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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

LARA FERNANDES DE ARAÚJO PEREIRA

ESTÁGIO SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO


RELATO DE CASO: PNEUMONIA ASPIRATIVA EM GATO (Feliscatus)

MOSSORÓ-RN
2019
LARA FERNANDES DE ARAÚJO PEREIRA

ESTÁGIO SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO


RELATO DE CASO: PNEUMONIA ASPIRATIVA EM GATO (Feliscatus)

Relatóriodeestágio apresentado a
Universidade Federal Rural do Semi-Árido
como requisito para obtenção do título de
Bacharel em Medicina Veterinária.

Orientadora: Profa. Dra. Maria


RocieneAbrantes.

MOSSORÓ-RN
2019
AGRADECIMENTOS

A minha mãe, Maria Neuza, minha melhor amiga, por estar ao meu lado todos
os dias, pelas palavras de apoio, por acreditar que eu seria capaz, por nunca medir
esforços para que eu tivesse todo suporte necessário para realizar o curso, por vibrar
com minhas conquistas.Essa realização é nossa mainha!

Ao meu pai, João de Araújo, uma pessoa que posso sanar as minhas dúvidas,
meu porto seguro de conhecimento.

Ao meu irmão, Raoni Fernandes, pelas nossas memórias inesquecíveis e por


nossa relação de amor incondicional.

Ao meu esposo, Laudenilson Moreira, pela paciência, companheirismo,


gentileza e todo o amor que me dá. Por ser um homem digno, e me faz ser uma pessoa
melhor a cada dia. Obrigada pelo apoio, pela torcida, pelo empenho em me ajudar
sempre que precisei e por sonhar esse sonho comigo.

A minha filha, Ayla Fernandes, por me proporcionar um sentimento tão puro e


lindo que é o amor entre mãe e filha, te amo!

As amigas que a Veterinária me deu, Ana Paula, Giovana,obrigada pelos


materiais de estudo disponibilizados, por escutar meus lamentos e por ter paciência em
momentos de prova.

A minha orientadora Professora Rociene Abrantes, eu agradeço a orientação


incansável, o empenho e paciência que ajudaram a tornar possível este sonho tão
especial.

Aos Médicos Veterinários Paulo Cisneiro, Kilder Dantas e Nilza Dutra, meus
motivos de inspiração.

A Médica Veterinária, Diane Dias, pelos ensinamentos repassados durante


minha passagem pelo HOVET e pela amizade.

A Médica Veterinária, Emanuelle Oliveira, por ter aceitado compor esta banca.

As minhasexcelentes amigas Layssa Medeiros,Jessica Bessa e João Herculano,


que nossa amizade perdure por muitos e muitos anos, e que sempre seja destinada a dar
grandes gargalhadas.

A minha querida amiga, Viviane Andrade (in memorian), que deixou o curso
sem despedidas, mas estará sempre em meus pensamentos.

A minha amiga, MabeleVerusca, pelos ensinamentos e pela amizade.

As minhas primas, Rafaela, Carine, Irla eRuth por me mostrar que tenho lindas e
problemáticas irmãs, amo vocês!
À memória das minhas avós ,Maria Iracema e Severina Glaura, ambas me
mostraramo melhor que possuíam, e hoje deixaram um espaço cheio de lindas
recordações, um dia ainda iremos nos reencontrar.

Aos animais de minha vida que hoje estão no céu, Tom, Sol, Cida, Pintinha,
Lobinho, Sherie, Julis Rimet, Manda-Chuva, Dora, Mitchu, Rosabé. Aos animais que
alegram o meu dia Penna, Bombom, Mariceu, Anny, Bianca, Bruce, Amires e Mingau.
Pessoal nos formamos!
"Um cão, eu sempre disse, é prosa; um gato é poesia."
Jean Burden
RESUMO

