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AGROECOLOGIA

E SUAS VERTENTES

Ciência, prática ou movimento? Vamos conhecer algumas das


vertentes que compõem este vasto campo de conhecimento!
Prof. Arq. Brigitte Baum - EMJ/UMAPAZ

De uma forma geral, a Agroecologia é entendida como um método científico destinado


a apoiar a transição dos atuais modelos de desenvolvimento rural e de agricultura
convencionais para estilos de desenvolvimento rural e de agriculturas mais sustentáveis
(Caporal e Costabeber, 2000).

Não raro, tem-se confundido Agroecologia com um modelo de agricultura. Também é


comum confundir Agroecologia com a simples adoção de determinadas práticas ou
tecnologias agrícolas ambientalmente mais adequadas, ou com uma agricultura que não
usa agrotóxico. Ou, simplesmente, com a substituição de insumos.

A Agroecologia tem como propósito proporcionar as bases científicas (princípios,


conceitos e metodologias) necessárias para a implantação de agriculturas mais
sustentáveis. A partir de um olhar sistêmico, adota-se o agroecossistema.

Agroecossistema é a unidade fundamental de estudo, nos quais ciclos minerais,


transformações energéticas, processos biológicos e relações socioeconômicas são vistas
e analisadas em conjunto. Sob o ponto de vista da pesquisa agroecológica, os objetivos
não são a maximização da produção de uma atividade particular, mas a otimização do
agroecossistema como um todo, o que significa a necessidade de uma maior ênfase ao
conhecimento, à análise e à interpretação das complexas relações existentes entre
pessoas, cultivos, solos, águas e animais (Altieri, 1989).

Sempre que adotamos enfoque agroecológico procuramos impactos positivos e


crescentes em todas as dimensões da agricultura e da vida humana.

Dimensão ambiental: fertilidade crescente do solo, biodiversidade, conservação dos


corpos d’agua, eliminação de substâncias tóxicas nas culturas e no ambiente.

Dimensão econômica, social e cultural: proporcionar equidade de renda; ajuda mútua,


cooperativismo ou apoio visando a autonomia e o empoderamento do agricultor;
valorização da agricultura familiar; reconhecer e trabalhar com o conhecimento popular;
valorizar rituais e culturas ancestrais.

Fonte: http://planetaorganico.com.br/site/wp-content/uploads/2009/07/arvore-300x173.gif

A Agroecologia é um campo do conhecimento historicamente constituído por diversas


vertentes ou estilos. Todos eles diferem entre si em determinados aspectos, tanto
tecnológicos quanto de concepção sociológica, antropológica, filosófica. Como veremos
a seguir, a Agroecologia é tão diversa quanto a própria sociedade.

VERTENTES da AGROECOLOGIA
1 – AGRICULTURA ORGÂNICA

As origens da Agricultura Orgânica remontam a 1905, quando Sir Albert Howard


trabalhou como conselheiro agrícola na Estação Experimental de Pusa (Índia). Com
grande senso de observação, estudou a cultura agrícola dos camponeses, em especial
suas práticas de compostagem. Baseado em estudos e em experimentação de 40 anos
sobre a fertilidade do solo, concluiu que o húmus é fundamental como fração do solo
capaz de sustentar e recompor a fertilidade por meio de um processo biológico natural.
Desenvolveu o processo indore de compostagem.

Em 1943, de volta à Inglaterra, lançou o livro “Um Testamento Agrícola”, detalhando o


processo indore e sua aplicação em vários centros ao redor do mundo, além de abordar
temas inéditos como a associação do tipo micorrízica e a adubação verde.

Suas ideias não tiveram aceitação, pois já estava em curso uma agricultura industrial,
com um conjunto de medidas e a promoção de técnicas como a melhoria genética e a
aplicação de adubos químicos, o que viria a ser conhecido como “revolução verde”.

Entretanto, seus ensinamentos não foram esquecidos. A partir 1940, J.I.Rodale iniciou a
prática de Agricultura Orgânica na Pensilvânia (EUA). Em 1948, lançou revistas sobre
Agricultura Orgânica nos EUA e, a partir da década de 1970, impulsionado pelo
movimento ambientalista, surgiu a primeira lei de Alimentos Orgânicos da Califórnia
(The California Organic Foods Act 1979).


Agricultura Orgânica no Brasil

Pesquisadores e professores de universidades, como Sebastião Pinheiro e Irene


Cardoso, contribuíram para a Agricultura Orgânica no Brasil, embora a mais marcante
cientista dessa área tenha sido a agrônoma Ana Maria Primavesi.


Fonte: https://i.pinimg.com/originals/08/d0/ff/08d0ffdc370a470ce0207b5351963343.jpg

Ana Maria Primavesi (1920-2020), nascida na Suíça, chegou ao Brasil no pós-guerra.


