,0 9,5 0,0 0,4 18,0 0,1
Cephalopoda NI 0,0 27,1 0,0 0,0 9,5 0,0 0,0 17,1 0,0
Teuthida 1,2 2,1 0,1 0,4 0,9 0,0
TELEOSTEI 9,9 14,6 1,7 47,9 33,3 26,7 35,0 25,2 13,4
Myctophidae 2,5 3,2 0,3 1,7 1,8 0,1
Bregmacerotidae 0,7 2,1 0,0 0,2 0,9 0,0
Bregmaceros atlanticus 0,8 2,1 0,0 0,3 0,9 0,0
Serranidae 2,5 1,6 0,1 1,7 0,9 0,1
Synagrops bellus 14,9 6,3 3,5 9,8 3,6 1,3
Chlorophthalmus agassizi 6,0 1,6 0,4 4,0 0,9 0,1
Teleostei NI 8,3 12,5 2,5 22,0 20,6 16,6 17,4 17,1 10,5
Tabela 11 – Massa porcentual (M%), freqüência de ocorrência (O%) e índice alimentar (IA%) das presas
consumidas por Malacocephalus occidentalis, por local, no período de verão/outono de 2002, NI = não
identificado.
CRUSTACEA 26,8 88,4 58,1 87,9 96,5 98,3 60,6 93,0 89,8
Crustacea NI 15,5 74,4 49,3 21,7 66,7 25,6 18,9 70,0 37,4
Copepoda 0,0 1,8 0,0 0,0 1,0 0,0
Malacostraca 0,3 2,3 0,0 1,8 0,1 2,0
Decapoda (total) 9,3 25,6 10,1 65,9 63,2 73,6 40,6 47,0 53,8
Decapoda NI 1,9 14,0 9,1 17,5 5,9 16,0
Penaeidea 8,4 3,5 4,6 2,0
Penaeidae 6,4 5,3 3,6 3,0
Caridea 3,9 9,3 3,6 1,8 3,7 5,0
Anomura 0,8 4,7 3,8 8,8 2,5 7,0
Munida sp. 0,4 2,3 1,9 7,0 1,2 5,0
Munida flinti 2,4 7,0 30,4 31,6 17,9 21,0
Brachyura 2,3 7,0 1,3 4,0
Gammaridea 0,0 4,7 0,0 1,8 0,0 3,0
Isopoda (total) 1,6 11,6 0,8 0,3 3,5 0,0 0,9 7,0 0,2
Isopoda NI 0,1 2,3 0,0 1,0
Flabellifera 1,6 9,3 0,3 3,5 0,8 6,0
Mysidacea 0,0 3,5 0,0 0,0 2,0 0,0
CEPHALOPODA 1,1 25,6 0,7 2,5 17,5 0,5 1,9 21,0 0,6
Cephalopoda NI 1,1 25,6 1,2 0,2 15,8 0,1 0,6 20,0 0,4
Octopoda NI 2,2 1,8 0,1 1,2 1,0 0,0
TELEOSTEI 72,1 23,3 41,2 9,6 10,5 1,2 37,5 16,0 9,6
Teleostei NI 51,5 16,3 35,7 3,8 7,0 0,5 25,1 11,0 7,8
Chlorophthalmus agassizi 12,4 2,3 1,2 5,5 1,0 0,2
Myctophidae 8,2 4,7 1,6 3,7 2,0 0,2
Diodontidae 3,6 1,8 0,1 2,0 1,0 0,1
Tetraodontiformes 2,2 1,8 0,1 1,2 1,0 0,0
A dieta da espécie foi semelhante nos dois períodos e nas duas regiões, destacando-
se os crustáceos decápodes (camarões e anomuros) (Fig. 5). Os isópodes foram importantes
no RJ/SP, durante o inverno. Os teleósteos de hábitos pelágicos e demersais também foram
importantes na alimentação dessa espécie no talude do RJ/SP (inverno) e SC/PR (verão).
Esses resultados estão de acordo com os observados no sul do Brasil, onde peixes e
invertebrados bentônicos (principalmente decápodes e isópodes) foram as principais pre-
sas da espécie (Martins, 2000, p. 131).
Macpherson & Roel (1987) verificaram que eufausiáceos, misidáceos e outros crus-
táceos foram os principais componentes da dieta dessa espécie nas águas da Namíbia.
Merrett et al. (1983), trabalhando com algumas espécies de Macrouridae do Oceano Atlân-
tico e da costa leste do Oceano Índico, observaram que a alimentação desses peixes basea-
va-se principalmente em crustáceos anfípodes.
Malacocephalus occidentalis
n = 48 n = 63 n = 43 n = 57
A 100%
Crustacea
80% Cephalopoda
Teleostei
60%
IA
40%
20%
0%
T T T T
Inverno/Primavera Verão/Outono
B 100%
Outros
80% Teleostei NI
Crustacea NI
60% IB-crustáceos
IA
IB-decápodes
40%
20%
0%
T T T T
Inverno/Primavera Verão/Outono
C
I-SC/PR-T
V-RJ/SP-T
UPGMA
I-RJ/SP-T
V-SC/PR-T
Porcentagem de Similaridade
64 70 76 82 88 94 100
Figura 5 – Índice alimentar (IA) das presas consumidas por Malacocephalus occidentalis, por grupos taxo-
nômicos (A) e funcionais (B). Dendograma de similaridade alimentar (C). T = talude, n = tamanho da amostra.
SC/PR = Santa Catarina/Paraná, RJ/SP = Rio de Janeiro/São Paulo.
O sarrão foi coletado apenas no talude, tendo sido analisado um total de 106 estô-
magos (Tab. 1). A espécie apresentou uma dieta variada, consumindo poliquetas, ofiurói-
des, crustáceos, cefalópodes e teleósteos. A importância dessas presas variou com a época
do ano e a área geográfica, refletindo-se em baixos valores de similaridade alimentar na
análise de agrupamento (Fig. 6).
No inverno, na região de SC/PR, os teleósteos (maioria não identificada) foram as
presas principais (Tab. 12, Fig. 6).
Tabela 12 – Massa porcentual (M%), freqüência de ocorrência (O%) e índice alimentar (IA%) das presas con-
sumidas por Helicolenus lahillei, por local, no período de inverno/primavera de 2001-2002, NI = não identifi-
cado.
