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Ficha de trabalho Domínio Educação Literária

Poesia trovadoresca
Lê atentamente a cantiga que se segue.

Amigos, nom poss’ eu negar


a gran coita que d’ amor ei,
ca me vejo sandeu1 andar,
e com sandece2 o direi:
5 os olhos verdes que eu vi
me fazen or’ andar assi.

Pero quem quer x’3 entenderá


aquestes olhos quaes son,
e d’est’ alguen se queixará4,
1 mais eu, já quer moira, quer non:
0
os olhos verdes que eu vi
me fazen or’ andar assi.

Pero non devi’ a perder


ome que já o sen non á,
de con sandece ren dizer5,
1
5
e con sandece digu’ eu já:
os olhos verdes que eu vi
me fazem or’ andar assi.

Joan Garcia de Guilhade (CA 229, CV 30, CBN 362)


in FERREIRA, Maria Ema Tarracha, 1991. Antologia Literária
Comentada – Idade Media. 5.ª ed. Lisboa: Ulisseia (p. 24)

1. louco; 2. loucura; 3. se; 4. vv. 7-9: mas qualquer pessoa entenderá / de quem são estes olhos / e disto
alguém se queixará (subentende-se que quem se queixará será, obviamente, a dona dos olhos verdes). 5. vv.
13-15: Mas não se devia levar a mal nada do que diz, com loucura, um homem que já perdeu o juízo (ou seja,
um louco não sabe o que diz).

Apresenta, de forma bem estruturada, as tuas respostas ao questionário.

1. Identifica, no poema, três características do género das cantigas de amor.

2. Descreve, recorrendo a expressões textuais, o estado emocional do “eu” e refere a(s)


causa(s) que o motiva(m).

3. Explicita o valor expressivo da repetição do nome “sandece” ao longo da cantiga.

OEXP12DP © Porto Editora

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