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E SUAS VERTENTES
VERTENTES da AGROECOLOGIA
1 – AGRICULTURA ORGÂNICA
Suas ideias não tiveram aceitação, pois já estava em curso uma agricultura industrial,
com um conjunto de medidas e a promoção de técnicas como a melhoria genética e a
aplicação de adubos químicos, o que viria a ser conhecido como “revolução verde”.
Entretanto, seus ensinamentos não foram esquecidos. A partir 1940, J.I.Rodale iniciou a
prática de Agricultura Orgânica na Pensilvânia (EUA). Em 1948, lançou revistas sobre
Agricultura Orgânica nos EUA e, a partir da década de 1970, impulsionado pelo
movimento ambientalista, surgiu a primeira lei de Alimentos Orgânicos da Califórnia
(The California Organic Foods Act 1979).
Agricultura Orgânica no Brasil
Fonte: https://i.pinimg.com/originals/08/d0/ff/08d0ffdc370a470ce0207b5351963343.jpg
Fonte:
https://images-na.ssl-images-amazon.com/images/I/51ZSW-A
Fonte: https://anamariaprimavesi.com.br/wp-content/uploads/2019/03/agroecologia-ecosfera-
tecnosfera-e-agricultura-copiar.jpgvNqL._SX348_BO1,204,203,200_.jpgFonte:
https://anamariaprimavesi.com.br/wp-content/uploads/2019/03/algumas-plantas-indicadoras_-como-
reconhecer-os-problemas-de-um-solo.jpg
No Brasil, somente em dezembro de 2003 foi publicada a Lei 10.831, regulamentada
pelo Decreto 6.323 de dezembro de 2007, definindo os critérios para a produção de
alimentos orgânicos no país.
Fonte: https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sustentabilidade/organicos/fichas-
agroecologicas
Bibliografia
CAPORAL, F.R. (org), PAULUS, G., COSTABEBER, J.A. Agroecologia: uma ciência do
campo da complexidade. Brasilia, 2009
https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sustentabilidade/organicos
https://anamariaprimavesi.com.br/
2 - AGRICULTURA BIODINÂMICA
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Rudolf_Steiner
Organismo Agrícola
Preparados Biodinâmicos
Outro princípio básico é o uso de produtos à base de esterco de gado, sílica e plantas
medicinais, preparados de acordo com os ritmos das estações do ano e do Sol e
aplicados de forma homeopática no solo, composto orgânico e plantas.
Fonte: Cartilha Associação Biodinâmica
Ritmos Astronômicos
Para fazer enxertos, por exemplo, o momento adequado é após o solstício de inverno,
quando o Sol começa a ascender, trazendo a seiva para a parte aérea da planta;
Já para adubar o solo, a melhor época será o início do outono, quando a natureza retoma
a atividade no solo;
A Lua imita esse movimento de ascensão e descenso anual do Sol, mas o faz em 28 dias,
em duas fases de 14 dias cada.
Lua ascendente: as forças e a seiva são impulsionados para a parte aérea da planta
(colheita de flores, aromáticas, folhosas, de talo e frutos, podas desvigorantes).
3. Ritmo da Terra
Cada fase exerce uma força gravitacional diferente sobre a vida na Terra, provocando o
movimento da água e da seiva na planta:
Quarto minguante: a força gravitacional vai diminuindo, a seiva se concentra nas raízes;
bom para plantar raízes e tubérculos, germinação de sementes, fazer enxertos,
transplantes e podas;
Quarto crescente: seiva em ascensão, hora de semear e reproduzir plantas cujas partes
comestíveis são aéreas e dão frutos;
Para as comunidades tradicionais, a fase da Lua inicia 3 dias antes até 3 dias depois.
5. Ritmo anomalístico:
É a órbita que a Lua descreve ao redor da Terra. Por ser elíptica, há dois momentos
diferentes:
Perigeu: quando a Lua está mais próxima da Terra; desfavorável para realizar atividades
agrícolas em geral, predisposição para doenças fúngicas, principalmente em presença
de umidade/chuvas;
Fonte: https://cdn.hipercultura.com/imagens/apogeu-e-perigeu-cke.jpg
6. Ritmo sideral
Calendário Biodinâmico
Fonte: Cartilha Associação Biodinâmica
Cultivo de Hortaliças
Aqui nos trópicos e sudeste ocorre o contrário. O verão é chuvoso e o inverno, seco.