Professora e pesquisadora na Universidade Federal de Santa Maria (RS), ela fundou e
chefiou laboratórios de química e biologia do solo. Publicou inúmeros livros, enfatizando
as peculiaridades do solo tropical e suas diferenças com o solo temperado. Foi a primeira
a falar em “solo vivo”. Ressaltou a importância da cobertura permanente do solo para
a manutenção dos microrganismos e da estrutura do solo, protegendo-o do Sol e das
chuvas tropicais. Primavesi pesquisou micronutrientes específicos para as plantas.

















Fonte:
https://images-na.ssl-images-amazon.com/images/I/51ZSW-A
Fonte: https://anamariaprimavesi.com.br/wp-content/uploads/2019/03/agroecologia-ecosfera-
tecnosfera-e-agricultura-copiar.jpgvNqL._SX348_BO1,204,203,200_.jpgFonte:
https://anamariaprimavesi.com.br/wp-content/uploads/2019/03/algumas-plantas-indicadoras_-como-
reconhecer-os-problemas-de-um-solo.jpg
No Brasil, somente em dezembro de 2003 foi publicada a Lei 10.831, regulamentada
pelo Decreto 6.323 de dezembro de 2007, definindo os critérios para a produção de
alimentos orgânicos no país.

No site do MAPA – Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento podemos


encontrar as definições de ORGÂNICO, o Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos e
as Fichas Agroecológicas, que visam disponibilizar informação técnica sobre tecnologias
apropriadas aos sistemas orgânicos de produção, de forma resumida, em linguagem
simples e acessível aos produtores rurais. Podemos encontrar indicações sobre plantas
para adubação verde, por exemplo, ou receitas de preparo de biofertilizantes e caldas,
além de práticas conservacionistas como diversificação de culturas, quebra-ventos e
cordões de isolamento e consórcios.

Fonte: https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sustentabilidade/organicos/fichas-
agroecologicas

Bibliografia

CAPORAL, F.R. (org), PAULUS, G., COSTABEBER, J.A. Agroecologia: uma ciência do
campo da complexidade. Brasilia, 2009

https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sustentabilidade/organicos

https://anamariaprimavesi.com.br/

2 - AGRICULTURA BIODINÂMICA

A Antroposofia é uma ciência espiritual desenvolvida pelo filósofo austríaco Rudolf


Steiner (1861-1925) que propõe uma forma livre e responsável de pensar, perceber a
realidade e atuar, observando e respeitando o ser humano e a realidade na qual está
inserido.
Em 1924 proferiu uma série de conferências para agricultores na cidade de Koberwitz
(Alemanha), dando início ao Movimento Biodinâmico, que inclui Medicina
Antroposófica, Pedagogia Waldorf , Euritmia e Agricultura Biodinâmica.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Rudolf_Steiner

Organismo Agrícola

É o conceito mais importante desta linha de agricultura. O princípio básico de uma


propriedade rural é a sua relação com a VIDA e com os ritmos astronômicos que estão
constantemente atuando sobre a Terra - o Sol, a Lua e as estações do ano. Trata-se da
integração de todos os elementos ambientais agrícolas, tais como campos cultivados,
hortas, pastos, pomares, florestas, capoeiras, rios e várzeas...

Fonte: Cartilha Associação Biodinâmica

O impulso da Agricultura Biodinâmica tem como consequência natural a renovação do


manejo agrícola, o saneamento do meio ambiente e a produção de alimentos de
qualidade para os seres humanos.


Preparados Biodinâmicos

Outro princípio básico é o uso de produtos à base de esterco de gado, sílica e plantas
medicinais, preparados de acordo com os ritmos das estações do ano e do Sol e
aplicados de forma homeopática no solo, composto orgânico e plantas.


Fonte: Cartilha Associação Biodinâmica

Ritmos Astronômicos

As grandes civilizações antigas desenvolveram a maioria das plantas comestíveis que


cultivamos hoje. A partir do conhecimento da astronomia e das forças vivas que atuam
na natureza, relacionaram como os eventos celestes ao longo do ano podiam influenciar
o cultivo. Surgiram os Calendários Agrícolas-Astronômicos que determinavam
diferentes tratos culturais realizados pelos agricultores de acordo com os ritmos do Sol,
da Lua, dos planetas e suas posições em relação às constelações das estrelas zodiacais.
Na visão da Agricultura Biodinâmica as plantas estão totalmente abertas à atuação
desses movimentos e ritmos, recebendo estímulos cósmicos benéficos que atuam
diretamente sobre o desenvolvimento de raízes, caules, folhas, flores e frutos.

1. Movimento Anual do Sol

O solstício e o equinócio marcam o início das estações do ano e estão relacionados à


incidência dos raios solares e à inclinação da Terra. O dia do solstício de verão (início do
verão) será o dia mais longo do ano, assim como o dia do solstício de inverno (início do
inverno), a noite mais longa.

Para fazer enxertos, por exemplo, o momento adequado é após o solstício de inverno,
quando o Sol começa a ascender, trazendo a seiva para a parte aérea da planta;

Já para adubar o solo, a melhor época será o início do outono, quando a natureza retoma
a atividade no solo;

Para a poda de árvores, arbustos ou frutíferas, são indicados os outonos invernais,


quando a seiva já desceu para as raízes.

