Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Primeiro Ato.
<CENA I>
- Com Zé e Candinha -
<CENA IV>
- Com Maria e o Matuto -
Matuto: (Olha o relógio) Dez minutos se passaram, o tempo já danou. E tua mãe com a resposta té agora num
chegou.
Maria: (Tranquila) Eu sei que ela vai chegar. É só ter mais paciência.
Matuto: Deixa da tua demência. Ta vendo que ela num vem!
Maria: Você quer tudo nas pressa. Pensa que mamãe é trem.
Matuto: Que é que tu tás pensando? Que eu vou furar a palavra? Eu jácontei dez minutos!
Maria: Ta certo. Eu não me alembrava.
Matuto: (Com nervosismo) Pois então eu vou agora e seja o que Deus quiser.
Maria: Tá se cagando de medo. A merda desce no pé.
Matuto: (Trêmulo) Ô mentira da mulesta! Está pensando que é festa?
Maria: (Zombeteira) Festa eu sei que não é. Só sei que cagas no pé.
Matuto: (Grita) Quer parar de me irritar e dizer que tou com medo?
Maria: Também tive um namorado que tinha o nome Alfredo... Era tão frouxo, mas tão, que tinha medo de
anão! E mesmo assim, feito tu, ficava um vai-mas-não-vai se cagando as pernas todas só pra falar com meu
pai...
Matuto: Pois vou mostrar a você e a esse Alfredo também, como é que se enfrenta um homem sem se sujar no
sedém
Maria: Dez minutos já está passado dos limite, até demais...
Matuto: Então não diz que sou frouxo, que sou mole ou incapaz...
Maria: Dez minutos se passaram. Mamãe não veio afinal. E tu, o que vai fazer pra enfrentar esse animal?
Matuto: Agora é tu quem já quer? Essa eu não compreendo.
Maria: Na verdade, eu já queira... Mas porém, eu não pretendo ver você falar com ele com essa merda
derretendo.
Matuto: (Irritadíssimo) O diabo que me carregue se eu tiver me cagando!
Maria: Ave Maria, se assossegue que tu já tá se afobando!
Matuto: Mas então, o que tu ta querendo que eu faça?
Maria: Que vá falar com meu pai sem querer fazer desgraça.
Matuto: (Entregando-se) Não! Não e não e não e não!!! O que importa é a limpeza que eu levo no coração!
Maria: (No mesmo ritmo) Oba! Oba e oba e oba e oba!!! Com essa valentia eu sinto um cio de loba!
Matuto: (Agarra-a) Vamos entrar abraçados e mostrar nossa independência.
Maria: (Rapidamente) É melhor que eu vá na frente: questão de conveniência.
Matuto: Pois seja o que Deus quiser. Vá logo na frente, mulher!
Maria: (Para na porta) Mas tem ainda uma coisa que é preciso combinar: tu fica aqui escutando e quando eu
espirrar...
Matuto: (Cortando) ...Eu fico esperando o espirro?
Maria: É bom porque nesse tempo tu perde o cheiro do “birro”...
Maria ri e sai, mangando dele. O Matuto fica só, examina o traseiro com as mãos, depois cheira uma das
mãos e abana-a no ar, fazendo careta.
<CENA V>
- Com Zé e Candinha -
<CENA VI>
- Com Zé, Candinha e Maria -
<CENA VII>
- Com Zé, Candinha -
Candinha: (Impedindo-o) pra onde você quer ir?
Zé : Se essa nojenta fugir vai ser você quem eu mato.
Candinha: Ela apenas foi para o quarto de certo não vai embora.
Zé: Saia da frente, Candinha senão você me estopora!
Candinha: Daqui eu não saio não. Não tenho medo de ti e nem do teu cinturão.
Zé: Ai ai ai...mas que tragédia! O que foi que me fizeram? Nem faço contas da média das pragas que me
trouxeram.
Candinha: Acho melhor se acalmar para a gente conversar.
Zé; (Sinistro) Arreda... Contudo não quero conversa você já fez muita merda, e a morte chama depressa.
Candinha: (Desconfiada) O que foi que você disse? Que história é essa de... morte?
Zé: É tudo o que há de forte... e ela está na própria vida...
Candinha: O que? O que é que está na vida, o que que está?
Zé: (Discretamente sofrendo) Você além de ser feia é tão burro de amargar...
Candinha: (Com desdém) Você está com história!
Zé: (Atormentado) Querem fuzilar meu peito, apagar minha memória... Pois se fuzilo meu peotp e acabo com
a consciência, eu deixarei de sentir aquilo que é imprudência.
Candinha: Mas que consciência o que! Isso é coisa que você nunca teve, nunca tem.
Zé: (Acordando) Que foi que você disse? Que diabos tu disse, hein?
Candinha: (estranhando) Mas afinal, o que há? Onde era que tu tava?
Zé: (Volta a ficar valente) Cadê essa vagabunda? Cadê Maria essa escrava?
Candinha (Toma a frente) Nesse quarto não entra...
Zé: Se tu entrares no quarto...
Zé: Maria vai se lascar!
Candinha: Quero ver quem pode mais de nós dois, quem é que pode.
Zé: Candinha, tu é mais braba que um rebanho de bode.
Candinha: Pois está com medo agora? Já percebeu que eu sou quente?
Zé: Eu percebi sim senhora: mas tu vai sair da frente.
Candinha: Com que autoridade tu toma essa decisão?
Zé: É porque eu estou armado aqui com meu cinturão.
Candinha: (Com advertência) Mas não se esqueça que eu tenho a minha arma também...
Zé: (Debochado) Mas que arma, que eu não vejo? Pois nem arma você tem.
Candinha: (Séria, grave) Aquela, com que uma vez eu te transformei num caco...
Zé: (Lembra e se afasta) Ai, meu Deus mas é verdade! É a cantiga do sovaco!
Candinha: (Ergue o braço) Se lembra agora, macaco?
Zé: (Tapando o nariz) Abaixa essa porcaria que eu já sinto uma coisa ruim... Com esse teu cheiro maldito eu
espirro... eu faço... aaaatchim...
Zé espirra alto ocasional entrada do matuto.
<CENA VIII>
- Com Zé e Candinha e Matuto –
Matuto: (Entra num salto) Eu estava ali na porta e ouvi Maria espirrar isso é sinal que já era a minha hora de
entrar.
Zé: (Grita) Mas afinal o que é que você faz aqui dentro?
Candinha: Cale essa boca, José. Matuto vem para o centro
Zé: Mas para o centro de quê?