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Port - ASA - 9 - Teste 1 - TX - Narrativo - Versão A
Port - ASA - 9 - Teste 1 - TX - Narrativo - Versão A
º ANO
Escola
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(até ao minuto 2:25)
1. Assinala com X, nos itens 1.1 a 1.4, a opção que completa cada afirmação, de acordo com
o texto.
1.3 Numa relação, a dois ou em família, a insatisfação pode levar aos seguintes rótulos:
(A) “chatos” ou “demasiado exigentes”.
(B) “desassossegados” ou “apáticos”.
(C) “insatisfeitos” ou “conformados”.
LEITURA – Texto B
- Ao longo da vida vamos encontrando e descobrindo pessoas nossas conhecidas, ou não, que
- por um gesto, um sinal, uma palavra ou uma frase acabam por ter um dos 7 pecados capitais –
- a inveja!
- A pessoa que sente inveja acumula tristeza súbita pelo sucesso de outra pessoa. O invejoso
5 não consegue aceitar as conquistas alheias, sendo incapaz de ficar feliz pelos outros, como se a
- vitória da outra pessoa representasse uma perda ou dano pessoal.
- O oposto da inveja é o altruísmo: as pessoas são adeptas de ajudar, partilhar e aplaudir as
- vitórias dos outros como se fossem as suas. As pessoas invejosas não escolhem as vítimas!
- Qualquer pessoa pode ser escolhida para ser a sua vítima, mesmo se esta mesma pessoa for
10 um elemento da sua própria família.
- A inveja desperta para quem a tem um mal-estar interior tão grande que se torna incapaz
- de fazer uma autocrítica, ao ponto de cometer um ato de loucura fruto deste sentimento
- doentio. Os motivos reais são na sua grande maioria insignificantes, mas a inveja faz cegar toda
- e qualquer atitude do ser humano.
15 O invejoso vive consigo toda esta raiva interior. São pessoas doentes mentalmente,
- frustradas, infelizes e incapazes de distinguir o bem do mal. Os invejosos são especialistas em
- prejudicar o outro, em fazer bullying físico, psicológico e social, apenas com um único objetivo:
- não aceitar que alguém possa ser melhor do que eles próprios.
- As pessoas invejosas não vivem em paz. Pelo contrário, são ansiosas e estão sempre à espera
20 que alguém cometa um erro para poderem ter o prazer de a esmagar e humilhar, de preferência
- com o público por perto a assistir. A maldade interior é tão grande que ficam felizes com este
- tipo de atitude. Não conseguem partilhar, conviver, expor as suas ideias, porque dentro delas
- o sangue que corre nas veias é de inveja gratuita e maldade extrema.
- É pena que o ser humano seja assim tão rancoroso e não saiba aplaudir de uma forma
25 espontânea os êxitos e as virtudes dos outros. A inveja é um dos sete pecados capitais e quem
- habitualmente possui este sentimento necessita de aconselhamento médico e psicológico
- imediato.
- Atrás da inveja vêm outros pecados, tais como a ira, podendo levar a agressões verbais e
- físicas. A inveja é tão grande e duradoura que provoca na pessoa afetada por esta doença um
30 sentimento de ira e fixação na vítima, podendo levar ao descontrolo emocional total.
- O reverter deste drama pessoal é prioritário. Quem tem este sentimento de inveja não deixa
- de ser alguém com uma personalidade problemática, com distúrbios comportamentais graves,
- precisando de seguimento por psicoterapia. Certamente que este pecado capital não surgiu por
- mero acaso. O nosso passado justifica muitas vezes o nosso comportamento e pensamento
35 presente.
Jorge Sales Marques, Observador, 8 de abril de 2022, texto adaptado
(https://observador.pt/opiniao/a-inveja-pecado-capital/, consultado em setembro de 2022)
2. Numera as frases de 1 a 6, de acordo com a ordem pela qual as ideias são apresentadas no
texto. A primeira já está numerada.
Assinala com X a forma verbal que se encontra no mesmo tempo verbal que a palavra
sublinhada.
(A) aplaudirá
(B) aplaudira
(C) aplauda
(D) aplaudiu
4. Assinala com X, nos itens 4.1 a 4.2, a opção que completa cada afirmação, de acordo com
o texto.
