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CIÊNCIAS 

BIOLÓGICAS ­ MODALIDADE: PRODUÇÃO QUÍMICO­BIOLÓGICA.

PLANTAS MEDICINAIS PARA O USO EM AFECÇÕES 
ODONTOLÓGICAS: UMA REVISÃO DE LITERATURA

Agatha de Assis Ferreira

Rio de Janeiro

2013
AGATHA DE ASSIS FERREIRA
Aluna do Curso de Ciências Biológicas­ Modalidade: Produção 
Químico­Biológica
Matrícula 0913800312

PLANTAS MEDICINAIS PARA O USO EM AFECÇÕES 
ODONTOLÓGICAS: UMA REVISÃO DE LITERATURA

Trabalho  de  Conclusão de  Curso,  TCC, apresentado ao 


Curso  de  Graduação  em  Ciências  Biológicas  – 
Modalidade:  Produção  Químico­Biológica,  da  UEZO 
como  parte  dos  requisitos  para  a  obtenção  do  Grau  de 
Bacharel  em  Ciências  Biológicas,  sob  a  orientação  da 
Profª Maria Cristina de Assis.

Rio de Janeiro

Julho de 2013
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 
 
 
 
  F383     Ferreira, Agatha de Assis. 
   Plantas medicinais para o uso em afecções 
odontológicas: Uma revisão de literatura. / Agatha 
de Assis Ferreira. ­ 2013. 
   30 f.; 30 cm.   
   
   Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em 
Ciências Biológicas)— Fundação Centro Universitário 
Estadual da Zona Oeste, Rio de Janeiro, 2013. 
   Bibliografia: f. 24­30. 
 
 
   1. Doenças odontológicas. 2. Biofilme bucal. 3. 
Antissépticos. 4. Fitoterápicos. 5. Bactérias. I. 
Título. 
 
                                       CDD 573.356 39 
   
 
PLANTAS MEDICINAIS PARA O USO EM AFECÇÕES
ODONTOLÓGICAS: UMA REVISÃO DE LITERATURA

Elaborado por Agatha de Assis Ferreira


Aluna do Curso de Ciências Biológicas – Modalidade: Produção Químico-
Biológica da UEZO

Este trabalho de Graduação foi analisado e aprovado com

Grau: ................................

Rio de Janeiro, 18 de Julho de 2013.

_______________________________________

Cristiane Pimentel Victório, Dra (Examinador 1)

_______________________________________

Ida Carolina Neves Direito, Dra (Examinador 2)

___________________________________________

Ronaldo Figueiró Portella Pereira, Dro (Suplente)

______________________________________

Maria Cristina de Assis, Dra (Presidente da Banca e Orientadora)

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL

JULHO DE 2013

ii
Baseado em evidências, este trabalho é dedicado ao meu pai, Fernando Augusto
Ferreira e a minha mãe, Rita de Cássia de Assis Ferreira, autores e referências
de valores estatisticamente significativos (p=0,0001) na construção da minha
conduta como profissional e, acima de tudo, como ser humano.

iii
AGRADECIMENTOS:

A Deus.

Ao meu pai por estar ao meu lado em todos os momentos de minha vida me
apoiando, e graças ao brilho em seu olhar me incentivou a seguir até o fim.

À minha mãe porque se não fosse por ela, nem esta página teria sido escrita.

Aos familiares, em especial minha Tia Regina Coeli, Tio José Ramos, prima
Larissa de Queiroz, por todo o incentivo e preocupação.

Aos que se tornaram anjos de Deus, meus avôs Nilson e Noé e avó Eduarda (in
memorian), que em algum lugar do Céu estão me olhando e me iluminando.

Agradeço também aos colegas e amigos da faculdade, por contribuírem para


minha vida acadêmica. Pelos trabalhos, diversões, desavenças, abraços, fotos;
enfim, por todos os momentos que passei ao lado de cada um no decorrer da
minha Graduação, pois isso me ajudou a escrever mais um capítulo feliz de minha
vida.

À minha orientadora e professora, Maria Cristina, pelos ensinamentos e


orientação nas etapas deste trabalho.

E a todos aqueles que de uma forma ou de outra, contribuíram para a realização


deste trabalho.

iv
“Dificuldades e obstáculos são fontes valiosas de saúde e força para qualquer
sociedade.”

Albert Einstein

v
Resumo
Países da América Latina, inclusive o Brasil, sofrem com uma péssima
distribuição de renda, analfabetismo e baixo grau de escolaridade, assim como as
condições precárias referentes à habitação e ambiente que são encarados como
fatores decisivos frente às condições de vida e saúde da população. Doenças e
agravos bucais fazem parte do leque de doenças crônicas que possuem fatores
de risco em comum e devido a isso devem ser alvo de ações reunidas de
promoção de saúde. Os principais agentes etiológicos da placa dentária são os
Streptococcus mutans que são cocos Gram-positivos e Actinomices sp. que são
bacilos Gram-negativos. A placa possui contínua agressão que vai adquirindo
novas espécies de microrganismos como o Streptococcus mitis, S. sanguis, S.
sobris, S. mutans e Lactobacillus casei. Na cavidade bucal existem inúmeras
bactérias que vivem em equilíbrio, encontradas no biofilme dental e na mucosa
oral. Os uso de antissépticos bucais são o meio mais simples para veiculação de
substâncias antissépticas. Os mais comuns e mais utilizados na prevenção de
patologias orais são, os feitos a base de flúor e clorexidina; mas estes oferecem
alto nível de toxicidade ao homem. Atualmente tem sido observado um crescente
uso de produtos naturais para a prevenção de doenças, devido as suas possíveis
propriedades farmacológicas principalmente antimicrobianas. O uso dos
fitoterápicos, mais viável economicamente, se mostra como uma alternativa eficaz
que contribui para o acesso das populações, principalmente as menos
favorecidas, com a prevenção e o tratamento de doenças periodontais.

