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AULA 3 - 23/09/2022

DERMATOVIROSES E HANSENÍASE
Professora Tábata Hoffmann

HANSENÍASE
● Micobacterium leprae (Bacilo de Hansen) – notificação compulsória
○ Causada pelo micobactéria Lepra. Também chamada de Bacilo de Hansen
● Incubação longa – divisão lenta
○ Significa que o paciente leva meses a anos (até 10 anos) para apresentar manifestações porque a
divisão lenta
○ Micobacterium leprae leva 14 dias para 1 bactéria virar 2 bactérias (lenta)
○ E. coli leva 20 minutos para 1 bactéria virar 2 bactérias (rápida)
● Principais locais afetados: Pele e células de Schwann
○ Locais que detecta a bactéria quando se faz exame
■ Derme. Então não dá para fazer teste de detecção de anticorpos nem antígenos. Porque a
bactéria fica reservada na derme
● Detectado nas partes profundas da derme
● Podem cursar com deformidades e mutilações
○ Causam estigmas na patologia e dependendo do subtipos, pode se manifestar de forma diferente

Epidemiologia
● Entre os anos de 2016 e 2020, foram diagnosticados no Brasil 155.359 casos novos de hanseníase.

● O sul tem baixa incidência, de 5 para 100.000 habitantes


● Norte e sudeste têm de 20 a 30 para 100.00 habitantes
● Homens são mais afetados, e com idade há pouca variação de acordo com a incidência

● Perda de sensibilidade cutânea (de 1 ou todos) nas áreas afetadas pelas lesões, podendo ser em relação à:
○ Tato, dor, calor e frio

Formas (os 3 primeiros são estágios iniciais)


Importante saber qual a forma, para diagnóstico e interpretação dos exames a partir disso.
● HANSENÍASE INDETERMINADA (HI)
○ Manchas hipocrômicas com bordas indefinidas, lesões únicas ou em pequenos números
■ Lesões claras e esbranquiçadas. Só vê 1 ou poucas lesões.
■ Característica é se tiver perda de sensibilidade, é pouca coisa e
pode nem perceber
■ Pode achar que é uma mancha de sol invés de Hanseníase.
○ Pouca alteração de sensibilidade
○ Baciloscopia negativa
■ Exame padrão para detecção se encontra negativa na HI
○ Considerada a 1ª manifestação clínica da hanseníase, podendo evoluir
(após meses ou anos) para: CURA (quando tratada) ou OUTRA FORMA
CLÍNICA (abaixo).
● HANSENÍASE TUBERCULÓIDE (HT)
○ Surge à partir da HI não tratada
○ Lesões bem delimitadas, eritematosas com perda total da sensibilidade
■ Lesão avermelhada com borda definida
■ O fungo tem lesões similares aos dermatófitos. Então pode ser
confundida com infecção fúngica
■ Como diferenciar infecção fúngica de Hanseníase? A perda total de
sensibilidade na HT. Apesar de visualmente parecer ser a mesma, a questão da sensibilidade
é diferente.
○ Baciloscopia negativa
■ Permanece negativa.
■ Pode ser uma evolução da HI não tratada.
● HANSENÍASE VIRCHOWIANA (HV)
○ Esta é a forma conhecida como lepra ou hanseníase lepromatosa
○ Pode evoluir da forma indeterminada ou se apresentar como HV desde
o início
■ Pode evoluir de HI não tratada ou apresentar como Virchowiana
desde início
○ Infiltração progressiva e difusa da pele, mucosas das vias aéreas
superiores, olhos, testículos, etc
■ Tem a gama mais ampla de manifestações na Hanseníase
■ Alterações na pele (mácula, pápulas, nódulos)
■ !"#"$%&#'(%)$"* $+,(()$"* -* "* .&#/"* /&* .&+0(* .&+0* $0#.01*
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○ Baciloscopia positiva
● HANSENÍASE DIMORFA OU BORDERLINE (HD)
○ Variação nas manifestações e no resultado da baciloscopia.
■ É quando tem um paciente que não se encaixa nas outras 3
Hanseníase, exame ou manifestação não é compatível com a
forma que está se manifestação.
■ Ou seja, não sei qual a forma.
● HANSENÍASE REACIONAL
○ Reação tipo 1 (Reversa) – exacerbação das lesões preexistentes, neurites
■ Também chamada de reversa, é uma exacerbação de uma das Hanseníases iniciais
(Indeterminada, tuberculóide e/ou virchowiana)
■ Após evento físico ou psicológico que gerou exacerbação
■ Quadros são reversíveis. Paciente pode ficar comprometido, mas tem reversão.
■ Tem quadros de melhora e piora, por isso se chama reversa
○ Reação tipo 2 (eritema nodoso hansênico) – nas formas virshowiana ou dimorfa. Evento inflamatório
agudo.
■ Acontece no paciente Borderline ou Virchowiana.
■ É um evento inflamatório agudo muito intenso

