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MECANISMOS DE RESISTÊNCIA
Professora Tábata Hoffmann
NÃO PRECISA DECORAR SE A BACTÉRIA É GRAM + OU - (PROF VAI COLOCAR NA LEGENDA DOS LAUDOS)
Microdiluição em caldo
● Nessa metodologia tem vários poços contendo antibióticos em diferentes concentrações.
● A prescrição errada de antibióticos tem um papel importante nesse desenvolvimento de resistência, porém existem outros
fatores envolvidos.
● Atualmente, na pecuária, por exemplo, utiliza-se muito antibióticos em animais de criação para evitar infecções. Porém,
isso acaba selecionando as bactérias, desenvolvendo mecanismos de resistência, que irão se disseminar pelo ambiente
através das fezes dos animais, se espalhando na água, solo, alimentos e até mesmo na própria carne do animal (a
depender da forma de preparo da carne).
○ Isso explica porque todos os seres humanos acabam tendo contato, mesmo que de forma indireta, com
antibióticos.
● O contato entre pessoas também gera uma grande probabilidade de adquirir resistência
○ Em ambientes hospitalares há diversos pacientes debilitados (graus diferentes) e visitas (pessoas de ambientes
externos) que podem levar e trazer bactérias, as disseminando
○ Em ambientes de UTI é comum o aparecimento de bactérias multirresistentes passando de paciente a paciente.
Essa transmissão ocorre pelas mãos, e por isso os protocolos de lavagem de mãos e uso de EPI tem forte
impacto.
○ Os vírus tem menor tempo de vida na superfície, diferente das bactérias, que apresentam um tempo maior
■ Existe rastreio de superfície para tentar identificar o foco infeccioso
■ Ex. caso real: surto de Staphylococcus aureus! (+.$.%+*%+! G! "+%$/$9$*)! HIJ>FK! +"! LMN! *+&*)%)9! ,! )&!
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2#+!*-&!.)B$)!2#+!%$*4)!IJ>F1!'&(2#+!estava apenas colonizado, assintomático.
● O que pode ser feito para evitar infecções? Seguir os protocolo: uso de EPI, lavagem das mãos
Carbapenemases (β-lactamases)
● São as enzimas mais potentes e hidrolisam o anel beta lactâmico das penicilinas, de todas as cefalosporinas,
monobactâmicos e carbapenêmicos
● Nesses casos usa-se Polimixina B/Colistina
○ Porém, a Polimixina não é utilizada isolada. Logo, se houver um paciente com uma bactéria carbapenemase
(resistente a todos esses antibióticos), usa-se associação de Polimixina, normalmente com um aminoglicosídeo,
como Amicacina ou Gentamicina, se um desses for sensível. Porém, se os aminoglicosídeos não forem
sensíveis, associa-se normalmente o Meropenem (sabe-se que é resistente, mas usa-se com objetivo apenas de
potencializar o efeito da polimixina, já que ela é a última opção)
● Ex.: KPC, NDM, IMI etc
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■ O gene responsável por produzir essa enzima pode ser KPC, NDM, IMI ou outro. Na nossa região, em
98% dos casos, o gene resistente é o gene KPC, por isso muitos utilizam essa nomenclatura, mesmo
não estando correto. No laudo do antibiograma, não vai vir resistência a KPC, vai aparecer como
carbapenemase porque o laboratório não tem como saber qual dos genes (KPC, NDM, IMI ou outro) está
envolvido
○ Há dois tipos:
■ Serinocarbapenemases
● Apresenta sítio ativo a serina
● Os aminoglicosídeos (amicacina ou gentamicina) geralmente estão sensíveis.
■ Metalobetalactamases
● São cátion-dependentes
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importante saber o resultado da identificação do patógeno pelo antibiograma para poder adaptar a
terapia
● Ajustar para “cima” = aumentar potência e espectro
○ Usa-se para bactérias resistentes
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● Ajustar para “baixo”
○ Usa-se para bactérias sensíveis
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)*%$B$X%$/&! para uma classe abaixo da ceftriaxona (se for sensível) para diminuir a
possibilidade de desenvolvimento de resistência bacteriana
CULTURAS DE VIGILÂNCIA
● Culturas de vigilância são as culturas coletadas de pacientes com risco de estarem colonizados por microorganismos
multirresistentes, ou seja, é usada para detecção precoce de bactérias multirresistentes.
○ Se o paciente estiver colonizado não tratar o paciente
○ Se houver presença de resistência, deve-se isolar o paciente
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○ Colonização
■ Bactéria pode não estar causando prejuízo e manifestações clínicas indicando a sua presença
■ Não precisa intervir/tratar, mesmo se for u")!B)/%;($)!"#9%$((+.$.%+*%+1!/&"&!/)(B)'+*+").+!,!&!($./&_
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● São poucos os casos em que se trata a colonização (descolonização)
■ Apesar de não tratar deve-se, fazer isolamento do paciente para não entrar em contato com os outros.,
sendo essa a importância da investigação.
○ Infecção
■ Desequilíbrio que permite que bactéria cause prejuízo ao paciente e deve então ser tratada
● Quando coletar?
