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TESE de DOUTORADO
DIONISIO JOSE RODRIGUES DA COSTA
AVALIAÇÃO DE DIFERENTES MÉTODOS DE
PREVISÃO DE VIDA EM FADIGA EM EIXO
COM ENTALHE CIRCUNFERENCIAL SOB
CARGAS MULTIAXIAIS DE AMPLITUDE
VARIÁVEL
1
AVALIAÇÃO DE DIFERENTES MÉTODOS DE PREVISÃO DE VIDA EM FADIGA
EM EIXO COM ENTALHE CIRCUNFERENCIAL SOB CARGAS MULTIAXIAIS DE
AMPLITUDE VARIÁVEL
Estudo apresentado ao curso de Doutorado em
Metalurgia da Universidade Federal
Fluminense.
Orientador:
Prof. Jorge A. R Duran
DIONÍSIO JOSÉ RODRIGUES DA COSTA
Volta Redonda
2016
1
ii
AVALIAÇÃO DE DIFERENTES MÉTODOS DE PREVISÃO DE VIDA EM FADIGA
EM EIXO COM ENTALHE CIRCUNFERENCIAL SOB CARGAS MULTIAXIAIS DE
AMPLITUDE VARIÁVEL
Volta Redonda
2016
iii
DEDICATÓRIA:
“Sem sonhos, a vida não tem brilho. Sem metas, os sonhos não têm alicerces. Sem
prioridades, os sonhos não se tornam reais. Sonhe, trace metas, estabeleça prioridades e corra
riscos para executar seus sonhos. Melhor é errar por tentar do que errar por se omitir!”
Augusto Cury
Posso e tenho defeitos, vivo ansioso e fico irritado várias vezes, mas não esqueço de que
minha vida é a minha maior oportunidade de existir como: filho, irmão, pai, marido em fim,
como pessoa do bem. Eu reconheco e admito que vale a pena viver, apesar de todos os
desafios, incompreensões, adversidades e períodos de grande tristeza e decepção que
ocorrem. Entendo que faça parte do jogo do meu destino. Eu percebo que me realizo, com
profundidade, quando deixo de ser um ator da minha vida e me torno o autor da minha própria
história. Devo, sempre agradecer a Deus, pelo milagre da vida que tenho e que ainda recebo
por cada manhã, quando acordo e constato que ainda existo e posso fazer algo melhor do que
fiz ontem. Me sinto feliz apresar de, ainda ter medo dos meus próprios sentimentos. Aprendi a
ter coragem para ouvir um ―não‖. Aprendi a aceitar com certa parcimônia uma crítica, mesmo
que injusta, indecorasa, irritante ou cruel. Entendi que não existem pessoas bem sucedidas ou
fracassadas, mas pessoas que lutam pelos seus sonhos ou desistem deles. E é por todo esse
aprendizado, ao longo da minha vida, que não posso deixar de agradeçer e reconheçer que
devo a minha esposa e meus filhos o apoio e a dedicação que recebi, e tenho recebido, e por
continuarem insistindo em serem meus cúmplices na compreensão da realidade, de entender e
aceitar, que um sonho pessoal pode ser apenas uma fantasia, uma ilusão, uma simples
expectativa ingênua de futuro, mas transformar este sonho em uma verdade, independente da
idade, exige entre outras coisas, humildade pra aprender sempre, determinação para
conquistar o que sempre parece inalcançável, não desistir diante de obstáculos obscuros e
sempre, sempre manter a fé, pois ela continuamente, moverá montanhas.
In Memoriam: Agradeço profundamente, aos meus pais por tudo e todo o carinho e
apreço que tiveram por mim em sua curta jornada de vida, de que ainda me traz muitas
lembranças e saudades.
iv
AGRADECIMENTOS:
Ao professor D.Sc. Jorge Alberto Rodríguez Duran – que me deu a oportunidade
de persistir, me incentivou e me orientou no desenvolvimento deste trabalho final.
A todos os professores da pósgraduação, especialmente aos profs. D.Sc Ladário
da Silva e DSc. José Flávio Feiteira, que de uma forma profissional e carismática, direta ou
indiretamente me proporcionaram a chance de conhecer e aprender novos conceitos científicos
que contribuíram, indiscutivelmente, no desenvolvimento final deste projeto.
v
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 1
2 OBJETIVO DA TESE 6
CAPÍTULO 1 ESTADO DA ARTE 10
CAPÍTULO 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 30
Método Rainflow aplicado à análise de carregamento
2.4.1 44
cíclico e dano
CAPÍTULO 3 MATERIAIS E MÉTODOS 54
vi
3.1.11 Parâmetros de vibração 70
Distribuição da força da mola em relação ao ângulo
3.1.14 76
de rotação, processo teórico.
CONFIGURAÇÃO TÉRMICA DO ENTALHE DURANTE O CICLO
3.4 81
DE FADIGA
CAPÍTULO 4 – FRACTOGRAFIA DOS CP´s 92
5.2 Resultado experimental e analítico somente na condição de 105
deformação elástica, (S/N).
CAPÍTULO 9 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 123
4 CONCLUSÕES 133
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 136
vii
NOTAÇÃO E SIBOLOGIA
A Área de uma seção transversal
Amc Área mecânica de contato
AD Anel deslizante
aN Comprimento da trinca
a0 Comprimento inicial da trinca
ADs Anéis deslizantes
Cr Fator de correção
CP´s Corpos de prova
CM Coffin Manson
cN Constante de Neuber
Dn Dano isotrópico
DL Dano Linear
DEDD densidade de energia de deformação desviadora
E’ Tensão de alimentação de um circuito para ponte Wheatstone
E Módulo de elasticidade longitudinal
E0 Tensão de saída de um circuito para ponte Wheatstone
E12, E14 Diferença de potencial entre os pontos: 1 / 2 e 1 / 4, respectivamente
Ftf Força total final
F Forca aplicada
Ft Força tangencial
Fr Força radial
FS Fatemi Socie
Fs= Força de separação (força mínima da mola)
FAC Fadiga de alto ciclo
FCT Fator de concentração de tensão
viii
FFT Transformada rápida de Fourier
Pe Potência equivalente
J Momento polar de inércia
Kc, Ke, Constante característica do circuito e extensômetro, respectivamente
kn, kc Fator de concentração de tensão para carregamento axial e torcional
kt Fator de concentração estático
kf Fator de concentração dinâmico, fator de redução de resistência a fadiga
kfN Fator de concentração dinâmico segundo Neuber
kfP Fator de concentração dinâmico segundo Peterson
K’ Coeficiente de encruamento
Kt” Fator de sensibilidade transversal para extensômetro
L Comprimento linear
ƒel, ƒy ,ƒu Limite de elasticidade, escoamento e resistência a tração, respectivamente
L Comprimento
M+ Número de ciclos por unidade de tempo
Mt Momento torsor
MFLE Mecânica da fratura linear elástica
MDL Método da deformação local
MEV Microscópico eletrônico de varredura
MTN Método da tensão nominal
N’ Rotação
Nf Vida a fadiga
n Número de ciclos
n’ Expoente de encruamento
PW Ponte Wheatstone
ix
P” Pressão de contato
Pab Parâmetro de dano (Morrow)
Pac Parâmetro de dano (Heitmann)
Pad , Pad Parâmetro de dano (sem dependência da tensão média)
Re Resistência equivalente
R Resistência elétrica
r Relação entre resistências adjacentes
r’ Razão entre frequências
RO Ramgber Osgood
RFCC Método Rainflow para contagem de ciclos
Sa Fator de sensibilidade do extensômetro para deformação na direção axial
Se Limite de escoamento
SWT SmithWatsonTopper
SN Tensãonúmero de ciclos
t Tempo
T’ Temperatura
T Torque
Tfsp Tempo final analisado no domínio da frequência
T” Período
Trf Tempo resultante final
Tmax Temperatura dos contatos
Tsp Tempo no domínio espectral
U Variação de tensão entre contatos
V Tensão de entrada
v Velocidade
w Frequência de excitação
x
wn Frequência angular
wd Frequência angular amortecida
∆L Variação do deslocamento
∆R Variação de resistência elétrica
Δσ gama da amplitude de tensão
Δε gama da amplitude de deformação
ΔƔ gama da amplitude de distorção
xy , max Distorção específica nominal e máxima
γ Distorção específica
γoct Distorção octaédrica
Ɣw Parâmetro de Walker
εxx, εyy, εzz Deformações lineares nas direções x, y e z, respectivamente
ε’x, ε’y Deformação corrigida na direção x e y
ε Deformação total
εa Amplitude de deformação
εe Deformação elástica
εp Deformação plástica
εij Tensor de deformação
Limite de fadiga do material/menor amplitude de deformação para efeito de
ε 0
dano a fadiga
εf’ Coeficiente de ductibilidade a fadiga
εf Deformação verdadeira
ρ Raio do entalhe
σn Tensões normais em um ponto
σ Tensão admissível
xi
σmax, σmédia σmin Tensões normais max., média e min, respectivamente
σx ou σxx Tensão normal na direção x
σar Amplitude equivalente de tensão completamente reversa
σu Limite de resistência à tração
σa Amplitude de tensão
σf’ Limite de tensão a fadiga
σf Tensão verdadeira
σa Amplitude de tensão equivalente
σm Tensão média equivalente
σoct Tensão octaédrica
τxy, τxx, τyy Tensões de cisalhamento em um ponto do plano xy
τ Tensão de cisalhamento
τa Amplitude de tensão de cisalhamento
τoct Tensão de cisalhamento octaédrica
ρ‖ Resistividade do material
ρ Raio do entalhe
ϕ Ângulo de torção
ν Coeficiente de Poisson
λ Condutividade térmica
Coeficiente que inclui amplo impacto do espectro de frequência a vida à
Λ’
fadiga
Ω Resistividade elétrica
δ Delta de Kronecker
xii
TABELAS
CAPITULO 1
Tabela 1.1 Métodos de análise à fadiga 10
Tabela 1.3 Métodos de análise à fadiga 25
CAPITULO 2
Tabela 2.1 – Ciclos de amplitude. 43
Tabela 2.2 Análise da variação do sinal. 52
Tabela 2.3 Exemplo de filtro passa baixa. 53
Tabela 2.3 Exemplo de filtro passa alta. 53
CAPITULO 3
Tabela 3.1 Constantes do simulador. 54
Tabela 3.2 Escovas elétricas, SCHIMIDT (1979). 59
Tabela 3.3 Identificação das tomadas. 63
Tabela 3.4 Dimensional do CP. 63
Tabela 3.5 Dimensional do ferramental para usinagem do entalhe 63
Tabela 3.7 Composição do Aço Carbono. 65
Tabela 3.8 Composição do Alumínio. 65
Tabela 3.9 Composição do aço inoxidável. 65
Tabela 3.10 Dimensional da Mola (Medidas em centimetros) 66
xiii
Tabela 3.11 Parâmetros da mola. 66
Tabela 3.12 Parâmetros do conjunto para análise de ressonância. 71
Tabela 3.16 Tabela 3.16 Dimensional do conjunto 78
Tabela 3.17 Rugosidade 79
Tabela 3.18 Constantes 79
Tabela 3.21 Comportamento das deformações dos resistores na PW. 84
Tabela 3.22 Parâmetros de frequência. 89
Tabela 3.23 Resumo do resultado Experimental dos tempos de fratura
89
sem filtragem
CAPITULO 5
Tabela 5.1 Resultado final teórico de dano pelo método S/N. 105
CAPITULO 8
xiv
FIGURAS
INTRODUÇÃO
Figura 1.1 Fluxograma da estrutura do contexto deste trabalho. 6
OBJETIVO DA TESE
CAPITULO 1
Figura 1.2 – Curva SN de Wohler, para materiais sob condições
17
constantes de carregamento.
Figura 1.3 – Laço de histerese formados pela variação cíclica das
18
tensões e deformações
Figura 1.4 – Curva de dano em relação à variação cíclica de
20
carregamento (a) linear, b) não linear, FORSYTH (1982).
CAPITULO 2
Figura 2.1 – Configuração de uma PW. 31
Figura 2.2 Disposição de extensômetros do tipo roseta. 34
Figura 2.3 Cinco fases do processo de fadiga com fatores (kf, k, e kc) 37
que governam as fases do processo de iniciação e crescimento de
trinca.
Figura 2.4 – Variação da taxa de sensibilidade do entalhe kf/kt em 62
relação cada raio de entalhe para três valores de SCF.
xv
Figura 2.5 Diagrama de propagação de trinca. 65
Figura 2.6 – Esquema de cargas (em tensões) de amplitude constante
65
com ni ciclos.
Figura 2.7 – Diagrama de acúmulo de danos em ciclos com amplitude de
tensão variável. onde para cada amplitude de tensão existem curvas 44
que representam a relação ni/Nfi
Figura 2.8 – Representação esquemática do dano versus taxa de ciclo
45
pela teoria de Marco Starkey, YANG et al.(1997).
Figura 2.9 Digitalização do sinal analógico 47
Figura 2.10 – Janela de amostragem 48
Figura 2.11 – Amostragem de sinais contínuos 48
Figura 2.12 Janela de Hanning 50
Figura 2.13 Janela de Hamming 50
Figura 2.14 – Fluxograma para filtragem do sinal 51
CAPITULO 3
Figura 3.2 – Foto do motor utilizado, com as seguintes características: 56
WEG, modelo
Figura 3.3 Esquema geral de ligação elétrica do inversor 57
Figura 3.4 Área de contato entre AD e escova 58
Figura 3.5 – Conjunto de anéis deslizantes: a) projeto atual, b) projeto 61
inicial COSTA et al. (2013)
Figura 3.6 Detalhe da montagem do conjunto de aneis deslizantes (a) , 61
detalhe dos suportes da escova (b) forma de contato das escovas de
eletrografite (c), detalhe da posição angular de montagem para contato
entre escovas e anéis deslisantes (d).
Figura 3.7 Posicionamento das tomadas do quantum X 53
Figura 3.8 Configuração geométrica do CP 53
Figura 3.9 Dimensional da montagem da mola 66
Figura 3.10 – relação e carregamento deformação da mola 67
Figura 3.11 Representação da composição da rigidez do Simulador 67
xvi
Figura 3.12 – Análise da influência das componentes da força da mola ao 72
movimento de rotação do eixo.
Figura 3.13 Detalhe da distrbuição de carga da mola na polia). 73
Figuras 3.15 – Distribuição das componentes da força da mola 73
Figura 3.16 Posicionamento e classificação dos mancais 77
Figura 3.17 – Dimensional e condição de apoio do CP em relação a torção 78
Figura 3.18 Distribuição do carregamento e reações de apoio no CP 78
(torção e flexão) em relação ao conjunto
Figura 3.22 Avaliação da temperatura de trabalho dos principais 82
componentes
Figura 3.23 Avaliação da temperatura no entlahe 82
Figura 3.24 – Vista geral (a) e detalhe (b) do posicionamento dos 84
extensômetros
Figura 3.25 – PW para extensômetro no mancal 84
Figura 3.26 – Detalhes da geometria da raiz do entalhe agudo (a) e da 85
variação de ktsα (b) aplicado neste estudo onde ρ, D, d e é constante e h
e d variável.
Figura 3.27 Composição da aquisição do sinal de deformação sob 87
diferentes taxas de aquisição.
Figura 3.28 – Espectro de deformação no domínio do tempo até a fratura 88
do entalhe com profundidade= 2.15 mm, Aço carbono 25,084Hz, tempo
real de ruptura = 1700s.
Figura 3.29 Espectro de deformação nominal no domínio do tempo até a 88
fratura do entalhe, Aço carbono 25,084Hz, entalhe com profundidade
de 2.15 mm, tempo real de ruptura = 1700s
Figura 3.30 – Espectro de frequência versus rotação do motor produzida 90
pelo inversor de frequência
xvii
Figura 3.31 Espectro rotação versus ciclos 90
CAPÍTULO 4
Figura 4.1 Detalhe da fratura do entalhe com profundidade de 2,4mm (Aço 93
inoxidável).
Figura 4.2 Detalhe da fratura do entalhe com profundidade de 2,25mm 94
(Aço inoxidável) lado A do CP.
Figura 4.3 Detalhe da fratura do entalhe com profundidade de 2,25mm 95
(Aço inoxidável) Lado B do CP
Figura 4.4 Detalhe da fratura do entalhe com profundidade de 2,00mm 96
( Aço carbono), vista da fratura do lado A do CP.
Figura 4.5 Detalhe da fratura do entalhe com profundidade de 2,00mm 97
(Aço carbono) vista da fratura pelo Lado B do CP.
Figura 4.6 Detalhe da fratura do entalhe com profundidade de 1,90mm 98
(Aço carbono) vista da fratura pelo Lado A do CP.
Figura 4.7 Detalhe da fratura do entalhe com profundidade de 1,90mm 99
(Aço carbono) vista da fratura pelo Lado A do CP.
Figura 4.8 Fratura por torção cíclica para aço inoxidável 100
Figura 4.9 Fratura por torção cíclica para aço inoxidável (KARAAGAC et 101
al. [35]).
CAPITULO 5
Figura 5.1 Fluxograma para análise de vida pelo método (SN). 104
Figura 5.2 – Resultado final da vida teórica e real para cada CP em aço 106
carbono.
Figura 5.3 – Resultado final da vida teórica e real para cada CP em aço 106
inoxidável.
Figura 5.4 – Resultado final da vida teórica e real para cada CP em 107
alumínio.
CAPITULO 6
Figura 6.1 Influência do tensor desviador 109
xviii
CAPITULO 7
Figura 7.1 – Caminho inicial de tensãodeformação apresentado pela curva 115
cíclica, enquanto o laço de histerese subsequente é comumente
modelado expandindose esta curva por um fator igual a dois.
Figure 7.2 Matriz composta por ordenada e abcissa mostrando a relação 116
entre constantes experimentais e de compatibilidade para aço carbono
SAE1020.
Figure 7.3 Representação gráfica da relação entre a parte elástica das 117
equações de RO e CM usando constantes, determinadas de forma
independente, para várias razões de tensão biaxial.
Figure 7.4 – Representação da taxa entre parte plástica das equações de
RO e CM usando, de forma independente, determinadas constantes.
118
Esta compatibilidade não é assegurada com a componente de
deformação plástica de RO menor que a equação equivalente de CM
Figura 7.6 Curvas de tensãovida, obtidos por solução numérica da
equação (6.25), para amplitudes de tensão que variaram entre 10 e
121
1000 μs. Os parâmetros independentes (a) e compatível (b) foram
utilizados no lado direito da equação (7.1).
CAPITULO 8
Figura 8.1 Fluxograma para análise de vida pelo método (ε/N). 120
Figura 8.2 – Resultado final da vida teórica e real para cada CP em aço
121
carbono
Figura 8.3 – Resultado final da vida teórica e real para cada CP em aço
122
inoxidável.
Figura 8.4 – Resultado final da vida teórica e real para cada CP em
122
alumínio.
CAPITULO 9
Figura 9.1 – Representação gráfica da matriz Rainflow quadrada (64 x 64)
referente a um intervalo de tempo de 20s. A barra, à direita, representa
o número de ciclos. O material aplicado foi aço carbono com 126
profundidade de entalhe igual a 2.15 mm, W=25,084Hz, tempo real de
ruptura = 1700s
Figura 9.2 – Espectro de deformação no domínio do tempo até a fratura no
mancal de engaste do CP, Aço carbono 25,084Hz, entalhe 127
profundidade = 2.15 mm, tempo real de ruptura = 1700s
xix
Figura 9.3 Espectro de deformação no domínio do tempo até a fratura na
raiz do entalhe, Aço carbono 25,084Hz, entalhe prof.= 2.15 mm, 129
Tempo real de ruptura = 1700s.
Figura 9.4 – Resultado geral do Deff para cada ensaio (modelo S/N) 129
Figura 9.6 – Resultado da relação vida Nf pelo método SN e εN em
131
função da amplitude da tensão (ζm =0).
Figura 9.7 – Resultado da relação vida Nf pelo método SN e εN em
131
função da amplitude de tensão cisalhante (ζm=0).
xx
AVALIAÇÃO DE DIFERENTES MÉTODOS DE PREVISÃO DE VIDA EM FADIGA
EM EIXO COM ENTALHE CIRCUNFERENCIAL SOB CARGAS MULTIAXIAIS DE
AMPLITUDE VARIÁVEL
RESUMO
No presente trabalho se faz um estudo das previsões de vida em fadiga, de acordo com os
principais modelos atualmente em uso, para componentes com entalhes sob cargas multiaxiais
de amplitude variável. Com o objetivo de dispor de resultados experimentais próprios, foi
projetada e desenvolvida uma máquina (Simulador de carregamento Multiaxial dinâmico
SCMD) para realizar ensaios de fadiga em corpos de prova cilíndricos. O carregamento
imposto ao corpo de prova (CP), por esta máquina, tem um caráter multiaxial de amplitude
variável. Sensores ,situados na superfície do mancal de engaste do CP, permitem a leitura e
aquisição do sinal de deformação diretamente aplicado ao CP através de um sistema de anéis
deslizantes, que foram projetados, exclusivamente, para aquisição e transmissão do sinal, na
forma dinamica. Imagens do MEV, das superfícies de fratura dos corpos de prova, confirmaram
a falha por fadiga. No método da tensão nominal (MTN), para previsão de vida em fadiga, foi
utilizada a assim chamada modificação de Miner elementar à curva de referência para tensões
abaixo do limite de fadiga. No método das deformações locais (MDL), as equações
constitutivas e a relação deformaçãovida foram modificadas para incluir a multiaxialidade do
carregamento imposto pelo SCMD. No contexto deste método foi feito, também, um estudo do
erro nas previsões de vida para a condição de compatibilidade das deformações do aço
carbono SAE1020. Em todos os casos foi necessário desenvolver ou aprimorar códigos
computacionais próprios para a implementação dos modelos.Os resultados mostram que o
MTN retorna parâmetros de dano com um coeficiente de variação acima da unidade, na
maioria das vezes, indicando uma adequação conservativa. No estudo da compatibilidade ficou
demonstrado que o uso de parâmetros independentes,nas relações constitutiva, não afetam,
sensivelmente, as previsões de vida. Por ultimo, as previsões baseadas na deformação local
efetiva, método MDL, retornaram parâmetros de dano mais próximos da unidade, confirmando
as vantagens das abordagens locais para tratar de problemas de fadiga multiaxial em
componentes com entalhes agudos.
Palavrachave: Dano à fadiga; amplitude de tensão e deformação, tensão média efetiva;
método deformaçãovida, método tensão nominal, método das deformações locais, anéis
deslizantes,extensometria elétrica resitiva, parâmetros de vibração, simulador de carregamento
multiaxial.
xxi
ABSTRACT
The present work is a study of the fatigue life predictions, according to the main models
currently in use, for components with notches under multiaxial loads of variable amplitude. In
order to have own experimental results, a machine (loading dynamic simulator Multiaxial
LDSM) was designed and developed to perform fatigue tests on cylindrical specimens. The load
imposed on the specimen (SP), in this machine, has a character multiaxial variable amplitude.
Sensors, that were fixed in the crimping bearing surface of the SP, allows the reading and
acquisition of strain signal applied directly to the SP using a slip rings system, which are
designed, exclusively, for acquisition and signal transmission in a dynamic way. Images by
scanning electron microscopy (MEV), about the fracture surfaces of the specimens, confirmed
the fatigue failure. In the method of nominal stress (MNS) for predicting fatigue life, it used the
socalled Miner elementary modification to the reference curve for stresses below the fatigue
limit. In the method of local strains (MLS), the constitutive equations and strainlife relationship
have been modified to include multiaxialidade loading imposed by LDSM. In the context of this
method it was made, also, a study of mistakes in the life predictions, for the compatibility
condition of the carbon steel SAE1020 strain. In all these cases, it was necessary to develop or
improve computer code for implementing models. The results show that the MTN returns
damage parameters with a coefficient of variation above unity, in most cases, indicating a
conservative adaptation. In the compatibility of the study demonstrated that the use of
independentesnas parameters constitutive relations do not affect substantially the forecasts of
life. For Last, forecasts based on actual local strain, MLS method, returned closer damage
parameters of the unit, confirming the advantages of local approaches to deal with multiaxial
fatigue problems on components with sharp notches.
Keyword: Damage analysis for fatigue; range of stress and strain, effective medium voltage;
method strainlife, nominal voltage method, method of local deformation, slip ring , strain gage,
vibration parameters, multiaxial loading simulator.
xxii
1 INTRODUÇÃO
Fadiga é um fenômeno conhecido e estudado sistematicamente faz mais de um século.
A sua ocorrência está correlacionada com uma resposta de materiais sujeitos a forças externas
cíclicas. Isto é o caso de praticamente qualquer elemento ou estrutura mecânica submetida a
carregamento dinâmico. A pesquisa nesta área é contínua e sistemática, obtendose resultados
com uma grande quantidade de dados importantes sobre a influência da distribuição de
tensões, geometria dos corpos carregados, frequência cíclica, teoria de danos, acabamento
superficial sobre a resistência à fadiga, etc. Todos estes dados facilitam consideravelmente, o
projeto prático de análise de um ou mais elementos mecânicos. Com a evolução contínua das
pesquisas neste campo, foi possível uma investigação da natureza do processo de fadiga em
nível microscópico, o que permitiu, a partir daí, embasar uma ampla área de compreensão
sobre as mudanças irreversíveis no material devido à reprodução cíclica ao carregamento
estático ou dinâmico, levando à fadiga e fratura. Atualmente, estas duas linhas de análise estão
funcionando de forma paralela em diversas instituições de pesquisas. Isso vem ocorrendo com
objetivo, primordial, em atender às exigências constantes sobre o desempenho de qualquer
conjunto de elementos mecânicos, que produzam uma determinada função, cada vez mais
sofisticada e precisa, submetido a tensões cíclicas críticas, temperaturas elevadas, ambiente
agressivos às características do material e etc., a fim de se manter um grau de confiabilidade e
durabilidade adequada e segura.
A falha de componentes estruturais ocorre fundamentalmente por deformação
excessivamente elástica, deformação plástica, fadiga e fratura. Estas falhas podem ocorrer de
forma dúctil ou frágil quando as tensões de serviço sobrepõem valores das tensões
admissíveis, com base num determinado critério de ruptura. Em condições de fadiga, as
tensões dinâmicas admissíveis são bem menores do que aquelas em condições estáticas e
são dependentes do número de ciclos de carga a que são submetidos, entre outros fatores.
A maior parte dos componentes em engenharia está sujeito a carregamentos cíclicos de
tração/compressão e torção, ou seja, carregamentos multiaxiais. Estes carregamentos podem
ser proporcionais ou não proporcionais. Estudos atuais, que abordam a análise de fadiga e
fratura, envolvem basicamente três campos científicos primordiais: fadiga sob carregamento
multiaxial, dano estrutural e vibração. Dano estrutural descrito do ponto de vista físico
representa a descontinuidade da superfície em forma de micro trinca ou descontinuidade de
volume na forma de cavidade, LEMAITRE et al. (2000).
Na situação de fadiga de alto ciclo existem, teoricamente, duas abordagens de projeto
que podem ser utilizadas, uma delas procura determinar, para uma situação de vida infinita, a
1
resistência da peça descrita pelo máximo nível de tensões ou deformações cíclicas aplicadas.
A outra abordagem objetiva especificar, para um determinado nível de tensões e deformações
a vida do componente medida em ciclos.
No contexto de solicitação uniaxial, as teorias que suportam ambas as abordagens
citadas apresentam teorias e formulações consagradas. No entanto, como já foi dito, raras são
as situações onde componentes mecânicos sofrem solicitações em uma simples direção. Desta
forma, devese ter em mente que novas abordagens de projeto devem ser elaboradas ou
modificadas em relação às atuais para que as solicitações complexas multiaxiais sejam
consideradas, ALGABARTE R.D. (2009).
Este trabalho se concentra na análise de dano estrutural até a fratura de CP´s, que
apresentem um concentrador de tensão na forma de entalhe tipo ‗V‘, circunferencial, agudo e
profundo, sujeito a um carregamento multiaxial. Esta análise ocorre baseada em equações
específicas para análise de danos, adotando parâmetros do modelo deformação número de
cíclicos (ε/N) e tensão número de ciclos (ζ/N).
Este estudo envolve duas fases básicas: uma na forma experimental e uma na forma
analítica, a fim de serem comparadas ao final do estudo da análise de dano e fratura por fadiga
estrutural do material submetido a um carregamento multiaxial variável, abrangendo fase
elástica e plástica.
Para que se pudesse processar este estudo foi necessário, inicialmente, elaborar o
projeto e fabricação de um simulador que produzisse tal forma de carregamento multiaxial, com
intensidade e frequência controlada. Este simulador apresenta uma composição geral
configurada, basicamente, por anéis deslizantes, extensômetros elétricos resistivos, inversor de
frequência, motor, mancais, mola, um amplificador de sinal analógico/ digital, CP´s e um
software para interpretação e gravação dos sinais digitais de deformação produzidas pelos
extensômetros. Esta deformação adquirida de forma dinâmica, no domínio do tempo e da
frequência, num ponto específico e superficial do mancal de engaste do CP, até sua fratura
completa, na fase experimental, fundamentou o estudo analítico do dano à fadiga, na raiz do
entalhe.
A função do simulador é produzir torque e flexão variada de forma controlada, utilizando a
resistência de uma mola ao movimento de rotação, submetida a velocidade constante do
motor. Basicamente, este simulador permite duas formas de análise dinâmica, considerando o
posicionamento do entalhe do CP em relação aos mancais.