■ As manifestações podem se agravar. As lesões


(imagens ao lado) são formadas como eritemas
nodosos, hansênicos, com piora das lesões e
uma reação tipo lúcio, formação de lesões
necróticas que abrem portas para infecção
bacteriana, como Pseudomonas sp. Parece que é
um paciente queimado.
■ Hanseníase de Virchow que mais causa reação
tipo 2.
■ Hoje em dia, não se chega a esse ponto.

Exames
● INTERPRETAÇÃO
○ O exame é útil no diagnóstico das infecções por
Mycobacterium leprae, constituindo ferramenta
indispensável no diagnóstico da hanseníase, uma vez
que o Mycobacterium leprae não cresce em meios de
cultura. Assim, o bacilo só pode ser demonstrado por
meio desta coloração, de lesões de pele. A vantagem do
método é a rapidez de execução e alto valor preditivo
positivo. Um resultado negativo, porém, não exclui a
possibilidade da doença.
■ Importância do diagnóstico é para poder intervir
antes.
● ?@A5B* CD* !@EDFB* >* parecido com tuberculose. Só muda a
forma de coleta.
○ Local de coleta de Hanseníase: pele.
○ 5 amostras: 2 amostras no lobo da orelha e dos 2
cotovelos e do local de suspeita de Hanseníase. Gera 5 lâminas no mínimo com 5 cortes diferentes
○ Coleta: usar pinça emborrachada (para não machucar o paciente) e pressionar o tecido para
interromper o fluxo sanguíneo para não interferir na coleta. Aguarda segundos e com auxílio de
bisturi ou lanceta, passa um cotonete ou haste estéril ou parte não
cortante e esfregar na lesão para coletar o material na lâmina. É a única
forma de coleta e análise com eficiência no diagnóstico.
○ O paciente vai ser testado para Hanseníase com o preparado da lâmina
com coloração Ziehls-Nielsen ou álcool ácido resistente (mesmo
para o tuberculose) pois se comportam da mesma maneira. Tudo cora
de azul. Micobactéria cora de rosa. Até mesmo outras bactérias, se
cora de azul e não interfere na análise. A análise é manual, o analista
olha em toda a lâmina para buscar os bacilos.
● GH0*$#&($&*$=+%=#"*>*2H0*(0+)$)%"#I*

OUTROS EXAMES
● Anticorpos: Não existe metodologia que consiga detectar em amostras de anticorpos.
● Reação de mitsuda: Pode -se utilizar reação de “Mitsuda”. O problema é que ela vai detectar todas as
pessoas que tiveram contato com a doença, mesmo aquelas que não estão com a doença. Ou seja, você
vai fazer com os indivíduos passem pelos transtornas da coleta, para só falar se teve contato ou não.
● PCR: Pode usar PCR, mas não é muito acessível. Isso é uma doença de notificação compulsória, pode
manter para o Lacen, laboratório que faz a análise de amostras de doenças de notificação compulsória para
confirmar ou avaliar as cepas. Dá para mandar para ali, e vai ser gratuito para realização, e é rápido. No
caso dessas doenças de notificação compulsória, tem essa
vantagem. HI dá negativa na baciloscopia, HT também. Então se der
positiva é hanseníase, se der negativa, não descarta, confirmamos
por PCR, e nesse caso, conseguimos mandar para o Lacen.

