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RECIFE / 2014
ROMERO RIBEIRO DE CARVALHO JÚNIOR
JOSÉ VITOR COLLIER
RECIFE / 2014
ROMERO RIBEIRO DE CARVALHO JÚNIOR
JOSÉ VITOR COLLIER
BANCA EXAMINADORA
Agradecimentos
Queremos agradecer, em primeiro lugar, а Deus, pela força е coragem durante
toda esta longa caminhada. Aos nossos pais, familiares que, com muito carinho
е apoio, não mediram esforços para que chegássemos até esta etapa de
nossas vidas. Nossos agradecimentos аos amigos, companheiros de trabalhos
е irmãos na amizade que fizeram parte da nossa formação е que vão continuar
presentes em nossa vida com certeza. Ao nosso orientador Mario Kato que
aceitou este desafio e acreditou no sucesso deste projeto, por sua vontade е
incentivo. Sinceros agradecimentos a todos aqueles que de alguma forma
doaram um pouco de si para que a conclusão deste trabalho se tornasse
possível.
Resumo
Pelo constante aumento da produtividade, as organizações têm buscado meios
inovadores para se destacarem com melhoria no processo produtivo e aumento
da qualidade de seus serviços e produtos. No cenário das obras de
saneamento ambiental, as construtoras vêm adotando o Método Não
Destrutivo (MND) para recuperação, substituição e ampliação de redes de
esgoto sanitário. O presente trabalho tem como objetivo de analisar o cenário
caótico do atual sistema de esgotamento sanitário e suas obras, além de
comparar e divulgar os ganhos no âmbito econômico, produtivo, incômodos e
geração de entulhos na utilização do Método Não Destrutivo de Perfuração
Direcional Horizontal (PDH).
1 Introdução
Nos dias atuais as grandes cidades enfrentam diversas dificuldades
quando se trata de infraestrutura ligada ao saneamento, mais especificamente,
aos sistemas de esgotamento sanitário, que são um dos fatores mais
importantes para o bem estar da população, para a saúde pública e
consequentemente para o desenvolvimento de uma região.
2 Esgoto Sanitário
O conceito de esgoto sanitário é bem amplo e foi formalizado pela
ABNT-NBR 9648:
4.2 Sinalização
Segundo a NBR 9814 (1987) a execução dos serviços de implantação
da rede coletora, deve ser protegida e sinalizada contra possíveis acidentes
que podem ocorrer. O isolamento do local de trabalho pode ser feito com
cercas ou cavaletes, e até mesmo a contenção por tapumes do material
escavado. Ressalta ainda que é preciso manter o escoamento superficial das
águas, deixarem passagem para veículos e pedestres transitarem sem risco de
acidentes.
Após a liberação da ordem de serviço, deverá ter um serviço social a fim
de explicar a comunidade no entorno sobre os procedimentos e benefícios
futuros daquela obra. Toda área deverá ser devidamente isolada e com
sinalização visível aos pedestres e motoristas para prevenir qualquer tipo de
acidente. Poderá utilizar cones, placas, fitas zebradas, telas, dentro outros
equipamentos.
4.4 Escavação
Segundo a NBR 12266 (1992), a abertura de valas e travessias em vias
e logradouro públicos só poderá ser iniciada após a comunicação ao órgão
municipal. A escavação de valas é a remoção de solo desde a superfície
natural do terreno até a profundidade definida no projeto. O tipo de escavação
adotado dependerá do solo, topografia da região, volume de material
movimentado, nível d’água, presença de prédios e construções que gerem
pressões nas fundações.
4.5 Escoramento
A NBR 9814 (1987) determina que valas com mais de 1,25 metros
devem ser escoradas, e a escolha do escoramento adequado vária de acordo
com a natureza do terreno e a profundidade da vala, ficando a critério do
construtor ou da fiscalização o emprego dos tipos de escoramentos:
pontaleteamento, descontínuo, contínuo ou especial.