1. Primeira condição: considera todo o carregamento aplicado ao CP (torção e flexão)
quando seu entalhe é posicionado no vão entre os apoios do 2º gênero,
2. Segunda condição: que é aquela que, exatamente, se aplica neste estudo. Considera a
posição do entalhe do CP no vão, entre o apoio do 2º gênero e o lado de engaste do CP com o
mancal. Esta condição de apoio inibe a influência do momento fletor, na sua totalidade, sobre o
vão livre, onde se posiciona o entalhe. Assim, a condição da componente da força da mola,
2
que produz momento fletor sobre o CP e reações sobre os respectivos apoios, também não
exercem influência na condição cisalhante, permitindo avaliar, neste estudo, apenas o
predomínio da componente tangencial da força da mola proveniente da resistência da mola a
torção do CP, durante cada rotação completa da polia, originando uma condição de movimento
cíclico subamortecido forçado variável, ainda sob carregamento multiaxial.
Os CP´s, aplicados na análise do dano à fratura, foram produzidos com diferentes
materiais e profundidades de entalhe que resultaram valores de fator de concentração de
tensão muito próximos.
O procedimento bem conhecido de contagem ciclo, método Rainflow, foi aplicado sobre
uma fração representativa do sinal completo de deformação até a fratura do CP. Nesta fração
de tempo, ao se aplicar o procedimento de contagem de ciclos, foram identificados 64 classes
de amplitudes de tensão e amplitudes de tensão média. A abordagem tradicional baseada na
tensão nominal (ζn), avaliada como a ferramenta mais utilizada para os cálculos da vida a
fadiga, foi aplicada. Para a ocorrência de amplitudes de tensão acima do limite de resistência à
fadiga que tende a diminuir, foi usado o método elementar de Miner. Os resultados mostram
que a soma de dano em relação ao seu número de ciclos varia com valores médios de até 3.
Apesar do pequeno tamanho da amostra utilizada no presente trabalho (apenas 23 testes),
estes desvios significativos estão de acordo com os resultados anteriores relatados por
diferentes pesquisadores como MARCO STARKEY (1954).
Na abordagem baseada em deformação para análise de fadiga (ε/N), a condição de
tensão local deve ser estimada a partir de cargas externas. Normalmente os mesmos testes
controlados por tensão conduzidos para a determinação das curvas de tensãovida (ζ/N) são
usados na definição da curva de tensãodeformação cíclica. Apesar do fato de que as
deformações sejam as mesmas, um conjunto independente de parâmetros é usado para a
montagem de cada uma das equações aos dados experimentais. Para assegurar a
compatibilidade física necessária, entre as deformações, alguma relação explícita deve ocorrer
entre os parâmetros de cada curva. Este trabalho discute a influência que o uso de ambos os
tipos de parâmetros, independentes e compatíveis, tem sobre as curvas numéricas de tensão
de vida do aço 1020. Por curvas numéricas de tensãovida (ζ/N) que traz as amplitudes de
tensão (ζa) e as vidas que resultam da solução numérica de ambos, a deformaçãovida (ε/N) e
as relações tensãodeformação (ζ/N), para a mesma amplitude de deformação. Os efeitos do
estado de tensão também são responsáveis pelas equações de tensão vida e tensão
deformação que são modificadas de acordo com a teoria de deformação total da plasticidade e
através da introdução de um estado plano de tensão biaxial.
O principal desenvolvimento deste estudo é que, para os diferentes materiais utilizados,
tomandose como exemplo o aço SAE1020, as curvas numéricas tensãovida resultantes da
utilização de parâmetros compatíveis e independentes são indistinguíveis para o mesmo
estado de tensão. Consequentemente, não há implicações importantes sobre cálculos de
3
tempo de vida, quando a curva cíclica é estimada de forma a garantir as condições de
compatibilidade para o aço carbono, alumínio e aço inoxidável.
A organização deste trabalho se distribui em Introdução, objetivo da tese, nove capítulos,
onde se descreve desde o embasamento teórico até a discussão dos resultados, figura (1.1),
assim discriminados:
INTRODUÇÃO
OBJETIVOS DA TESE
a) Extensômetros de resistência elétrica.
CAPÍTULO 1 b) Fator de concentração de tensão.
c) Método Rainflow.
d) Aquisição e processamento de sinal
analógico.
CAPÍTULO 2 e) Digitalização do sinal analógico.
a) Componentes do conjunto.
b) Condição de apoio do CP.
c) Rugosidade do entalhe.
d) Configuração térmica do entalhe.
e) Discussão aplicada a forma de
CAPÍTULO 3 obtenção de resultados de deformação no
simulador.
f) Rugosidade do entalhe.
g) Configuração térmica do entalhe
CAPÍTULO 4 durante o ciclo de fadiga.
h) discussão aplicada a forma de
obtenção de resultados de deformação do
simulador.
CAPÍTULO 5 a) Fluxograma para análise de dano
segundo a condição S/N
b) Resultado experimental e analítico
CAPÍTULO 6 somente na condição de deformação
elástica, (S/N).
CONFIGURAÇÃO TÉRMICA DO ENTALHE DURANTE O
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 9
CONCLUSÕES
Figura 1.1 Fluxograma da estrutura do contexto deste trabalho.
4
A partir da figura (1.1) fazse um resumo do conteúdo dos capítulos:
a) Capítulo 1 Neste capítulo se descreve a evolução do estado da arte em relação ao estudo
da análise de dano, envolvendo diversas proposições com relação a influência da amplitude
da tensão média utilizando a equação básica de CM ajustandoa em consequência da variação
da tensão e de um carregamento multiaxial .
b) Capítulo 2 Neste capítulo se faz uma revisão bibliográfica da teoria a ser aplicada neste
estudo, abrangendo os seguintes assuntos técnicos descrito em literatura científica específica
para cada assunto: extensômetros de resistência elétrica, fator de concentração de tensão,
métodos de cálculo de fadiga, método Rainflow para contagem de ciclos, aquisição e
processamento de sinal, digitalização de um sinal analógico.
c) Capítulo 3 – Nesta fase se apresenta os métodos e materiais aplicados a este estudo tanto
na parte de equipamentos projetados e construídos para este fim, como equipamentos
adicionados para controle e rotação. Apresenta, também, a forma de aquisição, filtragem e
interpretação do sinal de deformação. Este capítulo apresenta 14 subitens de discussão e
informação
d) Capítulo 4 – Nesta fase se faz uma análise das fraturas obtidas dos CP´s. Esta análise tem
por objetivo avaliar a influência do carregamento aplicado e suas consequências sobre a
fratura, caracterizando e confirmando, especificamente, a forma de fratura por fadiga
e) Capítulo 5 – Nesta fase utilizase uma metodologia de análise à fadiga, relacionada com
ζ/N, associada ao dano. Definese um fluxograma do programa a ser desenvolvido em
linguagem do Matlab. A partir deste programa obtêmse resultados específicos para serem
correlacionados com o resultado experimental. Nesta fase de análise a deformação é
considerada somente na fase elástica.
f) Capítulo 6 – Nesta capítulo, utilizandose as relações deformaçãovida (segundo equações
de CM e RO) definese uma equação especifica de deformaçãovida, utilizando parâmetros do
material corrigidos, para ser aplicada neste trabalho, devido a forma de carregamento
aplicado.
g) Capítulo 7 – Fazse uma análise da influência da correção dos parâmetros, utilizados na
composição da equação constitutiva, na vida teórica do CP, em relação aos parâmetros
convencionais utilizados nas equações já consagradas pela literatura técnica para
carregamento uniaxial.
h) Capítulo 8 – Neste capítulo, como no capítulo 5, é definido um fluxograma de um programa
específico, a ser delineado em linguagem do Matlab, para relacionar a formação elástica
plástico ao dano. Nesta fase, considerase a deformação elastica_plástica embora, a
deformação adquirida seja adquirida por deformação na fase elástica.
i) Capítulo 9 neste capítulo se faz uma discussão em relação aos resultados encontrados
pelos métodos aplicados e o resultado experimental. Essa discussão permite estabelecer a
conclusão final do trabalho.
5
2 OBJETIVO DA TESE
Esta pesquisa se embasa na continuidade das propostas de diversos autores em relação
à forma de análise de dano a fadiga sob carregamento multiaxial. A análise experimental de
engenharia referese às aplicações onde a medição fornecida por algum instrumento tem uso
destinado a uma análise pósmedição, para determinação de algum parâmetro, modelo e/ou
validação do mesmo, DOEBLING (1990). O dano por fadiga aumenta com ciclos de carga
aplicados de forma cumulativa. A análise de danos por fadiga acumulada desempenha um
papel fundamental na previsão da vida dos componentes e estruturas sujeitas ao histórico de
carga. Desde a introdução de conceito de acúmulo de dano por Palmgren e a regra de danos
linear por Miner, o tratamento de danos por fadiga acumulada recebe cada vez mais atenção.
Como resultado, muitos modelos de dano vêm sendo desenvolvidos. As teorias sobre danos
por fadiga acumulada vêm sendo revistas por vários pesquisadores, desde o final dos anos
1970. O artigo de YANG L. et al. (1997) oferece uma análise abrangente das teorias de dano à
fadiga cumulativa para metais e suas ligas, enfatizando as abordagens desenvolvidas entre os
anos 1970 ao início dos anos 1990. Essas teorias são agrupadas em seis categorias: regra de
danos linear; curva de danos nãolinear e de linearização de dois estágios considerando
abordagem pelo método de modificação da curva de vida. Estas abordagens são baseadas em
conceitos de crescimento de trinca. As considerações estabelecidas nestes artigos norteiam o
objetivo básico de análise deste estudo em avaliar diferentes métodos de previsão de vida em
fadiga, em eixo com entalhe circunferencial, sob cargas multiaxiais de amplitude variável. Este
objetivo principal exige uma subdivisão do procedimento, em várias etapas, para o processo de
análise, organizadas na seguinte forma:
1. Avaliar as previsões de vida em fadiga utilizando modelos teóricos baseados nas tensões
e nas deformações, mediante comparação com resultados experimentais. A fase experimental
estabelece as deformações em relação ao tempo, em um ponto específico e superficial. A
utilização de um forçamento para o movimento de rotação define uma forma de carregamento
multiaxial variável em função do tempo.
2. Projetar e construir um simulador de carregamento multiaxial onde se possam produzir
testes de fadiga multiaxial, figura (1.1), considerando a técnica de monitoramento direto das
deformações do CP com a utilização de extensômetros elétricos resistivos, fixados diretamente
na superfície do mancal de engaste do CP, cujas deformações pontuais determinem a
condição do conjunto de esforços dinâmicos no ponto de concentração de tensão (entalhe em
V) através da aquisição de sinal analógico das deformações dos extensômetros.
3. Para a condição dinâmica de aquisição de dados é projetado, fabricado e empregado,
neste estudo, um conjunto de anéis deslizantes, como forma de contato elétrico dinâmico. Esta
forma de contato permite a transmissão e recepção do sinal elétrico aplicado aos extensômetro
através de uma PW. Esta forma de contato elétrico rotativo, do simulador, permite o
6
monitoramento contínuo das deformações elásticas produzidas nos CP´s. Estas deformações,
representadas por sinal analógico através da PW, são amplificadas e transformadas em sinal
digital através da utilização de um condicionador de sinal. Estes sinais digitais são gravados e
traduzidos por um software. Este conjunto de elementos é aplicado com objetivo de se obter
informações de deformação, fundamentais ao estudo, relacionadas com o processo de dano
por fadiga avaliado através de um gráfico de tensão variável quando aplicado a um
procedimento de contagem de ciclo pelo método Rainflow para a determinação da tensão
equivalente máxima, média e o número de ciclos
Figura 2.1 Conjunto geral do simulador de carregamento multiaxial para análise de fadiga
4. Fazer um estudo do erro da previsão de vida para condição de compatibilidade entre as
deformações para aço, na utilização das condições de compatibilidade das deformações, entre
as equações de RamgbergOsgood e Coffin Manson nas previsões de vida em fadiga,
5. Utilizar a teoria da deformação total, para incluir os efeitos da multiaxialidade nas
relações constitutivas e nas equações deformação vida,
6. Testar a precisão da abordagem tensão nominal para a previsão do tempo de vida,
considerando a amplitude de tensão completamente reversa e abaixo do limite de fadiga,
utilizando uma modificação elementar de Miner.
7. Testar a precisão da abordagem deformação nominal baseada numa equação única para
laços de histereses na previsão do tempo de vida, considerando a amplitude de tensão
completamente reversa e abaixo do limite de fadiga, utilizando uma modificação elementar de
Miner e a relação de CoffinManson para relacionar a amplitude das deformações com a vida a
fadiga.
8. Na análise de danos, utilizar o critério ou método que transforme as amplitudes de tensão
variáveis, produzidas por carregamento multiaxial, através do simulador que produz amplitudes
de tensões multiaxiais simples com tensões médias variáveis ao longo do tempo, por uma
amplitude de tensões alternadas equivalentes completamente reversa, representativas de
7
carregamento uniaxial variado, considerando a influência da tensão média. È a regra de
PALMGREN MINER ou acúmulo de dano linear para análise de danos. Aplicar o método
Rainflow para contagem de eventos causadores de dano por fadiga.
A partir das etapas acima descritas (1 a 8), podese,., agora, organizar o objetivo da tese
estabelecendo as seguintes fases para o seu desenvolvimento físico experimental, figura (1),
assim como a metodologia teórica empregada na obtenção dos resultados de dano, figura (2).
Objetivo principal é avaliação de diferentes métodos de previsão de vida em fadiga,
em eixo com entalhe circunferencial, sob cargas multiaxiais de amplitude variável.
Este objetivo principal deve ser realizado através da aquisição de deformações
produzidas num ponto superficial do mancal de fixação do CP e transformadas em
deformações nominais utilizandose o diâmetro da raiz do entalhe do CP.
Os CP‘s devem ser produzidos com entalhes agudos e profundos para cada material.
Será feita a avalição em três tipos de material (alumínio, aço carbono e aço inox).
A profundidade dos entalhes ficará delimitada entre 1,95 mm, mínimo e 2,45mm
máximo, mantendo sempre o mesmo ângulo de abertura.
Na aquisição das deformações específicas superficiais do mancal devem ser
utilizados extensômetros elétricos resistivos.
A transmissão e recepção do sinal elétrico dos extensômetros ocorrem através de
anéis deslizantes. Esta condição determina a necessidade de um projeto e
fabricação específica de um conjunto de AD’s.
As deformações devem ser produzidas devido à influência de um carregamento
multiaxial proporcional. Esta condição estabelece a necessidade fundamental de
realizar um projeto e construção de um simulador para carregamento multiaxial
onde se possa aplicar um conjunto de anéis deslizantes e extensômetros elétricos, na
estrutura do mancal de fixação dos CP´s. Este simulador deverá impor aos CP´s a
forma e carregamento exigido, de forma variável, porém controlada para diferentes
frequências de rotação, definindo a aplicação de um inversor de frequência ao
simulador.
Figura 2.2 Fluxograma geral da ordem de desenvolvimento deste trabalho
8
A metodologia de análise ocorre da aquisição de sinal de deformação específica, em
função do tempo, na forma experimental, até fratura do CP.
De cada gráfico de deformação adquirida, em função do tempo, é definida uma fração
deste tempo total, que se torna uma fração representativa do sinal de amostragem. Esta
fração ação é produzida em cada CP analisado.
.
As tensões nominais do mancal de engaste, obtidas desta fração de amostragem das
deformações específicas, são transformadas em tensões nominais locais, baseadas no
diâmetro do entalhe, em função do tempo.
Nas tensões nominais locais variáveis ao longo do tempo é aplicado um método de
contagem de ciclos (Método Rainflow) que transforme estas tensões variáveis no tempo
em amplitudes de tensões nominas máximas, tensões medias e número de ciclos.
Estas amplitudes de tensões, após aplicado um fator de concentração de tensão, devem
ser transformadas em amplitudes de tensões equivalente completamente reversível a fim
de correlacionar,
teoricamente, amplitudes de tensão variável com ζ m≠0 em amplitudes
de tensão completamente reversa com ζm=0.
A partir destas amplitudes de tensão completamente reversas aplicamse duas formas de
metodologia de análise de danos à fadiga sob carregamento uniaxial (ζ/N e ε/N) com
ζm=0. Estas metodologias são utilizadas e processadas através de uma linguagem
computacional, desenvolvida neste trabalho, para cada modelo.
9
CAPITULO 1 ESTADO DA ARTE
No contexto de solicitação uniaxial, as teorias que suportam ambas as abordagens
citadas apresentam teorias e formulações consagradas. No entanto, raras são as situações
onde os componentes mecânicos sofrem solicitações em uma só direção. Desta forma, devem
ser elaboradas novas abordagens de projeto ou modificadas as atuais para que solicitações
complexas multiaxiais sejam consideradas, ALGABARTE (2009).
Numa abordagem simplificada de análise, é possível estabelecer quatro modelos básicos
de análise de vida em fadiga, conforme tabela (1.1). No entanto, todos estes modelos
apresentam aplicabilidade real em áreas específicas.
Tabela 1.1 Métodos de análise à fadiga
Método Projeto Aplicação
Para vida infinita Critério antigo, poco econômico,
Fadiga de alto ciclo aplicado com tensões e
Tensão/ vida nominal
(FAC) deformações no limite elástico
(S/N).
Para vida segura
Método deformação local / vida
Deformação local / vida Fadiga de baixo ciclo
(ε/N);
(FBC)
Método aplicado à análise de
fadiga por crescimento de trinca
Fadiga por crescimento de (da/dn∆k), para um número de
Falência da vida segura
trinca ciclos com crescimento da trinca
de um dado comprimento inicial
até a fratura
Combinação do segundo e
Projeto de tolerância de dano
terceiro método
Registros de estudo da fadiga em carregamentos uniaxiais começaram a partir do século
XIX, durante os anos 1850 e 1860, na Alemanha. Neste período, August Wöhler efetuou vários
ensaios em relação à fadiga, com tensões repetidas. Estes ensaios tiveram como principal
objetivo tentar compreender as falhas que aconteciam nos eixos de comboios ferroviários e
foram considerados os primeiros ensaios de fadiga. Wöhler mostrou como a vida à fadiga
diminuía com o aumento da gama de tensões até certo limite de amplitude de tensão aplicada
aos CP´s. A maior parte dos CP´s não fraturava, para isso se usou diagramas TensãoVida (S
N). Assim, Wöhler introduziu pela primeira vez o conceito de diagrama SN para limite de
fadiga. Concluiu ainda que para o estudo da fadiga o que era importante era uma gama de
tensões e não a tensão máxima, STEPHENS et al. (2001).
10
Estes estudos definiram que se o número de ciclos do carregamento for elevado, na
ordem de milhões, estamos perante um carregamento de fadiga de elevado número de ciclos
(FAC), que está associada às deformações relativamente pequenas que são essencialmente
elásticas. Por outro lado, se o número de ciclos do carregamento for reduzido, cerca de
dezenas, centenas, ou milhares de ciclos, estamos na presença de um carregamento de fadiga
de reduzido número de ciclos, ou fadiga oligocíclica (FBC), que é geralmente acompanhada
por uma quantidade significativa de deformação plástica.
Entre os anos de 1870 e 1890, vários pesquisadores intensificaram o conceito de
Wöhler. Destacase o pesquisador Gerber, que investigou a influência da tensão média e
Goodman, que propôs uma teoria simplificada a respeito das tensões médias. Em 1886, Lanza
abordou o problema dos carregamentos cíclicos combinados, observados na prática, numa
tentativa de transformalos em carregamentos ―equivalentes‖. Efetuou, para isso, vários testes
de carregamentos combinados de flexão em fase com torção apontando para a necessidade
de mais investigação, GARUD (1981).
Há mais de meio século o problema da fadiga multiaxial tem sido objeto de estudo, por
parte de muitos pesquisadores, com o objetivo de determinar métodos mais precisos e
confiáveis a ser aplicados na previsão de vida à fadiga na presença de estados complexos de
tensão. NIESLONY et al. (2015) discutem em seu artigo que na determinação de vida de
fadiga têm sido utilizados alguns critérios selecionados para falha por fadiga multiaxial. O foco
principal do seu trabalho é definido com a comparação entre o método de contagem de ciclo
(Rainflow) e o método espectral. O método de contagem de ciclo procede no domínio do tempo
e método espectral, os cálculos procedem no domínio da frequência. No método de contagem
de ciclos a maneira de determinar a distribuição da amplitude de força ou tensão utiliza
algoritmos especializados que analisam a evolução temporal dos cursos de deformação ou
tensão. No entanto, no método espectral os parâmetros da distribuição de amplitude são
estimados, assim como os fatores de correção que levam em conta o impacto do espectro de
largura de frequência. Um algoritmo utilizado para calcular a resistência à fadiga, no domínio
do tempo, bem como no domínio da frequência foi introduzido. O algoritmo proposto foi
verificado com base em testes de fadiga de CP´s, na forma cruciforme, feitos para o aço
S355J2WP. A definição de deformação equivalente (ε eq(t)) esta condicionada a contagem de
ciclos utilizado no algoritmo do método Rainflow. O tempo resultante final, Trf, pelo método
descrito por Coffin MansonBasquim para vida em fadiga, considerando a hipótese de dano
acumulado, de acordo com a regra de PalmgrenMiner esta representado na equação (1.1)
N i
Trf To f
(1.1)
n
i
Onde: Trf = tempo resultante final,T0= tempo de observação, ni= número de ciclos com
amplitude εai e Nfi=número de ciclos calculados
11
Para abordagem de tempo de vida, no método espectral para análise de dano
acumulado, aplicase a equação (1.2).
T 1
sp = p( a ) (1.2)
+
M d(ε a )
0 Nf ( a )
Ao se considerar a influência do cisalhamento no estudo de vida a fadiga, levandose
em conta as deformações , destacamos, da literatura técnica, o estudo produzido por
SANCHEZ (2000), que estabelece considerações em relação as equações de Cauchy
aplicadas na análise de deformações no referencial cartesiano no estado indeformado. Onde o
tensor de deformação εij referenciado a outro sistema coordenado e rotacionado segue a lei de
transformações de tensores de 2ª ordem, equação (1.3), a partir da deformação octaédrica
normal obtémse a distorção octaédrica, equação (1.4), em função das deformações principais.
Considerando os planos octaédricos, que dão origem a tensão normal e tangencial e que
possuem a mesma inclinação em relação à direção das tensões principais permite representar
a tensão normal em temos das tensões principais, equação (1.5), que define a tensão
hidrostática. Esta tensão hidrostática é constante para as oito faces do octaedro e permite
escrever a tensão cisalhante octaédrica, equação (1.6)
12
ij lik l jk lkl (1.3)
ε1 - ε 2 + ε3 - ε1
2 2 2
1 + ε -ε
oct = 2 3 (1.4)
3
ζ1 + ζ 2 + ζ3
1
ζ =ζ =
oct h 3
(1.5)
ζ1 - ζ2 + ζ3 - ζ1
1 2 2 2
oct = 3 + ζ
2
-ζ
3 (1.6)
Os termos defasado e em fase são usados para descrever casos especiais de
carregamento envolvendo histórias periódicas como ondas com forma triangular ou senoidal.
Carregamentos desfasados combinados (tensão/compressão–torção) serão sempre não
proporcionais; carregamentos em fase serão sempre proporcionais. Em relação a
carregamentos biaxiais (tensão/tensão), na ausência de cisalhamento, serão sempre
proporcionais, SOCIE et al. (1979). A proporcionalidade ou não proporcionalidade de um
carregamento pode ser visualizada através de uma representação da história do espaço de
tensões, em que num dos eixos está se representando a tensão normal e noutro a tensão de
cisalhamento. Se a trajetória da carga for um ponto ou uma linha reta então o carregamento é
proporcional, caso contrário é não proporcional, CABRITA A. J. G. R. (2009).
Outra dificuldade aparece na contagem dos ciclos. Em carregamentos uniaxiais, existem
as técnicas Rainflow que estão completamente desenvolvidas e que identificam
satisfatoriamente ciclos em histórias de cargas multiaxiais simples.
Por fim outro problema que se levanta diz respeito à interpretação dos parâmetros de
dano multiaxial. Alguns modelos têm sido desenvolvidos apenas para carregamentos
proporcionais ou carregamentos não proporcionais simples e assim não é aplicável ao
carregamento multiaxial complexo. GLINKA et al. (2014), em seu estudo, abordam
componentes com entalhe sob carregamentos multiaxiais complexos, onde tensões principais
giram e mudam de forma não proporcional das suas magnitudes durante um ciclo de
carregamento. Estes entalhes, de forma geral, produzem irregularidades geométricas por
causa do requisito de projeto. Estas descontinuidades geométricas provocam concentrações
de tensões significativas. Cargas multiaxiais resultam em respostas complexas de tensão e
deformação na área do entalhe originando uma falha por fadiga, mesmo sem qualquer aviso de
deformação plástica perceptível. Por isso, uma metodologia de análise de fadiga computacional
inovadora foi proposta para análise de vida à fadiga multiaxial de componentes entalhados
utilizando um método analítico e numérico. A metodologia de análise de fadiga multiaxial
proposta consiste de um modelo de tensão elásticoplástico e de um parâmetro de dano por
13
fadiga multiaxial. Resultados calculados pela metodologia proposta são comparados com
conjuntos de dados experimentais publicados para verificar a capacidade de previsão do
modelo elástico de tensãodeformação plástica e o parâmetro de danos por fadiga. Uma
comparação dos resultados da análise e dados experimentais mostra que o modelo de tensão
deformação elásticoplástica multiaxial se correlaciona bem com dados experimental para SAE
1070, barras de aço entalhado submetido a carregamento nãoproporcional. O parâmetro dano
por fadiga proposto, se correlaciona bem com dados de fadiga para o aço 1045 e Inconel 718
aplicados a CP´s tubulares sob cargas proporcionais e nãoproporcionais. Finalmente, a
completa metodologia de análise incorpora o modelo de tensãodeformação elásticoplástica
com o parâmetro dano por fadiga multiaxial.
Admitese a condição de dano por fadiga no material desde um principio de trinca, que
representa uma deformação plástica local até uma fratura completa do Cp, considerando uma
forma súbita de dano. Os diferentes mateias utilizados neste trabalho apresentam diferentes
comportamentos na condição de deformação plástica e sua forma de fratura apresenta
particularidades, muito bem classificadas quando o material é submetido a carregamento
uniaxial. A fratura frágil ocorre sem deformação considerável baseado numa rápida propagação
da trinca, cuja direção do movimento de propagação é teoricamente, perpendicular à direção
da tensão de tração aplicada, produzindo uma superfície de fratura relativamente plana. Na
maioria dos materiais cristalinos frágeis, a propagação da trinca corresponde à quebra
sucessiva e repetida de ligações atômicas ao longo de planos cristalográficos específicos,
processo conhecido como clivagem. Este tipo de fratura é chamado de transgranular ou
transcristalina, uma vez que as trincas da fratura passam através dos grãos.
Macroscopicamente, a superfície de fratura pode ter uma textura granulada ou facetada, como
resultado de mudanças na orientação dos planos de clivagem de um grão para outro grão
como, por exemplo, num processo de transição dúctil frágil, onde um material de característica
dúctil se rompe numa fratura frágil. Em algumas ligas, a propagação de trincas se dá ao longo
dos contornos dos grãos em decorrência de processos que enfraquecem ou fragilizam estas
regiões.
A fratura dúctil é quase sempre preferível à frágil por dois motivos. A fratura frágil ocorre
repentinamente e catastroficamente, sem qualquer aviso, como consequência espontânea e
rápida da propagação da trinca enquanto que, na fratura dúctil, a presença de deformação
plástica destaca uma condição de fratura iminente, permitindo que medidas preventivas
possam ser tomadas. Mais energia de deformação é exigida para induzir uma fratura dúctil,
posto que materiais dúcteis sejam geralmente mais tenazes (onde a fratura é precedida pelo
consumo de quantidades de energia relativamente grandes).
Os materiais dúcteis exibem tipicamente uma deformação plástica com grande absorção
de energia antes da ocorrência da fratura, enquanto que, por outro lado, existe normalmente
pouca ou nenhuma deformação plástica, com baixa absorção de energia, acompanhando uma
14
fratura frágil. A ductilidade pode ser quantificada em termos de alongamento percentual e da
redução de área percentual, sendo ainda função da temperatura do material, da taxa de
deformação e do estado de tensão. Qualquer processo de fratura, em resposta à imposição de
uma tensão, envolve duas etapas: a formação de descontinuidades ou defeitos e sua
propagação, sendo que a modalidade de fratura é altamente dependente do mecanismo de
propagação da trinca.
No caso de carregamento multiaxial, estas condições do comportamento do material
fraturado, sob efeito das deformações plásticas localizadas, que propagam trincas em sítios de
nucleação influenciando a resistência do material ao carregamento aplicado, apresentam
peculiaridades de deformação estrutural que serão colocadas no capítulo 4 deste trabalho.
O tema de fadiga no regime elástico é introduzido considerandose um espectro de
carregamento uniaxial em que sua variação de amplitude ocorra de forma constante. A
determinação da amplitude de tensão constante é baseado no modelo clássico de Walker,
APETRE et al. (2015), figura (1.1) , equações (1.7) a (1.12).
ζ ou ε
ζa ou εa
ζmax ou εmax
ζa ou εa ∆ζa ou ∆εa
ζm ou εm
ζmin ou εmin Tempo
Figura 1.1 Determinação da caracterização cíclica de carregamento ζm/εm ≠ zero.
