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LINGUAGEM E VERDADE

NA FILOSOFIA MEDIEVAL
Marco Aurélio Oliveira da Silva (Org.)

LINGUAGEM E VERDADE
NA FILOSOFIA MEDIEVAL

2013
Copyright © Quateto Editora

Projeto gráfico
Quarteto Editora

Capa
AtelierCasa de Criação

Coleção Empiria
Editor: João Carlos Salles

Conselho Editorial: Abel Lassalle Casanave, André Leclerc, Arley R.


Moreno, Carlos B. Gutiérrez, Daniel Tourinho Peres, João Carlos Salles e
Paulo Roberto Margutti Pinto.

Grupo de Estudos e Pesquisa Empirismo, Fenomenologia


e Gramática (FFCH – UFBA)
ww.efg.ufba.br

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– Salvador: Quarteto Editora, 2013.
208 p.
Inclui referências
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Sumário

Apresentação ........................................................................................... 9

Verdades eternas, enuntiabilia e contradição: O objeto do conhecimento


divino e a validade dos princípios lógicos segundo Alberto Magno ......... 13
Alfredo Storck

Definição e predicação do verbo em Aristóteles,


segundo Guilherme de Ockham .............................................................. 35
Carlos Eduardo de Oliveira

Agostinho e as categorias de Aristóteles (Sobre a Trindade, V e VI)........... 55


Cristiane Negreiros Abbud Ayoub

Del lenguaje como lógos al lenguaje como locutio y sermo. La ruptura


medieval de la racionalidad política aristotélica ........................................ 73
Francisco Bertelloni

Signum, intellectus e significatio: O limite da linguagem e a passagem


necessária pela mente em abelardo ........................................................... 95
Guy Hamelin

Essência e reduplicação em Tomás de Aquino .......................................... 111


Marco Aurélio Oliveira da Silva

Composição natural e composição definicional: Tomás de Aquino


e Duns Scotus leitores de Z 12 ................................................................ 129
Rodrigo Guerizoli

Notas sobre a noção de matéria na Física da Shifa’, de Avicena ................. 143


Tadeu M. Verza
Essência e reduplicação em Tomás de Aquino

Marco Aurélio Oliveira da Silva*

No comentário ao De Anima, de Aristóteles, Tomás de Aquino


considera que podemos tomar o termo “universal” em dois sentidos: (i) a
natureza comum, que subjaz à intenção de universalidade – i.e, o universal
propriamente dito –, e (ii) a natureza comum em si mesma1.
Em outras palavras, pode-se considerar a natureza comum segun-
do o aspecto de universalidade que possui no intelecto, ou nela mesma,
independentemente deste aspecto. No segundo caso, a natureza comum
consistiria no que se denomina essência absolutamente considerada (EAC)
no De ente et essentia. Além disso, por universal propriamente dito, deve-se
compreender a natureza comum segundo a apreensão intelectiva, i.e, à me-
dida que esteja sujeita à intenção de universalidade. Mas tais considerações
parecem esconder uma questão: a natureza comum consiste em essências
específicas ou também em essências individuais?
Se observarmos os textos de Tomás de Aquino, podemos ser levados
às duas seguintes hipóteses aparentemente inconsistentes:
1. a natureza comum consiste apenas em essências específicas, não
consiste em essências individuais;
2. a natureza comum envolve tanto as essências específicas quanto
as essências individuais.

* Professor do Departamento de Filosofia da UFBA.


1
Cf. TOMÁS DE AQUINO, In De Anima, lib.2 l.12 §378. “[...] universale potest accipi
dupliciter. Uno modo potest dici universale ipsa natura communis, prout subiacet inten-
tioni universalitatis. Alio modo secundum se.” Em português, “[...] ‘universal’ pode ser to-
mado em dois sentidos. De um modo, pode ser dito da própria natureza comum, enquanto
subjaz à intenção de universalidade. De outro modo, pode ser dito [da natureza comum]
em si mesma”. (tradução própria).