Reação de Mitsuda
Qual o problema na metodologia? Leva 30 dias para ler a reação.
PPD leva poucos dias. Mitsuda dá positivo para todo mundo que teve

contato com a Hanseníase, só teve muita gente que teve contato, mas não teve manifestação porque o sistema
imunológico estava funcionando e o indivíduo não vai apresentar a doença, mas vai ter o anticorpo devido contato.
E você vai submeter o paciente a um teste com reação na pele que pode ulcerar, vai dar desconforto, vai levar 30
dias para resultado. E não vai me dar resultado conclusivo, se o paciente realmente tem a doença. Não
aplicado clinicamente.

PCR - pode ser PCR reativa ou PCR de biologia molecular


Dá para usar biologia molecular aqui, mas não é coberto pelo SUS e nem acessível. Só que tem uma
questão, é uma doença de notificação compulsória, posso mandar para o laboratório central (LACEN) que faz
análise de todas as amostras de COVID ou de suspeitas de múltipla resistência e doenças de notificação
compulsórias, saber quais cepas envolvidas e da vigilância. Tirando a parte logística, que tem variação de 1 a 2
dias, a amostra é avaliada no momento que chega no LACEN. No caso de doenças de notificação compulsória,
pode enviar da UBS, laboratórios, hospitais, pública ou privada.
HI e HT dão baciloscopia negativo --> Na coloração. Resultado negativo não descarta a doença, só negativa
por PCR e só se enviar para o LACEN.

HSV – HERPES SIMPLES


● Tipos
○ HSV-1 – principalmente infecções na face e tronco, mas não exclusivamente
○ HSV-2 – principalmente infecções genitais, mas não exclusivamente
● Principal característica: permanece no organismo, não sendo eliminado – a qualquer momento pode ser
“reativado”, voltando a se replicar.
● Cerca de 70% dos adultos com mais de 40 anos são soropositivos para o HSV-1.
○ A maioria deles apresenta o vírus no organismo, mas não necessariamente apresentam sintomas.
Logo, grande maioria apresenta-se assintomático
○ Outra característica do vírus: permanece no organismo, e pode reativar em outros momentos da
vida, principalmente em caso de um evento físico ou psicológico estressante que possa reativar esse
vírus, não é eliminado do organismo, ele permanece, isso é importante para interpretar os
anticorpos.
○ Podemos ser enganados ao avaliar a titulação dos anticorpos se não avaliarmos isso.
● A maioria (cerca de 75%) destes permanecem assintomáticos.
● Formas
○ Herpes orolabial
○ Herpes cutâneo
○ Herpes genital
○ Herpes simples neonatal
● Diagnóstico:
○ Herpes simples I/II, Anticorpos IgG e IgM, soro
■ IgM* >* 2H0* $02(&J=)30(* /)8&#&2$)"#* 0(* %).0(I Indica que é infecção recente. Quando
entramos em contato com o vírus, produzimos IgM e depois ele vai começar a cair. O tempo
que ele leva para cair depende, mas no mínimo, de algumas semanas (4 semanas até 1
ano). Uma média geral é de cerca de 4 meses para cair os níveis de IgM até a negativação.
■ IgG*>*/)8&#&2$)"*%).0*K*&*%).0*LI*?"(&*$#M2)$"N3&3O#)"
○ Anticorpos da classe IgG para Herpes 1:
■ --- Não reagente: inferior a 0,9
■ --- Indeterminado: de 0,9 a 1,1
■ --- Reagente: superior a 1,1
○ Anticorpos da classe IgG para Herpes 2:
■ --- Não reagente: inferior a 0,9
■ --- Indeterminado: de 0,9 a 1,1
■ --- Reagente: superior a 1,1
○ Anticorpos da classe IgM para Herpes 1 e 2:
■ --- Não reagente
○ A presença de anticorpos IgG não permite distinguir a infecção atual da pregressa, exceto quando se
detecta aumento nos títulos entre duas dosagens sucessivas.
○ O exame também investiga anticorpos IgM contra o HSV, os quais estão associados a infecção
recente, porém não consegue fazer distinção entre os tipos de vírus (1 ou 2), devido à extensa
reatividade cruzada entre eles.