- Minha mãe e minha tia foram à feira. Minha mãe com o meu pai e minha tia com o meu tio. Mas
- todos juntos. Na camioneta da carreira. Na feira compraram muitas coisas e a certa altura minha mãe
- viu uma galinha e disse:
- − Olha que galinha engraçada.
5 E comprou-a também. Estava agachada como se a pôr ovos ou a chocá-los. Era castanha nas asas,
- menos castanha para o pescoço, e a crista e o bico tinham a cor de um bico e de uma crista. Nas costas
- levara um corte a toda a volta para se formar uma tampa e meterem coisas dentro, porque era uma
- galinha de barro. Minha tia, que se tinha afastado, veio ver, estava a minha mãe a pagar depois de
- discutir. E perguntou quanto custava. A mulher disse que vinte mil réis, minha tia começou aos berros,
10 que aquilo só se o fosse roubar, e a mulher vendeu-lhe uma outra igual por sete mil e quinhentos.
- Minha mãe aí não se conformou, porque tinha regateado, mas só conseguira baixar para doze e
- duzentos. A mulher disse:
- − Foi por ser a última, minha senhora.
- Minha tia confrontou as duas galinhas, que eram iguais, achando que a de minha mãe era
15 diferente.
- − Só se foi por ser mais cara – disse minha mãe com a ironia que pôde.
- Minha tia aqui voltou a erguer a voz. Não se via que era diferente? Não se via que tinha o bico mais
- perfeito? E o rabo?
- − Isto é lá rabo que se compare?
20 E tais coisas disse e tantas, com gente já a chegar-se, que minha mãe pôs fim ao sermão, por não
- gostar de trovoadas:
- − Mas se gostas mais desta, leva-a, mulher.
- Foi o que ela quis ouvir. Trocou logo as galinhas, mas ainda disse:
- − Mas sempre te digo que a minha é de mais dura, basta bater-lhe assim (bateu) para se ver que é
25 mais forte.
- − Então fica com ela outra vez – disse minha mãe.
- − Não, não. Trafulhices, não. Está trocada, está trocada.
- Meu tio estava a assistir mas não dizia nada, porque minha tia dizia tudo por ele e, se dissesse
- alguma coisa de sua invenção, minha tia engolia-o. Meu pai também estava a assistir, mas também
30 não dizia nada, por entender que aquilo era assunto de mulheres. Acabadas as compras, minha mãe
- voltou logo com o meu pai na carroça do António Capador, que tinha ido vender um porco. Mas a
- minha tia ficava ainda com o meu tio, porque precisavam de ir visitar a D. Aurélia, que era uma pessoa
- importante e merecia por isso uma visita para se ser também um pouco importante. E como ficavam
- e só voltavam na camioneta da carreira, a minha tia pediu a minha mãe que lhe trouxesse a galinha,
35 para não andar com ela o dia inteiro num braçado, que até se podia partir. […]
- Minha mãe trouxe, pois, as duas galinhas na carroça do António Capador, e a minha tia ficou.
- E quando à tarde ela voltou da feira, foi logo buscar a sua. Minha mãe já a tinha ali, embrulhada e
- tudo como minha tia a deixara, e deu-lha. Mas minha tia olhou a galinha de minha mãe, que já estava
- exposta no aparador, e ao dar meia-volta, quando se ia embora, não resistiu:
40 − Tu trocaste mas foi as galinhas.
Vergílio Ferreira, “A galinha”, in Contos, Quetzal Editores, 2009
5. Tendo em conta os terceiro e quarto parágrafos (linhas 5-13), explica a seguinte expressão do
narrador: “Minha mãe aí não se conformou […]” (linha 11). Justifica-a.
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6. Assinala com X, nos itens 6.1 a 6.3, a opção que completa cada afirmação, de acordo com
o texto.
6.1 Na frase “Minha tia confrontou as duas galinhas, que eram iguais, achando que a
de minha mãe era diferente.” (linhas 14-15), as duas palavras sublinhadas são
(A) dois pronomes.
(B) duas conjunções.
(C) uma conjunção e um pronome, respetivamente.
(D) um pronome e uma conjunção, respetivamente.
6.2 A opção que corresponde à reescrita em discurso indireto da frase “− Então fica
com ela outra vez – disse minha mãe.” (linha 26) é
(A) A minha mãe disse que então ficaria com ela, outra vez.
(B) A minha mãe disse que ela ficasse, então, com ela outra vez.