Palavras-chave: Doenças odontológicas, biofilme bucal, antissépticos,


fitoterápicos, bactérias.

vi
Abstract
Latin American countries, including Brazil, suffering from a bad distribution of
income, illiteracy and low education level, as well as the poor conditions regarding
housing and environment are seen as decisive factors facing the living conditions
and health of the population. Oral diseases and conditions are part of the range of
chronic diseases have risk factors in common, and because of that should be
targeted in health promotion combined. The main etiological agents of dental
plaque are Streptococcus mutans which are Gram-positive cocci and Actinomyces
sp. which are Gram-negative bacilli. The board has continued aggression that
acquires new species of microorganisms such as Streptococcus mitis, S. sanguis,
S. sobris, S. mutans and Lactobacillus casei in each stage of its development.
There are numerous oral cavity bacteria living in equilibrium found in dental plaque
and oral mucosa. Mouthwash are the simplest means for serving antiseptic
substances, the most common used in the prevention of oral diseases are, for the
most part, made the basis of fluoride and chlorhexidine, but they offer a high level
of toxicity to humans. Currently there has been an increasing use of natural
products for disease prevention, due to its potential pharmacological properties
especially antimicrobial. The use of herbal medicines, more economically viable,
shown as an effective alternative that contributes to the access of populations,
especially the disadvantaged, to care for the prevention and treatment of
periodontal diseases.

Keywords: dental diseases, biofilm, antiseptics, herbal, bacteria.

vii
SUMÁRIO

Página

Resumo .................................................................................................... vi

Abstract .................................................................................................... vii

1. Introdução ..................................................................................... 1

1.1 Doenças Odontológicas no Brasil ........................................... 1

1.1.1 A cárie .......................................................................... 2

1.1.2 A gengivite .................................................................... 4

1.1.3 A periodontite ................................................................ 5

1.1.4 A estomatite .................................................................. 6

1.2 Bactérias Orais ....................................................................... 7

1.3 Biofilmes .................................................................................. 8

1.4 Uso de antissépticos bucais .................................................... 11

2. Objetivo ......................................................................................... 13

3. Material e métodos ......................................................................... 13

4. Resultados ..................................................................................... 13

4.1 Fitoterápicos no tratamento de afecções odontológicas .......... 15

5. Conclusão ....................................................................................... 23

6. Referências Bibliográficas .................................................................. 24

viii
1

1- INTRODUÇÃO
1.1- Doenças odontológicas no Brasil
Doenças bucais fazem parte do leque de doenças crônicas que possuem
fatores de risco em comum e devido a isso devem ser alvo de ações reunidas de
promoção de saúde. Apesar dessa confirmação os estudos de saúde de base
populacional que incluem indicadores de saúde bucal, ainda são escassos e
recentes (PERES et al., 2012).

A saúde em âmbito nacional deve ser pensada dentro de um contexto


econômico e social em que o Brasil se encontra e que está diretamente marcado
pela desigualdade social e o alto índice de desemprego. Países da América
Latina, inclusive o Brasil, sofrem com uma péssima distribuição de renda,
analfabetismo e baixo grau de escolaridade, assim como as condições precárias
referentes à habitação são encarados como fatores decisivos frente às condições
de vida e saúde da população (JUNQUEIRA et al., 2004).

Os problemas odontológicos no Brasil aparecem em terceiro lugar de


causas frequentes de busca por serviço de saúde.

A Organização Mundial da Saúde (OMS), em uma publicação sobre as


condições da saúde bucal mundial, reforça o fato que as doenças bucais são
influenciadas pelos fatores social, ambiental e comportamental. Dessa forma
torna-se evidente que a Saúde Bucal Coletiva adentra no século XXI como um
desafio importante. Os levantamentos epidemiológicos brasileiros são
inexpressivos quanto à saúde bucal, visto que o primeiro e único levantamento
nacional só foi realizado em 1986 pelo Ministério da Saúde (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 1988).

Dentre as doenças que acometem a cavidade bucal algumas são de


origem infecciosa como a cárie; inflamatórias na gengiva e periodonto, como a
gengivite e periodontite, respectivamente; e áreas de erosão, como a estomatite
aftosa – popularmente conhecida como, afta.
2

1.1 .1-A cárie


A cárie é uma doença infectocontagiosa, de caráter crônico, causada pelo
processo de desmineralização da superfície dental por ácidos orgânicos
provenientes da fermentação dos carboidratos da dieta, pelas bactérias. As
bactérias presentes na microbiota oral formam ácidos na parte externa do dente
que se infiltram nos filamentos do esmalte e esse processo de desmineralização
pode produzir pontos fracos na superfície dental, que são denominados como
cárie (NOGUEIRA et al., 2007).

Das doenças infecciosas que afetam os humanos, a cárie é uma das que
mais prevalecem. A cárie é uma doença bucal que mais afeta crianças e adultos
no Brasil. O termo “cárie” é uma forma simples de denominar uma deterioração
dentária que pode ocorrer devido ao estilo de vida de uma pessoa, está associada
à hereditariedade que parece ter um papel importante na predisposição dos
dentes a esta doença. Embora os dados no Ministério da Saúde indiquem que o
número de cáries na infância está diminuindo, a distribuição de cárie no Brasil não
ocorre de maneira uniforme, pois as populações mais afetadas são as de baixa
renda, decorrentes do pouco ou nenhum acesso a um tratamento odontológico e
também por desconhecer os métodos básicos de sua prevenção (FEIJÓ et al.,
2006).