(1.7)
ζ max + ζ
ζm = min
2
ζ
ζm =
max . 1+ R
(1.8)
2
ζ max - ζ
ζa = min
(1.9)
2
15
ζa =
ζ
max
. 1- R
(1.10)
2
ζ
min
R = (1.11)
ζ
max
ζa
A=
ζ (1.12)
m
Onde: ∆ζa = variação da amplitude de tensão, ζa = amplitude de tensão ou tensão
alternada, ζm= tensão média, ζmax=tensão máxima, ζmin=tensão mínima, R = razão entre
tensão, A = razão de amplitude.
O modelo SN caracteriza a chamada fadiga policíclica onde é controlada por tensões
elásticas quando se refere a materiais metálicos. No caso particular do alumínio, que não
compartilha da classe de metal, ocorre a existência de uma condição particular envolvendo
tensões elásticas e plásticas, muito embora seja representado na curva de Wöhler, figura (1.2).
Para ensaios de fadiga uniaxial considerase a equação linearizada de Basquim.
b (1.13)
ζa = f '.(2.N f )
Onde ζf‘ =coeficiente de resistência à fadiga e b é o expoente de resistência à fadiga ou
expoente de Basquim. Os parâmetros ζf‘ e b são obtidos através de ensaios uniaxiais de CP´s
sem entalhe.
A curva ou Diagrama S/N para fratura do material também designada como curva de
Wöhler é um modo convencional de se apresentar resultados de fadiga. Consiste num gráfico
cuja ordenada representa a amplitude de tensão alternada (ζa) e a abcissa o número de ciclos
(Nf) até a fratura.
16
ζ
ζa Nf aço ζ
ζm
Nal ζ
Naço N
Nf al
ζa aço
a
Aço
Ciclo de tensões
ζa alm
Alumínio
104 105 106 107 108
Vida finita Basquim, equação (1.13) Vida infinita
ζf
Figura 1.2 – Curva SN de Wohler, para materiais sob condições constantes de carregamento.
Para análise de vidas curtas e altas tensões envolvidas o modelo adotado deve envolver
deformações plásticas indicando uma análise baseada por deformação εN. A abordagem
deformação vida (εN) é considerada em componentes mecânicos que apresentem regiões
criticas de concentração de tensão, como entalhes, quando o nível de carregamento aplicado é
baixo há uma relação entre deformação e tensão. No entanto, para carregamentos elevados ou
para fadiga de baixo ciclo a relação tensão/deformação e o comportamento do material é mais
bem caracterizado, baseado no controle da deformação e assim se incluem deformações
plásticas.
A relação da variação de tensão (∆ζ) e da deformação (∆ε) produz um laço de histerese
que pode ser representado respectivamente pela amplitude de tensão (ζa) e amplitude de
deformação (εa).
a = e a (1.15)
2 2
Na fadiga oligocíclica, fadiga de baixo ciclo, fazse a estimativa de vida em função da
amplitude de deformação plástica (∆ε p) cuja equação básica para relacionar com número de
ciclos para ruptura do material foi proposta por CoffinManson, equação (1.16)
17
c
p = f ' 2 N f (1.16)
A deformação total (elásticoplástica) é representada pela equação geral (1.17).
Δε = Δε e + Δε p (1.17)
Em termos de amplitude podese representar a equação geral de deformação por
Δε Δε e Δεp
= + (1.18)
2 2 2
CoffinManson realizaram estudos no sentido de relacionar a amplitude de deformação
plástica (∆εp) com a variação da deformação (ε ap) e a vida do componente (Nf) representada
por uma função linearizada, equação (1.19), figura (1.3).
Δε p
= ε a = ε' (2N )c (1.19)
2 p f f
ζ'
Δε
ε a = = f (2N ) b + ε' (2N )c (1.20)
2 E f f f
Figura 1.3 – Laço de histerese formados pela variação cíclica das tensões e deformações
18
variação da deformação total (∆εa) menor a parcela da variação da deformação elástica (∆ε e).
Morrow na década de 60 propôs modificar o termo elástico da equação (1.17), deformaçãovida,
introduzindo a influência da tensão média, equação (1.21), conhecida como equação modificada
de Morrow.
Δεζ' - ζ m b m bc
εa = = f (2N ) + ε' (1 ) .(2Nf )c (1.21)
2 E f f 'f
Similarmente, Walker propôs uma nova relação, acrescentando um novo parâmetro para
constante do material ou parâmetro de Walker (Ɣw), equação (1.18). Quando Ɣw=0,5 obtémse a
equação de Morrow,
c (1 γ w )
Δε ζ' 1 R (1γ ) 1 R
εa = = f ( ) w .(2Nf ) b + ε'f ( ) b .(2Nf )c (1.22)
2 E 2 2
De forma geral, o parâmetro de Walker (γw) pode ser estimado entre 0,5 e 0,65 para
alumínio e suas ligas, 0,4 para aço com ζu baixo e 0,8 para aço com ζu alto, cuja formulação
básica de ɣ pode ser considerada conforme a equação (1.23).
Na década e setenta, Smith, Watsom e Topper propuseram um novo modelo para
quantificar o efeito da tensão média, equação (1.15). No entanto, esta condição na
interpretação física se torna indefinida quando ζmax< 0. Esta interpretação assume que não há
dano quando a tensão média for negativa.
ζ'f
2
Δε (1.24)
ζ max .ε a = ζ max = (2N ) 2b + ζ' ε' (2N ) b+c
2 E f f f f
1
1 R 2 ζ'f (1.25)
ε a = (2N )b + ε' (2N )c
f f f
2 E
O fenômeno de fadiga em metais tem inicio com aplicação de carregamento cíclico e o
aparecimento de micro deformações plástica no material representado por deslizamentos de
bandas preferenciais. Este mecanismo pode ser classificado em três estágios: 1º estágio de
nucleação e crescimento de trinca, evoluindo para macro trincas, 2º estágio propagação de
19
macro trincas até tamanho crítico, 3º estágio propagação final de macro trincas levando a
ruptura total. E assim se estabelece a hipótese de dano isotrópico (Dn) apresentando o
seguinte limite segundo LEMAITRE et al. (2000):
Dn=0=D Corresponde a condição de material integro,
Dn=1 =D Corresponde a condição de fratura completa do material
0<Dn<1 Caracteriza estado de dano
Os efeitos cumulativos lineares e não lineares são de grande interesse em fadiga, A regra
estabelecida por Palmgreen–Miner é baseada no acúmulo de dano linear, equação (1.26).
n
i = 1 (1.26)
i
Nf
Dano com evolução não linear com acumulo linear e não linear pode ser
representado segundo figura (1.4)
1 1
N2/Nf2
N1/Nf1 N2/Nf2 N1/Nf1
ζ2 ζ2
D1 D2
D1
ζ1 ζ1
1
(a) (b)
Figura 1.4 – Curva de dano em relação à variação cíclica de carregamento (a) linear, b) não
linear, FORSYTH (1982).
Onde Ni = número de ciclos aplicados a certo carregamento para o qual o número de
ciclos para fratura é representado por Nfi
Segundo ALGABARTE (2009), a abordagem de deformação vida se mostra mais
adequada, para estudo de fadiga, quando a deformação plástica envolvida é da mesma
magnitude da deformação total. Neste contexto a parcela predominante é plástica. No contexto
uniaxial CoffinManson observaram que a relação entre amplitude plástica e a vida Nf tem
formato similar a curva de Basquim, equação (1.27).
β' (1.27)
ε = εp = α'N
f
20
Onde α‘ e β‘ são parâmetros do material.
Neste contexto, Manson observou que ao longo de vidas crescentes a influência da
deformação plástica na deformação total decresce, passando a sua importância na deformação
elástica, equação (1.28), figura (1.5).
ε = ε e + εp
A'
ε = εe = N b' (1.28)
B' f
Δε/2
εf‘
Δζ
Δε/2=(Δεe+Δεp)/2
Δε
Δεp/2
b
1
1
ζf‘/E
c Δεe/2
1e3 1e4 2Nf 1e5
1e6 1e7
2Nf (ciclos)
Figura 1.5 – Curva de amplitude de deformação total Δε versus vida 2N f (carregamento
reverso é igual ao carregamento alternado com ζm=0).
Como proposta final se firma para vida finita, o seguinte modelo proposto, na equação
(1.29)
21
NIHEI et al. (1986) em seu artigo, analisam a capacidade e precisão de vários
parâmetros de dano para prever o efeito da tensão média sobre a resistência à fadiga, em
amostras sem entalhes, avaliadas com base nos resultados de ensaios de fadiga controladas
por tensão com e sem tensão média e deformação média. Combinando as duas propostas da
literatura e um parâmetro de danos ( Pab,Pac...Pae) melhorado são apresentadas oito equações
de dano em seu artigo. Neste trabalho, apresentamse quatro delas e destacamse duas das
quatro apresentada, equações (1.30) e (1.31), para carregamento completamente reverso
ciclicamente, segundo a equação de CoffinManson para deformação curva de vida.
ζa
ζm
1 ζ '
f + ε ε = ζ f ' 2N b + ε '(2N )c
Pab =
E
p ar E f f f
ζ a2 2 ζ ' b
Pac =
2
1+ n'
ζaεa +
2E
ε
ar
= ζ f '(2Nf )b f f
ε '(2N )c + f 2N
f
(1.30)
1+ n' 2E
1 n' 1 n'
Pad = Δζa Δεp ε =4 ζ 'ε '(2N )b+c
1+ n' ar 1+ n' f f f
2
ζ '
2,9 3,72 2, 5 b 10
22
c
f ' 1 m m b
2N f ' f
b c (1.32)
a f ' 1 2N
E 2 f
c 1 γ w
f ' 1 R 1 γ
R
2N f 2N
w
b b c
a f ' 1 f (1.33)
E 2 2
γw 0, 0002 u 0,8818
(1.34)
Onde: ζu é o limite de resistência a tração.
FATEMI et al. (1991) propuseram, em seu artigo, os efeitos da tensão média sobre o
comportamento a fadiga dos aços carbono endurecido. Esta análise considera o efeito da
tensão média sobre a deformação cíclica e vida em fadiga sob carregamento uniaxial
apresentando a equação de Smith Watson Topper para fadiga de baixo ciclo.
b + c
2b
ε .ζ .E = ε a + ε a = ζ '2 2N + ζ 'ε '(2N ) (1.35)
a max e p f f f f f
ζmax = ζ a + ζm
DOWNLING et al. (2007) e (2009), em seus estudos já aplica o efeito da variação da
tensão média (∆ζm ≠ zero) no efeito do dano estrutural em fadiga, equações (1.10) a (1.12).
Considerando um carregamento cíclico padrão, figura (1.1), esta tensão é a média entre os
valores máximos de tensão máxima. e mínima. A tensão média está diretamente relacionada
com o tipo de carregamento que, de uma forma geral, pode ser: Alternado, quando a tensão
média é nula; Pulsante, quando a tensão média é diferente de zero e a tensão mínima é zero;
flutuante, quando a tensão média é diferente de zero e a tensão mínima é maior do que zero.
As tensões médias influenciam na vida em fadiga, pois alteram significativamente o tipo de
carregamento. Por exemplo, quando uma componente de tensão média de tração é somada à
componente alternada, o material apresenta falhas com tensões alternadas inferiores às
ocorridas sob um carregamento puramente alternado, NORTON (2013),
De acordo com a equação (1.11) e tabela (1.2), quando a razão R = 0 (razão entre tensão
ζmin e ζmax), indica uma condição de tensão pulsante, quando R= 1, indica uma condição de
tensão alternada e quando 0 ≤ R ≤ 1 indica que as tensões máxima e mínima têm o mesmo
sinal.
Tabela 1.2 – Representação do comportamento da amplitude de tensão média ζm.
ζ ζ ζ
ζm
ζm ζm
23
A equação (1.13) determina vida à fadiga, para inicio de trinca, com carregamento
uniaxial. No entanto, a tensão média irá afetar também a vida em fadiga, por meio de um
gráfico formado por uma série de curvas SN, assim o aumento do nível médio leva a
diminuição da vida em fadiga, figura (1.6), equação (1.36).
Nf
Figura 1.6 Influência da tensão média, ζm, sobre o comportamento da curva s –N.
Onde :Nf define o número de ciclos necessários para causar a falha em função de uma
amplitude de tensão específica ζa.
Os critérios de falha por fadiga com carregamentos uniaxiais estão amplamente
difundidos, apesar de se admitir, atualmente, que uma condição uniaxial não seja uma prática
real no contexto prático. A realidade se consolida na condição de carregamentos complexos
envolvendo o conceito de fadiga multiaxial. Muito embora, esta forma de análise ainda não
tenha alcançado um nível de desenvolvimento prático e abrangente, esta condição de análise
vem sendo desenvolvida considerando uma abordagem respaldada em três formas de
conceitos básicos: uma abordagem baseada nas tensões, outra baseada nas deformações e
por último uma abordagem baseada na mecânica da fratura. Para uma abordagem baseada
em deformações, a deformação octaédrica tem sido usada para a formulação dos critérios
clássicos de falha por fadiga. Contudo, recentemente, esta abordagem tem considerado,
frequentemente, a tensão de cisalhamento e a tensão normal em planos críticos, como
parâmetros que governam a fadiga multiaxial. Esta metodologia é a mais apropriada quando as
tensões aplicadas são relativamente elevadas caso em que poderão ocorrer deformações
plásticas localizadas, e em condições de fadiga oligocíclica. Para o caso de tensões multiaxiais
alternadas simples, tensões periódicas e em fase podese considerar, para materiais dúcteis, a
equação (1.37) para a determinação da tensão equivalente de Von Mises, que considera a
teoria da energia da distorção.
a = ζ 2 +ζ
1a 2a
2 +ζ
3a
2- ζ ζ
1a 2a
ζ 2 ζ3 ζ1 ζ3
a a a a (1.37)
24
Onde ζa é amplitude de tensão equivalente; ζ1a,ζ2a,ζ3a são amplitudes da tensão
principal.
. Segundo NORTON (2013): Sines, através de seus estudos, observou que as tensões
médias cisalhantes não apresentavam efeito significativo sobre a resistência a fadiga, para
diversas combinações de carregamento. Embora as tensões médias normais afetem
diretamente, de forma linear a tensões alternadas admissíveis. Diante desta constatação, Sines
propôs um critério onde a tensão cisalhante octaédrica admissível fosse uma função linear da
soma das tensões normais médias, sobre um plano octaédrico.
ζm = ζ xm + ζ ym + ζ zm (1.39)
Onde: ζxm. ζym, e ζzm são tensões médias ortogonais (tensões residuais) e η xy tensão
média cisalhante.
No caso de torção pura aplicada a seção do entalhe do eixo, que representa uma
variação de seção geométrica, o valor de K t e Kts é ≠1 e consequentemente, Kf e Kfs é ≠1. A
seção do entalhe apresenta uma variação geométrica com raio de acabamento representando
um fator estático Kt e Kts e um fator dinâmico Kf e Kfs ,equação (1.40).
Método de análise Autor
ζa
ζa = f(ζa , ζ m ) = Diagrama de Goodman
r ζm
1
ζu
ζa
ζa = f(ζa , ζ m ) =
r ζ Proposição de Bridgman
1 m
ζ '
f
ζa = ζ m .ζa
r
1 R Proposição de Smith , Watson and Topper
ζa = ζ
r max 2 ( Método SWT)
2
ζa = ζ
r max 1 R
25
GLINKA et al. (2014), propuseram que se pode reconsiderar Nf como função da
deformação equivalente generalizada como amplitude de deformação em função do número de
ciclos para o dano do corpo até sua ruptura final considerando carregamento uniaxial e
multiaxial, equação (1.41), (1.42) e (1.43):
1
ζa ζ n'
Δε a = + a
E H'
ζ '
b
ζa = f 2N
E f
(1.41)
c
εpa = ε' 2N
f f
ζn Δεp ζ '
Δε
b c
Δεa = max . e + = f 2N + ε' 2N (1.42)
ζ ' 2 2 E f f f
f
ζ Δε
ζ '
Δε
2ζar n p b c
= Δεa = max . e + = f 2N + ε' 2N (1.43)
E ζ ' 2 2 E f f f
f
Onde: ∆εgen= deformação generalizada, (ζmax/ζ‘f).(∆ε e/2) é a amplitude elástica corrigida,
∆εp/2 é a amplitude de deformação plástica.
. No caso específico do aço inoxidável 304 FATEMI (2011) em seu artigo discute o
endurecimento cíclico e o comportamento a fadiga do aço inoxidável, o comportamento de que
é grandemente influenciado pela carga anterior. Efeitos de sequência de carregamento a
tensão média, deformação média e a prédeformação foram investigadas através de amplitude
constante bem como com carregamento e testes aleatórios. Contrário as expectativas comuns,
fadiga sob tensão controlada significa que testes de deformação foram significativamente
afetados pela deformação média, apesar da média de relaxamento de tensão. A
predeformação induziu considerável endurecimento e levou a resultados diferentes para vida
em fadiga, dependendo do modo de controle do teste ocorre endurecimento secundário. Ao
correlacionar dados de vida de fadiga de um material como o aço inoxidável, com forte efeito
na história de deformação, é mostrado que um parâmetro de dano com deformação e tensão é
necessário. O parâmetro FatemiSocie (FS) como o tal parâmetro de dano é mostrado
correlacionar os dados sob diferentes modos de controle, equação (1.44).
26
Δγmax ζ
1+ k n,max = a.b
2 Sy
ζ ' c
b
a = 1+ ν e f 2N + 1+ νp ε ' 2N
E f f f
(1.44)
ζ '
b
b = 1+ k f 2N
2Sy f
ζ = ζn,a + ζn,m
n,max
Onde:ζn,a é tensão alternada , k=1
Mais tarde foi apresentada uma nova teoria de dano, GLINKA et al. (2014). Considerando,
em seu estudo a generalização de parâmetros de dano para previsão de vida em fadiga
multiaxial sob carregamento proporcional ou não. Seu trabalho introduz, duas formas distintas
de análise de parâmetros relacionados como plano Máximo de dano por fadiga multiaxial
relacionados com planos máximo são propostos para a realização de previsão de vida em
fadiga sob diversas condições de carregamento. Os parâmetros de danos por fadiga propostos
são aplicados a condições de carregamento uniaxial e multiaxial para corpos de prova
geometricamente diferentes. Os parâmetros de danos são correlacionados com conjuntos de
dados experimentais publicados na literatura técnica para verificar a precisão da previsão dos
parâmetros de danos. O parâmetro de danos na forma de amplitude de deformação
generalizada (ADG), quando aplicado ao carregamento uniaxial, fornece boas correlações com
certos tipos de materiais com tensão média experimental. No caso de cargas multiaxiais,
ambos os parâmetros de dano por energia de deformação devido a fadiga (PDE) e ADG,
correlacionamse bem com certos tipo de aço e alumínio sob cargas proporcionais e não
proporcionais. Os parâmetros de danos mostram correlações razoavelmente aceitáveis com
dados da fadiga experimental para aço SAE 1045 eixos de aço, com entalhe, submetido a
cargas proporcionais e não proporcionais.
Δε = Δε gen
Δε gen max Δ e Δ p ζ max Δε e Δε p
(1.45)
= . + + . + = f(N )
2 Δη 2 2 Δζ a 2 2 f
2
2 max
27
.
Figura 1.7 Representação gráfica de parâmetros de dano, GLINKA (2014).
Baseado na equação de Basquim, equação (1.13), para carregamento uniaxial, a
amplitude de tensão cisalhante e amplitude de tensão normal podem ser expressas pela
equação (1.46) e (1.47). Substituindo as equações (1.46) e (1.47) na equação (1.45) obtémse
a equação (1.48) para amplitude de deformação generalizada na análise de dano por fadiga
multiaxial.
Δ bγ (1.46)
= '(2N )
2 f f
Δζn
b (1.47)
= ζa = ζ ' 2N
2 f f
A equação (1.52) pode ser explicada considerando que a variação da deformação
plástica normal (Δεp/2) abre trinca, resultando na redução de atrito ente as superfícies da trinca
enquanto de deformação cisalhante (Δγp/2) causa nucleação da trinca induzindo deslocamento
ao longo dos planos de deslizamentos.
28
No método SN, para análise de dano em fadiga, descreve se o avanço de estudos
relacionados com deformações elástica, considera a análise de dano para campo de estudo
de vida infinita, analisa à fadiga considerando início de trinca, teoricamente é um método mais
conservativo desconsiderando o período de crescimento de trinca, considerando ainda a
equação de Morrow e Bsquim consagradas na aplicação de carregamento uniaixial.
Já no caso da análise pelo método εN, para análise de dano em fadiga, a evolução e
sugestão dos pesquisadores como : NIHEI et al. (1986), FATEMI et al. (1991), DOWLING
(2009), FATEMI (2011) vem evoluindo sistematicamente, de autor para autor. Todas
apresentam limites de forma de aplicação. Em resumo, o estado da arte, apresentado em
relação ao método εN descreve o avanço de estudos relacionados com deformação elástica
plástica, e por vezes certas formulações ficam condicionadas e qualificado para determinados
tipo de material. Suas sugestões são aplicáveis a carregamentos multiaxiais simples
proporcional, já GLINKA et al. (2014) já introduz a viabilidade de uma deformação
generalizada para análise de dano considerando um carregamento multiaxial simples
proporcional ou não.
29
CAPÍTULO 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 EXTENSÔMETROS DE RESISTÊNCIA ELÉTRICA
30
Considerando literatura técnica, destacando BALBINOT (2007), extensômetros são
sensores fundamentados em uma resistência elétrica utilizada para medidas de deformação
superficiais em diferentes estruturas. São usados frequentemente como elemento transdutor de
medidas físicas (força, pressão, torque, aceleração.), estabelecem uma relação entre
resistência elétrica e propriedades físicas baseadas na equação fundamental para resistência
de um fio de seção A e resistividade R.
O circuito resistivo, Figura (2.1), representa uma Ponte de Wheatstone (PW), onde:
E0 – tensão de saída,
I1 – corrente que passa entre os pontos 1 e 4,
I2 – corrente que passa entre os pontos 1 e 2,
V – tensão de entrada aplicada no circuito.
Figura 2.1 – Configuração de uma PW
Pela lei de Ohms, considerando a temperatura constante, a resistência elétrica se
baseia numa relação linear entre tensão e corrente; R E . Quando essa relação não
I
permanece constante é classificada como não linear, equação (2.14).
R1
I1
V E12 V
R1 R2 R1 R2 (2.1)
E12 = Diferença de potencial entre os bornes 1 e 2
R1
E14 V
R1 R4 (2.2)
E14 = Diferença de potencial entre os bornes 1 e 4
A voltagem no ponto E0, fig. 2.1, é equivalente à diferença de potencial entre os bornes
2 e 4:
31
EO E12 E14
(2.3)
Desta forma, a voltagem de saída da ponte é representada por :
R1 R4
E0 V V
R1 R2 R3 R4
(2.4)
R1R3 R2R4
E0 V
R1 R2 R3 R4
Quando os extensômetros, representados pelas resistências R 1, R2, R3 e R4, apresentam
deformações, seus valores de resistências se alteram de Ri ( i=1,2,3,4) implicando um
desbalanceamento da PW e o surgimento de uma diferença de potencial ( E0 ). A tensão
elétrica resultante nos bornes 2 e 4,conhecida como sinal da ponte elétrica, é obtida pela
equação (2.5).
R1 RI R2 R2
R4 R4 R3 R3 A
E0 V V (2.5)
R1 RI R2 R2 0 B
0 R3 R3 R4 R4
Considerando A como o determinante da Matriz do numerador,
R1 R2 R3 R4
A R1 R3 (2.6)
1
R R2 R3 R4
e B como o determinante da Matriz do denominador, 8
B R1 RI R2 R2 R3 R3 R4 R4
(2.7)
A variação de tensão entre os bornes 2 e 4 é: , 8
R2 r R R2 R3 R4
r E0 V 1
1 r R1 R2 R3 R4 (2.8)
2
R1
A constante característica do extensômetro, também conhecida como GF (Gage fator)
fica definida com:
(2.9)
GF = k k R 1
R
32
Quando os valores das resistências são iguais (R1=R2=R3=R4) suas variações também
são iguais:
logo as deformações específicas também são iguais.
R1 R2 R3 R4
1 ; 2 ; 3 ; 4 (2.11)
R1 R2 R3 R4
A deformação específica resultante se faz representar pela equação (2.12).
L 1 2 3 4 (2.12)
total fica representada na equação (2.26).
4 E0
total
Vk (2.13)
nos pontos 2 e 4 e depende diretamente da precisão da PW.
r R1 R2 R3 R4
E0 V
1 r (2.14)
2
R1 R2 R3 R4
Considerando o sinal de entrada constante, os circuitos resistivos, com tensão
constante E, são representados pelas resistências específicas, o sinal de saída depende
diretamente de n que define a quantidade final de extensômetros.
r R
E0 V n (2.15)
1 r
2
R
Apresentando inicialmente a equação básica de extensometria, onde kc representa a
constante característica do circuito:
R
kc" . (2.16)
R
A deformação específica total pode ser considerada na forma:
E0
total (2.17)
Kc
A constante característica do circuito representada por:
V .r
kc" n. .ke"
1 r
2 (2.18)
Considerase definitivamente que a variação do sinal de saída fica diretamente
relacionada ao número de extensômetros ativos bem como à ordem ou posição em que são
33
montados na ponte. A expressão (2.32) expõe a dependência direta da variação de sinal E0
em relação à tensão de entrada V.
r (2.19)
ΔE0 = V. .n.k e" .ε
1+r
2
ke‖ – constante característica do material ( no caso do extensômetro K e=GF), r =relação entre
resistências adjacentes da PW.
2.1.1 Considerações a respeito de extensômetros do tipo rosetas:
Os extensômetros elétricos são sensíveis às deformações normais e não respondem
diretamente pelas deformações por cisalhamento. Estas são obtidas, de uma forma geral, por
deformações normais estabelecidas em duas ou três direções diferentes (εa, εb, εc), que
geralmente são realizadas com extensômetros do tipo roseta dispostos em um determinado
ângulo em relação ao eixo x.
Considerando as orientações dos eixos dos extensômetros (a, b, c) estabelecidos sobre a
superfície em relação ao eixo x, figura (2.2).
Figura 2.2 Disposição de extensômetros do tipo roseta.
Determinamse os valores das deformações específicas εx, εy, εxy , mediante a solução do
seguinte sistema de equações:
x y x y xy
2
1 , 2 (2.21)
2 2 2
34
A terceira deformação específica principal, ε3, é obtida fazendo a seguinte consideração:
3 z ( x y ) (2.22)
1
Já a deformação específica máxima por cisalhamento pode ser determinada na seguinte
forma:
p1 p 2 p3
1 2 3 xy 1 2 ou xy 1 3 (2.23)
As direções das tensões principais, no plano xy serão:
xy
tg 2 p (2.24)
x y
Quando a sensibilidade transversal do extensômetro for diferente de zero, as leituras de
deformação expressarão valores aliados a um erro. As correções dessas deformações,
considerando o efeito da sensibilidade transversal, podem ser feitas nas leituras individuais de
deformação ou nas deformações principais.
Onde: εx‘ = deformação não corrigida na direção axial, k t‖ = fator de sensibilidade
Onde
transversal, εy‘ = deformação não corrigida na direção y, εy = deformação corrigida na direção y,
εx = deformação corrigida na direção x
No caso da tensão de cisalhamento o fator de correção fica configurado nesta forma
1 kt "
Cr (2.27)
1 kt "
Logo, a deformação devido ao cisalhamento assim se estabelece.
1 kt "
xy Cr x ' y ' x ' y '
1 kt " (2.28)
No caso de uma roseta retangular com 3 elementos: (Ѳ a, Ѳa+45º, Ѳa+90º) as
deformações principais são representadas conforme equação (2.29).
35
1 kt " x ' y '
1
1 kt " 2
1 kt " 2 ' kt 1 ' 3 ' 2 '
2 (2.29)
1 kt " 2
3
1 kt " 2 ' 1 '
1 kt " 2
A sensibilidade de um condutor, submetido a uma deformação unidirecional, é
representada na forma:
dR R
Sl R R (2.30)
Assim, no extensômetro, se expressa essa sensibilidade como:
R
Sa a St t S at (2.31)
R
t a (2.33)
A variação de resistência se expressa na forma
R
= Sa . a (1 kt " ) (2.34)
R
FS GF Sa (1 kt " )
36
O Fator de concentração dinâmico kf, para entalhe, pode ser considerado na seguinte
forma:
k = 1+ q k 1
f t
k 1
k = 1+ t
f cN
N
1+ ;
fa
k 1
k = 1+ t (2.38)
fp cp
1+
Onde: fa = ângulo interno dos flancos do entalhe, cn= constante do material segundo
Neuber, r = raio do entalhe, cp= constante do material segundo Peterson.