○ O diagnóstico final sobre uma provável infecção pelo HSV-1 ou pelo HSV-2 depende da oscilação de
títulos de anticorpos da classe IgG dirigidos contra cada um dos dois agentes separadamente.

● Início da infecção: elevação de IgM / sem IgG


● Após alguns dias: elevação de IgM / elevação de IgG
● Após meses: platô ou queda de IgM / elevação ou platô de IgG
● Paciente crônico a anos: sem IgM / elevação de IgG

PACIENTE 1: Pesquisa para HSV 1


IgM*#&"J&2%&*>*."$)&2%&*&(%,*"%)P0*0=*%&P&*)28&$QH0*#&$&2%&I*
IgG 0,2. Interpretação: Não reagente.
Resultado: Paciente tem o vírus e está ativa por causa do IgM.
** Qual dos dois vírus está presente por esse exame? Pelo IgM, não
consigo dizer. Pode dar reagente para 1 e para 2. O IgG que é específico
somente para 1.

PACIENTE 2: Pesquisa para


HSV 1
IgM #&"J&2%&*>**F&3*0*P'#=(I*R3"*P&S*T=&*&2%#0=*&3*$02%"%01*P")*%&#*0*
P'#=(1*)2/&.&2/&2%&*(&*"%)P0*0=*2H0I*
IgG 5,4. Interpretação: reagente.
** Está ativo? Sim. IgG relacionamos com fase crônica, mais de memória.
Produzimos com poucos dias de diferença do início da doença, são
poucos dias de janela de diferença. Pode ser que depois de 3 dias, já
tenha IgM e IgG. O IgG é produzido e mantém (em geral para o resto da
vida).
Normalmente associa IgM na fase aguda, mas quando vemos um paciente só com IgM, é recente.

Se avaliamos o paciente somente com IgG e sem IgM. Hipóteses: paciente já teve, tem memória, ou tomou vacina,
ou pode ser uma doença crônica, um vírus com evolução crônica. Mas quando avaliamos o paciente dentro da
janela, ele tem tanto IgM quanto IgG.
Como que determino a fase em que o paciente se encontra? Pelo título. Vendo o valor de 5,4 conseguimos
posicionar? não, teríamos que comparar com uma nova amostra, coletando alguns dias depois. Outro ponto
importante é que se esse paciente tem uma infecção, se curou, continua produzindo anticorpos, ele reativa a
doença, o IgG aumenta de novo. Conseguimos detectar reativação do vírus. O vírus permanece no organismo,
mas o anticorpo também permanece, preciso detectar reativação, e é a partir dos títulos de anticorpos, preciso
avaliar dois pontos diferentes para comparar. não tem um padrão, mas se espera uns 10 dias para comparar,
mas se fizer em 5 dias já percebemos essa diferença.
Paciente rosa: ele tem vírus, teve contato, e vai ter o vírus para sempre. E ele pode inclusive ter se infectado pelo
tipo 2, por exemplo, e ter se reinfectado com o tipo 1. Considerar que o IgM pode ser positivado para HSV-1 e
HSV-2. Então, a infecção pode ser recente por um vírus (IgM elevado) e já antiga com vírus presente do vírus de
outro tipo (IgG elevado). IgM reagente significa que ele tem o vírus, não significa necessariamente que o
vírus está ativo. Tratamos os sintomas. Se não tem sintomas, não precisaria iniciar o tratamento.

★ A vacina interfere na interpretação dos resultados


★ Infecção latente: não tem IgM, tem IgG
★ Sem manifestação: não tem conduta clínica
★ Com manifestação: tratar, pois teve reativação e elevação de IgG e IgM não necessariamente volta
★ Difícil solicitar pesquisa de HSV-1 como rotina, somente em suspeita.
★ Se IgG significa que tem o vírus, mas não necessariamente que está ativo

PACIENTE 3: Pesquisa para HSV 1


● IgM: Não reagente.
● IgG: 2,1. Interpretação: Reagente.
● Paciente tem o vírus. Tem HSV ativa? Não é possível saber com apenas esse resultado.