2. Ritmo Trópico Lunar

A Lua imita esse movimento de ascensão e descenso anual do Sol, mas o faz em 28 dias,
em duas fases de 14 dias cada.

Lua descendente: período com qualidades outono-invernais, quando as forças são


impulsionadas para as raízes e órgãos subterrâneos (aplicar adubos, colher raízes,
preparar canteiros, semear adubação verde).

Lua ascendente: as forças e a seiva são impulsionados para a parte aérea da planta
(colheita de flores, aromáticas, folhosas, de talo e frutos, podas desvigorantes).


3. Ritmo da Terra

O começo da manhã corresponde à primavera diária, bom para colher hortaliças de


folha, talo, flores, frutos e aromáticas/ medicinais com maior teor de princípios ativos;

Ao final da tarde, colheita de raízes, transplante de mudas.

4. Ritmo Sinódico: Fases da Lua

Cada fase exerce uma força gravitacional diferente sobre a vida na Terra, provocando o
movimento da água e da seiva na planta:

Quarto minguante: a força gravitacional vai diminuindo, a seiva se concentra nas raízes;
bom para plantar raízes e tubérculos, germinação de sementes, fazer enxertos,
transplantes e podas;

Quarto crescente: seiva em ascensão, hora de semear e reproduzir plantas cujas partes
comestíveis são aéreas e dão frutos;

Para as comunidades tradicionais, a fase da Lua inicia 3 dias antes até 3 dias depois.

5. Ritmo anomalístico:

É a órbita que a Lua descreve ao redor da Terra. Por ser elíptica, há dois momentos
diferentes:

Perigeu: quando a Lua está mais próxima da Terra; desfavorável para realizar atividades
agrícolas em geral, predisposição para doenças fúngicas, principalmente em presença
de umidade/chuvas;

Apogeu: a Lua está mais longe da Terra;

Fonte: https://cdn.hipercultura.com/imagens/apogeu-e-perigeu-cke.jpg
6. Ritmo sideral

É a passagem da Lua em relação às 12 constelações do Zodíaco. A posição desses


conjuntos de estrelas pode influenciar neutra, positiva ou negativamente os processos
químicos, físicos e biológicos das plantas. Cada constelação representa um elemento da
natureza e atua sobre determinado órgão da planta:

Fruto: Áries, Leão e Sagitário (FOGO)

Raiz: Touro, Virgem e Capricórnio (TERRA)

Flor: Gêmeos, Libra e Aquário (AR)

Folha: Câncer, Escorpião e Peixes (ÁGUA)

Calendário Biodinâmico

Surgiu a partir de pesquisas desenvolvidas por Maria Thun na Alemanha, na década de


1950, sobre a influência da época de semeadura no crescimento e desenvolvimento das
plantas. A partir de experimentos de cultivo de plantas repetidos por vários anos, a
pesquisadora correlacionou diferenças fisiológicas e morfológicas existentes com o ciclo
sideral da Lua e dos astros.

O Calendário Biodinâmico surgiu ao tentar transformar todo esse conhecimento em


ferramenta prática, primeiramente para o hemisfério norte, depois adaptado para o sul.
É uma ferramenta para organizar e potencializar as tarefas agrícolas. Não um
condicionante, mas, sim, uma ajuda extra para as boas práticas de agricultura.


Fonte: Cartilha Associação Biodinâmica
Cultivo de Hortaliças

A Agricultura Biodinâmica leva em conta as necessidades climáticas de cada espécie,


indicadas pelo centro de origem em que foram domesticadas.

A grande maioria das hortaliças – trazidas pelos portugueses e outros imigrantes –


originou-se no Mediterrâneo e no sudoeste da Ásia. Nestas regiões, o verão e o outono
são secos e chove no inverno/primavera. Além disso, as plantas evoluíram em
ambientes com muito cálcio e solos ácidos.

Aqui nos trópicos e sudeste ocorre o contrário. O verão é chuvoso e o inverno, seco.
Nossos solos também são pobres em cálcio.

Você já viu uma alface no verão? O excesso de calor não deixa formar a roseta... A planta
amarga, há o excesso de látex... E a germinação é baixa.

Para adaptar os cultivares a essas condições, as plantas são divididas em três grupos:

Grupo Alface

Indicado para plantio no outono, inverno e primavera: alface, rúcula, almeirão, escarola,
mostarda, acelga, salsa, coentro, cebolinha e espinafre.

As folhosas exigem mais N (nitrogênio): adubação com torta de mamona e composto


orgânico.

Grupo Berinjela

Plantio na primavera, verão e outono: são as hortaliças de fruto, como berinjela, jiló,
quiabo, pimentão, pimenta, chuchu e feijão-vagem.

No início do plantio são consideradas folhosas, depois ficam mais lenhosas e começam
a produzir os frutos. São menos exigentes em N (nitrogênio) e aplica-se uma quantidade
menor de torta de mamona, além de bokashi e composto orgânico.