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Marco Aurélio Oliveira da Silva
Com relação à hipótese (1), podemos observar que Tomás afirma
no De ente et essentia (DEE) o seguinte:
De fato, se a comunidade pertencesse à intelecção do homem,
então, em qualquer um que se encontrasse a humanidade,
encontrar-se-ia a comunidade, sendo isto falso, pois não se
encontra nenhuma comunidade em Sócrates, mas tudo o que
há nele é individualizado2.
Nesse trecho, Tomás de Aquino considera que a noção de comuni-
dade não pertence à EAC, pois de outra forma ter-se-ia que admitir contra-
ditoriamente a existência de comunidade em um indivíduo. A explicação
disto é a seguinte: tudo o que é predicado afirmativamente da EAC (neste
caso, homem enquanto homem) é predicado do indivíduo que instancia
a espécie em questão, como Sócrates. Desse modo, se homem enquanto
homem fosse comum, então, Sócrates seria comum, o que não é o caso.
Em outras palavras, tudo o que existe nos indivíduos, existe de modo indi-
vidualizado. Portanto, poder-se-ia corroborar a hipótese (1) e negar que a
natureza comum tenha qualquer existência fora do intelecto.
Em contrapartida, aparentemente em favor da hipótese (2), Tomás
de Aquino afirma na Summa Contra Gentiles (ScG):
Além disso, a natureza comum, se inteligida em separado,
não pode ser senão una: embora se possa encontrar muitos
[indivíduos] que tenham esta natureza 3.
Ou seja, nesse trecho é afirmado que (i) a natureza é una quando con-
siderada em abstrato, mas (ii) múltipla nos vários indivíduos que instanciam
esta mesma natureza. Daí segue-se a seguinte dificuldade: tudo que está em
Sócrates é individualizado, tudo que está em Platão é individualizado, mas a
mesma natureza humana se encontra em Sócrates e em Platão?
2
Cf. TOMÁS DE AQUINO, DEE, cap. 3, ed. Leon., p. 37477-82. “Si enim communitas
esset de intellectu hominis, tunc in quocumque inveniretur humanitas inveniretur commu-
nitas; et hoc falsum est, quia in Sorte non invenitur communitas aliqua, sed quiquid est in
eo est individuatum” (ed. bras., 1995, 32).
3
Cf. TOMÁS DE AQUINO, SCG, lib.2 cap. 52 n. 2. “Amplius. Natura communis,
si separata intelligatur, non potest esse nisi una: quamvis habentes naturam illam plures
possint invenire” (tradução própria).

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Linguagem e verdade na filosofia medieval | Marco Aurélio Oliveira Da Silva (Org.)
Desse modo, ao considerar os dois trechos supracitados, podería-
mos chegar às seguintes postulações aparentemente contraditórias:
a) tudo no indivíduo é individual;
b) a natureza comum existe nas coisas.
Portanto, a hipótese (1) resolveria a aparente contradição ao deixar
de lado a afirmação (b), que postula a existência da natureza comum nos
indivíduos, enquanto a hipótese (2) resolveria a mesma contradição apa-
rente ao deixar de lado a afirmação (a), segundo a qual tudo no indivíduo
existe individualizado, nada existe universalizado.
Mas, para resolver esta questão, faz-se mister uma análise do con-
ceito de EAC e – neste artigo em particular – da sua relação com as propo-
sições reduplicativas4.

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Na literatura, há uma tendência interpretativa comum em relação à


noção de precisão apresentada por Tomás de Aquino no De ente et essentia
cap II. Autores como van Riet (1952) e Landim Filho (2004) consideram
a precisão como uma espécie de abstração, como se, por um ato mental,
se obtivesse a essência homem e, em seguida, se obtivesse a essência huma-
nidade através de um outro ato mental. Cunningham5 (1958) apresentou
4
Neste artigo, limito-me à análise das proposições reduplicativas essenciais, nas quais
a expressão reduplicativa supõe abstratamente pela natureza designada pela expressão
reduplicada, e não por um indivíduo particular. Nestes casos, não há como haver
a falácia Secundum Quid Et Simpliciter ao se derivar “S é P” de “S qua M é P”. Por
exemplo, ao se derivar “homem é racional” de “homem enquanto homem é racional”.
A falácia pode ocorrer apenas em proposições reduplicativas acidentais. Por exemplo,
ao se inferir “o etíope é branco” de “o etíope é branco quanto ao dente”. No entanto,
a análise das proposições reduplicativas acidentais não é relevante para a explicação da
essência absolutamente considerada. Para maiores detalhes sobre as considerações de
Tomás de Aquino sobre a falácia Secundum Quid et Simpliciter, cf. Bäck, 1996, espe-
cialmente p. 312 ff.
5
Cunningham defende que a distinção entre abstração e precisão é importante para
explicar a distinção entre primeira e segunda intenção (cf. 1958, p. 254). Desse modo,
pela abstração não-precisiva, resultaria no intelecto um conceito de primeira intenção,