Cárie é uma infecção que se caracteriza pela perda dos tecidos


calcificados por ação de ácidos orgânicos formados por bactérias fermentadoras,
principalmente Streptococcus mutans e Lactobacillus casei (FRANCIELDA et al.,
2007). A cárie também é uma das doenças responsáveis por dores, desconfortos
e desordens estéticas bucais, além de ser considerada um problema de saúde
pública e, juntamente as doenças periodontais, são os principais problemas de
saúde bucal do mundo (ANTUNES et al., 2006). É uma doença multifatorial
infecciosa, transmissível e carboidrato dependente, resultante de uma interação
entre principais fatores como a higiene, hábitos alimentares, colonização
bacteriana, composição da saliva e o tempo. Estudos relatam que para o início da
cárie (Figura 1) três fatores são essenciais: o dente como hospedeiro, a microflora
3

bacteriana e o substrato que são os alimentos ingeridos. A microflora


bacteriana se organiza associações formando o biofilme, conhecido como placa
bacteriana.

O Streptococcus mutans possui uma grande variedade de mecanismos


para colonizar a superfície dentária e se tornar uma espécie numericamente
significante no biofilme dentário. Este microrganismo reúne vários fatores de
virulência para o desenvolvimento da cárie dentária, como aciduricidade
(capacidade de tolerar e proliferar em meios com pHs ácidos, a capacidade de
adesão e acúmulo nas superfícies dentárias, a síntese de polissacarídeos
intracelulares como forma de armazenamento de substrato e de proteínas
extracelulares solúveis e insolúveis em água Para colonizar a cavidade oral, o S.
mutans precisa de superfícies duras, não descamativas, sobre as quais coloniza e
se acumula como parte da complexa microbiota do biofilme dentário. A fase
inicial de colonização é dependente da interação específica entre S. mutans e
proteínas/glicoproteínas de origem salivar e microbiana adsorvidas às superfícies
dentárias (película adquirida). Outro importante mecanismo de patogenicidade do
S.mutans é a desmineralização do tecido duro dental pelo ácido lático produzido
no seu metabolismo fermentativo. No entanto, para que haja produção de ácido
suficiente para sustentar a desmineralização progressiva do dente, há
necessidade de aumento da proporção de S. mutans no biofilme dentário
(Geraldo-Martins e Marques, 2009).

Cavitações castanhas = cárie


Figura 1: Cárie dentária

Fonte: medicina geriátrica


4

1.1.2- A gengivite
A gengivite é uma doença que se define basicamente como uma
inflamação da gengiva que pode progredir e atingir o osso alveolar e é detectada
clinicamente pela presença de sangramento gengival (VINAGRE et al., 2011).
Mas uma definição mais completa da literatura diz que é uma inflamação da
gengiva na qual o epitélio juncional fica aderido ao dente em seu nível original.
Numa melhor definição, se o processo inflamatório envolver a gengiva e o
periodonto e se nesse caso ocorrer perda de inserção periodontal será chamada
de periodontite e não gengivite (NEWMAN, 2004)

A gengivite, uma inflamação dos tecidos gengivais (Figura 2), podendo


ocorrer de forma aguda, sub aguda ou crônica. Esta última podendo aparecer por
fatores locais, como por exemplo, a presença de microrganismos e impactação
dos alimentos, ou devido a fatores como distúrbios de nutrição e também
características hereditárias assim como a cárie (OLIVEIRA et al., 2007). Assim
como a cárie um dos fatores prováveis para a incidência de gengivite é o nível
social econômico. Provavelmente pelo controle dessa doença estar relacionado à
higiene bucal, que por sua vez está diretamente relacionada às condições de vida
e moradia dos indivíduos com esta patologia (MALTZ & SILVA, 2001). As
gengivites no seu nível crônico constituem o tipo mais comum de inflamação na
microbiota oral na infância e sua incidência vai aumentando com o decorrer da
idade (FILHO et al., 2003). A gengivite é uma doença periodontal das mais
frequentes, afetando cerca de 90% da população, independente de sexo, idade
ou raça (LINS et al., 2012).

Assim como a cárie, a gengivite é uma doença infecciosa causada por


bactérias colonizadoras da superfície dentária. O controle da placa bacteriana é a
medida mais eficaz e direta, abrangente de controle e prevenção dessas doenças
infecciosas (FILHO et al., 2003). Mas a gengivite pode evoluir e preceder uma
periodontite de maior gravidade, envolvendo não só a gengiva, como também o
osso alveolar, o cemento (substância que cobre a raiz do dente) e o ligamento
periodontal ocasionando a perda dos dentes (OLIVEIRA et al., 2007).
5

Gengiva vermelha

P
Placa
l
a
c
a
Papilas inflamadas
Figura 2: Gengivite

Fonte: cultura mix

1.1.3- A periodontite
O estágio inicial das periodontites é a gengivite, causada por vermelhidão e
sangramento na gengiva (Figura 3). A doença inflamatória dos tecidos base para
suporte dos dentes denomina-se periodontite, onde há uma inflamação causada
ou por microrganismos específicos isolados ou por grupos dos mesmos,
ocasionando uma destruição do ligamento periodontal e osso alveolar de forma
progressiva, com formação de bolsa, retratação ou ambos. O que irá diferenciar a
periodontite da gengivite, clinicamente, é a presença da perda de inserção
detectável. Isto virá acompanhado de formação de bolsa periodontal e mudanças
na densidade e altura do osso alveolar subjacente (NEWMAN et al., 2004). As
características clínicas na sua fase mais crônica são as inflamações gengivais,
sangramento à sondagem, diminuição da resistência das bolsas periodontais,
perda de inserção gengival e do osso alveolar e as características variáveis
incluem a hiperplasia (aumento de tamanho de tecido), exposição da furca (ponto
de união entre duas raízes dos dentes), mobilidade e inclinação dentária
aumentada e esfoliação dos dentes. Sua etiologia primária se da por bactérias
específicas que residem o biofilme dental, associado a deficiência do sistema de
defesa do indivíduo (NUTO et al., 2007).
6

Segundo a Folha de São Paulo, na maioria dos casos de pacientes com


periodontite não há dor além dos sangramentos na região gengival, isso faz com
que os pacientes só procurem ajuda quando o estágio da doença é tão avançado
que os dentes já estão moles. Não há dor, porque diferentemente dos dentes, a
gengiva tem grande capacidade de expansão. Então, quando agredidas sua
irrigação aumenta, mas elas ainda possuem espaço para receber o sangue
adicional. Esta doença bucal não foge a regra de que, quanto mais é a doença,
mais complicado é o tratamento – que vai de raspagens da área a micro cirurgias
e implantes dentários.