POLYCHAETA 0,8 8,8 0,2 56,6 14,3 39,5 4,0 9,8 1,1
Polychaeta NI 0,8 8,8 0,2 0,8 7,3 0,2
Thyphloscolecidae 56,6 14,3 40,7 3,2 2,4 0,3
CRUSTACEA 9,8 58,8 14,7 4,3 28,6 6,0 9,2 53,7 13,7
Crustacea NI 3,7 32,4 4,1 0,0 14,3 0,0 2,7 24,4 2,9
Decapoda (total) 4,0 20,6 2,8 4,3 14,3 3,1 4,0 19,5 3,4
Decapoda NI 0,7 2,9 4,3 14,3 0,9 4,9
Munidopsis sp. 1,8 11,8 1,7 9,8
Penaeidae 3,2 8,8 3,1 7,3
Gammaridea 0,0 5,9 0,0 0,0 4,9 0,0
Mysidacea 0,0 2,9 0,0 0,0 2,4 0,0
OPHIUROIDEA 1,9 14,7 0,7 11,8 28,6 16,5 2,4 17,1 1,2
Ophiuroidea NI 1,9 14,7 0,9 11,8 28,6 17,0 2,4 17,1 1,8
TELEOSTEI 86,3 38,2 84,0 27,2 28,6 38,0 83,0 36,6 83,8
Teleostei NI 82,5 32,4 91,0 77,9 26,8 89,9
Myctophidae 2,9 5,9 0,6 2,8 4,9 0,6
Macrouridae 0,6 2,9 0,1 0,6 2,4 0,1
Bregmaceros sp. 0,3 2,9 0,0 27,2 28,6 39,2 1,8 7,3 0,6
Tabela 13 – Massa porcentual (M%), freqüência de ocorrência (O%) e índice alimentar (IA%) das presas con-
sumidas por Helicolenus lahillei, por local, no período de verão/outono de 2002, NI = não identificado,
CRUSTACEA 10,9 71,7 42,3 32,9 42,1 32,1 13,3 63,1 43,3
Crustacea NI 2,8 39,1 16,2 3,3 26,3 2,9 2,9 35,4 13,5
Euphausiacea 1,1 4,3 0,7 0,5 5,3 0,1 1,1 4,6 0,6
Decapoda (Total) 6,5 26,1 24,7 29,1 10,5 10,5 9,0 21,5 25,7
Decapoda NI 0,2 2,2 0,2 1,5
Penaeidea 2,2 2,2 17,6 5,3 3,9 3,1
Munida sp. 2,7 17,4 2,4 12,3
Munida constricta 0,8 2,2 0,8 1,5
Munida irrasa 0,0 0,0 11,5 5,3 1,3 1,5
Processidae 0,5 2,2 0,4 1,5
Flabellifera 0,4 6,5 0,4 0,4 4,6 0,2
CEPHALOPODA 72,4 8,7 34,0 1,5 10,5 0,4 64,6 9,2 30,8
Cephalopoda NI 26,6 4,3 16,8 1,5 10,5 0,5 23,8 6,2 19,4
Teuthida 1,2 2,2 0,4 1,1 1,5 0,2
Illex argentinus 44,6 4,3 28,3 39,7 3,1 16,2
TELEOSTEI 15,3 28,3 23,4 14,5 15,8 5,3 15,2 24,6 19,3
Teleostei NI 3,4 15,2 7,6 2,4 10,5 0,9 3,3 13,8 6,1
Stomiiformes 6,2 2,2 2,0 5,6 1,5 1,1
Myctophidae 0,8 4,3 0,5 0,8 3,1 0,3
Dactylopterus volitans 0,7 2,2 0,2 0,6 1,5 0,1
Bregmaceros atlanticus 1,1 2,2 0,4 1,0 1,5 0,2
Polymixia lowei 3,0 2,2 1,0 2,7 1,5 0,6
Maurolicus stehmanni 0,0 0,0 0,0 12,1 5,3 2,2 1,3 1,5 0,3
Helicolenus lahillei
n = 34 n=7 n = 46 n = 19
A 100%
Teleostei
80% Cephalopoda
Ophiuroidea
60% Polychaeta
IA
Crustacea
40%
20%
0%
T T T T
Inverno/Primavera Verão/Outono
B 100%
Outros
80% Teleostei NI
Peixes pelágicos
60% Cephalopoda NI
IA
Cefalópode nectônico
40%
Crustacea NI
20% IB-decápodes
IB-ofiuroide
0%
IB-poliqueta
T T T T
Inverno/Primavera Verão/Outono
C
V-RJ/SP-T
UPGMA
V-SC/PR-T
I-SC/PR-T
Porcentagem de Similaridade
28 40 52 64 76 88 100
Figura 6 – Índice alimentar (IA) das presas consumidas por Helicolenus lahillei, por grupos taxonômicos (A) e
funcionais (B). Dendograma de similaridade alimentar (C). V = verão, I = inverno, T = talude, n = tamanho da
amostra. SC/PR = Santa Catarina/Paraná, RJ/SP = Rio de Janeiro/São Paulo.
No total, foram analisados 387 exemplares coletados no talude das duas áreas
geográficas (Tab. 1). As presas identificadas nos conteúdos estomacais pertencem ao
grupo dos crustáceos, cefalópodes e teleósteos (Tabs. 14 e 15).
Tabela 14 – Massa porcentual (M%), freqüência de ocorrência (O%) e índice alimentar (IA%) das presas
consumidas por Polymixia lowei, por local, no período de inverno/primavera de 2001- 2002, NI = não iden-
tificado.
CRUSTACEA 41,1 59,2 54,6 36,0 59,0 35,1 39,1 59,1 46,7
Crustacea NI 9,7 21,1 8,6 17,2 41,0 17,6 12,5 28,2 13,0
Malacostraca 0,2 1,4 0,0 0,1 0,9 0,0
Decapoda (Total) 30,5 38,0 48,8 17,4 17,9 7,8 25,5 30,9 29,0
Decapoda NI 15,6 22,5 7,9 12,8 12,6 19,1
Leptochela sp. 4,0 2,6 1,5 0,9
Penaeidea 13,0 14,1 5,6 2,6 10,2 10,0
Munida sanctipauli 0,2 1,4 0,1 0,9
Palinuroidea 1,7 4,2 1,0 2,7
Gammaridea 0,0 1,4 0,0 0,0 0,9 0,0
Isopoda (Total) 0,7 4,2 0,1 1,3 5,1 0,2 0,9 4,5 0,2
Isopoda NI 0,6 1,4 0,3 0,9
Flabellifera 0,2 2,8 1,3 5,1 0,6 3,6
CEPHALOPODA 26,7 12,7 7,6 3,5 10,3 0,6 17,8 11,8 4,3
Cephalopoda NI 21,5 5,6 5,1 0,4 5,1 0,1 13,4 5,5 2,7
Teuthida 0,1 1,4 0,0 0,1 0,9 0,0
Illex argentinus 5,1 5,6 1,2 3,1 5,1 0,4 4,3 5,5 0,9
TELEOSTEI 32,3 52,1 37,8 60,5 64,1 64,3 43,1 56,4 49,1
Teleostei NI 21,8 36,6 33,6 47,5 61,5 73,0 31,6 45,5 52,8
Maurolicus sthemanni 4,3 5,6 1,0 4,9 2,6 0,3 4,5 4,5 0,8
Bregmaceros sp. 1,4 0,0 1,4 5,1 0,2 0,7 2,7 0,1
Bregmaceros atlanticus 5,5 7,0 1,6 3,4 4,5 0,6
Anoplogaster cornuta 0,5 1,4 0,0 0,3 0,9 0,0
Synagrops spinosus 6,7 2,6 0,4 2,6 0,9 0,1
escamas 4,2 2,6 3,6
Tabela 15 – Massa porcentual (M%), freqüência de ocorrência (O%) e índice alimentar (IA%) das presas con-
sumidas por Polymixia lowei, por local, no período de verão/outono de 2002, NI = não identificado.