Essência e reduplicação em Tomás de Aquino 113


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uma tese ainda mais forte, pois introduziu a distinção entre primeira e
segunda intenção para explicar esta distinção entre abstração e precisão.
Ora, esta tendência deriva-se da consideração da precisão como um ato
psicológico comparável com a abstração. Isto levaria à multiplicação desne-
cessária de entidades – que a meu ver não é admitida por Tomás de Aquino
–, uma vez que teríamos que admitir que as coisas possuíriam lado a lado
uma essência e uma essência absolutamente considerada distinta da primei-
ra. A precisão é na verdade uma propriedade semântica, consiste em um
distinção apresentada por Tomás de Aquino para o modo de significação de
nomes abstratos e de nomes concretos. Nesse sentido, afirma Tomás: “Fica,
assim, portanto, claro que este nome homem e este nome humanidade sig-
nificam a essência do homem, mas diversamente, como foi dito”.6 No caso
de nomes concretos, a essência é significada sem exclusão das propriedades
acidentais, ao passo que nos nomes abstratos há uma significação da essên-
cia segundo seus aspectos formais (necessários, por conseguinte).
A consideração absoluta de uma essência tratada no DEE é a con-
sideração das propriedades essenciais de um determinado indivíduo. Nesse
sentido, para uma essência absolutamente considerada, expressa através de
nomes abstratos, como humanidade, faz-se necessário recorrer a predica-
ções com o uso de reduplicativos, uma vez que o nome abstrato é sempre
explicado em função de expressões reduplicativas, como “Humanidade”
e “aquilo pelo qual homem é homem”, ou seja, “homem enquanto ho-
mem”.
Para fins de exposição, pode-se tomar como forma geral desta tese
o seguinte enunciado:
i.e., conceito que designa diretamente os entes sensíveis; em contrapartida, pela pre-
cisão, ou abstração precisiva, resultariam no intelecto conceitos de segunda intenção.
Embora Tomás de Aquino não tenha tematizado a distinção entre primeira e segunda
intenção, a analogia de Cunningham pareceria válida, salvo pelo fato de considerar
abstração e precisão como atos psicológicos distintos, ao passo que na nossa interpre-
tação a precisão é apenas um modo de um nome considerar uma essência A qualquer,
a saber, com a aposição do reduplicativo “enquanto A”.
6
Cf. DEE, cap. 2, ed. Leon., p. 373292-294. “Sic igitur patet quod essentiam hominis signi-
ficat hoc nomen homo et hoc nomen humanitas, sed diuersimode, ut dictum est” (ed. bras.,
1995, p. 28).

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“A enquanto A é B”, no qual “A” expressa um termo geral
qualquer, ao passo que “B” expressa o que se predica
essencialmente de A, ou seja, de A enquanto A7.

Considere-se os seguintes exemplos:


a) homem enquanto homem é racional;
b) homem enquanto homem não é branco;
c) homem enquanto homem é não-mineral.
As três proposições são verdadeiras. No caso da primeira proposi-
ção, trata-se de uma proposição reduplicativa afirmativa, a qual predica a
racionalidade essencialmente de homem. No segundo caso, trata-se de uma
proposição reduplicativa negativa, a qual considera que a brancura não
é uma característica essencial da humanidade. No terceiro caso, trata-se
de uma proposição reduplicativa infinita, a qual considera que é essencial
à humanidade não ser mineral. Considerando os dois últimos exemplos,
pode-se observar um fenômeno interessante ao substituir a forma negativa
pela infinita, e vice-versa:
b’) homem enquanto homem é não-branco;
c’) homem enquanto homem não é mineral.
Observe-se que a primeira proposição inverteu seu valor de verda-
de8. Ora, em (b’) a proposição implica que é uma característica essencial

7
Esta relação entre a modalidade do predicado, se é acidental ou essencial, e a proposição
reduplicativa é apresentada por Tomás de Aquino no Comentário às Sentenças de Pedro
Lombardo: “Mas, predicado essencial pode ser predicado de qualquer sujeito com redupli-
cação, assim como em ‘Sócrates enquanto é homem é animal’, porque animal predica-se per
se de homem.” Cf. Sup. III Sent., d.10, q.1, a.1, qc.2 s.c.1 “Sed praedicatum essentiale
potest praedicari de subjecto quocumque cum reduplicatione, sicut Socrates in quantum est
homo, est animal: quia animal per se de homine praedicatur.” (tradução própria).
8
Tomo esta interpretação do comportamento semântico das reduplicativas infinitas a
partir de Tomás de Vio Caetano, que afirma no seu comentário ao De ente et essentia
o seguinte: “Com efeito, é o caso que da [proposição] afirmativa com predicado infinito
segue-se a negativa, e vice versa, como é dito no II do Perihermeneias, mas apenas quando

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do homem não ser branco, o que é falso. Em contrapartida, a proposição
(c’) exclui da humanidade a noção de mineralidade, o que ainda é ver-
dadeiro. Como é sabido que brancura é um acidente de alguns homens,
pode-se perceber o seguinte comportamento das sentenças reduplicativas
que envolvem acidente: quando a sentença é negativa, ela é verdadeira; em
contrapartida, quando a sentença é infinita, então, ela é falsa. No caso de
predicados que não são nem essenciais, nem acidentais, mas simplesmente
não se aplicam à espécie em questão, então, tanto a proposição negativa
quanto a infinita correspondente serão falsas9.
Considerando a formulação através de reduplicativos, podemos de-
rivar o seguinte:
II. um predicado “B” é essencial em relação a A se, e somente se, é
o caso que A enquanto A é B;
II. um predicado “B” é acidental em relação a A se, e somente se, é
o caso que A enquanto A não é B, e não é o caso que A enquanto
A é não-B.
Portanto, para Tomás de Aquino, “essencial” e “acidental” são modali-
zações de re, uma vez que consideram se uma determinada propriedade (e não
apenas a proposição) ocorre de modo necessário ou de modo contingente.

