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Teste MENSAGENS 9.º Ano - (A) - P1 - 2022 - 23
Teste MENSAGENS 9.º Ano - (A) - P1 - 2022 - 23
o Turma Data / /
Avaliação E. Educação Professor
Teste de avaliação de Português
9.º Ano (versão A)
Texto A
5 1. Assinala com um três ideias defendidas na primeira intervenção.
A. Os filhos podem ser vistos de diferentes formas, tendo em conta os contextos.
B. Os pais demitem-se da sua responsabilidade no processo educacional dos filhos.
C. Os pais não estão conscientes do valor dos filhos.
D. As expectativas dos pais podem condicionar a forma como veem os filhos.
10 E. A realização dos filhos consegue-se quando estes percorrem o seu próprio caminho.
2. Assinala com um , nos itens 2.1 a 2.3, a opção que completa cada frase, de acordo com as ideias
transmitidas na segunda intervenção.
2.1 Ao dizer-se que «[…] um filho é sempre uma perspetiva de eternização.», pretende-se
A. reforçar que os filhos, por serem mais novos, têm uma longa vida pela frente.
15 B. destacar a responsabilidade dos filhos na concretização das expectativas dos pais.
C. mostrar que, para os pais, os filhos são uma continuidade das suas próprias vidas.
2.3 Para mostrar o papel dos pais enquanto responsáveis pela segurança dos filhos, faz-se uma
alusão à
A. perda de lucidez.
B. rede que os ampara, caso haja uma queda.
25 C. queda, que é sempre inevitável.
Texto B
]
Aprender a largar
30 Madalena Sá Fernandes
1
despencassem: caíssem de muito alto; 2 logística: organização e gestão de meios e materiais para uma determinada atividade; 3 abnegar:
3. Numera as frases de 1 a 5, de acordo com a ordem pela qual a autora vai fazendo as suas partilhas
com os leitores.
A. Importância das aprendizagens que momentos pontuais de separação podem trazer.
115 B. Preocupações que sente, durante a noite, em relação às filhas.
C. Referência a um episódio da sua infância.
D. Necessidades individuais que sente.
E. Batalha interior para conciliar o seu papel de mãe com o seu próprio eu.
4. Assinala com um , nos itens 4.1 a 4.3, a opção que completa cada frase, de acordo com o texto.
120 4.1 No início do texto, a autora recorre a dois recursos expressivos, a anáfora e a metáfora, para:
A. mostrar desagrado pelo facto de a sua família ser muito barulhenta.
B. reviver o seu dia a dia, numa casa com crianças.
C. reforçar as suas necessidades individuais, além do seu papel de mãe.
D. introduzir a referência à sua própria mãe.
125 4.2 No excerto «Tenho vontade de mandar mensagem a perguntar se dormem bem e se o Mickey
de chapéu está entre elas, a abençoar o seu sono.» (linhas 60-63), em que a autora expressa a
sua preocupação com o bem-estar das filhas, as palavras sublinhadas são
A. conjunções subordinativas condicionais.
B. conjunções subordinativas completivas.
130 C. pronomes pessoais.
D. uma conjunção subordinativa completiva e um pronome pessoal, respetivamente.
4.3 A frase «É importante sair do ninho para buscar alimento.» (linhas 71-72), quanto ao valor
modal, é um exemplo de
A. modalidade epistémica com valor de certeza.
135 B. modalidade epistémica com valor de probabilidade.
C. modalidade deôntica com valor de permissão.
D. modalidade apreciativa.
140 Texto C
A aia
[…] Ora uma noite, noite de silêncio e de escuridão, indo ela a adormecer, já despida no seu
catre1, entre os seus dois meninos, adivinhou, mais que sentiu, um certo rumor de ferro e de
briga, longe, à entrada dos vergéis 2 reais. Embrulhada à pressa num pano, atirando os cabelos
para trás, escutou ansiosamente. Na terra areada, entre os jasmineiros, corriam passos pesados e
5 rudes. Depois houve um gemido, um corpo tombando molemente sobre lajes, como um fardo.