(C) A minha mãe disse que, então, ficou ela outra vez.
(D) A minha mãe disse que então tivesse ficado com ela outra vez.
7. “− Só se foi por ser mais cara – disse minha mãe com a ironia que pôde.” (linha 16) Justifica,
por palavras tuas, o tom de ironia da mãe.
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8. Completa a afirmação seguinte, escolhendo para cada espaço uma das opções de entre as
abaixo apresentadas.
Escreve, em cada espaço, a letra que identifica a opção que escolheste.
Na expressão “por não gostar de trovoadas” (linhas 20-21), o narrador usa uma (1) _____
para realçar que a mãe era uma pessoa (2) ______.
“Meu tio estava a assistir mas não dizia nada, porque minha tia dizia tudo por ele e, se
dissesse alguma coisa de sua invenção, minha tia engolia-o.” (linhas 28-29)
10. Ao longo do texto, podemos estabelecer o perfil das personagens. Associa cada uma delas
à frase que melhor a caracteriza.
Personagens Caracterização
(1) Personagem conflituosa e controladora, que não admite
(A) Mãe ser contrariada.
(B) Pai (2) Personagem simples, que receia contrariar os outros.
(C) Tia (3) Personagem indiferente, que não gosta de se envolver nos
(D) Tio assuntos dos outros.
(4) Personagem conciliadora, que prefere ser discreta e que
não gosta de conflitos.
11. “Meu tio estava a assistir mas não dizia nada, porque minha tia dizia tudo por ele” (linha 28) e
“Meu pai também estava a assistir, mas também não dizia nada, por entender que aquilo
era assunto de mulheres.” (linhas 29-30)
12. “Mas a minha tia ficava ainda com o meu tio, porque precisavam de ir visitar a D. Aurélia,
que era uma pessoa importante e merecia por isso uma visita para se ser também um pouco
importante.” (linhas 31-33)
Na tua opinião, o que revela este excerto sobre a personalidade da tia do narrador?
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Texto D
- Esta insatisfação
- Não consigo compreender
- Sempre esta sensação
- Que estou a perder
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15. No mundo existem tanto pessoas altruístas – pessoas que gostam de ajudar os outros, de
fazer o bem – como pessoas invejosas, como comprovam os textos acima transcritos.
Escreve um texto de opinião bem estruturado, em que defendas o teu ponto de vista sobre
a importância do altruísmo para a construção de um mundo melhor.
O teu texto, com um mínimo de 160 palavras e um máximo de 200, deve ter em conta os
seguintes aspetos:
- contextualização do assunto e indicação do teu ponto de vista;
- apresentação de dois argumentos/duas razões que justifiquem o teu ponto de vista e
respetivos exemplos;
- uma conclusão adequada à tua posição inicial.
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FIM
COTAÇÃO DO TESTE
Item
Grupo
Cotação (em pontos) Total
2. 3 4.1 4.2
TEXTO B
4 4 4 4 16
14.
TEXTO D
4 4
15.
20 20
Total 100
Leitura – Texto 2
2. Chave: 5 – 1 – 6 – 4 – 3 – 2
3. (C)
4.1 (C)
4.2 (B)
15.
Proposta:
O altruísmo é o oposto do egoísmo, da inveja. É a capacidade que cada um tem de ser solidário, de se dar ao
outro. O mundo precisa, cada vez mais, de pessoas com esta característica, daí que concorde com a afirmação de
que o altruísmo é necessário para a construção de um mundo melhor.
Por um lado, um mundo com pessoas altruístas é um mundo sem egoísmo, sem inveja e, consequentemente, a
sociedade será mais justa. Estas dedicam-se a ajudar os outros. Por exemplo, quem faz voluntariado – em lares,
hospitais, creches, abrigos para animais – contribuiu, com o seu tempo livre, para dar confronto aos outros.
Por outro lado, os altruístas são seres satisfeitos e de bem com a vida. Esta atitude influencia quem as rodeiam,
tornando a vida dos familiares e amigos mais feliz. Por exemplo, alguém que se preocupa com o bem-
-estar de todos contribui para a felicidade dos outros com a sua empatia e otimismo.
Em conclusão, um mundo com pessoas altruístas será sempre um lugar mais solidário, empático, logo mais
pacífico. Daí que este sentimento seja fundamental para a construção de um mundo melhor.
(188 palavras)