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Capítulos de Sociologia
1. SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA..................................................…………………...PÁG. 3
2. SOCIOLOGIA DA CULTURA.......................................................………………….....PÁG. 4
4. FAMÍLIA E ESCOLA.....................................................................…………………....PÁG. 7
8. PODER E DOMINAÇÃO............................................................………………....…..PÁG. 12
9. ÉMILE DURKHEIM...................................................……………………………....……..PÁG.13
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SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA
Por que a sociologia foi Transformação política: cienti icismo e iluminismo, o
necessária durante a passagem homem questiona ideias abjetas.
da Idade Média para a Ocorreu, também, transformação A vida em sociedade estava na
Modernidade? política, a qual foi a transição do mão humana a partir desse
Absolutismo para o Liberalismo. momento e não nas mãos de
Foi quando ocorreu uma transição Absolutismo: Hobbes, o Estado Deus, como pensavam
econômica (feudalismo para o era interventor, autoritário, Estado antigamente. O marco
capitalismo) e, + Rei. Liberalismo: Locke, não histórico é o renascimento
consequentemente, problemas interventor, liberdades individuais, cultural.
sociais contribuíram para o despersoni icação do Estado
surgimento da iloso ia, tais como (eleição). O marco histórico da
longas jornadas, fábricas transformação política foi a
insalubres, baixos salários, tado (eleição). O marco
urbanização descontrolada, histórico da transformação
carência. política foi a Revolução
Francesa.
Transformação econômica:
A transformação econômica
gerou problemas modernos que
são objetos da sociologia a
revolução industrial foi o marco
econômico dessa transformação.
Transformação cultural:
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SOCIOLOGIA DA CULTURA:
Estudar a cultura: Elementos da cultura:
Se por um lado produzimos a implicando punições dos mais
cultura, por outro somos produtos variados tipos.
• Universalidade Já as informais são
dela. A di iculdade em formular • Subcultura
um conceito especí ico de cultura entendidas como normas,
• Cultura popular porém não estão
decorre, dentre outros motivos, • Cultura periférica
do fato de que nós, seres formalizadas legalmente,
• Contracultura como é o caso do uso de
humanos, somos frutos dela e a • Assimilação cultural
produzimos e reproduzimos em vestimentas em diferentes
• Cumulativo ocasiões e lugares.
todos os aspectos da nossa vida. • Compartilhamento e
Portanto, uma das de inições Os tabus também são normas
transmissão cultural informais, porém mais rígidas e,
de cultura é o conjunto das
produções humanas que normalmente, há di iculdade
Normas e valores: em questioná-los ou relativiza-
perpassam todas as dimensões A cultura está relacionada ao
e todos os aspectos da vida lós.
comportamento, ao pensamento, à
social e pessoal. emoção e ao intelecto, ou seja, à
Olhar ao nosso redor tendo Valores:
maneira como cada um vê o mundo
como referência apenas a e sistematiza as compreensões da
cultura em que estamos Os valores são um conjunto de
realidade à sua volta. concepções coletivas de
inseridos é o que caracteriza o É fundamental termos
etnocentrismo. A postura de comportamentos, atitudes e
consciência das normas e dos pensamentos considerados
questionar o etnocentrismo valores de inidos como
com base em outras culturas e “bons” e “desejáveis” ou
hegemônicos em nossa cultura e “ruins” e “indesejáveis”. Eles
referências – sem classi icá-las sociedade.
ou compará-las de acordo com ditam as diretrizes de como as
Normas e punições: pessoas devem agir e viver.
a nossa própria realidade é A cultura pode limitar as ações dos
conhecida como relativismo seres humanos. Os sociólogos
cultural. Patrimonialização da cultura:
chamam esse processo de controle
social, que envolve todo tipo de É o processo de transformação
Cultura Material e imaterial: mecanismo de controle sobre de um bem material ou
comportamentos e pensamentos. imaterial em patrimônio
Cultura material: compreende Nesse contexto, o cumprimento
elementos concretos, físicos e histórico e cultural, por meio do
ou não de normas gera possíveis estudo, preservação,
palpáveis, como sítios recompensas e punições,
arqueológicos, prédios históricos, conservação e divulgação de
chamadas de sanções. As sua importância para a
obras de arte etc. sanções podem ser de dois tipos: sociedade que o criou
negativas e positivas. É fundamental não apenas
Cultura imaterial: envolve
aspectos abstratos, como para a preservação dos
técnicas, saberes e modos de patrimônios histórico-
fazer, além de questões culturais, mas também para
relacionadas ao pensamento e à torná-los conhecidos pela
linguagem, por meio das quais as própria sociedade que os
ideias são concebidas e trocadas. criou, garantindo sua
Está associada a contextos reprodução (no caso dos
subjetivos e simbólicos no campo imateriais) e valorização pela
das representações. economia local.
