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TESE de DOUTORADO 

DIONISIO JOSE RODRIGUES DA COSTA 
 
 
AVALIAÇÃO  DE  DIFERENTES  MÉTODOS  DE 
PREVISÃO  DE  VIDA  EM  FADIGA  EM  EIXO 
COM  ENTALHE  CIRCUNFERENCIAL  SOB 
CARGAS  MULTIAXIAIS  DE  AMPLITUDE 
VARIÁVEL 
 

  1 
 
AVALIAÇÃO DE DIFERENTES MÉTODOS DE PREVISÃO DE VIDA EM FADIGA 
EM EIXO COM ENTALHE CIRCUNFERENCIAL SOB CARGAS MULTIAXIAIS DE 
AMPLITUDE VARIÁVEL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Estudo    apresentado  ao  curso  de  Doutorado  em 
 
Metalurgia  da  Universidade  Federal 
 
Fluminense.  
   
   
   
   
 
Orientador: 
             Prof. Jorge A. R Duran 
 
   
   
 
 
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIONÍSIO JOSÉ RODRIGUES DA COSTA 
 
 
Volta Redonda 
 2016   

  1 
 
 

 
 
 
 
 
 
 

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AVALIAÇÃO DE DIFERENTES MÉTODOS DE PREVISÃO DE VIDA EM FADIGA 
EM EIXO COM ENTALHE CIRCUNFERENCIAL SOB CARGAS MULTIAXIAIS DE 
AMPLITUDE VARIÁVEL 
 
 
 
 
 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
Volta Redonda 
 2016 
 

 
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DEDICATÓRIA: 
 
     “Sem  sonhos,  a  vida  não  tem  brilho.  Sem  metas,  os  sonhos  não  têm  alicerces.  Sem 
prioridades, os sonhos não se tornam reais. Sonhe, trace metas, estabeleça prioridades e corra 
riscos para executar seus sonhos. Melhor é errar por tentar do que errar por se omitir!” 
Augusto Cury 
 
 
 
 
     Posso e tenho defeitos, vivo ansioso e fico irritado várias vezes, mas não esqueço de que 
minha  vida  é  a  minha  maior  oportunidade  de  existir  como:  filho,  irmão,  pai,  marido  em  fim, 
como  pessoa  do  bem.  Eu  reconheco    e  admito  que  vale  a  pena  viver,  apesar  de  todos  os 
desafios,  incompreensões,  adversidades  e  períodos  de  grande  tristeza  e  decepção  que 
ocorrem.  Entendo  que  faça  parte  do  jogo  do  meu  destino.  Eu  percebo  que  me  realizo,  com 
profundidade, quando deixo de ser um ator da minha vida e me torno o autor da minha própria 
história. Devo, sempre agradecer a Deus, pelo milagre da vida que tenho e que ainda recebo 
por cada manhã, quando acordo e constato que ainda existo e posso fazer algo melhor do que 
fiz ontem. Me sinto feliz apresar de, ainda ter medo dos meus  próprios sentimentos. Aprendi a 
ter coragem para ouvir um ―não‖. Aprendi a aceitar com certa parcimônia uma crítica, mesmo 
que injusta, indecorasa,  irritante ou cruel. Entendi que não existem pessoas bem sucedidas ou 
fracassadas, mas  pessoas que lutam pelos seus sonhos ou desistem deles. E é por todo esse 
aprendizado,  ao  longo  da minha vida, que  não  posso  deixar  de    agradeçer e  reconheçer  que 
devo a minha esposa e meus filhos o apoio e a dedicação que recebi, e tenho recebido,  e por 
continuarem insistindo em serem meus cúmplices na compreensão da realidade, de entender e 
aceitar,  que  um  sonho  pessoal  pode  ser  apenas  uma  fantasia,  uma  ilusão,  uma  simples 
expectativa ingênua de futuro, mas transformar este sonho em uma verdade, independente da 
idade,  exige  entre  outras  coisas,  humildade  pra  aprender  sempre,  determinação  para 
conquistar  o  que  sempre  parece  inalcançável,  não  desistir  diante  de  obstáculos  obscuros  e 
sempre, sempre manter a fé, pois ela continuamente, moverá montanhas. 
 
 
In  Memoriam:  Agradeço  profundamente,  aos  meus  pais  por  tudo  e  todo  o  carinho  e 
apreço que tiveram por mim em sua curta jornada de vida, de que ainda me traz muitas 
lembranças e saudades. 
 
 
 

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AGRADECIMENTOS: 
 
                   Ao professor D.Sc. Jorge Alberto Rodríguez Duran  –  que  me deu a oportunidade 
de persistir, me incentivou e me orientou no desenvolvimento deste trabalho final. 
 
 
                   A  todos os  professores  da pós­graduação,  especialmente  aos  profs. D.Sc Ladário 
da  Silva  e  DSc.  José  Flávio  Feiteira,  que  de  uma  forma  profissional  e  carismática,  direta  ou 
indiretamente me proporcionaram a chance de conhecer e aprender novos conceitos científicos 
que contribuíram, indiscutivelmente, no desenvolvimento final deste projeto. 
   

 

 
SUMÁRIO 

1  INTRODUÇÃO  1 

2  OBJETIVO DA TESE  6 

  CAPÍTULO 1 ­ ESTADO DA ARTE  10 

CAPÍTULO 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA  30 

2.1  EXTENSÔMETROS DE RESISTÊNCIA ELÉTRICA  31 

Considerações  a  respeito  de  extensômetros  do  tipo 


  2.2.1  34 
roseta. 

2.2  FATOR DE CONCENTRAÇÃO DE TENSÃO  36 

2.3  MÉTODOS DE CÁLCULO DE FADIGA  41 

2.4  METODO RAINFLOW  42 

Método Rainflow aplicado à análise de carregamento 
  2.4.1  44 
cíclico e dano 

2.5  AQUISIÇÃO E PROCESSAMENTO DE DADOS  47 

2.6  DIGITALIZAÇÃO DE UM SINAL ANALÓGICO  48 

  CAPÍTULO 3 ­ MATERIAIS E MÉTODOS  54 

3.1  COMPONENTES DO CONJUNTO  56 

3.1.1  Motor  56 

3.1.2  Inversor de frequência  57 

3.1.3  Sofware Catman easy  57 

3.1.4  Conjunto de anéis deslizantes e escovas  57 


 
3.1.5  Composição dos Conjuntos dos AD‘s  58 

3.1.6  Condicionador de Sinais Quantum X  62 

3.1.7  Corpo de prova  63 

3.1.8  Análise da mola helicoidal  66 

  3.1.9  Rigidez do Conjunto  67 

  3.1.10  Análise da frequência natural do simulador  68 

vi 
 
­ 
3.1.11  Parâmetros de vibração  70 
 

 Análise  dos  pontos  de  influência  da  resistência 


3.1.12  máxima e mínima da mola ao movimento de rotação  71 
da polia 
 
3.1.13   Variações angulares do carregamento combinado  73 

 Distribuição da força da mola em relação ao ângulo 
3.1.14  76 
de rotação, processo teórico.   

   3.2     CONDIÇÃO DE APOIO DO CORPO DE PROVA  77 


 
3.3  RUGOSIDADE DO ENTALHE  79 

CONFIGURAÇÃO TÉRMICA DO ENTALHE DURANTE O CICLO 
3.4  81 
DE FADIGA 

DISCUSSÃO  APLICADA  A  FORMA  DE  OBTENÇÃO  DE                         


3.5  83 
RESULTADOS DE DEFORMAÇÃO DO SIMULADOR.  

CAPÍTULO 4 – FRACTOGRAFIA DOS CP´s  92 

CAPÍTULO  5  ­  PREVISÃO  DE  VIDA  PELO  MÉTODO  DA  TENSÃO 


102 
NOMINAL (S/N)  

5.1   Fluxograma para análise de dano segundo a condição S/N  103 

 
  5.2  Resultado  experimental  e  analítico  somente  na  condição  de  105 
deformação elástica, (S/N). 

CAPÍTULO  6  –  DESENVOLVIMENTO          DAS      EQUAÇÕES  


  CONSTITUTIVAS  E  DAS  RELAÇÕES  DE  DEFORMAÇÃO­VIDA  108 
(COFFIN­MANSON) PARA ESTADO MULTIAXIAL. 

CAPÍTULO  7  –  ESTUDO  DA  COMPATIBILIDADE  DAS  DEFORMAÇÕES 


  115 
SOB ESTADOS MULTIAXIAIS.  

  CAPÍTULO 8 ­ PREVISÕES DE VIDA PELA DEFORMAÇÃO LOCAL (ε/N)  120 

  CAPÍTULO 9 ­ DISCUSSÃO DOS RESULTADOS  123 

4  CONCLUSÕES  133 

5  REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS  136 

vii 
 
NOTAÇÃO E SIBOLOGIA 
 
A  Área de uma seção transversal 

Amc  Área mecânica de contato 

AD  Anel deslizante 

aN  Comprimento da trinca 

a0  Comprimento inicial da trinca 

ADs  Anéis deslizantes 

Cr  Fator de correção 

CP´s  Corpos de prova 

CM  Coffin­ Manson 

cN  Constante de Neuber 

Dn  Dano isotrópico 

DL  Dano Linear 

DEDD  densidade de energia de deformação desviadora  

E’  Tensão de alimentação de um circuito para ponte Wheatstone 

E  Módulo de elasticidade longitudinal  

E0  Tensão de saída de um circuito para ponte Wheatstone 

E12, E14  Diferença de potencial entre os pontos: 1 / 2 e 1 / 4, respectivamente  

Ftf  Força total final 

F  Forca aplicada 

Ft  Força tangencial 

Fr  Força radial 

FS  Fatemi Socie 

Fs=   Força de separação (força mínima da mola) 

FAC  Fadiga de alto ciclo 

FCT  Fator de concentração de tensão 

viii 
 
FFT  Transformada rápida de Fourier 

Pe  Potência equivalente 

J   Momento polar de inércia 

Kc, Ke,  Constante característica do circuito e extensômetro, respectivamente 

kn, kc  Fator de concentração de tensão para carregamento axial e torcional 

kt  Fator de concentração estático 

kf  Fator de concentração dinâmico, fator de redução de resistência a fadiga 

kfN  Fator de concentração dinâmico segundo Neuber 

kfP  Fator de concentração dinâmico segundo Peterson 

K’  Coeficiente de encruamento 

Kt”  Fator de sensibilidade transversal para extensômetro 

L  Comprimento linear 

ƒel, ƒy ,ƒu  Limite de elasticidade, escoamento e resistência a tração, respectivamente 

L  Comprimento 

M+  Número de ciclos por unidade de tempo 

Mt  Momento torsor 

MFLE  Mecânica da fratura linear elástica 

MDL  Método da deformação local 

MEV  Microscópico eletrônico de varredura 

MTN  Método da tensão nominal 

N’  Rotação 

Nf  Vida a fadiga  

n  Número de ciclos 

n’  Expoente de encruamento 

nc, nb, na  Direção normal a ‗c‘,‘ b‘e ‗a‘ , respectivamente 

PW  Ponte Wheatstone 

ix 
 
P”  Pressão de contato 

Pab  Parâmetro de dano (Morrow)  

Pac  Parâmetro de dano (Heitmann) 

Pad , Pad  Parâmetro de dano (sem dependência da tensão média) 
 
Re  Resistência equivalente 

R  Resistência elétrica 

r  Relação entre resistências adjacentes 

r’  Razão entre frequências 

RO  Ramgber ­Osgood 

RFCC  Método Rainflow para contagem de ciclos 

Sa  Fator de sensibilidade do extensômetro para deformação na direção axial 

Se  Limite de escoamento 

SWT  Smith­Watson­Topper 

S­N  Tensão­número de ciclos 

t  Tempo 

T’  Temperatura 

T  Torque 

Tfsp  Tempo final analisado no domínio da frequência 

T”  Período 

Trf  Tempo resultante final 

Tmax  Temperatura dos contatos 

Tsp  Tempo no domínio espectral 

U  Variação de tensão entre contatos 

V  Tensão de entrada 

v  Velocidade  

w  Frequência de excitação 


 
wn  Frequência angular 

wd  Frequência angular amortecida 

∆L  Variação do deslocamento  

∆R  Variação de resistência elétrica 

Δσ  gama da amplitude de tensão 

Δε  gama da amplitude de deformação 

ΔƔ  gama da amplitude de distorção 

 xy ,  max   Distorção específica nominal e máxima 

γ  Distorção específica 

γoct  Distorção octaédrica 

Ɣw  Parâmetro de Walker 

α”e β”  Coeficiente de dilatação témica 

εxx, εyy, εzz  Deformações lineares nas direções x, y e z, respectivamente 

ε1 ou  εp1, ε2 ou εp2  Deformações principais 

ε’x, ε’y  Deformação corrigida na direção x e y 

ε  Deformação total 

εa  Amplitude de deformação  

εe  Deformação elástica 

εp  Deformação plástica 

εij  Tensor de deformação 

Limite de fadiga do material/menor amplitude de deformação para efeito de 
ε 0 
 dano a fadiga  
εf’  Coeficiente de ductibilidade a fadiga 

εf  Deformação verdadeira 

ρ   Raio do entalhe 

  σ1, σ2, σ3  Tensões principais em um ponto 

σn  Tensões normais em um ponto 

σ   Tensão admissível  

xi 
 
σmax, σmédia σmin  Tensões normais max., média e min, respectivamente 

σx ou σxx  Tensão normal na direção x 

σar  Amplitude equivalente de tensão completamente reversa 

σu  Limite de resistência à tração 

σa  Amplitude de tensão 

σf’  Limite de tensão a fadiga 

σf   Tensão verdadeira 

σa  Amplitude de tensão equivalente 

σm  Tensão média equivalente 

σoct  Tensão octaédrica 

τxy, τxx, τyy  Tensões de cisalhamento em um ponto do plano xy 

τ  Tensão de cisalhamento 

τa  Amplitude de tensão de cisalhamento  

τoct  Tensão de cisalhamento octaédrica 

ρ‖  Resistividade do material 

ρ  Raio do entalhe 

ϕ  Ângulo de torção 

ν  Coeficiente de Poisson 

λ  Condutividade térmica 

Coeficiente que inclui amplo impacto do espectro de frequência a vida à  
Λ’ 
fadiga 
Ω  Resistividade elétrica 
δ  Delta de Kronecker 
 
 
 
 
 
 
 
  
 
 

xii 
 
TABELAS 
 
 
CAPITULO 1 

Tabela 1.1 ­ Métodos de análise à fadiga  10 

Tabela  1.2  –  Representação  do  comportamento  da  amplitude  de  tensão 


23 
média ζm. 

Tabela 1.3 ­ Métodos de análise à fadiga  25 

CAPITULO 2 

Tabela 2.1 – Ciclos de amplitude.  43 

Tabela 2.2 Análise da variação do sinal.  52 

Tabela 2.3 Exemplo de filtro passa baixa.  53 

Tabela 2.3 Exemplo de filtro passa alta.  53 

CAPITULO 3 

Tabela 3.1 ­ Constantes do simulador.  54 

Tabela 3.2 ­ Escovas elétricas, SCHIMIDT (1979).  59 

Tabela 3.3 ­ Identificação das tomadas.  63 

Tabela 3.4 ­ Dimensional do CP.  63 

Tabela 3.5 ­ Dimensional do ferramental para usinagem do entalhe  63 

Tabela  3.6  ­  Características    mecânicas    monotônicas    e    cíclicas      dos 


64 
materiais do CP. 

Tabela 3.7 ­ Composição do Aço Carbono.  65 

Tabela 3.8 ­ Composição do Alumínio.  65 

Tabela 3.9 ­ Composição do aço inoxidável.  65 

Tabela 3.10 ­ Dimensional da Mola (Medidas em centimetros)  66 

   

xiii 
 
Tabela 3.11 ­ Parâmetros da mola.  66 

Tabela 3.12 ­ Parâmetros do conjunto para análise de ressonância.  71 

Tabela 3.13 ­ Relação trigonométrica entre os ângulos α e δ.  74 

Tabela  3.14  ­  Determinação    dos    pontos    de    principal    influência    das 


76 
componentes da força da mola.  

Tabela 3.16 ­ Tabela  3.16  ­ Dimensional do conjunto  78 

Tabela 3.17 ­ Rugosidade  79 

Tabela 3.18 ­ Constantes  79 

Tabela 3.19 ­ Coeficiente de dilatação térmica (α‖ e β‖) ºC.  82 

Tabela 3.20­ Variação de área e comprimento linear (α‖), e variação de 


83 
      área (β‖) devido à variação de temperatura, para cada material. 

Tabela  3.21 ­ Comportamento das deformações dos resistores  na PW.  84 

Tabela  3.22 ­ Parâmetros de frequência.  89 

Tabela 3.23 ­ Resumo  do  resultado   Experimental dos  tempos de fratura 
89 
sem filtragem 

CAPITULO 5 

Tabela 5.1 ­ Resultado final teórico de dano pelo método S/N.  105 

CAPITULO 8 

Tabela 8.1 ­ Resultado final teórico de dano pelo método ε/N.  121 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

xiv 
 
FIGURAS 
 

                                                INTRODUÇÃO 

Figura 1.1 ­ Fluxograma da estrutura do contexto deste trabalho.  6 

OBJETIVO DA TESE   
 

 Figura  2.1  ­  Conjunto  geral  do  simulador  de  carregamento  multiaxial  7 


para análise de fadiga. 

Figura  2.2  ­  Fluxograma  geral  da  ordem  de  desenvolvimento  deste 



trabalho. 

Figura  2.3  –  Fluxograma      geral      da  metodologia      aplicada    ao 



desenvolvimento deste trabalho. 

CAPITULO 1   

Figura  1.1  ­  Determinação  da  caracterização  cíclica  de  carregamento 


15 
ζm/εm ≠ zero. 

Figura  1.2  –  Curva  S­N  de  Wohler,  para  materiais  sob  condições 
17 
constantes de carregamento. 

Figura  1.3  –  Laço  de  histerese  formados  pela  variação  cíclica  das 
18 
tensões e deformações 

Figura  1.4  –  Curva    de    dano  em    relação  à  variação  cíclica  de 
20 
carregamento (a) linear, b) não linear, FORSYTH (1982).    

Figura  1.5 – Curva de amplitude de deformação total Δε versus vida 2N f 


21 
(carregamento reverso é igual ao carregamento alternado com ζ m=0). 

Figura  1.6 ­ Influência da tensão média, ζm, sobre o comportamento da


24 
curva S –N. 

Figura  1.8  ­  Representação  gráfica  de  parâmetros  de  dano,  GLINKA 


28 
(2014). 

CAPITULO 2   

Figura  2.1 – Configuração de uma PW.  31 

Figura  2.2 ­ Disposição de extensômetros do tipo roseta.   34 

Figura  2.3 ­ Cinco fases do processo de fadiga com fatores (kf, k, e kc)  37 
que  governam  as  fases    do  processo  de  iniciação  e  crescimento  de 
trinca. 

Figura  2.4  –  Variação  da  taxa  de  sensibilidade  do  entalhe    kf/kt    em  62 
relação  cada raio de entalhe para três valores de SCF. 

xv 
 
Figura 2.5 ­ Diagrama de propagação de trinca.  65 

Figura  2.6  –  Esquema  de  cargas  (em  tensões)  de  amplitude  constante 
65 
com ni ciclos. 

Figura 2.7 – Diagrama de acúmulo de danos em ciclos com amplitude de 
tensão  variável.  onde  para  cada  amplitude  de  tensão  existem  curvas  44 
que representam a relação ni/Nfi 

Figura  2.8  –  Representação  esquemática  do  dano  versus  taxa  de  ciclo 
45 
pela teoria de Marco Starkey, YANG et al.(1997). 

Figura 2.9 ­ Digitalização do sinal analógico  47 

Figura 2.10 – Janela de amostragem  48 

Figura 2.11 – Amostragem de sinais contínuos  48 

Figura 2.12  ­ Janela de Hanning  50 

Figura 2.13 ­ Janela de Hamming  50 

  Figura 2.14 – Fluxograma para filtragem do sinal  51 

CAPITULO 3 

  Figura  3.1  –  Simulador  para  análise  de  fadiga  e  o  respectivo  55 


detalhamento geral do seu conjunto. 

  Figura  3.2  –  Foto  do  motor  utilizado,  com  as  seguintes  características:  56 
WEG, modelo 

  Figura 3.3 ­ Esquema geral de ligação elétrica do inversor  57 

  Figura 3.4 ­ Área de contato entre AD e escova  58 

  Figura  3.5  –  Conjunto  de  anéis  deslizantes:  a)  projeto  atual,  b)  projeto  61 
inicial ­ COSTA et al. (2013) 

  Figura 3.6 ­ Detalhe da montagem do conjunto de aneis deslizantes (a) ,  61 
detalhe  dos  suportes  da  escova  (b)  forma  de  contato  das  escovas  de 
eletrografite (c), detalhe da posição angular de montagem para contato 
entre escovas e anéis deslisantes (d). 

  Figura 3.7­ Posicionamento das tomadas do quantum X  53 

  Figura 3.8 ­ Configuração geométrica do CP  53 

  Figura 3.9 ­ Dimensional da montagem da mola  66 

  Figura 3.10 – relação e carregamento deformação da mola  67 

  Figura 3.11 ­ Representação da composição da rigidez do Simulador  67 

xvi 
 
Figura 3.12 – Análise  da influência  das componentes da força da mola ao  72 
movimento de rotação do eixo. 

Figura 3.13 ­ Detalhe da distrbuição de carga da mola na polia).  73 

Figura  3.14  –  Relação trigonometrica entre α( posição da polia ) e 73 


δ(posição da mola 

Figuras 3.15 – Distribuição das componentes da força da mola  73 

Figura 3.16 ­ Posicionamento  e classificação dos mancais   77 

Figura 3.17 – Dimensional e condição de apoio  do CP em relação a torção  78 

Figura 3.18 ­ Distribuição do carregamento e reações de apoio no CP   78 
(torção e flexão) em  relação ao conjunto 

Figura  3.19  ­  Aço  inoxidável  ­  Rugosidade longitudinal Ra=17,79μm, 80 


rugosidade transversal Ra= 63,03μm, profundidade do entalhe 2,35mm 

Figura 3.20 – Alumínio ­ Rugosidade longitudinal Ra=17,79μm, rugosidade 81 


transversal Ra=72,11μm, profundidade do entalhe 1,9 mm. 

Figura  3.21  ­  Aço  carbono  ­  Rugosidade longitudinal Ra=15,45μm, 103 


rugosidade Transversal Ra= 98,32μm, profundidade do entalhe 2,35mm. 

Figura  3.22  ­    Avaliação  da  temperatura  de  trabalho  dos  principais  82 
componentes 

Figura 3.23 ­ Avaliação da temperatura no entlahe  82 

Figura  3.24  –  Vista  geral  (a)  e  detalhe  (b)  do  posicionamento  dos  84 
extensômetros 

Figura 3.25 – PW para extensômetro no mancal  84 

Figura  3.26  –  Detalhes  da  geometria  da  raiz  do  entalhe  agudo  (a)  e  da  85 
variação de ktsα (b) aplicado neste estudo onde ρ, D, d e é constante e h 
e d variável.  

Figura  3.27  ­  Composição  da  aquisição  do  sinal  de  deformação  sob  87 
diferentes taxas de aquisição. 

Figura 3.28 – Espectro de deformação no domínio do tempo até a fratura  88 
do entalhe com profundidade= 2.15 mm, Aço carbono ­25,084Hz, tempo 
real de ruptura = 1700s. 

Figura 3.29 ­ Espectro de deformação nominal no domínio do tempo até a  88 
fratura do entalhe, Aço carbono ­25,084Hz, entalhe com profundidade 
de 2.15 mm, tempo real de ruptura = 1700s 

Figura  3.30  –  Espectro  de  frequência  versus  rotação  do  motor  produzida  90 
pelo inversor de frequência 

xvii 
 
Figura 3.31 ­ Espectro rotação versus ciclos  90 

Figura  3.32­  Fluxograma  geral  da  metodologia  aplicada  ao  91 


desenvolvimento deste trabalho 

CAPÍTULO 4 

Figura 4.1­ Detalhe da fratura do entalhe com profundidade de 2,4mm (Aço  93 
inoxidável). 

Figura 4.2­ Detalhe da fratura do entalhe com profundidade de 2,25mm  94 
(Aço inoxidável)­ lado A do CP. 

Figura  4.3­  Detalhe  da  fratura  do  entalhe  com  profundidade  de  2,25mm  95 
(Aço inoxidável)­ Lado B do CP 

Figura  4.4  ­  Detalhe  da  fratura  do  entalhe  com  profundidade  de  2,00mm  96 
( Aço carbono), vista da fratura do lado A do CP. 

Figura  4.5  ­  Detalhe  da  fratura  do  entalhe  com  profundidade  de  2,00mm  97 
(Aço carbono) vista da  fratura pelo Lado B do CP. 

Figura  4.6  ­  Detalhe  da  fratura  do  entalhe  com  profundidade  de  1,90mm  98 
(Aço carbono) vista da  fratura pelo Lado A do CP. 

Figura  4.7  ­  Detalhe  da  fratura  do  entalhe  com  profundidade  de  1,90mm  99 
(Aço carbono) vista  da fratura pelo Lado A do CP. 

Figura 4.8 ­ Fratura por torção cíclica para aço inoxidável  100 

Figura 4.9 ­ Fratura por torção cíclica para aço inoxidável (KARAAGAC et  101 
al. [35]).   

CAPITULO 5 

Figura 5.1 ­ Fluxograma para análise de vida pelo método (S­N).  104 

Figura  5.2  –  Resultado  final  da  vida  teórica  e  real  para  cada  CP  em  aço  106 
carbono. 

Figura  5.3  –  Resultado  final  da  vida  teórica  e  real  para  cada  CP  em  aço  106 
inoxidável. 

Figura  5.4  –  Resultado  final  da  vida  teórica  e  real  para  cada  CP  em  107 
alumínio. 

CAPITULO 6 

Figura 6.1 ­ Influência do tensor desviador  109 

Figura  6.2  ­  Curva tensão deformação (ζ­ε) verdadeira e tensão­ 112 


deformação (ζ­ε) de engenharia. 

xviii 
 
CAPITULO 7 

Figura 7.1 – Caminho inicial de tensão­deformação apresentado pela curva  115 
cíclica,  enquanto  o  laço  de  histerese  subsequente  é  comumente 
modelado expandindo­se esta curva por um fator igual a dois. 

Figure 7.2 ­ Matriz composta por ordenada e abcissa mostrando a relação  116 
entre  constantes  experimentais  e  de  compatibilidade  para  aço  carbono 
SAE­1020. 

Figure  7.3  ­  Representação  gráfica  da  relação  entre  a  parte  elástica  das  117 
equações  de  RO  e  CM  usando  constantes,  determinadas  de  forma 
independente, para várias razões de tensão biaxial. 

Figure 7.4 – Representação da taxa entre parte plástica das equações de 
RO  e  CM  usando,  de  forma  independente,  determinadas  constantes. 
118 
Esta  compatibilidade  não  é  assegurada  com  a  componente  de 
deformação plástica de RO menor que a equação equivalente de CM 

Figura  7.5  ­  Taxa  de  deformação  de  compatibilidade  plástica.  Como 


esperado, a total compatibilidade entre as deformações plásticas de RO 
e  CM  é  obtida,  independentemente  do  estado  de  tensão, uma vez  que  119 
os parâmetros dos materiais foram calculados de acordo com a equação 
(7.2) 

Figura  7.6  ­  Curvas  de  tensão­vida,  obtidos  por  solução  numérica  da 
equação  (6.25),  para  amplitudes  de  tensão  que  variaram  entre  10  e 
121 
1000  μs.  Os  parâmetros  independentes  (a)  e  compatível  (b)  foram 
utilizados no lado direito da equação (7.1).  

CAPITULO 8 

Figura 8.1­ Fluxograma para análise de vida pelo método (ε/N).  120 

Figura  8.2  –  Resultado  final  da  vida  teórica  e  real  para  cada  CP  em  aço 
121 
carbono 

Figura  8.3  –  Resultado  final  da  vida  teórica  e  real  para  cada  CP  em  aço 
122 
inoxidável. 

Figura  8.4  –  Resultado  final  da  vida  teórica  e  real  para  cada  CP  em 
122 
alumínio. 

CAPITULO 9 

Figura 9.1 – Representação gráfica da matriz Rainflow quadrada (64 x 64) 
referente a um intervalo de tempo de 20s. A barra, à direita, representa 
o  número  de  ciclos.  O  material  aplicado  foi  aço  carbono  com  126 
profundidade  de  entalhe  igual  a  2.15  mm,  W=25,084Hz,  tempo  real  de 
ruptura = 1700s 

Figura 9.2 – Espectro de deformação no domínio do tempo até a fratura no 
mancal  de  engaste  do  CP,  Aço  carbono  ­25,084Hz,  entalhe  127 
profundidade = 2.15 mm, tempo real de ruptura = 1700s 

xix 
 
Figura 9.3 ­ Espectro de deformação no domínio do tempo até a fratura na 
raiz  do  entalhe,  Aço  carbono  ­25,084Hz,  entalhe  prof.=  2.15  mm,   129 
Tempo real de ruptura = 1700s. 

Figura 9.4 – Resultado geral do Deff para cada ensaio (modelo S/N)  129 

Figura 9.5 – Resultado geral do Deff para cada ensaio (modelo ε/N)  130 

Figura  9.6  –  Resultado  da  relação  vida  Nf  pelo  método  S­N e ε­N  em 
131 
função da amplitude da tensão (ζm =0). 

Figura  9.7  –  Resultado  da  relação  vida  Nf  pelo  método  S­N e ε­N  em 
131 
função da amplitude de tensão cisalhante (ζm=0). 

Figura 9.8 – Resultado da  relação  entre  Deff    pelo método S­N e  Deff  pelo 


132 
método ε­N em função da amplitude de tensão cisalhante (ζm=0) 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

xx 
 
 
AVALIAÇÃO DE DIFERENTES MÉTODOS DE PREVISÃO DE VIDA EM FADIGA 
EM EIXO COM ENTALHE CIRCUNFERENCIAL SOB CARGAS MULTIAXIAIS DE 
AMPLITUDE VARIÁVEL 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
No  presente  trabalho  se  faz  um  estudo  das  previsões  de  vida  em  fadiga,  de  acordo  com  os 
principais modelos atualmente em uso, para componentes com entalhes sob cargas multiaxiais 
de  amplitude  variável.  Com  o  objetivo  de  dispor  de  resultados  experimentais  próprios,  foi 
projetada  e  desenvolvida  uma  máquina  (Simulador  de  carregamento  Multiaxial  dinâmico  ­ 
SCMD)  para  realizar  ensaios  de  fadiga  em  corpos  de  prova  cilíndricos.  O  carregamento 
imposto  ao  corpo  de  prova  (CP),  por  esta  máquina,  tem  um  caráter  multiaxial  de  amplitude 
variável.  Sensores  ,situados  na  superfície  do mancal  de  engaste do  CP,  permitem a  leitura  e 
aquisição do sinal de deformação diretamente aplicado ao CP através de um sistema de anéis 
deslizantes,  que  foram  projetados,  exclusivamente, para  aquisição  e  transmissão  do sinal,  na 
forma dinamica. Imagens do MEV, das superfícies de fratura dos corpos de prova, confirmaram 
a falha por fadiga. No método da tensão nominal  (MTN), para previsão de vida em fadiga, foi 
utilizada a assim chamada modificação de Miner elementar à curva de referência para tensões 
abaixo  do  limite  de  fadiga.  No  método  das  deformações  locais  (MDL),  as  equações 
constitutivas  e  a  relação  deformação­vida  foram  modificadas  para  incluir  a  multiaxialidade  do 
carregamento imposto pelo SCMD. No contexto deste método foi feito, também, um estudo do 
erro  nas  previsões  de  vida  para  a  condição  de  compatibilidade  das  deformações  do  aço 
carbono  SAE1020.  Em  todos  os  casos  foi  necessário  desenvolver  ou  aprimorar  códigos 
computacionais  próprios  para  a  implementação  dos  modelos.Os  resultados  mostram  que  o 
MTN  retorna  parâmetros  de  dano  com  um  coeficiente  de  variação  acima  da  unidade,  na 
maioria das vezes, indicando uma adequação conservativa. No estudo da compatibilidade ficou 
demonstrado  que  o  uso  de  parâmetros  independentes,nas  relações  constitutiva,  não  afetam, 
sensivelmente,  as  previsões  de vida.  Por  ultimo,  as  previsões  baseadas  na  deformação  local 
efetiva, método MDL,  retornaram parâmetros de dano mais próximos da unidade, confirmando 
as  vantagens  das  abordagens  locais  para  tratar  de  problemas  de  fadiga  multiaxial  em 
componentes com entalhes agudos. 
 
 
Palavra­chave:  Dano  à  fadiga;  amplitude  de  tensão  e  deformação,  tensão  média  efetiva; 
método  deformação­vida,  método  tensão  nominal,  método  das  deformações  locais,  anéis 
deslizantes,extensometria elétrica resitiva, parâmetros de vibração, simulador de carregamento 
multiaxial. 
 
 

xxi 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
 
 
The  present  work  is  a  study  of  the  fatigue  life  predictions,  according  to  the  main  models 
currently  in  use,  for  components  with  notches  under  multiaxial  loads  of  variable  amplitude.  In 
order  to  have  own  experimental  results,  a  machine  (loading  dynamic  simulator  Multiaxial­  
LDSM) was designed and developed to perform fatigue tests on cylindrical specimens. The load 
imposed on the specimen (SP), in this machine, has a character multiaxial variable amplitude. 
Sensors,  that  were  fixed  in  the  crimping  bearing  surface  of  the  SP,  allows  the  reading  and 
acquisition  of  strain  signal  applied  directly  to  the  SP  using  a  slip  rings  system,  which  are 
designed,  exclusively,  for  acquisition  and  signal  transmission  in  a  dynamic  way.  Images  by 
scanning electron microscopy (MEV), about the fracture surfaces of the specimens, confirmed 
the fatigue failure. In the method of nominal stress (MNS) for predicting fatigue life, it used the 
so­called  Miner  elementary  modification  to  the  reference  curve  for  stresses  below  the  fatigue 
limit. In the method of local strains (MLS), the constitutive equations and strain­life relationship 
have been modified to include multiaxialidade loading imposed by LDSM. In the context of this 
method  it  was  made,  also,  a  study  of  mistakes  in  the  life  predictions,  for  the  compatibility 
condition of the carbon steel SAE1020 strain. In all these cases, it was necessary to develop or 
improve  computer  code  for  implementing  models.  The  results  show  that  the  MTN  returns 
damage  parameters  with  a  coefficient  of  variation  above  unity,  in  most  cases,  indicating  a 
conservative  adaptation.  In  the  compatibility  of  the  study  demonstrated  that  the  use  of 
independentesnas  parameters  constitutive  relations  do  not  affect substantially  the  forecasts of 
life.  For  Last,  forecasts  based  on  actual  local  strain,  MLS  method,  returned  closer  damage 
parameters  of  the  unit,  confirming  the  advantages  of  local  approaches  to  deal  with  multiaxial 
fatigue problems on components with sharp notches. 
 
 
 
 
 
 
 
Keyword:  Damage  analysis  for  fatigue;  range  of  stress  and  strain,  effective  medium  voltage; 
method strain­life, nominal voltage method, method of local deformation, slip ring , strain gage, 
vibration parameters, multiaxial loading simulator. 
 
   

xxii 
 
 
 
 
 
1 ­ INTRODUÇÃO 
           Fadiga é um fenômeno conhecido e estudado sistematicamente faz mais de um século. 
A sua ocorrência está correlacionada com uma resposta de materiais sujeitos a forças externas 
cíclicas. Isto é o caso de praticamente qualquer elemento ou estrutura mecânica  submetida a 
carregamento dinâmico. A pesquisa nesta área é contínua e sistemática, obtendo­se resultados 
com  uma  grande  quantidade  de  dados  importantes  sobre  a  influência  da  distribuição  de 
tensões,  geometria  dos  corpos  carregados,  frequência  cíclica,  teoria  de  danos,  acabamento 
superficial sobre a resistência à fadiga, etc. Todos estes dados facilitam consideravelmente, o 
projeto prático de análise de um ou mais elementos mecânicos. Com a evolução contínua das 
pesquisas neste campo, foi possível uma investigação da natureza do processo de fadiga em 
nível  microscópico,  o  que  permitiu,  a  partir  daí,  embasar  uma  ampla  área  de  compreensão 
sobre  as  mudanças  irreversíveis  no  material  devido  à  reprodução  cíclica  ao  carregamento 
estático ou dinâmico, levando à fadiga e fratura. Atualmente, estas duas linhas de análise estão 
funcionando de forma paralela em diversas instituições de pesquisas. Isso vem ocorrendo com 
objetivo,  primordial,  em  atender  às  exigências  constantes  sobre  o  desempenho  de  qualquer 
conjunto  de  elementos  mecânicos,  que  produzam  uma  determinada  função,  cada  vez  mais 
sofisticada  e  precisa,  submetido  a  tensões  cíclicas  críticas,  temperaturas  elevadas,  ambiente 
agressivos às características do material e etc., a fim de se manter um grau de confiabilidade e 
durabilidade adequada e segura. 
          A  falha  de  componentes  estruturais  ocorre  fundamentalmente  por  deformação 
excessivamente elástica, deformação plástica, fadiga e fratura. Estas falhas podem ocorrer de 
forma  dúctil  ou  frágil  quando  as  tensões  de  serviço  sobrepõem  valores  das  tensões 
admissíveis,  com  base  num  determinado  critério  de  ruptura.  Em  condições  de  fadiga,  as 
tensões  dinâmicas  admissíveis  são  bem  menores  do  que  aquelas  em  condições  estáticas  e 
são dependentes do número de ciclos de carga a que são submetidos, entre outros fatores.  
          A maior parte dos componentes em engenharia está sujeito a carregamentos cíclicos de 
tração/compressão e torção, ou seja, carregamentos multiaxiais. Estes carregamentos podem 
ser  proporcionais  ou  não  proporcionais.  Estudos  atuais,  que  abordam  a  análise  de  fadiga  e 
fratura,  envolvem  basicamente  três  campos  científicos  primordiais:  fadiga  sob  carregamento 
multiaxial,  dano  estrutural  e  vibração.  Dano  estrutural  descrito  do  ponto  de  vista  físico 
representa  a  descontinuidade  da  superfície  em  forma  de  micro  trinca  ou  descontinuidade  de 
volume na forma de cavidade, LEMAITRE et al. (2000). 
         Na  situação  de  fadiga  de  alto  ciclo  existem,  teoricamente,  duas  abordagens  de  projeto 
que podem ser utilizadas, uma delas procura determinar, para uma situação de vida infinita, a 


 
resistência da peça descrita pelo máximo nível de tensões ou deformações cíclicas aplicadas. 
A outra abordagem objetiva especificar, para um determinado nível de tensões e deformações 
a vida do componente medida em ciclos.  