PACIENTE 4: Pesquisa para HSV 1


●1a análise:
○IgM: Não reagente.
○IgG: 1,9. Interpretação: Reagente.
●2a análise:
○IgM: Não reagente.
○IgG: 4,3. Interpretação: Reagente.
●IgM não reagente: Não tem o vírus.
●Não tem doença ativa.
●Solicitamos uma nova análise e houve
aumento de IgG apesar do IgM foi não
reagente. O que isso significa? Há um
padrão de reativação. Se observar só o de cima, não conseguimos chegar a
essa conclusão. Só dá para saber se está ativo se comparar em outro momento.
●Determinação de reativação viral: sempre precisar ter comparação de
exames. Porque o que vai atualizar na reativação, o que muda? Os níveis de
IgG.

VZV – VÍRUS VARICELA-ZOSTER


● TIpos
○ Varicela e Herpes Zoster
É um vírus que não é eliminado do organismo como o Herpes. Tem a reativação, porque não é eliminado do
organismo. O IgG vai apresentar novo pico por causa da reativação.
● Valor de referência
○ Para anticorpos IgG e IgM:
■ Não reagente: inferior a 1,0
■ Indeterminado: de 1,0 a 2,0
■ Reagente: superior a 2,0
● Interpretação e comentários
○ Varicela-Zoster é um herpesvírus responsável por duas síndromes clínicas, conhecidas como
catapora e herpes zoster.
○ A presença de anticorpos da classe IgM, soroconversão da IgG ou aumento significativo no título/
índice de IgG entre duas amostras pareadas, colhidas com intervalo de dez dias, indicam infecção

PACIENTE 1:
●IgM: 2,6. Interpretação: Reagente.
●IgG: 0,5: Interpretação: Não reagente.
Resultado: Tem o vírus. É uma infecção ativa, temos só o IgM reagente.
IgG não reagente, então não temos dúvida.

PACIENTE 2:
● 1a análise:
○ IgM: 2,8. Interpretação: Reagente.
○ IgG: 2,3. Interpretação: Reagente.
○ Tem vírus, mas não dá para dizer que é ativa, precisamos comparar. Olhando a comparação, vemos
reativação, porque elevou expressivamente o título de IgG comparado ao resultado anterior.
● 2a análise (10 dias após):
○ IgM: 2,6. Interpretação: Reagente.
○ IgG: 5,1. Interpretação: Reagente.
● Porque não pode ser somente a mesma infecção e não uma reativação? Porque a janela de elevação e
queda de IgM e IgG é de meses. Só que ao repetir o exame em 10 dias e apresentar uma elevação grande,
indica uma reativação.

PACIENTE 3:

●1a análise:
○IgM: 0,4. Interpretação: Não reagente.
○IgG: 2,9. Interpretação: Reagente.
●2a análise:
○IgM: 0.3. Interpretação: Não reagente.
○IgG: 4,0. Interpretação: Reagente.
●Presença do vírus
●Está ativo? Não dá para saber. Então tenho
que fazer comparação de exames em 2
tempos. Houve reativação? Sim.

44:26 RHAYLAN

HPV – PAPILOMA HUMANO


● Existem mais de 100 tipos de HPV, alguns infectando a pele e outros, a
genitália.
Diagnóstico
● U"."2)$0+"=V*U#&P&2%)P0*>*U#&P&2%)P0*/&%&$%"*"+%&#"QH0*(=J&(%)P"1*3"(*2H0*
-* $028)#3"%O#)0I* !028)#3"%O#)0* (03&2%&* .0#*
W)0+0J)"* 50+&$=+"#* 9T=&* /&%&$%"* 0(* KX*
(=:%).0()
● PCR: Detecção do DNA de Papilomavírus
humano (HPV) por PCR em tempo real.
○ O teste detecta 14 subtipos de HPV de
alto risco: 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45,
51, 52, 56, 58, 59, 66, e 68.

● Não tem anticorpos ainda para detectar.


