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APLICADO
DIREITO PÚBLICO
TEORIA GERAL DO
MÓDULO 8: DIREITO ELEITORAL
CONSTITUCIONAL
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TEMA 01 – ESTRUTURAÇÃO DA JUSTIÇA ELEITORAL


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E O MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL NA


CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO
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BRASIL
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Aula III - Justiça Eleitoral e Estabilidade
das Decisões

TEXTO

As cláusulas de inelegibilidade podem ser encaradas como obstáculos

colocados frente ao possível candidato à cargo eletivo. No Brasil, entretanto,


tais obstáculos se fazem muito mais presentes se compararmos com os
obstáculos colocados no restante do mundo.

É possível dizer, inclusive, que os obstáculos existentes no Brasil e que são


colocados diante daqueles que decidem concorrer à um cargo eletivo estão

além do que aqueles previstos e permitidos pela Convenção Interamericana

de Direitos Humanos (o Pacto de San Jose da Costa Rica).

A Constituição Federal optou por colocar 2 exigências para aqueles que

desejam candidatar-se: as condições de elegibilidade, comentadas no bloco

anterior, e as cláusulas de inelegibilidade, que são aquelas que não podem


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incidir caso o candidato queira concorrer nas eleições.


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As cláusulas poderão ser constitucionais (dispostas nos parágrafos §§5º a 8º

do art. 14 da Constituição) ou infraconstitucionais (desde que sejam


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autorizadas pelo texto constitucional, feitas por lei complementar e que se


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destinem a proteger a moralidade, probidade e legitimidade das eleições).

“ Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio


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universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para


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todos, e, nos termos da lei, mediante:


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§ 9º. Lei complementar estabelecerá outros casos de
inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger

a probidade administrativa, a moralidade para exercício de

mandato considerada vida pregressa do candidato, e a

normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do


poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo

ou emprego na administração direta ou indireta. (Redação

dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 4, de 1994) “

Uma das cláusulas constitucionais trata da proibição de Chefes do Executivo


e seus vices ou substitutos se candidatarem a mais do que um período

subsequente para o mesmo cargo. Tal regra se aplica, inclusive (e de acordo


com o entendimento do Supremo), no que tange aos Chefes do Poder

Executivo Municipal que, terminado o segundo mandato, candidatam-se


como prefeitos em outro Município (figura do “prefeito itinerante”):

“ § 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado

e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido,

ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos


para um único período subsequente. (Redação dada pela
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Emenda Constitucional nº 16, de 1997) “


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Também é considerado inelegível o Chefe do Executivo que não renuncia


ao seu posto com até 6 meses de antecedência para concorrer a outros
cargos:
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“ § 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da


República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e

os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até


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seis meses antes do pleito. “


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A inelegibilidade também se aplica às famílias: o membro da família
(entendido como o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o

segundo grau ou por adoção) não poderá se candidatar-se no território de

jurisdição do titular ou de quem o tenha substituído dentro de seis meses

anteriores ao pleito. Tal regra não se aplicará, entretanto, se o membro da


família já é titular de mandato eletivo e está se candidatando à reeleição. O

filho do Presidente da República, por exemplo, não pode candidatar-se ao

cargo de vereador, uma vez que o Presidente da República exerce jurisdição

em todo o território nacional. Entretanto, o filho de um Prefeito poderá


candidatar-se ao cargo de Governador, uma vez que o Prefeito exerce

jurisdição apenas em âmbito Municipal.

“§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o

cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo


grau ou por adoção, do Presidente da República, de

Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de

Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses

anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e


candidato à reeleição. “
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As inelegibilidades infraconstitucionais, por seu turno, têm enfoque mais


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difuso. A Lei Complementar 64 de 1990 criou outras hipóteses de

inelegibilidade que abarcam casos de cassação, condenações criminais (em


alguns casos), condenações fundadas por razões eleitorais, pessoas
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consideradas indignas ou condenadas por abuso de poder e, ainda, pessoas


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responsabilizadas por falência de instituição financeira.


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As inelegibilidades encontradas nesta Lei teriam prazo de apenas de 3 anos,

o que lhes tirava seu efeito prático.


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Em 2010 foi aprovada a Lei Complementar nº 135 de 2010, conhecida Lei
da Ficha Limpa, que mudou de 3 para 8 anos o prazo que o sujeito estaria

inelegível, estendendo, ainda, as inelegibilidades para outras inúmeras

hipóteses. Uma das mais importantes e mais conhecida impõe a

inelegibilidade para pessoas que estão condenados de forma não definitiva.


Tal hipótese causou grande discussão no que se refere à retroatividade da

lei e acerca da presunção de não culpabilidade.