         No  contexto  de  solicitação  uniaxial,  as  teorias  que  suportam  ambas  as  abordagens  
citadas apresentam teorias e formulações consagradas.  No entanto, como já foi dito, raras são 
as situações onde componentes mecânicos sofrem solicitações em uma simples direção. Desta 
forma,  deve­se  ter  em  mente  que  novas  abordagens  de  projeto  devem  ser  elaboradas  ou 
modificadas  em  relação  às  atuais  para  que  as  solicitações  complexas  multiaxiais  sejam 
consideradas, ALGABARTE R.D. (2009). 
         Este  trabalho  se  concentra  na  análise  de  dano  estrutural  até  a  fratura  de  CP´s,  que 
apresentem um concentrador de tensão na forma de entalhe  tipo ‗V‘, circunferencial, agudo e 
profundo,  sujeito  a  um  carregamento  multiaxial.  Esta  análise  ocorre  baseada  em  equações 
específicas  para  análise  de  danos,  adotando  parâmetros  do  modelo  deformação  número  de 
cíclicos (ε/N) e tensão número de ciclos (ζ/N).  
          Este  estudo  envolve  duas  fases  básicas:  uma  na  forma  experimental  e  uma  na  forma 
analítica, a fim de serem comparadas ao final do estudo da análise de dano e fratura por fadiga 
estrutural  do  material  submetido  a  um  carregamento  multiaxial  variável,  abrangendo  fase 
elástica e plástica.  
         Para  que  se  pudesse  processar  este  estudo  foi  necessário,  inicialmente,  elaborar  o 
projeto e fabricação de um simulador que produzisse tal forma de carregamento multiaxial, com 
intensidade  e  frequência  controlada.  Este  simulador  apresenta  uma  composição  geral 
configurada, basicamente, por anéis deslizantes, extensômetros elétricos resistivos, inversor de 
frequência,  motor,  mancais,  mola,  um  amplificador  de  sinal  analógico/  digital,  CP´s  e  um 
software  para  interpretação  e  gravação  dos  sinais  digitais  de  deformação  produzidas  pelos 
extensômetros.  Esta  deformação  adquirida  de  forma  dinâmica,  no  domínio  do  tempo  e  da 
frequência,  num  ponto  específico  e  superficial  do  mancal  de  engaste  do  CP,  até  sua  fratura 
completa,  na  fase  experimental,  fundamentou o  estudo  analítico  do  dano  à  fadiga,  na  raiz  do 
entalhe.  
         A função do simulador é produzir torque e flexão variada de forma controlada, utilizando a 
resistência  de  uma  mola  ao  movimento  de  rotação,  submetida  a  velocidade  constante  do 
motor. Basicamente, este simulador permite duas formas de análise dinâmica, considerando o 
posicionamento do entalhe do CP em relação aos mancais.  
1.  Primeira  condição:  considera  todo  o  carregamento  aplicado  ao  CP  (torção  e  flexão) 
quando seu entalhe é posicionado no vão entre os apoios do 2º gênero,  
2.  Segunda  condição:  que é  aquela  que, exatamente,  se  aplica  neste estudo. Considera a 
posição do entalhe do CP no vão, entre o apoio do 2º gênero e o lado de engaste do CP com o 
mancal. Esta condição de apoio inibe a influência do momento fletor, na sua totalidade, sobre o 
vão  livre,  onde  se  posiciona  o  entalhe.  Assim,  a  condição  da  componente  da  força  da  mola, 


 
que  produz  momento  fletor  sobre  o  CP  e  reações  sobre  os  respectivos  apoios,  também  não 
exercem  influência  na  condição  cisalhante,  permitindo  avaliar,  neste  estudo,  apenas  o 
predomínio da componente tangencial da força da mola  proveniente da resistência da mola a 
torção do CP, durante cada rotação completa da polia, originando uma condição de movimento 
cíclico subamortecido forçado variável, ainda sob carregamento multiaxial. 
         Os  CP´s,  aplicados  na  análise  do  dano  à  fratura,  foram  produzidos  com  diferentes 
materiais  e  profundidades  de  entalhe  que  resultaram  valores  de  fator  de  concentração  de 
tensão muito próximos.  
          O procedimento bem conhecido de contagem ciclo, método Rainflow, foi aplicado sobre 
uma fração representativa do sinal completo de deformação até a fratura do CP. Nesta fração 
de tempo, ao se aplicar o procedimento de contagem de ciclos, foram identificados 64 classes 
de amplitudes de tensão e amplitudes de tensão média. A abordagem tradicional baseada  na 
tensão  nominal  (ζn),  avaliada  como  a  ferramenta  mais  utilizada  para  os  cálculos  da  vida  a 
fadiga, foi aplicada. Para a ocorrência de amplitudes de tensão acima do limite de resistência à 
fadiga  que  tende  a  diminuir,  foi  usado  o  método  elementar  de  Miner.  Os  resultados  mostram 
que a soma de dano em relação ao seu número de ciclos varia com valores médios de até 3. 
Apesar  do  pequeno  tamanho  da  amostra  utilizada  no  presente  trabalho  (apenas  23  testes), 
estes  desvios  significativos  estão  de  acordo  com  os  resultados  anteriores  relatados  por 
diferentes pesquisadores como MARCO STARKEY (1954). 
         Na abordagem baseada em deformação para análise de fadiga (ε/N), a condição de
tensão  local  deve  ser  estimada  a  partir  de  cargas  externas.  Normalmente  os  mesmos  testes 
controlados  por  tensão conduzidos para a  determinação  das  curvas de  tensão­vida (ζ/N) são
usados  na  definição  da  curva  de  tensão­deformação  cíclica.  Apesar  do  fato  de  que  as 
deformações  sejam  as  mesmas,  um  conjunto  independente  de  parâmetros  é  usado  para  a 
montagem  de  cada  uma  das  equações  aos  dados  experimentais.  Para  assegurar  a 
compatibilidade física necessária, entre as deformações, alguma relação explícita deve ocorrer 
entre os parâmetros de cada curva. Este trabalho discute a influência que o uso de ambos os 
tipos de parâmetros, independentes e compatíveis, tem sobre as curvas  numéricas de tensão 
de  vida  do  aço  1020.  Por  curvas  numéricas  de  tensão­vida  (ζ/N) que  traz  as  amplitudes  de 
tensão (ζa) e as vidas que resultam da solução numérica de ambos, a deformação­vida (ε/N) e 
as relações tensão­deformação (ζ/N), para a mesma amplitude de deformação. Os efeitos do 
estado  de  tensão  também  são  responsáveis  pelas  equações  de  tensão  vida  e  tensão­
deformação que são modificadas de acordo com a teoria de deformação total da plasticidade e 
através da introdução de um estado plano de tensão biaxial. 
         O  principal  desenvolvimento deste estudo é que,  para  os diferentes materiais  utilizados, 
tomando­se  como  exemplo  o  aço  SAE1020,  as  curvas  numéricas  tensão­vida  resultantes  da 
utilização  de  parâmetros  compatíveis  e  independentes  são  indistinguíveis  para  o  mesmo 
estado  de  tensão.  Consequentemente,  não  há  implicações  importantes  sobre  cálculos  de 


 
tempo  de  vida,  quando  a  curva  cíclica  é  estimada  de  forma  a  garantir  as  condições  de 
compatibilidade para o aço carbono, alumínio e aço inoxidável.  
         A organização deste trabalho se distribui em Introdução, objetivo da tese, nove capítulos, 
onde se descreve desde o embasamento teórico até  a discussão dos resultados, figura (1.1), 
assim  discriminados: 

          INTRODUÇÃO  

  OBJETIVOS DA TESE  

  a) Extensômetros de resistência elétrica. 
CAPÍTULO 1  b) Fator de concentração de tensão. 
 
c) Método Rainflow. 
  d) Aquisição  e  processamento  de  sinal 
analógico. 
  CAPÍTULO 2  e) Digitalização do sinal analógico. 

 
a) Componentes do conjunto. 
b) Condição de apoio do CP. 
  c) Rugosidade do entalhe. 
d) Configuração térmica do entalhe.  
  e) Discussão  aplicada  a  forma  de 
CAPÍTULO 3  obtenção  de  resultados  de  deformação  no 
  simulador. 
f) Rugosidade do entalhe. 
  g) Configuração  térmica  do  entalhe 
CAPÍTULO 4  durante o ciclo de fadiga. 
 
h) discussão  aplicada  a  forma  de 
  obtenção de   resultados de deformação do 
simulador. 
CAPÍTULO 5  a) Fluxograma  para  análise  de  dano 
 
 segundo a condição S/N 
  b) Resultado  experimental  e  analítico 
CAPÍTULO 6  somente  na  condição  de  deformação 
  elástica, (S/N). 
CONFIGURAÇÃO TÉRMICA DO ENTALHE DURANTE O
   
CAPÍTULO 7 
 

 
CAPÍTULO 8 
 

  CAPÍTULO 9 
 

  CONCLUSÕES 

Figura 1.1 ­ Fluxograma da estrutura do contexto deste trabalho. 
 


 
A partir da figura (1.1) faz­se um resumo do conteúdo dos capítulos: 

a)  Capítulo 1 ­ Neste capítulo se descreve a evolução do estado da arte em relação ao estudo 
da  análise  de  dano,  envolvendo  diversas  proposições  com  relação  a  influência  da  amplitude  
da tensão média utilizando a equação básica de CM ajustando­a em consequência da variação 
da tensão e de um carregamento multiaxial . 
b) Capítulo 2  ­ Neste capítulo  se  faz  uma revisão bibliográfica  da  teoria  a ser aplicada  neste 
estudo, abrangendo os seguintes assuntos técnicos descrito em literatura científica específica 
para  cada  assunto:  extensômetros  de  resistência  elétrica,  fator  de  concentração  de  tensão, 
métodos  de  cálculo  de  fadiga,  método  Rainflow  para  contagem  de  ciclos,  aquisição  e 
processamento de sinal, digitalização de um sinal analógico. 
c)  Capítulo 3 – Nesta fase se apresenta os métodos e materiais aplicados a este estudo tanto 
na  parte  de  equipamentos  projetados  e  construídos  para  este  fim,  como  equipamentos 
adicionados  para  controle  e  rotação.  Apresenta,  também,  a  forma  de  aquisição,  filtragem  e 
interpretação  do  sinal  de  deformação.  Este  capítulo  apresenta  14  subitens  de  discussão  e 
informação  
d)  Capítulo 4 – Nesta fase se faz uma análise das fraturas obtidas dos CP´s. Esta análise tem 
por  objetivo  avaliar  a  influência  do  carregamento  aplicado  e  suas  consequências  sobre  a 
fratura, caracterizando e confirmando, especificamente, a forma de fratura por fadiga 
e)  Capítulo  5  –  Nesta  fase  utiliza­se  uma  metodologia  de  análise  à  fadiga,  relacionada  com 
ζ/N, associada ao  dano.  Define­se  um  fluxograma  do  programa  a  ser  desenvolvido  em 
linguagem  do  Matlab.  A  partir  deste  programa  obtêm­se  resultados  específicos  para  serem 
correlacionados  com  o  resultado  experimental.  Nesta  fase  de  análise  a  deformação  é 
considerada somente na fase elástica. 
f)  Capítulo 6 – Nesta  capítulo, utilizando­se as relações deformação­vida  (segundo equações 
de CM e RO) define­se uma equação especifica de deformação­vida, utilizando parâmetros do 
material  corrigidos,    para  ser  aplicada  neste  trabalho,  devido  a  forma  de  carregamento 
aplicado.    
g)  Capítulo  7  –  Faz­se  uma  análise  da  influência  da  correção  dos  parâmetros,  utilizados  na 
composição  da  equação  constitutiva,    na  vida  teórica  do  CP,  em  relação  aos  parâmetros 
convencionais  utilizados  nas  equações  já  consagradas  pela  literatura  técnica  para 
carregamento uniaxial.  
h) Capítulo 8 – Neste capítulo, como no capítulo 5, é definido um fluxograma de um programa 
específico,  a  ser  delineado  em  linguagem  do  Matlab,  para  relacionar  a  formação  elástica­ 
plástico  ao  dano.  Nesta  fase,  considera­se  a  deformação  elastica_plástica  embora,  a 
deformação adquirida seja adquirida por deformação na fase elástica. 
i)  Capítulo 9 ­ neste capítulo se faz uma discussão em relação aos resultados encontrados 
pelos métodos aplicados e o resultado experimental.  Essa discussão permite estabelecer a 
conclusão final do trabalho.  


 
2 ­ OBJETIVO DA TESE 

         Esta pesquisa se embasa na continuidade das propostas de diversos autores em relação 
à  forma  de  análise  de  dano  a  fadiga  sob  carregamento  multiaxial.  A  análise  experimental  de 
engenharia refere­se às aplicações onde a medição fornecida por algum instrumento tem uso 
destinado  a  uma  análise  pós­medição,  para  determinação  de  algum  parâmetro,  modelo  e/ou 
validação  do  mesmo,  DOEBLING  (1990).  O  dano  por  fadiga  aumenta  com  ciclos  de  carga 
aplicados  de  forma  cumulativa.  A  análise  de  danos  por  fadiga  acumulada  desempenha  um 
papel fundamental na previsão da vida dos componentes e estruturas sujeitas ao histórico de 
carga. Desde a introdução de conceito de acúmulo de dano por Palmgren e a regra de danos 
linear por Miner, o tratamento de danos por fadiga acumulada recebe cada vez mais  atenção. 
Como  resultado,  muitos  modelos  de  dano  vêm  sendo  desenvolvidos.  As  teorias  sobre  danos 
por  fadiga  acumulada  vêm  sendo  revistas  por  vários  pesquisadores,  desde  o  final  dos  anos 
1970. O artigo de YANG L. et al. (1997) oferece uma análise abrangente das teorias de dano à 
fadiga cumulativa para metais e suas ligas, enfatizando as abordagens desenvolvidas entre os 
anos 1970 ao início dos anos 1990. Essas teorias são agrupadas em seis categorias: regra de 
danos  linear;  curva  de  danos  não­linear  e  de  linearização  de  dois  estágios  considerando 
abordagem pelo método de modificação da curva de vida. Estas abordagens são baseadas em 
conceitos de crescimento de trinca. As considerações estabelecidas nestes artigos norteiam o 
objetivo básico de análise deste estudo em avaliar diferentes métodos de previsão de vida em 
fadiga, em eixo com entalhe circunferencial, sob cargas multiaxiais de amplitude variável. Este 
objetivo principal exige uma subdivisão do procedimento, em várias etapas, para o processo de 
análise, organizadas na seguinte forma: 

1.  Avaliar as previsões de vida em fadiga utilizando modelos teóricos baseados nas tensões 
e nas deformações, mediante comparação com resultados experimentais. A fase experimental 
estabelece  as  deformações  em  relação  ao  tempo,  em  um  ponto  específico  e  superficial.  A 
utilização de um forçamento para o movimento de rotação define uma forma  de carregamento 
multiaxial variável em função do tempo. 

2.  Projetar  e  construir  um  simulador  de  carregamento  multiaxial  onde  se  possam  produzir 
testes  de  fadiga  multiaxial,  figura  (1.1),  considerando  a  técnica  de  monitoramento  direto  das 
deformações do CP com a utilização de extensômetros elétricos resistivos, fixados diretamente 
na  superfície  do  mancal  de  engaste  do  CP,  cujas  deformações  pontuais  determinem  a 
condição do conjunto de esforços dinâmicos no ponto de concentração de tensão (entalhe em 
V) através da aquisição de sinal analógico das deformações dos extensômetros.  

3.  Para  a  condição  dinâmica  de  aquisição  de  dados  é  projetado,  fabricado  e  empregado, 
neste estudo, um conjunto de anéis deslizantes, como forma de contato elétrico dinâmico. Esta 
forma de contato permite a transmissão e recepção do sinal elétrico aplicado aos extensômetro 
através  de  uma  PW.  Esta  forma  de  contato  elétrico  rotativo,  do  simulador,  permite  o 


 
monitoramento contínuo das deformações elásticas produzidas nos  CP´s. Estas deformações, 
representadas  por  sinal  analógico  através  da  PW,  são amplificadas  e  transformadas  em  sinal 
digital através da utilização de um condicionador de sinal. Estes sinais digitais são gravados e 
traduzidos  por  um  software.  Este  conjunto  de  elementos  é  aplicado  com  objetivo  de  se  obter 
informações  de  deformação,  fundamentais  ao  estudo,  relacionadas  com  o  processo  de  dano 
por  fadiga  avaliado  através  de  um  gráfico  de  tensão  variável  quando  aplicado  a  um 
procedimento  de  contagem  de  ciclo  pelo  método  Rainflow  para  a  determinação  da  tensão 
equivalente máxima, média e o número de ciclos 

 
Figura 2.1­ Conjunto geral do simulador de carregamento multiaxial para análise de fadiga 
4.  Fazer um estudo do erro da previsão de vida para condição de compatibilidade entre as 
deformações para aço, na utilização das condições de compatibilidade das deformações, entre 
as equações de Ramgberg­Osgood e Coffin Manson nas previsões de vida em fadiga,  
5.  Utilizar  a  teoria  da  deformação  total,  para  incluir  os  efeitos  da  multiaxialidade  nas 
relações constitutivas e nas equações deformação vida, 
6.  Testar  a  precisão  da  abordagem  tensão  nominal  para  a  previsão  do  tempo  de  vida, 
considerando  a  amplitude  de  tensão  completamente  reversa  e  abaixo  do  limite  de  fadiga, 
utilizando uma modificação elementar de Miner. 
7.  Testar a precisão da abordagem deformação nominal baseada numa equação única para 
laços  de  histereses  na  previsão  do  tempo  de  vida,  considerando  a  amplitude  de  tensão 
completamente reversa e abaixo do limite de fadiga,  utilizando uma modificação elementar de 
Miner e a relação de Coffin­Manson para relacionar a amplitude das deformações com a vida a 
fadiga. 
8.  Na análise de danos, utilizar o critério ou método que transforme as amplitudes de tensão 
variáveis, produzidas por carregamento multiaxial, através do simulador que produz amplitudes 
de  tensões  multiaxiais  simples  com  tensões  médias  variáveis  ao  longo  do  tempo,  por  uma 
amplitude  de  tensões  alternadas  equivalentes  completamente  reversa,  representativas  de 


 
carregamento  uniaxial  variado,  considerando  a  influência  da  tensão  média.    È  a  regra  de 
PALMGREN­  MINER  ou  acúmulo  de  dano  linear  para  análise  de  danos.  Aplicar  o  método 
Rainflow para contagem de eventos causadores de dano por fadiga.  
         A partir das etapas acima descritas (1 a 8), pode­se,., agora, organizar o objetivo da tese 
estabelecendo  as  seguintes  fases  para  o  seu  desenvolvimento  físico  experimental,  figura  (1), 
assim como a metodologia  teórica empregada  na obtenção dos resultados de dano, figura (2).  

  Objetivo principal é avaliação de diferentes métodos de previsão de vida em fadiga, 
  em eixo com entalhe circunferencial, sob cargas multiaxiais de amplitude variável. 
 
 
Este  objetivo  principal  deve  ser  realizado  através  da  aquisição  de  deformações 
 
produzidas  num  ponto  superficial  do  mancal  de  fixação  do  CP  e  transformadas  em 
 
deformações nominais utilizando­se o diâmetro da raiz do entalhe do CP. 
 
 
Os CP‘s devem ser produzidos com entalhes agudos e profundos para cada material.
 
Será feita a avalição em três tipos de material (alumínio, aço carbono e aço inox).   
 
 
  A  profundidade  dos  entalhes  ficará  delimitada  entre  1,95  mm,  mínimo  e  2,45mm 
  máximo, mantendo sempre o mesmo ângulo de abertura. 
 
 
Na  aquisição  das  deformações  específicas  superficiais  do  mancal  devem  ser 
 
utilizados extensômetros elétricos resistivos.  
 
 
  A  transmissão  e  recepção  do  sinal  elétrico  dos  extensômetros  ocorrem  através  de 
  anéis  deslizantes.  Esta  condição  determina  a  necessidade  de  um  projeto  e 
  fabricação específica de um conjunto de AD’s. 
 
  As  deformações  devem  ser  produzidas  devido  à  influência  de  um  carregamento 
  multiaxial  proporcional.  Esta  condição  estabelece  a  necessidade  fundamental  de 
  realizar um projeto e construção de um simulador para carregamento multiaxial 
  onde se possa aplicar  um conjunto de anéis deslizantes e extensômetros elétricos, na 
  estrutura  do  mancal  de  fixação  dos  CP´s.  Este  simulador  deverá  impor  aos  CP´s  a 
  forma  e  carregamento  exigido,  de  forma  variável,  porém  controlada  para  diferentes 
  frequências  de  rotação,  definindo  a  aplicação  de  um  inversor  de  frequência  ao 
  simulador. 
 
Figura 2.2­ Fluxograma geral da ordem de desenvolvimento deste trabalho 


 
 
 A metodologia de análise ocorre da aquisição de sinal de deformação específica, em 
 
função do tempo, na forma experimental, até fratura do CP.  
 
 
De cada gráfico de deformação adquirida, em função do tempo, é definida uma fração 
 
deste tempo total, que se torna uma fração representativa do sinal de amostragem. Esta 
 
fração ação é produzida em cada CP analisado.  
.  
As  tensões  nominais  do  mancal  de  engaste,  obtidas  desta  fração  de  amostragem  das 
            
deformações  específicas,  são  transformadas  em  tensões  nominais  locais,  baseadas  no 
 
diâmetro do entalhe, em função do tempo.  
 
  Nas  tensões  nominais  locais  variáveis  ao  longo  do  tempo  é  aplicado  um  método  de 
  contagem  de  ciclos  (Método  Rainflow)  que  transforme  estas  tensões  variáveis  no  tempo 
  em amplitudes de tensões nominas máximas, tensões medias e número de ciclos. 
 
Estas amplitudes de tensões, após aplicado um fator de concentração de tensão, devem 
 
ser transformadas em amplitudes de tensões equivalente completamente reversível a fim 
 
  de correlacionar,
  teoricamente, amplitudes  de tensão variável com ζ m≠0 em amplitudes
de tensão completamente reversa com ζm=0.  
 
 
A partir destas amplitudes de tensão completamente reversas aplicam­se duas formas de 
 
metodologia de análise de danos à fadiga sob carregamento uniaxial (ζ/N e ε/N) com
 
ζm=0.  Estas  metodologias  são  utilizadas  e  processadas  através  de  uma  linguagem 
 
computacional, desenvolvida neste trabalho, para cada modelo.  
 

Na metodologia de análise de danos ζ/N  será aplicada a equação de Basquin  na 


determinação da vida teórica.   
 
Na metodologia de análise de danos ε/N será
  aplicada a equação de Coffin–Mason  –
Basquin  e  Rambeg­Osgood.  Nesta  fase  é   desenvolvida  uma  equação  específica  para 
carregamento  multiaxial  proporcional,  através  das  equações  constitutivas.  Esta  equação 
 
também é aplicada ao método ε/N, neste trabalho.  
 
A partir das metodologias de análise de danos ζ/N e ε/N, através de uma linguagem
 
computacional  específica,  desenvolvida para cada modelo,  é  determinada a vida  teórica. 
do CP.   
O objetivo da tese finaliza quando: a partir dos resultados obtidos por modelos teóricos e 
 
práticos de dano, é feita uma relação, entre os mesmos, a fim de se avaliar qual o melhor 
 
método ou seja: aquele que pondera um dano teórico menor que o dano experimental: ou 
 
seja: o modelo que mais caracteriza acondição de vida experimental maior que a vida real. 
teórica. 
Figura 2.3­ Fluxograma geral da metodologia aplicada ao desenvolvimento deste trabalho 


 
CAPITULO 1 ­ ESTADO DA ARTE  

         No  contexto  de  solicitação  uniaxial,  as  teorias  que  suportam  ambas  as  abordagens 
citadas  apresentam  teorias  e  formulações  consagradas.    No  entanto,  raras  são  as  situações 
onde os componentes mecânicos sofrem solicitações em uma só direção. Desta forma, devem 
ser  elaboradas  novas  abordagens  de  projeto  ou  modificadas  as  atuais  para  que  solicitações 
complexas multiaxiais sejam consideradas, ALGABARTE (2009). 
        Numa abordagem simplificada de análise, é possível estabelecer quatro modelos básicos 
de  análise  de  vida  em  fadiga,  conforme  tabela  (1.1).  No  entanto,  todos  estes  modelos 
apresentam aplicabilidade real em áreas específicas. 

Tabela 1.1 ­ Métodos de análise à fadiga 
Método  Projeto  Aplicação 
Para vida infinita  Critério antigo, poco econômico, 
Fadiga de alto ciclo  aplicado  com  tensões  e 
Tensão/ vida nominal 
(FAC)   deformações  no  limite  elástico 
  (S/N). 
Para vida segura 
Método  deformação  local  /  vida 
Deformação local / vida  Fadiga de baixo ciclo 
(ε/N); 
(FBC) 
Método  aplicado  à  análise  de 
fadiga por crescimento de trinca 
Fadiga por crescimento de  (da/dn­∆k), para um número  de 
Falência da vida segura 
trinca  ciclos com crescimento da trinca 
de um dado comprimento inicial 
até a fratura 
Combinação do segundo e 
Projeto de tolerância de dano 
terceiro método 
        
         Registros de estudo da fadiga em carregamentos uniaxiais começaram a partir do século 
XIX, durante os anos 1850 e 1860, na Alemanha. Neste período, August Wöhler efetuou vários 
ensaios  em  relação  à  fadiga,  com  tensões  repetidas.  Estes  ensaios  tiveram  como  principal 
objetivo  tentar  compreender  as  falhas  que  aconteciam  nos  eixos  de  comboios  ferroviários  e 
foram  considerados  os  primeiros  ensaios  de  fadiga.  Wöhler  mostrou  como  a  vida  à  fadiga 
diminuía com o aumento da gama de tensões até certo limite de amplitude de tensão aplicada 
aos CP´s. A maior parte dos CP´s não fraturava, para isso se usou diagramas Tensão­Vida (S­
N).  Assim,  Wöhler  introduziu  pela  primeira  vez  o  conceito  de  diagrama  S­N  para  limite  de 
fadiga.  Concluiu  ainda  que  para  o  estudo  da  fadiga  o  que  era  importante  era  uma  gama  de 
tensões e não a tensão máxima, STEPHENS et al. (2001).  

10 
 
             Estes  estudos  definiram  que  se  o  número  de  ciclos  do  carregamento  for  elevado,  na 
ordem de milhões, estamos perante um carregamento de fadiga de elevado número de ciclos 
(FAC),  que  está  associada  às  deformações  relativamente  pequenas  que  são  essencialmente 
elásticas.  Por  outro  lado,  se  o  número  de  ciclos  do  carregamento  for  reduzido,  cerca  de 
dezenas, centenas, ou milhares de ciclos, estamos na presença de um carregamento de fadiga 
de  reduzido  número  de  ciclos,  ou  fadiga  oligocíclica  (FBC),  que  é  geralmente  acompanhada 
por uma quantidade significativa de deformação plástica.  

             Entre  os  anos  de  1870  e  1890,  vários  pesquisadores  intensificaram  o  conceito  de 
Wöhler.  Destaca­se  o  pesquisador  Gerber,  que  investigou  a  influência  da  tensão  média  e 
Goodman, que propôs uma teoria simplificada a respeito das tensões médias. Em 1886, Lanza 
abordou  o  problema  dos  carregamentos  cíclicos  combinados,  observados  na  prática,  numa 
tentativa de transforma­los em carregamentos ―equivalentes‖. Efetuou, para isso, vários testes 
de  carregamentos  combinados  de  flexão  em  fase  com  torção  apontando  para  a  necessidade 
de mais investigação, GARUD (1981).  

             Há mais de meio século o problema da fadiga multiaxial tem sido objeto de estudo, por 
parte  de  muitos  pesquisadores,  com  o  objetivo  de  determinar  métodos  mais  precisos  e 
confiáveis a ser aplicados na previsão de vida à fadiga na presença de estados complexos de 
tensão.  NIESLONY  et  al.  (2015)  discutem  em  seu  artigo  que  na  determinação  de  vida  de 
fadiga têm sido utilizados alguns critérios selecionados  para falha por fadiga multiaxial. O foco 
principal  do  seu  trabalho  é definido  com  a  comparação entre o método  de  contagem de ciclo 
(Rainflow) e o método espectral. O método de contagem de ciclo procede no domínio do tempo 
e método espectral, os cálculos procedem no domínio da frequência. No método de contagem 
de  ciclos  a  maneira  de  determinar  a  distribuição  da  amplitude  de  força  ou  tensão  utiliza 
algoritmos  especializados  que  analisam  a  evolução  temporal  dos  cursos  de  deformação  ou 
tensão.  No  entanto,  no  método  espectral  os  parâmetros  da  distribuição  de  amplitude  são 
estimados, assim como os fatores de correção que levam em conta o impacto do espectro de 
largura  de  frequência.  Um algoritmo  utilizado  para calcular  a  resistência  à  fadiga,  no  domínio 
do  tempo,  bem  como  no  domínio  da  frequência  foi  introduzido.  O  algoritmo  proposto  foi 
verificado  com  base  em  testes  de  fadiga  de  CP´s,  na  forma  cruciforme,  feitos  para  o  aço 
S355J2WP. A definição de deformação equivalente (ε eq(t))  esta  condicionada  a  contagem  de 
ciclos  utilizado  no  algoritmo  do  método  Rainflow.  O  tempo  resultante  final,  Trf,  pelo  método 
descrito  por  Coffin­  Manson­Basquim  para  vida  em  fadiga,  considerando  a  hipótese  de  dano 
acumulado, de acordo com a regra de Palmgren­Miner esta representado na equação (1.1) 

N i                                                      
     Trf  To  f  
                                                          (1.1) 
n
i
         Onde:  Trf  =  tempo  resultante  final,T0=  tempo  de  observação,  ni=  número  de  ciclos  com 
amplitude εai e Nfi=número de ciclos calculados 

11 
 
          Para  abordagem  de  tempo  de  vida,  no  método  espectral  para  análise  de  dano 
acumulado, aplica­se a equação (1.2).  

     T 1                                                        
sp =  p( a )                                                           (1.2) 
+
M  d(ε a )
0 Nf ( a )

         Onde : λ é o coeficiente que incluiu o amplo impacto do espectro de frequência na vida a


fadiga NIESŁONY (2010) M+ é o número de ciclos por unidade de tempo, p(εa) é a amplitude 
da  distribuição  da densidade de probabilidade, Nf (ε a)  é  uma  função  dada  pela  número  de 
ciclos característicos da fadiga.  

          Num  carregamento  proporcional  a  orientação  dos  eixos  principais  associados  aos 


componentes  alternados  da  deformação  é  fixa  enquanto  que  em  carregamentos  não 
proporcionais  a  orientação  dos  eixos  principais,  em  relação  à  componente  e  magnitude  das 
tensões  principais  varia  no  tempo  durante  o  carregamento.  O  fato  dos  eixos  principais  da 
tensão alterar a sua orientação com o tempo é um dos aspectos que torna o conceito de fadiga 
multiaxial  mais  complicado  de  analisar  do  que  a  fadiga  uniaxial  que  é  a  razão  pela  qual  é 
necessário um cuidado acentuado quando se tenta extrapolar teorias de fadiga uniaxial para a 
maioria  dos  casos,  KANAZAWA  et  al.  (1997).  Para  carregamentos  não  proporcionais,  os 
critérios  de  Tresca  (critério  de  falha  para  a  teoria  de  máxima  tensão  cisalhante)  e  da  tensão 
cisalhante  num  plano  octaédrico  (onde  as  equações  de  Cauchy  permitem  o  cálculo  das 
tensões normais e tangenciais, conhecido o tensor das tensões e o versor da normal nas faces 
do  Octaedro)  não  eram  capazes  de  estimar  a  ocorrência  de  dano;  assim  como  um 
carregamento  combinado  tensão­torção  não  proporcional  era  mais  grave,  em  termos  da 
ocorrência  de  dano  no  material,  que  um  carregamento  com  as  mesmas  características,  mas 
proporcional.  Concluíram  ainda  que  os  materiais  submetidos  a  carregamentos  não 
proporcionais desfasados de 90º exibiam maior grau de encruamento cíclico adicional, GARUD 
(1981). 

          Ao  se  considerar  a  influência  do  cisalhamento  no  estudo  de  vida  a  fadiga,    levando­se 
em  conta  as  deformações  ,  destacamos,  da  literatura  técnica,  o  estudo  produzido  por 
SANCHEZ  (2000),  que  estabelece  considerações  em  relação  as  equações  de  Cauchy 
aplicadas na análise de deformações no referencial cartesiano no estado indeformado. Onde o 
tensor de deformação εij referenciado a outro sistema coordenado e rotacionado segue a lei de 
transformações  de  tensores  de  2ª  ordem,  equação  (1.3),  a  partir  da  deformação  octaédrica 
normal obtém­se a distorção octaédrica, equação (1.4), em função das deformações principais. 
Considerando  os  planos  octaédricos,  que  dão  origem  a  tensão  normal  e  tangencial  e  que 
possuem a mesma inclinação em relação à direção das tensões principais permite representar 
a  tensão  normal  em  temos  das  tensões  principais,  equação  (1.5),  que  define  a  tensão 
hidrostática.  Esta  tensão  hidrostática  é  constante  para  as  oito  faces  do  octaedro  e  permite 
escrever a tensão cisalhante octaédrica, equação (1.6) 

12 
 
 
 ij  lik l jk lkl            (1.3) 
   
 
 ε1 - ε 2    +  ε3 - ε1
2 2 2
1 + ε -ε  
 oct = 2 3            (1.4) 
3
   

 ζ1 + ζ 2 + ζ3 
1  
ζ =ζ =  
oct h 3
           (1.5) 
 

 ζ1 - ζ2    +  ζ3 - ζ1
1 2 2 2  
           oct = 3 + ζ
2

3           (1.6) 

         Os  termos  defasado  e  em  fase  são  usados  para  descrever  casos  especiais  de 
carregamento  envolvendo  histórias  periódicas  como  ondas  com  forma  triangular  ou  senoidal. 
Carregamentos  desfasados  combinados  (tensão/compressão–torção)  serão  sempre  não 
proporcionais;  carregamentos  em  fase  serão  sempre  proporcionais.  Em  relação  a 
carregamentos  biaxiais  (tensão/tensão),  na  ausência  de  cisalhamento,  serão  sempre 
proporcionais,  SOCIE  et  al.  (1979).  A  proporcionalidade  ou  não  proporcionalidade  de  um 
carregamento  pode  ser  visualizada  através  de  uma  representação  da  história  do  espaço  de 
tensões, em que num dos eixos está se representando a tensão normal e noutro a tensão de 
cisalhamento. Se a trajetória da carga for um ponto ou uma linha reta então o carregamento é 
proporcional, caso contrário é não proporcional, CABRITA A. J. G. R. (2009).  

         Outra dificuldade aparece na contagem dos ciclos. Em carregamentos uniaxiais, existem 
as  técnicas  Rainflow  que  estão  completamente  desenvolvidas  e  que  identificam 
satisfatoriamente ciclos em histórias de cargas multiaxiais simples. 

          Por  fim  outro  problema  que  se  levanta  diz  respeito  à  interpretação  dos  parâmetros  de 
dano  multiaxial.  Alguns  modelos  têm  sido  desenvolvidos  apenas  para  carregamentos 
proporcionais  ou  carregamentos  não  proporcionais  simples  e  assim  não  é  aplicável  ao 
carregamento  multiaxial  complexo.  GLINKA  et  al.  (2014),  em  seu  estudo,  abordam 
componentes com entalhe sob  carregamentos multiaxiais  complexos,  onde  tensões principais 
giram  e  mudam  de  forma  não  proporcional  das  suas  magnitudes  durante  um  ciclo  de 
carregamento.  Estes  entalhes,  de  forma  geral,  produzem  irregularidades  geométricas  por 
causa  do  requisito  de  projeto.  Estas  descontinuidades  geométricas  provocam  concentrações 
de  tensões  significativas.  Cargas  multiaxiais  resultam  em  respostas  complexas  de  tensão  e 
deformação na área do entalhe originando uma falha por fadiga, mesmo sem qualquer aviso de 
deformação plástica perceptível. Por isso, uma metodologia de análise de fadiga computacional 
inovadora  foi  proposta  para  análise  de  vida  à  fadiga  multiaxial  de  componentes  entalhados 
utilizando  um  método  analítico  e  numérico.  A  metodologia  de  análise  de  fadiga  multiaxial 
proposta  consiste  de  um  modelo  de  tensão  elástico­plástico  e  de  um  parâmetro  de  dano  por 

13 
 
fadiga  multiaxial.  Resultados  calculados  pela  metodologia  proposta  são  comparados  com 
conjuntos  de  dados  experimentais  publicados  para  verificar  a  capacidade  de  previsão  do 
modelo  elástico  de  tensão­deformação  plástica  e  o  parâmetro  de  danos  por  fadiga.  Uma 
comparação dos resultados da análise e dados experimentais mostra que o modelo de tensão­
deformação elástico­plástica multiaxial se correlaciona bem com dados experimental para SAE 
1070, barras de aço entalhado submetido a carregamento não­proporcional. O parâmetro dano 
por fadiga proposto, se correlaciona bem com dados de fadiga para o aço 1045 e Inconel 718 
aplicados  a  CP´s  tubulares  sob  cargas  proporcionais  e  não­proporcionais.  Finalmente,  a 
completa  metodologia  de  análise  incorpora  o  modelo  de  tensão­deformação  elástico­plástica 
com o parâmetro dano por fadiga multiaxial. 

         Admite­se  a  condição  de  dano  por  fadiga  no  material  desde  um  principio  de  trinca,  que 
representa uma deformação plástica local até uma fratura completa do Cp, considerando uma 
forma  súbita  de  dano.  Os  diferentes  mateias  utilizados  neste  trabalho  apresentam  diferentes 
comportamentos  na  condição  de  deformação  plástica  e  sua  forma  de  fratura  apresenta 
particularidades,  muito  bem  classificadas  quando  o  material  é  submetido  a  carregamento 
uniaxial. A fratura frágil ocorre sem deformação considerável baseado numa rápida propagação 
da  trinca,  cuja  direção  do movimento  de  propagação  é  teoricamente,  perpendicular  à  direção 
da  tensão  de  tração  aplicada,  produzindo  uma  superfície  de  fratura  relativamente  plana.  Na 
maioria  dos  materiais  cristalinos  frágeis,  a  propagação  da  trinca  corresponde  à  quebra 
sucessiva  e  repetida  de  ligações  atômicas  ao  longo  de  planos  cristalográficos  específicos, 
processo  conhecido  como  clivagem.  Este  tipo  de  fratura  é  chamado  de  transgranular  ou 
transcristalina,  uma  vez  que  as  trincas  da  fratura  passam  através  dos  grãos. 
Macroscopicamente, a superfície de fratura pode ter uma textura granulada ou facetada, como 
resultado  de  mudanças  na  orientação  dos  planos  de  clivagem  de  um  grão  para  outro  grão 
como, por exemplo, num processo de transição dúctil frágil, onde um material de característica 
dúctil se rompe numa fratura frágil. Em algumas ligas, a propagação de trincas se dá ao longo 
dos  contornos  dos  grãos  em  decorrência  de  processos  que  enfraquecem  ou  fragilizam  estas 
regiões. 

          A fratura dúctil é quase sempre preferível à frágil por dois motivos. A fratura frágil ocorre 
repentinamente  e  catastroficamente,  sem  qualquer  aviso,  como  consequência  espontânea  e 
rápida  da  propagação  da  trinca  enquanto  que,  na  fratura  dúctil,  a  presença  de  deformação 
plástica  destaca  uma  condição  de  fratura  iminente,  permitindo  que  medidas  preventivas 
possam  ser  tomadas.  Mais  energia  de  deformação  é  exigida  para  induzir  uma  fratura  dúctil, 
posto  que materiais  dúcteis  sejam  geralmente mais  tenazes  (onde  a  fratura  é  precedida  pelo 
consumo de quantidades de energia relativamente grandes).  

          Os materiais dúcteis exibem tipicamente uma deformação plástica com grande absorção 
de  energia  antes  da  ocorrência  da  fratura,  enquanto  que,  por  outro  lado,  existe  normalmente 
pouca ou nenhuma deformação plástica, com baixa absorção de energia, acompanhando uma 

14 
 
fratura  frágil.  A  ductilidade  pode  ser  quantificada  em  termos  de  alongamento  percentual  e  da 
redução  de  área  percentual,  sendo  ainda  função  da  temperatura  do  material,  da  taxa  de 
deformação e do estado de tensão. Qualquer processo de fratura, em resposta à imposição de 
uma  tensão,  envolve  duas  etapas:  a  formação  de  descontinuidades  ou  defeitos  e  sua 
propagação,  sendo  que  a  modalidade  de  fratura  é  altamente  dependente  do  mecanismo  de 
propagação da trinca.  

           No  caso  de  carregamento  multiaxial,  estas  condições  do  comportamento  do  material 
fraturado, sob efeito das deformações plásticas localizadas, que propagam trincas em sítios de 
nucleação  influenciando  a  resistência  do  material  ao  carregamento  aplicado,  apresentam 
peculiaridades de deformação estrutural que serão colocadas no capítulo 4 deste trabalho.  

       O  tema  de  fadiga  no  regime  elástico  é  introduzido  considerando­se  um  espectro  de 
carregamento  uniaxial  em  que  sua  variação  de  amplitude  ocorra  de  forma  constante.  A 
determinação  da  amplitude  de  tensão  constante  é  baseado  no  modelo  clássico  de  Walker, 
APETRE et al. (2015), figura (1.1) , equações (1.7) a (1.12).  

  ζ ou ε 
 
ζa ou εa 
ζmax ou εmax 
 

  ζa ou εa  ∆ζa ou ∆εa 
ζm ou εm 
 
 
  ζmin ou εmin  Tempo 
 
Figura 1.1­ Determinação da caracterização cíclica de carregamento ζm/εm ≠ zero. 
 