Na fase experimental se destaca Kf através da equação (2.39):
Se '
k =
f Se (2.39)
N
ATZORI et. al. (2003) em seus estudos, produziram uma expressão prática para o fator
de concentração em entalhe em barras sobre torção, fatores de concentração de tensão e
fatores de intensidade de tensão generalizados para barras redondas enfraquecidas por
diferentes tipo de entalhes. Uma exata relação de forma fechada correlaciona os fatores de
intensidade de tensão generalizados de entalhes clássicos (parabólica, semielíptica e
hiperbólica), caracterizada por um perfil matemático. Para entalhes do tipo V pontiagudos são
obtidos por fatores de concentração, usando uma combinação de expressões analíticas já
disponíveis na literatura e algumas novas equações desenvolvidas no presente. E por fim uma
nova relação analítica entre o fator de intensidade de tensão generalizada e a tensão máxima
de cisalhamento na ponta entalhe. Baseado na nova estrutura desenvolvida em expressões
simples, mas precisas, para os fatores de concentração de tensão, válidas para um grande
volume de configurações, para alguns ângulos de abertura, em comparação explícita entre as
novas expressões e os propostos por NODA E TAKASE ( 2006) foi efetuado considerando se
entalhes superficiais e profundos. Segundo Neuber para entalhes profundos coniderase
entalhes hiperbolicos cujo fator de concentração pode ser avaliado conforme equação (2.40)
2
R
ρ
KH=
3
t 4 R R R (2.40)
2 +1 . +11
ρ ρ ρ
Enquanto para entalhes não profundos Neuber considera como entalhe semi eliptico
representado pela equação (2.41)
38
c
k SE = 1+ N
t
ρ (2.41)
Baseado nas duas relação paresentadas acima Neuber definiu a equação (2.42)
k = 1+
ktH 1.k tSE 1
tn (2.42)
ktH 1 + k tSE 1
2 2
Onde R representa a metade do valor do diâmetro do entalhe, ‗cN‘ é a constante de
Neuber e ‗ρ é o raio do entalhe.
Problemas de fadiga normalmente são focados numa abordagem baseada em tensão.
Este é essencialmente um método empírico com base na relação entre a amplitude da tensão
ζar completamente reverso considerando o número de ciclos N f na falha completa de CP´s,
baseado na equação de Basquim, considerada na resistência à fadiga, sob tensão média
(ζm)=0, conforme equação (1.2).
A nucleação de fissuras de fadiga é o resultado de um processo altamente localizado de
plasticidade cíclico. Este processo é favorecido por concentradores de tensão (entalhes), que
são inevitáveis em elementos de máquinas. A análise de tensão utilizado na abordagem
baseada em tensão é puramente elástica. Como consequência, as tensões de pico são
calculadas multiplicando as tensões nominais líquidas (S) pelo correspondente fator de
concentração de tensão (FCT) kt.:
ζ
Sar = ar (2.43)
k
t
Soluções para kt estão disponíveis sob a forma de equações ou gráficos que foram
derivadas a partir da teoria da elasticidade, item 2.1 do capítulo 2.
A queda nas tensões elásticas locais em função da distância a partir da raiz do entalhe,
de acordo com soluções de kt é inversamente proporcional ao raio da ponta entalhe, ρ. Como
consequência, há um alto gradiente tensão, principalmente para entalhes agudos. Para estes
casos, apenas um volume muito pequeno de material está sob a influência da tensão de pico.
Como resultado, a resistência à fadiga dos CP´s, com entalhes, é superior ao valor esperado
Sar com base em kt. Isso é mais evidente na região de fadiga quase no limiar da perímetro do
entalhe, introduzido por um fator de redução de fadiga kf. Na formulação clássica, a proporção
kf / kt depende de um parâmetro de material c N (ζu), que tem unidades de comprimento,
NEUBER (1961).
A figura (2.4) demonstra a variação da sensibilidade ao entalhe de um dado material com
constante cn e raio do entalhe ρ para três valores diferentes de kt, notase que a relação ρ/cn é
39
inversamente proporcional ao FCT, mas o FCT também varia entre as três curvas. Esta
condição é esclarecida pelo fato de que kt depende de parâmetros como profundidade do
entalhe (a) além do raio do entalhe (ρ). Como esperado, a sensibilidade ao entalhe decresce
quando kt aumenta para um dado material.
11 cN
1+
k
f =
kt ρ
0.9
k c (2.44)
t 1+0.8 N
ρ
0.7
k /k
Kff/Ktt
0.6
0.5
0.4 Kt=2
Kt=3
0.3
K =5
t
0.2
0 2 4 6 8 10
/c
N
Figura 2.4 – Variação da taxa de sensibilidade do entalhe kf/kt em relação cada raio de
entalhe para três valores de SCF.
As formulações mais recentes sugerem a utilização de um campo de tensões com
critério baseado na mecânica da fratura linear elástica, MFLE, para lidar com o problema da
concentração de tensões em entalhes agudos ATZORI (2001). Entalhes agudos, por outro
lado, continuam a ser tratados pelo critério do campo de tensões, mas sugerese usar, de
forma conservadora, o tradicional FCT (kt) em vez de o fator de redução de resistência a fadiga
ao entalhe Kf. Ao fazer isso, as pequenas diferenças entre essas quantidades para entalhes
agudos são negligenciados. A separação entre os entalhes agudos e arredondados é feito por
meio de um valor relevante, do tamanho da trinca aN, que se acredita ser completamente
sensível ao pico de tensão, ATZORI (2000) e (2003), equação (2.45).
k t 2 ×a
a = 0 (2.45)
N 2
F
Na equação (2,45), a0 é um parâmetro de material caracterizado pelo efeito a
sensibilidade EL HADDAD (1979), e F é o fator geométrico utilizado na caracterização do
campo de tensões na ponta da fissura/trinca pelo fator de intensidade de tensão (FIT). O fator
―F‖ deve ser calculado considerandose a mesma profundidade "a" para ambos, trinca e
entalhe. ―Se o entalhe considerado tem uma profundidade maior do que ―a n‖, a gravidade do
entalhe é relevante e o FIT― k t‖ devera ser usado. Se não, o fator de redução entalhe‖ kf‖, cuja
nova definição, de acordo com o MFLE, está indicada na equação (2.46), deve ser utilizado em
vez disso:
40
cN
k f = F2 +1 (2.46)
a0
Onde cN= é a constante de Neuber, ao é o comprimento inicial da trinca
2.3 MÉTODOS DE CÁLCULO A FADIGA
Basicamente os métodos de cálculo de fadiga se baseiam em quatro modelos
fundamentais, cada um caracterizando uma área de aplicação e um objetivo específico, tabela
(1.1). No entanto, este estudo se atém a dois modelos de análise: εN e S/N, onde se leva em
conta, também, o regime de fadiga, podendo ser definido em regime de fadiga de baixo ciclo
(FBC) ou fadiga de alto ciclo (FAC) respectivamente. O mais comum é se adotar n≥103 ciclos
para a FAC.
O modelo, TensãoNúmero de Ciclos (SN) ou de Wöhler, é o mais antigo e o mais
utilizado nas aplicações que envolvem FAC onde se espera uma vida útil para a peça de mais
de 103 ciclos ou projetos para a vida infinita. O ensaio deste método é desenvolvido através
de curvas SN que representam a vida em fadiga de um componente ou corpo de prova. Os
dados de fadiga geralmente apresentam grande dispersão devido à não homogeneidade da
microestrutura do material e seu tipo de acabamento superficial do componente ou corpo de
prova . No caso de dados de fadiga SN os resultados do ensaio a fadiga também são
fortemente influenciados pelo tipo de carregamento (axial, flexão, torção) e pelo efeito do
tamanho da região sujeita a tensão crítica, KUGEL (1961).
Na situação de fadiga de alto ciclo, existem basicamente duas abordagens de projeto que
podem ser utilizadas. Uma delas procura determinar, para uma situação de vida infinita a
resistência de peça , descrita pelo máximo nível de tensões ou deformações cíclicas aplicadas .
A outra é abordagem objetiva especificar, para um número determinado nível de tensão ou
deformação, a vida do componente, baseado em números de ciclo, ALGABARTE (2009).
No método SN, o modelo de carregamento é uniaxial e objetivo é estimar a vida do
componente com base na relação entre medida de amplitude de tensão constante e unidade
de vida na condição de carregamento cíclico reverso, equações (1.9) e (1.10). No caso de
carregamento multiaxial, que define amplitudes de tensão variável, a estratégia é propor uma
medida escalar única de amplitude de tensão resultante e reversa, ζar, equação (1.40), (1.41) e
(1.42), em função da tensão média.
Modelo de vida segura, método tensão deformação local número de Ciclos (εN) ou de
CoffinManson, é o mais utilizado nas aplicações que envolvem FBC. Espera se uma vida finita
para a peça. É o mais exigente dos métodos. Quando o material apresenta o comportamento
do tipo Coffin Manson que propuseram a caracterização do comportamento à fadiga de ligas
metálicas com base na amplitude de deformação plástica Δε p/2, equação (1.16), dando origem
a equação geral (1.19).
41
Considerando a equação (1.19) e a condição de ζm=0, podese considerar na análise à
FBC, que esta é controlada pela amplitude de deformação plástica. A transição entre os dois
comportamentos, elásticoplástico, pode ser definida através de um número de reversões de
transição que representa a vida ( 2Nf), conforme equação (2.46).
1
f ' b c
2Nf =
f ' (2.46)
Na equação 1.19, podese incluir o efeito da tensão média, conforme sugestão de Morrow,
Δε Δε ζ' ζmed
= εa = = f (2N )b + ε' (2N )c (2.47)
2 2 E f f f
Considerando o efeito a tensão média Smith Watson e Topper propuseram a seguinte
relação:
f
2
ζmax εaE = ζ' (2N )2b + ζ' ε' E(2N )b+c
f f f f
Δε (2.48)
= εa
2
Onde ζmax é a tensão máxima
2.4 MÉTODO RAINFLOW
A duração do tempo de vida de um elemento mecânico definese como sendo o número
de ciclos, Nf, de aplicação de carregamento até sua ruptura final e corresponde a soma do
número de ciclos, para iniciação de micro trincas (Ni), mais o número de ciclos para
propagação (Np) e fratura final. O número de ciclos para iniciação de trinca apresenta uma
relação direta com acabamento superficial e com um concentrador de tensão, desenvolvido
conforme figura (2.5).
ζr
ζ
Crescimento Crescimento Ruptura
Nucleação microscópico macroscópico catastrófica
Período de iniciação Período de propagação
micorscópico micorscópico
Vida a fadiga
micorscópico
Figura 2.5 Diagrama de propagação de trinca
42
Ciclos de tensão (ni) em fadiga representam a variação da tensão aplicada (Δζ) com o
número de ciclos do carregamento ao longo do tempo (Nfi) e podem ser classificados de forma
simples, conforme tabela (2.1).
Tabela 2.1 – Ciclos de amplitude
Alternado
Ciclos de tensão de amplitude constante
Repetido
Pulsante (ζmin)
Blocos
Ciclos de tensão de amplitude variável
Aleatório
Uma solicitação com período constante define uma frequência de aplicação de carga
definida, na forma da equação (2.49).
N
f (2.49)
t
Onde: f = frequência ( ciclos/segundo) , t = tempo correpondente ao número de ciclos e N=
número de ciclos.
Este trabalho destaca a condição básica da tensão variável. Esta condição considera a
ocorrência de ‗n‘ blocos de tensão (ζ1,ζ2...ζn) com ni ( n1,n2..nn) números de ciclos e Nfi (Nf1,
Nf2..Nfn) a duração a fadiga para as tensões ζi (ζ1,ζ2...ζn), respectivamente, figura (2.6) e
figura (2.7).
n 1 n 3
n 2
Figura 2.6 – Esquema de cargas (em tensões) de amplitude constante com n i ciclos.
43
ni/Nfi
100%
20% 40% 80%
Curva final de dano Nf
ζa
Nf1
ζa1
n 1
Nf2
ζa2
n 2
Nf3
ζa3
n 3
n 2 ni=Nf1 ni=Nf2
n 1 ni=Nf3
Figura 2.7 – Diagrama de acúmulo de danos em ciclos com amplitude de tensão variável. onde
para cada amplitude de tensão existem curvas que representam a relação n i/Nfi..
2.4.1 – Método Rainflow aplicado à análise de carregamento cíclico e dano
A hipótese de Dano Acumulado em fadiga é apresentada em 1945 por Miner. A
hipótese de Miner considera que a fracção de dano produzido por cada nível de tensão é
linearmente proporcional à relação entre o número de ciclos verificado e o número total de
ciclos possíveis até à fratura nesses 18 regimes. Esta regra não tem em conta a sequência da
cumulativo apresentado aplicação das cargas cíclicas mas devido à sua simplicidade é
bastante utilizada, BRITO (2000).
Na análise de carregamento de amplitude variável é empregada a regra de Palmgren
Miner. Esta regra afirma que a falha por fadiga ocorre quando a soma das frações de vida
gasta para cada carregamento aleatório se igualar a 1. Por exemplo: seja o carregamento
aleatório na figura (2.5). Esse carregamento consta das amplitudes de tensões ζa1, ζa2 e ζa3
aplicadas de forma completamente reversa (ζm = 0), durante N1, N2 e N3 ciclos
respectivamente. Para a tensão ζa1 temse um limite de resistência à fadiga de Nf1 ciclos. Esse
carregamento reduz a vida total da peça por uma fração de N1/Nf1. Para as tensões ζa2 e ζa3 a
fração de vida gasta foi de N2/Nf2 e N3/Nf3 respectivamente. De uma forma geral, a regra de
PalmgrenMiner pode ser escrita com taxa de acúmulo cíclica, equação. (2.50):
n
i = c 0,7 < c < 2.2
(2.50)
N i
f
O método Rainflow também pode ser empregado em deformações (ε), da mesma forma
44
que tensões, obtendose amplitudes de deformações principais (εa1, εa2 e εa3) ou tensões
principais (ζa1, ζa1, ζa1 ), e seus respectivos números de ciclos.
Em geral, os níveis de tensão de ruptura em carregamento variável são inferiores em
relação às tensões de ruptura de carregamento estático. O método de Palmgren Miner
considera que o dano (D(t)) ocorra quando o somatório do número de ciclos de certa amplitude
de tensão (ni) sobre e números e ciclos de falha (Nfi) seja igual à unidade, equação (2.51)
k n
i =1
D(t) = (2.51)
i=1 N fi
Assim: n1 descreve, neste trabalho, o número de ciclos num intervalo de tempo(s) =1
bloco, enquanto Nfi representa o número de ciclos até a falha ao nível de tensão
completamente alternada ζa,Kfs é o fator dinâmico de concentração de fadiga.
No entanto, a condição de dano, nas equações (2.50) e (2.51), fica atrelada a condição
da regra do dano linear que frequentemente apresenta resultados insatisfatórios segundo teoria
de Marco Starkey, para carregamento não linear (ζm ≠ 0) considerase a equação (2.53) e
figura (2.8).
k
ni
D(t) = 1 1 2 3
i 1 N f
(2.52)
k
n
D(t) = i 1 3 1
i 1 N f
Onde:Σni>1 para sequencia de baixo para alto (LH) carregamento não linear e Σni<1
para sequencia de alto para baixo (HL) carregamento não linear.
D (dano) =1
ζ1> ζ 2>ζ3 → para operador em ζ1 seguido
até ζ3 (AB+CD)= Σ(ni/Ni) <1
ζ1> ζ 2>ζ3 → para operador em ζ1 seguido
até ζ3(AD+ED)=Σ(ni/Ni) <1
ζ2 ζ3
ζ1
A E B C D
ni/Ni
Figura 2.8 – Representação esquemática do dano versus taxa de ciclo pela teoria de
Marco Starkey, YANG et al.(1997).
45
As curvas ζar vs. Nf são susceptíveis às tensões ζm, ζar=f(ζa,ζm)com amplitude de tensão
completamente reversa. O trabalho recente de DOWLING et. al. (2009) recomenda o método
SWT, proposto por Smith, Watson e Topper, para este fim. Pela curva S/N em escala loglog a
amplitude de tensão (ζar) é avaliada segundo equação (2.53) para início da trinca.
Considerando ζm= 0.
f(ζa ,ζm )
ζar = ζar = ζ '.(2N )b (2.53)
ζa f f
A fratura por fadiga, submetida à ação de cargas cíclicas, ocorre sob elevado ou baixo
número de ciclos, sob ação de micro trincas ou ao redor de pontos de concentração de tensão.
A propagação de trinca, que ocorre após o surgimento da micro trinca, é um processo
estudado na mecânica da fratura.
Dano estrutural é o processo gradual de deterioração mecânica, que em última análise
resulta em falha de um componente. Fratura, fadiga e ruptura por fluência são, todas, uma
serie de fatos de um processo de danos do material. A análise de dano por fadiga de um
elemento mecânico submetido a carregamento cíclico acumulativo é a essência de previsão da
análise de vida em componente estrutural sujeito a um histórico repetitivo de carregamento.
Uma das primeiras concepções de análise de dano cumulativo partiu da teoria de Palmgren, a
partir da década de setenta, do conceito linear de dano e do qual Miner, posteriormente,
expressoua na forma matemática, equação (2.52) e (2.53), considerando o dano (D) como
somatório da relação entre ciclos aplicados (ni) divididos pelo ciclo total de fratura (Nfi).
Materiais dúcteis e materiais frágeis, especificamente metais, comportamse
diferentemente nos ensaios físicomecânicos. Enquanto os metais frágeis rompem
praticamente sem fase elástica, os metais dúcteis sofrem grande deformação na fase plástica,
às vezes sem atingir a ruptura.
A partir desta consideração básica de dano linear (DL), equação (2.47) novas
considerações vieram a ser abordadas, YANG et al. (1997) como a teoria de dois estágios de
dano linear em fadiga de baixo ciclo: a) dano devido a iniciação de trinca equação (2.54), b)
dano devido a propagação de trinca equação (2.55).
N I Ni (2.54)
N II (1 ) N i (2.55)
Onde α representa o fator da fração de vida para iniciação do estágio: estágio I
corresponde a vida em fadiga entre 103 a 104 ciclos enquanto estágio II representa o inverso
104 a 103.
46
w[n] = 1, n = 0, 1 , 2,..., N1 (1) (2.56)
Aplicar uma janela retangular é equivalente a não utilizar qualquer janela. A janela
retangular possui o maior volume de perda espectral. Ela é útil para a análise de transientes que
2.5 AQUISIÇÃO E PROCESSAMENTO DE DADOS
Considerando a literatura técnica corrente na aplicação do amplificador para aquisição de
sinais, na forma Analógico/Digital (dados A/D). É necessário fazer corresponder um valor
numérico a uma tensão elétrica, que são interpretados e armazenados pelo Software. O intervalo
de tempo, entre cada registro, designase por período de amostragem (Ta) e o seu inverso por
frequência de amostragem (fa), figura (2.9), onde: T = período do ciclo,
T
Ta
Figura 2.9 Digitalização do sinal analógico
A análise de Fourier permite determinar as frequências existentes em sinais complexos
como, por exemplo, aqueles recorrentes nas vibrações. Os sinais discretos no domínio do
tempo podem ser submetidos a uma análise de Fourier, denominada FFT (Fast Fourier
Transform) passando a serem observados no domínio da frequência.
Para uma correta digitalização do sinal é preciso escolher uma frequência de amostragem
que registre, de forma compatível, o sinal analógico. Quando o sinal digital não representa
corretamente o sinal analógico, a frequência de amostragem dos dados é inferior à frequência
do sinal que se pretende registrar. A análise na frequência de um sinal contendo erro de
aliasing apresenta componentes no seu espectro em frequência inexistentes ao sinal
analógico. O sinal deve ser adquirido a uma frequência de amostragem superior, pelo menos, a
duas vezes e meia da maior frequência presente no sinal analógico, de acordo com o conceito
de NyquistShannon, e representado na equação (2.57).
ωa ≥ 2.5 ωmax. sinal (2.57)
Outra forma de erro frequente é quando se submetem amostras discretas à análise FFT.
De um modo geral, o sinal não contém um número inteiro de ciclos no interior da janela
47
submetida à análise. Neste caso ocorrerá um erro denominado de leakage (―vazamento‖)
sendo notório o surgimento de frequências em torno da frequência do sinal, figura (2.10).
Janela de amostra
.
Figura 2.10 – Janela de amostragem
A janela Hanning tem por objetivo garantir que o sinal a submeter à FFT é um período
inteiro. Após ser submetido a uma janela Hanning não se observa a fuga para as frequências
adjacentes, ficando as linhas concentradas em torno da frequência do sinal. No entanto,
chamase a atenção que a amplitude do sinal se reduz com aplicação da janela Hanning.
2.5.1 Digitalização de um sinal analógico
48
A metade da frequência de amostragem é chamada de frequência de Nyquist e
corresponde ao limite máximo de frequência do sinal que pode ser reproduzido. Como não é
possível garantir que o sinal não contenha sinais acima deste limite (distorções, interferências,
ruídos, etc.) IFEACHOR et al. (1995) afirmam que é necessário filtrar o sinal com filtro passa
baixa com frequências de corte iguais ou menores que à frequência de Nyquist ou filtro anti
aliasing.
O janelamento de sinais é uma técnica simples que pode aumentar as características
espectrais do sinal amostrado. Em aplicações práticas podese obter somente uma gravação
finita do sinal. Isso resulta em uma forma de onda truncada que possui características
espectrais diferentes do sinal original. Esta descontinuidade produz a perda da informação do
espectral original. Uma maneira de ampliar as características espectrais de um sinal amostrado
é pela aplicação de janelas sobre o mesmo. Ao analisar uma sequência de dados finitos
através de Fourier ou outro método de análise espectral, o janelamento minimiza as margens
de transição em formas de onda truncadas, reduzindo dessa forma a perda espectral. Existem
várias razões para a utilização do janelamento de sinais. Algumas delas são:
a. Definição da duração do período de observação do sinal.
b. Redução da perda espectral.
c. Separação de um sinal de pequena amplitude de um sinal de grande amplitude com
frequências muito próximas uma das outras.
Aplicar uma janela a um sinal no domínio do tempo é equivalente a multiplicar o sinal
pela função que representa a janela. Devido à multiplicação no domínio do tempo ser
equivalente à convolução no domínio da frequência, o espectro de um sinal janelado é a
convolução do espectro do sinal original com o espectro da janela. Dessa maneira, o
janelamento modifica a forma do sinal tanto no domínio do tempo quanto no da frequência.
Existem vários tipos de janelas disponíveis para análises. Várias delas já estão implementadas
em programas como o LabView e MatLab. Destacamse, neste estudo, alguns tipos de janela e
sua aplicação:
a) Janela retangular que possui o valor igual a 1 sobre todo o seu intervalo de tempo.
Matématicamente, uma janela de tamanho N pode ser definida através da equação (2.54)
possuem uma duração menor do que a da janela em análise.
b) Janela Hanning Esta janela possui uma forma similar aquela de meio ciclo de uma
forma de onda cossenoidal. Uma janela de tamanho N está definida através da equação (2.59)
2 n
w n 0,5 0,5cos
, N 1, 2,...,
N 1 (2.59)
N
49
A janela de Hanning é útil para a análise de transientes maiores que o tempo de
duração da janela e também para aplicações de objetivos gerais.
1.4
1.2
0.8
0.6
0.4
0.2
0
0 5000 10000 15000
Figura 2.12 Janela de Hanning
c) Janela Hamming Essa janela é uma versão modificada da janela de Hanning. Sua forma
também é similar a de uma onda cossenoidal. Uma janela de tamanho N é definida pela
equação (2.60).
2 n
w n 0,54 0, 46cos , N
1, 2,..., N 1 (2.60)
N
0.8
0.6
0.4
0.2
0
0 5000 10000 15000
Figura 2.13 Janela de Hamming
d) Janela Triangular apresenta forma de uma onda triangular. Matematicamente uma janela
de tamanho N é definida pela equação (2.61).
2 n
w n 1 , N 1, 2,..., N 1
N (2.61)
As janelas de Hanning e Hamming são bastante parecidas. Contudo, deve ser observado
que no domínio do tempo, a janela de Hamming (que foi aplicao neste rabalho, baseado
no fluxograma da figura (2.14), não se aproxima do zero como a janela de Hanning
50
Dados de entrada Definir faixa de Frequência de corte
ε(t), t(t), f1,f2, Ta=600Hz, wc= (f1f2)/2
ta=20s
Comprimento do filtro
Aplicase FFT em ε (t) para M=np
definir o espectro de
deformação no domínio da
Contador n
frequência Estabelecer o período de tempo
Ts=np.ta e definir Fs=1/Ts n=[0:M1]
Fração de pontos
np=(Ta.24)
Janela Hamming
w=[(0,54(0,46.cos(2.π.n)]/(M1)
Janela ideal
hd=sin(wc.m./(π.m)
Deformação filtrada na frequência
h=hd‘.w Passa baixa ou passa alta
εfiltrado= conv(ε‘,h)
Figura 2.14 – Fluxograma para filtragem do sinal (Hamming).
Onde :
a. Ts= fração de tempo e deformação a ser filtrada (valores de deformação no tempo , do
vetor linha) ,
b. f1 e f2 é a faixa de frequência definida a partir do FFT aplicado a deformação ε(t),
c. fs= (f1f2)/2 (frequência de corte definida ( alta/baixa)),
d. ceil é um comando do Matlab para faixa de valores positivos,
e. M é o comprimento do filtro (taxa de frequência adotada vezes ao fração de tempo
representativa do tempo toal da fratura do CP),
f. w é a janela de Hanning,
g. hd é janela ideal ,
h. h é o resultado da multiplicação do vetor (janela de Hamming) pela janela ideal
i. εfiltrado é a deformação filtrada numa determinada faixa de frequência, definida
previamente, pela análise do sinal ε(t) no domínio da frequência, aplicando a FFT ao sinal ε(t).
conv é um comando do Matlab para soma de funções
j. ta = tempo de amostragem
k. np=numero de pontos da amostragem (taxa de aquisição)= (kS/s)/24bits
l. kS/s=taxa e aquisição do amplificador
e) Janela Flaptop possui a melhor precisão em amplitude entre todas as janelas. O
aumento da precisão em amplitude (0.02 dB para sinais entre ciclos integrais) está no custo da
51
seletividade de frequência. A janela Flattop é mais útil em medições precisas de amplitudes de
componentes simples de frequências. A janela Flattop pode ser definida matematicamente pela
Equação (2.62) a (2.64).
(2.62)
2πn 4πn
wn = a0 a1 + a2cos ,N = 0,1,2,3,...,N
N N (2.63)
a = 0,2810638602
0
(2.64)
a = 0,1080389663
1
f) Exponencial forma dessa janela é a de uma função exponencial. Ela pode ser
matematicamente expressa pela Equação (2.65).
ln(f)
w n = exp(n
(2.65)
,n = 1,2,...,N 1
N 1
Onde f= valor final do exponencial, N= tamanho da janela.
O valor inicial da janela é 1, e ele decai gradualmente em direção a zero. O valor final da
exponencial pode ser ajustado entre 0 e 1.
A escolha de uma janela correta requer algum conhecimento a priori do sinal em análise.
Em muitos casos esse conhecimento não está disponível. Dessa forma, o que se pode fazer
nessa situação é experimentar os diversos métodos de janelamento existentes e encontrar o
que melhor se adapte à análise em questão. Neste estudo se aplicou a janela de Hanning.
Neste trabalho, foi aplicada a janela de Hanning através de um programa em linguagem Matlab
, conforme figura (2.12)
Tabela 2.2 Análise da variação do sinal
Deformação ( 1e6m/m)
6000
500
Amplitude
4000
0
2000
500 0
0 2 4 6 0 0.5 1 1.5 2
Tempo [s] Frequência [s]
5
x 10
Hz
No domínio do tempo No domínio da frequência
52
Um sinal ao passar por um determinado dispositivo qualquer, vai sofrer um processo de
transformação e é esse processo de transformação que pode ser classificado como
convolução.
Convolução é uma forma matemática de representar a maneira de como um sistema
linear opera sobre um sinal. Assim, o sinal digital filtrado (εfiltrado), é produzido através da
convolução do sinal de saída (ε[n]), apresentado pelo amplificador e traduzido pelo software,
com o filtro h[n]. Sua representação matemática pode ser indicada pela equação (2.67). Em
processamento de sinal, convolução representa a soma, ou seja: através de dois sinais gerase
um terceiro sinal resultante, tabelas (2.3) e (2.4)
filtrado [n] [n]*h[n] (2.67)
.Tabela 2.3 Exemplo de filtro passa baixa (janela de Hamming)
Deformação (1e6m/m)
Deformação ( 1e6m/m)
800 250
600
200
400
200 150
0
100
0 100 200 300 50 100 150 200 250
Tempo (s) Tempo (s)
Tabela 2.3 Exemplo de filtro passa alta ( janela de Hamming)
Tempo (s)
Deformação (1e6m/m)
0.06
0.04
0.02
0
0 100 200 300
Tempo (s)
53
CAPÍTULO 3 MATERIAIS E MÉTODOS
O simulador, por ser um equipamento experimental projetado e fabricado baseado nas
condições detalhadas no fluxograma 2.2, do item 2 ( estado da arte), necessita que sejam
determinadas as suas caraterísticas mecânicas, seu limite de trabalho, seus parâmetros de
vibração, assim como um detalhamento e especificação mecânica de sua composição
estrutural. Este capítulo é dedicado a este fim assim como à metodologia desenvolvida para
ser empregada na aquisição do sinal.
O arranjo geral do Simulador, indicado na figura (3.1), apresenta uma polia fixada na
ponta de eixo em balanço. Esta polia tem a função de produzir a torção do eixo devido ao
esforço contrário e a favor, que ocorre em frações de um período, provocado pela resistência
parcial da mola ao movimento contínuo de rotação do eixo.
Aplicando um inversor de frequência é possível variar a velocidade do motor originando
diferentes intensidades de velocidade angular, mantendo o mesmo torque. Ao completar cada
rotação a mola retorna ao seu limite mínimo estabelecendo o princípio do movimento do
sistema mecânico pelo torque variável. Este simulador permite representar diversas condições
de velocidades de rotação.
Extensômetros foram fixados na superfície do mancal do corpo de prova, na superfície
do suporte do motor e no suporte próximo a polia, a fim de se monitorarem as deformações
produzidas durante o movimento de rotação do eixo. A desigualdade na forma de aquisição de
sinal, entre parte móvel e parte fixa do simulador, ao longo do tempo, permitiu obter duas
formas de resultados de deformação: uma classificada com contato estático e outro na forma
de contato dinâmico.