não são reduplicativas; com a reduplicação, no entanto, é o caso que a partir da afirmativa
de predicado infinito segue-se a negativa de predicado finito, mas não o inverso. Assim, com
efeito, de ‘Homem nisto pelo qual é homem não é branco’ não se segue que ‘Homem nisto
pelo qual é homem é não-branco’”. Cf. Commentarium super De Ente et Essentia, q.VII,
“Licet enim ex affirmativa de praedicato infinito sequatur negativa, et e converso, ut dici-
tur in II Perihermenias, quando non sunt reduplicativae; cum reduplicatione tamen licet
ex affirmativa de praedicato infinito, sequatur negativa se praedicato finito, non tamen e
contra. Hanc enim, Homo in eo quod homo non est albus, non sequitur ista, Homo in eo
quod homo est non albus.”(CAETANO, 1907, p. 97; tradução própria)
9
Denomino a proposição de infinita para tornar a apresentação mais clara. Contudo,
o mais preciso é que Tomás de Aquino admite apenas duas formas lógicas quanto à
qualidade, a forma afirmativa e a negativa (cf In I Peryerm., l. VIII, n. 90). Ocorre que
o predicado tanto de uma forma como de outra pode ser ou bem finito ou infinito.
Será infinito quando o predicado for precedido de um advérbio de negação, que negue
o próprio predicado, e não a cópula.

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Esta explicação da noção de EAC em função do comportamento
das proposições reduplicativas ajuda a solucionar outra tese apresentada no
DEE que, segundo Tomás de Aquino, a EAC deve ser compreendida inde-
pendentemente do seu modo de existência10. Isto pode ser compreendido
de acordo com as considerações acima acerca da distinção entre predicação
acidental e predicação essencial, ressaltando que, na filosofia de Tomás de
Aquino, “existir” é um predicado real e não apenas gramatical.
A essência homem, por exemplo, é considerada de modo absoluto
através do reduplicativo: “homem enquanto homem”, portanto, acerca dos
dois modos de existência considerados por Tomás, no intelecto e na coisa,
podemos observar o seguinte:
a) “homem enquanto homem não existe no intelecto” é uma sen-
tença verdadeira;
b) “homem enquanto homem é não-existente no intelecto” é uma
sentença falsa;
c) “homem enquanto homem não existe na realidade” é uma sen-
tença verdadeira;
d) “homem enquanto homem é não-existente na realidade” é uma
sentença falsa.
Ora, a partir destas quatro sentenças consideradas podemos obser-
var que tanto a existência no intelecto quanto a existência na realidade são
propriedades acidentais da essência homem, daí a essência homem abso-
lutamente considera (humanidade) não existir nem na realidade nem no
intelecto, o que se segue das sentenças (a) e (c). Contudo, a EAC não é um
puro nada, o que à primeira vista poderia sugerir a formulação tomasiana
“não existe nem no intelecto nem na realidade” (DEE, cap. 3). Portanto,
a tese aparentemente paradoxal pode ser esclarecida ao ser formulada dos
três seguintes modos:
10
Neste sentido, Tomás de Aquino afirma que “[...] a natureza do homem, absolutamente
considerada, abstrai de qualquer ser (esse), de tal modo, porém, que não haja exclusão (pra-
ecisio) de nenhum deles” (DEE, cap. 3, ed. Leon, p. 37468-70; ed. bras., 1995, 32). “[...]
ergo patet quod natura hominis absolute considerata abstrahit a quolibet esse, ita tamen
quod non fiat precisio alicuius eorum”.

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Marco Aurélio Oliveira da Silva
(i) “A EAC não existe no intelecto e a EAC não existe na realida-
de”;
(ii) “A enquanto A não existe no intelecto e A enquanto A não
existe na realidade”;
(iii) “Não é o caso que A tenha uma existência intelectiva necessária
e não é o caso que A tenha uma existência necessária na reali-
dade”.
Portanto, ao explicitarmos a estrutura modal da predicação na afir-
mação tomásica, o aparente dilema é dissolvido, pois a EAC é um modo
de se considerar uma espécie com o fim de distinguir as suas propriedades
essenciais das acidentais. Nesse sentido, como a existência intelectiva e a
existência real são propriedades acidentais, então a EAC – da qual se predi-
cam afirmativamente apenas as propriedades essenciais – não possui nem
existência intelectiva nem existência real.
Para esclarecer mais ainda a posição de Tomás, podemos mudar o
exemplo, em vez de “existir no intelecto” e “existir na realidade”, conside-
remos “branco” e “não-branco”, uma vez que podemos fazer uma divisão
da extensão do conceito homem entre os que são brancos e os que não são
brancos, donde se seguem as seguintes proposições: “homem enquanto
homem não é branco” e “homem enquanto homem não é não-branco”.
Daí podemos também derivar que a essência homem absolutamen-
te considerada não é nem branca nem não-branca. Ou seja, se B é uma
predicado acidental em relação a A, então não-B também o é. Neste senti-
do, segue-se que A enquanto A não é B e que A enquanto A não é não-B,
o que significa dizer que “[...] não é o caso que A seja necessariamente B
e não é o caso que A seja necessariamente não-B”, embora seja necessário
que A seja B ou não-B.
Portanto, a seguinte sentença “[...] não é o caso que A tenha uma
existência intelectiva necessária e não é o caso que A tenha existência ne-
cessária na realidade” não exclui que seja necessário que a A exista ou no
intelecto ou na realidade (admitindo que A exista de algum modo). Dito
em outras palavras, da afirmação tomasiana “[...] a essência absolutamente