Tártaro

Vermelhid
Vermelhidão gengival
ão
gengival
Figura 3: periodontite

Fonte: gbs-odonto

1.1.4- A estomatite aftosa


De todas as principais afecções da mucosa oral, a estomatite aftosa é a
mais comum delas afetando cerca de 10% da população mundial. Mesmo com
intensas pesquisas frequentes e com a preocupação clínica, sua causa
permanece desconhecida. Possui três formas principais, sendo a mais comum
delas à estomatite aftosa recorrente menor (EAR menor) com pequenas
ulcerações definidas, arredondadas e dolorosas, com cicatrização entre 10 e 14
dias (Figura 4) e a de forma maior (EAR maior) que tem sua cicatrização em 6
7

semanas deixando na grande maioria cicatrizes. E ainda uma terceira forma


conhecida como herpetiforme com múltiplas lesões e tempo de cicatrização de 7
a 10 dias. Para descobrir qual o estágio de estomatite do indivíduo é feito um
exame clínico e o seu controle será feito através de drogas imunossupressoras,
corticosteróides tópicos e sistêmicos e soluções anestésicas e antimicrobianas
(FRAIHA et al., 2002).

Figura 4: Estomatite aftosa

Fonte: gastro e cirurgia

1.2- Bactérias orais


A microbiota oral é colonizada por cerca de 400 a 500 tipos de
microrganismos diferentes, distribuídos pelo dorso da língua, superfície do dente,
epitélio do sulco gengival e epitélio bucal. Entre esses microrganismos podem ser
encontrados aeróbios, anaeróbios, facultativos e microaerofílicos (ANDRADE et
al., 2011).

Entre as bactérias existentes na microbiota oral existem estreptococos,


estafilococos, lactobacilos e vários anaeróbios. A cavidade oral de um bebê
recém-nascido não contém bactérias, mas a partir do momento em que esta
criança inicia a sua primeira inspiração de ar, sua boca torna-se rapidamente
colonizada, principalmente por bactérias como a S. salivarius e com o primeiro
ano de dentição aparecem as S. mutans.
8

A fase inicial das patologias bucais é iniciada pela adesão de bactérias à


superfície, de forma a não serem levados pela saliva e então ingeridos, iniciando
a formação de biofilme. Bactérias pioneiras, tais como a S. sanguis e S. mitis,
inicialmente aderem à superfície e por sua vez irão propiciar um meio para que
haja a colonização de bactérias acidúricas e acidogênicas, tais como S. mutans
(SOARES et al., 2007). Acredita-se que o S. mutans esteja envolvido com o
desenvolvimento inicial da cárie, e os lactobacilos sejam os responsáveis pelo
comprometimento da lesão. A adesão destas bactérias é responsável pela
produção de ácido lático, que irá degradar o cálcio dental, tornando a arcada
dentária vulnerável a infecções (NOGUEIRA et al., 2007).

As bactérias orais têm evoluído seu mecanismo de sobrevivência em busca


de uma melhor adaptação ao organismo hospedeiro.

Formação da placa dentária em superfícies dos dentes envolve três passos


distintos:

1. A formação do filme sobre o esmalte dos dentes;


2. A ligação célula-superfície dos colonizadores primários;
3. Interação de células colonizadoras tardias com os colonizadores primários.

A formação de biofilmes ocorre em resposta a uma variedade de estímulos


ambientais.

1.3- BIOFILMES
Os biofilmes são comunidades microbiológicas com um elevado grau de
organização, onde as bactérias formam comunidades estruturais, coordenadas e
funcionais; embebida em uma matriz de polímeros orgânicos, aderidos a uma
superfície úmida, seja biótica ou abiótica. O padrão de desenvolvimento de um
biofilme envolve a adesão inicial à superfície, que pode ser biótica ou abiótica,
geralmente, mediada por interações inespecíficas (forças hidrofóbicas), enquanto
que a adesão a um tecido vivo ou desvitalizado é normalmente mediada por
9

mecanismos moleculares específicos de “ancoragem”, nomeadamente através de


lectinas, ligando ou adesinas.

O primeiro pesquisador a examinar o biofilme dental humano em


microscópio foi Antonie van Leeuwenhoek, no século XVI, que, em suas análises,
sugeriu um possível envolvimento bacteriano na formação do biofilme.
Atualmente, pode-se afirmar que o biofilme dentário é composto por uma
diversificada comunidade de microrganismos que se acumula em tecidos duros
(dentes) como um filme, embebidos em uma matriz extracelular de polímeros do
hospedeiro e de origem microbiana, compreendendo mais de 500 espécies de
bactérias. O grupo de bactérias conhecidas como estreptococos está entre os
predominantes no biofilme bucal. Várias espécies de estreptococos estão
identificadas, todas associadas exclusivamente a mamíferos. Grande parte das
espécies de estreptococos é considerada comensal, organismos que vivem em
harmonia com o hospedeiro e são tolerados por este. Os estreptococos são
geralmente encontrados em mucosas e, quando as condições fornecidas por
estes sítios são favoráveis, podem desenvolver doenças sistêmicas ou
localizadas. O sucesso da colonização por estreptococos é atribuído a três
fatores: i) a habilidade destes organismos em aderir a quase todas as superfícies
presentes em seu ambiente natural; ii) sua capacidade em utilizar rapidamente
nutrientes disponíveis sob oscilações nas condições do meio; iii) e sua habilidade
em tolerar, resistir ou mesmo destruir as defesas imunológicas do hospedeiro.
Entre os estreptococos envolvidos na formação do biofilme encontra-se o S.
mutans, que representa o principal agente etiológico da carie dentária em
humanos. Inúmeros estudos epidemiológicos têm investigado o grau de infecção
por S. mutans em populações de diversas partes do mundo e sua relação com a
prevalência de cárie dentária. A espécie S. mutans tem sido a mais estudada pela
sua mais freqüente relação com o desenvolvimento de cárie, como demonstrado
em estudos de detecção destes microrganismos por métodos de cultivo
laboratorial e por métodos moleculares (Geraldo-Martins e Marques, 2009).