 
             (1.7) 
 ζ max + ζ 
ζm =  min     
2  
ζ  
ζm = 
max . 1+ R
              (1.8) 
2  
   
 ζ max - ζ   
ζa =  min 
           (1.9)                     
2
         

15 
 
ζa =
 ζ
max 
. 1- R 
     (1.10) 

2  
ζ
min
        R =         (1.11) 
ζ
max
 
ζa
A=
ζ       (1.12) 
m

         Onde: ∆ζa  = variação da amplitude de tensão, ζa  =  amplitude  de  tensão  ou  tensão 
alternada, ζm= tensão média, ζmax=tensão máxima, ζmin=tensão  mínima,  R  =  razão  entre  
tensão, A = razão de amplitude.   

           O  modelo  S­N  caracteriza  a  chamada  fadiga  policíclica  onde  é  controlada  por  tensões 
elásticas  quando  se  refere  a  materiais  metálicos.  No  caso  particular  do  alumínio,  que  não 
compartilha  da  classe  de  metal,  ocorre  a  existência  de  uma  condição  particular  envolvendo 
tensões elásticas e plásticas, muito embora seja representado na curva de Wöhler, figura (1.2). 
Para ensaios de fadiga uniaxial considera­se a equação linearizada de Basquim.  
 

b                                                        (1.13) 
          ζa =  f '.(2.N f )  

        
           Onde ζf‘ =coeficiente de resistência à fadiga e b é o expoente de resistência à fadiga ou
expoente de Basquim. Os parâmetros ζf‘ e b são obtidos através de ensaios uniaxiais  de CP´s 
sem entalhe.  

         Morrow  posteriormente  completou  a  equação  de  Basquim  levando  em  consideração  o 


efeito da tensão média,  

           ζa = ( f ' ­  m ).(2.N f )


b     (1.14) 
 
               

          Onde ζf‘ = coeficiente de resistência à fadiga e b é o expoente de resistência à fadiga ou 


expoente de Basquim. Os parâmetros ζf e b são obtidos através de ensaios uniaxiais de CP´s 
sem entalhe.  

             A  curva  ou  Diagrama  S/N  para  fratura  do  material  também  designada  como  curva  de 
Wöhler  é  um  modo  convencional  de  se  apresentar  resultados  de  fadiga.  Consiste  num  gráfico 
cuja ordenada representa a amplitude de tensão alternada (ζa) e a abcissa o número de ciclos 
(Nf) até a fratura.  

  

16 
 
 

 
ζ 
 
ζa  Nf aço  ζ 
  ζm 
Nal  ­ζ 
 
Naço  N 
Nf al 
 
ζa   aço

  a 
Aço 
  Ciclo de tensões 
ζa   alm
Alumínio 
 
104  105  106  107  108 
 
Vida finita  Basquim, equação (1.13)  Vida infinita 
 
ζf  
 
Figura 1.2 – Curva S­N de Wohler, para materiais sob condições constantes de carregamento. 

             No caso da figura acima ζf representa a tensão limite de fadiga, considerando materiais 


metálicos  sob  condições  constantes  de  carregamento.  No  caso  do  alumínio  admite­se  um  
mínimo    de  106  a  107  ciclos  para  a  tensão  limite  de  fadiga,  ponto  a  da  figura.  Onde:  ζaço  é  a 
amplitude  de  tensão  alternada  de  fadiga  do  aço,  ζal    é  a  amplitude  de  tensão  alternada  de 
fadiga do alumínio, ζa é a amplitude de tensão alternada e Nf é o número de ciclos.  

          Para análise de vidas curtas e altas tensões envolvidas o modelo adotado deve envolver 
deformações plásticas indicando uma análise baseada por deformação ε­N.  A  abordagem 
deformação vida (ε­N)  é  considerada  em  componentes  mecânicos  que  apresentem  regiões 
criticas de concentração de tensão, como entalhes, quando o nível de carregamento aplicado é 
baixo há uma relação entre deformação e tensão. No entanto, para carregamentos elevados ou 
para fadiga de baixo ciclo a relação tensão/deformação e o comportamento do material é mais 
bem  caracterizado,  baseado  no  controle  da  deformação  e  assim  se  incluem  deformações 
plásticas.  
         A relação da variação de tensão (∆ζ) e da deformação (∆ε) produz um laço de histerese 
que  pode  ser  representado  respectivamente pela amplitude de tensão (ζa)  e  amplitude  de 
deformação (εa). 

                         
           a =   e   a    (1.15) 
2 2
        Na fadiga oligocíclica, fadiga de baixo ciclo, faz­se a estimativa de vida em função da  

amplitude de deformação plástica (∆ε p)  cuja  equação  básica  para  relacionar  com  número  de 
ciclos para ruptura do material foi proposta por Coffin­Manson, equação (1.16)  

17 
 
 
c
          p =  f ' 2 N f              (1.16) 

A deformação total (elástico­plástica) é representada pela equação geral (1.17).  

        Δε = Δε e + Δε p                                                       (1.17) 

           Em termos de amplitude pode­se representar a equação geral de deformação por  

Δε Δε e Δεp                         
         = +   (1.18) 
2 2 2

           Coffin­Manson realizaram estudos no sentido de relacionar a amplitude de deformação 
plástica  (∆εp) com a variação da deformação (ε ap)  e  a  vida  do  componente  (Nf)  representada 
por uma função linearizada, equação (1.19), figura (1.3).  

Δε p                         
          = ε a = ε' (2N )c   (1.19) 
2 p f f

          Onde εf = coeficiente de ductilidade, ∆εp = variação da amplitude de deformação plástica, b 


constante do material e Nf= número de ciclos necessários. 

          Relacionando  Coffin­Manson­Basquim  obtém­se  a  relação  de  amplitude  de  deformação 


total (εt) e a vida a fadiga. Equação (1.16) 

ζ'                       
Δε
         ε a = = f (2N ) b + ε' (2N )c   (1.20) 
2 E f f f
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.3 – Laço de histerese formados pela variação cíclica das tensões e deformações 

          Considerando  o  laço  de  histerese,  caracterizado  pela  relação  tensão–deformação (ζ­ε),


pode­se  admitir  que  quanto  maior  for  a  variação  da  deformação plástica (∆εp)  na  parcela  da 

18 
 
variação  da  deformação total (∆εa)  menor a parcela da variação da deformação elástica (∆ε e). 
Morrow na década de 60 propôs modificar o termo elástico da equação (1.17), deformação­vida, 
introduzindo a influência da tensão média, equação (1.21), conhecida como equação modificada 
de Morrow. 

Δεζ' - ζ m b  m bc                        
εa = = f (2N ) + ε' (1­ ) .(2Nf )c   (1.21) 
2 E f f  'f
        
            Similarmente, Walker propôs uma nova relação, acrescentando um novo parâmetro para 
constante do material ou parâmetro de Walker (Ɣw), equação (1.18). Quando Ɣw=0,5 obtém­se a 
equação de Morrow,  

c (1 γ w )                          
Δε ζ' 1­ R (1­γ ) 1­ R
εa = = f ( ) w .(2Nf ) b + ε'f ( ) b .(2Nf )c       (1.22) 
2 E 2 2
        
           De  forma  geral,  o  parâmetro  de  Walker  (γw)  pode  ser  estimado  entre  0,5  e  0,65  para 
alumínio  e  suas  ligas,  0,4  para aço com ζu  baixo e 0,8 para aço com ζu  alto,  cuja  formulação 
básica de ɣ pode ser considerada conforme a equação (1.23). 

  0, 0002000. u  0,8818    (1.23) 


       
Onde ζu representa a tensão de fratura em Mpa. 

        Na  década  e  setenta,  Smith,  Watsom  e  Topper  propuseram  um  novo  modelo  para 
quantificar  o  efeito  da  tensão  média,  equação  (1.15).  No  entanto,  esta  condição  na 
interpretação física se  torna indefinida quando ζmax< 0. Esta interpretação assume que não há 
dano quando a tensão média for negativa.  

 ζ'f 
2                         
Δε (1.24) 
         ζ max .ε a = ζ max = (2N ) 2b + ζ' ε' (2N ) b+c  
2 E f f f f

Onde :εa = ∆ε/2 = amplitude de deformação total. 

         A equação (1.15) pode ser expressa como deformação­vida ao considerar ζmax.εa = ζar.εar, 


e equação (1.13), cujo resultado é a equação (1.25). 

1                         
 1­ R   2  ζ'f  (1.25) 
         ε a =    (2N )b + ε' (2N )c   
f f f
 2   E 
 
        O  fenômeno  de  fadiga  em  metais  tem  inicio  com  aplicação  de  carregamento  cíclico  e  o 
aparecimento  de  micro  deformações  plástica  no  material  representado  por  deslizamentos  de 
bandas  preferenciais.  Este  mecanismo  pode  ser  classificado  em  três  estágios:  1º  estágio  de 
nucleação  e crescimento  de  trinca,  evoluindo  para macro  trincas,  2º  estágio  ­  propagação de  

19 
 
macro  trincas  até  tamanho  crítico,  3º  estágio  propagação  final  de  macro  trincas  levando  a  
ruptura  total.    E  assim  se  estabelece  a  hipótese  de  dano  isotrópico  (Dn)  apresentando  o 
seguinte limite segundo LEMAITRE et al.  (2000):  
   Dn=0=D  Corresponde a condição de material integro,  
   Dn=1 =D  Corresponde a condição de fratura completa do material 
    0<Dn<1  Caracteriza estado de dano  

           Os efeitos cumulativos lineares e não lineares são de grande interesse em fadiga, A regra 
estabelecida por Palmgreen–Miner é baseada no acúmulo de dano linear, equação (1.26).  

 n                                                       
           i  = 1                                                             (1.26) 
i 
 Nf


 
                   Dano  com  evolução  não  linear  com  acumulo  linear  e  não  linear  pode  ser 
representado segundo figura (1.4) 
   
1  1 
 
N2/Nf2 
 
 
  N1/Nf1  N2/Nf2  N1/Nf1 
   
 
ζ2  ζ2 
  D1  D2 
D1 
 
ζ1  ζ1 
 

   
(a)                                               (b) 
 
Figura 1.4 – Curva de dano em relação à variação cíclica de carregamento (a) linear, b) não 
linear, FORSYTH (1982).    
           
          Onde  Ni  =  número  de  ciclos  aplicados  a  certo  carregamento  para  o  qual  o  número  de 
ciclos para fratura é representado por Nfi 

           Segundo  ALGABARTE  (2009),  a  abordagem  de  deformação  vida  se  mostra  mais 
adequada,  para  estudo  de  fadiga,  quando  a  deformação  plástica  envolvida  é  da  mesma 
magnitude da deformação total. Neste contexto a parcela predominante é plástica. No contexto 
uniaxial  Coffin­Manson  observaram  que  a  relação  entre  amplitude  plástica  e  a  vida  Nf  tem 
formato similar a curva de Basquim, equação (1.27). 

β'                                                           (1.27) 
           ε = εp = α'N  
f

20 
 
 
           Onde α‘ e β‘ são parâmetros do material. 
 

          Neste  contexto,  Manson  observou  que  ao  longo  de  vidas  crescentes  a  influência  da 
deformação plástica na deformação total decresce, passando a sua  importância na deformação 
elástica, equação (1.28), figura (1.5).  

ε = ε e + εp                          
                         
          A'  
ε = εe = N b' (1.28) 
B' f
 
 
Δε/2 
 
εf‘   
  Δζ 
Δε/2=(Δεe+Δεp)/2 
 
 
  Δε 
Δεp/2 
   
 

 

 
 

ζf‘/E   
 
c   Δεe/2 
 
 
1e3                                1e4  2Nf                1e5
                    1e6                  1e7  
   
                                                            2Nf (ciclos) 
 
         
 
Figura 1.5 – Curva de amplitude de deformação total Δε versus vida 2N f (carregamento 
reverso é igual ao carregamento alternado com ζm=0).  
 
        Como  proposta  final  se  firma  para  vida  finita,  o  seguinte  modelo  proposto,  na  equação 
(1.29)  

b' + α'N β'                                                            (1.29) 


         ε = A'N  
f f

21 
 
         NIHEI  et  al.  (1986)  em  seu  artigo,  analisam  a  capacidade  e  precisão  de  vários 
parâmetros  de  dano  para  prever  o  efeito  da  tensão  média sobre  a  resistência  à  fadiga,  em 
amostras sem entalhes, avaliadas com base nos resultados de ensaios de fadiga controladas 
por tensão com e sem tensão média e deformação média. Combinando as duas propostas da 
literatura e um parâmetro de danos ( Pab,Pac...Pae) melhorado são apresentadas oito equações 
de dano em seu artigo.  Neste trabalho, apresentam­se quatro delas e destacam­se duas das 
quatro  apresentada,  equações  (1.30)  e  (1.31),  para  carregamento  completamente  reverso 
ciclicamente, segundo a equação de Coffin­Manson para deformação curva de vida. 

          
ζa  
 
 ζm 
 1­ ζ '
 
f  + ε       ε = ζ f ' 2N b + ε '(2N )c
Pab = 
E
p ar E f f f    
 
 
ζ a2  2 ζ ' b
Pac =
2
1+ n'
ζaεa +
2E
     ε
ar
= ζ f '(2Nf )b  f f  
ε '(2N )c + f 2N 
f  
(1.30) 
 1+ n' 2E   
   
1­ n' 1­ n'
Pad = Δζa Δεp       ε =4 ζ 'ε '(2N )b+c  
1+ n' ar 1+ n' f f f
 
2  
   ζ ' 
 
2,9  3,72  2, 5 b 10  

Pae = . + ΔζΔεp       ε = ζ '(2N )b 0,64467 f 2N + ε '(2N )c  (1.31)  


2E   3 ­ R 1,74  1+ n' ar f f
 2E f 1+ n' f f

 
    
         DOWLING  (2009) em seu  artigo  considera a condição de  incorporar  a  tensão média  na 
curva  deformação  vida  de  modo  consistente  com  a  tensão  baseada  na  mesma  equação. 
Partindo  da  relação  da  tensão  média  de  Walker,  obtêm­se  excelentes  resultados  para  um 
número  de  deformações  vida  com  tensão  média  diferente  de  zero.  Todos  os  dados  das 
tensões  médias  podem  ser  combinados  com  um  simples  ajuste,  pode  ser  combinados  num 
procedimento  para  determinar  as  constantes  para  a  curva  deformação  vida.  O  parâmetro  de 
Walquer, Ɣw,  equação  (1.34),  que  também  esta  relacionada  a  sensibilidade  do  material  para 
tensão  média  permite  uma  aproximação  e  versatilidade  que  não  é  usual  por  outros  métodos 
onde a tensão média for diferente de zero não é adequado a obtenção de Ɣw por um simples 
ajuste  com  a  equação  baseada  em  ajustes  existente  pode  fornecer  valores  a  serem  usados 
para estimativas a ser aplicadas ao aço. Para alumínio serie 2000 e 7000 aplica­se Ɣw=0,5 de 
forma que se torna similar àquela proposta por Smith, Watson e Topper para o aço, equações 
(1.32) e (1.33).   

22 
 
c  
 f '  1 m    m b
  2N f    '   f 
b c (1.32) 
a     f ' 1  2N  
E  2   f 
 
c 1 γ w   
 f '  1  R 1 γ 
 R
 2N f  2N 
w  
b b c
a      f ' 1   f            (1.33) 
E  2   2  
         γw  0, 0002 u  0,8818
(1.34) 
 

       Onde: ζu é o limite de resistência a tração. 

        FATEMI  et  al.  (1991)  propuseram,  em  seu    artigo,  os  efeitos  da  tensão  média  sobre  o 
comportamento  a  fadiga  dos  aços  carbono  endurecido.  Esta  análise  considera  o  efeito  da 
tensão  média  sobre  a  deformação  cíclica  e  vida  em  fadiga  sob  carregamento  uniaxial 
apresentando a equação de Smith Watson Topper para fadiga de baixo ciclo. 
 

b + c                          
 
2b
ε .ζ .E = ε a + ε a = ζ '2 2N + ζ 'ε '(2N ) (1.35) 
         a max e p f f f f f  
 
ζmax = ζ a + ζm
         
         DOWNLING  et  al.  (2007)  e  (2009),  em  seus  estudos  já  aplica  o  efeito  da  variação  da 
tensão média (∆ζm    ≠  zero)  no  efeito  do  dano  estrutural  em  fadiga,  equações  (1.10)  a  (1.12).        
Considerando  um  carregamento  cíclico  padrão,  figura  (1.1),  esta  tensão  é  a  média  entre  os 
valores máximos  de  tensão máxima.  e mínima.  A  tensão média  está diretamente  relacionada 
com  o  tipo  de  carregamento  que,  de  uma  forma  geral,  pode ser:  Alternado,  quando  a  tensão 
média é nula; Pulsante, quando a tensão média é diferente de zero e a tensão mínima é zero; 
flutuante, quando a tensão média é diferente de zero e a tensão mínima é maior do que  zero. 
As  tensões  médias  influenciam  na  vida  em  fadiga,  pois  alteram  significativamente  o  tipo  de 
carregamento. Por exemplo, quando uma componente de tensão média de tração é somada à 
componente  alternada,  o  material  apresenta  falhas  com  tensões  alternadas  inferiores  às 
ocorridas sob um carregamento puramente alternado, NORTON (2013),  

        De acordo com a equação (1.11) e tabela (1.2), quando a razão R = 0 (razão entre tensão 
ζmin  e ζmax),  indica  uma  condição  de  tensão  pulsante,  quando  R=  ­1,  indica  uma  condição de 
tensão  alternada  e quando  0  ≤  R  ≤ 1  indica  que as  tensões máxima  e mínima  têm  o mesmo 
sinal.  

Tabela 1.2 – Representação do comportamento da amplitude de tensão média ζm. 

Tensão pulsante  Tensão alternada  Tensão pulsante 

  ζ    ζ    ζ 
ζm 
  ζm  ζm 

R=0 → ζmin= 0  R= ­1→ ζm = 0  0 ≤ R≤1→ ζm> ζa 

23 
 
         A  equação  (1.13)  determina  vida  à  fadiga,  para  inicio  de  trinca,  com  carregamento 
uniaxial.  No  entanto,  a  tensão  média  irá  afetar  também  a  vida  em  fadiga,  por  meio  de  um 
gráfico  formado  por  uma  série  de  curvas  S­N,  assim  o  aumento  do  nível  médio  leva  a 
diminuição da vida em fadiga, figura (1.6), equação (1.36).  

          ζar = f(ζa,ζm )       (1.36) 


         ζ <ζ                         
m1 m2  
 
 
 
 
ζa   
  ζm1  Nfm1  Nfm2                          
 
                        
 
  ζa1   
 
 
 
ζa2   
Culo o parâmetro de da   ζm2 

 
Nf 
Figura 1.6 ­ Influência da tensão média, ζm, sobre o comportamento da curva s –N. 

         Onde  :Nf  define  o  número de ciclos  necessários  para  causar  a  falha  em  função de uma 
amplitude de tensão específica ζa. 
         Os  critérios  de  falha  por  fadiga  com  carregamentos  uniaxiais  estão  amplamente 
difundidos, apesar de se admitir, atualmente, que uma condição uniaxial não seja uma prática 
real  no  contexto  prático.  A  realidade  se  consolida  na  condição  de  carregamentos  complexos 
envolvendo  o  conceito  de  fadiga  multiaxial.  Muito  embora,  esta  forma  de  análise  ainda  não 
tenha alcançado um nível de desenvolvimento prático e abrangente, esta condição de análise 
vem  sendo  desenvolvida  considerando  uma  abordagem  respaldada  em  três  formas  de 
conceitos  básicos:  uma  abordagem  baseada  nas  tensões,  outra  baseada  nas  deformações  e 
por  último  uma  abordagem  baseada  na  mecânica  da  fratura.  Para  uma  abordagem  baseada 
em  deformações,  a  deformação  octaédrica  tem  sido  usada  para  a  formulação  dos  critérios 
clássicos  de  falha  por  fadiga.  Contudo,  recentemente,  esta  abordagem  tem  considerado, 
frequentemente,  a  tensão  de  cisalhamento  e  a  tensão  normal  em  planos  críticos,  como 
parâmetros que governam a fadiga multiaxial. Esta metodologia é a mais apropriada quando as 
tensões  aplicadas  são  relativamente  elevadas  caso  em  que  poderão  ocorrer  deformações 
plásticas localizadas, e em condições de fadiga oligocíclica. Para o caso de tensões multiaxiais 
alternadas simples, tensões periódicas e em fase pode­se considerar, para materiais dúcteis, a 
equação  (1.37)  para  a  determinação  da  tensão  equivalente  de  Von  Mises,  que  considera  a 
teoria da energia da distorção. 

           a = ζ 2 +ζ
1a 2a
2 +ζ
3a
2- ζ ζ
1a 2a 
 ζ 2 ζ3  ζ1 ζ3
a a a a         (1.37) 

24 
 
Onde ζa é amplitude de tensão equivalente; ζ1a,ζ2a,ζ3a  são amplitudes da tensão 

 principal. 
.          Segundo  NORTON  (2013):  Sines,  através  de  seus  estudos,  observou  que  as  tensões 
médias  cisalhantes  não  apresentavam  efeito  significativo  sobre  a  resistência  a  fadiga,  para 
diversas  combinações  de  carregamento.  Embora  as  tensões  médias  normais  afetem 
diretamente, de forma linear a tensões alternadas admissíveis. Diante desta constatação, Sines 
propôs um critério onde a tensão cisalhante octaédrica admissível fosse uma função linear da 
soma das tensões normais médias, sobre um plano octaédrico. 

   z + ζaz - ζax 2 + 6(ηaxy 2 + ηa yz 2 + ηazx 2 )     (1.38) 


2 2
ζa - ζa + ζa - ζa
x y y
  ζa =
2

ζm = ζ xm + ζ ym + ζ zm   (1.39) 
 
          Onde: ζxm. ζym, e ζzm  são tensões médias ortogonais (tensões residuais) e η xy  tensão 
média cisalhante. 

          No  caso  de  torção  pura  aplicada  a  seção  do  entalhe  do  eixo,  que  representa  uma 
variação  de  seção  geométrica,  o  valor  de  K t  e  Kts  é ≠1 e consequentemente, Kf  e  Kfs  é  ≠1. A
seção do entalhe apresenta uma variação geométrica com raio de acabamento representando 
um fator estático Kt e Kts e um fator dinâmico Kf e Kfs ,equação (1.40).   

          ζa = 3( xy )2        


a (1.40) 
         A tabela (1.3) estabelece um resumo de proposições, dos diferentes autores, em relação 
ao método de tensão vida (S­N) levando em consideração o efeito da tensão média (ζm) e da 
tensão alternada (ζa) na determinação da tensão alternada resultante (ζ ar), DOWLING (2007). 
Tabela 1.3 ­ Métodos de análise à fadiga 

Método de análise  Autor 
ζa
ζa = f(ζa , ζ m ) =              Diagrama de Goodman 
r ζm
1­  
ζu
ζa
ζa = f(ζa , ζ m ) =
r ζ   Proposição de Bridgman 
1­ m
ζ '
f
ζa = ζ m .ζa  
r
1­ R   Proposição de Smith , Watson and Topper 
ζa = ζ
r max 2 ( Método SWT) 
2  
ζa = ζ
r max 1­ R

25 
 
           GLINKA  et  al.  (2014),  propuseram  que  se  pode  reconsiderar  Nf    como  função  da 
deformação equivalente generalizada  como amplitude de deformação em função do número de 
ciclos  para  o  dano  do  corpo  até  sua  ruptura  final  considerando  carregamento  uniaxial  e 
multiaxial, equação (1.41), (1.42) e (1.43): 

1
ζa  ζ n'
Δε a = + a 
E  H'   
ζ '
 
b
ζa = f 2N                
E f
(1.41) 
 
c
εpa = ε' 2N
f f

ζn Δεp ζ '  
Δε
   
b c
Δεa = max . e + = f 2N + ε' 2N    (1.42) 
ζ ' 2 2 E f f f
            f  
 
ζ Δε
 
ζ '
Δε
   
2ζar n p b c
= Δεa = max . e + = f 2N + ε' 2N    (1.43) 
E ζ ' 2 2 E f f f
f
 
         Onde: ∆εgen= deformação generalizada, (ζmax/ζ‘f).(∆ε e/2)  é  a  amplitude  elástica corrigida, 
∆εp/2 é a amplitude de deformação plástica. 
          
.          No  caso  específico  do  aço  inoxidável  304  FATEMI  (2011)  em  seu  artigo  discute  o 
endurecimento cíclico e o comportamento a fadiga do aço inoxidável, o comportamento de que 
é  grandemente  influenciado  pela  carga  anterior.  Efeitos  de  sequência  de  carregamento  a 
tensão média, deformação média e a pré­deformação foram investigadas através de amplitude 
constante bem como com carregamento e testes aleatórios. Contrário as expectativas comuns, 
fadiga  sob  tensão  controlada  significa  que  testes  de  deformação  foram  significativamente 
afetados  pela  deformação  média,  apesar  da  média  de  relaxamento  de  tensão.  A 
predeformação  induziu  considerável  endurecimento  e  levou  a  resultados  diferentes  para  vida 
em  fadiga,  dependendo  do  modo  de  controle  do  teste  ocorre  endurecimento  secundário.  Ao 
correlacionar dados de vida de fadiga de um material como o aço inoxidável, com forte efeito 
na história de deformação, é mostrado que um parâmetro de dano com deformação e tensão é 
necessário.  O  parâmetro  Fatemi­Socie  (FS)  como  o  tal  parâmetro  de  dano  é  mostrado 
correlacionar os dados sob diferentes modos de controle, equação (1.44).  

26 
 
Δγmax  ζ   
 1+ k n,max  = a.b      
2  Sy 
   
 
 ζ ' c
     
b
a = 1+ ν e  f 2N + 1+ νp ε ' 2N    
E f f f
    (1.44) 
ζ '
 
b
b = 1+ k f 2N
2Sy f
ζ = ζn,a + ζn,m
          n,max
       
Onde:ζn,a  é tensão alternada , k=1  

       Mais tarde foi apresentada uma nova teoria de dano, GLINKA et al. (2014). Considerando, 
em  seu  estudo  a  generalização  de  parâmetros  de  dano  para  previsão  de  vida  em  fadiga 
multiaxial sob carregamento proporcional ou não. Seu trabalho introduz, duas formas distintas 
de  análise  de  parâmetros  relacionados  como  plano  Máximo  de  dano  por  fadiga  multiaxial 
relacionados  com  planos  máximo  são  propostos  para  a  realização  de  previsão  de  vida  em 
fadiga sob diversas condições de carregamento. Os parâmetros de danos por fadiga propostos 
são  aplicados  a  condições  de  carregamento  uniaxial  e  multiaxial  para  corpos  de  prova 
geometricamente  diferentes.  Os  parâmetros  de  danos  são  correlacionados  com  conjuntos  de 
dados experimentais publicados na literatura técnica para verificar a precisão da previsão dos 
parâmetros  de  danos.  O  parâmetro  de  danos  na  forma  de  amplitude  de  deformação 
generalizada (ADG), quando aplicado ao carregamento uniaxial, fornece boas correlações com 
certos  tipos  de  materiais  com  tensão  média  experimental.  No  caso  de  cargas  multiaxiais, 
ambos  os  parâmetros  de  dano  por  energia  de  deformação  devido  a  fadiga  (PDE)  e  ADG, 
correlacionam­se  bem  com  certos  tipo  de  aço  e  alumínio  sob  cargas  proporcionais  e  não­
proporcionais.  Os  parâmetros  de  danos  mostram  correlações  razoavelmente  aceitáveis  com 
dados  da  fadiga  experimental  para  aço  SAE  1045  eixos  de  aço,  com  entalhe,  submetido  a 
cargas proporcionais e não proporcionais.  

        No momento que (ζmax/ζf‘).(Δεe/2)  é  considerada  a  correta  amplitude  de  deformação 


elástica, de acordo com efeito da tensão média e (Δε p/2) é a amplitude de deformação plástica, 
figura  (1.7).  A  interpretação  física  desta  proposição  de  correção  pelo  parâmetro  pela  tensão 
média,  na  equação  (1.48)  reflete  que  a  tensão  média  pouco  interfere  na  presença  de 
deformação  plástica  determinando  maior  precisão  na  estimativa  de  vida,  equações  (1.45)  a 
(1.48), do aquela proposta pelos parâmetros de Morrow e SWT. 

Δε = Δε gen  
     
   
Δε gen   max Δ e Δ p ζ max Δε e Δε p   
    (1.45) 
= . + + . +  = f(N )
2 Δη 2 2 Δζ a 2 2  f  
 2
 2 max

27 
 
.  

Figura 1.7 ­ Representação gráfica de parâmetros de dano, GLINKA (2014). 

          Baseado  na  equação  de  Basquim,  equação  (1.13),  para  carregamento  uniaxial,  a 
amplitude  de  tensão  cisalhante  e  amplitude  de  tensão  normal  podem  ser  expressas  pela 
equação (1.46) e (1.47). Substituindo as equações (1.46) e (1.47) na equação (1.45) obtém­se 
a  equação  (1.48)  para  amplitude  de  deformação  generalizada  na  análise  de  dano  por  fadiga 
multiaxial. 

Δ bγ (1.46) 
=  '(2N )  
2 f f

Δζn
 
b (1.47) 
= ζa = ζ ' 2N  
2 f f

Δε gen ζn Δε ζ ' (1.48) 


2
=
ζ ' 2 2 E
 
max . Δε e + p = f 2N 2b + ε '(2N )c  
f f f
f

           A  equação  (1.52)  pode  ser  explicada  considerando  que  a  variação  da  deformação 
plástica normal (Δεp/2) abre trinca, resultando na redução de atrito ente as superfícies da trinca 
enquanto de deformação cisalhante (Δγp/2) causa nucleação da trinca induzindo deslocamento 
ao longo dos planos de deslizamentos. 

28 
 
       No  método  S­N,  para  análise  de  dano  em  fadiga,  descreve  se  o  avanço  de  estudos 
relacionados  com  deformações  elástica,  considera  a  análise  de  dano  para   campo  de  estudo 
de vida infinita, analisa à fadiga considerando início de trinca, teoricamente é um método mais 
conservativo  desconsiderando  o  período  de  crescimento  de  trinca,  considerando  ainda  a 
equação de Morrow e Bsquim consagradas na aplicação de carregamento uniaixial. 

Já no caso da análise pelo método ε­N,  para  análise  de  dano  em  fadiga,  a  evolução  e 
sugestão  dos  pesquisadores  como  :  NIHEI  et  al.  (1986),  FATEMI  et  al.  (1991),  DOWLING 
(2009),  FATEMI  (2011)  vem  evoluindo  sistematicamente,  de  autor  para  autor.          Todas 
apresentam  limites  de  forma  de  aplicação.  Em  resumo,  o  estado  da  arte,  apresentado  em 
relação ao método ε­N descreve o avanço de estudos relacionados com deformação elástica­
plástica, e por vezes certas formulações ficam condicionadas e qualificado para determinados 
tipo  de  material.  Suas  sugestões  são  aplicáveis  a  carregamentos  multiaxiais  simples 
proporcional,  já  GLINKA  et  al.  (2014)  já  introduz  a  viabilidade  de  uma  deformação 
generalizada  para  análise  de  dano    considerando  um  carregamento  multiaxial  simples 
proporcional ou não. 

29 
 
CAPÍTULO 2 ­ REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 

2.1­ EXTENSÔMETROS DE RESISTÊNCIA ELÉTRICA 

        Os  extensômetros  podem  classificar­se  de acordo com o  fenômeno em  que  se  baseia  o 


seu princípio de funcionamento. Os tipos mais comuns de extensômetros são os seguintes: 
1.  Mecânicos ­ em que por meio de dispositivos mecânicos de alavancas e engrenagens 
ligadas à base obtém­se uma ampliação dos deslocamentos relativos das extremidades da 
base. 
2.  Ópticos ­ em que a ampliação do deslocamento relativo das extremidades da base é 
conseguida por meios ópticos (espelhos e lentes). 
3.  Elétricos de resistência ­ que se baseiam na variação da resistência elétrica de um 
condutor (circuito) quando submetido a uma deformação. 
4.  Acústicos ou de corda vibrante ­ em que a medição das extensões é realizada por 
auscultação do período de vibração de um fio de aço (corda vibrante) tendido entre dois pontos 
ligados à base de medida, sendo a auscultação feita por meio de um eletroímã 
5.  Elétricos de indução ­ baseados na variação da impedância do circuito de um solenoide 
quando submetido a uma deformação. 
6.  Semicondutores ­ que se baseiam na propriedade que exibem certos materiais não 
metálicos de variarem a resistência sob a ação de deformações. 
7.  Extensômetros fotoelásticos ­ que se baseiam na propriedade que certos materiais têm 
de exibir características fotoelásticas quando submetidos à deformação. 
          A análise experimental por extensometria elétrica resistiva utiliza extensômetros elétricos 
que, posicionados em um ou mais pontos de uma determinada superfície de estudo, determina 
o  estado  plano  de  deformação  deste  ponto  do  elemento  estrutural  definindo  e  o    estado  de 
tensão em qualquer plano que passe por esse ponto.  
          A  análise  experimental  para  deformações  por  extensometria  elétrica  resistiva  é  uma 
técnica pontual, quantitativa, amplamente utilizada em estruturas sujeitas a cargas estáticas ou 
dinâmicas. Tem como objetivo direto avaliar o estado de tensões no regime elástico em torno 
de  um  ponto  qualquer,  superficial,  de  um  determinado  elemento  estrutural  considerado 
isotrópico.  
          Extensômetros  elétricos  resistivos  são  sensores  fundamentados  em  uma  resistência 
elétrica  utilizada  para  medidas  de  deformação  superficiais  em  diferentes  estruturas, 
transformam  pequenas  variações  de  deformação  mecânica  em  pequenas  variações  de 
resistência  elétrica.  Eles  são  usados  frequentemente  como  elemento  transdutor  de  medidas 
físicas  (força,  pressão,  torque,  aceleração.),  estabelecendo  uma  relação  entre  resistência 
elétrica e propriedades físicas baseadas na equação fundamental para resistência de um fio de 
seção A e resistividade r. 

30 
 
         Considerando  literatura  técnica,  destacando  BALBINOT  (2007),  extensômetros  são 
sensores  fundamentados  em  uma  resistência  elétrica  utilizada  para  medidas  de  deformação 
superficiais em diferentes estruturas. São usados frequentemente como elemento transdutor de 
medidas  físicas  (força,  pressão,  torque,  aceleração.),  estabelecem  uma  relação  entre 
resistência elétrica e propriedades físicas baseadas na  equação fundamental para resistência 
de um fio de seção A e resistividade R. 

      O circuito resistivo, Figura (2.1), representa uma Ponte de Wheatstone (PW), onde: 
E0 – tensão de saída,  
I1 – corrente que passa entre os pontos 1 e 4, 
I2 – corrente que passa entre os pontos 1 e 2, 
V – tensão de entrada aplicada no circuito.  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2.1 – Configuração de uma PW 
 
             Pela  lei  de  Ohms,  considerando  a  temperatura  constante,  a  resistência  elétrica  se 

baseia  numa  relação  linear  entre  tensão  e  corrente;  R  E .  Quando  essa  relação  não 
I
permanece constante é classificada como não linear, equação (2.14). 
 
R1  
I1 
V                                           E12  V   
          R1  R2 R1  R2 (2.1) 
 
E12  = Diferença de potencial entre os bornes 1 e 2 
R1  
E14  V 
          R1  R4   (2.2) 
E14  = Diferença de potencial entre os bornes 1 e 4 
 
             A voltagem no ponto E0, fig. 2.1, é equivalente à diferença de potencial entre os bornes 
2 e 4:  

31 
 
              EO  E12  E14
  (2.3) 

Desta forma, a voltagem de saída da ponte é representada por : 
 
 R1   R4 
E0   V    V  
 R1  R2   R3  R4 
 
   (2.4) 
 R1R3  R2R4 
E0  V  
               R1  R2  R3  R4 
 
        Quando os extensômetros, representados pelas resistências R 1, R2, R3 e R4,  apresentam 

deformações,  seus  valores  de  resistências  se  alteram  de  Ri (  i=1,2,3,4)  implicando  um 

desbalanceamento  da  PW  e  o  surgimento  de  uma  diferença  de  potencial  ( E0 ).  A  tensão 

elétrica  resultante  nos  bornes  2  e  4,conhecida  como  sinal  da  ponte  elétrica,  é  obtida  pela 
equação (2.5). 
 
R1  RI R2  R2
R4  R4 R3  R3 A               
E0  V  V (2.5) 
R1  RI  R2  R2 0 B
0 R3  R3  R4  R4
         
 
         Considerando A como o determinante da Matriz do numerador,  
 
 R1 R2 R3 R4 
A   R1  R3         (2.6) 
           1
R R2 R3 R4 

 
e B como o determinante da Matriz do denominador, 8 
 
B   R1  RI    R2  R2    R3  R3    R4  R4   
(2.7) 
         
          A variação de tensão entre os bornes 2 e 4 é: , 8 
 
R2 r  R R2 R3 R4   
 r   E0  V   1    
1 r   R1 R2 R3 R4    (2.8) 
2
          R1

           A  constante  característica  do  extensômetro,  também  conhecida  como  GF  (Gage  fator) 
fica definida com:  
  
(2.9) 
         GF = k                                k  R  1  
R 

32 
 
          Quando os valores das resistências são iguais (R1=R2=R3=R4)  suas variações também 
são iguais: 
 

          R1  R2  R3  R4


      (2.10) 

logo as deformações específicas também são iguais. 
R1 R2 R3 R4  
1  ; 2  ; 3  ; 4  (2.11) 
           R1 R2 R3 R4

          A deformação específica resultante se faz representar pela equação (2.12). 

         
L  1   2   3   4        (2.12) 

         O sinal de saída é determinado por ∆E0. Admitindo   total = L, a deformação específica 

total fica representada na equação (2.26).  
4  E0      
 total   
             Vk (2.13) 

            A sensibilidade da variação do sinal de saída  E0  representa a diferença de potencial 

nos pontos 2 e 4 e depende diretamente da precisão da PW. 
r  R1 R2 R3 R4   
E0  V      
1  r      (2.14) 
2

              R1 R2 R3 R4 

             Considerando  o  sinal  de  entrada  constante,  os  circuitos  resistivos,  com  tensão 
constante  E,  são  representados  pelas  resistências  específicas,  o  sinal  de  saída  depende 
diretamente de n que define a quantidade final de extensômetros. 
r R  
E0  V  n   (2.15) 
1 r 
2
R
            
          Apresentando  inicialmente  a  equação  básica  de  extensometria,  onde  kc    representa  a  
constante característica do circuito: 
R
 kc" .        (2.16) 
           R
          A deformação específica total pode ser considerada na forma: 
E0
 total         (2.17) 
          Kc
          A constante característica do circuito representada por:  
V .r
kc"  n. .ke"  
1  r 
2     (2.18) 
          
        Considera­se  definitivamente  que  a  variação  do  sinal  de  saída  fica  diretamente 
relacionada  ao  número  de  extensômetros  ativos  bem  como  à  ordem  ou  posição  em  que  são 

33 
 
montados na ponte. A expressão (2.32) expõe a dependência direta da variação de sinal  E0

em relação à tensão de entrada V. 
 
r     (2.19) 
ΔE0 = V. .n.k e" .ε  
1+r 
2

          
ke‖  – constante característica do material ( no caso do extensômetro K e=GF),  r =relação entre 
resistências adjacentes da PW. 

2.1.1 ­ Considerações a respeito de extensômetros do tipo rosetas: 

         Os  extensômetros  elétricos  são  sensíveis  às  deformações  normais  e  não  respondem 
diretamente pelas deformações por cisalhamento. Estas são obtidas, de uma forma geral, por 
deformações  normais  estabelecidas  em  duas  ou  três  direções  diferentes  (εa,  εb,  εc),  que 
geralmente  são  realizadas  com  extensômetros  do  tipo  roseta  dispostos  em  um  determinado 
ângulo em relação ao eixo x.  
         Considerando as orientações dos eixos dos extensômetros (a, b, c) estabelecidos sobre a 
superfície em relação ao eixo x, figura (2.2). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2.2 ­ Disposição de extensômetros do tipo roseta.  
 