4.6 Esgotamento
Segundo a NBR 12266 (1992), quando for indicado o rebaixamento do
lençol freático por ponteiras filtrantes ou poços filtrantes, deverá ser
apresentado o projeto do sistema e o equipamento conveniente.
Reabilitação e Recuperação
Inserção de novo tubo (Sliplining)
Inserção de tubulação deformada (Close-fit Lining)
Revestimento por aspersão (Spray Lining)
Revestimento com cura no local (CIPP: Cure in Place Pipe)
Reparos pontuais e vedações localizadas
7 Breve Histórico
Em 1971 houve o primeiro relato de execução de uma instalação pelo
processo construtivo da perfuração horizontal, realizado na travessia do Rio
Pajaro (California, Estados Unidos da América) pela Companhia do Pacífico de
Gás e Energia.
8 Procedimento Construtivo
Pequena Capacidade
Tração até 10 t
Tubos e cabos de pequeno diâmetro (50-300 mm)
Média Capacidade
Tração até 10 a 50 t
Diâmetro (300-600 mm) com acessórios especiais para
perfurar rochas
Grande Capacidade
Tração acima de 50 t
Diâmetro (acima 600 mm)
Significativos períodos de montagem e desmontagem
(Guindastes, bombas, recicladores de fluidos)
8.1.5 Hastes
São elementos que proporcionam a transmissão de esforços gerados
pela perfuratriz para a cabeça de perfuração, que se encontra na primeira
haste cravada, durante todo o processo de execução do furo piloto. As hastes
também transmitem os esforços no processo de puxada do alargador e da
tubulação que se deseja instalar. A conexão entre as hastes deve ser de rosca
e suas dimensões variam de acordo com o equipamento de perfuração
adotado.
8.1.6 Perfuratriz
A Perfuratriz é o equipamento responsável pela execução do furo piloto
inserindo as hastes no solo e cravando-as até o ponto final estabelecido em
projeto e por puxar o alargador e a tubulação através deste furo piloto até o
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O processo continua até que este conjunto de hastes atinja o ponto final
onde a instalação irá terminar, determinado previamente por projeto. O furo
resultante deste processo é denominando de furo piloto. A figura 17 abaixo
mostra o desenho esquemático da realização do furo.
Figura 17: Atuação das forças do solo, gerando uma preferência por solos de menor resistência. (Fonte: Vermeer)
Flutuabilidade
Fricção no solo
Arrasto do Fluido
Flexão e pontos de curva (Apenas quando raio de curvatura for
bem limitado)
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8.2.2.1 Flutuabilidade
Internamente teremos de considerar a força de elevação e peso do
produto. Para termos uma puxada ideal, esses dois parâmetros devem ser
iguais, e neste caso o tubo seguiria o percurso exato do furo piloto sem
caminhos preferenciais. A figura 20 abaixo mostra a atuação das forças dentro
do furo.
Figura 21: Peso da água para equilibrar as forças existentes. (Fonte: Vermeer)
kg DiametroExterno( mm)
ArrastoFluido
m 12
Figura 24: Colapso de uma rede de esgoto com tubo cerâmico. (Fonte: Vermeer)
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Figura 26: Exemplo de furo pelo Atlas Bore Planner. (Fonte: Vermeer)
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9 Estudo de Caso
A utilização do Método Não Destrutivo (MND) solicitado em questão
compreende ao projeto de recuperação de um trecho da linha de recalque da
EE-J28, situada no Sistema de Esgotamento Sanitário de Peixinhos no
município de Olinda-PE.
Estudo Hidráulico;
Revisão do dimensionamento Hidráulico da linha de recalque;
Aproveitamento quando possível do máximo de extensão da linha
de recalque atual;
Aproveitamento das estruturas existentes da Estação Elevatória,
assim como seus equipamentos;
Apresentar opções para o estudo de recuperação;
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9.1 Localização
A seguir a localização da Estação Elevatória EEJ-28 dentro do sistema de
Peixinhos, assim como a EEJ-29, que recebe a contribuição proveniente da
Linha de recalque da EEJ-28 e a EE ETEX-01, Estação de Tratamento de
Peixinhos, local da destinação dos efluentes. A figura 30 abaixo mostra a
localização da ETE.