Descerrou violentamente a cortina. E além, ao fundo da galeria, avistou homens, um clarão de
lanternas, brilhos de armas… Num relance tudo compreendeu – o palácio surpreendido, o
bastardo cruel vindo roubar, matar o seu príncipe! Então, rapidamente, sem uma vacilação, uma
dúvida, arrebatou o príncipe do seu berço de marfim, atirou-o para o pobre berço de verga – e
1 tirando o seu filho do berço servil, entre beijos desesperados, deitou-o no berço real, que cobriu
0 com um brocado3.
Bruscamente um homem enorme, de face flamejante 4, com um manto negro sobre a cota de
malha5, surgiu à porta da câmara, entre outros, que erguiam lanternas. Olhou – correu ao berço
de marfim onde os brocados luziam, arrancou a criança, como se arranca uma bolsa de oiro, e,
abafando os seus gritos no manto, abalou furiosamente.
1 O príncipe dormia no seu novo berço. A ama ficara imóvel no silêncio e na treva.
5 Mas brados6 de alarme de repente atroaram o palácio. Pelas vidraças perpassou o longo
flamejar das tochas. Os pátios ressoavam com o bater das armas. E desgrenhada, quase nua, a
rainha invadiu a câmara, entre as aias, gritando pelo seu filho. Ao avistar o berço de marfim,
com as roupas desmanchadas, vazio, caiu sobre as lajes, num choro, despedaçada. Então, calada,
muito lenta, muito pálida, a ama descobriu o pobre berço de verga… O príncipe lá estava,
2 quieto, adormecido, num sonho que o fazia sorrir, lhe iluminava toda a face entre os seus cabelos
0 de ouro. A mãe caiu sobre o berço, com um suspiro, como cai um corpo morto.
E nesse instante um novo clamor abalou a galeria de mármore. Era o capitão dos guardas, a
sua gente fiel. Nos seus clamores havia, porém, mais tristeza que triunfo. O bastardo morrera!
[…] Mas, ai! Dor sem nome! O corpozinho tenro do príncipe lá ficara também, envolto num
manto, já frio, roxo ainda das mãos ferozes que o tinham esganado!... Assim tumultuosamente
2 lançavam a nova cruel os homens de armas – quando a rainha, deslumbrada, com lágrimas entre
5 risos, ergueu nos braços, para lho mostrar, o príncipe que despertara.
Foi um espanto, uma aclamação. Quem o salvara? Quem?... Lá estava junto do berço de
marfim vazio, muda e hirta7, aquela que o salvara. Serva sublimemente leal! Fora ela que, para
conservar a vida ao seu príncipe, mandara à morte o seu filho... Então, só então, a mãe ditosa 8,
emergindo da sua alegria extática 9, abraçou apaixonadamente a mãe dolorosa, e a beijou, e lhe
3 chamou irmã do seu coração… E de entre aquela multidão que se apertava na galeria veio uma
0 nova, ardente aclamação, com súplicas de que fosse recompensada, magnificamente, a serva
admirável que salvara o rei e o reino.
Mas como? Que bolsas de ouro podem pagar um filho? Então um velho de casta 10 nobre
lembrou que ela fosse levada ao tesouro real, e escolhesse de entre essas riquezas, que eram as
maiores da Índia, todas as que o seu desejo apetecesse…
3
5
1
catre: leito ou cama pobre; 2 vergéis: jardins ou pomares; 3 brocado: tecido de seda com fios de ouro ou prata; 4
flamejante: que parece lançar chamas; 5 cota de malha: armadura feita de malhas de metal entrelaçadas; 6 brados: gritos; 7
145 hirta: sem se mexer, petrificada; 8 ditosa: afortunada, feliz; 9 extática: admirada, extasiada; 10 casta: origem, linhagem.
6. Assinala com um a opção que inclui duas características evidenciadas pela aia quando troca os
150 bebés.
A. hesitação e lealdade.
B. vacilação e resignação.
C. coragem e desprezo.
D. determinação e lealdade.
160 8. Assinala com um , nos itens 8.1 a 8.3, a opção que completa cada frase, de acordo com o texto.