Nossos solos também são pobres em cálcio.
Você já viu uma alface no verão? O excesso de calor não deixa formar a roseta... A planta
amarga, há o excesso de látex... E a germinação é baixa.
Para adaptar os cultivares a essas condições, as plantas são divididas em três grupos:
Grupo Alface
Indicado para plantio no outono, inverno e primavera: alface, rúcula, almeirão, escarola,
mostarda, acelga, salsa, coentro, cebolinha e espinafre.
Grupo Berinjela
Plantio na primavera, verão e outono: são as hortaliças de fruto, como berinjela, jiló,
quiabo, pimentão, pimenta, chuchu e feijão-vagem.
No início do plantio são consideradas folhosas, depois ficam mais lenhosas e começam
a produzir os frutos. São menos exigentes em N (nitrogênio) e aplica-se uma quantidade
menor de torta de mamona, além de bokashi e composto orgânico.
Grupo Cenoura
Plantio no outono e inverno, evitando o excesso de chuvas: são as raízes, como cenoura,
beterraba, cebola e alho.
Para que não fiquem com as folhas (parte aérea) mais desenvolvidas que a raiz,
recomenda-se adubação com bokashi e composto orgânico, mas pouco N.
Para uma horta sempre produtiva, a Agricultura Biodinâmica recomenda o plantio das
PANC – Plantas Alimentícias Não Convencionais, como taioba, capuchinha, ora-pro-
nobis, azedinha. Principalmente na época de verão, pois são mais adaptadas e
resistentes ao calor e a chuvas abundantes. Além, é claro, de consórcios com espécies
nativas das Américas, como mandioca, milho, batata-doce, feijão e abóboras.
A adubação verde recomendada nos seis meses que antecedem o plantio também segue
a lógica dos três grupos.
Para os grupos Alface e Berinjela, a adubação verde é feita com leguminosas – fixadoras
de nitrogênio e fornecedoras de biomassa quando incorporadas – um coquetel de
sementes como girassol, mucuna, guandu e feijão-de-porco.
A adubação verde é precedida por uma aplicação de fosfato natural para recompor o
Ca, P e Mg. Quando da incorporação da adubação verde, aplica-se calcário dolomítico
sobre a palhada.
Bibliografia
ASSOCIAÇÃO BIODINAMICA. Agricultura Biodinâmica: vida nova para a terra. Botucatu, SP,
2012.
ASSOCIAÇÃO BIODINAMICA. Hortaliças Biodinâmicas: vida nova para a terra. Botucatu, SP,
2012.
ASSOCIAÇÃO BIODINAMICA. Sementes Biodinâmicas: vida nova para a terra. Botucatu, SP,
2012.
https://biodinamica.org.br/
http://institutorudolfsteiner.org.br/
https://www.manejebem.com.br/
3 - A AGRICULTURA NATURAL segundo Mokiti Okada
Fonte: https://www.korin.com.br/blog/agricultura-natural-segundo-mokiti-okada/
Em 1953, dois anos antes de sua morte, escreveu estes ensinamentos, aqui resumidos:
“Há mais de dez anos descobri e venho propondo o método agrícola que, dispensando o uso dos
adubos químicos e do estrume de origem animal e humana, possibilita a obtenção de grandes
colheitas”
É um método que utiliza apenas compostos naturais. As vantagens do método: não serão
necessários gastos com adubos, o dano causado pelos insetos nocivos diminuirá de forma
considerável, ficarão reduzidos a menos da metade os prejuízos causados pelos ventos e pelas
chuvas.
Logo após a adoção da Agricultura Natural, ocorre uma acentuada diminuição de insetos
nocivos. Estes surgem dos adubos artificiais. Hoje em dia, na tentativa de exterminá-los,
utilizam-se intensamente os defensivos agrícolas, que, penetrando no solo, tornam-se a
causa da proliferação dos insetos nocivos.