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considerada não existe nem no intelecto nem na realidade” não exclui que
a essência deva existir ou no intelecto ou na realidade, assim como da sen-
tença “[...] homem enquanto homem não é branco nem não-branco” não
exclui que homem seja ou branco ou não-branco.
Ademais, o que quer que seja predicado de “homem enquanto ho-
mem” é predicado de um homem singular, o que equivale a dizer que os pre-
dicados essenciais de uma espécie se aplicam aos indivíduos que instanciam
esta espécie. Nesse sentido, Tomás de Aquino afirma: “[...] Com efeito, o que
quer que convenha a homem enquanto é homem predica-se de Sócrates”11.
Um ponto importante aqui é afirmado acerca da apreensão dos
entes individuais pelo aparato cognitivo humano. Se por um lado os indi-
víduos são apreendidos sensivelmente através dos órgãos sensoriais, faz-se
necessário que pari passu haja alguma apreensão intelectiva para que se
possa julgar acerca de um determinado indivíduo. Em outras palavras, na
visão tomasiana os nomes próprios abreviam a junção de um pronome
demonstrativo e de um termo geral, como, por exemplo, “Cálias” – o qual
pode ser substituído por “este homem”12. Portanto, para Tomás a propo-
sição “Cálias é branco” é equivalente à proposição “este homem chamado
‘Cálias’ é branco”.
Isto ocorre porque o intelecto apreende o que é universal, o que é
comum a vários, ao passo que a apreensão dos indivíduos enquanto tais é
tarefa dos órgãos sensoriais e dos sentidos internos, como a imaginação e
a memória.
Portanto, de “A enquanto A é B” pode-se inferir “este A é B”, como,
por exemplo, de “homem enquanto homem é mamífero” segue-se que “este

11
“Quicquid enim convenit homini in quantum est homo praedicatur de Sorte” (DEE, cap.
3, ed. Leon, p. 375131-132; tradução própria).
12
Neste sentido, Tomás de Aquino afirma o seguinte: “Conhece-se, com efeito, Cálias não
apenas enquanto é Cálias, mas também enquanto é este homem, e do mesmo modo, [conhe-
ce-se] Sócrates na medida em que é este homem.”. No original latino, lê-se: “Cognoscit
enim calliam non solum in quantum est callias, sed etiam in quantum est hic homo, et
similiter socratem in quantum est hic homo” (Cf. In 2os Anal., II, l.20, n.40; tradução
própria).

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homem é mamífero”, ou seja, de acordo com o exemplo, “Caio é mamífe-
ro”. Em outras palavras, de “é o caso que A é necessariamente B” segue-se
que “este A é B”. Logo, a afirmação presente no DEE (c.3) de que a EAC
predica-se dos indivíduos deve ser interpretada do seguinte modo:
(i) F, se A enquanto A é F, então este A é F.
Ou seja, a EAC consiste na consideração das propriedades essen-
ciais de uma determinada espécie, ora, seguindo (i), se alguma propriedade
é essencial à espécie então deve ser predicada dos indivíduos.
Portanto, a EAC não é um ente a parte da essência, mas apenas um
modo de se referir a essa mesma essência, ou seja, considerando apenas o
que é necessário à espécie considerada.
Com relação aos predicados acidentais, Tomás de Aquino afirma:
O branco não se predica de homem a não ser em razão do
indivíduo. Com efeito, o homem não é dito branco a não ser
porque algum homem é dito branco, como Cálias. E assim é
evidente que homem é dito branco por acidente, pois não o
é enquanto homem, mas enquanto este homem, que é dito
branco. 13
Ora, os indivíduos não possuem apenas propriedades essenciais –
que são expressas pela EAC –, mas também possuem propriedades aci-
dentais. No caso das propriedades essenciais, os indivíduos, cujos nomes
próprios abreviam uma aposição de um pronome demonstrativo “este” a
um termo geral (este A), instanciam todas as propriedades predicadas afir-
mativamente da EAC (A enquanto A). Por exemplo,
(i) “Sócrates” abrevia “este homem”14;
(ii) “homem enquanto homem é racional”;
13
“Album autem non praedicatur de homine nisi ratione individui. Non enim dicitur homo
albus, nisi quia aliquis homo dicitur albus, ut callias. Et sic patet, quod homo per accidens
dicitur albus; quia non inquantum homo, sed inquantum hic homo, albus dicitur.” (In: X
Metaph, l.11, n.6; tradução própria).
14
Deve-se supor que a expressão “este homem” não é ambígua, ou seja, pelo contexto
do falante deve-se ser capaz de saber de qual indivíduo se está a falar; no exemplo, é
patente que se fala de Sócrates.