Essa estrutura bacteriana que se encontra firmemente aderida às


superfícies dentárias contendo uma grande quantidade de microrganismos, de
10

difícil remoção, sendo importante o controle através da escovação e através de


métodos químicos com colutórios (líquido medicamentoso que se aplica sobre
gengivas e mucosa) ou dentrifícios (creme dental) (MARINHO e ARAÚJO, 2007).

Os principais agentes etiológicos formadores da placa dentária são os S.


mutans que são cocos Gram-positivas e Actinomices sp. que são bacilos Gram-
negativos. A placa bacteriana pode adquirir novas espécies de microrganismos
como o S. mitis, S.s sanguis, S. sobris, e Lactobacillus casei, em cada etapa do
seu desenvolvimento. Inicialmente os organismos denominados colonizadores
primários, aderem a uma superfície, que pode ser biótica ou abiótica. As células
aderidas passam a desenvolver-se, originando microcolônias que sintetizam uma
matriz exopolissacarídica (EPS). Essas matrizes passam a atuar como substratos
para a aderência de microrganismos denominados colonizadores secundários,
que podem se aderir diretamente aos primários formando os agregados (Figura
5). A quantidade de EPS produzida varia de acordo com o microrganismo e
aumenta com o tempo de formação, podendo associar-se a íons metálicos,
cátions divalentes e outras macromoléculas (DNA, lipídeos, etc) (LEITES et al.,
2006).

Reversível

Irrev
Irreversível
ersív
el

Figura 5: Formação do biofilme

(Fonte: http://scienceblogs.com.br/meiodecultura/files/2010/04/biofilmebrock21.jpg)
11

É de suma importância dentro da odontologia, o controle do biofilme


bacteriano. Para auxiliar métodos convencionais de higienização bucal, muitos
agentes químicos vêm sendo estudados, e entre os relatados estão antibióticos,
compostos quaternários de amônio, acetato e gluconato de clorexidina
(CORDEIRO et al., 2006).

1.4- Uso de antissépticos bucais


Para prevenir afecções orais e controlar a placa bacteriana, a higiene oral
feita por meio de escovação e fio dental ainda são os métodos mais eficazes.
Porém existe uma grande dificuldade em se conseguir motivação para manter a
higiene oral adequada, por parte dos pacientes (ANDRADE et al., 2011). Frente
às limitações dos métodos mecânicos de higiene e à necessidade de agentes
antimicrobianos para prevenir e tratar infecções orais surge no mercado os
antissépticos orais, também conhecidos como colutórios ou enxaguatórios bucais.

O uso dos antissépticos bucais vem se consolidando desde 1800, devido


às dificuldades com os métodos de higienização oral mecânica, pelo seu uso fácil,
refrescante e por acesso as bactérias nas áreas de maior dificuldade e
palatabilidade. Eles possuem agentes ativos com a habilidade de se fixar na
superfície do tecido a ser tratado e de ser liberado com o tempo, promovendo
assim atividade antibacteriana sustentada (ZANIN et al., 2007).

As propriedades dos colutórios, para ser considerado ideal incluem fatores


como: estabilidade, baixa tensão superficial, poder germicida e letal em baixas
concentrações, ausência de toxicidade e poder de penetração. Mas nenhum
produto possui ainda todos estes requisitos, o que pode ser uma justificativa para
os efeitos colaterais ou a pouca eficiência por parte de alguns (MOREIRA et al.,
2009). Estudos sobre a eficácia de medicamentos antissépticos é, pouco
expressiva e divulgada.
12

Esses colutórios auxiliam no combate às bactérias que causam as


afecções orais mais comuns como a cárie, tártaro, gengivite, periodontite e ainda
o mau hálito (ZANIN et al., 2007). Os antimicrobianos dos antissépticos bucais
agem, rompendo a parede celular e inibindo a atividade da célula microbiana.
Adicionalmente há prevenção a agressão bacteriana e diminuição da
multiplicação microbiana (SANTOS et al., 2010).

Os antissépticos bucais são o meio mais simples para veiculação de


substâncias antissépticas, os mais comuns utilizados na prevenção de patologias
orais são, na sua maioria, os feitos a base de flúor e clorexidina; mas estes
oferecem alto nível de toxicidade ao homem, então desta forma surge à
necessidade de buscar alternativas que não possam causar nenhum tipo de efeito
colateral ao homem. Atualmente tem sido observado um crescente uso de
produtos naturais para a prevenção de doenças, devido as suas possíveis
propriedades farmacológicas principalmente antimicrobianas. Uma alternativa
interessante é com os fitoterápicos.

O uso dos fitoterápicos, mais viáveis economicamente, se mostra como


uma alternativa eficaz que contribui para o acesso das populações,
principalmente as menos favorecidas, aos cuidados com a prevenção e o
tratamento de doenças periodontais (CORDEIRO et al., 2006). O interesse por
agentes antimicrobianos de origem natural tem tido um aumento elevado com o
propósito de combater as doenças infecciosas demonstrando que possuem
espectro de ação com eficácia frente a diferentes agentes microbianos.