A tabela (3.1) estabelece a massa final do Simulador. As massas especificadas, dos
diversos componentes, de forma independente, foi assim estabelecida, a fim de permitir sua
aplicação na necessidade de cada capítulo. O simulador dispõe de um peso final de 40,0Kg,
Tabela 3.1 – Constantes do simulador
m1 Massa da polia 0,3 kg
m4 Massa do corpo de prova( SAE 1020) 0,09 kg
m5 Massa do corpo de prova( ALUMINIO) 0,03 kg
m6 Massa do rolamento 0,02 kg
M Massa total da polia (polia + eixo + rolamentos) 0,46kg
mm Mesa 35kg
mi Inversor de frequência 0,5kg
mmt Motor 3kg
mb Base 30kg
mv Ventilador 0,08kg
mp Painel 0,6kg
r Raio da polia 0,125 m
r4 Raio do eixo 0,004 m
r5 Raio do eixo no ponto 5 0,002 m
r6 Raio do eixo no ponto 6 0,004m
54
Motor
quantum x com tomadas dos sensores
corpo de prova relógio comparador
Polia mancal ventilação do motor
contador de rot. partida do motor
mola partida da ventilação
anel deslizante
acoplamento rígido
inversor de frequência
parafusos de nivelamento
Figura 3.1 – Simulador para análise de fadiga e o respectivo detalhamento geral do seu
conjunto.
55
3.1 –COMPONENTES DO CONJUNTO
3.1.1 – Motor
A fim de manter o nivelamento e alinhamento, o motor encontrase suspenso por quatro
parafusos com Ø 10mm,cada um,figura (3.2). Os parafusos foram usinados parcialmente, a fim
de permitir a fixação de extensometros para controle de vibração e o torque aplicado. Sua
rotação é controlada por um conversor de frequência e seu resfriamento é produzido de forma
independente, por um ventilador, figura (3.2).
Figura 3.2 – Foto do motor utilizado, com as seguintes características: WEG, modelo
B90S2E745, 380V, 2CV, 60Hz, 4 polos.
O torque de saida e a velocidade, produzidos no eixo, podem ser considerados segundo
equação (3.1):
rpm
W0 = 2π. (rad / s)
60
P.60 (3.1)
T=
2π.rpm
Onde: P= potência (CV)
3.1.2 Inversor de frequência
A função do inversor de frequência é a mesma do conversor de frequência, isto é,
regular a velocidade de um motor elétrico CA, mantendo seu torque. A diferença é o tipo de
motor utilizado. O motor CC tem uma série de vantagens sobre o CA: Baixa manutenção;
ausência de escovas comutadoras; ausência de faiscamento; baixo ruído elétrico; custo
inferior; velocidade de rotação superior. Essas vantagens levaram a indústria a desenvolver um
sistema capaz de controlar a potência (velocidade + torque), equação (3.2)
.
120. f
N' (3.2)
P'
56
O inversor de frequência utilizado neste trabalho foi um modelo HBS9*1R5T3B,
aplicável a motores de 0,4kw até 1,5kw (0,5hp a 2,0 hp), com as seguintes características
básicas: entrada (CA, 3hp, 380V), saida (CA, 3hp, 1,5kw, 4,0 a 400Hz), figura (3.3).
A partir da equação (3.2) definese o comportamento da variação da rotação do motor
considerando a frequencia ajustada no inversor.
HBS29*
Figura 3.3 Esquema geral de ligação elétrica do inversor.
3.1.3 Software Catman easy
Neste trabalho foi utilizado o software Catman Easy, de fácil aplicação e simples
configuração, aplicado na análise de deformações/tensões, através de dados fornecidos por
sensores, extensômetros, interpretando seus sinais digitais (sinais discretos gráficos com
opção de exportar tais arquivos em formato Excel, Matlab, ASCII, DIAdem) , em função do
tempo, de forma instantânea. Apresenta diversos recursos como escolher a frequência de
aquisição, forma de ligação dos ERs. Permite configurar o tipo de PW, aplicada ao
extensômetro, obtendose diretamente o sinal já configurado sem necessidade de qualquer
incremento matemático armazenando o sinal aquisitado de deformação, em µm/m.
3.1. 4 Conjunto de anéis deslizantes (AD’s) e escovas.
Experimentos têm sido feitos para determinar as condições em que filmes de ar são
57
formados entre as escovas eletrografite e AD‘s. Percebese que as pressões aerodinâmicas,
tanto acima como abaixo abaixo da atmosférica, podem existir quando a escova está inclinada
em relação aos AD‘s, em ângulos entre 1e3 e 5e2 rad. A pressão tem um valor máximo numa
inclinação de 7e3 rad, permanecendo inalterada, em carga e velocidade, até I kg e 3.000
cm.sec1, respectivamente. A pressão aerodinâmica pode se tornar grande o suficiente para
suportar a carga completamente para cargas inferiores a I00g.; a escova, em seguida, se
comporta aproximadamente como previsto pela teoria hidrodinâmica simples. Cargas pesadas
são, apenas, parcialmente suportadas por camadas de ar e pressões somente se concordar
com a teoria com ângulos maiores do que cerca de 9e10 rad. Em ângulos menores, as
pressões são muito inferiores aos previsto e percebese que a discrepância pode ser explicada
,qualitativamente, quando a influência de compressibilidade do ar é levada em conta. Vários
métodos para a redução da pressão nas escovas estão descritos abaixo. A grade escova
poroso reduz a pressão do ar em cerca de 58%; furos e várias combinações de ranhuras na
escova resulta em uma diminuição máxima de 91%, STANLEY (1962).
Quando apressão aplicada sobre a escovva é muito pequena( menor que 100g) a
escova é completamente suportada aerodinamicamente. Para comparar o comportamento da
escova nestas condições aplicas ea teoria da hidrodinamica assumindo que o ar é
incompressível. Assi m cosiderase que a pressão total, P‖, da escova sobre a pista de AD, por
unidade de largura sob um controle deslizante do plano de largura infinita e comprimento L,
inclinado num ângulo (c) a uma superfície plana em movimento com uma velocidade U, através
de uma viscosidade média μ, é dada pela equação (3.3), onde h1 é a variação de pressão
média. É importante considerar que a vibração pode variar o limite da folga.
P 6μU I cL c
P" = = ln +I
cL
(3.3)
L c 2 L h1 h + ( )
1 2
Onde h1 representa o limite da folga que a escova varia com a velocidade num
determinado ângulo fixo de inclinação com os Ad‘s.
3.1.5 Composição do conjunto de ADs
O projeto dos AD‘s parte do um principio desenvolvido e tipificado para aquisição de sinal
em eixo rotativo, COSTA D.J.R. et al. (2013) e (2016). A partir deste projeto inicial foi
desenvolvida uma forma construtiva mais simplificada, que veio permitir melhor ajustagem e
alinhamento entre escovas e anéis para aplicação em maiores velocidades de rotação.
Os AD‘s se dividem em duas partes. A parte móvel composta por anéis receptor
transmissores de sinal elétrico, fabricados em liga metálica, que são montados sobre uma
bucha de material plástico isolante, revestindo o eixo, figura (3.4), (3.5) e (3.6). Os anéis
metálicos, montados sobre bucha de teflon, são separados por anéis plásticos, figura (3.5a) .
58
Cada anel metálico apresenta um condutor elétrico soldado a sua estrutura permitindo sua
interligação em um terminal de um ERE, a fim de se produzir uma forma de PW.
A parte estática do contato dinâmico é composta por escovas de grafite metálico, tabela
(3.2), alojadas em porta escovas, figuras ( 3.6a e 3.6d), providas de molas, que mantém um
contato dinâmico devido à pressão da mola. O controle da excentricidade do conjunto é
fundamental na influência do ruído do sinal. A excentricidade em anéis coletores, em relação
ao CP é a causa frequente de oscilação das escovas, que, por sua vez afeta a pressão do ar
debaixo da mesma, alterando sua folga média, que ocorre entre a bordo de fuga da escova e o
anel. Ocorre também, a influência de excentricidade, na pressão média, devido a inclinação do
plano do anel deslizante em relação ao seu eixo radial , figura (3.6c) , perpendicular ao eixo de
rotação. Portanto, esta excentricidade referese a saída total de um ponto na superfície do anel
de um plano horizontal durante uma revolução.
As mudanças causadas pela excentricidade influenciam a variação da pressão média
em relação a velocidade angular. Esta condição produz um pequeno efeito em baixas
velocidades, mas em altas velocidades a pressão é reduzida com o aumento da
excentricidade.
Medições de resistência interfacial indicam que as reduções na pressão são causadas
pela separação forçada da escova, a partir do anel, após o impacto, resultando em um
aumento da depuração média no bordo de fuga da escova. A duração desta separação forçada
aumenta com a gravidade do impacto que por sua vez depende da magnitude da
excentricidade, da carga da mola e da velocidade de rotação, SCHIMIDT (1979).
Tabela 3.2 Escovas elétricas, SCHIMIDT (1979).
VELOCIDADE
DENSIDADE DE
ADMITIDA RESISTIVIDADE
CORRENTE
TIPO ENTRE ELÉTRICA
ADMISSÍVEL
CONTATOS Ω(mm2/m)
(A/mm2)
(m/s)
Eletro grafítico 7 1015 2060
A manobra de fechamento de contato assimétrico entre escova e anel, figura (3.6c),
apresenta seu limite no momento do contato Suas faces, teoricamente planas, apresentam a
condição mais adequada de superfície de contato. Considerando que a superfície fixa do
contato (Ag) esteja completamente sobreposta à superfície geométrica de contato móvel (A m),
expõe uma ideia incorreta de que toda área de contato está disponível, figura (3.4).
59
Figura 3.4 Área de contato entre AD e escova.
A área mecânica não é igual à área geométrica. Além disso, a seção que transfere a
corrente elétrica Ae é apenas uma pequena parte da A m, muito menor que Ag, Tal diferença é
influenciada pela pressão de contato. Enquanto a pressão se distribui sobre a área completa, a
corrente elétrica circula apenas através da área geométrica Ag, onde Am é a área mecânica de
contato e Ae é a área elétrica.
Foram produzidos quatro anéis deslizantes, com seção transversal de 5 mm x 7mm,
cada um, com acabamento superficial da pista externa polida, a fim de permitir a redução de
atrito nos contatos elétricos, escova–anel, que submetidos a uma força adequada produzida
por uma mola, originasse uma pressão distribuída uniforme constituindo uma condição teórica
próxima de que Ag (área geométrica) Am (área mecânica de contato) Ae (área elétrica). As
molas utilizadas tiveram o objetivo de produzir uma força de compressão, equação (3.4) a (3.7)
que mantivesse os contatos elétricos sob pressão além de absorver o desalinhamento
mecânico de montagem e de vibração.
P"
Amc = (3.4)
H
ρ"LH
R=
P (3.5)
1 U2
Tmax = (3.6)
8 ρ".λ
2
VP (3.7)
Fs = 0,05
LHρ"
Considerando: Amc = Área mecânica de contato; P‖= pressão de contato, H= dureza do
material, R= resistência elétrica do material, ρ‖=resistividade do material, T = temperatura
max
60
compressão (figura 3.6), desconsiderando o efeito da excentricidade dos ADs ,figuras (3.5a) e
(3.5b).
( a) b)
Figura 3.5 – Conjunto de anéis deslizantes: a) projeto atual, b) projeto inicial COSTA et al.
(2013)
(a)
38º
b
(c)
d
Figura 3.6 Detalhe da montagem do conjunto de aneis deslizantes (a) , detalhe dos
suportes da escova (b) forma de contato das escovas de eletrografite (c), detalhe da posição
angular de montagem para contato entre escovas e anéis deslisantes (d).
Segundo estudo de STANLEY (1962) experimentos foram feitos para determinarem as
condições em que os filmes de ar são formados entre escovas de grafite e anéis coletores. Foi
constatado que pressões aerodinâmicas tanto acima e abaixo da pressão atmosférica podem
61
existir quando a escova está inclinada do anel de deslizamento em ângulos entre 1,10 e5 e
5e2 rad.; a pressão aerodinâmica pode se tornar grande o suficiente para suportar,
completamente, cargas inferiores a 100g, nesta condição a escova se comporta
aproximadamente como previsto pela teoria hidrodinâmica simples. Cargas maiores são
apenas suportadas, parcialmente, pelos filmes de ar e as pressões apenas concordam com a
teoria em ângulos maiores que 9.e3 rad. Em ângulos menores, as pressões são muito
inferiores aos previsto e mostrase que a discrepância pode ser qualitativamente explicada
quando a influência da compressibilidade do ar é tomado em consideração. Vários métodos
para a redução da pressão sob escovas são descritos. Um grau elevado de porosidade na
escova reduz a pressão do ar de 38%; furos e várias combinações de ranhuras na escova
resultam em uma diminuição máxima de até 90%.
Considerando a condição de que a resistência elétrica depende das características
geométricas do condutor, foram utilizadas quatro escovas para transmissão de sinal dos
extensômetros ao quantum X, sendo duas escovas para recepção e duas para transmissão de
sinal do amplificador (Quantum X) para os extensômetros, fig. (3.6a, b e c), com as seguintes
características físicas:
Seção de cada escova → 5mm x 5mm;
Altura da escova → 10 mm;
Em relação aos anéis deslizantes, figura (3.6a e 3.6c), foram produzidos quatro anéis
deslizantes, com seção transversal de 5 mm x 7mm, cada um, com acabamento superficial da
pista externa polida, a fim de permitir a redução de atrito nos contatos elétricos e aumentar a
área de contato elétrico entre escova–anel, que submetidos a uma força adequada produzida
por uma mola, figura (3.6d), origina uma pressão distribuída uniforme constituindo uma
condição teórica próxima de que Ag (área geométrica) Am (área mecânica de contato) A e
(área elétrica).
As molas utilizadas tiveram o objetivo de produzir uma força de compressão que
mantivesse os contatos elétricos sob pressão, além de absorver o desalinhamento mecânico
de montagem e sua respectiva vibração.
3.1.6 Quantum X
Conexão nº1
Conexão nº2
62
Tabela 3.5 – Dimensional do ferramental para usinagem do entalhe.
Ferramenta para RE (mm) S (mm) IC (mm)
rosca métrica HSKT
O,3 4,76 12,7
Modelo Mttr/l(55º)
A tabela (3.6) apresenta as características mecânicas e parâmetros de fadiga
relacionados aos materiais aplicados nos CP´s. Dados foram retirados da literatura técnica
destacando : NORTON (2013) e SHIGLEY (1967) . Esses materiais foram classificados a partir
da caracterização dos materiais utilizados na fabricação dos CP´s.
Tabela 3.6 Características mecânicas monotônicas e cíclicas dos materiais do CP.
64
A análise para caracterização dos materiais, utilizados neste trabalho, foi produzida no
MEV, os resultados adquiridos estão descritos segundo tabelas (3.7), (3.8) e (3.9).
Tabela 3.7 – Composição do Aço Carbono.
Elemento.
[wt.%] C norm [wt.%] C Atom [at.%] C Erro (1Sigma)[wt.%]
C 2.85 4.49 17.48 0.72
Si 0.14 0.22 0.04 0.36
Mn 1.65 2.60 2.21 0.08
Fe 58.13 91.56 76.64 1.50
Tabela 3.8 Composição do Alumínio.
C Erro (1 Sigma)
Elemento. [wt.%] C norm [wt.%] C Atom [at.%]
wt.%]
C 9.71 11.29 22.12 2.49
Mg 0.64 0.75 0.72 0.07
Al 73.17 85.06 74.19 3.69
Si 0.12 0.13 0.11 0.04
Mn 0.45 0.53 0.23 0.05
Fe 0.34 0.39 0.17 0.05
Ag 0.18 0.21 0.05 0.04
Tabela 3.9 – Composição do Aço inox.
El.
[wt.%] C norm [wt.%] C Atom [at.%] C Erro (1 Sigma) wt.%]
Al 0.08 0.11 0.14 0.03
S 0.09 0.12 0.13 0.03
Cr 10.85 0.32 9.62 14.72
C 11.96 16.22 45.89 1.99
Si 0.26 0.35 0.42 0.04
Mn 1.57 2.13 1.32 0.08
Fe 43.52 59.04 35.93 1.13
Ni 4.27 5.80 3.36 0.15
O resultado da análise do MEV, para os materiais aplicados neste trabalho, foi comparado com
os resultados de normas específicas assim classificadas:
a. Aço carbono 1020 Composição química segundo norma ASTM A36: Carbon, C 0.260
% Copper, Cu 0.20 % Iron, Fe 99.0 % Manganese, Mn 0.75 % Phosphorous, P <= 0.040 %
Sulfur, S <= 0.050 %.
b. Alumínio 7075 Composição química segundoSAE Internacional –MAS: Al de 87,3 a
90%, Zn de 5,7 a 6,7%, Cu de 2 a 2,6%, Fe máximo 0,15%Si máximo 0,12%Zr de 0,08 a 1,5%,
Mn máximo de 1%, Ti máximo de 0,06%, Cr máximo de 0,04%
c. Aço inoxidável 316, segundo ASTM F138: Carbono 0,03% máx. Fósforo 0,045|% máx.,
Enxofre 0,03% máx., Nitrogênio 0,010% máx., Cromo 16 – 18%, Molibdênio 2 – 3%, Níquel 10
– 14%, Silício 0,75% máx.. Ferro Balanço.
65
3.1.8 – Análise da mola helicoidal de extensão
A mola de extensão apresenta a característica de ser produzida com seu fio torcido a
medida que seja enrolado criando, assim, uma pre carga nas espiras, com diametro do arame
da mola 0,16cm e dimensional descrito conforme tabela (3.10), tabela (3.11) e figura (3.9). Seu
dimensional permite definir seus parâmetros mecânicos, tabela (3.11) e figura 3.10).
A
ΦB
C
G
ΦF
Figura 3.9 Dimensional da montagem da mola
Tabela 3.10 Dimensional da Mola (Medidas em centimetros).
A ØB C Ø F H L G( max)
3,5
18 1,7 16 0,16 Variável 23 (entre centros)
Tabela 3.11 Parâmetros da mola. 120
x=25
y=119
k (N/m) Fi (N) na 110
n t Wn(rad/s) fn(Hz)
Deslocamento (mm)
363,3 2,5 39 40
100 423
x=5
67,5
y=64
90
80
70 x=2
y=62
60
0 10 20 30 66
Carregamento (N)
Figura 3.10 – relação e carregamento deformação da mola.
3.1.9 Rigidez do conjunto
Admitindo a polia indeformável nesta intensidade de carregamento, pelo torque, e que o
CP se comporta como uma mola, composto por de cinco seções circulares diferentes, figura
(3.8). Cada seção tem seu próprio coeficiente de rigidez que alinhados, em série, permite
determinar o coeficiente de rigidez ke do CP, equações (3.8) e (3.10). O coeficiente de rigidez
da mola é definido segundo equação (3.9). Para se definir a rigidez resultante do simulador,
kres., equação (3.11), admitese um arranjo de mola e do CP em paralelo, Ke e Km, figura (3.11).
Ft
x Eixo ke f( JP,G)
Mola km f(Jp,G) Ftm
x 0
Figura 3.11 Representação da composição da rigidez do Simulador.
T GaJpi πD 4Ga
k = i= = i (i = 1,2...,5) (3.8)
i θ l 32l
i i
GmJp 4
km = m = πdm Gm
2ln 8D3Na (3.9)
1
n1
K = k =k (3.10)
e i k 2 4
i
n
Kres = k = k e + km (3.11)
i i
Onde: ke é o coeficiente de rigidez do Cp, ki é o coeficiente de rigidez de cada seção do
CP, Ii= comprimento de cada seção do CP, G i é o módulo de elasticidade transversal de cada
seção do CP, di é o diâmetro de cada seção do CP, J pI é o momento polar de inércia, kres é
coeficiente de rigidez resultante do simulador, km =coeficiente de rigidez da mola, Na
comprimento da mola , dI é diâmetro do fio da mola, Dm é o diâmetro médio da mola.
67
3.1.10 Análise da frequência natural do simulador considerando a influência do torque
O Torque, que é uma medida de carga, embasou o surgimento de uma quantidade
variada de transdutores para sua avaliação e medição. TANAKA (2010) em seu artigo, aborda
dois temas específicos relacionados com a resistência à fadiga e da vida das barras com
entalhes submetidos a torção combinada com carregamento axial. O primeiro tema é sobre os
limites de fadiga de materiais com pequenos defeitos. O limiar de fadiga dos materiais com
pequenos defeitos ou entalhes afiados não é controlada pela iniciação de fissuras de fadiga, mas
por sua propagação. Pequenas fissuras nucleadas na raiz do entalhe tornamse sem propagação
quando o fator de intensidade de tensão aplicado mantém tensões abaixo da resistência do
material. O método de curvafoi aplicado para prever os limiares de fadiga dos tubos de aço de
carbono furados em fase e com combinações de fase de torção e a carga axial cíclico. O
segundo tema é um fenômeno anômalo de resistência do entalhe circunferencial, encontrado em
fadiga por torção, em barras redondas de aço inoxidável austentico. Em fadiga produzida por
torção em entalhe circunferencial em barras de aço inoxidável austenítico, a vida por fadiga
destas barras entalhadas foi constatada mais longo do que o das barras lisas e aumenta com o
aumento de concentração de tensões sob a mesma amplitude da tensão de torção nominal. No
acompanhamento na base potencial elétrico da iniciação e propagação de pequenas fissuras no
nível da raiz, a iniciação da fissuravida diminuiu com o aumento de concentração de tensão,
enquanto a vida a propagação de fissuras aumentaram. O comportamento anômalo do efeito de
fortalecimento do entalhe foi atribuído ao maior retardo da propagação de trincas por fadiga em
entalhes com a superfície mais nítida. A superposição de tensão estática reduziu o retardo
devido à menor quantidade de trincas superficiais, que deu origem ao conhecido
enfraquecimento do entalhe a resistência à fadiga. A vida inicial da trinca não é controlada pela
amplitude do pico de tensão no nível da raiz, mas pela amplitude de deformação com cerca de
0,1mm, distante da raiz do entalhe, onde a forma de distribuição foi calculado pela método
elásticoplástico (εN) utilizando elementos finitos onde foi aplicada a relação de tensão
deformação cíclica. A taxa de propagação de fissuras pode ser previsto quando a tensão estática
é sobreposta sobre torção cíclica.
Outra forma de análise de torque se relaciona com a vibração torcional para identificação
de trincas, CHONDROS (2005) em seu estudo considera uma formulação variacional
desenvolvida para a vibração torcional em um entalhe circunferencial. O trabalho é comparado
com métodos existentes.
Qualquer movimento que se repita com o passar de certo tempo pode ser denominado
vibração ou oscilação. O número de repetições por intervalo de tempo é chamado frequência de
vibração. Se após uma perturbação, um sistema continuar a vibrar sem a ação de forças
externas, a frequência com que ele oscila é a sua frequência natural, RAO (2008).
Na análise de esforços, um dos requisitos que se deve satisfazer é a reprodução sem
68
distorção da lei de variação da força com o tempo, dentro de um erro especificado. Para
instrumentos cujo sistema de medida seja sempre constituído com massa, força elástica e
amortecimento, esta exigência nem sempre é satisfeita. Tão logo se inicie a variação de força a
ser medida aparecem movimentos (acelerações dos elementos do sistema) e além da força a
medir, da força clássica da mola e de amortecimento, entra em jogo a força de inercia. O sistema
dever ser considerado como um sistema oscilante, FERRARESI (1970),
A fim de se produzir os ensaios no simulador, é necesssário ,inicialmente, determinar os
parametros de vibração do simulador que se definem a partir do conceito de Newton para
movimento de massa, equação (3.16), considerando que a partir de um determinado torque a
polia se equilibre segundo a (figura 3.11). Cada instante (Δt) de variação do comprimento inicial
da mola, l+xx0, corresponde um instante do movimento angular da polia (α0+α), ocorre a lei de
Newton para movimento da mola. Por exemplo: no momento em que a mola se encontra no
ponto a 90º (t90) do início do seu movimento (T0), a mola se distende linearmente de um
comprimento (x90ºx0 ), sendo x0 =0 no ponto de x0=0. Desta forma, procedese a condição de
equilíbrio, aplicando a equação (3.12), figura (3.11).
Fx = 0
(3.12)
Ft Ft = mx
m
A partir da equação de Euler, equação (3.14), e equações (3.12), ( 3.13) e (3.15) que
definem a força tangencial, Ft, devido ao torque, em relação a aceleração angular ,dα/dt , se
estabelece o equilíbrio para o momento (Mz=f(I,α,r)). Sendo I = momento de inércia de massa e
α = velocidade angular, r o raio da polia, km o coeficiente de rigidez da mola, ke o coeficiente de
rigidez do CP. Relacionando a equação de Euler e a equação de movimento de Newton obtém
se as equações (3.16) e (3.17) onde Mres é: a massa da polia +massa do eixo + massa dos
AD‘s, mm é a massa da mola, km é a rigidez da mola e kres é a rigidez do eixo, α é o
deslocamento angular da polia. E assim, a partir da equação (3.18), o movimento harmônico
sem dissipação apresenta uma frequência angular natural, wn para o conjunto, independente do
raio da polia.
3.1.11 – Parâmetros de vibração
69
Ft Ftm mm x
(3.13)
F Ftm mm x
t
z
M = Iα (3.14)
M res .r 2
M z Ft
2
MzF mm .r 2
tm
1
Ires = m .r 2 . (3.15)
i i 2
x = r
Ftm kt mr.
Ft kresr.
Mres
k res .rα.r - k tmrα.r = ( + mm )r 2
2
(3.16)
Mres
k resr 2α - k tmr 2 .α = ( + mm )r 2
2
kres km .α =
Mres
+ mm α
2
(3.17)
kres km .α - res 2 e α = 0
M + 2m
wn =
2 kres k
tm (3.18)
Mres + 2me
Obtida a equação da frequência natural do Simulador, passase a definir os parâmetros
de vibração do Simulador. A razão de Amortecimento (ξ), equação (3.19), depende as definição
do decremento logaritmo δ que se obtém de modo experimental no Simulador.
c c 1 A δ
ξ = = onde δ = .ln ξ =
n An 2
δ2 + 2π
ccr 2.m.wn
(3.19)
A partir da frequência se obtém o período T, equação (3.20).
1
w n = 2 fn = 2 (3.20)
T
Obtida a razão de amortecimento (ξ) define a frequência angular natural (wd)
amortecida, equação (3.21).
(3.21)
70
w = w n 1 ξ 2
d
Uma vez determinada a forma de análise da frequência natural do simulador e definidas as
características mecânicas dos CP´s, são definidos os parâmetros de vibração, apresentados na
tabela (3.12), a fim de se estabelecer as frequências a serem aplicadas ao simulador para
produzir ciclos de fadiga no CP sem que ocorra ressonância.
Tabela 3.12 Parâmetros do conjunto para análise de ressonância
Aço
247,2 240 312 388 38 988
carbono
Além da frequência natural do simulador também é necessário considerar a frequência
natural da mola a partir da equação da literatura, NORTON (2013), equações (3.22) e (3.23).
2 d gG
f n . 2.
N a D 32 (3.22)
1 kg
fn (3.23)
2 wa
3.1.12 – Análise dos pontos de influência da resistência máxima e mínima da mola ao
movimento de rotação da polia.
Na figura (3.12) se destacam diferentes pontos de direção de influência do esforço da
mola sobre a dinâmica da rotação. À medida que a mola é distendida, esta gera um esforço
contrário ao sentido de rotação da polia durante uma fração do ciclo (α1), demostrase este
desenvolvimento, nos quadrantes, num período completo de rotação, onde a forma do esforço
da mola influência diretamente o comportamento das deformações do eixo. O período
analisado se estabelece em cada ciclo completo de 360º, tanto para as deformações no mancal
quanto para as deformações no eixo. Este período é dividido em quatro partes, onde se
71
representam os quadrantes envolvidos em uma rotação (0360º90º, 90º 180º, 180º 270º e
270º 360º0º) e, desta forma, identificamse os pontos de influência do esforço da mola
contrario e a favor do movimento.
Força decrescente
C”
da mola a favor do ’
Fr’ Ft’ Força crescente
movimento.
da mola contra o
D” movimento.
’ B”
A”
N’ I.w
Compressão da mola
Figura 3.12 – Análise da influência das componentes da força da mola ao movimento de
rotação do eixo.
A partir da posição dos quadrantes, localizados entre os pontos: A‖, B‖, C‖ e D‖, se
estabelecem as equações de equilíbrio, figura (3.12), equações (3.24) a (3.26). Para análise
das tensões, em cada ponto angular da rotação, ocorrerá a influência do esforço da mola,
através das componentes tangencial e radial. Da composição destes esforços podemse
destacar as seguintes observações:
a) Ponto A” força da mola é nula: Ftm= 0 e Frm=0;
b) Entre os pontos C”,B” e M’ a foça tangencial age contrária ao movimento de rotação da
polia; representada pela equação de equilíbrio (3.24).
Ft m 0 (3.25)
d) Entre os pontos C” e N’ a força tangencial da mola produz a componente tangencial
favorável à direção do movimento de torção. A medida que a apolia gira e se destende, as
coordenadas C‘ , B‘ e D‘, figura (3.14), representam a posição das componentes da mola em
função do tempo numa rotação de 360º.
e) A figura (3.13) apresenta o desenvolvimento do projeto de simulação de carrgamento
multiaixial, figura (3.13a) 1º projeto em baixa rotação, COSTA et al. (2013) e projeto atual já,
72
aplicado neste trabalho, com ajustes par admitir condições de maior velocidade de rotação,
figura (3.13b).