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FAMÍLIA E ESCOLA:
Instituições sociais: Família pode ser de inida como família nuclear corresponde
Família pode ser de inida como um um conjunto de duas ou mais ao casal e, em muitos casos, seus
conjunto de duas ou mais pessoas pessoas ligadas por contatos ilhos. Já na família extensa
ligadas por contatos primários, como primários, como relações há o compartilhamento da
relações afetivas, sanguíneas, alianças afetivas, sanguíneas, alianças dinâmica cotidiana com outros
(casamentos ou outras relações (casamentos ou outras relações parentes, como avós, tios,
acordadas) e família nuclear acordadas) e adoção. Essa sobrinhos etc. Nas sociedades
corresponde ao casal e, em muitos instituição compartilha uma contemporâneas, existe uma
casos, seus ilhos. Já na família extensa série de responsabilidades vitais tendência à nuclearização.
há o compartilhamento da dinâmica para a sociedade, como
cotidiana com outros parentes, como reprodução, proteção, sustento,
avós, tios, sobrinhos etc. Nas cuidado e formação de seus
sociedades contemporâneas, membros.
existe uma tendência à
nuclearização.
As instituições inspiradas em
comportamentos e baseadas em
valores compartilhados por uma
sociedade ou grupo social. Cumprem
requisitos, como:
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O controle social é outra importante função excelência, tese defendida por teóricos como Émile
da família como instituição social. Cabe à Durkheim (século XIX). Mas, se por um lado a escola
instituição familiar a tarefa de transmitir as exerce funções importantes dentro da sociedade,
normas formais e informais vigentes na por outro, sociólogos
sociedade, pois essas regras regulam a como Pierre Bourdieu (século XX) defendem que
interação e a convivência entre os seus esse aspecto conservador pode di icultar
membros e as demais pessoas, bem como os importantes mudanças na sociedade e reproduzir
comportamentos nos espaços coletivos relações de poder e desigualdades sociais.
(códigos de vestimenta, cumprimento de
horários, respeito às autoridades). Escola e suas funções sociais:
A principal função da escola é transmitir
conhecimentos teóricos, técnicos e culturais.
A escola também se responsabiliza por ajudar a
preparar os estudantes para ingressar no
mercado de trabalho.
A escola é o principal agente socializador secundário,
continuando o processo iniciado pela família. Em
especial a partir da adolescência, os estudantes
formam grupos de interesses e gostos em comum e
redes de apoio e compreensão mútua.
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Observação hierárquica: os
Se contrapunha à clássica espaços físicos onde
soberania dos reis, no alvorecer acontecem as relações são
do século XIX: o poder projetados para que haja
disciplinar. constante vigilância.
O controle social, na
perspectiva foucaultiana, é Julgamento: no exercício do
exercido em todos os poder disciplinar, o julgamento
aspectos. O poder age sobre tem papel fundamental. Ele
gestos, movimentos e ações. deve ser normalizado de forma
O tempo também é contínua até ser percebido
cuidadosamente orientado por como natural.
cronogramas e horários bem
delimitados; seja em fábricas, Exame: quando os superiores
empresas, escolas ou outras submetem seus subordinados
instituições, o indivíduo se vê a exames, o cumprimento das
dentro de regras implícitas e normas é cobrado e reforçado,
explícitas, que lhe atribuem e o poder disciplinar se
rotinas diárias intensas, precisas materializa em um saber
e controladas. Separações por disciplinar.
faixa etária marcam os
alunos nas salas de aula, As relações poder-saber saem
aproveitamento e das instituições e se
quali icação de generalizam por toda a
trabalhadores em empresas sociedade, interagindo com
e respeito à hierarquia e outras modalidades de poder –
comportamento de soldados
nos quartéis.