CRUSTACEA 49,2 62,0 58,3 58,9 62,7 69,0 56,4 62,5 66,0
Crustacea NI 12,5 35,2 16,5 6,7 25,4 8,2 8,2 29,2 12,4
Copepoda 0,0 0,9 0,0 0,6 1,8 0,1 0,5 1,4 0,0
Euphausiacea 1,3 3,7 0,2 43,4 25,4 53,0 32,5 17,0 28,6
Decapoda (total) 33,5 28,7 36,0 8,0 14,8 5,7 14,6 20,2 15,3
Decapoda NI 5,4 3,7 1,7 3,0 2,6 3,2
Malacostraca 9,2 12,0 1,7 5,9 3,6 8,3
Penaeidea 8,4 8,3 3,4 3,0 4,7 5,1
Caridea 8,7 3,7 1,0 1,8 3,0 2,5
Anomura 0,8 1,9 0,2 0,7
Galatheoidea 1,1 0,9 0,0 0,6 0,3 0,7
Galatheidae 0,2 0,6 0,2 0,4
Amphipoda
Gammaridea 0,0 0,9 0,0 0,0 0,4 0,0
Isopoda (total) 1,5 6,5 0,4 0,2 3,6 0,0 0,5 4,7 0,1
Isopoda NI 0,0 0,9 0,0 0,4
Flabellifera 1,4 5,6 0,2 3,6 0,5 4,3
Mysidacea 0,4 0,9 0,0 0,1 0,4 0,0
CEPHALOPODA 7,5 18,5 2,6 4,1 14,8 1,1 5,0 16,2 1,5
Cephalopoda NI 4,6 15,7 2,7 0,8 7,7 0,3 1,8 10,8 1,0
Teuthida 2,9 3,7 0,4 2,3 7,1 0,8 2,4 5,8 0,7
Octopoda 1,0 0,6 0,0 0,8 0,4 0,0
TELEOSTEI 43,4 47,2 39,1 37,0 43,2 29,8 38,6 44,8 32,4
Teleostei NI 29,6 35,2 39,0 20,2 26,6 25,8 22,6 30,0 35,2
Bregmaceros atlanticus 10,3 12,0 4,7 8,9 13,6 5,8 9,2 13,0 6,2
Monolene sp. 1,6 0,6 0,0 1,2 0,4 0,0
Monolene antillarum 3,3 0,6 0,1 2,5 0,4 0,0
Myctophidae 3,4 0,9 0,1 2,4 1,8 0,2 2,6 1,4 0,2
Maurolicus stehmani 0,6 0,6 0,0 0,5 0,4 0,0
escamas 0,9 0,4
A similaridade alimentar entre as amostras foi alta, não havendo variação temporal
e espacial na dieta, predominando os crustáceos e teleósteos (Fig. 7). Os crustáceos decá-
podes foram importantes em todas as áreas e épocas analisadas, com exceção no RJ/SP
(verão), onde destacaram-se representantes do zooplâncton (eufausiáceos). Dentre os te-
leósteos identificados nos conteúdos estomacais, a maioria apresenta hábitos pelágicos
(bregmacerotídeos e mictofídeos).
Estudos sobre a alimentação da espécie são praticamente inexistentes, havendo re-
ferência sobre o consumo de cefalópodes em águas cubanas (Sierra et al., 1994). Na área
investigada no presente trabalho, a espécie também consumiu cefalópodes, porém estes
foram pouco importantes.
No sul do Brasil, a espécie foi classificada como generalista, se alimentando de te-
leósteos, zooplâncton e invertebrados bentônicos da infauna e epifauna, havendo uma pe-
quena contribuição de cefalópodes (Martins, 2000, p. 150).
Polymixia lowei
n = 71 n = 39 n = 108 n = 169
A 100%
Crustacea
80% Cephalopoda
Teleostei
60%
IA
40%
20%
0%
T T T T
Inverno/Primavera Verão/Outono
B 100%
Outros
80% Crustacea NI
IB-decápodes
60% Zooplâncton
IA
Peixes pelágicos
40%
Teleostei NI
20%
0%
T T T T
Inverno/Primavera Verão/Outono
C
I-RJ/SP-T
UPGMA
V-RJ/SP-T
I-SC/PR-T
Porcentagem de Similaridade
V-SC/PR-T
70 75 80 85 90 95 100
Figura 7 – Índice alimentar (IA) das presas consumidas por Polymixia lowei, por grupos taxonômicos (A) e fun-
cionais (B). Dendograma de similaridade alimentar (C). T = talude, n = tamanho da amostra. SC/PR = Santa
Catarina/Paraná, RJ/SP = Rio de Janeiro/São Paulo.
Família Berycidae
No total, foram examinados 65 estômagos dessa espécie (Tab. 1), que se alimentou
de crustáceos, cefalópodes e peixes teleósteos.
A alta similaridade alimentar entre as amostras do talude decorreu do consumo de
peixes por essa espécie, independente do local amostrado (Fig. 8). No período de verão, os
cefalópodes nectônicos (Illex argentinus) foram importantes no talude das duas regiões.
Foram identificadas várias espécies de peixes nos conteúdos estomacais, sendo a
maioria de hábitos bentônicos e demersais. Dentre essas, foram importantes a merluza
(Merluccius hubbsi), Synagrops bellus e Polymixia lowei (Tabs. 16 e 17, Fig. 8).
Tabela 16 – Massa porcentual (M%), frequência de ocorrência (O%) e índice alimentar (IA%) das presas con-
sumidas por Lophius gastrophysus, por local, no período de inverno/primavera de 2001-2002, NI = não iden-
tificado.
CRUSTACEA 0,4 11,1 0,0 0,0 6,7 0,0 0,2 7,7 0,0
Decapoda (total) 0,4 11,1 0,2 0,0 6,7 0,0 0,2 7,7 0,1
Decapoda NI 0,0 6,7 0,0 3,8
Penaeidea 0,4 11,1 0,2 3,8
CEPHALOPODA 4,6 11,1 0,5 25,1 20,0 7,2 14,4 15,4 2,7
Loligo sp. 24,0 13,3 14,4 12,2 7,7 6,9
Illex sp. 4,6 11,1 2,6 1,1 6,7 0,3 2,3 7,7 1,3
TELEOSTEI 95,0 100,0 99,4 100,0 100,0 100,0 74,9 86,7 92,8 85,4 92,3 97,2
Synagrops spinosus 2,0 11,1 1,1 3,9 13,3 2,3 2,7 11,5 2,3
Synagrops bellus 13,6 11,1 7,7 27,4 20,0 24,6 18,9 15,4 21,5
Urophycis brasiliensis 55,8 50,0 55,8 6,9 3,8 1,9
Merluccius hubbsi 37,1 22,2 42,0 14,4 13,3 8,7 21,0 15,4 23,8
Lepidopus altifrons 12,1 6,7 3,6 6,1 3,8 1,7
Macroramphosus scolopax 0,9 11,1 0,5 0,3 3,8 0,1
Bembrops heterurus 3,0 11,1 1,7 1,1 3,8 0,3
Polymixia lowei 37,6 22,2 42,6 13,9 7,7 7,9
Mullus argentinae 44,2 50,0 44,2 5,4 3,8 1,5
Teleostei NI 0,9 33,3 1,5 17,0 60,0 46,0 9,0 46,2 30,6
Tabela 17 – Massa porcentual (M%), freqüência de ocorrência (O%) e índice alimentar (IA%) das presas con-
sumidas por Lophius gastrophysus, por local, no período de verão/outono de 2002, NI = não identificado.