          Determinam­se os valores das deformações específicas εx, εy, εxy , mediante a solução do 
seguinte sistema de equações: 
 

 a   x cos 2    y cos 2    xy sen cos 


 b   x cos 2    y cos 2    xy sen cos        (2.20) 
 c   x cos 2    y cos 2    xy sen cos 
            
           
            Com  os  valores  das  deformações  εx,  εy  ,  εxy,  é  possível  determinar  os  valores  das 
deformações principais ε1, ε2,  

x y x y   xy 
2

1 ,  2            (2.21) 
             
2 2  2 

34 
 
         A terceira deformação específica principal, ε3, é obtida fazendo a seguinte consideração: 

3   z   ( x   y )        (2.22) 
              1 
          Já a deformação específica máxima por cisalhamento pode ser determinada na seguinte 
forma: 
 
 p1   p 2   p3  
             
1   2   3   xy  1   2  ou  xy  1   3       (2.23) 
             

          As direções das tensões principais, no plano xy serão: 
 
 xy
tg 2 p         (2.24) 
x y
            
 
          Quando a sensibilidade transversal do extensômetro for diferente de zero, as leituras de 
deformação  expressarão  valores  aliados  a  um  erro.  As  correções  dessas  deformações, 
considerando o efeito da sensibilidade transversal, podem ser feitas nas leituras individuais de 
deformação ou nas deformações principais.  

1   kt "   x ' k t"  y '   (2.25) 


x   
1  kt " 2
           
1   kt "   y ' k t"  x '  
x    (2.26) 
1  kt " 2

Onde: εx‘  =  deformação  não  corrigida  na  direção  axial,  k t‖ =  fator  de  sensibilidade 
Onde 
transversal, εy‘ = deformação não corrigida na direção y, εy = deformação corrigida na direção y, 
         
εx = deformação corrigida na direção x 

         No caso da tensão de cisalhamento o fator de correção fica configurado nesta forma 
 
1  kt "
Cr       (2.27) 
        
1  kt "
         
         Logo, a deformação devido ao cisalhamento assim se estabelece. 
 
1  kt "
 xy  Cr  x '  y '   x '  y '  
        
1  kt "    (2.28) 

         No caso de uma roseta retangular com 3 elementos: (Ѳ a, Ѳa+45º, Ѳa+90º)  as 
deformações principais são representadas conforme equação (2.29). 
 

35 
 
1  kt "   x '  y '
1 
1  kt " 2
1  kt "   2 ' kt 1 '  3 '  2 '
2    (2.29) 
1  kt " 2

3 
1  kt "  2 ' 1 '
1  kt " 2
         
 
           A  sensibilidade  de  um  condutor,  submetido  a  uma  deformação  unidirecional,  é 
representada na forma: 
dR R  
Sl  R  R   (2.30) 
            

           Onde: S1 é a sensibilidade de um condutor, R é a resistência elétrica do condutor, ΔR


variação da resistência elétrica.  

            Assim, no extensômetro, se expressa essa sensibilidade como: 
 
R
 

 Sa a  St  t  S  at   (2.31) 
          R
 

         Onde: Sa= fator do extensômetro para deformação uniaxial, ε a  =deformação ao longo da 


direção  axial,  St  = fator de deformação ao longo a direção transversal, ε t  =deformação  ao 
longo da direção transversal, ɣ at = deformação por cisalhamento.  

         Considerando  desprezível  o  fator  de  deformação  na  direção  do  cisalhamento  e 


significativo  o  fator  transversal  Kt‘  que  é  representado  pela  relação  entre  sensibilidade  do 
extensômetro na direção transversal e a sensibilidade do extensômetro na direção longitudinal 
 
 St   
k =  
t" (2.32) 
            Sa 
 
         Onde:  Sa=  Fator  do  extensômetro  para  deformação  na  direção  uniaxial,  S t  =  fator  do 
extensômetro na direção transversal. Sendo esta produzida pela aplicação de uma deformação 
axial. 

 t   a   (2.33) 

            A variação de resistência se expressa na forma  
 
R
= Sa . a (1  kt " )  (2.34) 
           R  
FS  GF  Sa (1  kt " )

36 
 
         O  Fator  de  concentração  dinâmico  kf,  para  entalhe,  pode  ser  considerado  na  seguinte 
forma: 
 
 

k = 1+ q k ­1
f t   
     
k ­1    
k = 1+ t
f    cN  
N
1+   ;  
  ­ fa    
k ­1  
k = 1+ t     (2.38) 
fp cp
          1+

 
         Onde:  fa  =  ângulo  interno  dos  flancos  do  entalhe,  cn=  constante  do  material  segundo 
Neuber, r = raio do entalhe, cp= constante do material segundo Peterson.  
         Na fase experimental se destaca Kf através da equação (2.39): 
 
Se '           
k =  
f Se (2.39) 
          N
 
          ATZORI et. al. (2003) em seus estudos, produziram uma expressão prática para o fator 
de  concentração  em  entalhe  em  barras  sobre  torção,    fatores  de  concentração  de  tensão  e 
fatores  de  intensidade  de  tensão  generalizados  para  barras  redondas  enfraquecidas  por 
diferentes  tipo  de  entalhes.  Uma  exata  relação  de  forma  fechada  correlaciona  os  fatores  de 
intensidade  de  tensão  generalizados  de  entalhes  clássicos  (parabólica,  semi­elíptica  e 
hiperbólica), caracterizada por um perfil matemático. Para entalhes do tipo  V pontiagudos  são 
obtidos  por  fatores  de  concentração,  usando  uma  combinação  de  expressões  analíticas  já 
disponíveis na literatura e algumas novas equações desenvolvidas no presente.  E por fim uma 
nova relação analítica entre o fator de intensidade de tensão generalizada e a tensão máxima 
de  cisalhamento  na  ponta  entalhe.  Baseado  na  nova  estrutura  desenvolvida  em  expressões 
simples,  mas  precisas,  para  os  fatores  de  concentração  de  tensão,  válidas  para  um  grande 
volume de configurações, para alguns ângulos de abertura, em comparação explícita entre as 
novas expressões e os propostos por NODA E TAKASE ( 2006) foi efetuado considerando se 
entalhes  superficiais  e  profundos.  Segundo  Neuber  para  entalhes  profundos  conidera­se 
entalhes hiperbolicos cujo fator de concentração pode ser avaliado conforme equação (2.40)  

2  
R       
ρ
KH=
3       
t 4 R   R  R    (2.40) 
2  +1 .  +1­1 ­
 ρ   ρ  ρ
        
 
          Enquanto  para  entalhes  não  profundos  Neuber  considera  como  entalhe  semi  eliptico 
representado pela equação (2.41)  

38 
 
 
c 
k SE = 1+  N                
t
           ρ  (2.41) 
          

Baseado nas duas relação paresentadas acima Neuber definiu a equação (2.42) 

k = 1+
ktH ­1.k tSE ­1    
                
tn (2.42) 
ktH ­1 + k tSE ­1
2 2
          
           
          Onde R representa a metade do valor do diâmetro do entalhe, ‗cN‘ é a constante de
Neuber e ‗ρ é o raio do entalhe.   

           Problemas  de  fadiga  normalmente  são  focados  numa abordagem  baseada  em  tensão. 
Este é essencialmente um método empírico com base na relação entre a amplitude da tensão 
ζar  completamente  reverso  considerando  o  número  de  ciclos  N f  na  falha  completa  de  CP´s, 
baseado  na  equação  de  Basquim,  considerada  na  resistência  à  fadiga,  sob  tensão  média 
(ζm)=0, conforme equação (1.2).  

          A nucleação de fissuras de fadiga é o resultado de um processo altamente localizado de 
plasticidade  cíclico.  Este  processo  é  favorecido  por concentradores de  tensão  (entalhes),  que 
são  inevitáveis  em  elementos  de  máquinas.  A  análise  de  tensão  utilizado  na  abordagem 
baseada  em  tensão  é  puramente  elástica.  Como  consequência,  as  tensões  de  pico  são 
calculadas  multiplicando  as  tensões  nominais  líquidas  (S)  pelo  correspondente  fator  de 
concentração de tensão (FCT) kt.:  

ζ
        Sar = ar      (2.43) 
k
t
          Soluções  para  kt  estão  disponíveis  sob  a  forma  de  equações  ou  gráficos  que  foram 
derivadas a partir da teoria da elasticidade, item 2.1 do capítulo 2.   
          A queda nas tensões elásticas locais em função da distância a partir da raiz do entalhe, 
de acordo com soluções de kt é inversamente proporcional ao raio da ponta entalhe,  ρ. Como 
consequência,  há um alto  gradiente  tensão,  principalmente para entalhes  agudos.  Para  estes 
casos, apenas um volume muito pequeno de material está sob a influência da tensão de pico. 
Como resultado, a resistência à fadiga dos  CP´s, com entalhes, é superior ao valor esperado 
Sar com base em kt. Isso é mais evidente na região de fadiga quase no limiar da perímetro do 
entalhe, introduzido por um fator de redução de fadiga kf. Na formulação clássica, a proporção 
kf  /  kt  depende  de  um  parâmetro  de  material  c N  (ζu),  que  tem  unidades  de  comprimento, 
NEUBER (1961).   

          A figura (2.4) demonstra a variação da sensibilidade ao entalhe de um dado material com 
constante cn  e raio do entalhe ρ para três valores diferentes de kt, nota­se que a relação ρ/cn  é 

39 
 
inversamente  proporcional  ao  FCT,  mas  o  FCT  também  varia  entre  as  três  curvas.  Esta 
condição  é  esclarecida  pelo  fato  de  que  kt  depende  de  parâmetros  como  profundidade  do 
entalhe (a) além do raio do entalhe (ρ). Como esperado, a sensibilidade ao entalhe decresce
quando kt aumenta para um dado material. 

11 cN
1+
k
f =
kt ρ
0.9
k c (2.44) 
t 1+0.8 N
ρ
         
  0.7
 
k /k  
Kff/Ktt

0.6
 
  0.5

  0.4 Kt=2
  Kt=3
0.3
  K =5
t
0.2
  0 2 4 6 8 10
/c
  N
 

Figura  2.4  –  Variação  da  taxa  de  sensibilidade  do  entalhe    kf/kt    em  relação    cada  raio  de 
entalhe para três valores de SCF. 
 

          As  formulações  mais  recentes  sugerem  a  utilização  de  um  campo  de  tensões  com 
critério  baseado  na  mecânica  da  fratura  linear  elástica,  MFLE,  para  lidar  com  o  problema  da 
concentração  de  tensões  em  entalhes  agudos  ATZORI  (2001).  Entalhes  agudos,  por  outro 
lado,  continuam  a  ser  tratados  pelo  critério  do  campo  de  tensões,  mas  sugere­se  usar,  de 
forma conservadora, o tradicional FCT (kt) em vez de o fator de redução de resistência a fadiga 
ao  entalhe  Kf.  Ao  fazer  isso,  as  pequenas  diferenças  entre  essas  quantidades  para  entalhes 
agudos são negligenciados. A separação entre os entalhes agudos e arredondados é feito por 
meio  de  um  valor  relevante,  do  tamanho  da  trinca  aN,  que  se  acredita  ser  completamente 
sensível ao pico de tensão, ATZORI (2000) e (2003), equação (2.45). 

k t 2 ×a
a = 0  (2.45) 
N 2
       F
 

         Na  equação  (2,45),  a0  é  um  parâmetro  de  material  caracterizado  pelo  efeito  a 
sensibilidade  EL  HADDAD  (1979),  e  F  é  o  fator  geométrico  utilizado  na  caracterização  do 
campo de tensões na ponta da fissura/trinca pelo fator de intensidade de tensão (FIT). O fator 
―F‖ deve ser calculado  considerando­se  a  mesma  profundidade  "a"  para  ambos,  trinca  e 
entalhe. ―Se o entalhe considerado tem uma profundidade maior do que ―a n‖, a gravidade do
entalhe é relevante e o FIT― k t‖  devera ser usado. Se não, o fator de redução entalhe‖ kf‖, cuja
nova definição, de acordo com o MFLE, está indicada na equação (2.46), deve ser utilizado em 
vez disso: 

40 
 
cN
k f = F2 +1   (2.46) 
a0
   

        Onde cN= é a constante de Neuber, ao é o comprimento inicial da trinca 

2.3 ­ MÉTODOS DE CÁLCULO A FADIGA 
 
Basicamente  os  métodos  de  cálculo  de  fadiga  se  baseiam  em  quatro  modelos 
fundamentais, cada um caracterizando uma área de aplicação e um objetivo específico, tabela 
(1.1). No entanto, este estudo se atém a dois modelos de análise: ε­N e S/N, onde se leva em 
conta,  também,  o  regime de  fadiga,  podendo ser definido  em  regime de  fadiga  de  baixo  ciclo 
(FBC) ou fadiga de alto ciclo (FAC) respectivamente. O mais comum é se adotar n≥103 ciclos 
para a FAC. 

  O  modelo,  Tensão­Número  de  Ciclos  (S­N)  ou  de  Wöhler,  é  o  mais  antigo  e  o  mais 
utilizado nas aplicações que envolvem FAC onde se espera uma vida útil para a peça de mais 
de 103 ciclos ou projetos para a  vida infinita. O ensaio deste método é desenvolvido através 
de curvas S­N que representam a vida em fadiga de um componente ou corpo de prova.  Os 
dados  de  fadiga  geralmente  apresentam  grande  dispersão  devido  à  não  homogeneidade  da 
microestrutura  do material  e  seu  tipo  de   acabamento superficial  do  componente ou corpo  de 
prova  .  No  caso  de  dados  de  fadiga  S­N  os  resultados  do  ensaio  a  fadiga  também  são 
fortemente  influenciados  pelo  tipo  de  carregamento  (axial,  flexão,  torção)  e  pelo  efeito  do 
tamanho da região sujeita a tensão crítica, KUGEL (1961).  
         Na situação de fadiga de alto ciclo, existem basicamente duas abordagens de projeto que 
podem  ser  utilizadas.  Uma  delas  procura  determinar,  para  uma  situação  de  vida  infinita  a 
resistência de peça , descrita pelo máximo nível de tensões ou deformações cíclicas aplicadas . 
A  outra  é  abordagem  objetiva  especificar,  para  um  número  determinado  nível  de  tensão  ou 
deformação, a vida do componente, baseado em números de ciclo, ALGABARTE (2009). 

        No  método  S­N,  o  modelo  de  carregamento  é  uniaxial  e  objetivo  é  estimar  a  vida  do 
componente com base na relação entre medida de amplitude de tensão constante  e unidade 
de  vida  na  condição  de  carregamento  cíclico  reverso,  equações  (1.9)  e  (1.10).  No  caso  de 
carregamento multiaxial,  que  define  amplitudes de  tensão variável,  a  estratégia  é  propor  uma 
medida escalar única de amplitude de tensão resultante e reversa, ζar, equação (1.40), (1.41) e 
(1.42), em função da tensão média.  

  Modelo  de  vida  segura,  método  tensão  deformação  local  número  de  Ciclos  (ε­N)  ou  de 
Coffin­Manson, é o mais utilizado nas aplicações que envolvem FBC. Espera se uma vida finita 
para a peça. É o mais  exigente dos métodos. Quando o material apresenta o comportamento 
do tipo Coffin­  Manson que propuseram a caracterização do comportamento à fadiga de ligas 
metálicas com base na amplitude de deformação plástica Δε p/2, equação (1.16), dando origem 
a equação geral (1.19).  

41 
 
          Considerando a equação (1.19) e a condição de ζm=0, pode­se considerar na análise à 
FBC,  que esta  é controlada  pela  amplitude de deformação  plástica.  A  transição entre  os  dois 
comportamentos,  elástico­plástico,  pode  ser  definida  através  de  um  número  de  reversões  de 
transição que representa a vida ( 2Nf), conforme equação (2.46).    
1
  f '   b c 
2Nf = 
  f '    (2.46) 
    
           Na equação 1.19, pode­se incluir o efeito da tensão média, conforme sugestão de Morrow, 
 

Δε Δε ζ' ­ ζmed  
= εa = = f (2N )b + ε' (2N )c       (2.47) 
2 2 E f f f
        
 
           Considerando  o  efeito  a  tensão  média  Smith  Watson  e  Topper  propuseram  a  seguinte 
relação: 
 

 f
2
ζmax εaE = ζ' (2N )2b + ζ' ε' E(2N )b+c  
f f f f
                             
Δε (2.48) 
           = εa
2
            Onde ζmax é a tensão máxima 

2.4 ­ MÉTODO RAINFLOW 

          A duração do tempo de vida de um elemento mecânico define­se como sendo o número 
de  ciclos,  Nf,  de  aplicação  de  carregamento  até  sua  ruptura  final  e  corresponde  a  soma  do 
número  de  ciclos,  para  iniciação  de  micro  trincas  (Ni),  mais  o  número  de  ciclos  para 
propagação  (Np)  e  fratura  final.  O  número  de  ciclos  para  iniciação  de  trinca  apresenta  uma 
relação  direta  com  acabamento  superficial  e  com  um  concentrador  de  tensão,  desenvolvido 
conforme figura (2.5). 
ζr  
  ζ 

 
  Crescimento   Crescimento   Ruptura 
Nucleação  microscópico  macroscópico  catastrófica 
   
Período de iniciação  Período de propagação 
 
micorscópico  micorscópico 
Vida a fadiga 
micorscópico 
    Figura 2.5 ­ Diagrama de propagação de trinca 

42 
 
         Ciclos  de  tensão  (ni)  em  fadiga  representam  a  variação  da  tensão  aplicada  (Δζ)  com  o 
número de ciclos do carregamento ao longo do tempo (Nfi) e podem ser classificados de forma 
simples, conforme tabela (2.1). 
 
Tabela 2.1 – Ciclos de amplitude 

Alternado 
Ciclos de tensão de amplitude constante 
Repetido 
Pulsante (ζmin) 
Blocos 
Ciclos de tensão de amplitude variável 
Aleatório 
 

        Uma  solicitação  com  período  constante  define  uma  frequência  de  aplicação  de  carga 
definida, na forma da equação (2.49).  
N
f     (2.49) 
           t

Onde:  f  =  frequência  (  ciclos/segundo)  ,  t  =  tempo  correpondente  ao  número  de  ciclos  e  N= 
número de ciclos.  
 
          Este trabalho destaca a condição básica da tensão variável. Esta condição considera a  
ocorrência de ‗n‘ blocos de tensão (ζ1,ζ2...ζn)  com ni ( n1,n2..nn) números de ciclos e Nfi (Nf1, 
Nf2..Nfn) a duração a fadiga para as tensões ζi  (ζ1,ζ2...ζn),  respectivamente,  figura  (2.6)  e  
figura (2.7).  
 

∆ζa1    ∆ζa2  ∆ζa3 

n 1  n 3 
 
n 2 
 

Figura 2.6 – Esquema de cargas (em tensões) de amplitude constante com n i ciclos. 

43 
 
 
ni/Nfi 
 
100% 
20%  40%  80%   
 
Curva final de dano Nf 
ζa 
  Nf1 

ζa1 
 
n 1 
 

  Nf2 
ζa2 
  n 2 
Nf3 
  ζa3 
n 3 
 

n 2  ni=Nf1  ni=Nf2 
 

n 1  ni=Nf3 
Figura 2.7 – Diagrama de acúmulo de danos em ciclos com amplitude de tensão variável. onde 
para cada amplitude de tensão existem curvas que representam a relação n i/Nfi..   
2.4.1 – Método Rainflow aplicado à análise de carregamento cíclico e dano 

                 A  hipótese  de  Dano  Acumulado  em  fadiga  é  apresentada  em  1945  por  Miner.  A 
hipótese  de  Miner  considera  que  a  fracção  de  dano  produzido  por  cada  nível  de  tensão  é 
linearmente proporcional à relação entre o número de ciclos verificado e o número total de  
ciclos possíveis até à fratura nesses 18 regimes. Esta regra não tem em conta a sequência da  
cumulativo  apresentado  aplicação  das  cargas  cíclicas  mas  devido  à  sua  simplicidade  é 
bastante utilizada, BRITO (2000). 
        Na  análise  de  carregamento  de  amplitude  variável  é  empregada  a  regra  de  Palmgren­ 
Miner.  Esta  regra  afirma  que  a  falha  por  fadiga  ocorre  quando  a  soma  das  frações  de  vida 
gasta  para  cada  carregamento  aleatório  se  igualar  a  1.  Por  exemplo:  seja  o  carregamento 
aleatório  na  figura  (2.5).  Esse  carregamento  consta  das  amplitudes  de  tensões  ζa1, ζa2  e  ζa3 
aplicadas  de  forma  completamente  reversa  (ζm  =  0),  durante  N1,  N2  e  N3  ciclos 
respectivamente. Para a tensão ζa1 tem­se um limite de resistência à fadiga de Nf1 ciclos. Esse 
carregamento reduz a vida total da peça por uma fração de N1/Nf1. Para as tensões ζa2 e ζa3 a 
fração  de  vida  gasta  foi  de  N2/Nf2 e N3/Nf3  respectivamente. De uma forma geral, a regra de 
Palmgren­Miner pode ser escrita com taxa de acúmulo cíclica, equação. (2.50): 

n
             i = c  0,7 < c < 2.2  
(2.50) 
N i
f
            O método Rainflow também pode ser empregado em deformações (ε), da mesma forma 

44 
 
 que   tensões, obtendo­se  amplitudes  de   deformações  principais  (εa1, εa2 e εa3)  ou  tensões  
principais (ζa1, ζa1, ζa1 ), e seus respectivos números de ciclos. 
          Em  geral,  os  níveis  de  tensão  de  ruptura  em  carregamento  variável  são  inferiores  em 
relação  às  tensões  de  ruptura  de  carregamento  estático.  O  método  de  Palmgren  Miner 
considera que o dano (D(t)) ocorra quando o somatório do número de ciclos de certa amplitude 
de tensão (ni) sobre e números e ciclos de falha (Nfi) seja igual à unidade, equação (2.51)  

k n
i =1
           D(t) =           (2.51) 
i=1 N fi
          Assim:  n1  descreve,  neste  trabalho,  o  número  de  ciclos  num  intervalo  de  tempo(s)  =1 
bloco,  enquanto  Nfi  representa  o  número  de  ciclos  até  a  falha  ao  nível  de  tensão 
completamente alternada ζa,Kfs é o fator dinâmico de concentração de fadiga. 
         No  entanto, a condição  de  dano,  nas equações  (2.50) e  (2.51),  fica  atrelada  a  condição 
da regra do dano linear que frequentemente apresenta resultados insatisfatórios segundo teoria 
de  Marco  Starkey,  para  carregamento  não  linear  (ζm  ≠  0)  considera­se  a  equação  (2.53)  e 
figura (2.8).  
k
ni
D(t) =             1  1   2   3
i 1 N f
   (2.52) 
k
n
D(t) =  i  1   3   1
i 1 N f
        
            Onde:Σni>1  para  sequencia  de  baixo  para  alto  (L­H) carregamento não linear e Σni<1 
para sequencia de alto para baixo (H­L) carregamento não linear. 
    D (dano) =1 
 
  ζ1> ζ 2>ζ3   → para operador em ζ1  seguido 
até  ζ3 (AB+CD)= Σ(ni/Ni)   <1 
 
 
  ζ1> ζ 2>ζ3   → para operador em ζ1  seguido 
  até  ζ3(AD+ED)=Σ(ni/Ni) <1 
 
 
  ζ2  ζ3 
 
  ζ1 
 
 
  A                E                                                  B                               C                       D 
                                                                                                                         ni/Ni 
 Figura 2.8 – Representação esquemática do dano versus taxa de ciclo pela teoria de 
 
 Marco Starkey, YANG et al.(1997). 

45 
 
          As curvas ζar vs. Nf  são susceptíveis às tensões ζm, ζar=f(ζa,ζm)com amplitude de tensão 
completamente reversa. O trabalho recente de DOWLING et. al. (2009) recomenda o método 
SWT, proposto por Smith, Watson e Topper, para este fim. Pela curva S/N em escala log­log a
amplitude de tensão (ζar)  é  avaliada  segundo  equação  (2.53)  para  início  da  trinca. 
Considerando ζm= 0. 

f(ζa ,ζm )
      ζar = ζar = ζ '.(2N )b       (2.53) 
ζa f f

          A  fratura  por  fadiga,  submetida  à ação  de cargas cíclicas,  ocorre sob  elevado ou  baixo 
número de ciclos, sob ação de micro trincas ou ao redor de pontos de concentração de tensão. 
A  propagação  de  trinca,  que  ocorre  após  o  surgimento  da  micro  trinca,  é  um  processo  
estudado na mecânica da fratura. 

             Dano estrutural é o processo gradual de deterioração mecânica, que em última análise 
resulta  em  falha  de  um  componente.    Fratura,  fadiga  e  ruptura  por  fluência  são,  todas,  uma 
serie  de  fatos  de  um  processo  de  danos  do  material.      A  análise  de  dano  por  fadiga  de  um 
elemento mecânico submetido a carregamento cíclico acumulativo é a essência de previsão da 
análise  de  vida  em  componente  estrutural  sujeito  a  um  histórico  repetitivo  de  carregamento. 
Uma das primeiras concepções de análise de dano cumulativo partiu da teoria de Palmgren, a 
partir  da  década  de  setenta,  do  conceito  linear  de  dano  e  do  qual  Miner,  posteriormente, 
expressou­a  na  forma  matemática,  equação  (2.52)  e  (2.53),  considerando  o  dano  (D)  como 
somatório da relação entre ciclos aplicados (ni) divididos pelo ciclo total de fratura (Nfi).  
         Materiais  dúcteis  e  materiais  frágeis,  especificamente  metais,  comportam­se 
diferentemente  nos  ensaios  físico­mecânicos.  Enquanto  os  metais  frágeis  rompem 
praticamente sem fase elástica, os metais dúcteis sofrem grande deformação na fase plástica, 
às vezes sem atingir a ruptura.  

         A  partir  desta  consideração  básica  de  dano  linear  (DL),  equação  (2.47)  novas 
considerações vieram a ser abordadas, YANG et al. (1997) como a teoria de dois estágios de 
dano  linear  em  fadiga  de  baixo  ciclo:  a)  dano  devido  a  iniciação  de  trinca  equação  (2.54),  b) 
dano devido a propagação de trinca equação (2.55).  

N I   Ni (2.54) 
 
            
N II  (1   ) N i (2.55) 
 
         Onde α representa o fator da fração de vida para iniciação do estágio: estágio I
corresponde a vida em  fadiga  entre 103 a  104 ciclos  enquanto  estágio  II  representa  o  inverso 
104 a 103. 
 
 
 

46 
 
        w[n] = 1, n = 0, 1 , 2,..., N­1 (1)  (2.56) 
          Aplicar  uma  janela  retangular  é  equivalente  a  não  utilizar  qualquer  janela.  A  janela 
retangular possui o maior volume de perda espectral. Ela é útil para a análise de transientes que  
 
2.5 ­ AQUISIÇÃO E PROCESSAMENTO DE DADOS  
 
            Considerando a literatura técnica corrente na aplicação do amplificador para aquisição de 
sinais,  na  forma  Analógico/Digital  (dados  A/D).  É  necessário  fazer  corresponder  um  valor 
numérico a uma tensão elétrica, que são interpretados e armazenados pelo Software. O intervalo 
de  tempo,  entre  cada  registro,  designa­se  por período  de  amostragem  (Ta)  e  o  seu  inverso  por 
frequência de amostragem (fa), figura (2.9), onde: T = período do ciclo, 
 
           T 
 
 
 
 
 
 
  Ta 
 
 
 
 
Figura 2.9 ­ Digitalização do sinal analógico 
 
         A  análise  de  Fourier  permite  determinar  as  frequências  existentes  em  sinais  complexos 
como,  por  exemplo,  aqueles  recorrentes  nas  vibrações.  Os  sinais  discretos  no  domínio  do 
tempo  podem  ser  submetidos  a  uma  análise  de  Fourier,  denominada  FFT  (Fast  Fourier 
Transform) passando a serem observados no domínio da frequência.  

         Para uma correta digitalização do sinal é preciso escolher uma frequência de amostragem 
que  registre,  de  forma  compatível,  o  sinal  analógico.  Quando  o  sinal  digital  não  representa 
corretamente o sinal analógico, a frequência de amostragem dos dados é inferior à frequência 
do  sinal  que  se  pretende  registrar.  A  análise  na  frequência  de  um  sinal  contendo  erro  de 
aliasing  apresenta  componentes  no  seu  espectro  em  frequência  inexistentes  ao  sinal 
analógico. O sinal deve ser adquirido a uma frequência de amostragem superior, pelo menos, a 
duas vezes e meia da maior frequência presente no sinal analógico, de acordo com o conceito 
de Nyquist­Shannon, e representado na equação (2.57). 

 
          ωa ≥ 2.5 ωmax. sinal         (2.57) 
 
          Outra forma de erro frequente é quando se submetem amostras discretas à análise FFT. 
De  um  modo  geral,  o  sinal  não  contém  um  número  inteiro  de  ciclos  no  interior  da  janela 

47 
 
submetida  à  análise.  Neste  caso ocorrerá um erro denominado de leakage (―vazamento‖)
sendo notório o surgimento de frequências em torno da frequência do sinal, figura (2.10).        
  Janela de amostra 
 
 
 
 
 
 
 
 

Figura 2.10 – Janela de amostragem 
          
          A  janela  Hanning  tem  por objetivo  garantir  que  o  sinal  a  submeter  à  FFT é  um  período 
inteiro. Após ser submetido a uma janela Hanning não se observa a fuga para as frequências 
adjacentes,  ficando  as  linhas  concentradas  em  torno  da  frequência  do  sinal.  No  entanto, 
chama­se a atenção que a amplitude do sinal se reduz com aplicação da janela Hanning. 

2.5.1 ­ Digitalização de um sinal analógico 

        Segundo  PAGANO  (1999),  o  primeiro  fato  a  ser  considerado  é  como  realizar  a 


amostragem de sinais contínuos. Neste processo se destacam dois fatores principais:  
a)  A escolha do período de amostragem (T), ou taxa de amostragem (f), equação (2.58) 
        fa = 1/Ta            (2.58) 
b)  A representação matemática utilizada na aquisição do sinal contínuo, figura (2.11) 
 
  x(t)  x(k)T 
 
 
   
 
 
 
 
  x(k)T  x(k+1)T  t 
 
Figura 2.11 – Amostragem de sinais contínuos  
 

48 
 
           A  metade  da  frequência  de  amostragem  é  chamada  de  frequência  de  Nyquist  e 
corresponde ao  limite  máximo de  frequência  do sinal  que  pode  ser  reproduzido.  Como não  é 
possível garantir que o sinal não contenha sinais acima deste limite (distorções,  interferências, 
ruídos, etc.) IFEACHOR et al. (1995) afirmam que é necessário filtrar o sinal com filtro passa 
baixa  com  frequências  de  corte  iguais  ou  menores  que  à  frequência  de  Nyquist  ou  filtro  anti­
aliasing.  

          O  janelamento  de  sinais  é  uma  técnica  simples  que  pode  aumentar  as  características 
espectrais  do  sinal  amostrado.  Em  aplicações  práticas  pode­se  obter  somente  uma  gravação 
finita  do  sinal.  Isso  resulta  em  uma  forma  de  onda  truncada  que  possui  características 
espectrais diferentes do sinal original. Esta descontinuidade produz a perda da informação do 
espectral original. Uma maneira de ampliar as características espectrais de um sinal amostrado 
é  pela  aplicação  de  janelas  sobre  o  mesmo.  Ao  analisar  uma  sequência  de  dados  finitos 
através de Fourier ou outro método de análise espectral, o janelamento minimiza as margens 
de transição em formas de onda truncadas, reduzindo dessa forma a perda espectral. Existem 
várias razões para a utilização do janelamento de sinais. Algumas delas são: 

a.  Definição da duração do período de observação do sinal.  
b.  Redução da perda espectral.  
c.  Separação  de  um  sinal  de  pequena  amplitude  de  um  sinal  de  grande  amplitude  com 
frequências muito próximas uma das outras.  

          Aplicar  uma  janela  a  um  sinal  no  domínio  do  tempo  é  equivalente  a  multiplicar  o  sinal 
pela  função  que  representa  a  janela.  Devido  à  multiplicação  no  domínio  do  tempo  ser 
equivalente  à  convolução  no  domínio  da  frequência,  o  espectro  de  um  sinal  janelado  é  a 
convolução  do  espectro  do  sinal  original  com  o  espectro  da  janela.  Dessa  maneira,  o 
janelamento  modifica  a  forma  do  sinal  tanto  no  domínio  do  tempo  quanto  no  da  frequência. 
Existem vários tipos de janelas disponíveis para análises. Várias delas já estão implementadas 
em programas como o LabView e MatLab. Destacam­se, neste estudo, alguns tipos de janela e 
sua aplicação:  

a)   Janela  retangular  ­  que  possui  o  valor  igual  a  1  sobre  todo  o  seu  intervalo  de  tempo. 
Matématicamente, uma janela de tamanho N pode ser definida através da equação (2.54)  
 
possuem uma duração menor do que a da janela em análise.  
   
b)  Janela  Hanning  ­  Esta  janela  possui  uma  forma  similar  aquela  de  meio  ciclo  de  uma 
forma de onda cossenoidal. Uma janela de tamanho N está definida através da equação (2.59)  
      
 2 n 
w  n  0,5  0,5cos 
 
 , N  1, 2,...,
  N 1      (2.59) 
 N 
 

49 
 
         A  janela  de  Hanning  ­  é  útil  para  a  análise  de  transientes  maiores  que  o  tempo  de 
duração da janela e também para aplicações de objetivos gerais. 
1.4

1.2

0.8

0.6

0.4

0.2

0
0 5000 10000 15000
 
Figura 2.12 Janela de Hanning 
 
c)  Janela Hamming ­ Essa janela é uma versão modificada da janela de Hanning. Sua forma 
também  é  similar  a  de  uma  onda  cossenoidal.  Uma  janela  de  tamanho  N  é  definida  pela 
equação (2.60).  
 
 2 n 
w  n  0,54  0, 46cos   , N          
1, 2,..., N  1        (2.60) 
            N 

0.8

0.6

0.4

0.2

0
0 5000 10000 15000
 
Figura 2.13 Janela de Hamming 
           
d) Janela Triangular ­ apresenta forma de uma onda triangular. Matematicamente uma janela 
de tamanho N é definida pela equação (2.61).  
 2 n 
w  n  1    , N  1, 2,..., N  1
      
 N  (2.61) 
 
        As janelas de Hanning e Hamming são bastante parecidas. Contudo, deve ser observado 
que no domínio do tempo, a janela de Hamming (que foi aplicao neste rabalho, baseado 
 no fluxograma da figura (2.14), não se aproxima do zero como a janela de  Hanning 

50 
 
  
 
Dados de entrada   Definir faixa de Frequência de corte  
  ε(t),  t(t),  f1,f2,  Ta=600Hz,   wc= (f1­f2)/2 
ta=20s 
 
 
Comprimento do filtro 
  Aplica­se FFT em ε (t) para M=np 
  definir  o  espectro  de 
deformação  no  domínio  da 
  Contador n 
frequência   Estabelecer o período de tempo  
  Ts=np.ta e definir Fs=1/Ts  n=[0:M­1] 
Fração de pontos 
 
np=(Ta.24) 
 
Janela Hamming 
  w=[(0,54­(0,46.cos(2.π.n)]/(M­1) 
Janela ideal 
  hd=sin(wc.m./(π.m) 
  Deformação filtrada na frequência 
h=hd‘.w  Passa baixa ou passa alta 
 
εfiltrado= conv(ε‘,h) 

Figura 2.14 – Fluxograma para filtragem do sinal (Hamming). 

     Onde :  
a.  Ts= fração de tempo e deformação a ser filtrada (valores de  deformação no tempo , do 
vetor linha) ,  
b.  f1 e f2 é a faixa de frequência definida a partir  do  FFT aplicado a deformação ε(t),  
c.  fs= (f1­f2)/2 (frequência de corte definida ( alta/baixa)), 
d.  ceil é um comando do Matlab para faixa de valores positivos,  
e.  M  é  o  comprimento  do  filtro  (taxa  de  frequência  adotada  vezes  ao  fração  de  tempo 
representativa do tempo toal da fratura do CP), 
f.  w é a janela de Hanning,  
g.  hd é janela ideal ,  
h.  h é o resultado da multiplicação do vetor (janela de Hamming) pela janela ideal  
i.  εfiltrado  é  a  deformação  filtrada  numa  determinada  faixa  de  frequência,  definida      
previamente, pela análise do sinal ε(t) no domínio da frequência, aplicando a FFT ao sinal ε(t). 
conv é um comando do Matlab para soma de funções 
j.        ta = tempo de amostragem 
k.        np=numero de pontos da amostragem (taxa de aquisição)= (kS/s)/24bits 
l.        kS/s=taxa e aquisição do amplificador 
 
e)  Janela  Flaptop  ­  possui  a  melhor  precisão  em  amplitude  entre  todas  as  janelas.  O  
aumento da precisão em amplitude (0.02 dB para sinais entre ciclos integrais) está no custo da 

51 
 
seletividade de frequência. A janela Flattop é mais útil em medições precisas de amplitudes de 
componentes simples de frequências. A janela Flattop pode ser definida matematicamente pela 
Equação (2.62) a (2.64). 
 
  (2.62) 
 2πn   4πn   
wn = a0 ­ a1  + a2cos   ,N = 0,1,2,3,...,N  
 N   N         (2.63) 
a = 0,2810638602  
0
(2.64) 
a = 0,1080389663
1
 

f)  Exponencial  ­  forma  dessa  janela  é  a  de  uma  função  exponencial.  Ela  pode  ser 
matematicamente expressa pela Equação (2.65).  
 

ln(f)          
w n = exp(n
    (2.65) 
,n = 1,2,...,N ­1
  N ­1
 
          Onde f= valor final do exponencial, N­= tamanho da janela. 
 
          O valor inicial da janela é 1, e ele decai gradualmente em direção a zero. O valor final da 
exponencial pode ser ajustado entre 0 e 1. 

          A escolha de uma janela correta requer algum conhecimento a priori do sinal em análise. 
Em muitos  casos esse  conhecimento  não  está disponível.  Dessa  forma,  o que se  pode  fazer 
nessa  situação  é  experimentar  os  diversos  métodos  de  janelamento  existentes  e  encontrar  o 
que  melhor  se  adapte  à  análise  em  questão.  Neste  estudo  se  aplicou  a  janela  de  Hanning. 
Neste trabalho, foi aplicada a janela de Hanning através de um programa em linguagem Matlab 
, conforme figura (2.12)  

             A fim de se produzir o tipo de filtro, a ser aplicado na convolução, aplica­se, ao sinal ε(t),


a transformada rápida de Fourier (FFT) no domínio da frequência, tabela (2.2) 

Tabela 2.2 Análise da variação do sinal 
Deformação ( 1e­6m/m)

6000
500
Amplitude

4000

0
2000

­500 0
0 2 4 6 0 0.5 1 1.5 2
  Tempo [s]   Frequência  [s]
­5
x 10
Hz 
 

No domínio do tempo  No domínio da frequência 

52 
 
          Um sinal ao passar por um determinado dispositivo qualquer, vai sofrer um processo de 
transformação  e  é  esse  processo  de  transformação  que  pode  ser  classificado  como 
convolução.  

        Convolução  é  uma  forma  matemática  de  representar  a  maneira  de  como  um  sistema 
linear  opera  sobre  um  sinal.  Assim,  o  sinal  digital  filtrado (εfiltrado),  é  produzido  através  da 
convolução  do  sinal  de  saída  (ε[n]),  apresentado  pelo  amplificador  e  traduzido  pelo  software, 
com  o  filtro  h[n].  Sua  representação  matemática  pode  ser  indicada  pela  equação  (2.67).  Em 
processamento de sinal, convolução representa a soma, ou seja: através de dois sinais gera­se 
um terceiro sinal resultante, tabelas (2.3) e (2.4) 
 filtrado [n]   [n]*h[n]               (2.67) 
 

Onde ―n‖ representa o número de pontos do sinal, adquiridos num determinado ensaio, ‖ * ‖ é a 


notação de convolução. 