As pesquisas com fitoterápicos crescem, impulsionadas pela demanda de


produtos e profissionais nessa área. A maior dificuldade para que os dentistas
ampliem o uso de fitomedicamentos é a falta de comprovação científica da
eficácia e segurança destes compostos.
13

2. OBJETIVO
Este trabalho tem como objetivo fazer uma revisão bibliográfica sobre
trabalhos científicos que comprovem a eficácia de fitoterápicos em doenças
bucais.

3. MATERIAL E MÉTODOS
Para o desenvolvimento desta revisão bibliográfica foram pesquisados
artigos científicos, sites e livros, na busca de indicações de plantas medicinais na
odontologia em afecções como cárie, gengivite, periodontite e estomatite aftosa.

4. RESULTADOS

Desde o início das civilizações até os dias atuais os vegetais têm sido
utilizados como fonte de alimento e também como medicamento; um ramo da
medicina alternativa que utiliza plantas no tratamento de doenças é a fitoterapia
(phyton = planta, therapia = tratamento) que oferece soluções eficazes e de baixo
custo. As plantas medicinais possuem grande importância na manutenção das
condições de saúde da população, visto que, a fitoterapia representa a cultura de
povos, como um saber difundido ao longo de gerações, além também, de suas
ações terapêuticas (TOMAZZONI et al., 2006). O uso de plantas medicinais no
tratamento e na cura de enfermidades é tão antigo quanto à espécie humana
(desde Hipócrates, há mais de 300 A.C., cuja expressão era “natureza que cura”).

Muitas experiências com ervas obtiveram sucesso através da cura, porém


outras fracassaram ocasionando em óbitos ou em graves efeitos colaterais
(TOMAZZONI et al., 2006).

O Brasil possui de 20% a 25% da flora mundial e um potencial genético


com um vasto potencial para o desenvolvimento de medicamentos, por esses
fatos é um país privilegiado. Essa porcentagem corresponde a mais de cem mil
espécies, mas menos de 1% delas tem suas propriedades avaliadas
14

cientificamente para determinar suas possíveis ações medicinais. Segundo Yunes


et al. (2000), o Brasil não possui uma atuação destacada no mercado mundial de
fitoterápicos, ficando inclusive atrás de países menos desenvolvidos
tecnologicamente. Por isso, se faz necessário mais incentivo às pesquisas que
visam à avaliação da eficácia dos fitoterápicos no tratamento de doenças bucais
que acometem o homem (CATÃO et al., 2012).

De acordo com o Ministério da Saúde, em um levantamento feito no ano de


2005, de todos os municípios brasileiros observou-se que a fitoterapia está
presente em 116 municípios, contemplando 22 unidades federadas, e o uso da
fitoterapia no Brasil tem sido paulatinamente incorporado aos serviços públicos de
saúde.

A fitoterapia existe principalmente no mercado informal, representando


desta forma grande perigo a saúde da população, em decorrência de
comercialização de drogas vegetais sem nenhum tipo de controle, seja ele
fitosanitário ou de identidade e/ou pureza, ou mesmo de toxicidade. Tem-se a
necessidade de aumentar e melhorar o controle nesse ramo farmacêutico, pois os
fitoterápicos representam uma alternativa economicamente viável à população
(MARINHO e ARAÚJO, 2007). A utilização de fitoterápicos é vasta e engloba
diversos fins, também em relação à saúde bucal.

Pode-se observar que a evolução do crescimento mundial da fitoterapia


entre programas preventivos e curativos tem estimulado a avaliação dos extratos
de plantas para aplicação odontológica como, o controle do biofilme e outras
afecções bucais. Sendo assim, a odontologia é privilegiada com a riqueza de
recursos naturais da flora brasileira. A busca por novos produtos com interação de
elementos como a atividade terapêutica, e melhor biocompatibilidade ale, de
custos mais acessíveis a população, têm aumentado nos últimos anos a pesquisa
com produtos naturais no meio odontológico (AGRA et al., 2007). O uso de
plantas medicinais na odontologia e a adoção de critérios científicos incorporam à
medicina uma forma eficaz de tratamento, a fitoterapia, que ainda é negligenciada
na terapia das afecções bucais.
15

Observou-se que em estudos dos últimos anos houve um interesse


relativamente alto dos profissionais de saúde pelos fitoterápicos, considerando-se
o grande número de plantas medicinais com atividade antimicrobiana,
antiinflamatória, ansiolítica, entre outras. Apesar desse fator, a pesquisa com
fitoterápicos na área odontológica ainda é muito fraca, o que pode sugerir o
ceticismo por parte de pesquisadores e profissionais do potencial farmacológico
das plantas medicinais ou o simples desconhecimento do mercado brasileiro de
fitoterápicos. Isso pode ser compreendido em parte, pelo escasso acervo da
literatura sobre o assunto, dificultando a disseminação do conhecimento científico
nessa área (BARBOSA et al., 2012). Praticamente não se encontram dados na
literatura que sejam específicos em relação à indicação e formas de utilização
desses fitoterápicos nas afecções bucais.

4.1- Fitoterápicos no tratamento de afecções odontológicas


As plantas medicinais atribuem importantes recursos terapêuticos para o
tratamento de diversas doenças. Ela serve tanto para a “medicina caseira”, como
de matéria-prima para elaboração de medicamentos fitoterápicos, ou extração de
compostos químicos com atividade terapêutica (CORDEIRO et al., 2006).