Grupo Cenoura

Plantio no outono e inverno, evitando o excesso de chuvas: são as raízes, como cenoura,
beterraba, cebola e alho.

Para que não fiquem com as folhas (parte aérea) mais desenvolvidas que a raiz,
recomenda-se adubação com bokashi e composto orgânico, mas pouco N.

Para uma horta sempre produtiva, a Agricultura Biodinâmica recomenda o plantio das
PANC – Plantas Alimentícias Não Convencionais, como taioba, capuchinha, ora-pro-
nobis, azedinha. Principalmente na época de verão, pois são mais adaptadas e
resistentes ao calor e a chuvas abundantes. Além, é claro, de consórcios com espécies
nativas das Américas, como mandioca, milho, batata-doce, feijão e abóboras.

Preparo e correção do solo

A adubação verde recomendada nos seis meses que antecedem o plantio também segue
a lógica dos três grupos.

Para os grupos Alface e Berinjela, a adubação verde é feita com leguminosas – fixadoras
de nitrogênio e fornecedoras de biomassa quando incorporadas – um coquetel de
sementes como girassol, mucuna, guandu e feijão-de-porco.

Para o grupo Cenoura, um coquetel de sementes de gramíneas – raízes profundas e


palhada mais estável em retenção de umidade e microvida – como aveia preta, milheto
e sorgo, conforme a estação do ano.

A adubação verde é precedida por uma aplicação de fosfato natural para recompor o
Ca, P e Mg. Quando da incorporação da adubação verde, aplica-se calcário dolomítico
sobre a palhada.

Na Agricultura Biodinâmica, o esterco usado é o de gado, sempre compostado.

Em todas as práticas culturais são aplicados preparados biodinâmicos como chifre-


esterco, chifre-sílica e fladen, além de aplicações biodinâmicas no próprio composto
orgânico, também enriquecido com microrganismos da mata. São práticas alicerçadas
em estudos, pesquisas e experiências dos próprios agricultores.

A Agricultura Biodinâmica preconiza a produção das próprias sementes, adaptadas às


condições climáticas de cada da região. A semeadura segue o Calendário Astronômico
Agrícola.

Em relação a pragas e doenças decorrentes de condições climáticas desfavoráveis se


prioriza as práticas naturais e os preparados biodinâmicos.

Bibliografia

ASSOCIAÇÃO BIODINAMICA. Agricultura Biodinâmica: vida nova para a terra. Botucatu, SP,
2012.
ASSOCIAÇÃO BIODINAMICA. Hortaliças Biodinâmicas: vida nova para a terra. Botucatu, SP,
2012.
ASSOCIAÇÃO BIODINAMICA. Sementes Biodinâmicas: vida nova para a terra. Botucatu, SP,
2012.
https://biodinamica.org.br/
http://institutorudolfsteiner.org.br/
https://www.manejebem.com.br/

3 - A AGRICULTURA NATURAL segundo Mokiti Okada


Fonte: https://www.korin.com.br/blog/agricultura-natural-segundo-mokiti-okada/

Mokiti Okada nasceu em Tóquio no Japão, em 23 de dezembro de 1882. Dedicou-se ao estudo


da religião, da arte e da agricultura natural, apresentando propostas viáveis e comprometidas
com um desenvolvimento social pleno e integrado. Deixou prontas as bases para a construção
de um mundo mais feliz e em plena harmonia, inclusive, espiritual e materialmente evoluído,
denominado por ele “Paraíso Terrestre”, onde o pensamento, as palavras e as ações do ser
humano são nobres e em plena harmonia com a Lei da Natureza, sendo capazes de propiciar a
verdadeira saúde, felicidade e a paz.

Incentivou a prática do altruísmo, a busca por uma alimentação verdadeiramente saudável e a


apreciação do Belo como formas de aperfeiçoamento e elevação do ser humano.

Em 1953, dois anos antes de sua morte, escreveu estes ensinamentos, aqui resumidos:

“Há mais de dez anos descobri e venho propondo o método agrícola que, dispensando o uso dos
adubos químicos e do estrume de origem animal e humana, possibilita a obtenção de grandes
colheitas”

“O princípio fundamental da Agricultura Natural é o absoluto respeito à natureza. Dirijam seu


olhar para a superfície do solo das matas e atentem para a abundância de capins secos e folhas
caídas, cuja provisão é renovada em cada outono. Eles representam o trabalho da Natureza para
enriquecer o solo, e ela nos ensina que devemos utilizá-los”. A eficácia do “adubo natural”
consiste em aquecer a terra e não deixar que ela resseque e endureça; em síntese, fazer que a
terra absorva água e calor e não fique dura.
O que se deve conhecer em primeiro lugar, é a capacidade específica do solo. Ele foi
criado por Deus, Criador do Universo, a fim de produzir alimento suficiente para prover
o homem e os animais. Por essa razão, a terra já está em si mesma abundantemente
adubada. Aplicar adubos artificiais é enfraquecer a energia original do solo.