(a) (b)
Figura 3.13 Detalhe da distrbuição de carga da mola na polia).
3.1.13 Variações angulares do carregamento combinado.
B”
Figura 3.14 – Relação trigonometrica entre α( posição da polia ) e δ(posição da mola.
Desta forma, percebese que as coordenadas B‘ e C‘ e o comprimento da mola D‘
estabelecem vértices, devido às interseções entre si, formando um triângulo.
T + F .rp = I.w (3.26)
t
73
Os pontos M‘ e N‘ caracterizam condições especificas de posição do pino na polia
considerando um triângulo retângulo com dimensões variáveis ao longo do tempo, onde B‘ e C‘
são os catetos e D‘ a hipotenusa deste triangulo. Podendo estabelecer, então, uma relação
gráfica entre os ângulos (δ e α) para cada quadrante. A tabela (3.14) relaciona a posição das
componentes, tangencial e radial da força da mola na polia, em cada quadrante. O ponto da
força se localiza no vértice, identificado pelo ponto M‘, formado pelo encontro da linha
imaginária da hipotenusa D‘ com a linha imaginária do cateto B‘,
Partindo das coordenadas C‘, D‘ e B‘ da posição M‘, da figura (3.14) identificamos para
cada quadrante, a dependência de δ em relação a B‘ e C‘, na forma: δ = f(α,t), através de uma
relação trigonométrica representada na tabela (3.13).
3.1.14 Distribuição da força da mola em relação ao ângulo de rotação, processo
analítico.
Uma vez determinado o coeficiente de rigidez da mola é possível, então, que seja
calculada a força da mola e suas componentes, durante todo o período de uma rotação do eixo,
equação (3.30) a (3.33). O valor de x representa a diferença entre o valor do comprimento total
da mola subtraído de uma constante d.
Fm =Kx (3.27)
As equações (3.27) a (3.31) e a tabela (3.14) permitem traçar o gráfico da figura
(3.15) apresentando a força de ação da mola e suas componentes tangencial e radial com seus
pontos de máximo e mínimo. A figura (3.15) descreve, completamente, a variação do
74
comprimento da mola ao longo de um período de 360º, define o limite do comprimento máximo
da mola D‖ f(t), assim como o ponto de maior influência da componente radial e tangencial.
Caracteriza o ponto de maior influência da força produzida pela mola sobre a polia. Estabelece
uma relação entre o ângulo da mola (δ) e o ângulo de rotação da polia (α), equação (3.31)
m 10 B"
x=162º
C"
δ = arctg( ) y=27,6 (3.31)
B"
0
x=18º
30
y= 1.6 x=360º
Varição da
10 x=100º
componente força da mola
20 y= 17 x=231º
tangencial componente
y=17
radial
20
Força (N)
10 x=162º
0 100 200 y=27,6
300 400
0 Ângulo de rotação (º)
x=18º
y= 1.6 x=360º
10 componente
tangencial x=231º
y=17
20
0 100 200 300 400
Ângulo de rotação (º)
Figuras 3.15 – Distribuição das componentes da força da mola.
De acordo com a figura (3.15), a maior da componente tangencial da força da mola ocorre
a 100º e 231º (ponto M‘ da figura (3.15)). Baseado nesta condição podese definir a variação
da força de torção (monento torsor) produzida pela resistência da mola e a deformação na raiz
do entalhe do CP quando posicionada nos pontos :a, M‘, b, c e d , figura (3.14) referente a
cada material.
O segundo quadrante caracteriza o maior torque produzido no eixo, independente da
maior distensão da mola, no sentido contrário a rotação. No terceiro quadrante, destacase um
ponto importante onde o maior esforço, a torção, ocorre a favor do movimento de rotação. O
ponto da maior componente da força da mola quando produz o maior momento fletor se
destaca no terceiro quadrante, conforme tabela (3.14). A partir das figuras (3.14) e (3.15)
definese a deformação e tensão teórica.
75
Tabela 3.14 Determinação dos pontos de principal influência das componentes da força da
mola.
Posição Mf( Nmm)
angular 1º mancal Mt(Nmm)
Ft (N) Fr (N)
figura (3.12) próximo ao
e (3.13) balanço
mm 0 0 0 0
a (90º) 16,5 18,2 3310 627
M‘=100º 17,0 20,1 2840 646
M‘ = 162º 0 27,6 0 0
b (180º) 5,7 27,2 3264 216
M‘= 231º 17 21,5 2580 638
c ( 270º) 11,3 11,2 1344 427
Os sistemas estruturais de materiais elásticos que experimentam pequenas deformações
são teoricamente sistemas estruturais lineares. Assim, inicialmente se define as deformações
teóricas devido à influência das componentes da mola, aplicada na extremidade da polia, figura
(3.14). A partir da tabela (3.14), definese a tabela (3.15) que apresenta, nos pontos: a, b, c e
M‘, para cada material, o momento torsor produzido pela componente tangencial da força da
mola a deformação específica ε, a distorção Ɣ, e a tensão cisalhante Ƭ. Esta tabela se torna um
referencial a ser usado na avaliação das deformações adquiridas pelo Simulador, em função do
tempo.
Tabela 3.15 Determinação das deformações máximas teóricas devido a influência da
componente tangencial da mola.
Mancal do engaste Raiz do entalhe
deformação distorção deformação distorção
Posição
angular
Mt ηxynominal
( fig. (3.14)
(Nmm) εxym Ɣxym εxye Ɣxye
(μ m/m) ( μ) (μ m/m) (μ) (N/mm2)
Aluminio
0 0 0 0 0 0 0
a (90º) 627 7,1 14,2 280 560 240
M‘ (100º) 646 7,4 14,8 2650 5300 710
M‘‘( 165º) 0 0 0 0 0 0
b ( 180º) 216 2,4 4,8 891 1792 480
76
C ( 270º) 427 1,7 3,4 628 1246 503
Aço inoxidável
mm 0 0 0 0 0 0
a (90º) 627 1,08 2,16 393 786 290
M‘ (100º) 646 1,12 2,24 404,5 809 299
M‘‘( 165º) 0 0 0 0 0 0
B ( 180º) 216 1,4 2,5 135 270 100
M‘(226º) 638 1,1 2,2 399 798 295
C ( 270º) 427 1,05 2,1‘ 400 800 296
3.2 CONDIÇÃO DE APOIO DO CORPO DE PROVA
Este simulador permite duas formas de análise baseadas na posição do entalhe do CP: a
primeira condição considera todo o carregamento multiaxial no entalhe do CP quando este é
posicionado entre os apoios mais próximos ao balanço do lado da polia e a outra, que ocorre
neste estudo, considera a posição do entalhe do CP entre o apoio e o mancal e engaste do CP.
Esta condição inibe a influência de momento fletor e força cortante, na sua totalidade. No vão
entre o segundo apoio e o mancal de engaste do CP, apenas a componente da força da mola a
torção, sob uma condição de movimento cíclico, subamortecido forçado, da origem a um
carregamento variável em cada rotação, figura (3.16).
Polia na extremidade do balanço do CP (torção variável)
mancal (2º gênero); 2º mancal ( 2º gênero); (motor na extremidadeTorque constante).
Figura 3.16 Posicionamento e classificação dos mancais.
A figura (3.17) e tabela (3.16) apresentam o dimensional para posicinamento do CP, assim
como a forma de apoio do CP. A condição de apoio estabelecida, permite a torção e rotação do
conjunto (CP, motor e polia). Muito embora, o CP esteja engastado ao mancal e este transmita
a rotação do motor ao CP, a condição de apoio adotada não leva em consideração este
engaste na análise dinamica do carregameno sobre o CP, adotando uma condição isostática (
dois apoios) ao invés de hiperstatica (três apoios) para análise da flexão no eixo.
77
’
C N
D
M
A L
Figura 3.17 – Dimensional e condição de apoio do CP em relação a torção.
Tabela 3.16 Dimensional do conjunto
A C D L M N
9,5 16,0 5,5 25,5 35,0 11,0
Considerando a figura (3.17) fica evidente duas condições de carregamento imposta ao
eixo em cada rotação .A figura (3.18a) demonstra a influencia do carregamento entre 0º e
162º, enquanto a figura ( 3.18b) demonstra a influência do carregamento de 162º até 340º. De
340º a 360 º não apresenta uma influência representativa ao movimento circular.
Mm Fy ’ Mt
F1 F2
a)
Mm Fy ’ Mt
F1 F2
b)
Figura 3.18 Distribuição do carregamento e reações de apoio no CP ( torção e flexão) em
relação ao conjunto.
78
3.3 RUGOSIDADE DO ENTALHE
ATZORI et al. (2000) apresentaram, nos seus estudos, uma relaçâo entre a profundidade
de rugosidade como uma forma de concentrador de tensão, muito embora não seja
considerado, usualmente, pela mecânica da fratura, demonstra influência no limite de fadiga.
A consideração mais relevante é quando se apresenta entalhes rasos cuja rugosidade da
superficial, na raiz do entalhe, pode influenciar a análise de fadiga. No entanto, para entalhes
profundos a rugosidade da raiz pouco reflete na influência do dano por fadiga, independente
do tipo de material. Isso pode ser considerado na equação (3.34) apresentada em seu estudo.
0
kf
th
1 1
Δ= k f
kf (3.34)
r
Δ = 1+ tn
a
h(1+ o )
h
Onde :∆=taxa de redução da tensão limite de fadiga , rtn= pico do vale (rugosidade), an =
profundidade do entalhe, a0 = profundidade da trinca, kf.= fator de concentração para entalhes
agudos, Δζ0 e Δζth são limites de fadiga.
Assim, a amplitude do nível de rugosidade obtido, para cada tipo de material utilizado,
apresentado nas figuras (3.19), (3.20) e (3.21), bem próximos entre si, tanto no sentido
trasnversal com longitudinal, demonstram não serem pertinetes na influência do resultado da
equação (3.34), a variação de profundidade do entalhe é muito mais elevada, em relação a
profundidade de rugosidade, direcionando a taxa de redução de tensão para a unidade e
asssim, inalterando a tensão limite de fadiga, tabelas (3.17) e (3.18).
Tabela 3.17 – Rugosidade.
Rugosidade Ra=rth
Aço carbono Aço inoxidável lumínio
6 6
98,32 e 63, 03e 72,11e6
Tabela 3.18 – Constantes.
h a0 rth Δ
1,95 a 2,45 mm 0,003mm 0 1
79
Figura 3.19 Aço inoxidável Rugosidade longitudinal Ra=17,79μm, rugosidade transversal
Ra= 63,03μm, profundidade do entalhe 2,35mm.
Figura 3.20 – Alumínio Rugosidade longitudinal Ra=17,79μm, rugosidade transversal
Ra=72,11μm, profundidade do entalhe 1,9 mm.
80
3.4 CONFIGURAÇÃO TÉRMICA DO ENTALHE DURANTE O CICLO DE FADIGA
Na temperatura ambiente de 20 ºC não se produz efeitos sensíveis em termos de
deformações superficiais. Já no caso do alumínio se torna significativo o efeito da variação. A
figura (3.22) demonstra que a ventilação adicional aplicada, mantém os componentes do
simulador numa temperatura estabilizada em níveis pouco elevado acima do nivel ambinete,
cerca de 10,5º no mancal e 8º no entalhe, estabelecendo condições de admitir que as
deformações transmitidas, através de extensometros, apresentam temperaturas aceitáveis sem
necessidade de correção, utilizando a conexão de 3 fios para ¼ PW, para compensação.
Foi observada a variação de temperatura de diversos CP´s, até sua fratura final e todos
mantiveram o mesmo nivel d etemperatura, independente do tempo de rotação até a fratura, ou
seja as figuras 3.22 e 3. 23 apresntam a temperatura final estabilizada para temperatura
ambiente variando de 26 a 28 º . O principal interesse de controle se concentra noa superficie
do mancal de engaste , onde estão fixados extensometros, e no entalhe , onde ocorre a
fratura. A temperaturas superficial do mancal foi obtida através de uma camera térmica pontual
com mira a laser, figura (3.22). Já a tenperatura do entalhe foi obtida por camera digital
termográfica, figura (3.23), descrevendo todo o espectro interno e externo de temperatura do
CP, principamente no nivel do entalhe.
81
Mancal intermediário ADs Mancal do engaste motor
Figura 3.23 Avaliação da temperatura no entlahe.
Determinação da variação do dimensional, do entalhe e mancal, para área e
comprimento de 1cm ( medida maior que o comprimento do extensômetro) considerando o
coeficiente de dilatação térmica linear (α‖) de cada material, tabela ( 3.17). A tabela (3.18)
apresenta os resultados da influencia da temperatura sobre os pontos de interesse. Mostrase ,
desta forma que a variação é insignificante na influência das medidas aquisitadas no mancal.
82
Tabela 3.18 Variação de área e comprimento linear (α‖), e variação de área (β‖) devido à
variação de temperatura, para cada material.
Δt=8,5º Δt=7º
Aço carbono Para uma
temperatura de referência
de 25º C, à qual
corresponde uma
deformação aparente nula 0,1e6mm2 8e4mm 1,4e8mm2 8e4mm
para todos os materiais
considerados, verificase
que, no caso do aço, uma
variação de temperatura.
83
tratamento dos dados extensométricos. Estes dados foram analisados através de programas
aplicados ao Matlab.
Dois extensômetros foram interligados ao Quantum na forma de ¼ de PW, figura (3.24),
possibilitando a avaliação da deformação no eixo, imposta pela força de resistência da mola
sobre a rotação da polia.
εb
a
εa
a
(a) (b)
Figura 3.24 – Vista geral (a) e detalhe (b) do posicionamento dos extensômetros.
As componentes cartesianas de deformação εa(t) e εb(t), conforme figura (3.24b), foram
aplicadas num sistema de equações, equação (2.33). No entanto a condição de apoio adotada
foi determinante na consideração para que as deformações adquiridas pelo extensômetro (εb),
apresentando um sinal extremamente baixo fossem descartadas considerando εa (t)=0. Assim a
deformação εb(t), considerando, no sistema de equações, εxx=0, εyy=0 resulta εb=εxy/2= γxy/2,
equação (3.35), figura (3.25), tabela (3.19).
Figura 3.25 – PW para extensômetro no mancal
Tabela 3.19 Comportamento das deformações dos resistores na PW.
4
Strain
I =1
ε1
1/4 PW R1→ε1 R2→ε2 R3→ε3 R4→ε4
εa=0
ε 0 0 0 ε
ε 0 0 0 ε εb=γxy/2
As deformações específicas, caracterizadas pelos extensômetros, foram avaliadas em
84
micro deformações (106. m/m), no estado bidimensional de tensão e expressas em termos de
ϵxx,(t) ϵyy(t) e Ɣxy(t). Como o estudo se concentrou na posição do entalhe, constatouse que
nesse ponto apenas uma das componentes do carregamento multiaxial, torção, ϵxx,(t) = Ɣxy(t)/2.
A tensão nominal cisalhante no diâmetro da raiz do entalhe, figura (3.26), devido à
deformação produzida no mancal de engaste do CP, fica estabelecida através das equações
(3.35) e (3.36). A fim de se definir a deformação nominal na raiz do entalhe relacionada com a
deformação num ponto da superfície do mancal de engaste do CP.
55º
d (mm)
h (mm)
de d D
m
m
h
ρ
m
’
ktsα
Figura 3.26 – Detalhes da geometria da raiz do entalhe agudo (a) e da variação de ktsα (b)
aplicado neste estudo onde ρ, D, de é constante e h e d variável.
Como o momento torsor é o mesmo, equação (3.35), tanto no mancal quanto no diâmetro
da raiz do entalhe, igualandose as distorções produzidas entre o diâmetro do mancal e o
diâmetro nominal na raiz do entalhe, é possível se determinar a relação entre as deformações
produzidas no diâmetro da raiz do entalhe devido às distorções produzidas no mancal. Pode
se, então, determinar a tensão nominal, variável no tempo, considerando o diâmetro nominal
da raiz do entalhe.
A partir da equação (3.35), obtémse uma relação entre as distorções e o diâmetro
nominal do mancal, variável ao longo do tempo, equação (3.36). Igualandose as distorções
que ocorrem no mancal e na raiz do entalhe, equação (3.37), obtémse a distorção nominal no
entalhe, equação (3.38) e a deformação específica, equação (3.39). a partir das equações
(3.39) e (3.40), obtémse a tensão nominal no entalhe em função dos diâmetros, equação
(3.41) ..
J .η J .η
Mm= m m = e e (3.35)
t cm ce
m
= e
m e
E
G=
2 1 ν
cm cm
m (t) 2 1 ν (3.36)
E Jm .E
Jm .
2 1 ν
85
E E
. (t).Jm . (t).Je
2 1 ν m 2 1- ν e (3.37)
cm ce
J .c . (t)
e (t) = m e m
Je .cm (3.38)
πdm4
.c e . m (t)
ε e = 32
(3.39)
πd 4
2. e .cm
32
Como na posição do diâmetro do entalhe temse apenas tensão cisalhante nominal local,
aplicando um concentrador de tensão obtemos a tensão equivalente alternada pelo método de
Sines, que propõe um critério onde a tensão cisalhante octaédrica admissível seja uma função
linear da soma das tensões nominais médias, sobre um plano octaédrico representada pela
equação (1.33) e a tensão média, equação (1.34) resultando uma equação final varável no
tempo para a tensão alternada, considerando o caso de torção pura, que representa uma
carregamento multiaxial simples. O valor de kt e kts é ≠1 e consequentemente, kf e kfs é ≠1. A
seção do entalhe apresenta uma variação geométrica, com raio de acabamento constante,
representando um fator estático kt e Kts e um fator dinâmico Kf e Kfs , aplicado a equação (1.33),
considerando a equação (3.41) obtémse a tensão equivalente máxima de um carregamento
multiaxial simples, equação (3.42).
O simulador é um sistema real e dinâmico de medida. Podese, então, dizer que o tempo
de resposta é o tempo requerido para o sensor responder completamente à uma mudança na
sua entrada. Ao se aplicar o simulador para medir uma variável controlada de dinâmica rápida,
86
é necessário que o simulador apresente velocidade de medida de resposta maior que a da
variável medida (f), caso contrário, a dinâmica do instrumento poderá interferir
consideravelmente na dinâmica do sistema de controle da malha, introduzindo atrasos e
provocando oscilações na resposta (fn). Um instrumento de medida (elemento primário) sempre
extrai alguma energia do meio onde se encontra instalado realizando suas medições. Sem isto
seria impossível realizar a medição. Mas a grandeza medida é sempre perturbada pelo meio ou
pelo ato da medição, o que torna uma medida aceitável, teoricamente, impossível de ser
alcançada quando se considera o critério de Nyquist, também conhecido como teorema de
amostra de NyquistShannon. Por sua vez, cada amostra é convertida num determinado
número de bits. Esta conversão depende da taxa de amostragem (faqui), tal como nos indica o
critério de Nyquist (fNyquist). A taxa de ruído também faz parte da codificação para que este não
perca qualidade. Aplicando o teorema e determinando o ruído, a partir do sinal original,
obteremos boa qualidade de sinal. Na conversão analógico/digital, o sinal obtido é denominado
por sinal digital sem compactação. Neste trabalho foi aplicada uma taxa de aquisição de 600
Hz ( faqui) para todos os CP´s. A partir do resultado apresentado na figura (3.27), obtêmse as
deformações nominais baseadas no diâmetro da na raiz do entalhe. A tabela (3.18) Demonstra
uma taxa de aquisição aceitável na aquisição do sinal.
1000
500
87
responder. O tempo de resposta é imediato, não apresenta tempo morto (tempo necessário
para que o sensor comece a responder a alterações na variável medida. Não exibe um
comportamento diferente para entrada crescente em relação à entrada decrescente do sinal
(Histerese). No entanto, sua resolução apresenta variação de amplitude caracterizando a
viabilidade da influência de ruído amplificada devido a taxa de aquisição. A resolução dá uma
indicação de uma pequena variação na entrada de energia que pode ser percebida por um
sinal do sensor amplificado , devido a PW com extensômetros através de contato por anéis
deslizantes, com o quantum X ( amplificador de sinal).
2
Deformação (1e6m/m)
1.5
0.5
0
0 500 1000 1500 2000
Tempo (s) .
Figura 3.28 – Espectro de deformação no domínio do tempo até a fratura do entalhe com
profundidade= 2.15 mm, Aço carbono 25,084Hz, tempo real de ruptura = 1700s.
800
Deformação (1e6m/m)
600
400
200
0
0 500 1000 1500 2000
Tempo (s)
Figura 3.29 Espectro de deformação nominal no domínio do tempo até a fratura do entalhe,
Aço carbono 25,084Hz, entalhe com profundidade de 2.15 mm, tempo real de ruptura = 1700s.
Após realizar as etapas anteriores é produzida a tabela final com a determinação
experimental da vida do CP até sua fratura, tabela (3.19). Nela estão incluídas as frequências
de excitação do sistema (w).
88
Tabela 3.18 Parâmetros de frequência.
Frequência natural fn (Hz)
Frequência de
Profundidade do rotação do CP (f) Taxa de
entalhe (mm) Simulador Nyquist Mola
aquisição
2,45 a 1,95
20.34 a 25,08 247,21 617 600 67,5
Tabela 3.19 Resumo do resultado Experimental dos tempos de fratura sem filtragem.
Material
Prof.
Entalhe Alumínio Aço Carbono Aço inoxidável
(mm
Tempo Tempo Tempo
W final de final de final de
(rpm) W rpm W rpm
(Hz) ruptura ruptura ruptura
(Hz) (Hz)
(s) (s) (s)
2,45 25,08 752 23,88 752 215
2,4 25,08 752 489
2,38 23,88 716 23,88 728
716
25,08 752 23,88 1070
2,35 25,08 752 328
24,64 739 328
23,64 709 435 23,64 709 208 23,64 709 1219
2,3 23,34 389
700
23,34 763
24,00 720 406 25,08 725
752
2,25 25,08 752 336 25,08 302 25,08 752 5875
23,64 709 940
2,2
24,64 739 1860
2,15
23,64 709 3020
2,0 23,64 2658 20,34 6917
709 610
23,64 3920 20,34 6879
1,95 23,58 707 1298
20,34 610 6918
A figura (3.30) demonstra a relação entre as frequências de excitação, estabelecidas na tabela
(3.18) e a equação (3.2) caracterizando a rotação real produzida no motor através do inversor
de frequência.
89
RPM
Frequência (Hz)
Figura 3.30 – Espectro de frequência versus rotação do motor produzida pelo inversor de
frequência.
A partir da figura (3.31) é concretizada uma segunda relação que define uma classe de
rotação, em relação à quantidade de ciclos a que o CP seria submetido por uma hora. Esta
consideração, baseada nas frequências indicadas na tabela (3.20), 23,64 a 25,08 Hz, identifica
a condição de que, todos os CP´s, seriam fraturados numa faixa de 600 a 800 rpm.
Considerando ainda, a tabela (3.18) define, envolvendo os três materiais utilizados neste
trabalho, o valor mínimo de 215s a 6918s, o que representa um máximo de 90000 ciclos, (≅
105 ciclos).
RPM
RPM
Ciclos /hora
Frequência (Hz)
Figura 3.31 Espectro rotação versus ciclos.
90
De cada gráfico de deformações em função do tempo, após 100 segundos iniciais de
aquisição do sinal completo até a fratura, são definidos 20 segundos do sinal como uma
fração representativa do sinal de amostragem.
As tensões nominais do mancal de engaste, obtidas desta fração de amostragem das
deformações, são transformadas em tensões nominais locais, baseadas no diâmetro do
entalhe, em função do tempo.
Nas tensões nominais locais, obtidas da fração de amostragem, é aplicado um método de
contagem de ciclos que transforme estas tensões variáveis no tempo em amplitudes de
tensões nominas máximas, tensões medias e número de ciclos. Estas amplitudes de
tensões devem ser transformadas em amplitudes de tensões equivalentes completamente
reversíveis
A partir nestas amplitudes de tensão aplicase a metodologia de análise de danos ζ/N e
ε/N , através de linguagem computacional , para cada modelo determinando a vida teórica
Na metodologia de análise de danos ζ/N será aplicada a equação de Basquin
.
A partir das metodologias de análise de danos ζ/N e ε/N , através de uma linguagem
computacional específica para cada modelo, é determinada a vida teórica do CP.
Figura 2 Fluxograma geral da metodologia aplicada ao desenvolvimento deste trabalho.
91
CAPÍTULO 4 – FRACTOGRAFIA
Segundo Literatura técnica, dois modos clássicos de fratura podem ocorrer em um
determinado material de engenharia: dúctil e frágil. Os materiais classificados como dúcteis
exibem uma deformação plástica considerável, com grande absorção de energia antes da
ocorrência da fratura. Nos materiais classificados como frágeis, a fratura ocorre sem qualquer
deformação apreciável e através de uma rápida propagação da trinca, cuja direção do
movimento está muito próxima de ser perpendicular à direção da tensão de tração aplicada,
produzindo uma superfície de fratura relativamente plana. Na maioria dos materiais cristalinos
frágeis, a propagação da trinca corresponde à quebra sucessiva e repetida de ligações
atômicas ao longo de planos cristalográficos específicos, processo conhecido como clivagem.
Este tipo de fratura é chamado de transgranular ou transcristalina, uma vez que as trincas da
fratura passam através dos grãos. Macroscopicamente, a superfície de fratura pode ter uma
textura granulada ou facetada, como resultado de mudanças na orientação dos planos de
clivagem de um grão para outro grão num processo de transição dúctil frágil, onde um material,
de característica dúctil, se rompe na condição de fratura frágil. Em algumas ligas, a propagação
de trincas se dá ao longo dos contornos dos grãos em decorrência de processos que
enfraquecem ou fragilizam estas regiões. Esta fratura é conhecida como Inter granular.
Ao se submeter o concentrador de tensão, do CP, entalhe, a um carregamento cíclico
variável, obtémse uma fratura final, após certo ciclo de amplitude de carregamento. Este tipo
de fratura é chamado de transgranular ou transcristalina. A partir desta fratura se produziu uma
micrografia, utilizando um Microscópico de varredura eletrônica (MEV), para análise do
comportamento das micro trincas. As figuras (4.1), (4.2), (4.3), (4.4), (4.5),(4.6) e (4.7)
apresentam sítios de nucleação e propagação de trincas radiais, a partir do perímetro
circunferencial do diâmetro do entalhe. Propagamse até produzir o máximo de redução da
área de resistência ao esforço aplicado permitindo sua fratura. Esta área fica caracterizada
pela produção de grande quantidade de alvéolos (dimples), detalhe nas figuras (4.1, 4.3 e 4.5),
provocando o colapso plástico (ruptura súbita) do entalhe do CP. Ao variar a profundidade do
entalhe geramse detalhes diferencias nos sítios de nucleação e propagação de trinca, figura
(4.2).
Nas fases iniciais de iniciação da trinca, cada fissura se propaga em diferentes planos e,
eventualmente, alguns desníveis ocorrem entre planos vizinhos, bem destacados nas figuras
(4.1), (4,2), (4.4), (4.6) e (4.7). Estes desníveis aparecem macroscopicamente como linhas
radiais na superfície da fratura. Assim, as linhas radiais indicam as origens da trinca. A porção
de superfície de fratura associada com o crescimento da fissura fadiga é geralmente bastante
plana e está orientado normal à tensão de tração aplicada. Superfícies mais ásperas
geralmente indicam um crescimento mais rápido, onde a taxa de crescimento geralmente
aumenta à medida que a trinca cresce. As fraturas súbitas ocorrem próximo ao centro do
92
entalhe exibindo uma grande concentração de microcavidades, bem destacadas nas figuras
(4.3 e 4.5).
Detalhe de sítios de
nucleação e
propagação de micro
trincas
Figura 4.1 Detalhe da fratura do entalhe com profundidade de 2,4mm (Aço inoxidável).
93
Detalhe de sítios de
nucleação e propagação de
micro trincas radiais
Figura 4.2 Detalhe da fratura do entalhe com profundidade de 2,25mm (Aço inoxidável) lado
A do CP.
94
Detalhe da área
de fratura súbita exibindo
o aspecto de fratura por
coalescimento de
microcavidades.
Figura 4.3 Detalhe da fratura do entalhe com profundidade de 2,25mm (Aço inoxidável) Lado
B do CP.
95
micro trincas radial micro trinca radial
sítio de nucleação
Figura 4.4 Detalhe da fratura do entalhe com profundidade de 2,00mm ( Aço carbono),
vista da fratura do lado A do CP.
96
sítio de nucleação
Detalhe da
área de fratura
súbita exibindo o aspecto de
fratura por coalescimento
de
microcavidades.
micro trincas
Figura 4.5 Detalhe da fratura do entalhe com profundidade de 2,00mm (Aço carbono) vista da
fratura pelo Lado B do CP.
97
98
Perímetro do entalhe
Micro trincas radiais
Perímetro do entalhe
Figura 4.7 Detalhe da fratura do entalhe com profundidade de 1,90mm (Aço carbono) vista
da fratura pelo Lado A do CP.
99
Segundo SIQUEIRA R.P. et.al. (2016), o aço inoxidável austenítico apresenta uma
excelente combinação de resistência a corrosão e uma excelente combinação de corrosão e
propriedades mecânicas tais como ductilidade na condição de alta tensão de escoamento após
deformação a frio. TANAKA (2010) em seu artigo também apresenta uma análise fractográfica
das fraturas por fadiga dos entalhes, figura (4.8) do seu artigo, em corpos de prova submetidos
a carregamento de torção cíclica sem carregamento estático. A medida que o entalhe se torna
agudo maior o número de sítios de nucleação de trincas ocorrem na raiz por que as amplitudes
de deformações é maior para entalhes agudos e também para entalhes estreitos inibem a
propagação do estágio II de trincas.