É importante, entretanto, realizar uma reflexão no que se refere ao limite da


Lei da Ficha Limpa, realizando o controle de convencionalidade, observando

se tal norma extrapola os limites previstos na Convenção Interamericana de

Direitos Humanos.

O Pacto de San Jose da Costa Rica, em seu artigo 23, dita que não se pode

interferir nos direitos políticos a não ser por impedimentos que digam

acerca da nacionalidade, domicílio e, especificamente, no que se refere às

cláusulas de inelegibilidade, condenação criminal definitiva.

“ ARTIGO 23

Direitos Políticos
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1. Todos os cidadãos devem gozar dos seguintes direitos e


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oportunidades:
a) de participar da direção dos assuntos públicos, diretamente
ou por meio de representantes livremente eleitos;
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b) de votar e se eleitos em eleições periódicas autênticas,


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realizadas por sufrágio universal e igual e por voto secreto que


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garanta a livre expressão da vontade dos eleitores; e


c) de ter acesso, em condições gerais de igualdade, às funções

públicas de seu país.


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2. A lei pode regular o exercício dos direitos e oportunidades


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e a que se refere o inciso anterior, exclusivamente por motivos


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de idade, nacionalidade, residência, idioma, instrução,
capacidade civil ou mental, ou condenação, por juiz

competente, em processo penal. “

Insta mencionar, por último, que as cláusulas de inelegibilidade não são


“automáticas”, isto é, não basta só existirem para tornar aquele que deseja

ser candidato inelegível. Para ter efeito, precisa ser declarada pela Justiça

Eleitoral.

Em caso de condenação pela Justiça Eleitoral que acarrete na


inelegibilidade, tal decisão poderá ter seus efeitos suspensos por intermédio

de liminar até a data da diplomação que é quando o processo eleitoral é


estabilizado.

LEITURA COMPLEMENTAR

“ Devemos iniciar reconhecendo que os rótulos e as nomenclaturas


atribuídas usualmente a um diploma normativo cumprem mais do que uma

função didática ou de popularização de seu conteúdo, já que muitas vezes

é capaz de nos revelar o espírito que nutriu a sua formação, indicando,


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assim, aspectos contraditórios. É esse o caso da Lei Complementar n. 135,


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de 04 de junho de 2010, denominada Lei da Ficha Limpa. Como se observa,


o intuito dessa norma é um dos mais nobres e relevantes: assegurar uma

assepsia da política. Junto a esse objetivo plenamente justificado do ponto


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de vista da cidadania, ao menos a partir de uma alusão genérica, impõe-se


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constatar que a expressão “Lei da Ficha Limpa” dialoga com sentimentos


populistas de cerceamento da luta política. A questão a saber é até que

ponto pode-se ir nesse sentido restritivo sem ofender princípios de ordem


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democrática e, com isso, a própria moralidade do poder que a lei procura


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salvaguardar? (...) “
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Para íntegra do texto, segue link abaixo:

LEI DA FICHA LIMPA VIOLA A CLÁUSULA DEMOCRÁTICA DA

CONSTITUIÇÃO DE 1988

LEGISLAÇÃO

Constituição Federal

Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo
voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei,

mediante:
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os

prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a

moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do

candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência

do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego


na administração direta ou indireta. (Redação dada pela Emenda
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Constitucional de Revisão nº 4, de 1994)


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§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito


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Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso


dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subsequente.
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(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997)


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§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os


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Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem


renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.

§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os


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parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do


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Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito


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Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses
anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à

reeleição.

BIBLIOGRAFIA

CANOTILHO, J. J. Gomes; SARLET, Ingo Wolfgang; STRECK, Lenio Luiz;

MENDES, Gilmar Ferreira. Comentários a Constituição do Brasil. São

Paulo: Saraiva/Almedina, 2013.

CHEIM, Flávio Jorge; LIBERATO, Ludgero; RODRIGUES, Marcelo Abelha.

Curso de Direito Eleitoral. São Paulo. Juspodivm. 2016

GOMES, José Jairo; Direito eleitoral; São Paulo:14. ed. rev., atual. e ampl.:

Atlas, 2018.

MORAES, Alexandre. Direito Constitucional Administrativo. São Paulo:

Atlas.
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MENDES, Gilmar Ferreira; COELHO, Inocêncio Mártires; BRANCO, Paulo


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Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional. 10ª ed. São Paulo: Saraiva,
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2015.

MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 32ª ed. São Paulo: Atlas,
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SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional positivo. 33ª ed.

atual. São Paulo: Malheiros, 2010.


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SILVA, José Afonso da. Comentário contextual à Constituição. São Paulo:
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