É um método que utiliza apenas compostos naturais. As vantagens do método: não serão
necessários gastos com adubos, o dano causado pelos insetos nocivos diminuirá de forma
considerável, ficarão reduzidos a menos da metade os prejuízos causados pelos ventos e pelas
chuvas.

Logo após a adoção da Agricultura Natural, ocorre uma acentuada diminuição de insetos
nocivos. Estes surgem dos adubos artificiais. Hoje em dia, na tentativa de exterminá-los,
utilizam-se intensamente os defensivos agrícolas, que, penetrando no solo, tornam-se a
causa da proliferação dos insetos nocivos.

As culturas agrícolas mostram-se mais vulneráveis aos danos causados pelos ventos e
pelas chuvas que ocorrem todos os anos; na Agricultura Natural, tais prejuízos diminuem
muito, pois deixando de absorver adubos artificiais, que as enfraquecem
demasiadamente, as culturas resistirão melhor às intempéries.

Tanto os adubos de origem animal como os adubos químicos, ao serem absorvidos pelas
plantas, tornam-se venenos; esses venenos vêm a constituir alimento para os insetos
nocivos, os quais passam a se multiplicar ferozmente. Conforme o tipo de adubo, a partir
dele próprio proliferam microorganismos que começam a carcomer as plantas. Mas se
a planta for saudável, terá força para eliminá-los. Entretanto, devido ao
enfraquecimento causado pela aplicação de adubos, as plantas acabam sendo vencidas
por eles.

Nas plantas cultivadas sem adubos, os pêlos absorventes são muito mais numerosos e
compridos, e a ramificação é bem maior; portanto, o enraizamento é mais forte.

O Brasil foi o primeiro país do Ocidente a construir, às margens da represa de Guarapiranga, na


zona sul da capital paulista, seu Solo Sagrado, unindo a beleza proporcionada pela Natureza à
beleza construída pelas mãos humanas. A Fundação Mokiti Okada foi instituída em 1971.

Bibliografia

https://www.fmo.org.br/mokiti-okada/

https://www.korin.com.br/blog/agricultura-natural-segundo-mokiti-okada/

4 - A “ARTE DO NÃO FAZER” de Masanobu Fukuoka

Fonte: https://www.facebook.com/masanobu.fukuoka.san/

Fukuoka nasceu na Ilha de Shikoku, no Japão, em 1913. Na juventude, abandonou a


propriedade rural da família e foi para Yokohama, onde estudou Patologia Vegetal –
fungos em citrus – e trabalhou na Divisão de Inspeção de Plantas na aduana.

Aos 25 anos, um evento mudou sua trajetória: foi internado no hospital com pneumonia
aguda. Deprimido, colocou em dúvida o conhecimento humano. Os conceitos e a noção
de existência tornaram-se verdades vazias. Pediu demissão.

Voltou-se para a observação da Natureza. Ao passar por um campo abandonado, sem


cultivo havia anos, viu brotar plantas saudáveis de arroz entre o mato. A partir daí,
repensou a agricultura tradicional japonesa de plantio de arroz, feita em semeaduras
sobre campos inundados.

O seu retorno para as terras da família, na Baía de Matsuyama, levou-o a praticar e


desenvolver a “filosofia” de não arar nem compostar ou inundar os campos de arroz.

Sua técnica, aperfeiçoada durante os 38 anos em que permaneceu na propriedade,


consistia em fazer a rotação de culturas de arroz e cereais, juntamente com o trevo
branco, utilizando a palhada das culturas como cobertura. A água se mantém sobre o
campo somente durante as chuvas das monções, para que o arroz possa brotar. O solo
melhora a cada estação. Melhor estruturado, mais fértil e com maior capacidade de
reter a água. Fazia parte de sua técnica acrescentar esterco de cabras e galinhas.

Num pomar de 6 hectares de tangerinas, as árvores só são podadas quando se desviam


da sua forma natural. As verduras e legumes são semeados por “muvuca” antes das
chuvas, sem grande preparo do solo. É dele também a “ideia” de semear, envolvendo
as sementes com argila – bolas de sementes, “nendo dango” –, protegendo-as de
insetos e animais, e liberando-as para germinar após as chuvas.


Fonte: https://agendarweb.com.ar/wp-content/uploads/2019/02/nendodango.jpg

Filosofia

Em sua filosofia, influenciada pelo Zen Budismo e Taoísmo, a cura da terra e a purificação
do espírito humano são um só processo. O final da Segunda Guerra, assim como as
consequências da chamada “Revolução Verde”, foram determinantes. A AGRICULTURA
NATURAL surge em oposição à AGRICULTURA QUÍMICA.

Natureza

A Natureza não muda. A Agricultura Natural vem do “Centro” imutável. Quanto mais se
afasta da Natureza, mais se afasta do Centro. A Natureza não muda, mas a forma de
reconhecê-la muda de uma era para outra. A humanidade não conhece a Natureza. A
compreensão da Natureza está além do alcance da inteligência humana.