CEPHALOPODA 53,5 42,9 36,5 27,3 80,0 32,3 37,4 56,4 31,0
Cephalopoda NI 0,3 25,0 0,2 0,2 12,8 0,1
Illex argentinus 53,5 42,9 69,7 27,0 60,0 47,7 37,2 46,2 64,5
TELEOSTEI 100,0 100,0 100,0 46,5 85,7 63,5 100,0 100,0 100,0 70,3 65,0 67,6 61,1 76,9 69,0
Teleostei NI 100,0 100,0 100,0 9,6 50,0 14,6 93,4 100,0 95,5 1,3 25,0 1,0 5,5 43,6 9,0
Anguiliformes 1,0 7,1 0,2 0,4 2,6 0,0
Ariomma bondi 7,2 14,3 3,1 7,6 10,0 2,2 7,4 10,3 2,8
Bembrops heterurus 1,6 7,1 0,3 0,6 2,6 0,1
Peristedion sp. 2,5 7,1 0,5 1,0 2,6 0,1
Synagrops bellus 14,0 21,4 9,1 5,6 7,7 1,6
Synagrops spinosus 2,1 7,1 0,5 0,8 2,6 0,1
Polymixia lowei 3,9 7,1 0,9 31,9 20,0 18,8 20,5 12,8 9,9
Maurolicus stehmanni 6,6 66,7 4,5 0,0 5,1 0,0
Merluccius hubbsi 28,6 35,0 29,5 17,0 17,9 11,4
Caelorinchus marinii 4,6 7,1 1,0 1,8 2,6 0,2
Xenolepidichthys dagleishi 0,8 5,0 0,1 0,5 2,6 0,0
Lophius gastrophysus
IA
40%
20%
0%
T P T P T P T
Inverno/Primavera Verão/Outono
B 100%
Outros
80% Teleostei NI
Cefalópodes nectônicos
60% Peixes bentônicos
IA
Peixes demersais
40%
Peixes pelágicos
20%
0%
T P T P T P T
Inverno/Primavera Verão/Outono
C
V-RJ/SP-T
V-SC/PR-T
UPGMA
I-RJ/SP-T
Porcentagem de Similaridade
70 75 80 85 90 95 100
Figura 8 – Índice alimentar (IA) das presas consumidas por Lophius gastrophysus, por grupos taxonômicos
(A) e funcionais (B). Dendograma de similaridade alimentar (C). V = verão, I = inverno, T = talude, n = tamanho
da amostra. SC/PR = Santa Catarina/Paraná, RJ/SP = Rio de Janeiro/São Paulo.
Tabela 18 – Massa porcentual (M%), freqüência de ocorrência (O%) e índice alimentar (IA%) das presas con-
sumidas por Trichiurus lepturus, por local, no período de inverno/primavera de 2001-2002, NI = não identifi-
cado.
CRUSTACEA 2,9 40,0 1,5 3,6 25,3 1,2 2,6 12,5 0,4 3,5 24,0 1,1
Copepoda 0,0 20,0 0,0 0,0 1,0 0,0
Decapoda (Total) 3,6 25,3 2,9 2,6 12,5 0,4 3,4 21,0 2,3
Decapoda NI 2,2 16,0 2,6 12,5 2,1 14,0
Dendrobranchiata 1,4 8,0 1,3 6,0
Penaeidea 0,0 1,3 0,0 1,0
Isopoda 2,9 20,0 2,5 0,1 1,0 0,0
CEPHALOPODA 36,1 50,0 27,4 0,2 2,7 0,0 8,0 6,3 0,6 0,7 4,0 0,0
Loligo sp. 36,1 50,0 50,4 0,2 2,7 0,0 8,0 6,3 0,6 0,7 4,0 0,1
TELEOSTEI 63,9 75,0 72,6 97,1 80,0 98,5 96,2 76,0 98,8 89,4 87,5 99,0 95,7 78,0 98,8
Engraulidae 54,6 13,3 23,0 50,1 10,0 15,9
Selar crumenophthalmus 1,5 2,7 0,1 1,4 2,0 0,1
Trachurus lathami 56,8 25,0 39,7 0,4 1,0 0,0
Bregmaceros sp. 0,1 1,3 0,0 0,1 1,0 0,0
Zenopsis conchifera 90,1 20,0 79,0 3,2 1,0 0,1
Teleostei NI 7,1 50,0 9,9 7,0 60,0 18,4 40,0 58,7 74,0 89,4 87,5 99,0 40,7 63,0 81,5
Tabela 19 – Massa porcentual (M%), freqüência de ocorrência (O%) e índice alimentar (IA%) das presas con-
sumidas por Trichiurus lepturus, por local, no período de verão/outono de 2002. NI = não identificado.
CRUSTACEA 19,6 52,9 18,0 36,5 47,8 35,5 60,8 61,9 60,8 37,8 52,4 40,0
Crustacea NI 0,0 5,9 0,0 7,4 13,0 2,4 2,9 6,3 0,5
Euphausiacea 19,6 47,1 21,3 29,1 34,8 25,5 53,2 61,9 61,7 32,2 46,0 36,7
Stomatopoda 7,6 4,8 0,7 2,8 1,6 0,1
CEPHALOPODA 0,4 5,9 0,0 10,6 17,4 3,7 59,9 50 59,9 13,9 9,5 2,7
Illex sp. 0,4 5,9 0,1 10,6 17,4 4,6 59,9 50 59,9 13,9 9,5 3,3
TELEOSTEI 80,1 58,8 81,9 52,9 56,5 60,8 39,2 61,9 39,2 40,1 50 40,1 48,3 58,7 57,3
Teleostei NI 62,1 52,9 76,2 51,3 52,2 67,3 38,1 52,4 37,4 40,1 50 40,1 45,7 52,4 59,3
Tetradontidae 18,0 5,9 2,4 1,6 4,3 0,2 2,2 3,2 0,2
Maurolicus stehmanni 1,1 9,5 0,2 0,4 3,2 0,0
Trichiurus lepturus
IA
40%
20%
0%
P T P T P T P T
Inverno/Primavera Verão/Outono
B 100%
Outros
80% Cefalópodes nectônicos
Zooplâncton
60% Peixes demersais
IA
Teleostei NI
40%
20%
0%
P T P T P T P T
Inverno/Primavera Verão/Outono
C
V-RJ/SP-T
V-SC/PR-T
UPGMA
V-SC/PR-P
I-RJ/SP-T
I-RJ/SP-P
Porcentagem de Similaridade
52 60 68 76 84 92 100
Figura 9 – Índice alimentar (IA) das presas consumidas por Trichiurus lepturus, por grupos taxonômicos (A) e
funcionais (B). Dendograma de similaridade alimentar (C). V = verão, I = inverno, T = talude, n = tamanho da
amostra. SC/PR = Santa Catarina/Paraná, RJ/SP = Rio de Janeiro/São Paulo.
Tabela 20 – Massa porcentual (M%), freqüência de ocorrência (O%) e índice alimentar (IA%) das presas con-
sumidas por Zenopsis conchifera, por local, no período de inverno/primavera de 2001-2002. NI = não identi-
ficado.