Figura 4.8 Fratura por torção cíclica para aço inoxidável.
A Fig. (4.9), produzida por KARAAGAC et al. (2006), apresenta a superfície de fratura
no entalhe com as características típicas de uma falha por fadiga produzias por torção e flexão
no entalhe do eixo. Três tipos diferentes de zona de fratura podem ser distinguidos; (1) zona
fibrosa, (2) zona radial e (3) zona de fratura final.
A zona fibrosa, em que as iniciações de trinca tem lugar, é a zona de propagação de
fissuras lentas, algumas seções na zona têm uma aparência áspera devido à clivagem da
rachadura por tração. Além disso, algumas seções achatadas pelo atrito das superfícies de
descontinuidade durante o componente de compressão do ciclo de tensão são vistos.
100
Esta área geral não mostra nenhuma evidência de deformação plástica significativa. A
zona radial é a zona de propagação de fissuras rápida. Ela contém em ambas as partes muitas
linhas grossas radiais dirigidas para o centro e círculos concêntricos sobre o centro.
As Linhas curvas chamadas marcas de praia, concêntricas com o centro são vistos e
marcam o crescimento progressivo da fenda para o centro durante os ciclos. Elas ocorrem
devido à partida e parada do crescimento da trinca causado pela alternância de nível de tensão
na. zona de fratura final. O tamanho desta zona fornece informação sobre quão grande a carga
aplicada e se o KIC ou KC do material é baixo ou alto. Ou seja, quanto menor o tamanho menor é
a carga aplicada ou o valor mais elevado de K CI tem o material. O tamanho da zona de fratura
final é pequeno quando comparado com a área do entalhe. Assim, isto indica que as cargas
nominais aplicadas são bastante baixas e o material do eixo é altamente maleável e resistente. A
segunda coisa a tomar nota é que há um desvio entre o centro do eixo e o centro da zona de
fratura súbita. Isto significa que se o eixo é submetido a flexão acompanhado da torção, a última
zona de fratura se desloca do centro para a borda do eixo.
Área radial de fratura área fibrosa
Marcas de praia
Perímetro
do entalhe
Área final de fratura
Direção de avanço da trinca
Iniciação de trinca
Figura 4.9 Fratura por torção cíclica para aço inoxidável (KARAAGAC et al. [35])
A figura (4.10) estabelece os lados A e B, mencionados nas figuras(4.6) a (4.7), referentes
as fraturas dos CP‘s deste trabalho.
Lado A Lado B
Figura 4.10 – Detalhe da definição de lado A e B
101
CAPÍTULO 5 – PREVISÃO DE VIDA PELO MÉTODO DA TENSÃO NOMINAL (S/N)
Existem diferentes métodos para reduzir o estado de tensão, que não seja uniaxial a um,
único, equivalente uniaxial. Entre os mais populares estão aqueles com base na tensão. Eles
consideram que, uma vez produzido escoamento e fadiga, ambos controlados por deformação
plástica, as teorias de falhas estáticas podem, portanto, ser aplicadas à fadiga SOCIE et al.
(2000). Para o caso mais usual de flexão e torção combinado, em materiais dúcteis, a
amplitude de tensão equivalente (com base na parte desviatória da densidade de energia de
deformação) e a tensão média equivalente são definidas como:
ζa = ζa2 + 3. a2
(5.1)
ζm = ζm
O efeito da carga média é introduzido através do conceito de amplitude equivalente de
tensão ζar, completamente reversa, que por sua vez, deve ser uma função de ~a e ~m SMITH
,
et al. (1970) propuseram que para qualquer carga média, certa função de vida em fadiga g(Nf)
pode ser relacionada com o produto entre a tensão máxima e a amplitude de deformação,
conforme equação (5.2).
ζ ×ε = g N (5.2)
max a f
arar para casos uniaxiais maxa = ar2/E. Assim, a função vida g(Nf) está relacionada à
equação (1.13), conforme equação (5.3).
ζmax × εa = ar . ar ×E = ζar 2
2 (5.3)
b
g Nf = ζ'f 2Nf
Esta abordagem é conhecida como SWT, que representa as iniciais dos autores SMITH
et al. (1970). O sucesso dessa abordagem pode ser visualizado através da representação
gráfica dos dados, de resistência à fadiga. experimentais obtidos sob vários níveis de tensão
média (em termos de ζmax . ζa= ζa2+ζm.ζa) versus vida em fadiga Nf. Se os pontos plotados
desta forma apresentam uma curva semelhante à curva descrita pela equação (1.13), isso
significa que a correção de SWT é capaz de eliminar a dependência da carga média em curvas
de resistência à fadiga, equação (5.8). A proposição de SWT se torna adequada aos objetivos
deste projeto, sendo interessante destacar que ―ζf‘‖ e ―b‖, aplicados na equação (5.3), são
obtidos sob a condição de ζm=0.
102
ζar = ζa2 + ζa .ζm
2 (5.4)
b
ζar 2 = ζa2 + ζa .ζm = ζ' 2N
f f
O histórico de carregamentos multiaxiais de amplitude variável, utilizados na análise de
acumulo de danos em fadiga, consiste, simplesmente, de uma sequência de picos e vales. Tais
históricos precisam ser manipulados, por meio estatístico, a fim de serem aplicáveis em
modelos de análise de fadiga. O resultado deste processo é o chamado "espectro de carga".
Entre os diversos processos desenvolvidos no passado, com este objetivo, o método Rainflow
para contagem de ciclos (RFCC), MATSUISHI (1968), ainda é o mais amplamente utilizado.
Algoritmos para fins especiais são aplicados às quantidades (quase sempre) digitalizadas que
representam o histórico de carga. Como resultado, o número de ocorrências de tais
quantidades ni para um determinado intervalo (ou amplitude) e média, é armazenado sob a
forma de uma matriz. Por esta razão, o RFCC é considerado uma abordagem de dois
parâmetros. Neste trabalho utilizase uma implementação do RFCC como uma função Matlab
desenvolvido por NIELSONY (2009).
A contribuição do dano de cada ciclo contado (ou cada elemento da matriz) é calculada
como uma fração de Ni/Nfi, onde os cálculos de Nfi baseiamse na curva de referência, equação
(1.13), após a introdução de correções para multiaxialidade (equação 5.1) e tensões médias
diferentes de zero (equação 5.4). No momento da falha por fadiga, acreditase que a
resistência à fadiga do material tenha sido totalmente consumida e que o dano total seja
simplesmente, um dano representado na forma da equação (5.5), onde se assume que D=1.
N
D = i (5.5)
i Nfi
Esta equação estabelece a mais conhecida regra de Miner. Alguns experimentos feitos
por este autor, MINER (1945), sobre as articulações e também em amostras sem entalhes
apresentaram valores de dano, usando a equação (5.5), que variaram entre 0,61 e 1,45. O
valor médio foi 1,0. No entanto, SCHUTZ (1979) obteve resultados semelhantes, para dano,
nos testes com uma tensão média constante. Para os casos em que uma porção
representativa da história de carregamento (sob a forma do espectro de carga) está disponível,
em unidades de tempo t, equação (5.5), que fornece um dano aparente D/ t, a vida útil prevista
para estas situações é encontrada através da equação (5.6), que assume o dano total D = 1:
t t
Lpred = =
Ni
D
N (5.6)
fi
5.1 Fluxograma para análise de dano considerando o método S/N
Baseado no desenvolvimento das equações (1.2), (5.1) a (5.6) é apresentado, na figura
(5.1), o fluxograma de um código especialmente desenvolvido na linguagem MatLab, produzido
em Matlab, a ser aplicado em uma fração do tempo do sinal de deformação de cada CP.
103
Início
Ler dados de entrada
E, ζf‘, b, d, ν, kts, ε, h. RFCC
τa, classes
τm classes
Ni matriz de
Frequências
N
aN < h
S
ε/N S/N
(S/N )
(ε /N)
Fluxograma
Capitulo 6
Fim
Figura 5.1 Fluxograma para análise de vida pelo método (SN).
104
A resistência à fadiga decai continua e linearmente (loglog) em função de Nf, até atingir
uma inflexão entre 106 e 107 ciclos, que é definido como sendo o Limite de Fadiga (ζe‘) para o
material, ou seja: a tensão abaixo da qual não ocorre mais falhas por fadiga. Para os aços:
ζe‘=0,5 ζut quando ζut< 1378 Mpa. Nem todos os materiais apresentam essa inflexão, por
exemplo: Al, Mg, Cu, ligas de Ni, alguns aços Inoxidável e açosliga de alto carbono. No caso
do alumínio, define se um coeficiente de resistência a fadiga (ζf‘), numa condição de ciclo de
N=5e8 a condição :
f) ζf‘=0,4 Sut para Sut< 330 Mpa.
g) ζf‘=131 Mpa para Sut ≥ 330 Mpa.
5.2 – Relação entre resultado experimental final e teórico pelo método SN
Por análise experimental foram produzidas diversas medidas de deformação por torção,
para diversos CP´s com diferentes profundidades e materiais, originando um período de tempo
diferente para cada amostra. Este estudo utilizou um total de 25 CP´s. Estes resultados,
experimentais, de dano por deformação em função do tempo foram estabelecidos na tabela (1).
A parte analítica foi examinada considerando: a condição S/N – deformação elástica e ε/N –
deformação elásticoplástica.
As figuras (5.2) a (5.4) resumem o resultado final do tempo real de fratura do entalhe,
sob carregamento multiaxial nos CP´s. A tabela (5.1), deste capítulo, destaca o comportamento
de diferentes materiais em relação ao seu tempo real de dano em relação à profundidade do
entalhe. Detalha, para cada frequência de serviço, a profundidade de entalhe correlacionada.
Esta frequência representa a respectiva rotação aplicada na análise do dano de cada CP,
figuras (3.32) e (3.33).
Tabela 5.1 Resultado final teórico de dano pelo método S/N.
Material
Alumínio Aço inoxidável
Prof Aço Carbono
(mm)
W W W
Vida (s) Vida (s) Vida (s)
Hz Hz Hz
2,45 25,08 200
2,4 333
2,38 23,88 769
25,08 288 23,88 850
2,35
24,64 457
2,3 23,64 360 23,34 370 23,64 1240
2,3 328
290
940 25,08
23,64 576 336 25,08 1250
2,25
25,08 504 25,08 792
23,64 936
2,2
24,64 24,64
2,15
25,08 6850
2,0 23,64 2510 20,34
1,95 25,06 2916 20,34 6720
105
A partir do resultado experimental e do resultado teórico, produzido conforme fluxograma
da figura (5.1), para os três tipos de material: aço carbono, alumínio e aço inoxidável, utilizados
neste trabalho, originaramse os resultados apresentados nas figuras (5.2) a (5.4).
Vida – Nf (s)
Corpo de prova nº
Figura 5.2 – Resultado final da vida teórica e real para cada CP em aço carbono
Vida – Nf (s)
Corpo de prova nº
Figura 5.3 – Resultado final da vida teórica e real para cada CP em aço inoxidável.
106
Vida – Nf (s)
Corpo de prova nº
Figura 5.4 – Resultado final da vida teórica e real para cada CP em alumínio.
107
CAPÍTULO 6 – DESENVOLVIMENTO DAS EQUAÇÕES CONSTITUTIVAS E DAS RELAÇÕES
DE DEFORMAÇÃOVIDA (COFFINMANSON) PARA ESTADO MULTIAIXIAL.
Considerando a literatura técnica científica corrente, a abordagem mais tradicional para a
representação do comportamento tensãodeformação de materiais sólidos faz uso da teoria da
elasticidade clássica, onde os gradientes de deslocamento são considerados infinitesimais,
portanto resultando em deformações e rotações também infinitesimais. É usual definirse
material elástico como aquele que recupera seu estado inicial depois de submetido a um ciclo
completo de carregamento e descarregamento sem sofrer deformações permanentes
(Timoshenko, 1970), mas no contexto de modelos constitutivos é mais precisa a definição
clássica de Cauchy, SÁNCHEZ (2000), pela qual, em um material elástico, o estado de tensão
é função apenas do estado de deformação, ou viceversa, compreendendose, portanto, que as
trajetórias de carregamento e descarregamento são todas coincidentes neste tipo de material,
ou seja: materiais elásticos são conservativos, liberando no descarregamento toda a energia
interna armazenada durante a fase de carregamento. Desta forma, as tensões e deformações
podem ser relacionadas através de leis constitutivas, que considera um estado referencial
cartesiano indeformável. O modo como se relacionam, depende da classe do material. O
modelo elástico do comportamento do sólido, homogêneo e isotrópico, identificado no regime
linear, pela relação entre tensão e deformação obedece a bem conhecida lei de Hooke que
numa forma compacta, é representada como:
ε e = 1+ ν ζ - ν δ ζ
1
ij E ij ij kk (6.1)
Onde: εije = tensor de tensão no modelo elástico linear, E = módulo de Young, ν=
coeficiente de Poisson, δij=é símbolo definido como delta de Kronecker (DK) onde os índices i
e j impõem uma condição e valor ao DK na seguinte forma: se i ≠ j δij=0 se i = j δij=1. ou seja: o
DK se reduz a matriz identidade de ordem três, podendo ser denotado como [δij] = [I].
Para materiais dúcteis, o princípio de deformação, submetido a tensões multiaxiais, é
bem modelado pela intensidade de deformação plástica ( p ) e pela tensão equivalente ( ),
ambas diretamente fundamentadas em relação à densidade de energia de deformação
desviadora (DEDD), isto é a energia de mudança de forma e não de volume.
3 2 p p
ζ= S S , εp = e e (6.2)
2 ij ij 3 ij ij
No conceito de energia de distorção de um dado elemento esta associada à mudança de
forma do elemento e não a mudança de volume dele, figura (6.1).
108
Tensor desviador Sij, εij,
Forma
Tensor Hidrostático hij
(hij=1/3ζkk) Volume
Figura 6.1 Influência do tensor desviador
A taxa da mudança de volume (dV) em relação ao volume original (V) é a deformação
volumétrica v = kk, é obtida pela multiplicação, de ambos os lados, pela equação de Hooke.
ev = dV / V = e `
kk
1
V '
3E
(1 2 )
(1 2 )
e .δij = dV / V .δij = V '.δij .δij
kk 3E
ε =
1 2 ν ζ
kk E kk (6.3)
Onde V‘ é o módulo de deformação volumétrica
Na equação (6.2) S ij e eijp são os componentes desviadores de tensão e deformação
plástica, respectivamente. Eles são determinados conforme equações (6.4) e (6.5):
1
S =ζ - δ ζ (6.4)
ij ij 3 ij kk
p p 1 p
e =ε - δ ε (6.5)
ij ij 3 ij kk
Para materiais isotrópicos, os dados experimentais obtidos, sobre diferentes modos de
carregamento no regime plástico, devem demonstrar a mesma curva se a intensidade de
tensão e deformação equivalentes for usada na sua plotagem (devido a sua proporcionalidade
com DEDD). Em relação à parte plástica de RamgbergOsgood (RO), esta é frequentemente
representada pela curva produzida conforme equação (6.6):
1
ζn (6.6)
εp =
H
As propriedades dos materiais (ou constantes de ajuste: H e n), aplicadas na equação
(6.6), são consideradas as mesmas obtidas nos testes clássicos de tensão. O módulo secante
Ep é uma grandeza variável, definida conforme equação (6.7).
109
ζ
Ep = (6.7)
εp
Evidências experimentais em metais sugerem que pequenas deformações plásticas
ocorrem sem que haja variação volumétrica. Desta forma, o coeficiente de Poisson = 1/2 é
aceito no regime plástico desde que a deformação na direção v=0, então o termo da equação
2 p p
εp = ε ε (6.8)
3 ij ij
Com os elementos acima em mente, é possível formular as relações constitutivas entre a
tensão e a deformação plástica por tensores semelhantes à equação (6.1). Por exemplo, o
elemento com subscritos (‗11‘) do tensor de deformação plástica é:
p
ε =
11 E
1 1
ζ11 - 2 ζ 22 + ζ33 (6.9)
p
A semelhança entre a equação (6.1) e equação (6.9) também indicam que a equação
(6.2) pode ser utilizada para os cálculos de deformação volumétrica, mesmo na presença de
deformações plásticas. Generalizando a equação (6.9), para outros componentes e utilizando a
expressão para o módulo secante Ep a partir da equação (6.7) temos:
p 3 εp
ε = S (6.10)
ij 2 ζ ij
As relações constitutivas na teoria de deformação total são, então, obtidas após soma
dos componentes elástico e plástico do tensor de tensão:
3 εp
ε = ε e + ε = 1+ ν ζ - ν δ ζ +
p 1
S (6.11)
ij ij ij E ij ij kk 2 ζ ij
Para uma determinada tensão biaxial a relação = 2 /1 e 3 = 0 (plano de tensão) a
equação (6.11), pode ser usado para incluir o efeito do estado de tensão em uma relação
constitutiva para uma direção selecionada. Escolhendo por exemplo a primeira direção
principal e definindo um novo módulo de Young E (E,), a parte elástica da deformação 11 é:
ζ11
ε11
e
=
E
(6.12)
E
Eλ =
1 ν
O componente do tensor desviador de tensão na direção desejada S 11 pode ser obtido
pelas equações (6.4) e (6.5).
110
ζ
S = 11 2 (6.13)
11 3
A tensão equivalente ~ , equação (6.3), e a deformação plástica equivalente ~p
,equação (6.8), como uma função da equação (6.6) são necessárias. Para um estado particular
da tensão analisada temse a equação (6.14):
ζ =ζ λ2 - λ +1
11
1 (6.14)
ζ n
εp = 11 λ2 - λ +1
H
Após substituição da equação (6.13) e equação (6.14) na equação (6.10), a deformação
plástica descrita na direção desejada é:
1 1
n 1n
ζ
n
ζ n
p λ
11 2
ε = 1- λ2 - λ +1 2 11 = 11
H H
λ
(6.15)
H
H =
λ n 1n
λ
1
2
λ2 - λ +1 2
Onde um novo H = f(H,,n), foi definido com a mesma ideia que foi definido,
previamente, E. Então, para o estado de tensão com 11/22= e 33=0 apresentam uma
deformação efetiva total, 11= f(11, n, E, H), definida conforme equação (6.16)
1
11 11 n
11 (6.16)
E
H
O estado de tensão, puramente cisalhante apresenta uma importância particular (porque
é uma forma de carregamento encontrada em elementos de máquinas sujeita a transmissão de
potência através de seus eixos rotativos). A torção representa um estado plano de tensão
particular onde = 11 / 33 = 12 = 1 e pelo qual, o modulo de elasticidade modificado (E) e o
coeficiente de resistência (H), de acordo com as equações (6.12) e (6.13), respetivamente,
são:
E
E
1
(6.17)
2nH
H n 1
2
3
111
Não devemos desconsiderar a definição da deformação cisalhante de engenharia ij = 2 ij
(ij) e a equação (6.16) para obter a equação constitutiva equivalente a um estado de tensão
puramente cisalhante relacionando, somente, intensidades cisalhantes:
1
n
G H (6.18)
E H
G H
2 1 n 1
2
3
A curva cíclica para a maioria de materiais estruturais fica bem ajustada pela relação
apresentada por RAMGBERGOSGOOD, (1943), figura (7.1) segundo as coordenadas a vs.
a. Esta relação de RO, que veem do principio da variação da área durante a aplicação da
força num ensaio monotônico de tração, cuja curva verdadeira e de engenharia, ζε, apresenta
um aspecto semelhante à figura (6.2):
εae
ζ
εar εap (εf, ζf)
Su
Sys Curva verdadeira
1
E
Curva de engenharia
ε
Figura 6.2 Curva tensão deformação (ζε) verdadeira e tensãodeformação (ζε) de
engenharia.
Observase, na curva verdadeira, que a deformação total é composta de uma parte
plástica e uma parte elástica e a curva tensão deformação é geralmente descrita segundo
(RO):
1
ζ ζ n
ε11a = + (6.19)
E H
Onde H e n são coeficientes de resistência monotônica.
112
Já num carregamento cíclico uma nova resistência cíclica H’ e expoente de
endurecimento n’ substituem aqueles monotônicos H e n (constantes do material),
respectivamente. Estas propriedades são quase sempre avaliadas na primeira direção
principal. Contudo, uma nova curva cíclica para o estado plano de tensão pode ser definida
baseada na equação (6.20):
1
ζ ζ n'
ε = 11a + 11a (6.20)
11a E H'
λ λ
Dentro do contexto da teoria da deformação total, CO inicialmente considerou que vida em
fadiga estava relacionada com a deformação plástica. Assim, eles produziram uma relação
estabelecendo uma equação geral na forma a (2Nf), onde a é a soma da amplitude de
deformação elástica mais a amplitude de deformação plástica, para carregamentos uniaxiais na
direção principal de deformação/ vida:
f f
b
ζ' 2N
f f
p c (6.21)
ε = εe + ε = + ε' 2N
11a 11a 11a E
Quando o estado de tensão é diferente do estado uniaxial e as direções principais
permanecem as mesmas, por exemplo; num carregamento proporcional, considerase que a
variável de controle é a amplitude de deformação efetiva ~a e que, novamente, é composta por
uma parte elástica e uma parte plástica:
e + εp = ζ a + ε p
εa = εa (6.22)
a a
E
Dados resultantes do esforço de fadiga de baixo ciclo são considerados na direção
principal assim como os das tensões e deformações equivalentes, de acordo com a equação
p
(6.3) e (6.8), respectivamente, reduzse a p = e εp = εp representada pela equação
11a 11a
(6.23).
ζ p
εa = 11a + ε =ε (6.23)
E 11a 11a
Se a amplitude de deformação efetiva esta direcionada para a força de nucleação da
trinca por fadiga, submetido a carregamento multiaxial, deve ser seguido à mesma regra
utilizada no caso uniaxial e o lado direito da equação (6.20) e (6.21) resultam na equação
(6.24):
113
2Nf
b
ζ'
f f
ζa p f c
εa = + εa = + ε' 2N
E E (6.24)
2Nf
b p c
ζa = ζ' 2N ε a = ε'
f f f
se utilizar o mesmo procedimento para demonstrado na equação (6.12) através da equação
(6.14) para se obter a expressão composta por parte elástica e plástica como parte de
amplitude de deformação total considerando um caso de carregamento proporcional
( = constante) dentro de um estado plano de tensão somando ambos os termos da equação
(6.25):
b
ζ ζ ζ' 2N
f f
ε e = 11a = a =
11a E 2 2
λ E λ - λ +1 E λ - λ +1
λ λ (6.25)
c c
p
3 εa 3 ε'f 2Nf ζ ε' 2N
11a 2 - λ = 1- λ f
ε
p
= S =
11a 2 ζa 11 2
f
ζ λ - λ +1 3
2 2 λ - λ +1
2
11a
A equação modificada deformação/vida, que inclui a influência do estado de tensão
(através taxa de tensão no estado biaxial) que pode ser obtida considerando ambos os
termos da equação (6.26):
ζ' =
ζ'
f ε' =
1 λ / 2
fλ fλ
λ2 - λ +1 λ2 - λ +1
Conforme foi formulado para uma relação constitutiva representado na equação (6.25) pode
se expressar, também, em termos de deformação cisalhante como um caso particular e
importante de cisalhamento puro ( = 1), equação (6.27).
f f
b
ζ' 2N
f f
c (6.27)
2ε = = + 3 ε' 2N
11a 12a 3G
Onde: b, c são constantes do material.
114
CAPÍTULO 7 – ESTUDO DA COMPATIBILIDADE DAS DEFORMAÇÕES SOB ESTADOS
MULTIAXIAIS.
Em muitos casos o carregamento nominal cíclico é suficiente para induzir um histórico de
tensão deformação elástico/plástico (ζε) no ponto mais solicitado da estrutura. Negligenciando
os transientes, é possível considerar que o caminho descrito pela curva tensãodeformação
inicial, segue a curva cíclica descrita considerando a equação (6.20). A forma dos laços de
histereses subsequentes pode ser aproximada, pela expansão da curva cíclica, de um fator
duas vezes maior. Este é o chamado comportamento de Masing e está, esquematicamente,
representado na figura (7.1).
Curva cíclica
Laços de
Histerese
Figure 7.1 – Caminho inicial de tensãodeformação apresentado pela curva cíclica, enquanto o
laço de histerese subsequente é comumente modelado expandindose esta curva por um fator
igual a dois.
O mesmo caminho ζε, é seguido pelo material, nos testes de deformação versus vida
até a nucleação de trincas, isto é representado pelas coordenadas ε a vs. Nf. O comportamento
posterior é modelado pela equação (6.26). Portanto, desde um ponto de vista físico, a
deformação total descrita pela equação (6.21) como pela equação (6.26) tem as mesmas
componentes elásticaplástica:
1
ζ' 2Nf
b
ζ11a ζ11a n'
= f = ε11a = ε'f 2Nf
c
= ε11a
e
p
E E H'
1
(7.1)
ζ'f 2Nf
b
ζ11a ζ11a n'
+ ε'f 2Nf
c
+ = ε11a =
E
H' E
Esta condição de compatibilidade só pode ser garantida quando a seguinte relação se
mantém entre as propriedades do material:
' f b
n'comp
comp
H ' b
(7.2)
' f c
c
115
Onde H‘λ e n‘ λ representam coeficiente e expoente de endurecimento cíclico estimados,
b é o expoente de resistência, c é o expoente de ductibilidade, ζfλ‘ é o =.coeficiente de
resistência a fadiga estimado, ε‘fλ é o coeficiente de ductibilidade estimado, n‘ é o expoente de
encruamento estimado.
As novas constantes foram classificadas com o expoente "comp." para enfatizar que elas
são estimadas a partir de outras constantes e não determinadas de forma independente. O
procedimento completo para a obtenção da equação (7.2) foi delineado por NIESLONY (2008)
e a relação apresentada se baseou na independência das propriedades dos materiais sobre a
vida Nf.
Aplicando ao aço carbono SAE1020 a condição de compatibilidade, utilizando as
parcelas relacionadas entre elas, H‘λ/ H‘λcomp e n‘/n‘comp, para diferentes razões de tensão (λ),
segundo um estado biaxial, podese avaliar a independência das propriedades do material
sobre a vida (Nf) do CP, conforme figura (7.2).
0.9 2
0.8 1.5
0.7 1
/H´
n´comp /n´
comp
H´
0.6 0.5
0.5 0
0.4 0.5
1 0.8 0.6 0.5 0.4 0.2 0 0.2 0.4 0.5 0.6 0.8 1
Figure 7.2 Matriz composta por ordenada e abcissa mostrando a relação entre constantes
experimentais e de compatibilidade para aço carbono SAE1020.
Assim, fica demonstrado pela figura (7.2) que a relação entre os coeficientes cíclicos de
resistência dos materiais (H’λ/ H’λcomp) varia com a razão de tensão biaxial (λ) e se torna positiva
para tensões transversais (λ>0), mesmo antes que as tensões tenham o mesmo valor. Por
outro lado, considerando as equações (6.20) e (6.26), a relação entre os expoentes de
resistência cíclica (n’/n’comp) é independente do estado de tensão.
116
No estado puro de cisalhamento, quando λ=1, ou seja: quando as tensões tem o mesmo
valor com sinais contrários, percebese que a relação entre os coeficientes de endurecimento
cíclico se aproxima de zero, o expoente de encruamento a fadiga (n‘) aumenta
substancialmente.
As possíveis implicações no uso de propriedades de materiais, independentes e
compatíveis, têm sobre os valores das curvas tensãovida (S/N) é o objetivo do presente
estudo. Resolvese, numericamente, a segunda linha da equação (7.1), em amplitude de
tensão e vida. Isto foi feito para cada uma das componentes de um vetor de amplitude total de
deformação ε11a, de origem entre 100 e 10000 μs. Dois conjuntos de parâmetros foram
utilizados: independentes (H'λ e n '), e os de compatibilidade (H‘comp e n‘comp, equação (7.2)). O
efeito do estado de tensão também foi estudado através de λ que representa a razão de
tensões da condição biaxial. O resultado destes exercícios numéricos são os vetores Nfi(λ),
ζ11ai (λ) e ζ11acomp(λ). Deles pode se definir a relação de deformação de compatibilidade elástica
e plástica experimental entre cada componente da deformação total da lei constitutiva, equação
(7.3) e a relação deformação/vida, equação (6.25), como:
1
11a n '
11a
Rp c
H '
Re
' f 2 N f b ' f 2 N f
1 (7.3)
11a comp
n ' comp
11a comp H' comp
comp comp
' f 2 N f ' f 2 N f c
Re b
Rp
A figura (7.3) demonstra uma pequena variação de compatibilidade da taxa de
deformação elástica, R e, versus deformação plástica εe, mais precisamente no trecho de regime
de fadiga de baixo ciclo. Também os efeitos do estado de tensão contribuem para os altos
valores de deformação com tensão de tração e compressão transversal influenciando maiores
efeitos.
0.14
Taxa de deformação elástica
10 = 1
= 0.5
independente, Re
= 0
= 0.5
= 1
0.01
10
2 3 4
10 10 10
11a [s]
Figure 7.3 Representação gráfica da relação entre a parte elástica das equações de RO e
CM usando constantes, determinadas de forma independente, para várias razões de tensão
biaxial.
117
Por outro lado, não é assegurada a compatibilidade quando são utilizadas constantes
independentes, como pode ser visto na figura (7.4), para uma taxa de deformação plástica Rp.