Os 4 Princípios da Agricultura Natural

1 – NÃO CULTIVAR: não arar nem revolver. A terra cultiva-se a si própria, pela
penetração das raízes e a atividade de microorganismos, pequenos animais, minhocas...

2 – NÃO UTILIZAR FERTILIZANTES QUÍMICOS NEM COMPOSTOS PREPARADOS: o homem


brutaliza a Natureza e, apesar de seus esforços, não consegue remediar as feridas que
causa. Como consequência, provoca o esgotamento do solo. Entregue a si próprio, o
solo mantém naturalmente a fertilidade, conforme o ciclo de vida das plantas e dos
animais.
3 – NÃO DESPRAGUEJAR: nem mecânica nem quimicamente. As plantas “daninhas” são
fundamentais na construção da fertilidade do solo e no equilíbrio da comunidade
biológica. Controlar as ervas daninhas, mas não eliminá-las.

4 – NENHUMA DEPENDÊNCIA DE PRODUTOS QUÍMICOS: ao aparecerem plantas fracas


– por práticas antinaturais como lavra e fertilização – as doenças e desequilíbrios de
pragas tornam-se problema. A Natureza, deixada só, encontra-se em perfeito equilíbrio,
entre pragas e predadores.

Suas práticas incluíam adubação verde, cobertura permanente do solo e soltura de


patos nas áreas de cultivo, adubando e controlando as daninhas.

A propriedade de Fukuoka tornou-se um ponto de interesse e pesquisa, atraindo


pesquisadores, agricultores e estudantes. Em 1975, lançou o livro “A Revolução de uma
Palha”. Sua simplicidade no viver e o desenvolvimento da sensibilidade inspiram pessoas
em todo o mundo até os dias de hoje.

Bibliografia

FUKUOKA, Masanobu. A Revolução de uma Palha: uma introdução à vida


selvagem. 2ª edição.Porto: Via Optima, 2008

FUKUOKA, Masanobu. Agricultura Natural: teoria e prática da filosofia verde. São


Paulo: Nobel, 1995


5 - PERMACULTURA

Bill Mollison

Fonte:
https://www.thextraordinary.org/media/k2/items/cache/2cd9d1d7bb30511eb4cd517c131ae148_L.jpg

Criada por Bill Mollison em 1974, na Austrália – juntamente com David Holmgren – ao
desenvolver uma estrutura de trabalho para um sistema agrícola sustentável baseada
na policultura de árvores perenes, arbustos, ervas, fungos e tubérculos. Mollison passou
muito tempo desenvolvendo os princípios da Permacultura, construindo um jardim rico
em espécies. Esse trabalho culminou em 1978 com a publicação do livro “Permacultura
Um”, seguido, um ano mais tarde, por “Permacultura Dois”.

Contexto

Foi na década de 1970 que se tomou consciência da impossibilidade de sustentar uma


economia de crescimento infinito, explorando os recursos limitados do planeta.

A ideia da Permacultura e de outros movimentos ambientais era utilizar os recursos


restantes disponíveis para preparar uma transição para outros modos de vida e com
outras fontes de energia.

Bill Mollison estudou civilizações antigas “sustentáveis” que viviam integradas à


natureza, como os astecas, os povos originários do Havaí e as civilizações indígenas da
Amazônia pré-colombiana. Muitas desapareceram pelo uso indevido dos recursos
naturais, como na Ilha da Páscoa e no crescente fértil.

“O destino das civilizações segue o destino da agricultura”, dizia Allan Savory.

Uma grande influência foi P. A. Yeomans, autor do livro “The Australian Keyline Plan”
(método Linha Chave), lançado em 1954. Yeomans era engenheiro, inventor, minerador
de ouro e profundo conhecedor de hidrologia. Quando perdeu seu cunhado em um
incêndio no campo, assumiu uma propriedade e desenvolveu sistema visando a
redistribuição do fluxo de água da chuva e pequenas barragens a partir da topografia do
terreno, incluindo a recuperação do solo e a proteção contra secas e queimadas. Na
época ainda não existiam os conceitos de sustentabilidade ou regeneração, mas sim o
de “permanência”, ficando o sistema conhecido como Escala de Permanência da Linha
Chave. Tinha por objetivo estabelecer uma ordem de prioridades para a tomada de
decisão no planejamento de propriedades rurais, a sua respectiva permanência e a
ordem do desenho de uma determinada área.

P.A.Yeomans

Fonte: https://i.ytimg.com/vi/qz6vhoOg4Hc/hqdefault.jpg

Evolução

Hoje a Permacultura é vista como uma abordagem holística que une diversos campos
de conhecimento. Trata-se de sistema interdisciplinar de desenho regenerativo que
busca soluções permanentes para áreas rurais, urbanas, comunidades, jardins... Os
objetivos são a autossuficiência, a resiliência e a interdependência comunitária. Visa
organizações mais igualitárias, em que todos participam diretamente das decisões, ou
seja, com enfoque de cooperar e não de competir. Propõe que cada pessoa produza as
próprias necessidades de energia e alimentos e seja responsável pelo impacto na água
e resíduos gerados.