120
Linguagem e verdade na filosofia medieval | Marco Aurélio Oliveira Da Silva (Org.)
(iii) “este homem enquanto homem é racional”;
(iv) “Sócrates é racional”.
Repare-se que no passo (iii), a expressão “este homem enquanto ho-
mem”, embora tenha por sujeito uma descrição singular (“este homem”),
visa considerar aspectos essenciais deste indivíduo, daí a expressão redupli-
cativa “enquanto homem”. Portanto, admitindo que (ii) seja verdadeiro,
(iii) também será, uma vez que essa premissa é uma instanciação universal
daquela. Ora, dado que o nome próprio “Sócrates” abrevia a expressão “este
homem”, segue-se de (iii) a proposição (iv). Contudo, o procedimento no
caso dos predicados acidentais é diverso, uma vez que estes estão excluídos
da EAC. Ora, como diz Tomás no trecho acima, homem é branco não
enquanto homem, mas enquanto este homem. Neste sentido, podemos
observar o seguinte:
(ii’’) “homem enquanto homem não é branco”;
(iii’’) “este homem enquanto este homem é branco”;
(iv’’) “Sócrates é branco”.
Branco está excluído da essência homem absolutamente conside-
rada, uma vez que branco não é uma propriedade necessária de homem.
Não-branco também está excluído da mesma EAC, uma vez que ser não-
branco também não é uma propriedade necessária de homem. Contudo,
um mesmo indivíduo (este homem que é Sócrates) reúne dois predicados:
homem e branco, sendo o primeiro um predicado essencial e o último, um
predicado acidental. Desse modo, Sócrates é branco enquanto este homem
particular, mas não enquanto homem. Em outras palavras, a brancura e a
humanidade inerem em um mesmo indivíduo, o que permite predicar o
branco de este homem que é Sócrates.
Como já fora dito neste artigo, para as EAC’s, a existência singular e
a existência universal não são predicados essenciais, mas predicados aciden-
tais. Dado que a EAC é um modo de considerar as essências independen-
temente de seu modo de existir, segue-se que é acidental para uma essência
existir individualizada em Sócrates ou existir universalizada no conceito
homem, por exemplo.

Essência e reduplicação em Tomás de Aquino 121


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Ou seja, Tomás de Aquino visa caracterizar a fundamentação in re do
universal como uma fundamentação quanto à natureza, e não quanto à uni-
versalidade propriamente dita. Como assinalado no DEE (cap. 3) e na ST,
o universal pode ser desmembrado em EAC e intenção de universalidade15,
universalidade esta que consiste em uma intenção produzida pelo intelecto.
A tese da distinção entre (i) a EAC e (ii) a intenção de universalida-
de pode ser compreendida nos seguintes termos. O que está em jogo é saber
se “existir” é um predicado acidental ou um predicado necessário quando
nos referimos a uma essência. Se considerarmos uma espécie, então, a sua
existência intelectiva é necessária; se, em contrapartida, considerarmos um
indivíduo, então, a sua existência concreta é necessária. Contudo, o Dou-
tor Angélico considera a possibilidade de nos referirmos a uma essência,
sem considerarmos se ela existe no indivíduo ou se na espécie contida no
intelecto.
Ora, por que então distinguir a essência de sua existência? O ob-
jetivo de Tomás é destacar a EAC como o conteúdo de um conceito a ser
predicado. Portanto, é importante ter clareza da distinção entre essência e
existência, uma vez que no ato de predicação não se atribui a existência in-
telectiva do universal ao termo-sujeito, atribui-se apenas o conteúdo essen-
cial da espécie universal. Por exemplo, tudo que se predica de homem en-
quanto homem (que é racional, por exemplo), predica-se de Sócrates; mas
não pertence à noção de homem enquanto homem a existência intelectiva
da espécie homem, de modo que esta propriedade acidental – existir no
intelecto – não pode ser predicada de homem enquanto homem e, por isso,
predica-se apenas da espécie intelectiva, não sendo predicada do indivíduo
Sócrates. Por isso, quando se diz que “Sócrates é homem”, predica-se ape-
nas a natureza, mas não se predica a universalidade da espécie homem16.

15
Cf. TOMÁS DE AQUINO, ST, Iª q.85 a.2 ad2. “Et similiter cum dicitur universale
abstractum, duo intelliguntur, scilicet ipsa natura rei, et abstractio seu universalitas.” Em
português, “Semelhantemente quando se diz ‘universal abstrato’, há dois inteligidos, a
saber: a própria natureza da coisa e a abstração ou universalidade” (ed. bras., 2006: 145-
146).
16
Cf. TOMÁS DE AQUINO, In II De Anima, l.12 §380. “[...] universalia, secundum
quod sunt universalia, non sunt nisi in anima. Ipsae autem naturae, quibus accidit in-

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Linguagem e verdade na filosofia medieval | Marco Aurélio Oliveira Da Silva (Org.)
Portanto, esta composição entre essência e existência não deve ser
interpretada em sentido forte, como se fossem partes de um mesmo todo
integral, como ocorre com a composição hilemórfica entre forma e matéria.
Ou seja, dada a nossa interpretação do reduplicativo “enquanto homem”,
cujo resultado é a modalização do predicado da proposição reduplicativa,
deve-se observar que é falso tanto que “homem enquanto homem existe no
intelecto” [na forma afirmativa] quanto “homem enquanto homem existe
nas coisas” [na forma afirmativa].
Em contrapartida, a essência específica pode ser desmembrada em
EAC e intenção de universalidade, ou seja, em propriedades essenciais e
a existência universal da essência no intelecto. Além disso, a essência in-
dividual pode ser desmembrada em EAC e matéria assinalada, ou seja,
em propriedades essenciais e o princípio de individuação do composto
hilemórfico. Desse modo, a intenção de universalidade é o que permite a
predicação, ao passo que a EAC é o conteúdo a ser predicado.