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PODER E DOMINAÇÃO:
Poder, poderes: participar ou in luenciar
O poder está a divisão de autoridade. 2. Foucault e a microfísica do poder:
profundamente Assim, todo político O poder disciplinar é um mecanismo de
imerso nas nossas relações busca poder, seja para autoridade que se expande por toda sociedade,
sociais e se apresenta nas aplicá-lo para o bem exercido por técnica de dominação sobre os
mais diversas situações comum, seja para indivíduos. Como esse tipo de poder age sobre
cotidianas: o pátrio poder atender a interesses o comportamento dos indivíduos, Foucault o
exercido sobre crianças e egoístas. denominou micropoder. Nesse sentido, ele se
adolescentes; irmãos O Estado é o único ao contrapõe ao poder do Estado,
disputam o primeiro (e qual legitimamos o uso representante do macro poder. Foucault
maior) pedaço do bolo; da violência, que a investigou as forças que agem em nível
casais negociam as aplica por meio de suas micro e compõem um campo de atuação e
tarefas do dia a dia; instituições e sob re lexão que o autor batizou de microfísica
alunos fazem as orientação de um do poder.
atividades solicitadas governo. De acordo Em sua obra, para além do poder disciplinar, o
pelos professores que, com a de inição de ilósofo francês destacou dois tipos de poder,
por sua vez, são Weber, nenhuma outra com diferentes escopos de atuação: o poder
coordenados pelos instituição pode usar soberano e a biopolítica.
diretores e a violência física, exceto
coordenadores. se autorizada pelo 3. O poder simbólico de Pierre Bourdieu:
Estado. Nas famílias, Assim como Foucault, Bourdieu também
As relações de poder com frequência, os pais enxerga o poder como uma complexa rede de
também atuam na fazem uso de castigos e forças. Enquanto o primeiro fala em
produção e organização constrangimentos poder, Bourdieu prefere o termo dominação ou
da vida em sociedade. Em físicos sobre seus ilhos. violência, e foca em um tipo especí ico de
uma escola, por Além do poder do dominação: a simbólica.
exemplo, o professor é a Estado, o sociólogo
autoridade que ensina e Max Weber percebeu A dominação simbólica é realizada por meio
intermedeia os que a dominação se da cultura e molda nossa visão sobre o
processos de exercia em outros mundo e sobre nós mesmos. Para Bourdieu,
aprendizagem em sala níveis, e não somente essa dominação é tão poderosa que seu
de aula. por essa instituição. impacto sobrepõe ao da violência política e
Ele se interessou policial. E isso ocorre porque ela se apoia em
também por investigar um elemento central: o consentimento
o modo como as daqueles que a sofrem.
pessoas reconhecem e
legitimam autoridades,
permitindo-lhes o
exercício do poder.
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ÉMILE DURKHEIM:
Obras importantes: Características do fato social: Consciência coletiva:
É um conjunto de crenças e de
“Regras do método Exterioridade: o fato social sentimentos compartilhados
sociológico”: estuda o precede o indivíduo. “Ao nascer, o pelos indivíduos que formam um
objeto e o método em indivíduo se depara com um sistema determinado e com vida
questão. conjunto de regras e normas própria. A personalidade, as
externas a ele”. Exemplo: pedir crenças e os valores são
“Suicídio”: defende que as benção. derivados da consciência
causas estão na sociedade e Coercitividade: é a pressão que a coletiva e ela molda a
não no indivíduo. sociedade exerce sobre o consciência individual.
“Da divisão do trabalho indivíduo, é uma espécie de molde
social”: fala sobre a da sociedade. “Quanto mais o Ser social > ser individual
solidariedade orgânica e indivíduo vai contra a
mecânica. sociedade, maior o peso dela A consciência coletiva não é a
sobre ele.” A coerção muda de simples soma das consciências
O método: acordo com o lugar devido à individuais.
É chamado de comparativo cultura, coerção é como se fosse
ou positivista, porém não é o uma sanção. Tipos de fato social:
mesmo de August Comte. Normal: saudável, é aquele que
Fala como o sociólogo deve reforça a consciência coletiva.
estudar a sociedade Característica: geral.
Patológico: é aquele que
Passos importantes: 1º extrapola os limites da aceitação
tratar a sociedade como da consciência coletiva.
coisas, ou seja, como um Características: excepcional,
objeto. 2º eliminar os transitório.
preconceitos e pré-noções,
deve- se eliminar paixões,
tratar com frieza. 3º alcançar
a objetividade do
conhecimento, a
neutralidade. Coerção = sanção moral:
cancelamento, por exemplo.