As culturas agrícolas mostram-se mais vulneráveis aos danos causados pelos ventos e
pelas chuvas que ocorrem todos os anos; na Agricultura Natural, tais prejuízos diminuem
muito, pois deixando de absorver adubos artificiais, que as enfraquecem
demasiadamente, as culturas resistirão melhor às intempéries.
Tanto os adubos de origem animal como os adubos químicos, ao serem absorvidos pelas
plantas, tornam-se venenos; esses venenos vêm a constituir alimento para os insetos
nocivos, os quais passam a se multiplicar ferozmente. Conforme o tipo de adubo, a partir
dele próprio proliferam microorganismos que começam a carcomer as plantas. Mas se
a planta for saudável, terá força para eliminá-los. Entretanto, devido ao
enfraquecimento causado pela aplicação de adubos, as plantas acabam sendo vencidas
por eles.
Nas plantas cultivadas sem adubos, os pêlos absorventes são muito mais numerosos e
compridos, e a ramificação é bem maior; portanto, o enraizamento é mais forte.
Bibliografia
https://www.fmo.org.br/mokiti-okada/
https://www.korin.com.br/blog/agricultura-natural-segundo-mokiti-okada/
Fonte: https://www.facebook.com/masanobu.fukuoka.san/
Aos 25 anos, um evento mudou sua trajetória: foi internado no hospital com pneumonia
aguda. Deprimido, colocou em dúvida o conhecimento humano. Os conceitos e a noção
de existência tornaram-se verdades vazias. Pediu demissão.
Fonte: https://agendarweb.com.ar/wp-content/uploads/2019/02/nendodango.jpg
Filosofia
Em sua filosofia, influenciada pelo Zen Budismo e Taoísmo, a cura da terra e a purificação
do espírito humano são um só processo. O final da Segunda Guerra, assim como as
consequências da chamada “Revolução Verde”, foram determinantes. A AGRICULTURA
NATURAL surge em oposição à AGRICULTURA QUÍMICA.
Natureza
A Natureza não muda. A Agricultura Natural vem do “Centro” imutável. Quanto mais se
afasta da Natureza, mais se afasta do Centro. A Natureza não muda, mas a forma de
reconhecê-la muda de uma era para outra. A humanidade não conhece a Natureza. A
compreensão da Natureza está além do alcance da inteligência humana.
1 – NÃO CULTIVAR: não arar nem revolver. A terra cultiva-se a si própria, pela
penetração das raízes e a atividade de microorganismos, pequenos animais, minhocas...
Bibliografia
5 - PERMACULTURA
Bill Mollison
Fonte:
https://www.thextraordinary.org/media/k2/items/cache/2cd9d1d7bb30511eb4cd517c131ae148_L.jpg
Criada por Bill Mollison em 1974, na Austrália – juntamente com David Holmgren – ao
desenvolver uma estrutura de trabalho para um sistema agrícola sustentável baseada
na policultura de árvores perenes, arbustos, ervas, fungos e tubérculos. Mollison passou
muito tempo desenvolvendo os princípios da Permacultura, construindo um jardim rico
em espécies. Esse trabalho culminou em 1978 com a publicação do livro “Permacultura
Um”, seguido, um ano mais tarde, por “Permacultura Dois”.
Contexto
Uma grande influência foi P. A. Yeomans, autor do livro “The Australian Keyline Plan”
(método Linha Chave), lançado em 1954. Yeomans era engenheiro, inventor, minerador
de ouro e profundo conhecedor de hidrologia. Quando perdeu seu cunhado em um
incêndio no campo, assumiu uma propriedade e desenvolveu sistema visando a
redistribuição do fluxo de água da chuva e pequenas barragens a partir da topografia do
terreno, incluindo a recuperação do solo e a proteção contra secas e queimadas. Na
época ainda não existiam os conceitos de sustentabilidade ou regeneração, mas sim o
de “permanência”, ficando o sistema conhecido como Escala de Permanência da Linha
Chave. Tinha por objetivo estabelecer uma ordem de prioridades para a tomada de
decisão no planejamento de propriedades rurais, a sua respectiva permanência e a
ordem do desenho de uma determinada área.