Conseguimos detectar apenas por PCR de
biologia molecular
● Hoje temos uma ferramenta para auxiliar na
detecção. Detectamos o risco de o paciente
apresentar HPV no Papanicolau. Mas a
forma de confirmar é só para detecção do
vírus, mas ainda não temos anticorpos, por
isso fazemos PCR (não é acessível).
● Quando vamos coletar a amostra, coletamos com a espátula e escova, preparamos a lâmina e mandamos
para o laboratório. Entretanto, há problemas na coleta e na preparação da lâmina. Para contornar isso,
usamos uma metodologia que é essa coleta em meio líquido. A coleta faz igual, com espátula e escova, mas
colocamos a amostra num meio líquido e essas células ficam preservadas e é enviado ao laboratório. Isso
traz a vantagem de que essas células ficam preservadas para o analista. Outra vantagem é que essas
células são preservadas e se der uma alteração pode usar a mesma amostra e usar para fazer PCR,
não tem que submeter a paciente a uma nova coleta e nova realização de exame, pode usar desse mesmo
material. A forma de confirmar é através de biologia molecular.
.
EBV – EPSTEIN BARR
● É um vírus oncogênico potente (é o mais potente de todos) conhecido pela humanidade, que tem a
capacidade de induzir diversas outras patologias.
● O Vírus Epstein-Barr é capaz de infectar uma grande variedade de células e o contágio ocorre a partir da
saliva. Na orofaringe ele infecta as células epiteliais e os linfócitos B.
● O EBV tem 7 sequência de genes que é capaz de gerar alteração na célula do hospedeiro e alteração
capaz de formar neoplasia. É importante na incidência de linfomas e leucemias.
○ Imagem: Como diferenciar candida do EBV? A candida quando infecta, as placas saem se raspar.
EBV não saem as placas se raspar.

● Geralmente são pacientes associados a SIDA.


● Mononucleose
● Leucoplasia pilosa oral – lesões esbranquiçadas na cavidade oral – quase
sempre associado à SIDA

EBV – EPSTEIN BARR


● 3 tipos de anticorpos principais:
○ ANTICORPO ANTI CAPSÍDEO VIRAL - (VCA)
○ ANTICORPO ANTI ANTÍGENO PRECOCE -
(EA)
○ ANTICORPOS IGG ANTI ANTÍGENO NUCLEAR
DE EPSTEIN BARR (EBNA)
● Há anticorpo do capsídeo, contra antígeno precoce do
vírus e antígeno nuclear.
● Para diferenciá-los tem que avaliar os títulos destes
anticorpos. Basicamente tem o material genético do
vírus envolvido por capa proteica. Os vírus detectados
mais rapidamente, são os que possuem antígenos posicionados na parte mais externa da célula infectada, e
os anticorpos produzidos para esse antígeno, que são os EA. Os anticorpos que geram na parte mais
avançada da doença, devido aos antígenos que estão localizados na parte mais interna do vírus.

● PARA RELEMBRAR! O vírus quando está íntegro, como na circulação e nos tecidos, não é detectado.
Quando ele está dentro da célula, usa a célula do hospedeiro para formar novas partículas virais. Só que
enquanto a célula humana está sendo explorada pelo vírus, a célula consegue detectar ao pegar os
antígenos e expor na sua membrana para que as células de defesa identifiquem os antígenos para ver se
são estranhos ou não para ativar o sistema imunológico. Por isso, alguns antígenos demoram para ser
detectados pelo sistema imunológico e produzir anticorpos de forma mais tarde, por causa do jeito que o
antígeno se localiza na partícula viral. Logo, vírus só é detectado quando está dentro da célula