Objeto: fato social Coerção = sanção legal: multas,
O objeto pode ser toda a cadeia.
maneira de pensar, agir e Uma sanção moral pode ser
sentir comum à média dos mais punitiva que uma sanção
membros de uma legal. OBS → análise do crime: é um
sociedade, que forma um fato social normal, pois as
sistema determinado e com sociedades convivem com taxas
vida própria (suigeneres), isto de criminalidade, o crime é
é, assim que o indivíduo necessário para a vida em
nasce, a sociedade já existe, sociedade, porque o
já há instituições, moral, comportamento divergente deve
suicídio, moda, escola, ser punido para reforçar as
educação. normas da sociedade
(consciência coletiva). Contudo,
A educação formal ou o crime pode ser patológico se
concentrada seria a da Geral: “É social todo fato que é sair dos níveis esperados. Não é a
escola e a educação gravidade de um crime que
informal ou difusa seria a revela a sua patologia, ou seja,
da família e amigos. não é porque mobiliza a
sociedade que é patológico.
“Os pais não educam os Punição: serve para constranger
ilhos e para educar.
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Tese: as causas do suicídio não são sociais: “O que Repressivo: é aquele que aplica uma sanção que
ocorre com a mente do indivíduo é um eco moral reduz o prestígio social do indivíduo, há a exclusão, o
do que ocorre com a sociedade” cancelamento. Ex: direito penal (penas alternativas).
Restitutivo: é aquele que permite o indivíduo corrigir o
Explicações para o suicídio: dano, prejuízo causado. Ex: direito de família, direito do
consumidor, direito trabalhista.
1º: psicologia: mente
2º biologia: hereditário Tipos de solidariedade:
3º geogra ia: clima
Solidariedade mecânica: relacionada a cultura,
De inição de suicídio: todo ato consciente simples, primitiva, consciência coletiva intensa,
produzido pelo indivíduo cujo resultado seja a sua similitude, consciência individual esmorecida,
própria morte. divisão do trabalho reduzida (idade, sexo), sanção
Inibidores do suicídio de acordo com moral, direito repressivo, suicídio altruísta.
Durkheim: meios sociais como freios morais,
como religião, família, política e pro issão. Solidariedade orgânica : capitalista, complexa,
consciência coletiva moderada, dissemelhança,
Tipos de suicídio: consciência individual vigorosa, divisão do
trabalho acentuada (individualização →
Egoísta: consciência coletiva afrouxa a otimização), sanção legal, direito restitutivo,
consciência individual, eu> nós, consciência suicídio egoísta ou anômico.
coletiva fraca, indiferença, apatia com a vida,
melancolia. Ex: jovens nas sociedades capitalistas.
Altruísta: consciência coletiva absorve a
consciência individual, nós > eu. Ex: homens bomba.
Anômico: consciência coletiva em crise, desamparo
moral. Ex: guerras, pandemia.
Solidariedade social:
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MAX WEBER:
Max Weber e a sociologia Valores e operação cientí ica: devem ser o objeto privilegiado
compreensiva pela Sociologia.
Weber entende que não é
tarefa dos cientistas emitir Weber classi icou as ações
juízos de valor. O meio sociais em quatro categorias:
cientí ico não tem lugar para
louvores ou julgamentos. O 1. Ação racional vinculada a
cientista busca causas e inalidades: ato praticado com o
elabora explicações, não propósito de alcançar
sendo sua função julgar fatos determinado im. Exemplo: um
ou pessoas. aluno que se dedica aos estudos
visando à aprovação no vestibular.
Weber não estava interessado em 2. Ação racional vinculada a
alcançar a objetividade absoluta valores: ato que se orienta não
na investigação sociológica. Todo por uma inalidade, mas por uma
cientista social é também um convicção que tem em vista a
cidadão, um irmão, possui idelidade a um valor, seja este
opiniões políticas e econômicas. moral, ético, religioso, político ou
Max Weber (1864-1920),
Logo, não estão isentos de outro. Exemplo: uma pessoa que
um dos importantes
juízos de valor. E é nesse se insere em uma missão de
pensadores atuantes na
sentido que Weber explora o assistência religiosa em razão de
passagem do século XIX
conceito de vocação. Para ele, um valor de sua crença.