P.A.Yeomans
Fonte: https://i.ytimg.com/vi/qz6vhoOg4Hc/hqdefault.jpg
Evolução
Hoje a Permacultura é vista como uma abordagem holística que une diversos campos
de conhecimento. Trata-se de sistema interdisciplinar de desenho regenerativo que
busca soluções permanentes para áreas rurais, urbanas, comunidades, jardins... Os
objetivos são a autossuficiência, a resiliência e a interdependência comunitária. Visa
organizações mais igualitárias, em que todos participam diretamente das decisões, ou
seja, com enfoque de cooperar e não de competir. Propõe que cada pessoa produza as
próprias necessidades de energia e alimentos e seja responsável pelo impacto na água
e resíduos gerados.
Agricultura regenerativa
Desenho Permacultural
Fonte: https://sitionosnateia.com.br/wp-content/uploads/2017/05/S-tio_permacultura-
e1494341870748.jpg
Permacultura e suas linhas
Keyline_Rancho_San_Ricardo_Mexico_PerenialSolutions.org
Princípios da Plataforma Regrarians
Evolução da Permacultura
Esses princípios vêm sendo aplicados no Brasil. Existem muitos locais que oferecem
cursos, chamados de PDC – Permaculture Design Course. Ou seja, o Desenho
Permacultural.
Meta: deixar de viver a vida num frenesi de gasto energético, de desconexão com a
natureza e de negação do impacto que o nosso estilo de vida tem no planeta!
“Nossas ideias são parte do ecossistema que habitamos”, segundo Lynn White.
Bibliografia
https://holmgren.com.au/about-permaculture/
https://www.euricovianna.com.br/artigos/
http://www.regrarians.org/
https://savory.global/
http://www.permacultura.org.br/
6 – AGRICULTURA SINTRÓPICA
Criada no Brasil pelo pesquisador suíço Ernst Götsch (1948), a Agricultura Sintrópica parte da
observação da natureza e do funcionamento da floresta.
A prática está fundamentada no conceito de Sintropia, que diz respeito ao grau de organização
interna de um determinado sistema, seja ele sistema agrícola, organismo vivo ou empresa.
“Uma tentativa culta de conseguir o necessário daquilo que precisamos para nos
alimentarmos, além das outras matérias primas essenciais para nossa vida, sem a
necessidade de diminuir e empobrecer a vida no lugar, na terra. Isto implica
considerarmos um gasto mínimo de energia, onde não cabe maquinaria pesada,
agrotóxicos, fertilizantes químicos e outros adubos, trazidos de fora do sistema. A
agricultura, dessa forma, passa a ser uma tentativa de harmonizar as atividades
humanas com os processos naturais de vida, existentes em cada lugar que atuamos.
Para conseguirmos isto é preciso que haja em nós mesmos uma mudança
fundamental, uma mudança na nossa compreensão da vida.”
Princípios
O princípio que rege a vida é o amor incondicional, que se junta à ideia de cooperação, para
fazer o contraponto à competição. Para Ernst, na natureza não há competição.
Esses princípios também podem ser aplicados em pequenos ambientes como canteiros,
quintais, etc. De agroflorestas aos vasos, do macro ao micro.
Biodiversidade
Já na implantação dos canteiros é importante tentar evitar inverter as camadas do solo, pois os
seres vivos que mantêm a fertilidade são muito especializados e nem sempre sobrevivem.
A importância da poda
Na Agricultura Sintrópica, a poda funciona como adubação e irrigação, mas isso ocorre por meio
de processos e não de insumos.
- As plantas podadas investem em novo crescimento tanto na parte aérea quanto em suas raízes.
Além da poda, a retirada de plantas senescentes, ou seja, plantas que já cumpriram o seu papel
e completaram o seu ciclo de vida, também são retirados .
Bibliografia
https://lifeinsyntropy.org
https://agendagotsch.com
https://cepeas.org