● ANTICORPO ANTI ANTÍGENO PRECOCE - EA é um anticorpo IgM, porque se elevou primeiro. Esse
anticorpo, apesar de ser o primeiro, não é o melhor para diagnóstico porque dá resultados cruzados e pode
dar resultado falso positivo.
● ANTICORPO ANTI CAPSÍDEO VIRAL - (VCA)
○ VCA- anticorpo IgM que é contra o capsídeo viral (verde). Há uma demora para ter queda do título
viral (4 semanas), nem todo o paciente cursa dessa maneira. Uma vez que inicia produção de
anticorpos IgM pode levar um tempo, e no gráfico demonstram 4 semanas, mas pode levar meses a
1 ano. O paciente se comporta de maneira diferente.
○ VCA-IgG, faz pico de produção e mantém a produção ao longo da vida (rosa).
● E o último é contra o antígeno nuclear do vírus EBNA-1 IgG porque o antígeno está dentro do núcleo e
demora para ser exposto e depois se mantém ao longo da vida constante
● O vírus permanece na vida como os outros? Não, o vírus é eliminado. Se os títulos de anticorpos se
mantêm, o que pode ser? Reinfecção. O que acontece de diferente na reinfecção? Há aumento de título de
IgG e aumento de IgM. Porque o título do IgM está dando um pico no final do gráfico? Porque nem todos os
IgM são produzidos novamente em caso de reinfecção.
● Então há uma diferença para o antígeno, patógeno, paciente e anticorpo. Vai ser diferente para cada caso,
não tem um padrão.
● Na reinfecção, pode não apresentar IgM. A grande maioria da população, não apresenta VCA-IgM na
reinfecção.
● Tem que avaliar IgM e IgG juntos porque o IgM pode dar reação cruzada e dar falso positivo. Só que os IgG
não dão reação cruzada.
● Avidez: usado para determinar idade do anticorpo.
○ Interpretação:
■ IgM + e IgG -: não solicita teste de avidez
■ IgM + e IgG +: pode solicitar teste de avidez
■ IgM - e IgG +: até pode solicitar teste de avidez, mas qual a aplicação do teste de avidez?
Qual o problema? Se você já está num ponto que só tem IgG, já passou da janela da
importância do teste de avidez, se deixou de produzir IgM para faixa indetectável, já passou 4
meses e o teste de avidez não traz nenhuma informação nova
■ Avidez positivo/aumentada: infecção antiga

■ Avidez negativa/baixa: infecção recente


■ Janela de 3 a 4 meses e quando tem IgM e IgG positivos. Pois tem pacientes com janela de
normalização de IgM prolongada e preciso tirar a dúvida. Se tiver IgG positivo somente, então
quer dizer que já se passaram 4 meses de infecção (por causa de IgM negativo).
■ Isso é importante para gestantes, para saber se a infecção ocorreu durante ou não a
gestação.
■ Qual o melhor parâmetro laboratorial? O VCA-IgM e o VCA-IgG por ter menos reações
cruzadas e vai condizer com o quadro do paciente. O EBNA-1 IgG demora para ter resultado,
não dá reação cruzada e se mantém ao longo da vida, só positiva em EBV
■ VCA-IgG e EA se eleva numa reinfecção, então são testes bons
■ Num EBV tem importância laboratorial por causa do potencial oncogênico que pode gerar ao
paciente.

EPSTEIN-BARR VÍRUS, ANTICORPO ANTI CAPSÍDEO VIRAL (VCA)


● IgG:
○ Não reagente: inferior a 0,75;
○ Indeterminado de 0,75 a 1,0.
○ Reagente : superior a 1,0
● IgM:
○ Não reagente: inferior a 0,49;
○ Indeterminado de 0,49 a 1,0 ;
○ Reagente : superior a 1,0
● Dos anticorpos contra antígenos específicos do EBV, os que agregam maior valor diagnóstico são os contra
o capsídeo viral (VCA), com sensibilidade de 95% a 100% e especificidade de 86% a 100% nos episódios
de mononucleose aguda.
○ Anticorpos anti-VCA IgM e IgG tornam-se rapidamente positivos em 1 a 2 semanas de infecção.
○ A presença de IgM anti-VCA usualmente indica infecção aguda pelo EBV, entretanto, infecção aguda
por outros vírus, podem gerar falso-positivos.
○ O IgM anti-VCA persiste por 4 a 8 semanas. Anticorpos IgG anti-VCA surgem na fase aguda, têm
pico em 2 a 4 semanas, persistindo por toda a vida.

EPSTEIN-BARR VÍRUS, ANTICORPO ANTI ANTÍGENO PRECOCE, SORO


● VALOR DE REFERÊNCIA: Negativo.
● INTERPRETAÇÃO E COMENTÁRIOS: O teste auxilia no diagnóstico de infecções agudas pelo vírus
Epstein-Barr (EBV), ao lado da pesquisa de anticorpos contra o antígeno do capsídeo viral (anti-VCA).

ANTICORPOS IGG ANTI ANTÍGENO NUCLEAR DE EPSTEIN BARR (EBNA)


● VALOR DE REFERÊNCIA: Negativo.

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