para o XX, foi responsável
há uma neutralidade própria da 3. Ação afetiva: ato motivado por
pela consolidação da
vocação do sociólogo. Ou algum sentimento (ciúme, paixão,
Sociologia como ciência.
melhor, duas vocações: uma medo, esperança, inveja, orgulho,
Para ele, as diversas áreas do
cientí ica e outra política. vingança etc.). Exemplo: um
saber têm um caráter de
indivíduo que decide não admitir
cienti icidade na medida em
um erro que cometeu por medo
que conseguem produzir
de ser repreendido e passar a ser
diversas explicações causais
malvisto.
relativas à realidade. Em
4. Ação tradicional: ato
outras palavras, tanto as
motivado por alguma tradição,
ciências naturais quanto as
costume ou hábito enraizado em
ciências histórico-sociais
sua vida. Exemplo: uma pessoa
partem da mesma pergunta
que usa trajes brancos ou de
em suas investigações: “O
outra cor especí ica e simbólica
que causa isso?”.
no Réveillon por força da tradição
Se falamos em seleção,
em sua cultura.
também precisamos falar
no que move cada uma
dessas escolhas. Para
Weber, as escolhas feitas O estudo da ação social:
durante o processo O conceito de ação social é
investigativo são fundamental para compreender
motivadas por valores, ou as diferenças entre Weber e
seja, princípios que movem Durkheim. Enquanto Durkheim
as escolhas realizadas entendia a sociedade e suas
pelos pesquisadores. Não instituições como elementos
são juízos de valor, como externos ao indivíduo, Weber O tipo ideal weberiano:
uns poderiam crer, mas a irma que eles são produtos do
parâmetros de escolha dos conjunto das ações dos A im de conferir maior rigor aos
objetos a serem estudados indivíduos, que estão estudos sociológicos, Max Weber
e das questões a serem constantemente se inter- formulou a teoria do tipo ideal (ou
respondidas. relacionando. Nesse sentido, na tipo puro). Trata-se de uma versão
visão de Weber, as ações sociais simpli icada e generalizada de um
elemento da realidade, uma
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Formado em um ambiente de
efervescências e transformações Para Marx, o trabalho não é apenas um meio gerador de
econômicas, o pensamento de Marx riqueza, mas também a forma por meio da qual o homem
trouxe uma nova visão sobre a história e se humaniza, transformando o meio à sua volta de acordo
as relações humanas: com suas necessidades e interesses. Porém, essa
dimensão do trabalho não seria mais veri icável no
Toda sociedade estaria assentada sistema capitalista, pois o que se via era o trabalho
nas condições materiais para sua pelo trabalho, visando tão somente à subsistência. Karl
existência, ou seja, se basearia na economia. Marx compreendeu essa mudança no trabalho como um
Marx considera que as mudanças nas processo de alienação, pois, à medida que os proletários
sociedades seriam resultado não de ideias, se tornavam alheios aos resultados de sua própria
mas de sua realidade material. É o que ele e atividade, consequentemente eles se tornavam estranhos
Friedrich Engels (1820-1895), seu amigo e a si mesmos. A inal, o que eles produziam servia
companheiro de trabalhos, teorizam sob a apenas ao enriquecimento dos proprietários dos
terminologia materialismo histórico. Este meios de produção, e não ao desenvolvimento de suas
representaria uma teoria da história que capacidades e condições de vida.
procura explicar suas mudanças e o seu
desenvolvimento por meio das A teoria do valor-trabalho e a produção capitalista:
contradições econômicas, conferindo às
relações de trabalho e de produção uma Na teoria do valor-trabalho são consideradas duas formas
importância preponderante na de valor: o valor de uso e o valor de troca das
determinação dos acontecimentos. mercadorias. O valor de uso tem por base a satisfação de
necessidades que uma determinada mercadoria
As ideias e o seu contexto: proporciona, o que a faz representar uma qualidade ou
Marx explicou que, ainda no século XVI, as utilidade distinta de outras: uma calça tem um valor de
estruturas sociais predominantes na Europa uso, um pacote de pães tem outro, um litro de leite tem
eram de origem feudal; entretanto, com o outro, etc.
comércio mundial alcançando novas e
maiores proporções, as antigas classes
transformaram-se, dando origem a novas. O
enriquecimento dos comerciantes e,
posteriormente, dos industriais, levou à
formação de uma classe burguesa ou
capitalista, detentora dos meios de
produção. Já os antigos servos feudais,
separados das terras e de todos os meios
de produção, dariam lugar aos
proletários, a classe operária, que, em
troca de uma remuneração em dinheiro
(salário), venderia sua força de trabalho,
identi icada como uma mercadoria.