.Tabela 2.3 Exemplo de filtro passa baixa (janela de Hamming) 

Deformação (1e­6m/m)
Deformação ( 1e­6m/m)

800 250
600
200
400
200 150
0
100
0 100 200 300 50 100 150 200 250
Tempo (s)   Tempo (s)  
 

Função ε[n]  Função h [n]  εfiltrado[n] 

 
 

Tabela 2.3 Exemplo de filtro passa alta ( janela de Hamming) 
Tempo (s)
Deformação (1e­6m/m)

0.06

0.04

0.02

0
0 100 200 300
 
Tempo (s)
 
 

Função ε[n]  Função h [n]  εfiltrado[n] 


 

    

53 
 
 CAPÍTULO 3 ­ MATERIAIS E MÉTODOS  

         O  simulador,  por  ser  um  equipamento  experimental  projetado  e  fabricado  baseado  nas 
condições  detalhadas  no  fluxograma  2.2,  do  item  2  (  estado  da  arte),  necessita  que  sejam 
determinadas  as  suas  caraterísticas  mecânicas,  seu  limite  de  trabalho,  seus  parâmetros  de 
vibração,  assim  como  um  detalhamento  e  especificação  mecânica  de  sua  composição 
estrutural.  Este  capítulo  é  dedicado  a  este  fim  assim  como  à  metodologia  desenvolvida  para 
ser empregada na aquisição do sinal.  
          O  arranjo  geral  do  Simulador,  indicado  na  figura  (3.1),  apresenta  uma  polia  fixada  na 
ponta  de  eixo  em  balanço.  Esta  polia  tem  a  função  de  produzir  a  torção  do  eixo  devido  ao 
esforço contrário e a favor, que ocorre em frações de um período, provocado pela resistência 
parcial da mola ao movimento contínuo de rotação do eixo.   
         Aplicando um  inversor  de  frequência  é  possível variar  a velocidade do motor  originando 
diferentes intensidades de velocidade angular, mantendo o mesmo torque. Ao completar cada 
rotação  a  mola  retorna  ao  seu  limite  mínimo  estabelecendo  o  princípio  do  movimento  do 
sistema mecânico pelo torque variável. Este simulador permite representar diversas condições 
de velocidades de rotação.  
           Extensômetros foram fixados na superfície do mancal do corpo de prova, na superfície 
do  suporte  do  motor  e  no  suporte  próximo  a  polia,  a  fim  de  se  monitorarem  as  deformações 
produzidas durante o movimento de rotação do eixo. A desigualdade na forma de aquisição de 
sinal,  entre  parte  móvel  e  parte  fixa  do  simulador,  ao  longo  do  tempo,  permitiu  obter  duas 
formas de resultados de deformação: uma classificada com contato estático e outro na forma 
de contato dinâmico.  
         A  tabela  (3.1)  estabelece  a  massa  final  do  Simulador.  As  massas  especificadas,  dos 
diversos componentes, de  forma independente, foi assim estabelecida,  a fim de permitir sua 
aplicação na necessidade de cada capítulo. O simulador dispõe de um peso final de 40,0Kg,  
  
Tabela 3.1 – Constantes do simulador 
 
 
  m1  Massa da polia  0,3 kg 
  m4  Massa do corpo de prova( SAE 1020)  0,09 kg 
  m5  Massa do corpo de prova( ALUMINIO)  0,03 kg 
  m6  Massa do rolamento  0,02 kg 
  M  Massa total da polia (polia + eixo + rolamentos)  0,46kg 
  mm  Mesa  35kg 
  mi  Inversor de frequência  0,5kg 
  mmt  Motor  3kg 
  mb  Base  30kg 
  mv  Ventilador  0,08kg 
  mp  Painel  0,6kg 
  r  Raio da polia  0,125  m 
  r4  Raio do eixo   0,004 m 
  r5  Raio do eixo no ponto 5  0,002 m 
  r6  Raio do eixo no ponto 6  0,004m 

54 
 
 
 
 
                                                                 Motor               
                                                                            quantum x  com tomadas dos  sensores 
corpo de prova          relógio comparador 
 
Polia                                     mancal                                ventilação do motor 

 
                     contador de rot.                     partida do motor 
mola                                                                                               partida da ventilação  
                                                                                   anel deslizante      
                             acoplamento rígido 
                                   inversor de frequência  
     parafusos de nivelamento 
 
 
Figura 3.1 – Simulador para análise de fadiga e o respectivo detalhamento geral do seu 
conjunto. 
 
 

55 
 
3.1 –COMPONENTES DO CONJUNTO 
3.1.1 – Motor 
 
          A fim de manter o nivelamento e alinhamento, o motor encontra­se suspenso por quatro 
parafusos com Ø 10mm,cada um,figura (3.2). Os parafusos foram usinados parcialmente, a fim 
de  permitir  a  fixação  de  extensometros  para  controle  de  vibração  e  o  torque  aplicado.  Sua 
rotação é controlada por um conversor de frequência e seu resfriamento é produzido de forma 
independente, por um ventilador, figura (3.2).  
 

        
     
Figura 3.2 – Foto do motor utilizado, com as seguintes características: WEG, modelo 
 
 B90S2E745, 380V, 2CV,  60Hz, 4 polos. 
   
         O torque de saida e a velocidade, produzidos no eixo, podem ser considerados segundo 
equação (3.1): 

rpm  
W0 = 2π. (rad / s)  
60
   
P.60        (3.1) 
T=
          2π.rpm

          Onde: P= potência (CV) 

3.1.2­ Inversor de frequência 
          A  função  do  inversor  de  frequência  é  a  mesma  do  conversor  de  frequência,  isto  é, 
regular a velocidade de um motor elétrico CA, mantendo seu torque.  A diferença é o tipo de 
motor  utilizado.  O  motor  CC  tem  uma  série  de  vantagens  sobre  o  CA:­  Baixa  manutenção;  ­ 
ausência  de  escovas  comutadoras;  ausência  de  faiscamento;  baixo  ruído  elétrico;  custo 
inferior; velocidade de rotação superior. Essas vantagens levaram a indústria a desenvolver um 
sistema capaz de controlar a potência (velocidade + torque), equação (3.2)  

120. f
     N'   (3.2) 
     
P'

          Onde: N‘ = rotação em rpm; f = frequência da rede, em Hz; P‘ = número de polos.. 

56 
 
           O  inversor  de  frequência  utilizado  neste  trabalho  foi  um  modelo  HB­S9*­1R5T3B, 
aplicável  a  motores  de  0,4kw  até  1,5kw  (0,5hp  a  2,0  hp),  com  as  seguintes  características 
básicas: entrada (CA, 3hp, 380V), saida (CA, 3hp, 1,5kw, 4,0 a 400Hz), figura (3.3). 
            A partir da equação (3.2) define­se o comportamento da variação da rotação do motor 
considerando a frequencia ajustada no  inversor. 

 
HB­S29* 

 
   
Figura 3.3 ­ Esquema geral de ligação elétrica do inversor. 
 
3.1.3 Software Catman easy 
          Neste  trabalho  foi  utilizado  o  software  Catman  Easy,  de  fácil  aplicação  e  simples 
configuração,  aplicado  na  análise  de  deformações/tensões,  através  de  dados  fornecidos  por 
sensores,  extensômetros,  interpretando  seus  sinais  digitais  (sinais  discretos  gráficos  com 
opção  de  exportar    tais  arquivos  em  formato  Excel,  Matlab,  ASCII,  DIAdem)  ,  em  função  do 
tempo,  de  forma  instantânea.  Apresenta  diversos  recursos  como  escolher  a  frequência  de 
aquisição,  forma  de  ligação  dos  ERs.  Permite  configurar  o  tipo  de  PW,  aplicada  ao 
extensômetro,  obtendo­se  diretamente  o  sinal  já  configurado  sem  necessidade  de  qualquer 
incremento matemático armazenando o sinal aquisitado de deformação, em µm/m. 

3.1. 4­ Conjunto de anéis deslizantes (AD’s) e escovas. 
           Experimentos têm sido feitos para determinar as condições em que filmes de ar são 

57 
 
 formados  entre as escovas  eletrografite  e  AD‘s.  Percebe­se que  as  pressões  aerodinâmicas, 
tanto acima como abaixo abaixo da atmosférica, podem existir quando a escova está inclinada 
em relação aos AD‘s, em ângulos entre 1e­3 e 5e­2 rad. A pressão tem um valor máximo numa 
inclinação  de    7e­3  rad,  permanecendo  inalterada,  em  carga  e  velocidade,  até  I  kg  e  3.000 
cm.sec­1,  respectivamente.  A  pressão  aerodinâmica  pode  se  tornar  grande  o  suficiente  para 
suportar  a  carga  completamente  para  cargas  inferiores  a  I00g.;  a  escova,  em  seguida,  se 
comporta aproximadamente como previsto pela teoria hidrodinâmica simples. Cargas pesadas 
são,  apenas,  parcialmente  suportadas  por  camadas  de  ar  e  pressões  somente  se  concordar 
com  a  teoria  com  ângulos  maiores  do  que  cerca  de  9e­10  rad.  Em  ângulos  menores,  as 
pressões são muito inferiores aos previsto e percebe­se que a discrepância pode ser explicada 
,qualitativamente,  quando  a  influência  de  compressibilidade  do  ar  é  levada  em  conta.  Vários 
métodos  para  a  redução  da  pressão  nas  escovas  estão  descritos  abaixo.  A  grade  escova 
poroso  reduz  a  pressão  do  ar  em cerca de  58%;  furos e várias  combinações  de ranhuras  na 
escova resulta em uma diminuição máxima de 91%, STANLEY (1962). 
          Quando  apressão  aplicada  sobre  a  escovva  é  muito  pequena(  menor  que  100g)  a 
escova  é  completamente  suportada  aerodinamicamente.  Para  comparar  o  comportamento  da 
escova  nestas  condições  aplica­s  ea  teoria  da  hidrodinamica  assumindo  que  o  ar  é 
incompressível. Assi m cosidera­se  que a pressão total, P‖, da escova sobre a pista de AD, por 
unidade  de  largura  sob  um  controle  deslizante  do  plano  de  largura  infinita  e  comprimento  L, 
inclinado num ângulo (c) a uma superfície plana em movimento com uma velocidade U, através 
de  uma  viscosidade  média  μ, é dada pela equação  (3.3),  onde  h1  é  a  variação  de  pressão 
média. É importante considerar que a vibração pode variar o limite da folga.  
 
    
P 6μU  I  cL c    
P" = =  ln  +I ­
cL 
        (3.3)                      
L c 2  L  h1 h + ( ) 
           1 2  
          Onde  h1  representa  o  limite  da  folga  que  a  escova  varia  com  a  velocidade  num 
determinado ângulo fixo de inclinação com os Ad‘s. 

3.1.5 ­ Composição do conjunto de ADs 
          O projeto dos AD‘s parte do um principio desenvolvido e tipificado para aquisição de sinal 
em  eixo  rotativo,  COSTA  D.J.R.  et  al.  (2013)  e  (2016).  A  partir  deste  projeto  inicial  foi 
desenvolvida  uma forma construtiva mais simplificada, que  veio  permitir melhor ajustagem e 
alinhamento entre escovas e anéis para aplicação em maiores velocidades de rotação. 

          Os  AD‘s  se  dividem  em  duas  partes.  A  parte  móvel  composta  por  anéis  receptor­
transmissores  de    sinal  elétrico,  fabricados  em  liga  metálica,  que  são  montados  sobre  uma 
bucha  de  material  plástico  isolante,  revestindo  o  eixo,  figura  (3.4),  (3.5)  e  (3.6).  Os  anéis 
metálicos, montados  sobre bucha  de  teflon,  são separados  por  anéis  plásticos,  figura  (3.5a)  . 

58 
 
Cada  anel  metálico  apresenta  um  condutor  elétrico  soldado  a  sua  estrutura  permitindo  sua 
interligação em um terminal de um ERE, a fim de se produzir uma forma de PW.  

           A parte estática do contato dinâmico é composta por escovas de grafite metálico, tabela 
(3.2), alojadas em porta escovas, figuras ( 3.6a e 3.6d),  providas de molas, que mantém um 
contato  dinâmico  devido  à  pressão  da  mola.  O  controle  da  excentricidade  do  conjunto  é 
fundamental  na  influência  do  ruído  do  sinal.  A  excentricidade  em  anéis  coletores,  em  relação 
ao CP é a causa frequente de oscilação das escovas, que, por sua vez afeta a pressão do ar 
debaixo da mesma, alterando sua folga média, que ocorre entre a bordo de fuga da escova e o 
anel. Ocorre  também, a influência de excentricidade, na pressão média, devido a inclinação do 
plano do anel deslizante em relação ao seu eixo radial , figura (3.6c) , perpendicular ao eixo de 
rotação. Portanto, esta excentricidade refere­se a saída total de um ponto na superfície do anel 
de um plano horizontal durante uma revolução. 

           As  mudanças  causadas  pela  excentricidade  influenciam  a  variação  da  pressão  média 
em  relação  a  velocidade  angular.  Esta  condição  produz  um  pequeno  efeito  em  baixas 
velocidades,  mas  em  altas  velocidades  a  pressão  é  reduzida  com  o  aumento  da 
excentricidade.  

           Medições  de  resistência  interfacial  indicam  que  as  reduções  na  pressão são  causadas 
pela  separação  forçada  da  escova,  a  partir  do  anel,  após  o  impacto,  resultando  em  um 
aumento da depuração média no bordo de fuga da escova. A duração desta separação forçada 
aumenta  com  a  gravidade  do  impacto  que  por  sua  vez  depende  da  magnitude  da 
excentricidade, da carga da mola e da velocidade de rotação, SCHIMIDT (1979). 

Tabela 3.2 ­ Escovas elétricas, SCHIMIDT (1979). 

VELOCIDADE   
DENSIDADE DE 
ADMITIDA  RESISTIVIDADE 
CORRENTE               
TIPO  ENTRE  ELÉTRICA 
ADMISSÍVEL 
CONTATOS  Ω(mm2/m) 
(A/mm2) 
(m/s) 
 
Eletro grafítico  7  10­15  20­60 
          

        A  manobra  de  fechamento  de  contato  assimétrico  entre  escova  e  anel,  figura  (3.6c), 
apresenta  seu  limite  no  momento  do  contato  Suas  faces,  teoricamente  planas,  apresentam a 
condição  mais  adequada  de  superfície  de  contato.  Considerando  que  a  superfície  fixa  do 
contato (Ag) esteja completamente sobreposta à superfície geométrica de contato móvel (A m), 
expõe uma ideia incorreta de que toda área de contato está disponível, figura (3.4).     

59 
 
 

Figura 3.4 ­ Área de contato entre AD e escova. 

          A  área  mecânica  não  é  igual  à  área  geométrica.  Além  disso,  a  seção  que  transfere  a 
corrente elétrica Ae é apenas uma pequena parte da  A m, muito menor que Ag, Tal diferença é 
influenciada  pela pressão de contato. Enquanto a pressão se distribui sobre a área completa, a 
corrente elétrica circula apenas através da    área geométrica Ag, onde Am  é  a área mecânica de 
contato e  Ae  é a  área elétrica. 
          Foram  produzidos  quatro  anéis  deslizantes,  com  seção  transversal  de  5  mm  x  7mm, 
cada um,  com  acabamento superficial da pista externa polida, a fim de permitir a redução de 
atrito  nos  contatos  elétricos,  escova–anel,  que  submetidos  a  uma  força  adequada  produzida 
por uma mola, originasse uma pressão distribuída uniforme constituindo uma condição teórica 
próxima de que  Ag (área geométrica)    Am (área mecânica de contato)    Ae (área elétrica). As 
molas utilizadas tiveram o objetivo de produzir uma força de compressão, equação (3.4) a (3.7) 
que  mantivesse  os  contatos  elétricos  sob  pressão  além  de  absorver  o  desalinhamento 
mecânico de montagem e de vibração. 
 
P"  
Amc = (3.4) 
H
 
ρ"LH  
R=
P (3.5) 
 

1 U2  
Tmax = (3.6) 
8 ρ".λ  

2  
 VP  (3.7) 
Fs = 0,05  
 LHρ" 
 
                            
         Considerando:  Amc  =  Área mecânica  de  contato;  P‖=  pressão  de  contato,  H=  dureza  do 
       
material,  R=  resistência  elétrica  do  material,  ρ‖=resistividade  do  material,  T =  temperatura 
max

dos contatos, U= variação de tensão entre contatos, λ= condutividade térmica, L =


comprimento,  I  =  corrente  elétrica,  Fs=  força  de  separação=  força  mínima  da  mola  de 

60 
 
compressão (figura 3.6), desconsiderando o efeito da excentricidade dos ADs ,figuras (3.5a) e 
(3.5b). 

      
( a)   b) 

Figura 3.5 – Conjunto de anéis deslizantes: a) projeto atual, b) projeto inicial ­ COSTA et al. 
(2013) 
 

  
(a) 

        
38º 

        
(c) 

 
Figura 3.6 ­ Detalhe da montagem do conjunto de aneis deslizantes (a) , detalhe dos 
suportes da escova (b) forma de contato das escovas de eletrografite (c), detalhe da posição 
angular de montagem para contato entre escovas e anéis deslisantes (d). 

          Segundo  estudo  de  STANLEY  (1962)  experimentos  foram  feitos  para  determinarem  as 
condições em que os filmes de ar são formados entre escovas de grafite e anéis coletores. Foi 
constatado que  pressões aerodinâmicas  tanto  acima e abaixo  da  pressão  atmosférica  podem 

61 
 
existir  quando  a  escova  está  inclinada  do  anel  de  deslizamento  em  ângulos  entre  1,10  e­5  e 
5e­2  rad.;  a  pressão  aerodinâmica  pode  se  tornar  grande  o  suficiente  para  suportar, 
completamente,  cargas  inferiores  a  100g,  nesta  condição  a  escova  se  comporta 
aproximadamente  como  previsto  pela  teoria  hidrodinâmica  simples.  Cargas  maiores  são 
apenas suportadas, parcialmente, pelos filmes de ar e as pressões  apenas concordam com a 
teoria  em  ângulos  maiores  que  9.e­3  rad.  Em  ângulos  menores,  as  pressões  são  muito 
inferiores  aos  previsto  e  mostra­se  que  a  discrepância  pode  ser  qualitativamente  explicada 
quando  a  influência  da  compressibilidade  do  ar  é  tomado  em  consideração.  Vários  métodos 
para  a  redução  da  pressão  sob  escovas  são  descritos.  Um  grau  elevado  de  porosidade  na 
escova  reduz  a  pressão  do  ar  de  38%;  furos  e  várias  combinações  de  ranhuras  na  escova 
resultam em uma diminuição máxima de até 90%.  
           Considerando a condição de que a resistência elétrica depende das características  
geométricas  do  condutor,  foram  utilizadas  quatro  escovas  para  transmissão  de  sinal  dos 
extensômetros ao quantum X, sendo duas escovas para recepção e duas para transmissão de 
sinal do amplificador (Quantum X)  para os extensômetros, fig. (3.6­a, b e c), com as seguintes 
características físicas: 
Seção de cada escova → 5mm x 5mm; 
Altura da escova → 10 mm; 

              Em relação aos anéis deslizantes, figura (3.6a e 3.6c), foram produzidos quatro anéis 
deslizantes, com seção transversal de 5 mm x 7mm, cada um,  com  acabamento superficial da 
pista externa polida, a fim de permitir  a redução de atrito nos contatos elétricos e aumentar a 
área de contato elétrico entre  escova–anel, que submetidos a uma força adequada produzida 
por  uma  mola,  figura  (3.6d),  origina  uma  pressão  distribuída  uniforme  constituindo  uma  
condição teórica próxima de que  Ag  (área geométrica)    Am  (área mecânica de contato)    A e 
(área elétrica). 
             As  molas  utilizadas  tiveram  o  objetivo  de  produzir  uma  força  de  compressão  que 
mantivesse  os  contatos  elétricos  sob  pressão,  além  de  absorver  o  desalinhamento  mecânico 
de montagem e sua respectiva vibração. 
 

3.1.6  Quantum X 

     Trata­se  de um amplificador  do sistema  de medição/aquisição.  É uma  solução modular  de 


aquisição  de  dados  capaz  de  coletar  dados  de  0,1  até  100  ks/seg., simultaneamente, 
para múltiplos sensores como: de medição de força, deformação, torque, ruído e outras, figura 
(3.7), tabela (3.3). 

  Conexão nº1 

     Conexão nº2 

Figura 3.7– Posicionamento das tomadas de conexão entre AD‘s e  quantum X. 

62 
 
Tabela 3.5 – Dimensional do ferramental para usinagem do entalhe. 

                                     
Ferramenta para  RE (mm)  S (mm)  IC (mm) 
rosca métrica HSK­T 
O,3  4,76  12,7 
Modelo ­ Mttr/l(55º) 

 
         A  tabela  (3.6)  apresenta  as  características  mecânicas  e  parâmetros  de  fadiga 
relacionados  aos  materiais  aplicados  nos  CP´s.  Dados  foram  retirados  da  literatura  técnica 
destacando : NORTON (2013) e SHIGLEY (1967) . Esses materiais foram classificados a partir 
da caracterização dos materiais utilizados na fabricação dos CP´s.  
Tabela 3.6 ­ Características mecânicas monotônicas e cíclicas dos materiais do CP. 

1Gpa=1000N/mm2  Aluminio  Aço  Aço inox 


2
1Mpa = 1N/mm   7075­T6  Sae 1020  304 H 
Tensão de escoamento Sy (ζe)­ (Mpa)  542  440  276 
­Módulo de Elasticidade monotônico 
71700  205000  189600 
E (Mpa) 
Módulo de elasticidade ao cisalhamento ­G (Mpa)  26800  80800  74100 
Coeficiente de Poisson­ⱱ  0,34  0,28  0,28 
Dureza (HB)  60  108  362hv 
­ Resistência a Tração ζt ­ (Mpa)  572  700  1276 
Coeficiente de  resistência à fadiga ζf‘  (Mpa)  706  895  1600 
Coeficiente de ductilidade a fratura ­ εf  0,18  0,96  1,67 
Tensão de fratura verdadeira ζf  (Mpa)  706  780  1600 
Deformação verdadeira ­ εf‘  0,18  0,41  0,522 
Expoente de ductilidade a fadiga ­ c  ­0,77  ­0,61  ­0,58 
 Expoente de encruamento cíclico a fadiga   ­   n‘  0,18  0,25  0,341 
Expoente de encruamento monotônico a fadiga   ­   n  0,28  0,19  0,255 
Coeficiente de resistência monotônico à fadiga ­ H  1141  786  1403 
Coeficiente de resistência cíclico à fadiga ­ H‘  961  1118  1997 
Expoente de resistência à fadiga ­ b 
­0,14                                                                   
­0,12  ­0,19 
(Expoente de Basquim)   
ζ '
K' = f
Coeficiente de tensão ciclico – K‘  b
 
ε ' c
f  

64 
 
         A análise para caracterização dos materiais, utilizados neste trabalho, foi produzida no 
MEV, os resultados adquiridos estão descritos segundo tabelas (3.7), (3.8) e (3.9). 
 
Tabela 3.7 – Composição do Aço Carbono. 
Elemento. 
 [wt.%]  C norm­ [wt.%]  C Atom ­ [at.%]  C Erro (1Sigma)[wt.%] 
 
C  2.85  4.49  17.48  0.72 
Si  0.14  0.22  0.04  0.36 
Mn  1.65  2.60  2.21  0.08 
Fe  58.13  91.56  76.64  1.50 
 
Tabela 3.8 ­ Composição do Alumínio. 
 
C Erro (1 Sigma) 
Elemento.  [wt.%]  C norm­ [wt.%]  C Atom ­ [at.%] 
wt.%] 
C  9.71   11.29  22.12  2.49 
Mg  0.64   0.75  0.72  0.07 
Al  73.17   85.06  74.19  3.69 
Si  0.12   0.13  0.11  0.04 
Mn  0.45   0.53  0.23  0.05 
Fe  0.34   0.39  0.17  0.05 
Ag  0.18   0.21  0.05  0.04 
 
Tabela 3.9 – Composição do Aço inox. 
 

El. 
[wt.%]   C norm­ [wt.%]  C Atom ­ [at.%]  C Erro (1 Sigma) wt.%] 
 
Al  0.08  0.11  0.14  0.03 
S  0.09  0.12  0.13  0.03 
Cr  10.85  0.32  9.62  14.72 
C  11.96  16.22  45.89  1.99 
Si  0.26  0.35  0.42  0.04 
Mn  1.57  2.13  1.32  0.08 
Fe  43.52  59.04  35.93  1.13 
 
Ni  4.27  5.80  3.36  0.15 
 
O resultado da análise do MEV, para os materiais aplicados neste trabalho, foi comparado com 
os resultados de normas específicas assim classificadas: 
a.  Aço carbono 1020 ­ Composição química segundo norma ­ASTM A36: Carbon, C 0.260 
%  Copper,  Cu  0.20  %  Iron,  Fe  99.0  %  Manganese,  Mn  0.75  %  Phosphorous,  P  <=  0.040  % 
Sulfur, S <= 0.050 %. 
  
b.  Alumínio  7075  ­  Composição  química  segundo­SAE  Internacional  –MAS:  Al  de  87,3  a 
90%, Zn de 5,7 a 6,7%, Cu de 2 a 2,6%, Fe máximo 0,15%Si máximo 0,12%Zr de 0,08 a 1,5%, 
Mn máximo de 1%, Ti máximo de 0,06%,  Cr máximo de 0,04% 
c.  Aço inoxidável 316, segundo ASTM F138: Carbono 0,03% máx. Fósforo 0,045|% máx., 
Enxofre 0,03% máx., Nitrogênio 0,010% máx., Cromo 16 – 18%, Molibdênio 2 – 3%, Níquel 10 
– 14%, Silício 0,75% máx.. Ferro Balanço.  
 

65 
 
3.1.8 – Análise da mola helicoidal de extensão 
            A  mola  de  extensão apresenta  a característica  de  ser  produzida  com seu fio  torcido  a 
medida que seja enrolado criando, assim, uma pre carga nas espiras, com diametro do arame 
da mola 0,16cm e dimensional descrito conforme tabela (3.10), tabela (3.11) e figura (3.9). Seu 
dimensional  permite definir seus parâmetros mecânicos, tabela (3.11) e figura 3.10). 

  A 
 
 
ΦB 
 
 
 
 
 
 
 

 
 
 
  G 
 
 
  ΦF 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3.9 Dimensional da montagem da mola 
 
 
 
                                                                                  
Tabela 3.10 ­ Dimensional da Mola (Medidas em centimetros). 
 
A  ØB  C  Ø F  H  L  G( max) 
  3,5 
18  1,7  16  0,16  Variável  23 (entre centros) 
 
Tabela 3.11 Parâmetros da mola.  120
x=25
  y=119
k (N/m)  Fi (N)  na  110
n t  Wn(rad/s)  fn(Hz) 
Deslocamento (mm)

 
363,3  2,5  39  40 
100 423 
x=5
67,5 
 
y=64
  90
 

  80

70 x=2
y=62
60
0 10 20 30 66 
  Carregamento (N)
 
 

Figura 3.10 – relação e carregamento deformação da mola. 
 

3.1.9 ­ Rigidez do conjunto 

         Admitindo a polia  indeformável nesta intensidade de carregamento, pelo torque, e que o 
CP  se  comporta  como  uma  mola,  composto  por  de  cinco  seções  circulares  diferentes,  figura 
(3.8).  Cada  seção  tem  seu  próprio  coeficiente  de  rigidez  que  alinhados,  em  série,  permite 
determinar o coeficiente de rigidez ke  do CP, equações (3.8) e (3.10). O coeficiente de rigidez 
da  mola  é  definido  segundo  equação  (3.9).  Para  se  definir  a  rigidez  resultante  do  simulador, 
kres., equação (3.11), admite­se um arranjo de mola e do CP em paralelo, Ke e Km, figura (3.11).  
 
  Ft 
 
 
 
 
 
x  Eixo  ke f( JP,G) 
 
 
 
Mola   km f(Jp,G)  Ftm 
 
  x 0 
 

Figura 3.11 ­ Representação da composição da rigidez do Simulador. 
 

                                                               
T GaJpi πD 4Ga
k = i= = i  (i = 1,2...,5) (3.8) 
i θ l 32l
i i
 
GmJp 4
km = m = πdm Gm
2ln 8D3Na (3.9) 
 
­1
n1
K =  k =k (3.10) 
e i k  2 4
 i
 
 
 
n
Kres =  k = k e + km (3.11) 
i i
                                                  

         Onde:  ke  é  o coeficiente  de  rigidez  do Cp,  ki  é o coeficiente  de  rigidez  de cada  seção do 
CP,  Ii=  comprimento  de  cada  seção  do  CP,  G i  é  o  módulo  de  elasticidade  transversal  de  cada 
seção  do  CP,  di  é  o  diâmetro  de  cada  seção  do  CP,  J pI  é  o  momento  polar  de  inércia,  kres  é 
coeficiente  de  rigidez  resultante  do  simulador,  km  =coeficiente  de  rigidez  da  mola,  Na 
comprimento da mola , dI é diâmetro do fio da mola, Dm é o diâmetro médio da mola. 

67 
 
3.1.10 ­ Análise da frequência natural do simulador considerando a influência do torque  

           O  Torque,  que  é  uma  medida  de  carga,  embasou  o  surgimento  de  uma  quantidade 
variada  de  transdutores para sua  avaliação  e medição.  TANAKA  (2010)  em  seu artigo,  aborda 
dois  temas  específicos  relacionados  com  a  resistência  à  fadiga  e  da  vida  das  barras  com 
entalhes  submetidos  a  torção  combinada  com  carregamento  axial.  O  primeiro  tema  é  sobre  os 
limites  de  fadiga  de  materiais  com  pequenos  defeitos.  O  limiar  de  fadiga  dos  materiais  com 
pequenos defeitos ou entalhes afiados não é controlada pela iniciação de fissuras de fadiga, mas 
por sua propagação. Pequenas fissuras nucleadas na raiz do entalhe tornam­se sem propagação 
quando  o  fator  de  intensidade  de  tensão  aplicado  mantém  tensões  abaixo  da  resistência  do 
material. O método de curva­foi aplicado para prever os limiares de fadiga dos tubos de aço de 
carbono  furados  em  fase  e  com  combinações  de  fase  de  torção  e  a  carga  axial  cíclico.  O 
segundo tema é um fenômeno anômalo de resistência do entalhe circunferencial, encontrado em 
fadiga  por  torção,  em  barras  redondas  de  aço  inoxidável  austentico.  Em  fadiga  produzida  por 
torção  em  entalhe  circunferencial  em  barras  de  aço  inoxidável  austenítico,  a  vida  por  fadiga 
destas barras entalhadas foi constatada mais longo do que o das barras lisas e aumenta com o 
aumento de concentração de tensões sob a mesma amplitude da tensão de torção nominal. No 
acompanhamento na base potencial elétrico da iniciação e propagação de pequenas fissuras no 
nível  da  raiz,  a  iniciação  da  fissura­vida  diminuiu  com  o  aumento  de  concentração  de  tensão, 
enquanto a vida a propagação de fissuras aumentaram. O comportamento anômalo do efeito de 
fortalecimento do entalhe foi atribuído ao maior retardo da propagação de trincas por fadiga em 
entalhes  com  a  superfície  mais  nítida.  A  superposição  de  tensão  estática  reduziu  o  retardo 
devido  à  menor  quantidade  de  trincas  superficiais,  que  deu  origem  ao  conhecido 
enfraquecimento do entalhe a resistência à fadiga. A vida inicial da trinca não é controlada pela 
amplitude do pico de tensão no nível da raiz, mas pela amplitude de deformação com cerca de 
0,1mm,  distante  da  raiz  do  entalhe,  onde  a  forma  de  distribuição  foi  calculado  pela  método 
elástico­plástico  (ε­N)  utilizando  elementos  finitos  onde  foi  aplicada  a  relação  de  tensão­
deformação cíclica. A taxa de propagação de fissuras pode ser previsto quando a tensão estática 
é sobreposta sobre torção cíclica.  
          Outra forma de análise de torque se relaciona com a vibração torcional para identificação 
de  trincas,  CHONDROS  (2005)  em  seu  estudo  considera  uma  formulação  variacional  
desenvolvida  para  a vibração  torcional  em  um entalhe  circunferencial.  O  trabalho  é  comparado 
com métodos existentes.  
          Qualquer  movimento  que  se  repita  com  o  passar  de  certo  tempo  pode  ser  denominado 
vibração ou oscilação. O número de repetições por intervalo de tempo é chamado frequência de 
vibração.  Se  após  uma  perturbação,  um  sistema  continuar  a  vibrar  sem  a  ação  de  forças 
externas, a frequência com que ele oscila é a sua frequência natural, RAO (2008). 
          Na  análise  de  esforços,  um  dos  requisitos  que  se  deve  satisfazer  é  a  reprodução  sem 

68 
 
distorção da lei de variação da força com o tempo, dentro de um erro especificado. Para  
 
instrumentos  cujo  sistema  de  medida  seja  sempre  constituído  com  massa,  força  elástica  e 
amortecimento, esta exigência nem sempre é satisfeita. Tão logo se inicie a variação de força a 
ser  medida  aparecem  movimentos  (acelerações  dos  elementos  do  sistema)  e  além  da  força  a 
medir, da força clássica da mola e de amortecimento, entra em jogo a força de inercia. O sistema 
dever ser considerado como um sistema oscilante, FERRARESI (1970),  
 

         A  fim  de  se  produzir  os  ensaios  no  simulador,  é  necesssário  ,inicialmente,  determinar  os 
parametros  de  vibração  do  simulador  que  se  definem  a  partir  do  conceito  de  Newton  para 
movimento  de  massa,  equação  (3.16),  considerando  que  a  partir  de  um  determinado  torque  a 
polia se equilibre segundo a (figura 3.11). Cada instante (Δt) de variação do comprimento inicial 
da mola, l+x­x0, corresponde um instante do movimento angular da polia (α0+α),  ocorre a lei de 
Newton  para  movimento  da  mola.  Por  exemplo:  no  momento  em  que  a  mola  se  encontra  no 
ponto  a  90º  (t90)  do  início  do  seu  movimento  (T0),  a  mola  se  distende  linearmente  de  um 
comprimento  (x90º­x0  ),  sendo  x0  =0  no  ponto  de  x0=0.  Desta  forma,  procede­se  a  condição  de 
equilíbrio, aplicando a equação (3.12), figura (3.11). 
 
 Fx = 0
             (3.12) 
Ft ­ Ft = mx
m
     

       Onde Ft  é a força tangencial devido ao torque, F tm é a componente tangencial da força da 


mola, m é a massa da mola mais a força de compressão da mola e d2x/dt é a aceleração 

        A  partir  da  equação  de  Euler,  equação  (3.14),  e  equações  (3.12),  (  3.13)  e  (3.15)  que 
definem  a  força  tangencial,  Ft,  devido  ao  torque,  em  relação  a  aceleração  angular  ,dα/dt  ,  se 
estabelece o equilíbrio para o momento (Mz=f(I,α,r)). Sendo I = momento de inércia de massa e 
α = velocidade angular, r o raio da polia, km  o coeficiente de rigidez da mola, ke  o coeficiente de 
rigidez do CP. Relacionando a equação de Euler e a equação de movimento de Newton obtém­
se  as  equações  (3.16)  e  (3.17)  onde  Mres  é:  a  massa  da  polia  +massa  do  eixo  +  massa  dos 
AD‘s,  mm  é  a  massa  da  mola,  km  é  a  rigidez  da  mola  e  kres  é a rigidez do eixo, α é  o 
deslocamento  angular  da polia.    E assim,  a  partir  da  equação  (3.18),  o movimento  harmônico 
sem dissipação apresenta uma frequência angular natural, wn para o conjunto, independente do 
raio da polia. 

3.1.11 – Parâmetros de vibração 

69 
 
Ft  Ftm  mm x
  (3.13) 
F  Ftm  mm x
          t

           z
M = Iα (3.14) 

M res .r 2
M z Ft    
2
MzF  mm .r 2
tm

1
Ires =  m .r 2 .   (3.15) 
i i 2
x = r
Ftm  kt mr.

         
Ft  kresr.

Mres
k res .rα.r - k tmrα.r = ( + mm )r 2
2
  (3.16) 
Mres
k resr 2α - k tmr 2 .α = ( + mm )r  2

           2

kres ­ km  .α =  
Mres
+ mm  α
 2 
  (3.17) 
kres ­ km  .α -  res 2 e  α = 0
M + 2m
            

wn =

2 kres ­ k
tm   (3.18) 
Mres + 2me
          

          Obtida a equação da frequência natural do Simulador, passa­se a definir os parâmetros 
de vibração do Simulador. A razão de Amortecimento (ξ), equação (3.19), depende as definição 
do decremento logaritmo δ que se obtém de modo experimental no Simulador. 

c c 1  A  δ  
          ξ = = onde δ = .ln  ξ =
n  An  2  
δ2 +  2π   
ccr 2.m.wn
   (3.19) 
           
         A partir da frequência se obtém o período T, equação (3.20). 
   
1  
          w n = 2 fn = 2   (3.20) 
T                     
 
 
         Obtida a razão de amortecimento (ξ) define a frequência angular natural (wd)   
 

 amortecida, equação (3.21).   
   
 (3.21) 

70 
 
w = w n 1­ ξ 2  
          d
 
Uma  vez  determinada  a  forma  de  análise  da  frequência  natural  do  simulador  e  definidas  as 
características mecânicas dos  CP´s, são definidos os parâmetros de vibração, apresentados na 
tabela  (3.12),  a  fim  de  se  estabelecer  as  frequências  a  serem  aplicadas  ao  simulador  para 
produzir ciclos de fadiga no CP sem que ocorra ressonância. 
 
Tabela 3.12 ­ Parâmetros do conjunto para análise de ressonância 
 

wn  wd  C  fn  fd  ccrit 


Material 
(rad/s)  (rad/s)  (kg/s)  (CP´s)  (CP´s)  (kg/s). 

Alumínio  278,3  270  246  436  43  779 

Aço 
247,2  240  312  388  38  988 
carbono 

Aço inox  233,8  227  303  367  36  958 

 
          Além  da  frequência  natural  do  simulador  também  é  necessário  considerar  a  frequência 
natural da mola a partir da equação da literatura, NORTON (2013), equações (3.22) e (3.23). 
 

2 d gG
              f n  . 2.
 N a D 32   (3.22) 
 
1 kg
fn    (3.23) 
2 wa
             
 
  3.1.12 – Análise dos pontos de influência da resistência máxima e mínima da mola ao 

movimento de rotação da polia. 
 
         Na  figura  (3.12)  se  destacam  diferentes  pontos  de  direção  de  influência  do  esforço  da 
mola  sobre  a  dinâmica  da  rotação.  À  medida  que  a  mola  é  distendida,  esta  gera  um  esforço 
contrário  ao  sentido  de  rotação  da  polia  durante  uma  fração  do  ciclo  (α1),    demostra­se  este 
desenvolvimento, nos quadrantes, num período completo de rotação, onde a forma do esforço 
da  mola  influência  diretamente  o  comportamento  das  deformações  do  eixo.  O  período 
analisado se estabelece em cada ciclo completo de 360º, tanto para as deformações no mancal 
quanto  para  as  deformações  no  eixo.  Este  período  é  dividido  em  quatro  partes,  onde  se 

71 
 
representam  os  quadrantes  envolvidos  em  uma  rotação  (0­360º­90º,  90º­  180º,  180º­  270º  e 
270º­  360º­0º)  e,  desta  forma,  identificam­se  os  pontos  de  influência  do  esforço  da  mola 
contrario e a favor do movimento.  
        
 
Força  decrescente 
  C”
da  mola  a  favor  do  ’ 
  Fr’  Ft’  Força  crescente 
movimento. 
  da  mola  contra  o 

  D” movimento. 
’  B”   
 
 
   
A” 
 
N’  I.w 
 
 
  Compressão da mola 
 
 
Figura  3.12  –  Análise  da  influência  das  componentes  da  força  da  mola  ao  movimento  de 
rotação do eixo. 

          A  partir  da  posição  dos  quadrantes,  localizados  entre  os  pontos:  A‖,  B‖,  C‖  e  D‖,  se 
estabelecem as equações  de  equilíbrio,  figura  (3.12),  equações  (3.24)  a  (3.26).    Para  análise 
das  tensões,  em  cada  ponto  angular  da  rotação,  ocorrerá  a  influência  do  esforço  da  mola, 
através  das  componentes  tangencial  e  radial.  Da  composição  destes  esforços  podem­se 
destacar as seguintes observações:       

a)   Ponto A” ­ força da mola é nula: Ftm= 0  e  Frm=0; 
b)  Entre os pontos  C”,B” e M’ ­ a foça tangencial age contrária ao movimento de rotação da 
polia; representada pela equação de equilíbrio (3.24). 
 