O Estágio Supervisionado Curricular Obrigatório III expõe a realidade ao aluno que


deve colocar em prática os conhecimentos adquiridos ao longo do curso e permite o
desenvolvimento de habilidades e a vivência cotidiana da profissão se deparando com
diferentes opiniões profissionais. O presente trabalho tem por objetivo descrever as
atividades desenvolvidas durante o estágio e abordar um relato de um caso acerca de
pneumonia aspirativa em um gato. Foi atendido no Hospital Veterinário Dix-Huit
Rosado Maia (HOVET), na Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA),
uma gata, sem raça definida -SRD, pesando 1,700 Kg, com sete meses de idade. A
tutora relatou que o animal apresentava constipação antes dos dois meses de idade e que
já tinha feito uso de óleo mineral como tratamento por 5 meses, no entanto, não foi
obtido êxito. Além disso, também apresentava dificuldade respiratória, tendo sido
tratada com Amoxicilina e vitamina C, não tendo obtido melhora significativamente do
quadro respiratório. Foi realizado hemograma, e radiografia. Conforme a radiografia foi
possível verificar características de pneumonia de aspecto aspirativa, visto que foi
visualizado padrão intesticial/alveolar focal em região peri-hiliar (lobos médios, caudais
e o acessório), com aumento de radiopacidade importante, característico de processos
inflamatórios graves/ fibrose/ calcificação distrófica. Com o histórico de ingestão de
óleo mineral há 5 meses e com dificuldade respiratória, o animal foi diagnosticado
presuntivamente com pneumonia lipóideexógena, decorrente da aspiração do óleo
mineral durante o tratamento para o quadro de constipação.A conduta realizada no
HOVET consistiu no tratamento de suporte e sintomático, principalmente com
assistência respiratória, suplementando oxigênio e administração de analgésico,
antibiótico e diurético.A orientação médica foi ao internamento do animal e a
continuidade à terapia de suporte, sendo o oxigenoterapia a de máxima importância. No
retorno o animal foi reavaliado e uma discreta melhora foi observada, no entanto o
quadro ainda era grave, e dias depois o animal veio a óbito. Em relação ao caso
relatado, se trata de um caso pouco comum, onde seu diagnostico requer muita sintonia
do medico veterinário a fim de unir o histórico com a patologia apresentada, o
tratamento é de suporte e o diagnostico é reservado. Assim, o Estágio Supervisionado
Obrigatório na área de Clínica Médica de Pequenos Animais, permite abranger os
conhecimentos práticos e relacionar com os conhecimentos teóricos.

Palavras-chave:Afecção respiratória, pneumonia, óleo mineral,gata.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Hospital Veterinário Dix-Huit Rosado Maia, Mossoró/RN 2019................. 21

Figura2 - Sala de atendimento clínico (A)e sala de internamentonão infeccioso (B) do


Hospital Veterinário Dix-Huit Rosado Maia, Mossoró/RN, 2019............................... 22

Figura 3 - Farmácia do Hospital Veterinário Dix-Huit Rosado Maia, Mossoró/RN,


2019.................................................................................................................................22

Figura 4 - Laboratório para análises clínicas do Hospital Veterinário Dix-Huit Rosado


Maia, Mossoró/RN, 2019................................................................................................23

Figura 5- Gata com suspeita de pneumonia aspirativa atendida no Hospital Veterinário


Dix-Huit Rosado Maia, Mossoró/RN, 2019....................................................................26

Figura 1 - Radiografia de uma gata com suspeita de pneumonia aspirativa, projeções


ventro-dorsal e látero-lateral, atendida no Hospital Veterinário Dix-Huit Rosado Maia,
Mossoró/RN, 2019...........................................................................................................27

Figura 2 - Gata com suspeita de pneumonia aspirativa atendida no Hospital Veterinário


Dix-Huit Rosado Maia, Mossoró/RN, 2019....................................................................29
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Resultados laboratorial do hemograma, eritograma, leucograma,


hematoscopia e bioquímicas séricas de uma gata com suspeita de pneumonia aspirativa,
atendida no Hospital Veterinário Dix-Huit Rosado Maia, Mossoró/RN, 2019...............28

Tabela 2 - Histórico de uma Gata, antes do atendimento ao Hospital Veterinário Dix-


Huit Rosado Maia, com suspeita de pneumonia aspirativa, Mossoró/RN,
2019.................................................................................................................................31
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ESO Estagio Supervisionado Obrigatório