CEPHALOPODA 1,0 4,6 0,1 1,1 2,4 0,0 1,0 3,3 0,0
Cephalopoda NI 0,1 3,1 0,0 0,0 1,3 0,0
Loligo sp. 1,1 2,4 0,1 0,7 1,3 0,0
Illex argentinus 0,9 1,5 0,1 0,3 0,7 0,0
TELEOSTEI 84,7 73,8 89,5 77,8 80,0 89,9 80,3 77,3 89,0
Teleostei NI 8,3 33,8 10,3 27,2 42,4 28,3 20,5 38,7 26,4
Maurolicus stehmanni 45,2 23,1 38,0 45,3 36,5 40,6 45,3 30,7 46,3
Saurida sp. 0,5 1,5 0,0 0,2 0,7 0,0
Parasudis truculenta 3,3 1,2 0,1 2,1 0,7 0,0
Helicolenus lahillei 11,7 1,5 0,7 4,2 0,7 0,1
Bregmaceros sp. 0,1 1,2 0,0 0,0 0,7 0,0
Myctophidae 9,5 12,3 4,3 1,8 2,4 0,1 4,6 6,7 1,0
Diaphus sp. 9,4 6,2 2,1 3,4 2,7 0,3
Tabela 21– Massa porcentual (M%), freq:uência de ocorrência (O%) e índice alimentar (IA%) das presas con-
sumidas por Zenopsis conchifera, por local, no período de verão/outono de 2002. NI = não identificado.
CRUSTACEA 100,0 100,0 100,0 37,3 65,1 31,6 63,1 55,6 63,1 22,3 69,2 27,0 24,3 67,1 24,0
Crustacea NI 7,9 20,0 2,1 3,7 30 2,9 0,0 7,7 0,0 0,3 21,4 0,4
Euphausiacea 92,1 80,0 97,9 33,6 35 30,5 63,1 55,6 76,9 22,3 61,5 64,8 24,0 45,7 62,6
CEPHALOPODA 0,0 0,0 0,0 0,4 7,7 0,1 0,4 1,4 0,0
Teuthida 0,4 7,7 0,2 0,4 1,4 0,0
TELEOSTEI 62,7 83,7 68,4 36,9 55,6 36,9 77,3 53,8 72,9 75,3 68,6 76,0
Teleostei NI 34,0 58 51,4 19,2 44,4 18,7 9,2 23,1 10,0 11,4 45,7 29,7
Myctophidae 1,1 5 0,1 0,6 15,4 0,5 0,7 5,7 0,2
Maurolicus stehmanni 27,7 21 15,1 17,7 11,1 4,3 2,6 14,3 2,1
Merluccius hubbsi 16,4 7,7 6,0 14,7 1,4 1,2
Polymixia lowei 40,2 7,7 14,6 36,1 1,4 2,9
Zenion hololepis 10,9 7,7 4,0 9,8 1,4 0,8
Zenopsis conchifera
n = 65 n = 85 n=5 n = 43 n=9 n = 13
A 100%
Crustácea
80% Cephalopoda
Teleóstei
60%
IA
40%
20%
0%
T T T T T T
Inverno/Primavera Verão/Outono
B 100%
Outros
80% Teleóstei NI
Peixes bentônicos
60% Peixes demersais
IA
Peixes pelágicos
40%
IB-decápodes
20% Zooplâncton
0%
T T T T T T
Inverno/Primavera Verão/Outono
V-RJ/SP-T
C
V-SC/PR-T
UPGMA
I-RJ/SP-T
I-SC/PR-T
Porcentagem de Similaridade
76 80 84 88 92 96 100
Figura 10 – Índice alimentar (IA) das presas consumidas por Zenopsis conchifera, por grupos taxonômicos (A)
e funcionais (B). Dendograma de similaridade alimentar (C). V = verão, I = inverno, T = talude, n = tamanho da
amostra. SC/PR = Santa Catarina/Paraná, RJ/SP = Rio de Janeiro/São Paulo.
COMPARAÇÕES
INTERESPECÍFICAS (TALUDE)
A
s espécies investigadas apresentaram dietas baseadas em uma grande variedade
de presas pertencentes aos seguintes grupos taxonômicos: Foraminifera, Anellida
(Polychaeta), Crustacea, Echinodermata (Ophiuroidea), Mollusca (Gastropoda e
Cephalopoda) e Teleostei. Dentre esses itens, os principais recursos alimentares foram os
crustáceos decápodes, as lulas e os peixes teleósteos pertencentes a várias famílias.
Através da análise de agrupamento baseada nos grupos taxonômicos superiores
das presas principais, no período de inverno/primavera, verificou-se a formação de três
grandes grupos tróficos (Fig. 11A):
I) espécies predominantemente piscívoras, formado por Lophius gastrophysus,
Trichiurus lepturus, Helicolenus lahilei e Zenopsis conchifera. As espécies Polymixia lowei e
Beryx splendens, capturadas no talude do RJ/SP, ficaram associadas a esse grupo.
II) espécies que se alimentaram principalmente de crustáceos, formado pelas duas
espécies de macrurídeos (Malacocephalus occidentalis e Caelorhinchus marinii) e
Bembrops heterurus. No talude de SC/PR, P. lowei esteve associada a esse grupo. Além
dos crustáceos, teleósteos também foram importantes na dieta dessas espécies,
exceto para M. occidentalis.
III) espécie que se alimentou principalmente de crustáceos e cefalópodes (lulas),
representado por B. splendens capturada no talude de SC/PR.
No período de verão/outono, foram observados quatro grupos (Fig. 11B):
I) espécies predominantemente piscívoras, formado por L. gastrophysus, T. lepturus, C.
marinii e Z. conchifera. No talude de SC/PR, B. splendens ficou associada a esse grupo.
II) espécies que se alimentaram principalmente de crustáceos,formado por M.occidentalis,
B.heterurus e P.lowei Além de crustáceos,teleósteos também foram importantes na dieta de
P.lowei nas duas regiões, e na de M.occidentalis no talude de SC/PR.
III) espécies que se alimentaram predominantemente de cefalópodes (lulas), formado
por H. lahillei (SC/PR) e B. splendens (RJ/SP).
IV) espécie que se alimentou principalmente de ofiuróides, formado pelo sarrão H.
lahillei (RJ/SP).
O resumo das principais presas de cada espécie, por área geográfica e época do ano
está apresentado na Tabela 22.
Uma análise mais detalhada das espécies classificadas como piscívoras revela que
Z. conchifera consumiu principalmente espécies pelágicas. Em determinadas épocas do
ano e locais, esse recurso alimentar foi compartilhado com B.splendens, B.heterurus, C.marinii,
H. lahillei e P. lowei. Em algumas amostras, apesar do avançado estado de digestão dos te-
leósteos consumidos por essas espécies, verificou-se que as mesmas se alimentaram de es-
pécies de hábitos mesopelágicos, como Maurolicus stehmanni, mictofídeos e bregmacerotí-
deos. Constatou-se, nos cruzeiros de prospecção pelágica, que essas espécies compõem
grandes cardumes multiespecíficos na área estudada, realizando migrações verticais diárias
(Soares, 2002). A biomassa de M.stehmanni estimada através de método hidroacústico, com
dados coletados na primavera de 1997, foi de cerca de um milhão de toneladas na área
delimitada pelas isóbatas de 100 e 1500 m, na Região Sul-Sudeste do Brasil (Greig, 2000).