T  Ftm .rp  I .w         (3.24) 


        
 

c)  No ponto M’ ­ ocorre a maior distensão da mola e a força tangencial é nula ( F tm). A partir 


do ponto M, a força tangencial muda de sentido de direção favorecendo a rotação; 

     Ft m 0   (3.25) 
 
 
d)   Entre os pontos C” e N’ ­ a força tangencial da mola produz a componente tangencial  
favorável  à  direção  do  movimento  de  torção.  A  medida  que  a  apolia  gira  e  se  destende,  as   
coordenadas C‘ , B‘ e D‘, figura (3.14), representam a posição das componentes da mola em
função do tempo numa rotação de 360º.  
 

e)   A figura (3.13) apresenta o desenvolvimento  do projeto de simulação de carrgamento 
multiaixial, figura (3.13a) 1º projeto em baixa rotação, COSTA et al. (2013)  e projeto atual já, 

72 
 
aplicado  neste  trabalho,  com  ajustes  par  admitir  condições  de  maior  velocidade  de  rotação, 
figura (3.13b).  
 

                                                                     
(a)                                                                   (b) 
Figura 3.13 ­ Detalhe da distrbuição de carga da mola na polia). 
 
3.1.13 ­ Variações angulares do carregamento combinado.  

             O ângulo α, da figura (3.14), estabelece a posição do pino de apoio da mola, posição 


(M‘) na polia, ao longo do período de rotação do eixo. O ângulo δ estabelece a posição angular
da mola com seu comprimento final D‘ e as coordenadas de posição B‘ e C‘ ao longo do
período de uma rotação do eixo 
      .   M’   

  y  b   
   
 
α 
 
D” Ft 
 
  ” 
  r p 
 
c  Fr  Fv 
  a 
 
C” 
 
 
‘ 
δ 


B”   
 
 
Figura 3.14 – Relação trigonometrica entre α( posição da polia ) e δ(posição da mola. 
 
         Desta  forma,  percebe­se que as coordenadas B‘ e C‘ e o comprimento da mola D‘
estabelecem vértices, devido às interseções entre si, formando um triângulo. 
 
        T + F .rp = I.w      (3.26) 
t
 

73 
 
         Os  pontos  M‘  e  N‘  caracterizam  condições  especificas  de  posição  do  pino  na  polia 
considerando um triângulo retângulo com dimensões variáveis ao longo do tempo, onde B‘ e C‘
são  os  catetos  e D‘ a hipotenusa deste triangulo. Podendo  estabelecer,  então,  uma  relação 
gráfica entre os ângulos (δ e α) para cada quadrante. A tabela (3.14) relaciona a posição das  
componentes,  tangencial  e  radial  da  força  da mola  na  polia,  em  cada  quadrante.  O  ponto  da 
força  se  localiza  no  vértice,  identificado pelo ponto M‘, formado pelo encontro da linha
imaginária da hipotenusa D‘ com a linha imaginária do cateto B‘,  
          Partindo das coordenadas C‘, D‘ e B‘ da posição M‘, da figura (3.14) identificamos para 
cada quadrante, a dependência de δ em relação a B‘ e C‘, na forma: δ = f(α,t), através de uma
relação trigonométrica representada na tabela (3.13).  

Tabela 3.13 – Relação trigonométrica entre os ângulos α e δ. 


 
    arctg  C '   
 B'
        α varia de        
α varia de 90º a 180º α varia de 180º a 270º α varia de 270º a 360º
0º  a 90º 
       
C '  c  R sin    C '  c  R sin(180   )   C '  c  R sin(  180)   C '  c  R sin(270   )  
B '  b  R  R cos  B '  b  ( R  R(cos(180   )) B '  b  ( R  R(cos(  180)) B '  b  ( R  R(cos(270   ))
 
           A  partir  da  figura  (3.12),  foi  produzida  a  figura  (3.14)  que  descreve,  completamente,  a 
variação  do  comprimento  da  mola  ao  longo  de  uma  rotação  completa  de  360º.  Esta  figura 
estabelece o limite do comprimento máximo, caracteriza suas componentes radial e tangencial. 
Define a maior amplitude da força tangencial produzida pela mola sobre a polia, a 100º e 231º. 
Define a posição com ângulo de 162º onde, também, se estabelece a força tangencial da mola 
nula  (Ftm=0),figura  (3.15)  permitindo  que  a  componente  radial  seja  máxima.  Este  ponto 
caracteriza  o  ponto de maior  amplitude do momento  fletor  e  que  a  força  tangencial  inicia  seu 
favorecimento  ao  sentido  de  rotação  da  polia.  Auxilia  o  torque  produzido  pelo  motor,  para 
manter o movimento do sistema, na velocidade angular preestabelecida e constante.    

3.1.14  ­  Distribuição  da  força  da  mola  em  relação  ao  ângulo  de  rotação,  processo 
analítico.   

             Uma  vez  determinado  o  coeficiente  de  rigidez  da  mola  é  possível,  então,  que  seja 
calculada a força da mola e suas componentes, durante todo o período de uma rotação do eixo, 
equação (3.30) a (3.33). O valor de x representa a diferença entre o valor do comprimento total 
da mola subtraído de uma constante d. 

 
           Fm =Kx                                                                                                                         (3.27)                   
      
                      As equações (3.27) a (3.31) e a tabela (3.14) permitem traçar o gráfico da figura 
(3.15) apresentando a força de ação da mola e suas componentes tangencial e radial com seus 
pontos  de  máximo  e  mínimo.  A  figura  (3.15)  descreve,  completamente,  a  variação  do 

74 
 
comprimento da mola ao longo de um período de 360º, define o limite do comprimento máximo 
da  mola  D‖  f(t),  assim  como  o  ponto  de  maior  influência  da  componente  radial  e  tangencial. 
Caracteriza o ponto de maior influência da força produzida pela mola sobre a polia. Estabelece 
uma relação entre o ângulo da mola (δ) e o ângulo de rotação da polia (α), equação (3.31) 

Frm =Fm .sin(δ-α)   (3.28) 


         
  30
x=162º  C" 
Varição da 
F f(t,α,δ,km,D",C",B") = km.(D"(t) - d).cos(arctg   ­ α)(t) força da mola
t  B"  (3.29) 
            m 20 y= 17  
 
 C" 
componente
Fr f(t,km,D",C",B",α) = km.(D"(t) - d).sin(arctg   ­ α)(t)   (3.30) 
radial
Força (N)

           m 10  B" 
x=162º
C"
δ = arctg( )   y=27,6    (3.31) 
            B"
0
          
x=18º
30
  y= 1.6 x=360º
Varição da 
  ­10 x=100º
componente força da mola
20 y= 17 x=231º
  tangencial componente
  y=­17
radial
­20
Força (N)

10 x=162º
  0 100 200 y=27,6
300 400
  0 Ângulo de rotação (º)
  x=18º
y= 1.6 x=360º
  ­10 componente
tangencial x=231º  
y=­17
  ­20
0 100 200 300 400
                    
Ângulo de rotação (º)
 
 
 Figuras 3.15 – Distribuição das componentes da força da mola. 
 

         De acordo com a figura (3.15), a maior da componente tangencial da força da mola ocorre 
a 100º e 231º (ponto M‘ da figura (3.15)). Baseado nesta condição pode­se definir a variação 
da força de torção (monento torsor) produzida pela resistência da mola e a deformação  na raiz 
do  entalhe  do  CP  quando posicionada nos pontos :a, M‘, b, c e d ,  figura  (3.14)  referente  a 
cada material.  

        O  segundo  quadrante  caracteriza  o  maior  torque  produzido  no  eixo,  independente  da 
maior distensão da mola, no sentido contrário a rotação. No terceiro quadrante, destaca­se um 
ponto  importante  onde o maior  esforço,  a  torção,  ocorre  a  favor  do movimento de  rotação.  O 
ponto  da  maior  componente  da  força  da  mola  quando  produz  o  maior  momento  fletor  se 
destaca no terceiro quadrante, conforme tabela (3.14). A partir das figuras (3.14) e (3.15) 
 define­se a deformação e tensão teórica. 

75 
 
Tabela 3.14 ­ Determinação dos pontos de principal influência das componentes da força da 
mola.  
 
Posição  Mf( Nmm) 
 
angular  1º mancal  Mt(Nmm) 
Ft (N)  Fr (N) 
 figura (3.12)  próximo ao   
 
e (3.13)  balanço 
mm  0  0  0  0 
a   (90º)  16,5  18,2  3310  627 
M‘=100º  17,0  20,1  2840  646 
M‘ = 162º  0  27,6  0  0 
b (180º)  ­5,7  27,2  3264  ­216 
M‘= 231º  ­17  21,5  2580  ­638 
 c ( 270º)  ­11,3  11,2  1344  ­427 

         Os sistemas estruturais de materiais elásticos que experimentam pequenas deformações 
são  teoricamente sistemas  estruturais  lineares.  Assim,  inicialmente  se define  as deformações 
teóricas devido à influência das componentes da mola, aplicada na extremidade da polia, figura 
(3.14). A partir da tabela (3.14), define­se a tabela (3.15) que apresenta, nos pontos: a, b, c e 
M‘, para cada material, o momento torsor produzido pela componente tangencial   da força da 
mola a deformação específica ε, a distorção Ɣ, e a tensão cisalhante Ƭ. Esta tabela se torna um 
referencial a ser usado na avaliação das deformações adquiridas pelo Simulador, em função do 
tempo.   

Tabela 3.15 ­ Determinação das deformações máximas teóricas devido a influência da 
componente tangencial da mola. 
 
Mancal do engaste  Raiz do entalhe 
deformação  distorção  deformação  distorção   
Posição 
angular 
Mt    ηxynominal 
( fig.­ (3.14) 
(Nmm)  εxym  Ɣxym  εxye  Ɣxye   
(μ m/m)  ( μ)  (μ m/m)  (μ)  (N/mm2) 
 
Aluminio 
0  0  0  0  0  0  0 
a (90º)  627  7,1  14,2  280  560  240 
M‘ (100º)  646  7,4  14,8  2650  5300  710 
M‘‘( 165º)  0  0  0  0  0  0 
b ( 180º)  ­216  ­2,4  ­4,8  ­891  1792  480 

M‘(226º)  ­638  ­7,3  ­14,6  ­2650     


c ( 270º)  ­427  ­4,9  ­9,8  1­800     
Aço Carbono 
mm  0  0  0  0  0  0 
a (90º)  627  2,55  5,1  920  1840  743 
M‘ (100º)  646  2,6  5,2  975  1950  787 
M‘‘( 165º)  0  0  0  0  0  0 
B ( 180º)  ­216  ­1,56  ­3,12  ­318  ­636  513 
M‘(226º)  ­638  ­2,75  ­5,2  ­950  ­1900  256 

76 
 
C ( 270º)  ­427  ­1,7  ­3,4  ­628  ­1246  503 
Aço inoxidável 
mm  0  0  0  0  0  0 
a (90º)  627  1,08  2,16  393  786  290 
M‘ (100º)  646  1,12  2,24  404,5  809  299 
M‘‘( 165º)  0  0  0  0  0  0 
B ( 180º)  ­216  ­1,4  ­2,5  ­135  ­270  100 
M‘(226º)  ­638  ­1,1  ­2,2  ­399  ­798  295 
C ( 270º)  ­427  ­1,05  ­2,1‘  ­400  ­800  296 
 
3.2 ­ CONDIÇÃO DE APOIO DO CORPO DE PROVA 
         Este simulador permite duas formas de análise baseadas na posição do entalhe do CP: a 
primeira  condição  considera  todo  o  carregamento multiaxial  no  entalhe  do  CP  quando  este  é 
posicionado entre os apoios mais próximos ao balanço  do lado da polia e a outra, que ocorre 
neste estudo, considera a posição do entalhe do CP entre o apoio e o mancal e engaste do CP. 
Esta condição inibe a influência de momento fletor e força cortante, na sua totalidade. No vão 
entre o segundo apoio e o mancal de engaste do CP, apenas a componente da força da mola a 
torção,  sob  uma  condição  de  movimento  cíclico,  subamortecido  forçado,  da  origem  a  um 
carregamento variável em cada rotação, figura (3.16).  

Polia na extremidade do balanço do CP (torção variável)   

         mancal (2º gênero);    2º mancal ( 2º gênero);    (motor na extremidade­Torque constante).  

Figura 3.16 ­ Posicionamento  e classificação dos mancais. 

A  figura  (3.17)  e  tabela  (3.16)  apresentam  o  dimensional  para  posicinamento  do  CP,    assim 
como a forma de apoio do CP. A condição de apoio estabelecida, permite a torção e rotação do 
conjunto (CP, motor e polia). Muito embora, o CP esteja engastado ao mancal e este transmita 
a  rotação  do  motor  ao  CP,  a  condição  de  apoio  adotada  não  leva  em  consideração  este 
engaste na análise dinamica do carregameno sobre o CP, adotando uma condição isostática ( 
dois apoios) ao invés de hiperstatica (três apoios) para análise da flexão no eixo. 

77 
 
 

 
’ 

                       
 
 
 
 
 C  N 
   D 
 
 
 
   M 
 
 
 A   L 
 
 

Figura 3.17 – Dimensional e condição de apoio  do CP em relação a torção. 
 

         Tabela  3.16  ­ Dimensional do conjunto 
 

 
A  C  D  L  M  N 
 
9,5  16,0  5,5  25,5  35,0  11,0 
 
 
          Considerando a figura (3.17) fica evidente duas condições de carregamento imposta ao 
eixo  em  cada  rotação  .A  figura  (3.18a)  demonstra  a  influencia  do  carregamento  entre  0º  e 
162º, enquanto a figura ( 3.18b) demonstra a influência do carregamento de 162º até 340º. De 
340º a 360 º não apresenta uma influência representativa ao movimento circular. 
 
 Mm   Fy    ’   Mt 
 
 
 F1   F2 
 
a) 
 Mm   Fy  ’   Mt 
 
 
 F1   F2 
                                                                          b) 
Figura 3.18 ­ Distribuição do carregamento e reações de apoio no CP ( torção e flexão) em   

 relação ao conjunto. 

78 
 
3.3 ­ RUGOSIDADE DO ENTALHE  
         ATZORI et al. (2000) apresentaram, nos seus estudos, uma relaçâo entre a profundidade 
de  rugosidade  como  uma  forma  de  concentrador  de  tensão,  muito  embora  não  seja 
considerado, usualmente, pela mecânica da fratura, demonstra influência no limite de fadiga.  

         A consideração mais relevante é quando se apresenta entalhes rasos cuja rugosidade da 
superficial, na raiz do entalhe, pode influenciar a análise de fadiga. No entanto, para entalhes 
profundos a rugosidade da raiz pouco reflete na influência do dano por fadiga,  independente 
do tipo de material. Isso pode ser considerado na equação (3.34) apresentada em seu estudo.  

 0
kf 
 th
1 1
Δ=  k f             
          kf  (3.34) 
r
Δ = 1+ tn
a
h(1+ o )
h

          Onde :∆=taxa de redução da tensão limite de fadiga , rtn=  pico do vale (rugosidade), an = 
profundidade do entalhe, a0 = profundidade da trinca, kf.= fator de concentração para entalhes 
agudos, Δζ0 e Δζth são limites de fadiga. 

          Assim,  a  amplitude  do  nível  de  rugosidade  obtido,  para  cada  tipo  de  material  utilizado, 
apresentado  nas  figuras  (3.19),  (3.20)  e  (3.21),  bem  próximos  entre  si,  tanto  no  sentido 
trasnversal com longitudinal, demonstram não serem pertinetes  na influência do resultado da  
equação  (3.34),  a  variação  de  profundidade  do  entalhe  é  muito  mais  elevada,  em  relação  a 
profundidade  de  rugosidade,  direcionando  a  taxa  de  redução  de  tensão  para  a  unidade  e 
asssim, inalterando a tensão limite de fadiga, tabelas (3.17) e (3.18).  

Tabela 3.17 – Rugosidade. 
Rugosidade Ra=rth 
Aço carbono  Aço inoxidável  lumínio 
­6 ­6
98,32 e   63, 03e   72,11e­6 
 

Tabela 3.18 – Constantes. 
 
h  a0  rth  Δ 
1,95 a 2,45 mm  0,003mm  0  1 
 

79 
 
 
Figura 3.19 ­ Aço inoxidável­ Rugosidade longitudinal Ra=17,79μm, rugosidade transversal 
Ra= 63,03μm, profundidade do entalhe 2,35mm. 

 
Figura  3.20  –  Alumínio  ­  Rugosidade  longitudinal  Ra=17,79μm, rugosidade  transversal 
Ra=72,11μm, profundidade do entalhe 1,9 mm. 

80 
 
 
 

Figura  3.21  ­  Aço  carbono  ­  Rugosidade  longitudinal  Ra=15,45μm,  rugosidade  Transversal 


Ra= 98,32μm, profundidade do entalhe 2,35mm. 

 
3.4  CONFIGURAÇÃO TÉRMICA DO ENTALHE DURANTE O CICLO DE FADIGA 

          Na  temperatura  ambiente  de  20  ºC  não  se  produz  efeitos  sensíveis  em  termos  de 
deformações superficiais. Já no caso do alumínio se torna significativo o efeito da variação. A 
figura  (3.22)    demonstra  que  a  ventilação  adicional  aplicada,  mantém  os    componentes  do 
simulador  numa  temperatura  estabilizada  em  níveis  pouco  elevado  acima  do  nivel  ambinete, 
cerca  de  10,5º  no  mancal  e  8º  no  entalhe,  estabelecendo  condições  de  admitir  que  as 
deformações transmitidas, através de extensometros, apresentam temperaturas aceitáveis sem 
necessidade de correção, utilizando a conexão de 3 fios para ¼ PW, para compensação.  

         Foi observada a variação de temperatura de diversos  CP´s, até sua fratura final e todos 
mantiveram o mesmo nivel d etemperatura, independente do tempo de rotação até a fratura, ou 
seja  as  figuras  3.22  e  3.  23  apresntam  a  temperatura  final  estabilizada  para  temperatura 
ambiente variando de 26 a 28 º . O principal interesse de controle se concentra noa superficie 
do  mancal  de  engaste  ,  onde  estão  fixados  extensometros,    e  no  entalhe  ,  onde  ocorre  a 
fratura. A temperaturas superficial do mancal foi obtida através de uma camera térmica pontual 
com  mira  a  laser,  figura  (3.22).  Já  a  tenperatura  do  entalhe  foi  obtida  por  camera  digital  
termográfica,  figura  (3.23),  descrevendo todo  o  espectro  interno  e  externo  de  temperatura  do 
CP, principamente no nivel do entalhe.  

81 
 
Mancal intermediário   ADs  Mancal do engaste  motor 

                                    


31º  40º  34,5º  50,0º 
Figura 3.22 ­  Avaliação da temperatura de trabalho dos principais componentes 

   
Figura 3.23 ­ Avaliação da temperatura no entlahe. 

              Determinação  da  variação  do  dimensional,  do  entalhe  e  mancal,  para  área  e  
comprimento  de  1cm  (  medida  maior  que  o  comprimento  do  extensômetro)  considerando  o 
coeficiente  de  dilatação  térmica  linear (α‖) de cada material, tabela ( 3.17).  A  tabela  (3.18) 
apresenta os resultados da influencia da temperatura sobre os pontos de interesse. Mostra­se , 
desta forma que a variação é insignificante na influência das medidas aquisitadas no mancal.   

Tabela 3.17 ­ Coeficiente de dilatação térmica (α‖ e β‖) ºC. 

Alumino  Aço carbono  Aço inoxidável 

24e­6  12e­6  19.e­6 

ΔL =  ".L 0 .T (3.34) 


 
 "  2. "            
          s =  ".s0 .T (3.35) 

82 
 
Tabela 3.18 ­ Variação de área e comprimento linear (α‖), e variação de área (β‖) devido à
variação de temperatura, para cada material. 

Material  Área da seção transversal  Área da seção transversal 


do mancal de engaste  do entalhe 

Δt=8,5º  Δt=7º 

522mm2  10mm  13,8mm2  10mm 

β‖  α‖  β‖  α‖ 

Alumino  2e­6mm2  1e­3mm  2e­3mm2  1e­3mm 

Aço carbono          Para uma 
temperatura  de  referência 
de  25º  C,  à  qual 
corresponde  uma 
deformação  aparente  nula  0,1e­6mm2  8e­4mm  1,4e­8mm2  8e­4mm 
para  todos  os  materiais 
considerados,  verifica­se 
que,  no  caso  do  aço,  uma 
variação de temperatura. 

Aço inoxidável  0,2e­6mm2  1e­3mm  3e­8mm2  1e­3mm 

3.5  ­  DISCUSSÃO  APLICADA  A  FORMA  DE  OBTENÇÃO  DE  RESULTADOS  DE 


DEFORMAÇÃO DO SIMULADOR. 
 
         Baseado  na  estrutura mecânica  do  conjunto  do  simulador  foi,  inicialmente,  estabelecida 
as  constantes  características  do  conjunto,  tabela  (3.13).  As  deformações  máximas 
apresentadas  pelos  extensômetros,  na  avaliação  da  torção  imposta  ao  CP,  foram 
consideradas,  previamente,  de  forma  analítica,  tabela  (3.16),  a  fim  de  se  estabelecer  uma 
escolha  adequada  dos  extensômetros.  Esta  escolha  definiu  transdutores  do  tipo  resistivo, 
uniaxial, da marca KYOWA, 120Ω, G.F.2.12.  
         Um condicionador de dados fabricado pela HBM, modelo  Quantun X captou e amplificou 
os  sinais  dos  extensômetros  transformando­os  de  sinal  analógico  para  sinal  digital.  A 
interligação  elétrica  foi  efetuada  dinâmica,  através  de  circuito  de  PW,  utilizando  AD‘s.  Seus 
resultados  experimentais  foram  traduzidos  em  tempo  real  pelo  software  Catman  Easy  3.  A 
montagem deste conjunto de elementos mecânico­elétrico e software  permitiu a aquisição e o 

83 
 
tratamento  dos  dados  extensométricos.  Estes  dados  foram  analisados  através  de  programas 
aplicados ao Matlab.  
         Dois extensômetros foram interligados ao Quantum na forma de ¼ de  PW, figura (3.24), 
possibilitando  a  avaliação  da  deformação  no  eixo,  imposta  pela  força  de  resistência  da  mola 
sobre a rotação da polia.  
 

εb
a

εa
a

         
 
(a)                                                                                            (b) 
Figura 3.24 – Vista geral (a) e detalhe (b) do posicionamento dos extensômetros.   

             As componentes cartesianas de deformação εa(t) e εb(t), conforme figura (3.24b), foram 
aplicadas  num  sistema  de  equações,  equação  (2.33).  No entanto  a  condição  de apoio  adotada 
foi  determinante  na  consideração  para  que  as  deformações  adquiridas  pelo  extensômetro  (εb), 
apresentando um sinal extremamente baixo fossem descartadas considerando εa (t)=0. Assim a 
deformação εb(t),  considerando,  no  sistema  de  equações,  εxx=0, εyy=0 resulta εb=εxy/2=  γxy/2, 
equação (3.35), figura (3.25), tabela (3.19). 
 
 
 
 
 
 
 
 
   
  Figura 3.25 – PW para extensômetro no mancal 
   
  Tabela  3.19 ­ Comportamento das deformações dos resistores  na PW. 
   
4
 
 
Strain    
I =1
 ε1
 
1/4 PW  R1→ε1  R2→ε2  R3→ε3  R4→ε4 
    εa=0 
ε  0  0  0  ε 
 
ε  0  0  0  ε  εb=γxy/2 
 
   

           
          As deformações específicas, caracterizadas pelos extensômetros, foram avaliadas em 

84 
 
 micro deformações (10­6. m/m), no estado bidimensional de tensão e expressas em termos de 
ϵxx,(t)  ϵyy(t)  e    Ɣxy(t).  Como  o  estudo  se  concentrou  na  posição  do  entalhe,  constatou­se  que 
nesse ponto apenas uma das componentes do carregamento multiaxial, torção, ϵxx,(t) = Ɣxy(t)/2.   

          A  tensão  nominal  cisalhante  no  diâmetro  da  raiz  do  entalhe,  figura  (3.26),  devido  à 
deformação  produzida  no  mancal  de  engaste  do  CP,  fica  estabelecida  através  das  equações 
(3.35) e (3.36). A fim de se definir a deformação nominal na raiz do entalhe relacionada com a 
deformação num ponto da superfície do mancal de engaste do CP. 
55º 
 
 
 

d (mm) 
h (mm) 
de  d D
 
m
  m

 
  h
ρ
m
  ’ 
  ktsα 
Figura 3.26 – Detalhes da geometria da raiz do entalhe agudo (a) e da variação de ktsα (b) 
aplicado neste estudo onde ρ, D, de é constante e h e d variável. 
        
 

         Como o momento torsor é o mesmo, equação (3.35), tanto no mancal quanto no diâmetro 
da  raiz  do  entalhe,  igualando­se  as  distorções  produzidas  entre  o  diâmetro  do  mancal  e  o 
diâmetro nominal na raiz do entalhe, é possível se determinar a relação entre as deformações 
produzidas no diâmetro da raiz do entalhe devido às distorções produzidas no mancal. Pode­
se,  então,  determinar  a  tensão  nominal,  variável  no  tempo,  considerando  o  diâmetro  nominal 
da raiz do entalhe. 
           A  partir  da  equação  (3.35),  obtém­se  uma  relação  entre  as  distorções  e  o  diâmetro 
nominal  do  mancal,  variável  ao  longo  do  tempo,  equação  (3.36).  Igualando­se  as  distorções 
que ocorrem no mancal e na raiz do entalhe, equação (3.37), obtém­se a distorção nominal no 
entalhe,  equação  (3.38)  e  a  deformação  específica,  equação  (3.39).  a  partir  das  equações 
(3.39)  e  (3.40),  obtém­se  a  tensão  nominal  no  entalhe  em  função  dos  diâmetros,  equação 
(3.41) ..  

  
J .η J .η
Mm= m m = e e      (3.35) 
t cm ce    
 

   
m 
= e     
m  e    
E       
G=    
2 1­ ν     
  cm cm  
   m (t)   2 1­ ν      (3.36) 
E Jm .E
  Jm .  
  2 1­ ν   

85 
 
 
 
   
E E
. (t).Jm . (t).Je
  2 1­ ν  m 2 1- ν  e (3.37) 

cm ce
   

  J .c . (t)  
 e (t) = m e m
  Je .cm (3.38) 

   
πdm4
  .c e . m (t)  

ε e = 32
(3.39) 
πd 4
2. e .cm
32  

 xye (t) dm3 . xym (t)


        ε e = =        (3.40) 
2 2.de3
   
 
              3
d 
 xy (t) =  m  .G.εm (t) (3.41) 
e d 
 e
 
 

          
          Como na posição do diâmetro do entalhe tem­se apenas tensão cisalhante nominal local, 
aplicando um concentrador de tensão obtemos a tensão equivalente alternada pelo método de 
Sines, que propõe um critério onde a tensão cisalhante octaédrica admissível seja uma função 
linear  da  soma  das  tensões  nominais  médias,  sobre  um  plano  octaédrico  representada  pela 
equação  (1.33)  e  a  tensão  média,  equação  (1.34)  resultando  uma  equação  final  varável  no 
tempo  para  a  tensão  alternada,  considerando  o  caso  de  torção  pura,  que  representa  uma 
carregamento multiaxial simples. O valor de kt e kts é ≠1 e consequentemente, kf  e kfs  é  ≠1. A
seção  do  entalhe  apresenta  uma  variação  geométrica,  com  raio  de  acabamento  constante, 
representando um fator estático kt e Kts e um fator dinâmico Kf e Kfs , aplicado a equação (1.33), 
considerando  a  equação  (3.41)  obtém­se  a  tensão  equivalente  máxima  de  um  carregamento 
multiaxial simples, equação (3.42).   
 

          ζar (t) = 3.K f . xy (t )        (3.42) 


 

Onde: kf = fator de concentração de tensão no entalhe e: kf.Ƭxye= Ƭxymax , ζm >1 e Ƭxymax/2= Ƭxyae 


                       

         O simulador é um sistema real e dinâmico de medida. Pode­se, então, dizer que o tempo 
de resposta é o tempo requerido para o sensor responder completamente à uma mudança na 
sua entrada. Ao se aplicar o simulador para medir uma variável controlada de dinâmica rápida, 

86 
 
é  necessário  que  o  simulador  apresente  velocidade  de  medida  de  resposta  maior  que  a  da 
variável  medida  (f),  caso  contrário,  a  dinâmica  do  instrumento  poderá  interferir 
consideravelmente  na  dinâmica  do  sistema  de  controle  da  malha,  introduzindo  atrasos  e 
provocando oscilações na resposta (fn). Um instrumento de medida (elemento primário) sempre 
extrai alguma energia do meio onde se encontra instalado realizando suas medições. Sem isto 
seria impossível realizar a medição. Mas a grandeza medida é sempre perturbada pelo meio ou 
pelo  ato  da  medição,  o  que  torna  uma  medida  aceitável,  teoricamente,  impossível  de  ser 
alcançada  quando  se  considera  o  critério  de  Nyquist,  também  conhecido  como  teorema  de 
amostra  de  Nyquist­Shannon.   Por  sua  vez,  cada  amostra  é  convertida  num  determinado 
número de bits. Esta conversão depende da taxa de amostragem (faqui), tal como nos indica o 
critério de Nyquist (fNyquist). A taxa de ruído também faz parte da codificação para que este não 
perca  qualidade.  Aplicando  o  teorema  e  determinando  o  ruído,  a  partir  do  sinal  original, 
obteremos boa qualidade de sinal. Na conversão analógico/digital, o sinal obtido é denominado 
por  sinal  digital  sem  compactação.  Neste  trabalho  foi  aplicada  uma  taxa  de  aquisição  de  600 
Hz ( faqui) para  todos os CP´s. A partir do resultado apresentado na figura (3.27), obtêm­se as 
deformações nominais baseadas no diâmetro da na raiz do entalhe. A tabela (3.18) Demonstra 
uma taxa de aquisição aceitável na aquisição do sinal.   
  
 

taxa de aquisição 200 hZ Taxa de aquisição de 1200hz Taxa de aquisição de 600hz


1500
Deformação ( 1e­6m/m)

1000

500

­500 0,1s 0,1s 0,1s

9.2 9.25 9.3 9.35 9.4 9.45 9.5 9.55 9.6


Tempo (s)   
Figura 3.27 ­ Composição da aquisição do sinal de deformação sob diferentes taxas de 
aquisição. 
            
          A análise do comportamento dinâmico do simulador pode ser feita a partir de um modelo  
matemático  do  instrumento,  na  forma  de  uma  equação  diferencial  e/ou  a  partir  de  dados 
provenientes de testes aplicados ao simulador. Considerando o espectro de sinal, figura (3.27) 
onde uma fração do sinal de análise, com certa profundidade de entalhe, é representado com o 
objetivo  de  verificar  a  influência  do  ruído  relacionado  a  rigidez  do  material  e  a  frequência 
natural  simulador,  percebe­se  uma  boa  capacidade  de  repetitividade  do  simulador  (medida) 
para  um  dado  valor,  quando  a  mesma  entrada  precisa  é  aplicada  várias  vezes.  As  figuras 
(3.28) e (3.29) não apresentam faixa de tempo com zona morta onde o sensor não consegue 

87 
 
responder.  O  tempo  de  resposta  é  imediato,  não  apresenta  tempo  morto  (tempo  necessário 
para  que  o  sensor  comece  a  responder  a  alterações  na  variável  medida.  Não  exibe  um 
comportamento  diferente  para  entrada  crescente  em  relação  à  entrada  decrescente  do  sinal 
(Histerese).  No  entanto,  sua  resolução  apresenta  variação  de  amplitude  caracterizando  a 
viabilidade da influência de ruído amplificada devido a taxa de aquisição. A resolução dá uma 
indicação  de  uma  pequena  variação  na  entrada  de  energia  que  pode  ser  percebida  por  um 
sinal  do  sensor  amplificado  ,  devido  a  PW  com  extensômetros  através  de  contato  por  anéis 
deslizantes, com o quantum X ( amplificador de sinal).  
 
2
Deformação (1e­6m/m)

1.5

0.5

0
0 500 1000 1500 2000
Tempo (s) . 
 
 

Figura 3.28 – Espectro de deformação no domínio do tempo até a fratura do entalhe com 
profundidade= 2.15 mm, Aço carbono ­25,084Hz, tempo real de ruptura = 1700s. 
  

800
Deformação (1e­6m/m)

600

400

200

0
0 500 1000 1500 2000
Tempo (s)
 
 
Figura 3.29 ­ Espectro de deformação nominal no domínio do tempo até a fratura do entalhe, 
Aço carbono ­25,084Hz, entalhe com profundidade de 2.15 mm, tempo real de ruptura = 1700s. 

         Após  realizar  as  etapas  anteriores  é  produzida  a  tabela  final  com  a  determinação 
experimental da vida do CP até sua fratura, tabela (3.19). Nela estão incluídas as frequências 
de excitação do sistema (w).  

88 
 
 
 
Tabela 3.18 ­ Parâmetros de frequência. 
 
Frequência natural­ fn (Hz) 
Frequência de 
Profundidade do  rotação do CP (f)   Taxa de 
entalhe (mm)  Simulador  Nyquist  Mola 
aquisição 
2,45 a 1,95 
20.34 a 25,08  247,21  617  600  67,5 

 
 
 
 
Tabela 3.19 ­ Resumo do resultado Experimental dos tempos de fratura sem filtragem. 
 
  Material 
Prof. 
Entalhe  Alumínio  Aço Carbono  Aço inoxidável 
(mm 
    Tempo  Tempo  Tempo 
   
W  final de  final de  final de 
(rpm)  W  rpm  W  rpm 
(Hz)  ruptura  ruptura  ruptura 
(Hz)  (Hz) 
(s)  (s)  (s) 
2,45  25,08  752  23,88  752  215 
2,4  ­    25,08  752  489 
­  ­  ­ 
2,38  23,88  716  23,88  728 
­  716 
25,08  752  23,88  1070 
2,35  25,08  752  328 
­  ­  ­  ­  ­ 
24,64  739  328 
23,64  709  435  23,64  709  208  23,64  709  1219 
2,3  23,34  389 
­  ­  ­  700 
23,34  763  ­  ­  ­ 
24,00  720  406  25,08  725 
752 
2,25  25,08  752  336  25,08  302  25,08  752  5875 
23,64  709  940       
2,2  ­    ­       
­  ­  ­ 
24,64  739  1860 
2,15 
23,64  709  3020 
2,0   23,64  2658  20,34  6917 
709  610  ­  ­  ­ 
23,64  3920  20,34  6879 
1,95  23,58  707  1298 
­  ­  ­ 
20,34  610  6918 
 
 

A figura (3.30) demonstra a relação entre as frequências de excitação, estabelecidas na tabela 
(3.18) e a equação (3.2) caracterizando a rotação real produzida no motor através do inversor 
de frequência.  
 

89 
 
RPM 

 
  Frequência (Hz) 
 

Figura 3.30 – Espectro de frequência versus rotação do motor produzida pelo inversor de 
frequência. 
          
 A  partir  da  figura  (3.31)  é  concretizada  uma  segunda  relação  que  define  uma  classe  de 
rotação,  em  relação  à  quantidade  de  ciclos  a  que  o  CP  seria  submetido  por  uma  hora.  Esta 
consideração, baseada nas frequências indicadas na tabela (3.20), 23,64 a 25,08 Hz, identifica 
a  condição  de  que,  todos  os  CP´s,  seriam  fraturados  numa  faixa  de  600  a  800  rpm. 
Considerando  ainda,  a  tabela  (3.18)  define,  envolvendo  os  três  materiais  utilizados  neste 
trabalho,  o valor  mínimo de  215s  a  6918s,  o  que  representa  um máximo  de  90000 ciclos,  (≅ 
105 ciclos).  
RPM 
RPM 

Ciclos /hora 

 
  Frequência (Hz) 
 
Figura 3.31 ­ Espectro rotação versus ciclos. 

90 
 
 
 
 
  De cada gráfico de deformações em função do tempo, após 100 segundos iniciais de 
  aquisição do sinal completo até a fratura, são definidos 20 segundos do sinal como uma 
  fração representativa do sinal de amostragem.  
 
 
 
  As  tensões  nominais  do  mancal  de  engaste,  obtidas  desta  fração  de  amostragem  das 
  deformações,  são  transformadas  em  tensões  nominais  locais,  baseadas  no  diâmetro  do 
  entalhe, em função do tempo. 
 
 
 
  Nas tensões nominais locais, obtidas da fração de amostragem, é aplicado um método de 
  contagem de ciclos que transforme estas tensões variáveis no tempo  em amplitudes de 
  tensões  nominas  máximas,  tensões  medias  e  número  de  ciclos.  Estas  amplitudes  de 
  tensões devem ser transformadas em amplitudes de tensões equivalentes completamente 
  reversíveis  
 
 
 
 
A  partir  nestas amplitudes  de  tensão  aplica­se  a metodologia  de  análise  de danos ζ/N e
ε/N , através de linguagem computacional , para  cada modelo determinando a vida teórica 

 
Na metodologia de análise de danos ζ/N será aplicada a equação de Basquin 
.  

            

  Na metodologia de análise de danos ε/N será aplicada a equação de Coffin –Manson  –


Basquin  e  Ramgbeg­Osgood.  Nesta  fase  é  desenvolvida  uma  equação  específica  para 
  carregamento  multiaxial  proporcional,  através  das  equações  constitutivas.  Esta  equação 
também é aplicada ao modelo ε/N 
 

 
A partir das metodologias de análise de danos ζ/N e ε/N , através de uma linguagem
computacional específica para cada modelo, é determinada a vida teórica do CP. 
 

  teóricos  e  práticos  de  dano,  é  feita  uma 


A  partir  dos  resultados  obtidos  dos  modelos 
relação, entre os mesmos, a fim de se avaliar qual o melhor método ou seja: aquele que 
 
pondera um dano teórico menor que o dano experimental. 
 

Figura 2­ Fluxograma geral da metodologia aplicada ao desenvolvimento deste trabalho. 
 
 
 
 

91 
 
CAPÍTULO 4 – FRACTOGRAFIA  
 
         Segundo  Literatura  técnica,  dois  modos  clássicos  de  fratura  podem  ocorrer  em  um 
determinado  material  de  engenharia:  dúctil  e  frágil.  Os  materiais  classificados  como  dúcteis 
exibem  uma  deformação  plástica  considerável,  com  grande  absorção  de  energia  antes  da 
ocorrência da fratura. Nos materiais classificados como  frágeis, a fratura ocorre sem qualquer 
deformação  apreciável  e  através  de  uma  rápida  propagação  da  trinca,  cuja  direção  do 
movimento  está  muito  próxima  de  ser  perpendicular  à  direção  da  tensão  de  tração  aplicada, 
produzindo uma superfície de fratura relativamente plana. Na maioria dos  materiais cristalinos 
frágeis,  a  propagação  da  trinca  corresponde  à  quebra  sucessiva  e  repetida  de  ligações 
atômicas ao longo de planos cristalográficos específicos, processo conhecido como clivagem. 
Este tipo de fratura é chamado de transgranular ou transcristalina, uma vez que as trincas da 
fratura  passam  através  dos  grãos.  Macroscopicamente,  a  superfície  de  fratura  pode  ter  uma 
textura  granulada  ou  facetada,  como  resultado  de  mudanças  na  orientação  dos  planos  de 
clivagem de um grão para outro grão num processo de transição dúctil frágil, onde um material, 
de característica dúctil, se rompe na condição de fratura frágil. Em algumas ligas, a propagação 
de  trincas  se  dá  ao  longo  dos  contornos  dos  grãos  em  decorrência  de  processos  que 
enfraquecem ou fragilizam estas regiões. Esta fratura é conhecida como Inter granular. 