HOVET Hospital Veterinário
Kg Quilograma
RG Registro Geral
UFERSA Universidade Federal Rural do Semi-Árido
SRD Sem raça definida
mL Mililitro
mg Miligrama
BID Duas vezes ao dia
SID Uma vez ao dia
TID Três vezes ao dia
CMPA Clínica Médica de Pequenos Animais
CCPA Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais
TRI Trato respiratório inferior
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................12
2 OBJETIVOS...............................................................................................................14
2.1 Objetivo geral........................................................................................................14
2.2 Objetivos específicos.............................................................................................14
3 REVISÃO DE LITERATURA..................................................................................15
3.1-Pneumonias de gatos.............................................................................................15
3.1.1-Pneumonias Bacterianas.....................................................................................16
3.1.3- Pneumonias Micóticas.......................................................................................16
3.1.3- Pneumonias Parasitárias....................................................................................16
3.1.5- Pneumonias Aspirativas....................................................................................17
4 METODOLOGIA.......................................................................................................21
4.1 Local de estágio.....................................................................................................21
4.2 Rotina do hospital..................................................................................................23
4.3 Rotina de estágio....................................................................................................24
5 RELATO DE CASO...................................................................................................25
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................30
7 CONCLUSÃO.............................................................................................................34
REFERÊNCIAS……………………………………………………………………..35
INTRODUÇÃO

O presente relatório de Estágio Supervisionado Curricular Obrigatório, na área


de Clínica Médica de Pequenos Animais, expõe as atividades desenvolvidas no Hospital
Veterinário Dix-Huit Rosado Maia-HOVET, na Universidade Federal Rural do Semi-
Árido -UFERSA, Campus Mossoró, estado do Rio Grande do Norte, com duração
de420 horas.
O local de estágio foi escolhido por se destacar entre as principais instituições de
ensino superior do país e devido a sua altíssima casuística, ampla infra-estrutura,
modernas instalações e equipamentos, além da oportunidade de realizar atividades sob a
supervisão dos médicos veterinários. Durante esse período foram
realizadosacompanhamentos de consultas, exames complementares laboratoriais e de
imagem. Sendo possível, adquirir e ampliar conhecimentos.
O Estágio Supervisionado Obrigatório representa um grande passo na grade
curricular de um acadêmico, pois marca o período final de umaetapa de aprendizado. É
nele onde o acadêmico pode aliar a prática à toda teoria de base fornecida pela formação
acadêmica, assim, lapidando a sua capacidade profissional e unindo a sua sensibilidade
aos animais.
De acordo com Parreira (2007), o estágio faz com que o acadêmico se torne
familiarizados com as diversas situações corriqueiras de um hospital veterinário,
aprendendo a agir e controlar-se em situações delicadas. Assim, a realização do estágio
se mostra importante para o desenvolvimento do estudante por disponibilizar uma
complementação do conteúdo assimilado em atividades teóricas, e proporcionar a
ampliação do processo de aprendizagem (IEL, 2010).
Foram acompanhados vários casos durante esse período, dentre estes se destacou
de uma gata(Feliscatus)apresentando um quadro de pneumonia aspirativa.De acordo
com Little(2012), a pneumonia aspirativa é oriunda da aspiração de secreções
endógenas ou de substâncias exógenas para o trato respiratório inferior. A extensão da
lesão nesse tipo de pneumonia é correspondente a frequência, volume, característica do
material aspirado e também da eficácia do mecanismo de defesa do animal.
A aspiração é definida como a inalação de conteúdo orofaríngeo ou gástrico para
a laringe e para o trato respiratório inferior.Várias síndromes pulmonares podem ocorrer
após a aspiração, dependendo da quantidade e natureza do material aspirado, da
frequência de aspiração e da resposta do hospedeiro ao material aspirado (MARIK,

12
2001).ParaLittle (2012), a aspiração de lipídios ou pneumonia lipídica(óleo mineral ou
de parafina) não provoca a inibição reflexa da aspiração, isso devido a sua natureza não
irritante. Este tipo de pneumonia pode ser de origem endógena ou exógena. Esse
distúrbio pode ser fatal.
Diante disso,objetivou-se descrever um caso de uma gata(Feliscatus) com
pneumonia aspirativa acompanhado durante o Estágio Supervisionado na área de
Clínica Médica de Pequenos Animais do curso de Medicina Veterinária da UFERSA.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Aprimorar o conhecimento teórico adquirido no decorrer do curso, através do


desenvolvimento de práticas hospitalares durante o estágio na área de Clínica Médica de
Pequenos Animais,bem como descrever um caso de uma gata (Feliscatus)acometido por
pneumonia aspirativa.

2.2 Objetivos específicos

• Aplicar os conhecimentos técnicos adquiridos no decorrer do curso na área de


Clínica Médica de Pequenos Animais para identificação de enfermidades;

• Obter conhecimentos que dizem respeito à terapêutica utilizada para


determinadas doenças a fim de tratá-las, assim como adquirir informações com
base nos tratamentos utilizados na atualidade;

• Auxiliar os médicos veterinários nas atividades desenvolvidas durante o estágio


supervisionado;

• Descrever um caso clínico, de uma gata (Feliscatus) acometida por pneumonia


aspirativa.