Essa espécie está associada à quebra de plataforma e talude, migrando para profundidades
menores durante a noite e permanecendo em profundidades superiores a 200 m durante o
A – Inverno/Primavera (Talude)
T2
L2
Z2
Z1
Peixes H1
P2
B2
Crustáceos e Peixes M1
UPGMA
P1
C2
Bh2
C1
M2
Bh1
Crustáceos e Cefalópodes
B1
Porcentagem de Similaridade
40 50 60 70 80 90 100
B – Verão/Outono (Talude)
H4
Ofiuróides
P4
P3
UPGMA
Crustáceos e Peixes M3
M4
Bh4
Bh3
Cefalópodes H3
B4
C3
C4
Z4
Z3
Peixes T3
L4
L3
B3
Porcentagem de Similaridade
28 40 52 64 76 88 100
Figura 11 – Dendograma de similaridade da dieta dos peixes no sistema de talude, nos períodos de
Inverno/Primavera (A) e Verão/Outono (B). B = Beryx splendens, Bh = Bembrops heterurus, C = Caelorhinchus
marinii, H = Heliocolenus lahillei, L = Lophius gastrophysus, M = Malacocephalus occidentalis, P = Polymixia
lowei, T = Trichiurus lepturus, Z = Zenopsis conchifera. 1 e 3 = Santa Catarina/Paraná; 2 e 4 = Rio de Janeiro/
São Paulo.
Tabela 22– Resumo das principais presas consumidas pelas espécies de peixes estudadas, no talude de
SC/PR e RJ/SP, no período de inverno/primavera e verão/outono. BESP = B. splendens, BEHE = B. heterurus,
CAMA = C. marinii, HELA = H. lahillei, LOGA = L. gastrophysus, MAOC = M. occidentalis, POLO = P. lowei,
TRLE = T. lepturus, ZECO = Z. conchifera.
Inverno/Primavera Verão/Outono
PRESA PRINCIPAL SC/PR RJ/SP SC/PR RJ/SP
OPHIUROIDEA HELA
dia, quando provavelmente se torna disponível para as espécies estudadas (Almeida, 2001).
Por outro lado, L.gastrophysus explora principalmente peixes demersais de diversas es-
pécies,destacando-se a merluza e Polymixia lowei, recursos abundantes na área (REVIZEE,2002).
No talude, a maioria dos peixes consumidos pelo peixe-espada (T. lepturus) não foi
identificada. Na região de SC/PR foram analisados cinco exemplares no inverno, para os
quais Z. conchifera foi uma espécie importante, diferentemente da plataforma, onde os en-
graulídeos e carangídeos (Trachurus lathami) foram os principais peixes na dieta da espé-
cie. Pucci (2004) obteve os mesmos resultados na plataforma de Cabo Frio e Ubatuba.
Entre as espécies que consumiram principalmente crustáceos,B.heterurus e M.occiden-
talis apresentaram uma dieta bastante uniforme temporalmente,nas duas regiões,consumin-
do principalmente decápodes. No talude de SC/PR, esse recurso foi compartilhado com P. lo-
wei, nos dois períodos. No verão, entre os crustáceos consumidos por C.marinii, a maioria não
foi identificada,no entanto,destacaram-se os decápodes (RJ/SP) e os isópodes (SC/PR).Peque-
nos crustáceos zooplanctônicos, representados pelos eufausiáceos, foram presas particular-
mente importantes para T.lepturus, P.lowei e Z.conchifera, no período de verão.
O principal recurso bentônico utilizado foi crustáceos decápodes, representados
principalmente por anomuros do gênero Munida. Além desses, os ofiuróides foram impor-
tantes na alimentação de Helicolenus lahillei na região do RJ/SP. Estudos quantitativos da
fauna de invertebrados bentônicos da região de quebra de plataforma e talude da região
de Ubatuba indicam que a fauna bentônica é dominada pelos equinodermos (principal-
mente ofiuróides), crustáceos, poliquetas e cnidários, constituindo juntos 87% da abun-
dância (Sumida, 1994). Em Cabo Frio, De Léo (2003) obteve resultados semelhantes em re-
lação à macrofauna bentônica, porém os moluscos também foram abundantes. Esses auto-
res verificaram que, dentre os crustáceos, destacaram-se os decápodes, especialmente os
galateídeos do gênero Munida e os camarões peneídeos. Estudos realizados junto ao Pro-
grama REVIZEE sobre a macrofauna bentônica da quebra de plataforma e talude, entre Ca-
bo de São Tomé e Chuí, revelam que os crustáceos e ofiuróides são abundantes e apresen-
tam alta biomassa na área estudada, representando dessa forma, uma importante fonte de
alimento para os organismos que se alimentam da epifauna e da endofauna (Amaral, et al.
2005). Por serem representativos na dieta de algumas espécies, os decápodes, ofiuróides e
isópodes foram representados no diagrama da Figura 12. Embora as interações tróficas
Merluza Peixes
bentônicos
Page 52
Lulas
Engraulídeos
Peixes mesopelágicos
Fitoplâncton Detrito
Figura 12 – Diagrama das principais interações tróficas de nove espécies, no sistema de talude da Zona Econômica Exclusiva da Região Sudeste-Sul do Brasil.
REVIZEE_ALIMENTAÇAO/4ª 9/22/05 8:31 AM Page 53
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O
s principais recursos alimentares utilizados pelas espécies de peixes investigadas
foram peixes teleósteos, crustáceos e cefalópodes. Os ofiuróides também foram
presas importantes para o sarrão Helicolenus lahillei.
A maioria das espécies não apresentou variação temporal e espacial na dieta, com
exceção de Beryx splendens e Helicolenus lahillei. Essas duas espécies apresentaram maior
plasticidade alimentar em relação às outras, consumindo presas distintas, dependendo do
local e época do ano. Em geral, os cefalópodes foram mais importantes na dieta dos peixes
nos períodos de verão/outono, refletindo sua maior disponibilidade nesse período.
Os grupos tróficos identificados no talude foram piscívoros, comedores de crustá-
ceos e peixes teleósteos, comedores de cefalópodes, e comedores de ofiuróides. Para algu-
mas espécies a classificação nesses grupos variou com a época do ano e a área geográfica.
A dieta das espécies analisadas consistiu de um grande número de espécies de pei-
xes, de hábitos bentônicos, demersais e pelágicos. Dentre as espécies demersais, destacou-
se a merluza, umas das espécies mais abundantes nos cruzeiros de prospecção pesqueira
de demersais com rede de arrasto de fundo. Os pequenos peixes mesopelágicos - breg-
macerotídeos, mictofídeos e Maurolicus stehmani - também foram presas importantes.
A participação das espécies de peixes estudadas na cadeia de fundo é verificada
pela utilização de uma grande diversidade de invertebrados bentônicos, em especial os
decápodes anomuros, organismos abundantes na área investigada. O consumo de lulas e
peixes mesopelágicos indica a importância da fauna pelágica na manutenção da teia
trófica de fundo do talude superior, sendo o comportamento de migração vertical
importante componente na transferência de energia para a fauna bentônica.
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ANEXOS
Anexo 1 – Dados referentes aos 55 lances de arrasto de fundo realizados nos períodos de Inverno-Primavera 2001 e Inverno 2002, entre
100 e 600 metros de profundidade, na Região Sudeste-Sul do Brasil – Programa REVIZEE. P = plataforma externa, T = talude.