8.1 Em «Olhou – correu ao berço de marfim onde os brocados luziam, arrancou a criança, como se
arranca uma bolsa de oiro» (linhas 12-13), para intensificar a crueldade do tio bastardo, recorre-se
A. a um eufemismo.
B. a uma personificação.
165 C. a uma comparação.
D. a uma metáfora.
175 8.3 No quarto parágrafo, os adjetivos utilizados para caracterizar a rainha acentuam
A. o seu descontrolo perante a conquista do palácio.
B. o seu desespero em relação ao destino do filho.
C. a sua lentidão na reação aos acontecimentos.
D. a sua tranquilidade ao perceber que o filho estava vivo.
180 9. Explica a reação da aia no seguinte excerto «Então, calada, muito lenta, muito pálida, a ama
descobriu o pobre berço de verga…» (linhas 19-20).
10. Assinala com um , nos itens 10.1 e 10.2, a opção que completa cada frase, de acordo com o
texto.
10.1 No quarto parágrafo, para destacar a tranquilidade com que o príncipe dormia, «num
185 sonho que o fazia sorrir» (linha 21), utiliza-se uma oração subordinada
A. adjetiva relativa explicativa.
B. adjetiva relativa restritiva.
C. substantiva completiva.
D. adverbial causal.
12. «E de entre aquela multidão que se apertava na galeria veio uma nova, ardente aclamação, com
súplicas de que fosse recompensada, magnificamente, a serva admirável que salvara o rei e o
200 reino.» (linhas 33-35)
Completa a afirmação seguinte sobre os tempos simples das formas verbais sublinhadas nesta
frase do texto.
Escreve, em cada quadrado, a letra correspondente à opção selecionada.
13. «Então um velho de casta nobre lembrou que ela fosse levada ao tesouro real, e escolhesse de
entre essas riquezas, que eram as maiores da Índia, todas as que o seu desejo apetecesse…» (linhas
36-38).
215 Explica a intenção do velho ao apresentar esta ideia. Dá a tua opinião sobre a sua proposta.
Lê o texto D.
Texto D
A mãe estava sentada numa cadeira da sala. As cortinas embaciavam a claridade que
entrava pela janela. Era de manhã. Havia o calor morno de torradas e de chá de camomila. A
menina entrou na sala e correu para a mãe. Não corras. Tem calma. A mãe sorria. Ergueu a sua
mão do colo e pousou-a muito devagar no rosto da menina, nos seus cabelos. Os olhos da mãe
5 eram grandes e castanhos. A menina sabia que tudo o que alguma vez pudesse precisar estava
ali naquelas mãos e naqueles olhos. A menina sorria. A mãe. Havia uma alegria iluminada pela
claridade que as cortinas da sala embaciavam.
José Luís Peixoto, in Mãe, uma antologia literária, 1001 Noites, 2022, p. 89 (texto com supressões).
220 14. Neste texto, destaca-se uma personagem feminina, que é mãe, tal como no texto C.
Refere uma atitude comum relativamente aos filhos na mãe do texto de José Luís Peixoto e na aia
do conto de Eça de Queirós.
15. Os laços que unem pais e filhos são muito profundos e, por vezes, bastante complexos.
Escreve um texto de opinião bem estruturado, em que defendas o teu ponto de vista sobre a
225 importância de se cultivar uma relação saudável entre pais e filhos.
O teu texto, com um mínimo de 160 e um máximo de 260 palavras, deve incluir:
– a indicação do teu ponto de vista;
– a apresentação de, pelo menos, duas razões que justifiquem o teu ponto de vista;
– uma conclusão adequada.
Observações:
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco,
mesmo quando esta integre elementos ligados por hífen (exemplo: /di-lo-ei/). Qualquer número conta
como uma única palavra, independentemente do número de algarismos que o constituam (exemplo:
235 /2022/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados, há que atender ao seguinte:
– um desvio dos limites de extensão implica uma desvalorização parcial de até dois pontos;
– um texto com extensão inferior a 55 palavras é classificado com 0 (zero) pontos.
