Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Segato, Rita. Uma Agenda de Ações Afirmativas
Segato, Rita. Uma Agenda de Ações Afirmativas
Departamento de Antropologia
Universidade de Brasília
Brasília
2003
2
ÍNDICE
Introdução ...................................................................................... 3
Introdução .................................................................................... 40
V. Saúde ....................................................................................... 63
Fontes ........................................................................................... 77
3
INTRODUÇÃO
1
O P re s iden te Lu la to ma r ia pos se do is me s es ma is tard e.
5
AS RELAÇÕES DE GÊNERO
O que é “gênero”
Mais uma prova que atesta a não coincidência do sexo biológico com o
gênero é que, no mundo inteiro, os homens dos povos originários que
vivem de acordo aos códigos tradicionais, embora tenham corpo de
homem, não se tornam “homens”, no sentido estrito da cultura, caso se
neguem, por alguma razão, a passar pelas provas do processo de
iniciação masculina. Somente o cumprimento dessas provas lhes confere
a plenitude dos direitos, atribuições e obrigações do “gênero masculino”,
8
Economia
Política
Direitos Humanos
Sobre o tema específico que nos ocupa, contudo, somente duas vezes os
direitos das mulheres indígenas são mencionados na Plataforma de
Ações elaborada pela Conferência de Beijing: uma recomendando
estratégias educativas específicas para alcançar as jovens indígenas,
e a outra em relação à proteção dos saberes tradicionais das
mulheres indígenas. Além disso, somente existem dois documentos
referentes a elas resultantes de Beijing: uma Declaração das Mulheres
Indígenas assinada por 100 representantes de 26 países que se reuniram
na tenda das Mulheres Indígenas, cujo texto foi divulgado numa
publicação de IWGIA (International Work Group for Indigenous Affairs)
de 1998, e uma Plataforma de Ação para as Mulheres Indígenas,
adaptação da Plataforma de Compromissos da Conferência, elaborada em
1995 pelo Centro de Culturas Índias do Peru, CHIRAPAQ.
Não há lugar aqui para uma ciência que dê as costas para um projeto
político de bem-estar e que não se filie a uma ética da beneficência
representada contemporaneamente na luta pelos Direitos Humanos.
Contudo, tampouco são aceitáveis abordagens que coloquem em risco a
unidade e coesão da maior variedade possível de culturas e soluções
societárias a longo prazo. Ambos os desejos, contudo, se encontram,
freqüentemente, em tensão.
33
Definições
Uma política pública ou até uma lei não tem sensibilidade do ponto de
vista do gênero quando não leva em conta o fato de que a vida social é
sempre configurada pelas relações de gênero e pela distribuição de
atitudes, tarefas, afetos e interesses que delas resulta.
Devemos lembrar que todo grupo humano, por menor que seja, tem
facções e grupos de interesse e, em toda comunidade, as mulheres são
um deles. Preservar o senso de comunidade, mas tentar meios e
imaginar soluções para proteger a mulher, tanto no seio da sua
tradição como no convívio com a sociedade nacional, foi é um dos
propósitos da Oficina de Capacitação e Discussão das Mulheres
Indígenas.
39
INTRODUÇÃO
2
O presid en te da FUNAI , Sr . Ar tur N obr e Mend es, teve a in iciativa desta
convocação , que sem dú vida será le mb r ada d aqu i em d ian te co mo u m mo me n to
43
1 . Cr iaç ão d e u ma Ouv ido ria F edera l p a ra reg is tra r os c aso s d e abuso , exp loraç ão
e ou tr as a çõ es ileg a is co ntr a as mu lh ere s ind íg en as.
2 . Cr iaç ão d e u m Ba lcão d e At end im e nto Reg iona l It ine rant e para a p r ev enção e
o combat e à pro st ituiçã o da mulh er in díg e na .
6 . Cr iar a r epr esen tação in díg ena na C a mpanha de Combate à Fome d o Governo
PT, co m pelo me nos 3 r epresen tan tes mu lh eres.
I. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
DIRETRIZES
Fomentar a participação dos povos indígenas e particularmente de suas
mulheres 3 nas instâncias decisórias e na formulação, aplicação e
avaliação de políticas públicas.
3
S ub linhad a s as p ar tes d o tex to que f az e m ref er ê ncia a b e n efício s esp e c íf icos
d es tin ados á s mu lh er es .
4
Em g er a l, o ptou - se por falar no nú me ro d e p e lo me no s 3 r epr esen tan tes mu lh er es
n as co mis sõ e s d e até 10 repre s en tan tes , p ara d eixar c laro qu e se de sej a g a ran tir a
pr es en ça fe min ina por r eg ião – Ama zôn ia , Nord e ste e Su l. E m r epr es en ta ções ma is
nu me ro sas o u quando se tr ata de reserva de vag a s para p rogramas edu cativos e d e
treiname n to , se u tilizou a figu ra d a percen tag e m, para garan tir pelo me no s 30 % d e
v aga s às mu lh ere s. O nú me ro d e 30 % r eprodu z o já ado tado n ac ion a lme n te par a a as
cand id aturas dos p artido s po lítico s e resu lta d e u ma estimativa, por p arte das
p ar tic ip an tes na O f ic in a, da po rcen ta gem de mu lheres qu e estar iam ef etiv amen te
in tere ss ad as e m s a ir d a a ld e ia e af a s tar- s e te mpo rar ia me n te d o s eu p ape l no esp aço
do mé stico. So men te nos casos d e associaçõ es ou programas r elativos ao artesan a to
49
AÇÕES
ind íg ena , a res erv a d e v aga s d es tin a das a mu lh er es a mp liou- s e p ara 50% para re f le tir
a p ar tic ip a ç ão trad ic ion alme n te a mp la d a mu lh er no tr aba lho arte san a l.
50
DIRETRIZES
AÇÕES
DIRETRIZ
AÇÕES
II. EDUCAÇÃO
DIRETRIZ
AÇÕES
5
“ En s in o d if er en c i ad o ” f az r ef e r ên c i a a u ma me todo log ia e co nteúdo s d if e renciados
e n ão simp lesmen te a u ma educação bilíngü e, qu e pode, simp lesmen te , v e rter
con teúdo s o c iden tais nas língu as ind ígen as.
56
AÇÕES
6
U ma conh ecid a má x ima da ad min istração púb lica aler ta p ar a o fato d e qu e
“po líticas p úblic as para grupos vu ln eráv eis são p olíticas púb licas vu lneráv eis”. Se
is so é v erd a de, ser á mu ito ma is d if íc il ma n ter a qualid ad e de u m p rogra ma
d if er en c i ad o d e f o r ma ç ã o sup er io r in d íg en a q u e a q u a l idad e d o en s in o n u m cu r so
conven c ion al co m en trada g ar an tida por u m sistema de co tas. A desvan tagem d esse
ú ltimo é que hav erá que pressionar p ara obter co nteúdos ad eq uados ao s in teresses
ind íg ena s.
58
III. JUSTIÇA
DIRETRIZ
AÇÕES
IV. SEGURANÇA
DIRETRIZES
AÇÕES
V. SAÚDE
DIRETRIZES
AÇÕES
DIRETRIZ
AÇÃO
DIRETRIZES
AÇÕES
DIRETRIZES
AÇÕES
DIRETRIZES
AÇÕES
DIRETRIZES
AÇÕES
FONTES