Área Data Lance P/T Latitude Longitude Profund. Temp. Temp. Salin. Salin.
arrasto (m) superf. Cº fundo Cº superfície fundo
INVERNO 2001
I. Sta. Catarina 05/08/01 0401 T 27°21,915 47°01,435 602 21,4 7 35,7 34,4
I. Sta. Catarina 05/08/01 0402 T 27°20,910 47°04,180 500 21,7 8 35,8 34,5
I. Sta. Catarina 05/08/01 0403 T 27°20,093 47°04,838 400 21,5 8,9 35,7 34,6
I. Sta. Catarina 05/08/01 0404 T 27°17,575 47°04,158 300 21,5 11,2 35,7 34,9
I. Sta. Catarina 06/08/01 0405 T 27°20,826 47°13,331 199 21,2 12 35,8 35,1
I. Sta. Catarina 06/08/01 0406 T 27°20,737 47°20,962 150 21,4 14 35,7 35,4
I. Sta. Catarina 06/08/01 0407 P 27°14,967 47°48,018 102 20,3 16 35,7 35,5
S. Franc.do Sul 07/08/01 0408 P 26°23,831 47°20,708 101 20,3 15 34,5 35,5
S. Franc.do Sul 07/08/01 0409 T 26°38,995 46°51,502 150 20,7 14,5 34,8 35,4
S. Franc.do Sul 07/08/01 0410 T 26°42,124 46°43,329 201 21,7 13,5 35,5 35,3
S. Franc.do Sul 19/09/01 0411 T 26°54,482 46°15,250 565 22,9 11 36,9 34,8
S. Franc.do Sul 13/10/01 0412 T 26°40,180 46°34,083 300 21,6 12 35,9 35,1
S. Franc.do Sul 13/10/01 0413 T 26°47,395 46°29,403 385 22 9,2 36 34,7
S. Franc.do Sul 13/10/01 0414 T 26°48,342 46°19,289 482 22 8 36,3 34,6
Paranaguá 14/10/01 0415 T 26°22,051 45°52,977 580 21,2 6 36,2 34,4
Paranaguá 14/10/01 0416 T 26°15,135 45°57,881 478 21,2 8,1 36 34,6
Paranaguá 14/10/01 0417 T 26°09,813 46°06,005 403 22,1 9,5 35,8 34,7
Paranaguá 14/10/01 0418 T 26°06,216 46°11,264 298 22 11,5 35,8 34,9
Paranaguá 14/10/01 0419 T 26°03,928 46°16,406 198 22 12,9 35,7 35,2
Paranaguá 15/10/01 0420 T 26°00,363 46°23,132 149 21,6 11,1 35,9 35,1
Paranaguá 15/10/01 0421 P 25°44,977 46°47,994 102 21 10,7 35,4 34,8
Santos 15/10/01 0422 P 25°17,505 46°01,687 102
Santos 16/10/01 0423 P 25°38,236 45°25,526 150
Santos 16/10/01 0424 T 25°45,547 45°15,709 233
Santos 16/10/01 0425 T 25°46,788 45°10,425 610
Santos 16/10/01 0426 T 25°46,118 45°11,813 506
Santos 16/10/01 0427 T 25°45,156 45°12,224 404
São Sebastião 17/10/01 0428 P 24°56,420 44°48,886 151
São Sebastião 17/10/01 0429 P 24°40,401 45°06,381 100
São Sebastião 21/10/01 0530 T 24°55,016 44°32,265 603
São Sebastião 21/10/01 0531 T 24°53,575 44°33,249 515
São Sebastião 21/10/01 0531 B T 24°53,118 44°32,920 505
São Sebastião 21/10/01 0532 T 24°51,996 44°35,760 400
São Sebastião 21/10/01 0533 T 24°51,160 44°37,760 323
São Sebastião 21/10/01 0534 T 24°49,069 44°40,479 206
INVERNO 2002
Baía da Guanabara 25/06/02 0601 P 23°08,676 42°29,681 100 22,8 18,5 34,8 35,7
Baía da Guanabara 26/06/02 0602 T 23°36,038 42°17,511 161 24 15,6 36,3 35,6
Baía da Guanabara 26/06/02 0603 T 23°39,344 42°15,199 248 23,8 15,7 36,5 35,5
Baía da Guanabara 26/06/02 0604 T 23°40,185 42°12,424 309 23,9 14,2 36,6 35,4
Baía da Guanabara 26/06/02 0605 T 23°41,875 42°13,956 409 24 12,8 35,6 35,1
Baía da Guanabara 26/06/02 0606 T 23°44,277 42°12,097 517 24 9,5 36,6 34,7
Baía da Guanabara 26/06/02 0607 T 23°47,174 42°08,000 593 24 7,8 36,6 34,5
Ilha Grande 26/06/02 0608 P 23º26,036 43°24,574 99 23 17,8 35,2 35,7
Ilha Grande 28/06/02 0609 T 23°53,620 43°11,803 149 24,2 15,9 36,8 35,6
Ilha Grande 28/06/02 0610 T 24°00,817 43°07,977 299 24,3 12,5 36,9 35,1
Ilha Grande 28/06/02 0611 T 24°02,729 43°07,992 400 24,5 10,5 36,9 34,8
Ilha Grande 28/06/02 0612 T 24°05,221 43°07,292 501 24,3 8,2 36,9 34,6
Ilha Grande 28/06/02 0613 T 24°07,861 43°04,090 597 24,1 7 36,8 34,4
Ubatuba 29/06/02 0614 T 24°29,984 44°01,891 601 25 8 37,1 34,6
Ubatuba 29/06/02 0615 T 24°27,125 44°06,793 502 25 9,5 37,2 34,7
Ubatuba 29/06/02 0616 T 24°23,862 44°09,124 404 24 10,5 36,8 34,8
Ubatuba 29/06/02 0617 T 24°21,396 44°08,416 299 23,5 11,4 36,2 34,9
Ubatuba 29/06/02 0618 T 24°18,756 44°11,638 188 23,4 12,2 35,9 35,1
Ubatuba 29/06/02 0619 T 24°13,814 44°16,453 148 23 15,5 35,6 35,5
Ubatuba 30/06/02 0620 P 23°56,543 44°28,977 98 22 15,9 35,1 35,5
Anexo 2 – Dados referentes aos 56 lances de arrasto de fundo realizados no período de Verão-Outono de 2002, entre 100 e 600 metros
de profundidade, na Região Sudeste-Sul – Programa REVIZEE. P = plataforma externa, T = talude.
Área Data Lance P/T Latitude Longitude Profund. Temp. Temp. Salin. Salin.