         Ao  se  submeter  o  concentrador  de  tensão,  do  CP,  entalhe,  a  um  carregamento  cíclico 
variável, obtém­se uma fratura final, após certo ciclo de amplitude de carregamento.  Este tipo 
de fratura é chamado de transgranular ou transcristalina. A partir desta fratura se produziu uma 
micrografia,  utilizando  um  Microscópico  de  varredura  eletrônica  (MEV),  para  análise  do 
comportamento  das  micro  trincas.  As  figuras  (4.1),  (4.2),  (4.3),  (4.4),  (4.5),(4.6)  e  (4.7)  
apresentam  sítios  de  nucleação  e  propagação  de  trincas  radiais,  a  partir  do  perímetro 
circunferencial  do  diâmetro  do  entalhe.  Propagam­se  até  produzir  o  máximo  de  redução  da 
área  de  resistência  ao  esforço  aplicado  permitindo  sua  fratura.  Esta  área  fica  caracterizada 
pela produção de grande quantidade de alvéolos (dimples), detalhe nas figuras (4.1, 4.3 e 4.5), 
provocando o colapso plástico (ruptura súbita)  do entalhe do CP. Ao variar a profundidade do 
entalhe  geram­se  detalhes  diferencias  nos  sítios  de  nucleação e  propagação  de  trinca,  figura 
(4.2). 

         Nas fases iniciais de iniciação da trinca, cada fissura se propaga em diferentes planos e, 
eventualmente,  alguns  desníveis  ocorrem  entre  planos  vizinhos,  bem  destacados  nas  figuras 
(4.1),  (4,2),  (4.4),  (4.6)  e  (4.7).  Estes  desníveis  aparecem  macroscopicamente  como  linhas 
radiais na superfície da fratura. Assim, as linhas radiais indicam as origens da trinca. A porção 
de superfície de fratura associada com o crescimento da fissura fadiga é geralmente bastante 
plana  e  está  orientado  normal  à  tensão  de  tração  aplicada.  Superfícies  mais  ásperas 
geralmente  indicam  um  crescimento  mais  rápido,  onde  a  taxa  de  crescimento  geralmente 
aumenta  à  medida  que  a  trinca  cresce.  As  fraturas  súbitas  ocorrem  próximo  ao  centro  do 

92 
 
entalhe  exibindo  uma  grande  concentração  de  microcavidades,  bem  destacadas  nas  figuras 
(4.3 e 4.5).   

 
 
        
Detalhe  de  sítios  de 
nucleação  e 
propagação  de  micro 
trincas  

Detalhe  da  área 


de  fratura  súbita  exibindo 
o  aspecto  de  fratura  por 
coalescimento  de 
microcavidades.  

 
                                
Figura 4.1­ Detalhe da fratura do entalhe com profundidade de 2,4mm (Aço inoxidável).  
 

93 
 
 
 

 
  Detalhe  de  sítios  de 
  nucleação e propagação de 
 
micro trincas radiais 
 
 
 
Figura 4.2­ Detalhe da fratura do entalhe com profundidade de 2,25mm (Aço inoxidável)­ lado 
A do CP. 

94 
 
           

 
 
 
 
 
 
 
Detalhe  da  área 
de  fratura  súbita  exibindo 
o  aspecto  de  fratura  por 
coalescimento  de 
microcavidades.  

 
 
Figura 4.3­ Detalhe da fratura do entalhe com profundidade de 2,25mm (Aço inoxidável)­ Lado 
B do CP.  

95 
 
 

   
micro trincas radial          micro trinca radial 
sítio de nucleação  
 
Figura 4.4 ­ Detalhe da fratura do entalhe com profundidade de 2,00mm ( Aço carbono),  
 
vista da fratura do lado A do CP. 
 

96 
 
                                    

 
 
 
 
 
sítio de nucleação 
 
 
 
 
 
 
 
Detalhe  da 
  área  de  fratura 
 
súbita  exibindo   o  aspecto  de 
 
fratura  por  coalescimento 
  de 
 
microcavidades.    
 
   
 
micro trincas  
 
 
 
 
 
  
 
Figura 4.5 ­ Detalhe da fratura do entalhe com profundidade de 2,00mm (Aço carbono) vista da 
 
 fratura pelo Lado B do CP. 
 

97 
 
 

 
 
 

propagação  de  micro 


trincas  radiais  exibindo 
 
  diferença de nível entre 
                      planos 
 
Perímetro da raiz do entalhe 
 
Figura 4.6 ­ Detalhe da fratura do entalhe com profundidade de 1,90mm (Aço carbono) vista da 
 
 fratura pelo Lado A do CP. 

98 
 
 
 
Perímetro do entalhe                                              
 
 

 
 
Micro trincas radiais                                                                            

Propagação  de  micro 


trincas  radiais  exibindo 
diferença de nível entre 
planos 

 
                                                                                         Perímetro do entalhe 
 
Figura 4.7 ­ Detalhe da fratura do entalhe com profundidade de 1,90mm (Aço carbono) vista 
 
 da fratura pelo Lado A do CP. 
 

99 
 
         Segundo  SIQUEIRA  R.P.  et.al.  (2016),  o  aço  inoxidável  austenítico  apresenta  uma 
excelente  combinação  de  resistência  a  corrosão  e  uma  excelente  combinação  de  corrosão  e 
propriedades mecânicas tais como ductilidade na condição de alta tensão de escoamento após 
deformação a frio. TANAKA (2010)  em seu artigo também apresenta uma análise fractográfica  
das fraturas por fadiga dos entalhes, figura (4.8) do seu artigo,  em corpos de prova submetidos  
a carregamento de torção cíclica sem carregamento estático.  A medida que o entalhe se torna 
agudo maior o número de sítios de nucleação de trincas ocorrem na raiz por que as amplitudes 
de  deformações  é  maior  para  entalhes  agudos  e  também  para  entalhes  estreitos  inibem  a 
propagação do estágio II de trincas. 

 
Figura 4.8 ­ Fratura por torção cíclica para aço inoxidável. 
 
            A Fig. (4.9), produzida por KARAAGAC et al. (2006), apresenta a superfície de fratura 
no entalhe com as características típicas de uma falha por fadiga produzias por torção e flexão 
no  entalhe  do eixo.  Três  tipos  diferentes  de  zona  de  fratura  podem ser  distinguidos;  (1)  zona 
fibrosa, (2) zona radial e (3) zona de fratura final.  
            A  zona  fibrosa,  em  que  as  iniciações  de  trinca  tem  lugar,  é  a  zona  de  propagação  de 
fissuras  lentas,  algumas  seções  na  zona  têm  uma  aparência  áspera  devido  à  clivagem  da 
rachadura  por  tração.  Além  disso,  algumas  seções  achatadas  pelo  atrito  das  superfícies  de 
descontinuidade durante o componente de compressão do ciclo de tensão são vistos.  

100 
 
           Esta área geral não mostra nenhuma evidência de deformação plástica significativa. A  
zona radial é a zona de propagação de fissuras rápida. Ela contém em ambas as partes muitas 
linhas grossas radiais dirigidas para o centro e círculos concêntricos sobre o centro. 
           As  Linhas  curvas  chamadas  marcas  de  praia,  concêntricas  com  o  centro  são  vistos  e 
marcam  o  crescimento  progressivo  da  fenda  para  o  centro  durante  os  ciclos.  Elas  ocorrem 
devido à partida e parada do crescimento da trinca causado pela alternância de nível de tensão 
na. zona de fratura final.  O tamanho desta zona fornece informação sobre quão grande a carga 
aplicada e se o KIC ou KC do material é baixo ou alto. Ou seja, quanto menor o tamanho menor é 
a carga aplicada ou o valor mais elevado de K CI tem o material. O  tamanho da zona de fratura 
final  é  pequeno  quando  comparado  com  a  área  do  entalhe.  Assim,  isto  indica  que  as  cargas 
nominais aplicadas são bastante baixas e o material do eixo é altamente maleável e resistente. A 
segunda  coisa  a  tomar  nota é  que  há  um desvio entre  o centro do  eixo  e  o  centro  da  zona de 
fratura súbita. Isto significa que se o eixo é submetido a flexão acompanhado da torção, a última 
zona de fratura se desloca do centro para a borda do eixo. 
 
Área radial de fratura  área fibrosa 
Marcas de praia 
Perímetro 
do entalhe 

Área final de fratura 

Direção de avanço da trinca 
Iniciação de trinca   
 
 
Figura 4.9 ­ Fratura por torção cíclica para aço inoxidável (KARAAGAC et al. [35])   
 
           A figura (4.10) estabelece os lados A e B, mencionados nas figuras(4.6) a (4.7), referentes 
as fraturas dos CP‘s deste trabalho. 
 

 
Lado A  Lado B 
Figura 4.10 – Detalhe da definição de lado A e B  
 

101 
 
CAPÍTULO 5 – PREVISÃO DE VIDA PELO MÉTODO DA TENSÃO NOMINAL (S/N)  
 
          Existem diferentes métodos para reduzir o estado de tensão, que não seja uniaxial a um, 
único, equivalente uniaxial. Entre os mais populares  estão aqueles com base na tensão. Eles 
consideram que, uma vez produzido escoamento e fadiga, ambos controlados por deformação 
plástica,  as  teorias  de  falhas  estáticas  podem,  portanto,  ser  aplicadas  à  fadiga  SOCIE  et  al. 
(2000).  Para  o  caso  mais  usual  de  flexão  e  torção  combinado,  em  materiais  dúcteis,  a 
amplitude  de  tensão equivalente  (com  base  na  parte  desviatória  da  densidade  de  energia  de 
deformação) e a tensão média equivalente são definidas como: 
  

ζa = ζa2 + 3. a2  
(5.1) 
   ζm = ζm
 
         O  efeito  da  carga  média  é  introduzido  através  do  conceito  de  amplitude  equivalente  de 
tensão ζar, completamente reversa, que por sua vez, deve ser uma função de  ~a  e  ~m SMITH 

et al. (1970) propuseram que para qualquer carga média, certa função de vida em fadiga g(Nf) 
pode  ser  relacionada  com  o  produto  entre  a  tensão  máxima  e  a  amplitude  de  deformação, 
conforme equação (5.2). 

 
 

ζ ×ε = g N    (5.2) 
    max a f
 

         No caso particular de ζm=0, o produto da equação (5.2) pode ser escrito como:  maxa  = 

arar  para  casos  uniaxiais  maxa  =  ar2/E.  Assim,  a  função  vida  g(Nf)  está  relacionada  à 
equação (1.13), conforme equação (5.3). 

ζmax × εa =  ar . ar ×E = ζar 2
2   (5.3) 
 b
   
     g Nf = ζ'f 2Nf 
 
 

         Esta abordagem é conhecida como SWT, que representa as iniciais dos autores SMITH 
et  al.  (1970).  O  sucesso  dessa  abordagem  pode  ser  visualizado  através  da  representação 
gráfica  dos  dados,  de  resistência  à  fadiga.  experimentais  obtidos  sob vários  níveis  de  tensão 
média (em termos de ζmax  . ζa=  ζa2+ζm.ζa)  versus  vida  em  fadiga  Nf.  Se  os  pontos  plotados 
desta  forma  apresentam  uma  curva  semelhante  à  curva  descrita  pela  equação  (1.13),  isso 
significa que a correção de SWT é capaz de eliminar a dependência da carga média em curvas 
de resistência à fadiga, equação (5.8). A proposição de SWT se torna adequada aos objetivos 
deste  projeto, sendo interessante destacar que ―ζf‘‖ e ―b‖, aplicados na equação (5.3),  são 
obtidos sob a condição de ζm=0.  
 

102 
 
ζar = ζa2 + ζa .ζm
2  (5.4) 
 b
 
        
ζar 2 = ζa2 + ζa .ζm = ζ' 2N
f f 
 
        O  histórico  de  carregamentos  multiaxiais  de  amplitude  variável,  utilizados  na  análise  de 
acumulo de danos em fadiga, consiste, simplesmente, de uma sequência de picos e vales. Tais 
históricos  precisam  ser  manipulados,  por  meio  estatístico,  a  fim  de  serem  aplicáveis  em 
modelos de análise  de  fadiga.  O  resultado  deste  processo  é o chamado  "espectro  de carga". 
Entre os diversos processos desenvolvidos no passado, com este objetivo, o método Rainflow 
para  contagem  de  ciclos  (RFCC),  MATSUISHI  (1968),  ainda  é  o  mais  amplamente  utilizado. 
Algoritmos para fins especiais são aplicados às quantidades (quase sempre) digitalizadas que 
representam  o  histórico  de  carga.  Como  resultado,  o  número  de  ocorrências  de  tais 
quantidades  ni  para  um  determinado  intervalo  (ou  amplitude)  e  média,  é  armazenado  sob  a 
forma  de  uma  matriz.  Por  esta  razão,  o  RFCC  é  considerado  uma  abordagem  de  dois 
parâmetros. Neste trabalho utiliza­se uma implementação do  RFCC como uma função Matlab 
desenvolvido por NIELSONY (2009). 
           A contribuição do dano de cada ciclo contado (ou cada elemento da matriz) é calculada 
como uma fração de Ni/Nfi, onde os cálculos de Nfi baseiam­se na curva de referência, equação 
(1.13),  após  a  introdução  de  correções  para  multiaxialidade  (equação  5.1)  e  tensões  médias 
diferentes  de  zero  (equação  5.4).  No  momento  da  falha  por  fadiga,  acredita­se  que  a 
resistência  à  fadiga  do  material  tenha  sido  totalmente  consumida  e  que  o  dano  total  seja 
simplesmente, um dano representado na forma da equação (5.5), onde se assume que D=1. 
N
    D =  i   (5.5) 
i Nfi
          Esta  equação estabelece  a mais  conhecida  regra  de  Miner.  Alguns  experimentos  feitos 
por  este  autor,  MINER  (1945),  sobre  as  articulações  e  também  em  amostras  sem  entalhes 
apresentaram  valores  de  dano,  usando  a  equação  (5.5),  que  variaram  entre  0,61  e  1,45.  O 
valor  médio  foi  1,0.  No  entanto,  SCHUTZ  (1979)  obteve  resultados  semelhantes,  para  dano, 
nos  testes  com  uma  tensão  média  constante.  Para  os  casos  em  que  uma  porção 
representativa da história de carregamento (sob a forma do espectro de carga) está disponível, 
em unidades de tempo t, equação (5.5), que fornece um dano aparente D/ t, a vida útil prevista 
para estas situações é encontrada através da equação (5.6), que assume o dano total D = 1:  
 

t t
Lpred = =  
Ni
D
N (5.6) 
fi
     
5.1 ­ Fluxograma para análise de dano considerando o método S/N 
       Baseado  no  desenvolvimento  das  equações  (1.2),  (5.1)  a  (5.6)  é  apresentado,  na  figura 
(5.1), o fluxograma de um código especialmente desenvolvido na linguagem MatLab, produzido 
em Matlab, a ser aplicado em uma fração do tempo do sinal de deformação de cada CP. 

103 
 
 
   Início 
 

  Ler dados de  entrada  
E, ζf‘, b, d, ν, kts, ε, h.     RFCC 
   

 
 
 
τa,­  classes 
  τm ­ classes 
 
Ni ­ matriz de  
  Frequências 
 
 

  N 
aN  <  h   
 
 
 
  S 
 
 
  ε/N  S/N 
 
(S/N ) 
 
 
(ε /N)   
 
 
   Fluxograma  
    Capitulo 6 
 
 
   
 
 
   
 
 
 
   
   
 
 
 
 
   
Fim 
 
 
Figura 5.1 ­ Fluxograma para análise de vida pelo método (S­N). 
          

104 
 
         A resistência à fadiga decai continua e linearmente (log­log) em função de Nf, até atingir 
uma inflexão entre 106 e 107 ciclos, que é definido como sendo o Limite de Fadiga (ζe‘) para o 
material,  ou  seja:  a  tensão  abaixo  da  qual  não  ocorre  mais  falhas  por  fadiga.  Para  os  aços: 
ζe‘=0,5 ζut  quando  ζut<  1378  Mpa.  Nem  todos  os  materiais  apresentam  essa  inflexão,  por 
exemplo: Al, Mg, Cu, ligas de Ni, alguns aços Inoxidável e aços­liga de alto carbono. No caso 
do alumínio, define­ se um coeficiente de resistência a fadiga (ζf‘), numa condição de ciclo de 
N=5e8 a condição :  
f)  ζf‘=0,4 Sut para Sut< 330 Mpa.  
g)  ζf‘=131 Mpa para Sut ≥ 330 Mpa. 
5.2 – Relação entre resultado experimental final e teórico pelo método S­N 

            Por análise experimental foram produzidas diversas medidas de deformação por torção, 
para  diversos CP´s com  diferentes profundidades  e  materiais,  originando  um período de  tempo 
diferente  para  cada  amostra.  Este  estudo  utilizou  um  total  de  25  CP´s.  Estes  resultados, 
experimentais, de dano por deformação em função do tempo foram estabelecidos na tabela (1). 
A  parte  analítica  foi  examinada  considerando:  a  condição  S/N  –  deformação elástica e ε/N – 
deformação elástico­plástica.   
          As  figuras  (5.2)  a  (5.4)  resumem  o  resultado  final  do  tempo  real  de  fratura  do  entalhe, 
sob carregamento multiaxial nos CP´s. A tabela (5.1), deste capítulo, destaca o comportamento 
de diferentes materiais  em  relação  ao  seu  tempo  real  de  dano  em  relação  à  profundidade  do 
entalhe.  Detalha,  para cada  frequência  de  serviço,  a  profundidade  de  entalhe  correlacionada. 
Esta  frequência  representa  a  respectiva  rotação  aplicada  na  análise  do  dano  de  cada  CP, 
figuras (3.32) e (3.33). 

Tabela 5.1 ­ Resultado final teórico de dano pelo método S/N. 
Material 
Alumínio  Aço inoxidável 
Prof  Aço Carbono 
   
(mm) 
W  W  W 
Vida (s)  Vida (s)  Vida (s) 
Hz  Hz  Hz 
2,45  ­  ­  ­  ­  25,08  200 
2,4  ­  ­  ­  ­  ­  333 
2,38  ­  ­  ­    23,88  769 
­  ­  25,08  288  23,88  850 
2,35 
­  ­  24,64  457  ­  ­ 
2,3  23,64  360  23,34  370  23,64  1240 
2,3    ­  ­  328    ­ 
    ­  ­  290    ­ 
­  ­  ­  940  25,08  ­ 
23,64  576  ­  336  25,08  1250  
2,25 
25,08  504  25,08  792  ­  ­ 
­  ­  23,64  936  ­  ­ 
2,2    ­  ­  ­  ­  ­ 
­  ­  24,64  ­  24,64  ­ 
2,15 
­  ­  25,08  6850  ­  ­ 
2,0  23,64  2510  20,34  ­  ­  ­ 
1,95  25,06  2916  20,34  6720  ­  ­ 

105 
 
 
          A partir do resultado experimental e do resultado teórico, produzido conforme fluxograma 
da figura (5.1), para os três tipos de material: aço carbono, alumínio e aço inoxidável, utilizados 
neste trabalho, originaram­se os resultados apresentados nas figuras (5.2) a (5.4).  
                                                
Vida – Nf (s)   

 
  Corpo de prova nº 
 
Figura 5.2 – Resultado final da vida teórica e real para cada CP em aço carbono 
 
 
Vida – Nf (s) 
 

Corpo de prova nº 
 
 

 
Figura 5.3 – Resultado final da vida teórica e real para cada CP em aço inoxidável. 

106 
 
 
   Vida – Nf (s) 

 
  Corpo de prova nº 
 
Figura 5.4 – Resultado final da vida teórica e real para cada CP em alumínio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

107 
 
CAPÍTULO 6 – DESENVOLVIMENTO DAS EQUAÇÕES CONSTITUTIVAS E DAS RELAÇÕES 
DE DEFORMAÇÃO­VIDA (COFFIN­MANSON) PARA ESTADO MULTIAIXIAL. 

        Considerando a literatura técnica científica corrente, a abordagem mais tradicional para a 
representação do comportamento tensão­deformação de materiais sólidos faz uso da teoria da 
elasticidade  clássica,  onde  os  gradientes  de  deslocamento  são  considerados  infinitesimais, 
portanto  resultando  em  deformações  e  rotações  também  infinitesimais.  É  usual  definir­se 
material elástico como aquele que recupera seu estado inicial depois de submetido a um ciclo 
completo  de  carregamento  e  descarregamento  sem  sofrer  deformações  permanentes 
(Timoshenko,  1970),  mas  no  contexto  de  modelos  constitutivos  é  mais  precisa  a  definição 
clássica de Cauchy, SÁNCHEZ (2000), pela qual, em um material elástico, o estado de tensão 
é função apenas do estado de deformação, ou vice­versa, compreendendo­se, portanto, que as 
trajetórias de carregamento e descarregamento são todas coincidentes neste tipo de material, 
ou  seja:  materiais  elásticos  são  conservativos,  liberando  no  descarregamento  toda  a  energia 
interna armazenada durante a fase de carregamento. Desta forma, as tensões e deformações 
podem  ser  relacionadas  através  de  leis  constitutivas,  que  considera  um  estado  referencial 
cartesiano  indeformável.  O  modo  como  se  relacionam,  depende  da  classe  do  material.  O 
modelo elástico do comportamento do sólido, homogêneo  e isotrópico, identificado no regime 
linear,  pela  relação  entre  tensão  e  deformação  obedece  a  bem  conhecida  lei  de  Hooke  que 
numa forma compacta, é representada como: 

    ε e = 1+ ν  ζ - ν δ ζ   
1
ij E  ij ij kk  (6.1) 
 
      
         Onde: εije  =  tensor  de  tensão  no  modelo  elástico  linear, E = módulo de Young, ν=
coeficiente de Poisson, δij=é símbolo definido como delta de Kronecker (DK) onde os índices i 
e j impõem uma condição e valor ao DK na seguinte forma: se i ≠ j δij=0 se i = j δij=1. ou seja: o 
DK se reduz a matriz identidade de ordem três, podendo ser denotado como [δij] = [I]. 
          Para  materiais  dúcteis,  o  princípio  de  deformação,  submetido  a  tensões  multiaxiais,  é 
bem  modelado  pela  intensidade  de  deformação  plástica  (  p )  e  pela  tensão  equivalente  (  ), 

ambas  diretamente  fundamentadas  em  relação  à  densidade  de  energia  de  deformação 
desviadora (DEDD), isto é a energia de mudança de forma e não de volume. 
 
3 2 p p
ζ= S S , εp = e e        (6.2) 
2 ij ij 3 ij ij
 
 
       No conceito de energia de distorção de um dado elemento esta associada  à mudança de 
forma do elemento e não a mudança de volume dele, figura (6.1). 
 

108 
 
Tensor desviador Sij, εij, 
Forma 

Tensor Hidrostático hij 
 
(hij=1/3ζkk)­ Volume 
 
 
 
 
Figura 6.1 ­ Influência do tensor desviador  
 
         A  taxa  da  mudança  de  volume  (dV)  em  relação  ao  volume  original  (V)  é  a  deformação 
volumétrica v = kk, é obtida pela multiplicação, de ambos os lados, pela equação de Hooke. 
 
ev  = dV / V = e ` 
kk
1  
V '  
3E
(1  2 )    
     (1  2 )
 
e .δij = dV / V .δij = V '.δij  .δij  
kk 3E
 
ε =
1­ 2 ν  ζ  
kk E kk (6.3) 
 
        Onde V‘ é o módulo de deformação volumétrica  

         Na  equação  (6.2)  S ij   e  eijp   são  os  componentes  desviadores  de  tensão  e  deformação 
plástica, respectivamente. Eles são determinados conforme equações (6.4) e (6.5): 
1
S =ζ - δ ζ (6.4) 
ij ij 3 ij kk  
 
p p 1 p
e =ε - δ ε (6.5) 
ij ij 3 ij kk

 
         Para  materiais  isotrópicos,  os  dados  experimentais  obtidos,  sobre  diferentes  modos  de 
carregamento  no  regime  plástico,  devem  demonstrar  a  mesma  curva  se  a  intensidade  de 
tensão e deformação equivalentes for usada na sua plotagem (devido a sua proporcionalidade 
com  DEDD).  Em  relação  à  parte  plástica  de  Ramgberg­Osgood  (RO),  esta  é  frequentemente 
representada pela curva produzida conforme equação (6.6): 
1
ζn (6.6) 
εp =    
     H
 
          As  propriedades  dos  materiais  (ou  constantes  de  ajuste:  H  e  n),  aplicadas  na  equação 
(6.6), são consideradas as mesmas obtidas nos testes clássicos de tensão. O módulo secante 
Ep é uma grandeza variável, definida conforme equação (6.7).  

109 
 
ζ
Ep =    (6.7) 
εp
   
 
         Evidências  experimentais  em  metais  sugerem  que  pequenas  deformações  plásticas 
ocorrem sem que  haja variação volumétrica.  Desta  forma,  o  coeficiente  de  Poisson    =  1/2  é 
aceito no regime plástico desde que a deformação na direção v=0, então o termo da equação 

(6.5),  εkk = 0 , resulta na equação (6.8): 


p

 
2 p p
εp = ε ε   (6.8)  
      3 ij ij
 
          Com os elementos acima em mente, é possível formular as relações constitutivas entre a 
tensão  e  a  deformação  plástica  por  tensores  semelhantes  à  equação  (6.1).  Por  exemplo,  o 
elemento com subscritos (‗11‘) do tensor de deformação plástica é: 

p
ε =
11 E
1  1
   
ζ11 - 2 ζ 22 + ζ33  (6.9) 
     p
 
          A  semelhança  entre  a  equação  (6.1)  e  equação  (6.9)  também  indicam  que  a  equação 
(6.2)  pode  ser  utilizada  para  os  cálculos  de  deformação  volumétrica,  mesmo  na  presença  de 
deformações plásticas. Generalizando a equação (6.9), para outros componentes e utilizando a 
expressão para o módulo secante Ep a partir da equação (6.7) temos: 

p 3 εp
ε = S       (6.10) 
ij 2 ζ ij
     
 
          As  relações  constitutivas  na  teoria  de  deformação  total  são,  então,  obtidas  após  soma 
dos componentes elástico e plástico do tensor de tensão: 

3 εp
ε = ε e + ε = 1+ ν  ζ - ν δ ζ  +
p 1
S (6.11) 
ij ij ij E  ij ij kk  2 ζ ij  
       
 
          Para  uma  determinada  tensão  biaxial  a  relação   = 2  /1  e  3 = 0  (plano  de  tensão)  a 
equação  (6.11),  pode  ser  usado  para  incluir  o  efeito  do  estado  de  tensão  em  uma  relação 
constitutiva  para  uma  direção  selecionada.  Escolhendo  por  exemplo  a  primeira  direção 
principal e definindo um novo módulo de Young E (E,), a parte elástica da deformação 11 é: 

ζ11
ε11
e
=
E
  (6.12) 
E
Eλ =
        1­  ν
 
          O  componente do  tensor  desviador  de  tensão  na  direção  desejada  S 11  pode  ser  obtido 
pelas equações (6.4) e (6.5). 

110 
 
ζ
S = 11  2 ­     (6.13) 
11 3
       
          A  tensão  equivalente  ~ ,  equação  (6.3),  e  a  deformação  plástica  equivalente  ~p  

,equação (6.8), como uma função da equação (6.6) são necessárias. Para um estado particular 
da tensão analisada tem­se a equação (6.14): 
 

ζ =ζ λ2 - λ +1
11
1   (6.14) 
ζ n
εp =  11 λ2 - λ +1 
        H 
          Após substituição da equação (6.13) e equação (6.14) na equação (6.10), a deformação 
plástica descrita na direção desejada é: 
1 1
 n 1­n
ζ 
n 
ζ n
p  λ
11  2  
ε =  1-  λ2 - λ +1 2 11  =  11 
H  H  
 λ   
 
(6.15) 
H
H =
λ n 1­n
     
 λ
 1­ 
 2
 λ2 - λ +1 2
           
          Onde  um  novo  H  =  f(H,,n),  foi  definido  com  a  mesma  ideia    que  foi  definido, 
previamente,  E.  Então,  para  o  estado  de  tensão  com  11/22=  e  33=0  apresentam  uma 
deformação efetiva total, 11= f(11, n, E, H), definida conforme equação (6.16)  
1
 11   11  n
11       (6.16) 
      
E  
H
 
          O estado de tensão, puramente cisalhante apresenta uma importância particular (porque 
é uma forma de carregamento encontrada em elementos de máquinas sujeita a transmissão de 
potência  através  de  seus  eixos  rotativos).  A  torção  representa  um  estado  plano  de  tensão 
particular onde   =  11  /  33  =  12  =  1 e pelo qual, o modulo de elasticidade modificado (E) e o 
coeficiente  de  resistência  (H),  de  acordo  com  as  equações  (6.12)  e  (6.13),  respetivamente, 
são: 
E
E 
1 
(6.17) 
2nH  
H  n 1
2
      3
 
        
 

111 
 
         Não devemos desconsiderar a definição da deformação cisalhante de engenharia  ij = 2 ij 
(ij) e a equação (6.16) para obter a equação constitutiva equivalente a um estado de tensão 
puramente cisalhante relacionando, somente, intensidades cisalhantes: 
 
1
   n
    
G  H    (6.18)  
E H
G H 
2 1    n 1
2
       3
 
          A  curva  cíclica  para  a  maioria  de  materiais  estruturais  fica  bem  ajustada  pela  relação 
apresentada  por  RAMGBERG­OSGOOD,  (1943),  figura  (7.1)  segundo  as  coordenadas  a vs. 
a.  Esta  relação  de  RO,  que  veem  do  principio  da  variação  da  área  durante  a  aplicação  da 
força num ensaio monotônico de tração, cuja curva verdadeira e de engenharia, ζ­ε, apresenta 
um aspecto semelhante à figura (6.2): 
 
  εae 

  ζ 
εar  εap  (εf, ζf) 
 
Su 
 
  Sys  Curva verdadeira 

 
  E 
 
  Curva de engenharia 
 
 
 
  ε 
Figura  6.2  ­  Curva tensão deformação (ζ­ε) verdadeira e tensão­deformação (ζ­ε) de
engenharia. 
 
          Observa­se,  na  curva  verdadeira,  que  a  deformação  total  é  composta  de  uma  parte 
plástica  e  uma  parte  elástica  e  a  curva  tensão  deformação  é  geralmente  descrita  segundo 
(RO):  
1
ζ  ζ n
ε11a = +     (6.19)  
E H
    
 
Onde H e n são coeficientes de resistência monotônica. 

112 
 
         Já  num  carregamento  cíclico  uma  nova  resistência  cíclica  H’  e  expoente  de 
endurecimento  n’  substituem  aqueles  monotônicos  H  e  n  (constantes  do  material), 
respectivamente.  Estas  propriedades  são  quase  sempre  avaliadas  na  primeira  direção 
principal.  Contudo,  uma  nova  curva  cíclica  para  o  estado  plano  de  tensão  pode  ser  definida 
baseada na equação (6.20): 
1
ζ ζ  n'
ε = 11a +  11a    (6.20)  
11a E  H' 
     λ  λ 
 
        Dentro do contexto da teoria da deformação total, CO inicialmente considerou que vida em 
fadiga  estava  relacionada  com  a  deformação  plástica.  Assim,  eles  produziram  uma  relação 
estabelecendo  uma  equação  geral  na  forma  a (2Nf),  onde  a  é  a  soma  da  amplitude  de 
deformação elástica mais a amplitude de deformação plástica, para carregamentos uniaxiais na 
direção principal de deformação/ vida: 

f f
b
ζ' 2N
f f
p c (6.21)  
     ε = εe + ε = + ε' 2N  
11a 11a 11a E
          

        Quando  o  estado  de  tensão  é  diferente  do  estado  uniaxial  e  as  direções  principais 
permanecem  as  mesmas,  por  exemplo;  num  carregamento  proporcional,  considera­se  que  a 
variável de controle é a amplitude de deformação efetiva  ~a  e que, novamente, é composta por 

uma parte elástica e uma parte plástica: 
 
e + εp = ζ a + ε p
εa = εa    (6.22) 
a a 
       E
 
          Dados  resultantes  do  esforço  de  fadiga  de  baixo  ciclo  são  considerados  na  direção 
principal  assim como  os das  tensões  e deformações equivalentes,  de  acordo  com  a equação 
p
(6.3) e (6.8), respectivamente, reduz­se a   p =   e  εp = εp representada pela equação 
11a 11a  
(6.23). 
ζ p
εa = 11a + ε =ε (6.23) 
E 11a 11a  
        
 
          Se  a  amplitude  de  deformação  efetiva  esta  direcionada  para  a  força  de  nucleação  da 
trinca  por  fadiga,  submetido  a  carregamento  multiaxial,  deve  ser  seguido  à  mesma  regra 
utilizada  no  caso  uniaxial  e  o  lado  direito  da  equação  (6.20)  e  (6.21)  resultam  na  equação 
(6.24):  
 

113 
 
 2Nf 
b
ζ'
f f
ζa p f c
εa = + εa = + ε' 2N  
E E (6.24) 

  2Nf 
b p c
        ζa = ζ' 2N ε a = ε'
f f f
 
          
­se  utilizar  o  mesmo  procedimento  para  demonstrado  na  equação  (6.12)  através  da  equação 
(6.14)  para  se  obter  a  expressão  composta  por  parte  elástica  e  plástica  como  parte  de 
amplitude  de  deformação  total  considerando  um  caso  de  carregamento  proporcional 
( = constante) dentro de um estado plano de tensão somando ambos os termos da  equação 
(6.25): 

 
b
ζ ζ ζ' 2N
f f
ε e = 11a = a =
11a E 2 2
λ E λ - λ +1 E λ - λ +1
λ λ   (6.25) 
   
c c
p
3 εa 3 ε'f 2Nf ζ ε' 2N
11a 2 - λ =  1- λ  f
ε
p
= S =
         11a 2 ζa 11 2
   
f
ζ λ - λ +1 3
2  2  λ - λ +1
2
11a
 
         
         A  equação  modificada  deformação/vida,  que  inclui  a  influência  do  estado  de  tensão 
(através  taxa  de  tensão    no  estado  biaxial)  que  pode  ser  obtida  considerando  ambos  os 
termos da equação (6.26): 
 

1­ ν λ  ζ'f  2Nf  


 
b λ c
fλ  f 
/ E +  1- b
 ε' 2Nf ζ' 2N
fλ  f 
 2 f c
ε = = + ε' 2N
11a
λ2 - λ +1 E
λ   (6.26) 

ζ' =
ζ'
f ε' =
1­ λ / 2
fλ fλ
          λ2 - λ +1 λ2 - λ +1
 
         
 Conforme  foi  formulado  para uma  relação constitutiva  representado  na  equação  (6.25) pode­
se  expressar,  também,  em  termos  de  deformação  cisalhante  como  um  caso  particular  e 
importante de cisalhamento puro ( =  1), equação (6.27). 
 

f f
b
ζ' 2N
f f
c    (6.27) 
2ε = = + 3 ε' 2N  
11a 12a 3G
         
 
 
Onde: b, c são constantes do material.          
 
 
 

114 
 
CAPÍTULO  7  –  ESTUDO  DA  COMPATIBILIDADE  DAS  DEFORMAÇÕES  SOB  ESTADOS 
MULTIAXIAIS.  
 

         Em muitos casos o carregamento nominal cíclico é suficiente para induzir um histórico de 
tensão deformação elástico/plástico (ζ­ε) no ponto mais solicitado da estrutura. Negligenciando 
os  transientes,  é  possível  considerar  que  o  caminho  descrito  pela  curva  tensão­deformação 
inicial,  segue  a  curva  cíclica  descrita  considerando  a  equação  (6.20).  A  forma  dos  laços  de 
histereses  subsequentes  pode  ser  aproximada,  pela  expansão  da  curva  cíclica,  de  um  fator 
duas  vezes  maior.  Este  é  o  chamado  comportamento  de  Masing  e  está,  esquematicamente, 
representado na figura (7.1). 
 
 
 
 
Curva cíclica 
 
 
  Laços  de 
  Histerese 
 
 
 
Figure 7.1 – Caminho inicial de tensão­deformação apresentado pela curva cíclica, enquanto o 
laço de histerese subsequente é comumente modelado expandindo­se esta curva por um fator 
igual a dois.  
 
         O  mesmo  caminho  ζ­ε, é  seguido  pelo  material,  nos  testes  de  deformação  versus  vida 
até a nucleação de trincas, isto é representado pelas coordenadas ε a vs. Nf. O comportamento 
posterior  é  modelado  pela  equação  (6.26).  Portanto,  desde  um  ponto  de  vista  físico,  a 
deformação  total  descrita  pela  equação  (6.21)  como  pela  equação  (6.26)  tem  as  mesmas 
componentes elástica­plástica: 
1
ζ'  2Nf 
b
ζ11a  ζ11a  n'
= f  = ε11a = ε'f  2Nf 
c
= ε11a
e

p

E E  H' 
1
  (7.1) 
ζ'f  2Nf 
b
ζ11a  ζ11a  n'
+ ε'f  2Nf 
c
+  = ε11a =
E
            H'  E
 
          Esta  condição  de  compatibilidade  só  pode  ser  garantida  quando  a  seguinte  relação  se 
mantém entre as propriedades do material: 

 ' f b
 n'comp 
comp
H ' b
  (7.2) 
 ' f c
c
        

115 
 
          Onde H‘λ e n‘ λ representam coeficiente e expoente de endurecimento cíclico estimados, 
b  é  o  expoente  de  resistência,  c  é  o  expoente  de  ductibilidade,  ζfλ‘ é o =.coeficiente  de 
resistência a fadiga estimado, ε‘fλ é o coeficiente de ductibilidade estimado, n‘ é o expoente de
encruamento estimado. 

          As novas constantes foram classificadas com o expoente "comp." para enfatizar que elas 
são  estimadas  a  partir  de  outras  constantes  e  não  determinadas  de  forma  independente.  O 
procedimento completo para a obtenção da equação (7.2) foi delineado por NIESLONY (2008) 
e a relação apresentada se baseou na independência das propriedades dos materiais sobre a 
vida Nf.  

          Aplicando  ao  aço  carbono  SAE­1020  a  condição  de  compatibilidade,  utilizando  as 
parcelas  relacionadas  entre elas, H‘λ/ H‘λcomp  e n‘/n‘comp,  para  diferentes  razões  de  tensão  (λ), 
segundo  um  estado  biaxial,  pode­se  avaliar  a  independência  das  propriedades  do  material 
sobre a vida (Nf) do CP, conforme figura (7.2).  

0.9 2

0.8 1.5

0.7 1
/H´

n´comp /n´
comp
H´

0.6 0.5

0.5 0

0.4 ­0.5
­1 ­0.8 ­0.6 ­0.5 ­0.4 ­0.2 0 0.2 0.4 0.5 0.6 0.8 1

  
Figure  7.2  ­  Matriz  composta  por  ordenada  e  abcissa  mostrando  a  relação  entre  constantes 
experimentais e de compatibilidade para aço carbono SAE­1020. 

         Assim, fica demonstrado pela figura (7.2) que a relação entre os coeficientes cíclicos de 
resistência dos materiais (H’λ/ H’λcomp) varia com a razão de tensão biaxial (λ) e se torna positiva 
para tensões transversais (λ>0),  mesmo  antes  que  as  tensões  tenham  o  mesmo  valor.  Por 
outro  lado,  considerando  as  equações  (6.20)  e  (6.26),  a  relação  entre  os  expoentes  de 
resistência cíclica (n’/n’comp) é independente do estado de tensão. 

116 
 
     No estado puro de cisalhamento, quando λ=­1,  ou seja:  quando as  tensões  tem o mesmo 
valor com sinais contrários,  percebe­se que a relação entre os coeficientes de endurecimento 
cíclico  se  aproxima  de  zero, o expoente de encruamento a fadiga (n‘) aumenta 
substancialmente.  
        As  possíveis  implicações  no  uso  de  propriedades  de  materiais,  independentes  e 
compatíveis,  têm  sobre  os  valores  das  curvas  tensão­vida  (S/N)  é  o  objetivo  do  presente 
estudo.  Resolve­se,  numericamente,  a  segunda  linha  da  equação  (7.1),  em  amplitude  de 
tensão e vida. Isto foi feito para cada uma das componentes de um vetor de amplitude total de 
deformação ε11a,  de  origem  entre  100  e  10000  μs.  Dois  conjuntos  de  parâmetros  foram 
utilizados: independentes (H'λ e n '), e os de compatibilidade (H‘comp e n‘comp, equação (7.2)). O 
efeito  do  estado  de  tensão  também  foi  estudado  através  de  λ  que  representa  a  razão  de 
tensões  da  condição  biaxial.  O  resultado  destes  exercícios  numéricos  são  os  vetores  Nfi(λ),
ζ11ai (λ) e ζ11acomp(λ). Deles pode se definir a relação de deformação de compatibilidade elástica 
e plástica experimental entre cada componente da deformação total da lei constitutiva, equação 
(7.3) e a relação deformação/vida, equação (6.25), como: 
1
  11a  n '
 
 11a
Rp     c
H '
Re 
 ' f 2 N f  b  ' f 2 N f 
1   (7.3) 
  11a comp
 n ' comp
 
 11a comp  H' comp 
   
comp comp

 ' f 2 N f   ' f 2 N f  c
Re b
Rp
         
         

         A  figura  (7.3)  demonstra  uma  pequena  variação  de  compatibilidade  da  taxa  de 
deformação elástica, R e, versus deformação plástica εe, mais precisamente no trecho de regime 
de  fadiga  de  baixo  ciclo.  Também  os  efeitos  do  estado  de  tensão  contribuem  para  os  altos 
valores de deformação com tensão de tração e compressão transversal influenciando maiores 
efeitos. 
 