240 FIM
Item
Textos
Cotação (em pontos)
14. 5
Texto D
15. 25
TOTAL 100
TEXTO A
[Transcrição]
«O olhar dos pais para os filhos»
Podemos olhar de muitas maneiras e em função das circunstâncias, algumas vezes. O que é que eu
quero dizer com isto? Quero dizer que, às vezes, precisamos de óculos para os ver da forma que eles
são e do tamanho que têm, muitas vezes vemo-los de tamanho maior do que eles têm e isto tem a
255 ver, claramente, com as expectativas que se criam acerca do que é ter filhos e como é que eles
realizam ou não realizam os nossos sonhos, como é que nós temos um compromisso e uma
responsabilidade no processo educacional em relação a eles e, de facto, isso faz com que possam
existir viés, possam existir enviesamentos na forma como, em determinado momentos, os podemos
ver, porque, de alguma forma, nós desejamos consciente ou inconscientemente que eles possam
260 cumprir um determinado nível de expectativas e isso pode condicionar a forma como os vemos e a
forma como desejamos ou projetamos neles coisas que, às vezes, não realizámos em nós e achamos
e queremos e exigimos que eles possam realizar por nós ou para nós e, nesse sentido, precisamos de
ter muito cuidado para que este olhar seja um olhar o menos condicionado possível por aquilo que
são estes enviesamentos que eu estava a referir para que eles possam ser olhados tal qual são, com
265 o caminho que têm que percorrer e não propriamente cumprindo ou andando pelos nossos pés,
andando pelos pés deles através de um olhar o mais isento possível para que o caminho de
realização seja o deles.
Como é que nós, adultos, podemos olhar para os nossos filhos, hoje em dia, Margarida…
… estava, estava a pensar em mistura de sabores e, portanto, estava a pensar em mistura de olhares.
270 Em princípio, um filho é sempre uma perspetiva de eternização. Pode ser, obviamente, uma falácia,
enfim, porque, porque os filhos também morrem e, depois, eternizam-se nos seus próprios filhos e,
enfim, por aí fora, mas esta primeira coisa é a semente de eternização, misturada com esperança,
com expectativas, que são, de facto, coisas diferentes, com um olhar a realidade, às vezes, enviesado
pelo, pelo enorme amor. Eu não me custa muito dizer isto, que é, o amor é descendente, quer dizer,
275 e há… aqui, um bocadinho esta consciência de que, tem que haver, … porque é por isso que a
natureza prepara as pessoas para perderem os pais e não prepara ninguém para perder os filhos,
porque, porque de facto, é assim, é muito cru, é muito seco dizer os pais gostam mais dos filhos do
que os filhos gostam dos pais, é muito seco dizer isso, até porque nós temos a consciência do quanto
gostamos dos nossos pais também, portanto custa, custa dizer as coisas assim, mas é verdade que
280 este grande amor que permite dar a vida pode enviesar o olhar puro para os filhos. O desejável é que
se consiga ver com lucidez. O possível, às vezes, é perder um bocadinho a lucidez e ver maior, como
o Vítor dizia, mas continuar a ver com aquela responsabilidade de ser, de ser a rede, caso haja uma
queda, para poder segurar sem que doa assim tanto, embora, às vezes, também seja possível deixar
cair.
285 in https://www.tsf.pt/programa/pensamento-cruzado/emissao/o-olhar-dos-pais-para-os-filhos-
5785867.html (excerto até aos 03:48 min)
1. A; D; E.
2.
Na minha opinião, é fundamental que pais e filhos cultivem uma relação saudável.
Com efeito, a existência de uma relação saudável entre pais e filhos permite que, em qualquer
situação, os filhos tenham a certeza de que poderão sempre contar com os pais. Esta confiança que
se cria entre as duas partes pode ajudar a resolver conflitos e ser uma mais-valia na vida dos filhos,
330 que, deste modo, encontrarão nos pais um porto de abrigo, em qualquer situação por mais difícil que
seja.
Além disso, o facto de pais e filhos estabelecerem uma relação saudável ajuda ambas as partes na
gestão de expectativas. Por exemplo, se os filhos falarem abertamente com os pais sobre os seus
sonhos e os seus objetivos de vida, estes compreendê-los-ão melhor e estarão preparados para os
335 deixar seguir o seu próprio caminho, estando disponíveis para viver as suas derrotas e as suas
conquistas.