arrasto (m) superf. Cº fundo Cº superfície fundo
VERÃO 2002
I. Santa Catarina 21/02/02 1001 T 27°22,098 47°01,291 600 26,3 6,23 34,3 35,6
I. Santa Catarina 21/02/02 1002 T 27°21,059 47°04,360 500 26,2 8,23 34,5 35,6
I. Santa Catarina 21/02/02 1003 T 27°20,585 47°05,120 404 26,1 9,91 34,7 35,7
I. Santa Catarina 23/02/02 1004 T 27°20,707 47°06,634 303 25,8 11,3 34,9 35,6
I. Santa Catarina 23/02/02 1005 T 27°19,826 47°12,447 201 25,8 13,5 35,2 35,7
I. Santa Catarina 23/02/02 1006 T 27°20,519 47°20,785 151 26,2 14,8 35,4 35,6
I. Santa Catarina 23/02/02 1007 P 27°15,556 47°48,656 102 26,4 14,1 35,3 35,6
S. Francisco do Sul 24/02/02 1008 P 26°23,875 47°21,194 100
S. Francisco do Sul 24/02/02 1009 T 26°38,740 46°51,068 152 26,1 13,6 35,2 35,7
S. Francisco do Sul 25/02/02 1010 T 26°41,760 46°43,254 200 25,6 13,6 35,2 35,9
S. Francisco do Sul 25/02/02 1011 T 26°45,844 46°34,529 303 26 12,7 35,1 36,8
S. Francisco do Sul 25/02/02 1012 T 26°47,232 46°28,255 386 26,1 12,1 35 36,8
S. Francisco do Sul 25/02/02 1013 T 26°52,518 46°43,034 492 26,3 8 34,5 36,8
S. Francisco do Sul 25/02/02 1014 T 26°55,426 46°15,817 571 26,4 7,5 34,5 36,8
Paranaguá 26/02/02 1015 T 26°22,904 45°53,431 584 25,9 5,9 34,3 35,7
Paranaguá 26/02/02 1016 T 26°13,401 45°53,069 489 25,8 7,4 34,4 35,9
Paranaguá 26/02/02 1017 T 26°10,080 46°06,015 406 25,9 10,7 34,8 35,7
Paranaguá 26/02/02 1018 T 26°06,680 46°11,778 300 25,7 12,8 35,1 35,5
Paranaguá 26/02/02 1019 T 26°04,222 46°16,584 200 25,7 13,7 35,2 35,7
Paranaguá 27/02/02 1020 T 26°00,400 46°22,707 152 25,7 13,8 35,2 35,6
Paranaguá 27/02/02 1021 P 25°40,645 46°44,349 100 26,1 13,9 35,2 35,5
Sul de São Paulo 17/04/02 1122 P 25°17,488 46°02,226 100 26 14,1 35,3 35,4
Sul de São Paulo 18/04/02 1123 P 25°38,532 45°45,702 150 25,3 13,9 35,3 35,7
Não foi encontrada área arrastável na faixa dos 200 m estação 1124
Sul de São Paulo 18/04/02 1125 T 25°45,002 45°13,676 303 25,4 12,5 35,1 36
Sul de São Paulo 18/04/02 1126 T 25°44,920 45°11,886 408 25,7 10,8 34,8 36,3
Sul de São Paulo 19/04/02 1127 T 25°45,655 45°11,271 507 25,5 8,9 34,6 36
Sul de São Paulo 19/04/02 1128 T 25°46,784 45°10,232 619 25,5 8 34,5 36,1
São Sebastião 19/04/02 1129 T 24°55,573 44°33,035 605 25,7 9,4 34,7 36,6
São Sebastião 20/04/02 1130 T 24°53,600 44°33,589 512 25,5 9,7 34,7 36,6
São Sebastião 20/04/02 1131 P 24°40,512 45°07,818 94 24,7 14,9 35,4 35,1
São Sebastião 21/04/02 1132 P 24°56,570 44°49,004 152
São Sebastião 21/04/02 1133 T 24°50,547 44°41,550 203 25,5 14,7 35,4 36,6
São Sebastião 21/04/02 1134 T 24°51,578 44°37,947 330 25,6 11,8 35 36,6
São Sebastião 21/04/02 1135 T 24°52,294 44°36,025 402 26,2 10,7 34,8 36,8
Ubatuba 22/04/02 1136 P 23°57,850 44°30,734 100 24 15,2 35,4 35,6
Ubatuba 22/04/02 1137 T 24°13,873 44°16,317 150 25 13,8 35,3 36,5
Ubatuba 22/04/02 1138 T 24°19,340 44°13,249 189 24,3 14 35,3 36,3
Ubatuba 22/04/02 1139 T 24°21,523 44°08,154 309 24,5 13 35,1 36,5
Ubatuba 23/04/02 1140 T 24°23,590 44°08,799 399 25,5 12,2 35 36,7
Ubatuba 23/04/02 1141 T 24°26,115 44°05,014 491 26,9 9,1 34,6 37
Ubatuba 23/04/02 1142 T 24°29,576 44°01,143 601 27,3 7,4 34,4 37
Ilha Grande 25/04/02 1243 P 23°26,578 43°25,523 100 22,3 14,2 35,3 35,5
Ilha Grande 25/04/02 1244 T 23°53,690 43°11,958 149 27,2 16,4 35,7 37
Ilha Grande 25/04/02 1245 T 23°59,119 43°10,611 197 27,1 15 35,4 37
Ilha Grande 25/04/02 1246 T 24°01,160 43°08,468 300 27,3 13,1 35,1 36,9
Ilha Grande 26/04/02 1247 T 24°03,190 43°08,817 391 27,2 10,4 34,8 37,1
Ilha Grande 26/04/02 1248 T 24°05,760 43°07,028 500 27,3 8,67 34,6 37,1
Ilha Grande 26/04/02 1249 T 24°02,200 43°04,725 602 6,53 34,4
Baía da Guanabara 27/04/02 1250 P 23°09,414 42°31,130 98 24,1 13,8 35,3 36,2
Baía da Guanabara 27/04/02 1251 T 23°35,904 42°17,212 162 27 16,1 35,6 37
Baía da Guanabara 27/04/02 1252 T 23°39,241 42°14,699 246 27 15,5 35,5 37
Baía da Guanabara 28/04/02 1253 T 23°40,234 42°13,675 305 26,1 12,3 35 36,7
Baía da Guanabara 28/04/02 1254 T 23°41,882 42°13,434 411 25,9 10,5 34,8 36,7
Baía da Guanabara 28/04/02 1255 T 23°43,926 42°10,247 508 26 8,2 34,5 36,8
Baía da Guanabara 28/04/02 1256 T 23°47,589 42°09,699 603 25,8 6,8 34,4 36,6
Cabo Frio 30/04/02 1257 P 23°05,468 42°03,233 101 23,1 13,7 35,2 36
AGRADECIMENTOS
A
o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pela
concessão de bolsas de pesquisa. Ao Prof. Dr. Gustavo Augusto Schmidt de Melo
(Museu de Zoologia da USP) pelo auxílio na identificação dos crustáceos; à Dra.
Roberta Aguiar dos Santos (CEPSUL/IBAMA) pela identificação dos cefalópodes; e às biólo-
gas Amanda Rodrigues Ricci e Kazuko Suzuki, pela identificação dos peixes. Ao MSc.
Marcelo Rodrigues (IOUSP) pela digitalização do mapa da margem continental da Região
Sul-Sudeste do Brasil. À Suzana Mitie Costiuc pela revisão do abstract. Ao Centro de
Pesquisas e Extensão Pesqueira das Regiões Sudeste e Sul (CEPSUL/IBAMA) pela embar-
cação utilizada e apoio logístico ao projeto. Ao Instituto de Pesca de Santos da Agência
Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (IP-APTA) pela concessão de suas instalações
para o armazenamento e processamento de amostras. A New Fish e a SERBOM pelo
armazenamento do material em câmara fria em São Paulo. Ao mestre Pedro Manuel da
Costa e tripulação do N/Pq “Soloncy Moura”, pelo empenho e disposição durante todos os
cruzeiros. À Maria Aparecida Martins dos Santos, pelo apoio nas atividades administrativas
e financeiras do projeto. Aos biólogos Caio de Azevedo Marques e Maria Raquel de
Carvalho pelo auxílio na obtenção de dados de alimentação. Aos alunos de graduação que
participaram dos embarques e triagens do material.