Conclusão

Podemos observar quanto à noção de natureza comum o seguinte:


1’) A natureza comum possui universalidade em ato no intelecto;
2’) A natureza existente nos indivíduos está em potência para a uni-
versalidade.
Com relação à tese (1’), a natureza comum envolve tanto a noção
de essência absolutamente considerada quanto a de intenção de universali-
dade. A EAC é o conceito da espécie segundo suas características essenciais,
ou seja, as que são predicadas afirmativamente do termo que designa a
espécie quando há a aposição do reduplicativo; por exemplo, em “homem
enquanto homem é P”, “P” está no lugar de alguma propriedade essencial
que, por conseguinte, integra deste modo a EAC.

tentio universalitatis, sunt in rebus”. Em português, “[...] os universais, enquanto são


universais, não existem senão na alma. Mas a própria natureza, a qual ocorre a intenção
de universalidade, existe nas coisas” (tradução própria).

Essência e reduplicação em Tomás de Aquino 123


Marco Aurélio Oliveira da Silva
A intenção de universalidade, em contrapartida, é uma propriedade
derivada da própria existência intelectiva de uma essência. Ora, posto que o
que existe no intelecto está abstraído da matéria assinalada, à qual se apõe
um demonstrativo como “esse”, e que é o que distingue sensivelmente os
indivíduos, segue-se que no intelecto as essências ou quididades abstraídas
estão desprovidas deste elemento individuante. Ora, o que não é individual,
é universal. Ademais, tudo o que existe no intelecto, existe sob o aspecto de
universalidade. Portanto, a essência existente no intelecto é universal pelo
fato de estar no intelecto; e ser universal significa tão somente ser apto a ser
predicado de muitos. Daí, a natureza comum no intelecto possui intenção
de universalidade, uma vez que está desprovida da matéria assinalada, que
é o elemento individuador dos entes sensíveis.
Em contrapartida, no caso da tese (2’), que trata da natureza exis-
tente nos indivíduos, a essência não é universal em ato, mas em potência.
Ou seja, não é, mas pode vir a ser universal. Ocorre que no indivíduo
a propriedade essencial expressa pela EAC está composta com a matéria
assinalada, de modo que a essência que é universal no intelecto está in-
dividualizada no indivíduo. Por exemplo, no intelecto, a humanidade se
encontra abstraída, ao passo que em Sócrates (este homem) a humanidade
se encontra individualizada, composta com outros predicados de Sócrates
(brancura, magreza, feiura, etc.) e, principalmente, composta com sua ma-
téria assinalada (estas carnes e estes ossos de Sócrates). Portanto, para que
possa ser considerada universalmente, a humanidade de Sócrates terá que
ser abstraída pelo intelecto, o qual deixará de lado as carnes e os ossos de
Sócrates, ou seja, sua matéria assinalada. Apenas após este processo, ter-se-á
o universal homem, que é a natureza comum com existência intelectiva17.
17
Tomás de Aquino sintetiza em In De Anima a sua concepção sobre a natureza comum,
ao afirmar que “Assim, portanto, é patente que à natureza comum não pode ser atribuída
intenção de universalidade, a não ser segundo o ser que tem no intelecto; assim, de fato, ape-
nas é um [dito] de muitos, na medida em que é inteligida sem os princípios pelos quais um
é dividido em muitos. Donde segue-se que universais, enquanto são universais, não existem
senão na alma. No entanto, a própria natureza, a qual ocorre a intenção de universalidade,
existe nas coisas ” (In De Anima, lib.2 l.12 §380; tradução própria). No original latino,
“Sic igitur patet, quod naturae communi non potest attribui intentio universalitatis nisi se-
cundum esse quod habet in intellectu; sic enim solum est unum de multis, prout intelligitur

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Por isso, a natureza é comum apenas no intelecto, mas está em potência
para a universalidade nos indivíduos, universalidade esta que ficará a de-
pender de um ato de abstração do intelecto.
Deste modo, não é necessário rejeitar a tese segundo a qual tudo
no indivíduo é individual, mesmo a natureza tem um modo de existência
individual. Ou seja, a natureza comum, enquanto existente no intelecto, é
composta de EAC e intenção de universalidade, ao passo que as essências
individuais possuem a natureza singularizada, em potência para estar uni-
versalizada em ato em algum intelecto. Portanto, a natureza comum tem
existência no indivíduo quanto à natureza, não quanto à universalidade18.