0.14
Taxa de deformação elástica

10 = ­1
= ­0.5
 independente, Re

= 0
= 0.5
= 1

0.01
10  
2 3 4
10 10 10
11a [s]
 
Figure  7.3  ­  Representação  gráfica  da  relação  entre  a  parte  elástica  das  equações  de  RO  e 
CM  usando  constantes,  determinadas  de  forma  independente,  para  várias  razões  de  tensão 
biaxial.  

117 
 
          Por  outro  lado,  não  é  assegurada  a  compatibilidade  quando  são  utilizadas  constantes 
independentes, como pode ser visto na figura (7.4), para uma taxa de deformação plástica Rp. 
As deformações plásticas  de RO são menores que 1% daquelas calculadas pela equação de 
CM  no  regime  de  fadiga  de alto  ciclo,  FAC  (baixas  deformações  totais),  estas diferenças não 
desaparecem  no  regime  FBC  (altas  deformações  totais).  A  influência  do  estado  de  tensão  é 
baixa no regime FAC, mas para deformações totais, no intervalo entre 500 e 4000 μs, a tensão, 
novamente,  de  tração  e  compressão  contribui  para  o  agravamento  do  taxa  Rp  no  regime  de 
FBC. 
p

 
Independent Plastic Strain Ratio, R
Taxa de deformação plástica R p 

­0.1
10

­0.2
10
= ­1
= ­0.5
10
­0.3 = 0
= 0.5
= 1
 
2 3 4
10 10 10
11a [s]
 
Figure 7.4 – Representação da taxa entre parte  plástica das equações de RO e CM usando, 
de forma independente, determinadas constantes. Esta compatibilidade não é assegurada com 
a componente de deformação plástica de RO menor que a equação equivalente de CM. 

        As  razões  de  compatibilidade  elástica  Recomp  e  plástica  Rpcomp  de  tensão  devem 
corresponder à unidade ao longo de toda a amplitude  de deformação do vector εai porque um 
conjunto  de  propriedades  do  material  é  calculado  a  partir  da  outra,  como  na  equação  (7.2). 
Este  é  realmente  o  caso,  como  mostrado  na  figura  (7.5)  onde  foram  utilizados  valores 
representativos  da  razão  de  tensões  biaxial  (λ).  É  suficiente  para  representar  graficamente  a 
taxa de deformação plástica  Rpcomp para  fins comparativos uma vez que o uso de parâmetros 
H‘λcomp  e  n‘comp  tem  um  efeito  mais  pronunciado  sobre  esta  razão  do  que  em  Recomp.  Note 
também que o comportamento é independente do valor λ. 

 
 

118 
 
Aço 1020
 
= ­1

Taxa de compatibilidade da 
comp
= ­0.5

deformação  plástica, Rp
2e­011 = 0
10 = 0.5
= 1
­9.99998e­012
10

­4e­011
10
 
2 3 4
10 10 10
11a [s]
 
Figura  7.5  ­  Taxa  de  deformação  de  compatibilidade  plástica.  Como  esperado,  a  total 
compatibilidade entre as deformações plásticas de RO e CM é obtida, independentemente do 
estado de tensão, uma vez que os parâmetros dos materiais foram calculados de acordo com a 
equação (7.2) 
         Como pode ser visto, a  relação  Re  desvia­se, apenas  e  principalmente, no regime  FBC, 
enquanto  a  relação  Rp  esta  extremamente  próxima  tanto  no  regime  de  fadiga  de  baixo  ciclo 
quanto no regime de alto ciclo, FAC. A relação entre as amplitudes de tensão obtidas de uma 
dada  deformação  total,  através  de  uma  solução  numérica  da  equação  (6.25),  usando 
constantes compatíveis  e  independentes  R ζa,  conforme  definido  na  equação  (7.3),  representa 
melhor  os  efeitos  estudados  em  regime  total.  Como  observado  anteriormente,  a  tensão 
transversal  e  compressão  sempre  tem  o  maior  efeito  quando  comparado  com  os  outros 
estados de tensão, mas, de qualquer maneira, as diferenças são tão pequenas que podem ser 
negligenciados.  Como  consequência,  curvas  numéricas  de  tensão­vida  também  são 
indistinguíveis (Figura 7.6). 

 11a comp
R a        (7.4) 
          
 11a
3
10  

= ­1
= ­0.5
= 0
= 0.5
11a [MPa]

= 1
2 ´ b
10  =  (2N )
11a f f

1
10   0 5 10 15
10 10 10 10
N  [cycles]
  f

Figura  7.6  ­  Curvas  de  tensão­vida,  obtidos  por  solução  numérica  da  equação  (6.25),  para 
amplitudes  de  tensão  que  variaram  entre  10  e  1000  μs.  Os  parâmetros  independentes  (a)  e 
compatível (b) foram utilizados no lado direito da equação (7.1).  

119 
 
CAPÍTULO 8 – PEVISÃO DE VIDA PELO MÉTODO DA DEFORMAÇÃO LOCAL (ε/N) 

          As equações constitutivas permitem simular uma condição de tempo de vida de um CP 
com  entalhe  circunferencial  utilizando  basicamente  duas  equações  (6.23)  e  (6.26).  Para  este 
método,  um  novo  fluxograma  foi  delineado  para  determinação  da  vida  de  um  entalhe 
circunferencial e agudo baseado na condição (ε/N), conforme figura (8.1) 

     Início 
 
 
Leia dados de entrada    RFCC 
 
E, G, ζf’, b, kt, ν, ε,a0 =296 µm,F=2, 
 
 
     Classes 
 
    ηari, ηmni, Nif 
 
 
  N 
  aN  <  h   
 
 
  S 
 
  S/N 
  Fluxograma, 
  (S/N )   Capitulo 5 
  (ε /N) 
 
  Nfi 
  ε/N 
 
 
 
 
   
 
   
 
 
 
   
   
 
 
 
 
   Fim   
 
   
 
Figura 8.1­ Fluxograma para análise de vida pelo método (ε/N). 

120 
 
            A  partir  deste  estágio  podemos  estabelecer  uma  ralação  comparativa  de  proposições 
de análise de dano para carregamento multiaxial, tabela (8.1) e figuras (8.2) a (8.4). 
 
Tabela 8.1 ­ Resultado final teórico de dano pelo método ε/N 
  Material 
Prof. 
entalhe  Alumínio  Aço Carbono  Aço inoxidável 
mm  W  W  W 
Vida (s)  Vida (s)  Vida (s) 
Hz  Hz  Hz 
2,45  ­  ­  ­  ­  25,08  932 
2,4  ­  ­  ­  ­  ­  831 
2,38  ­  ­  ­    23,88  885 
­  ­  25,08  577  23,88  992 
2,35 
­  ­  24,64  400  ­   
23,6 114  23,34  453  ­23,64  1518 
2,3 
4­ 
­  ­  ­  ­  25,08   
23,6 465  302  25,08  5042 
­ 

2,25 
25,0 376  25,08  748  ­  ­ 

­  ­  23,64  978  ­  2500­ 
2,2             
­  ­  24,64  3461  24,64  ­ 
2,15 
­  ­  25,08  705  ­  ­ 
23,6 2734  ­  ­  ­ 
2,0  20,34 

25,0 12445  5271  ­  ­ 
1,95  20,34 

 
Vida – Nf (s) 

 
  Corpo de prova nº  
Figura 8.2 – Resultado final da vida teórica e real para cada CP em aço carbono. 

121 
 
  
Vida – Nf (s) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
  Corpo de prova nº  
 
Figura 8.3 – Resultado final da vida teórica e real para cada CP em aço inoxidável. 
 
 
 
Vida – Nf (s) 
 

              
Corpo de prova nº  
 
Figura 8.4 – Resultado final da vida teórica e real para cada CP em alumínio. 

122 
 
CAPÍTULO 9 ­ DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 

1.   A  condição  de  ressonância:  ocorre  quando  a  frequência  de  excitação  do  sistema  se 
torna  igual  a  frequência  natural  do  sistema  (w  =  wn).  Portanto,  nesta  região  podem  ocorrer 
vibrações com grandes amplitudes, mesmo quando as amplitudes das forças excitadoras  são 
pequenas. Para frequências de excitação próximas de zero (r‘0), o comportamento do sistema 
é  do  tipo  estático.  Para  frequências  muito  acima  da  frequência  natural  (r‘  >1)  há  grande 
redução na amplitude de vibração. Como r‘ < 1, não ocorre ressonância na rotação aplicada ao 
processo  experimental,  tabela  (3.12).  Os  sistemas  estruturais  de  materiais  elásticos  que 
experimentam pequenas deformações são sistemas estruturais tratados como lineares. Em tais 
estruturas se aplica o artifício da superposição, método empregado em sistemas estaticamente 
indeterminados,  transformando­os  em  sistemas  estaticamente  determinados.  Partindo  deste 
artifício,  a  aplicação  de  extensômetros  interligados  de  forma  adequada,  a  uma  PW,  permite 
avaliar  a  influência  de  cada  componente  da  força da mola,  aplicada  na  extremidade  da  polia, 
de  forma  independente, com  se  fosse  um sistema com  um grau  de  liberdade  ocasionado  por 
cada  componente  uma  análise  de  tensão.  Definida  a  frequência  de  ressonância,  fica 
estabelecido  o valor  máximo  do  limite  de  frequência  a  ser  aplicada  ao  sistema sem  que  haja 
interferência de ressonância nos resultados da fratura do CP.  
 

2.       O  método  Rainflow:  Aplicado  na  contagem  de  ciclos,  não  considera  a  ordem  dos 
eventos,  muito  embora  alguns  pesquisadores  demonstrem  que  a  ordem  de  ocorrência  dos 
ciclos  pode  afetar  o  dano  acumulado  para  alguns  materiais  e  sobre  certas  condições  de 
carregamento conforme destaca FATEMI et. Al. (2011) em relação a teoria de Marco–Starkey, 
discutido  no  ítem  2.4.1  e  figuras  (2.6),  (2.7)  e  (2.8)  deste  ítem.  Essa  característica  é 
particularmente,  interessante  em  casos  envolvendo  fadiga  de  baixo  ciclo,  onde  o 
endurecimento  (ou  amolecimento)  do  material  pode  ser  diferente  dependendo  da  ordem  dos 
eventos  de  tensão.  Entretanto, dentro  da  fadiga  de alto  ciclo,  o  efeito  do histórico  de  eventos 
permanece menos óbvio. O método também não considera o formato do ciclo de carregamento 
(senoidal, triangular, trapezoidal, etc.), pois a sequência é reduzida a uma sucessão de picos e 
vales.  
 

3.      Em relação ao resultado de fractografia, obtido nas fraturas dos entalhes do CP´s deste 
estudo,  é  efetuada  uma  comparação  com  os  resultados  obtidos  de  alguns  pesquisadores 
como: TANAKA  (2010),  que, em  seu artigo,  também  apresenta uma análise  fractográfica  por 
fadiga dos entalhes, capítulo 4 e figura (4.8) deste trabalho, em corpos de prova submetidos a 
carregamento  de  torção  cíclica  sem  carregamento  estático.  À  medida  que  o  entalhe  se  torna 
agudo  maior  é  o  número  de  sítios  de  nucleação  de  trincas  que  ocorrem  na  raiz,  por  que  as 
amplitudes de deformações são maiores para entalhes agudos. 
 

123 
 
4.  Na Fig. (4.9) sdo capítulo 4, KARAAGAC et al. (2006), apresentaram a superfície de fratura 
no entalhe com as características típicas de uma falha por fadiga produzias por torção e flexão 
no  entalhe  do eixo.  Três  tipos  diferentes  de  zona  de  fratura  podem ser  distinguidos;  (1)  zona 
fibrosa, (2) zona radial e (3) zona de fratura final.  
5.  A  zona  fibrosa,  em  que  as  iniciações  de  trinca  têm  lugar,  é  a  zona  de  propagação  de 
fissuras  lentas,  algumas  seções  na  zona  têm  uma  aparência  áspera  devido  à  clivagem  da 
trinca  por  tração.  Além  disso,  algumas  seções  rebaixadas  pelo  atrito  das  superfícies  de 
descontinuidade, pela componente de compressão, do ciclo de tensão, são vistas.  
6.  Esta área geral não mostra nenhuma evidência de deformação plástica significativa. A zona 
radial  é  a  zona  de  propagação  de  fissuras  rápida.  Ela  contém,  em  ambas  as  partes,  muitas 
linhas grossas, indicando fissuras radiais dirigidas para o centro e círculos concêntricos sobre o 
centro. 
7.  As  linhas  curvas  chamadas  marcas  de  praia,  concêntricas  com  o  centro  são  vistos  e 
marcam  o  crescimento  progressivo  da  fenda  para  o  centro  durante  os  ciclos.  Elas  ocorrem 
devido à partida e parada do crescimento da trinca causado pela alternância de nível de tensão 
na.  zona  de  fratura  final.    O  tamanho  desta  zona  fornece  informação  sobre  quão  grande  a 
carga aplicada e se o KIC ou KC do material é baixo ou alto. Ou seja, quanto menor o tamanho 
menor é a carga aplicada. O tamanho da zona de fratura final é pequeno quando comparado 
com  a  área  do  entalhe.  Assim,  isto  indica  que  as  cargas  nominais  aplicadas  são  bastante 
baixas e o material do eixo é altamente maleável e resistente.  
8.  A  segunda  observação  a  ser  considerada  é  que  há  um  desvio  entre  o  centro  do  eixo  e  o 
centro  da  zona  de  fratura  súbita.  Isto  significa  que  se  o  eixo  é  submetido  a  flexão 
acompanhada da torção, a última zona de fratura se desloca do centro para a borda do eixo. 

9.   Considerando o resultado dos estudos apresentados por Tanaka e Karragac, em relação a 
fractografia  dos CP´s,  e apesar  de ser  um carregamento multiaxial  aplicado  neste  trabalho,  o 
posicionamento  do  entalhe,  conforme  figuras  (3.16),  (3.17)  e  (3.18)  elimina  teoricamente, 
valores  do  momento  fletor.  A  análise  das  fraturas  dos  CP´s,  neste  estudo,  caracteriza  a 
condição  estabelecida,  inicialmente,  no  capítulo  quatro,  figuras  (4.1)  a  (4.7),  de  estar 
submetida, somente, a influência da torção.  

10.   Modos  de  falha  estrutural  do  material:  Muito  embora  se  considere  um  material 
isotrópico, ao se observar sua estrutura, microscopicamente, percebe­se que é anisotrópico e 
heterogêneo,  exemplificando  tal  observação:  o  aço  carbono,  onde  cada  grão  cristalino 
observado,  apresenta  comportamento  anisotrópico.  Devido  e  esta  estrutura  não  uniforme,  a 
tensão, a qual esta submetida este material, ira se distribuir de maneira desuniforme, gerando 
pontos  onde  a  tensão  poderá  ser  suficientemente  alta  para  causar  a  falha  deste  material, 
iniciando  uma  trinca  ou  um  dano  na  estrutura  onde  uma  falha  por  fadiga  poderá  acontecer. 
Este comportamento varia  conforme  a microestrutura  e  propriedades  do  material.  O  processo 

124 
 
de  nucleação de  trincas se desenvolve a  partir  de  uma micro  deformação  plástica  localizada, 
gerada pelos mecanismos citados acima, DOWLING (2007). 
11.  Dados experimentais indicam que para tensões multiaxiais simples, em materiais dúcteis, a 
teoria da Energia de Distorção é aplicável, caso a tensão de  Von Mises seja calculada para 
componentes alternados, através das expressões: 

12.  Já  o  método  de  Sines:  cria  uma  tensão  média  equivalente,  assim  como  uma  tensão 
alternada  equivalente,  através  do  uso  das  tensões  aplicadas:  ou  A  tensão  alternada  acima 
pode ser utilizada como entrada no diagrama S­N para se determinar a vida .Observa se que a 
tensão  média  equivalente  de  Sines, ζm,  equações  (1.38)  e  (1.39),  contém  apenas 
componentes  de  tensões  normais  (tensão  hidrostática),  ao  passo  que  a  tensão  equivalente 
alternada  de  Von Mises ζa,  equação  (1.37),  a  considera  também  as  componentes  de 
cisalhamento. 
13.  A  estimativa  de  vida  por  meio  de  análise  S/N:  Na  avaliação  vida  de  fadiga  realizados 
neste  trabalho,  nem  a  existência  de  um  limite  de  resistência  ζe  nominal  nem  mudanças  na 
curva  de  referência  inclinação  b  abaixo  ζe  foram  considerados.  A  explicação  para  isso  é 
simples:  ciclos  com  alta  amplitude  de  tensão  são  capazes  de  desenvolver  pequenas  fissuras 
de fadiga que podem crescer mais tarde, sob a ação de ciclos de baixa tensão de amplitude. 
Na  literatura  esta  observação  foi  designada  como  teoria  elementar  de  Miner,  COSTA  et 
al.( 2016). 
14.  Os  testes,  neste  trabalho,  são  conduzidos  até  a  fratura  total  da  amostra.  A  análise  da 
deformação total é gravada e processada após os testes. O processamento de dados consiste 
em  transformar  cada  ponto  de  εi  (vetor  de  deformação)  em  um  vetor  de  tensão  cisalhante 
nominal (Ƭxyi), usando fórmulas elementares de resistência dos materiais. Em termos práticos, 
isto  significa  que  para  leituras  de  tensão  em  proporção  com  constantes  elásticas  (E,  ν) 
utilizando a relação entre o diâmetro do mancal de engaste e o diâmetro na raiz do entalhe do 
CP (Dm/de). A Figura (3.28) mostra um espectro de tempo total versus pontos de dados de um 
teste.  A  história  nominal  correspondente  da  tensão de cisalhamento  é obtida  pelas  equações 
(3.35) a (3.41) utilizando dados das figuras (3.26), (3.28) e (3.29). 
 

             Uma  vez  que  as  deformações  são  convertidas  em  um  histórico  de  tensão  cisalhante 
nominal,  os  ciclos  da  mesma  amplitude  máxima  e  média  (a  fim  de  se  definir  as  classes  de 
tensão) precisam ser contados. A função RFCC realiza esta tarefa. Esta função só funciona para 
uma história de tensões compostas por picos e vales, então, outra função, também fornecido na 
caixa  de  ferramentas  Matlab,  NIESLONY  (2008),  deve  ser  usada  antes.  O  objetivo  é  deixar 
apenas os pontos de virada do sinal. Obviamente, esta ação reduz significativamente o número 
de  pontos,  principalmente  se  altas  taxas  de  amostragem  foram  utilizadas  no  sinal  original.  Foi 
considerado um intervalo padrão para, todos os CP´s, de 20 segundos, a partir de 100s inicial do 
sinal,  ou  seja:  se  o  processamento  ocorreu  com  600  pontos  por  segundo  (  taxa  de  aquisição) 
durante  20  segundos  foram  analisados  (600x20)  12000  pontos  que  virão  a  representar 

125 
 
(1700x600)  1020000  pontos  da  análise  total  da  figura  (3.26),  por  exemplo.  Assim,  estes  vinte 
segundos  representam  a  fração  de  tempo,  aplicada  ao  RFCC,  para  análise  de  vida.  Esta 
condição  reduz,  significativamente,  o  número  de  pontos  para  uma  matriz  quadrada  de  64  x64 
elementos, figura (9.1). 
 
140
25

120

100 20

80
m [MPa]

15

60

10
40

20
5

  0
20 40 60 80 100

     a [MPa]              


Figura 9.1 – Representação gráfica da matriz Rainflow quadrada (64 x 64) referente a um 
intervalo de tempo de 20s. A barra, à direita, representa o número de ciclos. O material aplicado 
foi aço carbono com profundidade de entalhe igual a 2.15 mm, W=25,084Hz, tempo real de 
ruptura = 1700s. 
             Os  cálculos  de  danos  em  cada  célula  da  matriz  do  método  Rainflow  baseiam­se  na 
curva  de  referência  da  equação  (5.1).  A  influência  de  fatores  de  concentração  de  tensão, 
estados de tensão carregamentos multiaxiais devem ser abordadas preliminarmente. Os Dados 
de entrada são as propriedades do material e do vetor da tensão de cisalhamento nominal ηni(εi) 
(Equação  3.41)  para  a  parcela  representativa  do  histórico  de  carregamento  (bloco)  a  ser 
analisado. O primeiro passo consiste em aplicar o procedimento RFCC procedente do vetor ηni. 
Como  resultado,  obtém­se  dois  vectores  de  64  elementos  (ou  classes),  cada  um,  produzindo 
uma  matriz  quadrada  de  64  x  64  RFij  correspondente  a  valores  de  amplitude  de  tensão    e  
valores de tensão média de cisalhamento ηani e ηmj e suas respectivas frequências Nij. 

          A  substituição  das  propriedades  do  material  a0  (  comprimento  da  trinca)  =  296  μm  e  F 
(fator geométrico) = 2 na equação (5.4), para cada elemento do vetor ktsαi, permite que todos os 
CP´s,  possam ser  classificados  como  entalhes  profundos  (aNI  >>  h).  Portanto,  para  cada  CP, 
uma expansão escalar é aplicada nos vectores Ƭani e Ƭmnj de acordo com equação (9.1). 

         O  carregamento  torcional  induz  a  um  estado de  tensão multiaxial  proporcional  em cada 


ponto  da  superfície  do  CP.  O  que  significa  que  carregamentos  médios  estão  presentes  e  o 
efeito combinado destas variáveis é abordado nas equações (5.1) e (5.4). 

126 
 
 ai  K tsα   ani
  (9.1) 
 mj  K ts   mnj
         
               Em relação à fator de concentração de tensão, deve­se notar que a profundidade do 
entalhe,  h,  e  o  fator  de  concentração  de  tensão,  Ktsα,  têm  uma  relação  inversa,  mas  quase 
linear  no  intervalo  estudado  (figura  (3.26)  do  capítulo  3).  Isto  não  significa  que  as  tensões 
locais  são  mais  baixas  para  os  entalhes  mais  profundos,  pois  as  tensões  de  cisalhamento 
nominais  líquidas  estão  relacionadas  com  o  inverso  do  diâmetro  cúbico  do  menor  de,  que 
diminui quando aumenta h (profundidade do entalhe). Cargas de torção induzem um estado de 
tensão  proporcional  e multiaxial  em  cada  ponto  na  superfície  do  CP.  Cargas médias  também 
estão presentes e o efeito combinado destas variáveis é tratada por meio das equações (5.1) e 
(5.4), resultando na equação (9.2). 
 

~ai  3   a  ~
~   arij   ai   (9.2) 
 0 
  mj  
 

          Então,  as  amplitudes  únicas  de  tensão  de  cisalhamento  são  significativas  para  as 
previsões de vida. Para cada célula da matriz RF ij um valor ζarij está associado. Vida em fadiga 
Nfij é, então, calculada baseada na equação (9.3) usando a abordagem elementar Miner e para 
cada nível de tensão completamente revertido através da curva de referência (equação (1)). Os 
incrementos  de  danos  de  dij  são  o  quociente  entre  a  frequência  e  o  N ij  Nfij  (ver  também  a 
equação  (9.3)).  Eles,  obviamente,  concentraram­se  em  níveis  de  alta  amplitude  como  se 
mostra na cor da figura da matriz, figura (9.2). 
 

1   'f  Nij
N fij         Dij    (9.3) 
2   arij  N fij
­3
x 10
 
140 1

120
0.8
100

80 0.6
m [MPa]

60
0.4
40

20 0.2
0
  0
50 100 150 200 250 300

ar=Kts3a [MPa]
 
Figura 9.2 – Espectro de deformação no domínio do tempo até a fratura no mancal de engaste 
do CP, Aço carbono ­25,084Hz, entalhe profundidade = 2.15 mm, tempo real de ruptura = 1700s. 

127 
 
 
           A melhor maneira de avaliar a precisão das previsões de vida usando o método elementar 
Miner  descrito  neste  artigo  é  por  comparação  com  os  resultados  experimentais.  Com  este 
objetivo,  que  o  parâmetro  Deff,  MARQUARDT  (2005),  adimensional,  pode  ser  definido  como  o 
quociente entre a vida experimental e a vida prevista em segundos: 
 

Lexp
Deff    (9.4) 
Lpred
 
  
           Depois de inserir a equação (9.3) na equação (9.4), vemos que Deff não é nada mais do 
que o produto do número de períodos de tempo t da parcela representativa do espectro de carga 
que  compõem  o  espectro  total  da  carga  L exp  /  t  (ou  número  de  blocos  B),  vezes  o  dano  nesse 
período. Em seguida, o parâmetro de danos D eff pode ser visto como um critério de falha para o 
componente  específico  sob  consideração.  Ele  é  traçado  para  cada  teste  da  presente 
investigação na figura (8). 
 

Lexp Lexp Nij


Deff     B   Dij   (9.5) 
Lpred t N fij

h) Os  resultados  da  deformação  experimental  dinâmico  demonstram  que  quanto  maior  for  a 
duração de um ciclo de rotação, mais perceptível, no gráfico de deformações, são as variações 
da influência da força da mola no ciclo e a intensidade de ruído produzido, principalmente, na 
posição de mudança de direção da força tangencial. 

i)  O  torque  produzido  não  é  constante  ao  longo  do  tempo.  É  periódico,  proporcional, 
sincronizado e em fase como o momento fletor. Esta condição de simulação permite análise de 
fadiga  de  baixo  ciclo  em  CP´s  com  concentrador  de  tensão  agudo  considerando  uma 
abordagem de análise com tensões variadas multiaxiais. 
j)  Os  critérios  de  tensão  principal,  tensão  de  Von  Mises  e  método  de  Sines  são  adequados 
para  determinação  da  tensão  alternada,  a  ser  aplicada  na  análise  de  fadiga,  resultante  de 
carregamento  proporcional  uniaxial  ou  multiaxial  simples  não  sendo  adequado  para 
carregamento multiaxial complexo.  
•  O método S­N é mais adequado quando as máximas tensões atuantes nos pontos críticos 
da  peça  forem  menores  que  a  resistência  ao  escoamento  do  material,  já  que  a  análise  de 
tensões  usada  neste  método  é  linear  elástica,  apresentando  resultados  teóricos 
conservadores, influenciando 85% dos valores de Deff ,dos CP´S, maiores que a unidade, figura 
(9.4). 
k)  Baseado na média  de  resultados,  Deff_ave  =  1,2,  para  curvas  S/N e  Deff_ave  0,9  para  curvas 
ε/N,  as  previsões  são  no  lado  seguro,  ou  seja,  a  vida  experimental  é  mais  elevada  do  que  o 
previsto. Há, no entanto, certa dispersão nos resultados. Não houve correlação entre os SCFS 
utilizados  e  o  parâmetro  de  danos  Deff  que  pode  ser  explicado  por  pequenas  variações 
apresentadas na figura (9.3). 
l)   

128 
 
 Nf real (s) 
_____________________ 

 Nf teórico (s)  
25

Número de ciclos
20

15

10

50 100
80
60
Corpo de Prova nº  
Y ­ média 100 40
20
X ­ amplitude
 
 Figura 9.3 ­ Espectro de deformação no domínio do tempo até a fratura na raiz do entalhe, 
Aço carbono ­25,084Hz, entalhe prof.= 2.15 mm,  Tempo real de ruptura = 1700s. 
 

m)   A  substituição  da propriedades a0  do material  =  296  µm  e  F  = 2 na equação  (4)  para 
cada  elemento  do  vetor  Ktsαj  permite  que  os  entalhes  de  todos  os  CP´s,  sejam  classificados 
como entalhes agudos (aNI >> h). Portanto, para cada CP, uma expansão escalar é executada 
nos vectores ζani  equação.  
 Para  vida  curta  para  alguns  materiais  metálicos,  as  altas  tensões  envolvidas  podem  ser  
acompanhadas  de  deformações  plásticas.  O modelo não prevê ζm ≠ zero  nem    variação  da   
tensão média (ζm) ao longo do tempo, considera carregamento uniaxial. Desta foram, o modelo 
 S/N não avalia, diretamente e com precisão, o comportamento a fadiga do material submetido 
a carregamento multiaxial simples, figura (9.4).  

 Nf real (s) 
_______________________
 

 Nf teórico (s)  

 
  Corpo de Prova nº  
Figura 9.4 – Resultado geral do Deff para cada ensaio (modelo S/N) 

129 
 
1.  Logo, o método S­N é apropriado às previsões das vidas longas (de iniciação de trincas de 
fadiga, Fadiga de Alto Ciclo).  
2.  Já  o  método  ε­N  considera  de  forma  explícita  os  efeitos  plásticos  cíclicos  eventualmente 
presentes nas raízes dos entalhes e, também reconhece a presença de trincas. Este método, 
também é aplicado na avaliação da vida da peça até o início da trinca, sendo complementado 
pelo  método  da mecânica  da  fratura  linear    a  análise  do crescimento  de  trinca  até  sua  fatura 
final. Apresenta valores menos conservativos de dano, mais próximos da unidade, figura (9.5). 
 
   Nf real (s) 
  _______________________
 

   Nf teórico (s)  
          

         Corpo de Prova nº    
 
 
 
Figura 9.5 – Resultado geral do Deff para cada ensaio (modelo ε/N) 

         A  figura  (9.8)  apresenta  uma  simulação  envolvendo  uma  relação  entre  vida,  N f,  pelo 
método  da  tensão  deformação,  S­N,  e  vida  Nf  pelo  método  deformação­vida,  ε­N,  aplicando 
diferentes valores de Kt, Esta figura demonstra que a medida que se aumenta Kt as previsões 
de vida entre os dois métodos tendem a se igualar, principalmente, como o aumento da tensão 
aplicada.  Já  a  equação  5.8,  reflete  o  estudo  produzido  neste  trabalho  quanto  a  aplicação  da 
equação (9.9), permitindo observar a grande semelhança de comportamento, entre elas.  

130 
 
1

Kt=1,0 ­­­­

Relação Nf (tensão)/Nf (deformação)
0.8 kt=1,5 ___

kt=2,0 ......
0.6
Relação Nf (ζ)/Nf (ε) 

0.4

0.2

0
20 30 40 50 60 70 80 90 100
 Tensão (Mpa)
 
Figura 9.6 – Resultado da relação vida Nf pelo método S­N e ε­N em função da amplitude da 
tensão (ζm =0). 
1
Relação Nf (tensão) e Nf (deformação)

K t =1,0 ­ ­ ­ ­ 
0.8
Kt = 1,5 ___

Kt = 2,0 .......
0.6
Relação N (ζ)/N  (ε)  f

0.4

0.2

0
20 30 40 50 60 70 80 90 100
Tensão cisalhante (Mpa)
 
Figura 9.7 – Resultado da relação vida Nf pelo método S­N e ε­N em função da amplitude de 
tensão cisalhante (ζm=0). 
         Considerando as figuras (9,6) e (9.7) em relação a figura (9.8) e equação (9.6), a relação 
ente  S­N e ε­N  deveria  ser  menor  que  um  para  todos  os  CP´S.  No  entanto,  esta  figura 
apresenta  uma  simulação  envolvendo  a  equação  (9.10),  aplicando  um  valor  médio  constante 
de  1,3  para  Kt  .  O  resultado  obtido  apresenta  valores  menores  que  um  em  82%  dos  CP´s, 
desconsiderando os CP´S com valores de Deff‘ maiores que 1,5. O modelo de análise por fadiga 
se fundamenta em resultados probabilísticos, o que envolve a necessidade de repetitividade de 
ensaios em ralação a quantidade de CP´s analisados. No entanto, apesar do número reduzido 
de ensaios, 23 ­5=18, deve­se levar em conta que os CP´s, relacionados, foram submetidos a 

131 
 
análise  considerando  uma  fração  do  tempo  total    tempo  de  20s,  constante  para  todos, 
independente da relação do tempo real de fratura para cada profundidade do entalhe.  
Poderia  ainda  considerar  que  estes  valores  acima  ou  próximo  de  um,  18%,  representariam 
tensões ou amplitude de tensões, de cisalhamento baixa.  

N freal
 Deff  N
N fteórico
N

   (9.6) 
N freal Deff  N N fteórico  N
 Deff  N    Deff '
N fteórico Deff  N N fteórico  N
N

 
 
 
 
Deff’  

 
 
Corpo de Prova nº  

Figura 9.8 – Resultado da relação entre Deff  pelo método S­N e Deff pelo método ε­N em função 
da amplitude de tensão cisalhante (ζm=0). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

132 
 
10 – CONCLUSÕES 
 
.              Quando  múltiplos  esforços  variáveis  no  tempo  estão  presentes,  estes  podem  ser 
periódicos,  aleatórios  ou  uma  combinação  dessas  duas  possibilidades.  As  combinações 
possíveis são muitas e apenas algumas delas têm sido estudadas na determinação dos seus 
efeitos  na  falha  por  fadiga.  Os  casos  mais  estudados  são  os  de  esforços  sincronizados, 
periódicos  e  em  fase,  que  causem  tensões  combinadas  que  não  se  alteram  com  o  tempo, 
denominadas  Tensões  Multiaxiais  Simples.  Baseada  na  condição  de  apoio  adotada  neste 
trabalho  permitindo,  apenas  a  influência  da  torção  na  fratura  do  entalhe,  apesar  de  estar 
submetidoa  umcarregamento  multiaixial,  se  enquadra, perfeitamente,  na condição  de  tensões 
multiaxial  simples.  A  maioria  dos  modelos  de  analise  de  danos  ainda  são  extremamente 
dependente  de  validação  experimental.  Os  modelos  de  projeto  mais  confiáveis  representam 
apenas  boas  estimativas  conservadoras  da  vida  de  componentes  e  as  aplicações  devem  ser 
analisadas  caso  a  caso.  A  partir  desta  reflexão  foi  desenvolvido  este  trabalho  respaldado  em 
dois projetos fundamentais (Um simulador de carrgamento multiaixial e um conjunto de  anéis 
deslizantes)  para  sua  realização.  A  partir  deste  contexto,  se  destacam  as  seguintes 
conclusões:  

1.  O principal objetivo de análise foi  testar a precisão das diferentes proposições de  análise 


de  dano.  Para  conciliar  as  tensões,  completamente  reversas,  abaixo  do  limite  de  fatiga  uma 
modificação  elementar  de  Miner  foi  utilizada.  Do  espectro  da  deformação  total,  obtido  da 
análise  experimental,  foi  estabelecida  uma  fração deste espectro, que  foi  aplicada a  todos  os 
CP´s. Nesta fração de deformação, em função do tempo, foi adotado o método de contagem de 
ciclos  (Rainflow)  para  determinar  o  dano  (D)  e  a  vida  teórica  (Nf).  A  despeito  dos  resultados 
obtidos serem mais conservativos para condição S/N do que para ε/N podemos considerar que 
os  resultados  experimentais  adquiridos  em  diversos  estudos  demonstram  que  os valores  dos 
danos  acumulados,  que  provocam  fratura  ou  início  de  micro  trinca,  não  se  identificam 
exatamente com o valor unitário.  

3.  As  figuras  (3.19),  (3.20)    e  (3.21),  do  Capítilo  3,  apresentam  uma  profundidade 
insignificante  de  rugosidade  (µm)  em  relação  a  profundidadade  mínima  da  da  raiz  do 
entalhe    (mm).  Sendo  assim,  baseado  no    estudo  de  ATZORI  et  al.  (2000),  não  ha 
influênciada da  rugosidade sobre o limite de fadiga, mesmo na raiz do entalhe. 
4.  No modelo S­N, a lei de Miner não leva em consideração aspectos que influenciam a vida a 
fadiga como: 
I.  Considerar que as tensões inferiores a tensão limite de fadiga não produzem alteração 
plástica do material (quando Ni  →   ∞ o respectivo termo da lei de Miner (Dano) tende a 
zero, não provocando dano ao material.  
II.  A  resistência  à  fadiga  independe do histórico  de carregamento, desconsidera  a ordem 
de grandeza das amplitudes. 

133 
 
5.  A equação apresentada neste estudo (equação (6.27), Capítulo 6)  e utilizada no modelo 
ε/N para análise de dano, apresenta resultados satisfatórios. Como as equações apresentadas 
no  capítulo  1­  Estado  da  Arte,  (equações  (1.20),  (1.21),  (1.22),  1.24),  (1.29),  (  1.35)....(1.48), 
apresentam limites na forma de aplicação.  Tornam­se específicas para uma modelo  típico de 
carregamento  multiaxial  simples,  exigindo  uma  condição  de  carregamento  proporcional  com 
uma relação entre tensões principais λ.. 

6.  O  carregamento  multiaxial  apresenta  uma  variação  ampla  da  tensão  média,  que  com  a 
aplicação do método Rainflow, num ciclo de 20s, aplicado neste trabalho, após filtragem, como 
constante  e  representativo  para  qualquer  período  real  de  ruptura  do  entalhe,  reduz, 
significativamente,  o  número  de  pontos  analisados  o  que  certamente  influenciou  a  precisão 
final  real  teórico  de  dano  analisado  neste  trabalho.  A  condição  de  dano  cumulativo,  aplicada 
neste trabalho, fica atrelada a condição da regra do dano linear que frequentemente apresenta 
resultados  insatisfatórios  segundo  teoria  de  MARCO  STARKEY  descrita  por  YANG  et 
al.(1997), para carregamento não linear (ζm≠0). 

7.  Considerando  ambos  os  estudos,  apresentados  inicialmente,  em  relação  à  fractografia, 
comprova­se a influência de tensões, na fratura do entalhe, provenientes de um carregamento 
tipicamente  multiaxial  produzido  por  torção  somente,  destacando  zonas  fibrosas  e  zona  de 
fratura final, descaracterizando, no entalhe, a influência do momento fletor. 

8.  O  simulador  apresenta  resultado  significativos  na  aquisição  de  sinal  sob  carregamento 
multiaxial, no entanto, a utilização de anéis deslizantes na transmissão de tensão e aquisição 
de  sinal  analógico  implica,  inevitavelmente,  na  condição  de  inclusão  e  ruído  ao  sinal.  Na 
amplificação  deste  sinal  analógico  e  sua  transformação  em  sinal  digital    se  destaca,  ainda 
mais, o ruído, evidenciando a necessidade de se aplicar um filtro ao sinal digital.  

9.  O  equipamento  de  testes  desenvolvido  no  presente  trabalho  mostrou­se  adequado  para 
aplicar  cargas  de  torção  cíclicas  de  amplitude  variável  em  eixo  cilíndrico  com  entalhe 
circunferencial.  Estas  cargas  provocaram  a  falha  por  fadiga  em  espécimes  de  diversos 
materiais como o corroboram as imagens fractográficas apresentadas neste trabalho. 

10.  As  relações  constitutivas  e  de  deformação­vida  foram  modificadas  para  considerar  o 
estado tensional de cisalhamento puro aplicado nos testes. Ambas relações utilizam a teoria da 
deformação  total  e  por  este  motivo  tem  o  seu  campo  de  aplicação  limitado  a  situações  de 
carregamento  proporcional  (àquele  em  que  os  eixos  principais  mantém  uma  orientação 
constante). 

11.  As  previsões,  utilizando  o  método  da  deformação  local,  são  em  geral  menos 
conservativas,  ou  seja:  fornecem  previsões  de  vida  mais  próximas  dos  resultados 
experimentais,  quando  comparadas  com  as  previsões  que  utilizam  a  tensão  nominal  como 

134 
 
parâmetro  principal.  Como  esperado,  esta  situação  acentua­se  nos  corpos  de  prova  de 
menores diâmetros. 

12.  O dano acumulado utilizando a regra linear, por qualquer um dos modelos de previsão 
de vida testados neste trabalho, não se identifica exatamente com o valor unitário.  

13.  Regras  de  acúmulo  de  dano,  em  geral,  tem  duas  grandes  desvantagens:  Não 
consideram  o  dano  que  tensões  abaixo  do  limite  de  fadiga  podem  ocasionar  e  ignoram  a 
sequencia dos eventos de carga 

 
 

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