Sua ética é baseada em limites ecológicos e energéticos:

• cuidado com a Terra


• cuidado com o próximo
• partilha do excedente

Agricultura regenerativa

Em relação à agricultura, adota práticas regenerativas para mitigação do aquecimento


global e o sequestro de carbono da atmosfera. Baseia-se na ciência e em processos
biológicos, fazendo uso de cobertura permanente do solo e de insumos orgânicos.
As árvores são imprescindíveis ao sistema – seja em reservas, agroflorestas ou quebra-
ventos – pois otimizam ou amenizam as condições climáticas (ventos, temperatura,
umidade) e melhoram a retenção de água, influenciando as precipitações locais e
revertendo processos de salinização do solo.

A Permacultura defende uma pecuária regenerativa e propõe planejamento holístico da


pastagem, com métodos que possam contribuir para a criação de solo, biodiversidade e
recuperação de lençóis freáticos, sem a necessidade de produção de grãos em larga
escala como a base da alimentação animal.

Desenho Permacultural

O planejamento da propriedade rural obedece a uma ordem de prioridades relativa às


características da região – clima, relevo, ventos, suprimento de água...

Definidas as funções e fluxos, a área é dividida por setores e zonas, de 0 a 4, onde o 0


(zero) marca o local da casa. O desenho é orgânico.


Fonte: https://sitionosnateia.com.br/wp-content/uploads/2017/05/S-tio_permacultura-
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Permacultura e suas linhas

ORDEM DE PRIORIDADE PARA DESENHO


PERMACULTURAL/TOMADA DE DECISÃO
ESCALA DE PERMANÊNCIA PERMACULTURA PLATAFORMA
DA LINHA CHAVE David Holgreen REGRARIANS
P.A.YEOMANS Bill Mollison Darren Doherty
1958 1978 Austrália 2013
1. Clima 1. Clima 1. Clima
2. Formato terreno 2. Formato terreno 2. Geografia
3. Suprimento de água 3. Suprimento de água 3. Água
4. Estrada de acesso 4. Estrada de acesso 4. Acesso
5. Árvores 5. Sistema de plantio 5. Sistemas Agroflorestais
6.Edificações permanentes 6. Microclima 6. Edificações
7. Cercas internas 7. Edifíicações permanentes 7. Cercas
8.Solo 8. Cercas internas 8. Solos
9. Solo 9. Economia
10. Energia

Darren Doherty foi o idealizador da Plataforma Regrarians em 2006, a partir da Linha
Chave de P. A. Yeomans. Adicionou dois elementos: economia e energia, que é o
combustível vital de todos os elementos que propulsionam qualquer sistema.


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Princípios da Plataforma Regrarians

1- Trabalhamos com ecossistemas e não egosistemas


2- Integramos quaisquer métodos, técnicas e sistemas de crença como ferramentas
a serem testadas
3- Estabeleça o capital e a infraestrutura da natureza com os humanos, como um
organismo funcional e regenerativo
4- Evolua da Era do Petróleo para a Era do Solo
5- É necessário ser AZUL (água) antes que possamos ser VERDES (em vegetação e
dinheiro) e NEGROS (carbono e lucro)
6- Uma ecologia VEGETARIANA não existe
7- Para que as agroecologias regenerativas possam funcionar precisamos cuidar de
todos os níveis tróficos

Evolução da Permacultura

Destaca-se o trabalho de Allan Savory, ecologista e agricultor do Zimbabue, que


fundou o Instituto Savory no Colorado (EUA). Tem como missão a regeneração de
pastagens em larga escala através do Gerenciamento Holístico (idealizado por ele ao
final da década de 1980) para enfrentar as questões globais de desertificação,
mudança do clima e insegurança alimentar e hídrica.

A Permacultura também é uma rede mundial e um movimento de pessoas e grupos


em países de todos os continentes. Sem financiamento governamental ou de
empresas, contribui para um futuro sustentável reorganizando as vidas e atividades
das comunidades a partir dos princípios de desenho permacultural. Desta forma
induz mudanças locais que influenciam direta ou indiretamente as ações no entorno,
como a agricultura urbana.

Esses princípios vêm sendo aplicados no Brasil. Existem muitos locais que oferecem
cursos, chamados de PDC – Permaculture Design Course. Ou seja, o Desenho
Permacultural.

Meta: deixar de viver a vida num frenesi de gasto energético, de desconexão com a
natureza e de negação do impacto que o nosso estilo de vida tem no planeta!

O nosso distanciamento da produção de alimentos pode ser quebrado adotando a


prática de plantar o próprio alimento. É só começar!

“Nossas ideias são parte do ecossistema que habitamos”, segundo Lynn White.

Bibliografia

https://holmgren.com.au/about-permaculture/
https://www.euricovianna.com.br/artigos/
http://www.regrarians.org/

https://savory.global/
http://www.permacultura.org.br/

6 – AGRICULTURA SINTRÓPICA

Criada no Brasil pelo pesquisador suíço Ernst Götsch (1948), a Agricultura Sintrópica parte da
observação da natureza e do funcionamento da floresta.