Referências

a) Obras de Tomás de Aquino (com as abreviações utilizadas):


TOMÁS DE AQUINO 1889 (ST) Pars prima Summae heologiae a
quaestione L ad quaestionem CXIX. [= homae de Aquino Opera omnia
iussu Leonis XIII edita. t. V]. Cura et studio Fratrum prædicatorum.
Romae: Ex Typographia Polyglotta

praeter principia, quibus unum in multa dividitur; unde relinquitur, quod universalia,
secundum quod sunt universalia, non sunt nisi in anima. Ipsae autem naturae, quibus
accidit intentio univeralitatis, sunt in rebus [...].
18
Este trabalho tem sua origem em uma pesquisa de doutorado realizada no Programa de
Pós-Graduação em Filosofia da UFRJ, que contou com o apoio financeiro do CNPq.
Agradeço ao prof. Raul Landim Filho (UFRJ), que muito contribuiu com sua orien-
tação à referida pesquisa. Vale apenas ressaltar que o tratamento dado aqui às proposi-
ções reduplicativas não se encontrava na referida tese de doutorado. Agradeço ao Prof.
Abel Lassalle Casanave (UFBA), pelas conversas que tivemos sobre a forma lógica das
proposições reduplicativas, além de suas muito úteis indicações bibliográficas. Agrade-
ço, por fim, mas não menos, aos participantes do X Colóquio de História da Filosofia
Medieval, aos professores Alfredo Storck, Carlos Eduardo de Oliveira, Cristiane Ne-
greiros Ayoub, Francisco Bertelloni, Guy Hamelin, Raul Landim, Rodrigo Guerizoli e
Tadeu Verza, que muito me auxiliaram com suas questões e observações a uma versão
preliminar deste trabalho.

Essência e reduplicação em Tomás de Aquino 125


Marco Aurélio Oliveira da Silva
TOMÁS DE AQUINO 1918. (SCG) Summa contra Gentiles. [= homae
de Aquino Opera omnia iussu Leonis XIII edita. t. XIII]. Cura et studio
Fratrum prædicatorum. Romae: Typis Riccardi Garroni.
TOMÁS DE AQUINO 1950. (In Metaph) In duodecim libros
Metaphysicorum Aristotelis expositio. Ed. M.-R. Cathala & R. M. Spiazzi.
Turim-Roma: Marietti.
TOMÁS DE AQUINO 1976. (DEE) De ente et essentia. [ In: homae de
Aquino Opera omnia iussu Leonis XIII edita. t. XLIII, pp. 367-381]. Cura
et studio Fratrum prædicatorum. Roma: Editori di San Tommaso.
TOMÁS DE AQUINO 1980 (Sup. Sent.) In quattuor libros Sententiarum.
In: Sancti homae Aquinatis Opera omnia ut sunt in Indice homistico. Ed.
Roberto Busa. Vol. 1. Stuttgart–Bad Cannstatt: Frommann-Holzboog.
TOMÁS DE AQUINO 1984. (In De Anima) Sentencia libri De anima.
[= homae de Aquino Opera omnia iussu Leonis XIII edita. t. XLV,I].
Cura et studio Fratrum prædicatorum. Roma/Paris: Commissio Leonina - J.
Vrin.
TOMÁS DE AQUINO 1989a. (In Peryerm.) Expositio libri Peryermenias.
[= homae de Aquino Opera omnia iussu Leonis XIII edita. t. I*.I]. Cura et
studio Fratrum prædicatorum. Roma/Paris: Commissio Leonina - J. Vrin,
editio altera retractata.
TOMÁS DE AQUINO1989b. (In 2os Anal.) Expositio Libri Posteriorum.
[homae de Aquino Opera omnia iussu Leonis XIII edita. t. I*.2]. Cura et
studio Fratrum prædicatorum. Roma/Paris: Commissio Leonina - J. Vrin,
editio altera retractata.
b) Traduções de Tomás de Aquino:
TOMÁS DE AQUINO 2006. Suma de Teologia. Primeira parte. Questões
84-89. Tradução de Carlos Arthur R. do Nascimento. Uberlândia: Edufu,
2006.
TOMÁS DE AQUINO 1995. O ente e a essência. Tradução de Carlos
Arthur R. do Nascimento. Petrópolis: Vozes, 1995.

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Linguagem e verdade na filosofia medieval | Marco Aurélio Oliveira Da Silva (Org.)
c) Demais referências:
BÄCK, A. 1996. On reduplication: logical theories of qualification. Leiden,
New York & Köln: Brill.
CAETANO (THOMAE DE VIO CAETANI) 1907. Commentarium super
Opusculum De Ente et Essentia homae Aquinatis. Romae: Ex Pontificia
Officina Typographica.
CUNNINGHAM, F. A. 1958. “A heory on Abstraction in St. homas”.
he Modern Schoolman, vol. 35, p. 249-270.
LANDIM FILHO, R. F. 2004. Abstração e Juízo: observações sobre a
noção de ente e de ser em Tomás de Aquino. In: Fátima Évora, Paulo Faria,
Andréia Loparic, Luiz Henrique Lopes dos Santos & Marco Zingano.
(Org.). Lógica e Ontologia. São Paulo: Discurso, p. 189-208.
Van RIET, G. 1952. La théorie thomiste de l’abstraction. Revue Philosophique
de Louvain 50, p. 353-393.

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Marco Aurélio Oliveira da Silva

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