As deformações plásticas de RO são menores que 1% daquelas calculadas pela equação de
CM no regime de fadiga de alto ciclo, FAC (baixas deformações totais), estas diferenças não
desaparecem no regime FBC (altas deformações totais). A influência do estado de tensão é
baixa no regime FAC, mas para deformações totais, no intervalo entre 500 e 4000 μs, a tensão,
novamente, de tração e compressão contribui para o agravamento do taxa Rp no regime de
FBC.
p
Independent Plastic Strain Ratio, R
Taxa de deformação plástica R p
0.1
10
0.2
10
= 1
= 0.5
10
0.3 = 0
= 0.5
= 1
2 3 4
10 10 10
11a [s]
Figure 7.4 – Representação da taxa entre parte plástica das equações de RO e CM usando,
de forma independente, determinadas constantes. Esta compatibilidade não é assegurada com
a componente de deformação plástica de RO menor que a equação equivalente de CM.
As razões de compatibilidade elástica Recomp e plástica Rpcomp de tensão devem
corresponder à unidade ao longo de toda a amplitude de deformação do vector εai porque um
conjunto de propriedades do material é calculado a partir da outra, como na equação (7.2).
Este é realmente o caso, como mostrado na figura (7.5) onde foram utilizados valores
representativos da razão de tensões biaxial (λ). É suficiente para representar graficamente a
taxa de deformação plástica Rpcomp para fins comparativos uma vez que o uso de parâmetros
H‘λcomp e n‘comp tem um efeito mais pronunciado sobre esta razão do que em Recomp. Note
também que o comportamento é independente do valor λ.
118
Aço 1020
= 1
Taxa de compatibilidade da
comp
= 0.5
deformação plástica, Rp
2e011 = 0
10 = 0.5
= 1
9.99998e012
10
4e011
10
2 3 4
10 10 10
11a [s]
Figura 7.5 Taxa de deformação de compatibilidade plástica. Como esperado, a total
compatibilidade entre as deformações plásticas de RO e CM é obtida, independentemente do
estado de tensão, uma vez que os parâmetros dos materiais foram calculados de acordo com a
equação (7.2)
Como pode ser visto, a relação Re desviase, apenas e principalmente, no regime FBC,
enquanto a relação Rp esta extremamente próxima tanto no regime de fadiga de baixo ciclo
quanto no regime de alto ciclo, FAC. A relação entre as amplitudes de tensão obtidas de uma
dada deformação total, através de uma solução numérica da equação (6.25), usando
constantes compatíveis e independentes R ζa, conforme definido na equação (7.3), representa
melhor os efeitos estudados em regime total. Como observado anteriormente, a tensão
transversal e compressão sempre tem o maior efeito quando comparado com os outros
estados de tensão, mas, de qualquer maneira, as diferenças são tão pequenas que podem ser
negligenciados. Como consequência, curvas numéricas de tensãovida também são
indistinguíveis (Figura 7.6).
11a comp
R a (7.4)
11a
3
10
= 1
= 0.5
= 0
= 0.5
11a [MPa]
= 1
2 ´ b
10 = (2N )
11a f f
1
10 0 5 10 15
10 10 10 10
N [cycles]
f
Figura 7.6 Curvas de tensãovida, obtidos por solução numérica da equação (6.25), para
amplitudes de tensão que variaram entre 10 e 1000 μs. Os parâmetros independentes (a) e
compatível (b) foram utilizados no lado direito da equação (7.1).
119
CAPÍTULO 8 – PEVISÃO DE VIDA PELO MÉTODO DA DEFORMAÇÃO LOCAL (ε/N)
As equações constitutivas permitem simular uma condição de tempo de vida de um CP
com entalhe circunferencial utilizando basicamente duas equações (6.23) e (6.26). Para este
método, um novo fluxograma foi delineado para determinação da vida de um entalhe
circunferencial e agudo baseado na condição (ε/N), conforme figura (8.1)
Início
Leia dados de entrada RFCC
E, G, ζf’, b, kt, ν, ε,a0 =296 µm,F=2,
Classes
ηari, ηmni, Nif
N
aN < h
S
S/N
Fluxograma,
(S/N ) Capitulo 5
(ε /N)
Nfi
ε/N
Fim
Figura 8.1 Fluxograma para análise de vida pelo método (ε/N).
120
A partir deste estágio podemos estabelecer uma ralação comparativa de proposições
de análise de dano para carregamento multiaxial, tabela (8.1) e figuras (8.2) a (8.4).
Tabela 8.1 Resultado final teórico de dano pelo método ε/N
Material
Prof.
entalhe Alumínio Aço Carbono Aço inoxidável
mm W W W
Vida (s) Vida (s) Vida (s)
Hz Hz Hz
2,45 25,08 932
2,4 831
2,38 23,88 885
25,08 577 23,88 992
2,35
24,64 400
23,6 114 23,34 453 23,64 1518
2,3
4
25,08
23,6 465 302 25,08 5042
4
2,25
25,0 376 25,08 748
8
23,64 978 2500
2,2
24,64 3461 24,64
2,15
25,08 705
23,6 2734
2,0 20,34
4
25,0 12445 5271
1,95 20,34
6
Vida – Nf (s)
Corpo de prova nº
Figura 8.2 – Resultado final da vida teórica e real para cada CP em aço carbono.
121
Vida – Nf (s)
Corpo de prova nº
Figura 8.3 – Resultado final da vida teórica e real para cada CP em aço inoxidável.
Vida – Nf (s)
Corpo de prova nº
Figura 8.4 – Resultado final da vida teórica e real para cada CP em alumínio.
122
CAPÍTULO 9 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
1. A condição de ressonância: ocorre quando a frequência de excitação do sistema se
torna igual a frequência natural do sistema (w = wn). Portanto, nesta região podem ocorrer
vibrações com grandes amplitudes, mesmo quando as amplitudes das forças excitadoras são
pequenas. Para frequências de excitação próximas de zero (r‘0), o comportamento do sistema
é do tipo estático. Para frequências muito acima da frequência natural (r‘ >1) há grande
redução na amplitude de vibração. Como r‘ < 1, não ocorre ressonância na rotação aplicada ao
processo experimental, tabela (3.12). Os sistemas estruturais de materiais elásticos que
experimentam pequenas deformações são sistemas estruturais tratados como lineares. Em tais
estruturas se aplica o artifício da superposição, método empregado em sistemas estaticamente
indeterminados, transformandoos em sistemas estaticamente determinados. Partindo deste
artifício, a aplicação de extensômetros interligados de forma adequada, a uma PW, permite
avaliar a influência de cada componente da força da mola, aplicada na extremidade da polia,
de forma independente, com se fosse um sistema com um grau de liberdade ocasionado por
cada componente uma análise de tensão. Definida a frequência de ressonância, fica
estabelecido o valor máximo do limite de frequência a ser aplicada ao sistema sem que haja
interferência de ressonância nos resultados da fratura do CP.
2. O método Rainflow: Aplicado na contagem de ciclos, não considera a ordem dos
eventos, muito embora alguns pesquisadores demonstrem que a ordem de ocorrência dos
ciclos pode afetar o dano acumulado para alguns materiais e sobre certas condições de
carregamento conforme destaca FATEMI et. Al. (2011) em relação a teoria de Marco–Starkey,
discutido no ítem 2.4.1 e figuras (2.6), (2.7) e (2.8) deste ítem. Essa característica é
particularmente, interessante em casos envolvendo fadiga de baixo ciclo, onde o
endurecimento (ou amolecimento) do material pode ser diferente dependendo da ordem dos
eventos de tensão. Entretanto, dentro da fadiga de alto ciclo, o efeito do histórico de eventos
permanece menos óbvio. O método também não considera o formato do ciclo de carregamento
(senoidal, triangular, trapezoidal, etc.), pois a sequência é reduzida a uma sucessão de picos e
vales.
3. Em relação ao resultado de fractografia, obtido nas fraturas dos entalhes do CP´s deste
estudo, é efetuada uma comparação com os resultados obtidos de alguns pesquisadores
como: TANAKA (2010), que, em seu artigo, também apresenta uma análise fractográfica por
fadiga dos entalhes, capítulo 4 e figura (4.8) deste trabalho, em corpos de prova submetidos a
carregamento de torção cíclica sem carregamento estático. À medida que o entalhe se torna
agudo maior é o número de sítios de nucleação de trincas que ocorrem na raiz, por que as
amplitudes de deformações são maiores para entalhes agudos.
123
4. Na Fig. (4.9) sdo capítulo 4, KARAAGAC et al. (2006), apresentaram a superfície de fratura
no entalhe com as características típicas de uma falha por fadiga produzias por torção e flexão
no entalhe do eixo. Três tipos diferentes de zona de fratura podem ser distinguidos; (1) zona
fibrosa, (2) zona radial e (3) zona de fratura final.
5. A zona fibrosa, em que as iniciações de trinca têm lugar, é a zona de propagação de
fissuras lentas, algumas seções na zona têm uma aparência áspera devido à clivagem da
trinca por tração. Além disso, algumas seções rebaixadas pelo atrito das superfícies de
descontinuidade, pela componente de compressão, do ciclo de tensão, são vistas.
6. Esta área geral não mostra nenhuma evidência de deformação plástica significativa. A zona
radial é a zona de propagação de fissuras rápida. Ela contém, em ambas as partes, muitas
linhas grossas, indicando fissuras radiais dirigidas para o centro e círculos concêntricos sobre o
centro.
7. As linhas curvas chamadas marcas de praia, concêntricas com o centro são vistos e
marcam o crescimento progressivo da fenda para o centro durante os ciclos. Elas ocorrem
devido à partida e parada do crescimento da trinca causado pela alternância de nível de tensão
na. zona de fratura final. O tamanho desta zona fornece informação sobre quão grande a
carga aplicada e se o KIC ou KC do material é baixo ou alto. Ou seja, quanto menor o tamanho
menor é a carga aplicada. O tamanho da zona de fratura final é pequeno quando comparado
com a área do entalhe. Assim, isto indica que as cargas nominais aplicadas são bastante
baixas e o material do eixo é altamente maleável e resistente.
8. A segunda observação a ser considerada é que há um desvio entre o centro do eixo e o
centro da zona de fratura súbita. Isto significa que se o eixo é submetido a flexão
acompanhada da torção, a última zona de fratura se desloca do centro para a borda do eixo.
9. Considerando o resultado dos estudos apresentados por Tanaka e Karragac, em relação a
fractografia dos CP´s, e apesar de ser um carregamento multiaxial aplicado neste trabalho, o
posicionamento do entalhe, conforme figuras (3.16), (3.17) e (3.18) elimina teoricamente,
valores do momento fletor. A análise das fraturas dos CP´s, neste estudo, caracteriza a
condição estabelecida, inicialmente, no capítulo quatro, figuras (4.1) a (4.7), de estar
submetida, somente, a influência da torção.
10. Modos de falha estrutural do material: Muito embora se considere um material
isotrópico, ao se observar sua estrutura, microscopicamente, percebese que é anisotrópico e
heterogêneo, exemplificando tal observação: o aço carbono, onde cada grão cristalino
observado, apresenta comportamento anisotrópico. Devido e esta estrutura não uniforme, a
tensão, a qual esta submetida este material, ira se distribuir de maneira desuniforme, gerando
pontos onde a tensão poderá ser suficientemente alta para causar a falha deste material,
iniciando uma trinca ou um dano na estrutura onde uma falha por fadiga poderá acontecer.
Este comportamento varia conforme a microestrutura e propriedades do material. O processo
124
de nucleação de trincas se desenvolve a partir de uma micro deformação plástica localizada,
gerada pelos mecanismos citados acima, DOWLING (2007).
11. Dados experimentais indicam que para tensões multiaxiais simples, em materiais dúcteis, a
teoria da Energia de Distorção é aplicável, caso a tensão de Von Mises seja calculada para
componentes alternados, através das expressões:
12. Já o método de Sines: cria uma tensão média equivalente, assim como uma tensão
alternada equivalente, através do uso das tensões aplicadas: ou A tensão alternada acima
pode ser utilizada como entrada no diagrama SN para se determinar a vida .Observa se que a
tensão média equivalente de Sines, ζm, equações (1.38) e (1.39), contém apenas
componentes de tensões normais (tensão hidrostática), ao passo que a tensão equivalente
alternada de Von Mises ζa, equação (1.37), a considera também as componentes de
cisalhamento.
13. A estimativa de vida por meio de análise S/N: Na avaliação vida de fadiga realizados
neste trabalho, nem a existência de um limite de resistência ζe nominal nem mudanças na
curva de referência inclinação b abaixo ζe foram considerados. A explicação para isso é
simples: ciclos com alta amplitude de tensão são capazes de desenvolver pequenas fissuras
de fadiga que podem crescer mais tarde, sob a ação de ciclos de baixa tensão de amplitude.
Na literatura esta observação foi designada como teoria elementar de Miner, COSTA et
al.( 2016).
14. Os testes, neste trabalho, são conduzidos até a fratura total da amostra. A análise da
deformação total é gravada e processada após os testes. O processamento de dados consiste
em transformar cada ponto de εi (vetor de deformação) em um vetor de tensão cisalhante
nominal (Ƭxyi), usando fórmulas elementares de resistência dos materiais. Em termos práticos,
isto significa que para leituras de tensão em proporção com constantes elásticas (E, ν)
utilizando a relação entre o diâmetro do mancal de engaste e o diâmetro na raiz do entalhe do
CP (Dm/de). A Figura (3.28) mostra um espectro de tempo total versus pontos de dados de um
teste. A história nominal correspondente da tensão de cisalhamento é obtida pelas equações
(3.35) a (3.41) utilizando dados das figuras (3.26), (3.28) e (3.29).
Uma vez que as deformações são convertidas em um histórico de tensão cisalhante
nominal, os ciclos da mesma amplitude máxima e média (a fim de se definir as classes de
tensão) precisam ser contados. A função RFCC realiza esta tarefa. Esta função só funciona para
uma história de tensões compostas por picos e vales, então, outra função, também fornecido na
caixa de ferramentas Matlab, NIESLONY (2008), deve ser usada antes. O objetivo é deixar
apenas os pontos de virada do sinal. Obviamente, esta ação reduz significativamente o número
de pontos, principalmente se altas taxas de amostragem foram utilizadas no sinal original. Foi
considerado um intervalo padrão para, todos os CP´s, de 20 segundos, a partir de 100s inicial do
sinal, ou seja: se o processamento ocorreu com 600 pontos por segundo ( taxa de aquisição)
durante 20 segundos foram analisados (600x20) 12000 pontos que virão a representar
125
(1700x600) 1020000 pontos da análise total da figura (3.26), por exemplo. Assim, estes vinte
segundos representam a fração de tempo, aplicada ao RFCC, para análise de vida. Esta
condição reduz, significativamente, o número de pontos para uma matriz quadrada de 64 x64
elementos, figura (9.1).
140
25
120
100 20
80
m [MPa]
15
60
10
40
20
5
0
20 40 60 80 100
A substituição das propriedades do material a0 ( comprimento da trinca) = 296 μm e F
(fator geométrico) = 2 na equação (5.4), para cada elemento do vetor ktsαi, permite que todos os
CP´s, possam ser classificados como entalhes profundos (aNI >> h). Portanto, para cada CP,
uma expansão escalar é aplicada nos vectores Ƭani e Ƭmnj de acordo com equação (9.1).
126
ai K tsα ani
(9.1)
mj K ts mnj
Em relação à fator de concentração de tensão, devese notar que a profundidade do
entalhe, h, e o fator de concentração de tensão, Ktsα, têm uma relação inversa, mas quase
linear no intervalo estudado (figura (3.26) do capítulo 3). Isto não significa que as tensões
locais são mais baixas para os entalhes mais profundos, pois as tensões de cisalhamento
nominais líquidas estão relacionadas com o inverso do diâmetro cúbico do menor de, que
diminui quando aumenta h (profundidade do entalhe). Cargas de torção induzem um estado de
tensão proporcional e multiaxial em cada ponto na superfície do CP. Cargas médias também
estão presentes e o efeito combinado destas variáveis é tratada por meio das equações (5.1) e
(5.4), resultando na equação (9.2).
~ai 3 a ~
~ arij ai (9.2)
0
mj
Então, as amplitudes únicas de tensão de cisalhamento são significativas para as
previsões de vida. Para cada célula da matriz RF ij um valor ζarij está associado. Vida em fadiga
Nfij é, então, calculada baseada na equação (9.3) usando a abordagem elementar Miner e para
cada nível de tensão completamente revertido através da curva de referência (equação (1)). Os
incrementos de danos de dij são o quociente entre a frequência e o N ij Nfij (ver também a
equação (9.3)). Eles, obviamente, concentraramse em níveis de alta amplitude como se
mostra na cor da figura da matriz, figura (9.2).
1 'f Nij
N fij Dij (9.3)
2 arij N fij
3
x 10
140 1
120
0.8
100
80 0.6
m [MPa]
60
0.4
40
20 0.2
0
0
50 100 150 200 250 300
ar=Kts3a [MPa]
Figura 9.2 – Espectro de deformação no domínio do tempo até a fratura no mancal de engaste
do CP, Aço carbono 25,084Hz, entalhe profundidade = 2.15 mm, tempo real de ruptura = 1700s.
127
A melhor maneira de avaliar a precisão das previsões de vida usando o método elementar
Miner descrito neste artigo é por comparação com os resultados experimentais. Com este
objetivo, que o parâmetro Deff, MARQUARDT (2005), adimensional, pode ser definido como o
quociente entre a vida experimental e a vida prevista em segundos:
Lexp
Deff (9.4)
Lpred
Depois de inserir a equação (9.3) na equação (9.4), vemos que Deff não é nada mais do
que o produto do número de períodos de tempo t da parcela representativa do espectro de carga
que compõem o espectro total da carga L exp / t (ou número de blocos B), vezes o dano nesse
período. Em seguida, o parâmetro de danos D eff pode ser visto como um critério de falha para o
componente específico sob consideração. Ele é traçado para cada teste da presente
investigação na figura (8).
h) Os resultados da deformação experimental dinâmico demonstram que quanto maior for a
duração de um ciclo de rotação, mais perceptível, no gráfico de deformações, são as variações
da influência da força da mola no ciclo e a intensidade de ruído produzido, principalmente, na
posição de mudança de direção da força tangencial.
i) O torque produzido não é constante ao longo do tempo. É periódico, proporcional,
sincronizado e em fase como o momento fletor. Esta condição de simulação permite análise de
fadiga de baixo ciclo em CP´s com concentrador de tensão agudo considerando uma
abordagem de análise com tensões variadas multiaxiais.
j) Os critérios de tensão principal, tensão de Von Mises e método de Sines são adequados
para determinação da tensão alternada, a ser aplicada na análise de fadiga, resultante de
carregamento proporcional uniaxial ou multiaxial simples não sendo adequado para
carregamento multiaxial complexo.
• O método SN é mais adequado quando as máximas tensões atuantes nos pontos críticos
da peça forem menores que a resistência ao escoamento do material, já que a análise de
tensões usada neste método é linear elástica, apresentando resultados teóricos
conservadores, influenciando 85% dos valores de Deff ,dos CP´S, maiores que a unidade, figura
(9.4).
k) Baseado na média de resultados, Deff_ave = 1,2, para curvas S/N e Deff_ave 0,9 para curvas
ε/N, as previsões são no lado seguro, ou seja, a vida experimental é mais elevada do que o
previsto. Há, no entanto, certa dispersão nos resultados. Não houve correlação entre os SCFS
utilizados e o parâmetro de danos Deff que pode ser explicado por pequenas variações
apresentadas na figura (9.3).
l)
128
Nf real (s)
_____________________
Nf teórico (s)
25
Número de ciclos
20
15
10
50 100
80
60
Corpo de Prova nº
Y média 100 40
20
X amplitude
Figura 9.3 Espectro de deformação no domínio do tempo até a fratura na raiz do entalhe,
Aço carbono 25,084Hz, entalhe prof.= 2.15 mm, Tempo real de ruptura = 1700s.
m) A substituição da propriedades a0 do material = 296 µm e F = 2 na equação (4) para
cada elemento do vetor Ktsαj permite que os entalhes de todos os CP´s, sejam classificados
como entalhes agudos (aNI >> h). Portanto, para cada CP, uma expansão escalar é executada
nos vectores ζani equação.
Para vida curta para alguns materiais metálicos, as altas tensões envolvidas podem ser
acompanhadas de deformações plásticas. O modelo não prevê ζm ≠ zero nem variação da
tensão média (ζm) ao longo do tempo, considera carregamento uniaxial. Desta foram, o modelo
S/N não avalia, diretamente e com precisão, o comportamento a fadiga do material submetido
a carregamento multiaxial simples, figura (9.4).
Nf real (s)
_______________________
Nf teórico (s)
Corpo de Prova nº
Figura 9.4 – Resultado geral do Deff para cada ensaio (modelo S/N)
129
1. Logo, o método SN é apropriado às previsões das vidas longas (de iniciação de trincas de
fadiga, Fadiga de Alto Ciclo).
2. Já o método εN considera de forma explícita os efeitos plásticos cíclicos eventualmente
presentes nas raízes dos entalhes e, também reconhece a presença de trincas. Este método,
também é aplicado na avaliação da vida da peça até o início da trinca, sendo complementado
pelo método da mecânica da fratura linear a análise do crescimento de trinca até sua fatura
final. Apresenta valores menos conservativos de dano, mais próximos da unidade, figura (9.5).
Nf real (s)
_______________________
Nf teórico (s)
Corpo de Prova nº
Figura 9.5 – Resultado geral do Deff para cada ensaio (modelo ε/N)
A figura (9.8) apresenta uma simulação envolvendo uma relação entre vida, N f, pelo
método da tensão deformação, SN, e vida Nf pelo método deformaçãovida, εN, aplicando
diferentes valores de Kt, Esta figura demonstra que a medida que se aumenta Kt as previsões
de vida entre os dois métodos tendem a se igualar, principalmente, como o aumento da tensão
aplicada. Já a equação 5.8, reflete o estudo produzido neste trabalho quanto a aplicação da
equação (9.9), permitindo observar a grande semelhança de comportamento, entre elas.
130
1
Kt=1,0
Relação Nf (tensão)/Nf (deformação)
0.8 kt=1,5 ___
kt=2,0 ......
0.6
Relação Nf (ζ)/Nf (ε)
0.4
0.2
0
20 30 40 50 60 70 80 90 100
Tensão (Mpa)
Figura 9.6 – Resultado da relação vida Nf pelo método SN e εN em função da amplitude da
tensão (ζm =0).
1
Relação Nf (tensão) e Nf (deformação)
K t =1,0
0.8
Kt = 1,5 ___
Kt = 2,0 .......
0.6
Relação N (ζ)/N (ε) f
0.4
f
0.2
0
20 30 40 50 60 70 80 90 100
Tensão cisalhante (Mpa)
Figura 9.7 – Resultado da relação vida Nf pelo método SN e εN em função da amplitude de
tensão cisalhante (ζm=0).
Considerando as figuras (9,6) e (9.7) em relação a figura (9.8) e equação (9.6), a relação
ente SN e εN deveria ser menor que um para todos os CP´S. No entanto, esta figura
apresenta uma simulação envolvendo a equação (9.10), aplicando um valor médio constante
de 1,3 para Kt . O resultado obtido apresenta valores menores que um em 82% dos CP´s,
desconsiderando os CP´S com valores de Deff‘ maiores que 1,5. O modelo de análise por fadiga
se fundamenta em resultados probabilísticos, o que envolve a necessidade de repetitividade de
ensaios em ralação a quantidade de CP´s analisados. No entanto, apesar do número reduzido
de ensaios, 23 5=18, devese levar em conta que os CP´s, relacionados, foram submetidos a
131
análise considerando uma fração do tempo total tempo de 20s, constante para todos,
independente da relação do tempo real de fratura para cada profundidade do entalhe.
Poderia ainda considerar que estes valores acima ou próximo de um, 18%, representariam
tensões ou amplitude de tensões, de cisalhamento baixa.
N freal
Deff N
N fteórico
N
(9.6)
N freal Deff N N fteórico N
Deff N Deff '
N fteórico Deff N N fteórico N
N
Deff’
Corpo de Prova nº
Figura 9.8 – Resultado da relação entre Deff pelo método SN e Deff pelo método εN em função
da amplitude de tensão cisalhante (ζm=0).
132
10 – CONCLUSÕES
. Quando múltiplos esforços variáveis no tempo estão presentes, estes podem ser
periódicos, aleatórios ou uma combinação dessas duas possibilidades. As combinações
possíveis são muitas e apenas algumas delas têm sido estudadas na determinação dos seus
efeitos na falha por fadiga. Os casos mais estudados são os de esforços sincronizados,
periódicos e em fase, que causem tensões combinadas que não se alteram com o tempo,
denominadas Tensões Multiaxiais Simples. Baseada na condição de apoio adotada neste
trabalho permitindo, apenas a influência da torção na fratura do entalhe, apesar de estar
submetidoa umcarregamento multiaixial, se enquadra, perfeitamente, na condição de tensões
multiaxial simples. A maioria dos modelos de analise de danos ainda são extremamente
dependente de validação experimental. Os modelos de projeto mais confiáveis representam
apenas boas estimativas conservadoras da vida de componentes e as aplicações devem ser
analisadas caso a caso. A partir desta reflexão foi desenvolvido este trabalho respaldado em
dois projetos fundamentais (Um simulador de carrgamento multiaixial e um conjunto de anéis
deslizantes) para sua realização. A partir deste contexto, se destacam as seguintes
conclusões:
3. As figuras (3.19), (3.20) e (3.21), do Capítilo 3, apresentam uma profundidade
insignificante de rugosidade (µm) em relação a profundidadade mínima da da raiz do
entalhe (mm). Sendo assim, baseado no estudo de ATZORI et al. (2000), não ha
influênciada da rugosidade sobre o limite de fadiga, mesmo na raiz do entalhe.
4. No modelo SN, a lei de Miner não leva em consideração aspectos que influenciam a vida a
fadiga como:
I. Considerar que as tensões inferiores a tensão limite de fadiga não produzem alteração
plástica do material (quando Ni → ∞ o respectivo termo da lei de Miner (Dano) tende a
zero, não provocando dano ao material.
II. A resistência à fadiga independe do histórico de carregamento, desconsidera a ordem
de grandeza das amplitudes.
133
5. A equação apresentada neste estudo (equação (6.27), Capítulo 6) e utilizada no modelo
ε/N para análise de dano, apresenta resultados satisfatórios. Como as equações apresentadas
no capítulo 1 Estado da Arte, (equações (1.20), (1.21), (1.22), 1.24), (1.29), ( 1.35)....(1.48),
apresentam limites na forma de aplicação. Tornamse específicas para uma modelo típico de
carregamento multiaxial simples, exigindo uma condição de carregamento proporcional com
uma relação entre tensões principais λ..
6. O carregamento multiaxial apresenta uma variação ampla da tensão média, que com a
aplicação do método Rainflow, num ciclo de 20s, aplicado neste trabalho, após filtragem, como
constante e representativo para qualquer período real de ruptura do entalhe, reduz,
significativamente, o número de pontos analisados o que certamente influenciou a precisão
final real teórico de dano analisado neste trabalho. A condição de dano cumulativo, aplicada
neste trabalho, fica atrelada a condição da regra do dano linear que frequentemente apresenta
resultados insatisfatórios segundo teoria de MARCO STARKEY descrita por YANG et
al.(1997), para carregamento não linear (ζm≠0).
7. Considerando ambos os estudos, apresentados inicialmente, em relação à fractografia,
comprovase a influência de tensões, na fratura do entalhe, provenientes de um carregamento
tipicamente multiaxial produzido por torção somente, destacando zonas fibrosas e zona de
fratura final, descaracterizando, no entalhe, a influência do momento fletor.
8. O simulador apresenta resultado significativos na aquisição de sinal sob carregamento
multiaxial, no entanto, a utilização de anéis deslizantes na transmissão de tensão e aquisição
de sinal analógico implica, inevitavelmente, na condição de inclusão e ruído ao sinal. Na
amplificação deste sinal analógico e sua transformação em sinal digital se destaca, ainda
mais, o ruído, evidenciando a necessidade de se aplicar um filtro ao sinal digital.
9. O equipamento de testes desenvolvido no presente trabalho mostrouse adequado para
aplicar cargas de torção cíclicas de amplitude variável em eixo cilíndrico com entalhe
circunferencial. Estas cargas provocaram a falha por fadiga em espécimes de diversos
materiais como o corroboram as imagens fractográficas apresentadas neste trabalho.
10. As relações constitutivas e de deformaçãovida foram modificadas para considerar o
estado tensional de cisalhamento puro aplicado nos testes. Ambas relações utilizam a teoria da
deformação total e por este motivo tem o seu campo de aplicação limitado a situações de
carregamento proporcional (àquele em que os eixos principais mantém uma orientação
constante).
11. As previsões, utilizando o método da deformação local, são em geral menos
conservativas, ou seja: fornecem previsões de vida mais próximas dos resultados
experimentais, quando comparadas com as previsões que utilizam a tensão nominal como
134
parâmetro principal. Como esperado, esta situação acentuase nos corpos de prova de
menores diâmetros.
12. O dano acumulado utilizando a regra linear, por qualquer um dos modelos de previsão
de vida testados neste trabalho, não se identifica exatamente com o valor unitário.
13. Regras de acúmulo de dano, em geral, tem duas grandes desvantagens: Não
consideram o dano que tensões abaixo do limite de fadiga podem ocasionar e ignoram a
sequencia dos eventos de carga
135
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