Várias substâncias vêm sendo utilizadas na “medicina popular” como


agentes antissépticos, como tominho e cacau, por exemplo, (GEABRA et al.,
1996). Segundo os estudos as que mais se destacam na odontologia são: o
cravo, a própolis, romã e a aroeira por possuírem propriedades terapêuticas e
terem seu uso bastante difundido dentro da medicina popular no tratamento de
afecções bucais (SOARES et al., 2006).

O cravo-da-índia (Figura 6) também conhecido como craveiro-da-índia,


cravoária e rosa-da-índia; é uma planta de árvore alta que pode chegar a atingir
20 metros de altura quando nativa, mas quando cultivada não ultrapassa os 5
metros. Seu cultivo é feito por sementes onde ela começa a produzir apenas após
5 anos de plantio alcançando o ápice de sua produção após 14 anos
(CAVALCANTE, 2005).
16

Figura 6: Cravo-da-índia

Fonte: saude-podologia.blogspot

O princípio ativo aromático de maior importância do cravo é o eugenol. O


botão floral (flor do cravo-da-índia) se chama cravina e é dela que se extrai o óleo
de cravo, de onde se obtém o eugenol. O mesmo é um produto muito utilizado em
composição de cimentos odontológicos e de alguns outros produtos para higiene
bucal; possui ação aromática, analgésica, antinflamatória, desinfetante,
antisséptica, cicatrizante, anestésica suave, antifúngica e antiviral (SCHUCH,
2001).

O cravo é um aliado eficaz contra a cárie dentária, pois ele consegue


eliminar o S. mutans, atuando também no tratamento do mau hálito. Na gengivite
o óleo de cravo pode atuar como analgésico, antinflamatório e anestésico natural
sobre a gengiva inflamada e dolorida (CAVALCANTE, 2005).

A planta cravo-da-índia, portanto, pode ser merecidamente considerada a


planta símbolo universal da odontologia.

É importante salientar que o cravo-da-índia, além de ser uma planta com


muito tempo de história de uso na odontologia, com várias pesquisas científicas
comprovando suas ações medicinais, tem o maior número de indicações
17

terapêuticas no campo odontológico e é a planta mais utilizada pelos cirurgiões-


dentistas na sua rotina diária de trabalho.

A própolis (Figura 7) é uma resina natural produzida pelas abelhas, é


bastante conhecida na medicina popular por não ser tóxica e pelas suas
atividades biológicas e terapêuticas com ações antimicrobiana, antiinflamatória,
anestésica. Essa substância possui uma composição bem complexa com mais de
300 componentes químicos identificados, variando de acordo com a sua origem
botânica.

Resina amarela = própolis

Figura 7: Própolis

Fonte: pharmacosmética

Santos (2003) relata que nenhum dos princípios ativos testados


isoladamente em seus estudos foram efetivos contra periodontopatógenos do que
o extrato etanólico de própolis, mostrando que a atividade antimicrobiana é
provavelmente causada pelo efeito sinérgico dos diferentes componentes do
própolis. Outros trabalhos relatam a atividade antibactericida de extratos de
própolis sobre bactérias que causam doenças periodontais associados
principalmente a S. mutans mas não ao L. casei (Gebara et al., 2002; Leitão et al.,
2004). Trabalhos realizados por Lorscheide et al.(2007) utilizando óleos
essenciais de própolis apresentaram atividade bactericida significativamente
18

superior ao controle positivo (solução Digluconato de Clorexidina a 1%) para os


microrganismos L.casei e S. mutans.

A romã (Punica granatum) (Figura 8) possui ação bactericida e


bacteriostática sobre bactérias Gram-positivas e Gram-negativas na microbiota
oral, promovem a regeneração tecidual e modulação da resposta imune, podendo
ser utilizada em casos de inflamações do periodonto e em casos de estomatites
como antissépticos (SOARES et al., 2007).

Figura 8: Fruto de Punica granatum

Fonte: Revista Abril

Sastravaha et al.(2005) utilizando chips biodegradáveis impregnados com


extrato de P. granatum que foram introduzidos no sulco gengival de pacientes
com doença periodontal, após raspagem e alisamento radicular, verificaram uma
redução na produção de citocina pró-inflamatória IL-1β e baixa produção de IL-6
em amostras de fluido crevicular gengival.

A aroeira (Schinus terebinthifolius) (Figura 9) vem sendo apresentada em


muitos estudos por possuir ação antimicrobiana, anti-inflamatória e
19

antiulcerogênica, sendo utilizada como antissépticos e em tratamentos de


estomatite. Apresentando também atividade bactericida e bacteriostática sobre
Streptococcus mutans, Streptococcus mitis, Streptococcus sobris, Streptococcus
sanguis e Lactobacillus casei (BRANDÃO et al., 2007). O uso medicinal de
Schinus terebinthifolius foi descrito na primeira edição da Farmacopéia Brasileira,
em 1926 (LUCENA et al., 2006). As principais partes de Schinus terebinthifolius
relatadas em estudos científicos são: a casca, entrecasca e as folhas (EL-
MASSRY et al., 2009).

Figura 9: Schinus terebinthifolius

Fonte: belezadacaatinga-blogspot.com

Existem descritos na literatura também, extratos de plantas medicinais


como o malvavisco da espécie Althala officinalis e da família Malvaceae que
possuem atividade antimicrobiana e são eficazes contra bactérias
periodontopatogênicas. A sálvia (Salvia officinalis) possui ação antioxidante,
antimicrobiana e hipoglicemiante; a calêndula (Calendula officinalis) utilizada no
controle do biofilme dental e a malva (Malva sylvestris) com propriedades
20

antiinflamatórias e antibacterianas (OLIVEIRA, 2005). A babosa (Aloe vera)


possui ações antiinflamatória e antisséptica, induzindo o crescimento celular
(BALDUCCI-ROSLINDO et al., 1999), favorecendo a recuperação do tecido
agredido.