A prática está fundamentada no conceito de Sintropia, que diz respeito ao grau de organização
interna de um determinado sistema, seja ele sistema agrícola, organismo vivo ou empresa.

É a forma de organizar e transformar um sistema simples em sistema complexo – biodiversidade,


grande número de espécies, cobertura de solo – aumentando a qualidade e quantidade de vida
naquele lugar.

Ernst Götsch, nov 2019 (foto: Brigitte Baum)

“Uma tentativa culta de conseguir o necessário daquilo que precisamos para nos
alimentarmos, além das outras matérias primas essenciais para nossa vida, sem a
necessidade de diminuir e empobrecer a vida no lugar, na terra. Isto implica
considerarmos um gasto mínimo de energia, onde não cabe maquinaria pesada,
agrotóxicos, fertilizantes químicos e outros adubos, trazidos de fora do sistema. A
agricultura, dessa forma, passa a ser uma tentativa de harmonizar as atividades
humanas com os processos naturais de vida, existentes em cada lugar que atuamos.
Para conseguirmos isto é preciso que haja em nós mesmos uma mudança
fundamental, uma mudança na nossa compreensão da vida.”

Trecho do Texto Homem e Natureza - E. Gotsch

Princípios
O princípio que rege a vida é o amor incondicional, que se junta à ideia de cooperação, para
fazer o contraponto à competição. Para Ernst, na natureza não há competição.

A Agricultura Sintrópica replica e acelera os processos naturais de sucessão ecológica e


estratificação, dando às plantas condições ideais para o seu desenvolvimento, cada qual
ocupando sua posição natural no espaço (estratificação) e no tempo (sucessão, ciclo de vida). É
uma agricultura baseada em processos, não em insumos.

Esses princípios também podem ser aplicados em pequenos ambientes como canteiros,
quintais, etc. De agroflorestas aos vasos, do macro ao micro.

Canteiros sintrópicos em sistema de consórcio de espécies frutíferas e hortaliças implantados


em 19/08/2019 pela EMJ/UMAPAZ; o canteiro central teve como foco a adubação verde:
foram semeadas leguminosas como feijão vermelhinho, feijão de porco e crotalária –
consorciadas ao milho. Set 2019 (foto: Brigitte Baum)

Biodiversidade

Já na implantação dos canteiros é importante tentar evitar inverter as camadas do solo, pois os
seres vivos que mantêm a fertilidade são muito especializados e nem sempre sobrevivem.

Ernst Götsch vê as pragas e doenças como indicadores de falha de planejamento ou de manejo


do sistema. Acabam levando-o a “crise”, que é a porta de entrada para "agentes de fiscalização
do departamento de otimização de processos de vida", como diz ele.

Joaninhas e percevejos - a fauna benéfica – alimentam-se de pulgões, ácaros, lagartas...

A importância da poda

Na Agricultura Sintrópica, a poda funciona como adubação e irrigação, mas isso ocorre por meio
de processos e não de insumos.

- O corte e o posicionamento sistemático da matéria orgânica sobre o solo estimula a ação de


organismos e acelera a transformação.

- As plantas podadas investem em novo crescimento tanto na parte aérea quanto em suas raízes.

- A informação de crescimento também altera a composição bioquímica de hormônios e de


enzimas das raízes, o que indiretamente favorece maior retenção de água e nutrientes.

Além da poda, a retirada de plantas senescentes, ou seja, plantas que já cumpriram o seu papel
e completaram o seu ciclo de vida, também são retirados .

Em dezembro o feijão-de-porco já ocupava o nicho deixado pelo feijão vermelhinho. A


crotalária e o milho fazem parte deste consórcio.

O sistema acumula energia do sol, transformando-a em matéria; e aumenta o teor de matéria


orgânica no solo, por meio do plantio de alta densidade e em estratos: abóbora, alface,
azedinha, couve, milho, feijões, cúrcuma, manjericão, melissa, carqueja, capuchinha, hortelã,
azedinha, banana, araçá, pitanga, moringa... Fev 2020

Bibliografia

https://lifeinsyntropy.org

https://agendagotsch.com

https://cepeas.org

Brigitte Baum - Formada em Arquitetura e Urbanismo pela UFSC, com Especialização


em Planejamento Turístico pelo SENAC/CEATEL. Atuou por 9 anos em DEPAVE 1 - Divisão
de Projetos e Obras da SVMA, em projetos de reforma e implementação de parques,
com enfoque em desenho universal e playgrouds infantis. Desde 2015 é professora da
EMJ/UMAPAZ1 nos cursos de Recursos Paisagísticos, Sementes, Horta e Desenho à Mão
Livre no Paisagismo. Praticante de Permacultura e Agricultura Sintrópica, implantou o
Jardim de Chuva na UMAPAZ.

Revisão: Eng. Agr. Ananda Vieira e Adão Martins da EMJ/UMAPAZ

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