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■ Resultado positivo: manter o paciente em isolamento
■ Resultado negativo: pode transferir o pacientes para leitos comuns no setor
○ Além dos pacientes, não se pode esquecer que os próprios colaboradores podem trazer infecções para o
ambiente hospitalar e por isso muitos serviços fazem a coleta de amostra para pesquisa, que pode ser semanal,
quinzenal, mensal
● Quais são as amostras?
○ Crianças
■ Nasal e retal são padrão ouro
● Retal: ideal para pesquisa de multirresistentes do tipo gram negativos
● Nasal: importante porque é o principal local de colonização pelo Staphylococcus aureus to tipo
MRSA
○ Adulto
■ Orofaringe e anal - são os dois principais locais de colonização de multirresistentes gram netivos
● Como se interpreta?
○ O resultado será descrito como
■ Negativo: indica ausência de bactérias multirresistentes
■ Positivo: indica qual é a bactéria e qual o tipo de resistência.
● Normalmente não vem com antibiograma antibiograma associado. Por quê? Porque não se trata
pacientes colonizados!!
Adulto Infantil
RESUMO
EXERCÍCIOS
BACTÉRIAS GRAM NEGATIVAS
● Quais os mecanismos de resistência? AmpC, ESBL e carbapenemases
○ a$/)U!.+"'(+!$*$/$)(!)!9+$%#()!'&(!(+.$.%<*/$)!)!/)(B)'+*+").+!,!=>?@!,!F"'S
Laudo 01
Por ser uma bactéria gram
negativa (E. coli), os tipos de
mecanismos de resistências que
podem estar associados são AmpC
(até 3ª geração de cefalosporinas)
ESBL (até 4ª geração de
cefalosporinas e monobactâmicos),
carbapenemases (todos). Ao
observar o laudo descartam-se
mecanismos de resistência.
Nas amostras ambulatoriais não
haverá imipenem ou meropenem,
porque são medicamentos
hospitalares.
Resultado: resistência isolada a
Ampicilina
Laudo 02
Nas amostras ambulatoriais , como é o caso do laudo 01, não haverá imipenem ou meropenem, porque são
medicamentos hospitalares.
Bactéria é sensível à Aztreonam e Cefepime, o que indica que não é ESBL
Resultado: o laudo indica que a bactéria tem resistência à ceftriaxona, ceftazidima e cefoxitina, podendo ser portanto uma
bactéria betalactamase do tipo AmpC
Curiosidade: Por que uma amoxacilina + clavulanato se mostrou sensível enquanto às outras Cefalosporinas não? Devido a
presença do clavulanato, responsável por inibir especificamente as enzimas betalactamases da AmpC e ESBL. Há apenas uma
exceção.
Laudo 03
No antibiograma não há
nenhum antibiótico de terceira geração.
Por que? Devido ao CESP - uma AmpC
intrínseca, e então todas as bactérias
desse grupo tem resistência até às
cefalosporinas de 3ª geração e não
precisam aparecer no exame.
Resultado: sempre que faltar antibióticos de cefalosporinas de 3ª geração para baixo no
laudo, suspeitar de CESP (betalactamase AmpC intrínseca)
Laudo 04
Resultado: resistência ESBL
Laudo 05
Observa-se resistência à meropenem e
imipenem
Resultado: carbapenemases
Laudo 06
Observa-se resistência à
meropenem e imipenem
Resultado: carbapenemases
Esse é um laudo clássico da
Acinetobacter que é não-fermentador,
sendo extremamente agressivo e
pouco sensível, sendo preocupante em
ambiente hospitalar.
O tratamento é feito com
Polimixina + Gentamicina (amicacina é
resistente). Gentamicina isolada não é
suficiente para eliminar a bactéria,
sendo a associação feita para
potencializar o efeito.
Laudo 07
A referência em MIC (microdiluição em
calda) indica a concentração mínima inibitória.
É utilizada para Vancomicina e Polimixina
(colistina no exame).
O antibiograma indica que colistina
(Polimixina) é sensível
Resultado: carbapenemase
O tratamento é feito com Polimixina +
Amicacina.
Laudo 08
Como é cultura de vigilância, o
paciente não será tratado, apenas
colocado em isolamento. Tratar
apenas de tiver um quadro
infeccioso associado
Laudo 01
Descarta-se MRSA porque é
sensível à Oxacilina
Resultado: resistência a MLS porque
há resistência à eritromicina e
clindamicina
Laudo 02
Apresenta resistência contra
oxacilina (MRSA) e contra
eritromicina e clindamicina (MLS)
Resultado: como tem dois
mecanismos de resistência (MLS e
MRSA), leva-se sempre em
consideração o mecanismo de maior
importância, que é o MRSA.
O tratamento é feito com
Va n c o m i c i n a , Te i c o p l a n i n a o u
Linezolida.
Vancomicina não pode ser
testada no TSA (antibiograma),
apenas na microdiluição em poço de
calda. Teicoplanina e Linezolida
podem ser testadas no TSA. A
escolha do antibiótico também deve considerar o quadro clínico do paciente e questões técnicas do local.