DEconômico Kx Q
K= 1,1
Vazão (Q) = 19,08 L/s = 0,01908 m³/s
DEconômico 151,94mm
A velocidade mínima no emissário será de 0,60 m/s de forma a se garantir
o arraste de sólidos sedimentados durante os períodos em que não ocorre
escoamento. A figura 32 abaixo identifica a tubulação escolhida.
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9.5 Produtividade
Pelo método não destrutivo foram executados, em 15 dias, 660 metros de
rede, alcançando uma produtividade média de 44 metros/dia. Caso este serviço
fosse executado através do método tradicional vala aberta, seriam necessários
37 dias para se concluir a atividade, considerando uma produção 18
metros/dia. Ou seja, enquanto no MND o serviço foi concluído no 15º dia com a
recuperação de 660m, no mesmo período pelo método vala aberta seriam
executados apenas 270 metros, conforme mostrado na figura 33. Assim o
ganho de produtividade ao se optar pelo MND foi de 60%.
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9.7 Desenhos
A seguir será apresentada a planta e perfil referente ao projeto.
9.8 Custos
A análise de custo apresentada a seguir considera de uma forma bruta
alguns Equipamento e Insumos, dessa forma, outras possíveis atividades e
seus custos deverão ser analisadas com empresas locais de acordo com a
necessidade.
Figura 34: Demolição do pavimento e abertura de valas para sondagens. (Fonte: Autor)
Figura 37: Perfuratriz VERMEER Navigator D36x50 Série II. Inicio do Furo piloto. (Fonte: Autor)
Figura 40: Conclusão da limpeza do emissário DN 250mm para retirar as sujeiras dentro da rede. (Fonte: Autor)
Figura 42: Tubos desfilados e soldados na lateral do prédio da EMPETUR. (Fonte: Autor)
Figura 43: Solda de termofusão em 500 metros de Tubo PEAD DE 200mm SDR 17 PN 10. (Fonte: Autor)
Figura 44: Peça para puxar tubo PEAD “Cabeça de Puxada”. (Fonte: Autor)
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Figura 46: Interligação do emissário em PEAD com Ferro Fundido. (Fonte: Autor)
Figura 47: Interligação, foi utilizado 01 (um) colarinho (PEAD) com flange de Aço (DE 200 mm), 01 (uma) redução
FF DN 200 x 250 mm, 01 (um) ponta flange Dn 250 mm, 01 (uma) luva JM DN 250 mm. (Fonte: Autor)
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Figura 48: Obra concluída, calçadas recompostas, asfalto reposto. (Fonte: Autor)
9.10 Resultados
Houve redução nos custos, pois a obra terminou em 14 dias e não
em 15 conforme o orçamento;
Houve um ganho de produtividade de 60% sobre o método
convencional de escavação de valas;
O método não destrutivo traz uma economia no uso de recursos e
insumos. A equipe e quantidade de equipamentos é bem reduzida
quando comparada ao método tradicional;
Não houve interdição de vias, portanto não trazendo transtornos a
população;
A partir destes resultados, um estudo será elaborado para se
analisar a viabilidade de utilizar este método nas demais obras,
seja de recuperação de redes, seja na implantação de novos de
sistemas.
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10 Conclusão
A constante evolução tecnologia implica diretamente na engenharia para
cobrança de métodos que reduzam os cronogramas das obras e diminuam os
custos, sem afetar a segurança. É sob esse contexto que os Métodos Não
Destrutivos e mais especificamente o HDD vem sendo aperfeiçoado. É possível
executar furos com maior precisão angular e sem incômodos no cotidiano das
pessoas.
Referências
BRAGA, Benedito. et. al. Introdução a Engenharia Ambiental. 2. ed. São Paulo:
Pearson Prentice Hall, 2005.
Odebrecht Ambiental
SONDEQ - http://www.sondeq.com.br/