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Ocorre que diferentes mercadorias, por mais que Ideologia e estruturas sociais:
tenham qualidades distintas, podem também ser
trocadas. E o que permite isso? Para Marx a O conjunto das relações de produção constitui a
resposta está no valor de troca: a medida do infraestrutura econômica da sociedade, ou seja,
poder que uma mercadoria tem de ser passível de justamente sua base real.
troca por determinada quantidade de outras. Mas Acima dessa infraestrutura, segue- se o que Marx
como o valor de cada mercadoria poderia ser chama de superestrutura, ou seja, a ordenação
estipulado? Esse valor deveria ser medido pela política e jurídica, bem como as ideologias políticas,
quantidade de tempo de trabalho aplicado na ilosó icas, religiosas etc. Desse modo, a
produção de uma mercadoria. Assim, o valor de superestrutura depende da infraestrutura e é
troca de cada mercadoria seria fruto da re lexo dela.
quantidade de tempo trabalhado para criá-la. Esse
valor, portanto, está diretamente relacionado O comunismo como o im da história:
ao trabalho necessário para produzir
determinada mercadoria. Por isso, essa ideia De acordo com sua perspectiva dialética, Karl Marx
icou conhecida como teoria do valor-trabalho. enxergava, no decorrer da história humana, uma
No entanto, no modo de produção capitalista, as constante oposição entre opressores e oprimidos.
mercadorias adquirem uma importância maior do O movimento em direção ao comunismo partiria do
que as forças humanas que as produziram. Essas aprofundamento das desigualdades entre
últimas passam a ter sua vida, de certa forma, burguesia e proletariado e da conscientização
vinculada ao movimento do mercado, ou seja, desse último grupo sobre sua condição de
de venda e compra. Em outras palavras, exploração. Como consequência natural, viria a
embora sejam as pessoas que produzam as ruptura com o capitalismo e, então, sua
mercadorias, essas acabam por se distanciar superação, mediante a luta de classes.
da relação de produção, ganhando uma
espécie de nova identidade, construída com o
auxílio do marketing e da imagem que as
pessoas fazem dela. Esse processo é chamado
por Karl Marx de fetichismo da mercadoria, uma
vez que a mercadoria aparece como que “caída do
céu”, sem que ique claro o processo de trabalho
humano que foi necessário para produzi-la.
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MOVIMENTOS SOCIAIS:
Ação coletiva e movimentos Movimentos sociais em rede: Com as mídias sociais, é possível
sociais: promover uma mobilização de amplo alcance, divulgá-la e
acompanhá-la em tempo real. Essas manifestações que ocupam
Ao nos depararmos com uma espaços públicos urbanos são mais autônomas, não contam
mudança social ou com a necessariamente com lideranças, programas, ideologias ou
possibilidade de ela ocorrer, projetos de inidos, e têm em vista a conclamação por
podemos contribuir para promovê- transformações na sociedade.
la ou reagir para tentar evitá-la ou
contorná-la. Uma das formas Outra possibilidade de participação on-line ciberativismo,
centrais de se posicionar de uma que consiste na militância via internet, especialmente nas
maneira ou de outra é mediante redes sociais, e promove o compartilhamento de posts,
ações coletivas, de inidas como hashtags e outros conteúdos. Esse engajamento pode envolver
mobilizações por meio das quais ou não a participação em movimentos presenciais e, em razão de
pessoas, em conjunto, procuram sua natureza, pode ser transitório e de comprometimento parcial.
gerar mudanças sociais ou
resistir a elas.
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PÓS-MODERNIDADE:
A era pós-moderna: crise do conhecimento e 1. Lugares êmicos
do sujeito: 2. Lugares fágicos
3. Não lugares
Diversos pensadores têm chamado o período 4. Espaços vazios.
atual de pós- modernidade. O termo se
popularizou para designar uma era de Lipovetsky: a hipermodernidade
mudanças sociais, culturais e artísticas, entre
outras, que se dão em ritmo intenso. Para
teóricos como o francês Jean-François Lyotard
(1924-1998), este é um momento marcado pela
crise das grandes narrativas ou visões de
mundo.
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