Em estudos recentes foram encontradas 132 espécies de plantas


medicinais indicadas para afecções odontológicas, distribuídas em 52 famílias
botânicas úteis esse tratamento oral (OLIVEIRA et al., 2007). As formas
farmacêuticas mais citadas para a utilização das espécies foram decocto, infusão,
gargarejo e chá (Tabela 1).

Tabela 1: Estudos clínicos realizados com plantas medicinais em tratamento de afecções


odontológicas (citadas em literatura). (OLIVEIRA et al., 2007. CATÃO et al., 2012)

Nome científico Nome popular Forma farmacêutica

Calendula officinalis L. calêndula Colutório, dentrifício

Plantago psyllium L. plântago colutório

Acanthus mollis L. acanto gargarejo

Anacardium occidentale L. cajueiro chá

Xylopia frutescens Aubl. coajerucu chá

Anethum graveolens L. endro bochechos

Erigeron canadenses L. erígero chá

Antennaria dioica (L.) Gaertn. Pé-de-gato chá

Spilanthes oleracea L. jambú chá

Tabebuia alba (Cham.) Ipê-amarelo gargarejo


Sandwith

Tabebuia impetiginosa Standl. Ipê-roxo gargarejo

Jacaranda brasiliana Pers. jacarandá gargarejo


21

Jacaranda procera camboté chá

Capsella Bursa-pastoris Bolsa-de-pastor bochecho

Eruca sativa Mill. Rúcula gargarejo

Lepidium latifolium L. lepidio suco

Ananas sativus Schult. F. ananás suco

Bromelia pinguin L. Caraguatá-acanga Suco misturado com água

Bromelia karatas L. Gravatá, gravatá-de-gancho gargarejo

Commiphora mollis mirra gargarejo

Sambucus nigra L. sabugueiro chá

Dianthus caryophyllus L. Cravo, cravo-de-jardim chá

Tradescantia purpúrea Boom Manto-de-viúva chá

Ipomoea batatas L. Batata-doce gargarejo

Cayaponia tayuya tajujá chá

Vaccinium myrtillus L. mirtilo gargarejo

Cajanus flavus DC. Ervilha-de-árvore, feijão-andu chá

Stryphnodendron barbatimam barbatimão gargarejo

Casstanea saliva Mill. castanha gargarejo

Quercus robur L. Carvalho-vermelho gargarejo

Geranium maculatum L. gerânio gargarejo

Spigelia anthelmia L. Erva lombrigueira chá

Plectranthus amboinicus Lour. Hortelã-grande suco

Rosmarinus officinallis L. alecrim Enxaguatório bucal, colutório

Salvia officinalis L. sálvia colutório


22

Cinnamomum zeylanicum canela chá


Blume

Ocotea pretiosa sassafrás chá

Aloe vera L. babosa colutório

Malva sylvestris L. malva spray

Eugenia pisonis O. Maçaran-diba suco

Syzygium aromaticum L. Cravo-da-índia, clavero bochecho

Psidium guajava L. Goiabeira, araçá-goiaba gargarejo

Syzygium jambolanum DC. Jambolão, jamelão chá

Myrciaria tenella cambuí chá

Morus nigra L. amora gargarejo

Mirabilis jalapa L. Jalapa, bonina chá

Oxalis latifolia Kunth Azedinha, trevo-azedo chá

Saccharum officinarum L. Cana-de-açúcar suco

Polygonum bistorta L. Bistorta mil. gargarejo

Punica granatum l. romã Chá, dentrifício, gel e colutório

Fragaria vesca L. Morangueiro, moranguinho chá

Rubus idaeus L. framboesas Chá para gargarejo

Rosa gálica L. rosa chá

Rubus ulmifolius Schott Amora-do-mato, amora-preta, Chá para gargarejo


amora-brava

Pilocarpus jaborandi Holmes jaborandi suco

Ruta graveolens L. arruda Maceração aquosa

Paullinia cupana Kunth guaraná Pó mistura com água


23

Solanum L. Aguará-quinhá macerada

Solanum tuberosum L. Batata-inglesa, batatinha gargarejo

Luthea DC. Açoita-cavalo Chá para gargarejo

Curcuma zedoaria Roscoe Zedoária, gaju Bochecho e gargarejo

Zingiber officinale Roscoe Gengibre Gargarejo

Drymis Juss. Casca-de-anta Chá e mastigação

Além das plantas medicinais serem usadas pelas suas ações antissépticas
e antibacterianas, elas possuem outras aplicações como é o caso do açaí
(Euterpe oleracea) que produz um evidenciador de placa dental mais eficiente que
os comercializados como o verde de malaquita, a fucsina e a eritrosina
(SOYAMA, 2007).

Embora muitos trabalhos já tenham demonstrado a eficácia dos


fitoterápicos das afecções bucais, são necessários testes para confirmar a
eficácia e a citotoxidade de fitofármacos e fitoterápicos e permitir a
comercialização e utilização pela sociedade. É indiscutível a importância de
pesquisas direcionadas para a utilização de plantas medicinais como integrante
do tratamento odontológico preventivo e curativo das doenças bucais.

5. CONLUSÃO
Nota-se, pela revisão de literatura a tentativa de busca de medidas cada
vez mais simples e de menor custo, tanto para a higienização bucal – prevenção
e controle do biofilme dentário – quanto à terapêutica medicamentosa, na
odontologia: instrumentos mecânicos, enxaguatórios bucais associados a
substâncias químicas naturais, como fitoterápicos.

Muitos desses métodos alternativos mostram-se efetivos e podem ser


recomendados em medidas de controle caseiro e programas coletivos de
promoção de saúde bucal. Devido a sua acessibilidade e baixo custo, enquadram-
24

se perfeitamente na situação socioeconômica de grande parte da população


brasileira, desde que suas substâncias ativas e tóxicas sejam devidamente
investigadas.

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