14
3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Pneumonias de gatos

Segundo Jericó(2015), a pneumonia é o termo usado para nomear qualquer lesão


inflamatória dos pulmões independente de ser exsudativa ou proliferativa, alveolar ou
intersticial. É uma doença que causa um quadro de hipoxemia (McGAVIN;
ZACHARY, 2013).
Na literatura o termo pneumonite é usado como sinônimo de pneumonia, no
entanto, alguns autores utilizam o termo para nomear uma inflamação proliferativa
crônica que pode envolver o interstício alveolar com presença ou não de exsudato
(McGAVIN; ZACHARY, 2013).
De acordo com McGavin eZachary(2013), os gatos são comumente afetados por
infecções do trato respiratório e normalmente a infecção do trato respiratório inferior
leva a um quadro de pneumonia (inflamação do parênquima pulmonar). A pneumonia
em gatos tem forte relação com a imunossupressão, além disso, aspiração de fumaça e
de líquidos também podem levar a quadros de pneumonia em gatos(LITTLE, 2012).
As pneumonias são classificadas macroscopicamente em: broncopneumonia,
pneumonia intersticial, pneumonia embólica e pneumonia granulomatosa. Essa
classificação permite predizer a causa provável da inflamação (vírus, bactérias, fungos
ou parasitas), as portas de entrada (aerógena ou hematógena) e o prognóstico.
Entretanto, às vezes mais de um tipo morfológico podem estar presentes no mesmo
pulmão. As pneumonias também são classificadas conforme a distribuição das lesões
inflamatórias nos pulmões, podendo ser: cranioventrais, como na maioria das
broncopneumonias; multifocais, como nas pneumonias embólicas; difusas, como nas
pneumonias intersticiais; ou localmente extensas como nas pneumonias
granulomatosas(LITTLE, 2012).
Rotineiramente as pneumonias felinas são categorizadas em pneumonias
bacterianas, pneumonias micóticas, pneumonias parasitárias e pneumonias
aspirativas(McGAVIN; ZACHARY, 2013).

3.1.1 Pneumonias Bacterianas

15
A pneumonia bacteriana é a inflamação das vias respiratórias
posteriores,secundária à infecção bacteriana devido à aspiração de microrganismos,
devido ou não ao comprometimento dos mecanismos de defesa pulmonar (JERICÓ,
2015).
Esse tipo de pneumonia é pouco frequente em gatos.Osagentes comumente
associados a pneumonia bacteriana em gatosmais frequentes são:
Bordetellabronchiseptica, Streptococcusequi,Mycoplasmasspp.,Streptococcusspp. e
aPasteurellaspp., sendo os dois últimos mais frequentes (LITTLE, 2012).
Conforme o autor supracitado, as manifestações clínicas comumente associadas
a pneumonia bacteriana em gatos são: infecção do trato respiratório anterior, corrimento
nasal, desconforto respiratório grave e manifestações sistêmicas como febre, anorexia,
letargia e dor à palpação abdominal.

3.1.2 Pneumonias Micóticas

As pneumonias micóticas ou infecções fúngicas podem ser de origem primária


(Histoplasmacapsulatum, Blastomycesdermatitidis,
Coccidioidesimmitis,Cryptococcusneoformans e Aspergillussp), ou de origem
secundária que possuem associação a imunossupressão (JERICÓ, 2015).
De acordo com McGavin eZachary (2013), a
criptococose(Cryptococcusneoformanpulmonar) é a micose sistêmica mais presente em
gatos. A lesão pulmonar na criptococose é classificada comogranulomatosa multifocal
com pequenos focos brancos gelatinosos, o pulmão possui aparência gelatinosa devida à
cápsula mucosa abundante em torno da levedura.

3.1.3 Pneumonias Parasitárias

De acordo com Jericó(2015) a infecção ocorre devido a ingestão da forma


infectante, geralmente com o hospedeiro intermediário,que posteriormentevai para os
pulmões.Os diversos parasitas que podem ocasionar lesão pulmonar estão:
CapillariaAerophila, Paragonimuskellicotti eAelurostrongylusabstrusus.Os sinais
clínicos da pneumonia parasitária observados são tosse, dispnéia, bronquite,
pneumotórax e bronquite, mas podem apresentar-se assintomáticas até o aparecimento

16
das manifestações clínicas agudas fatais. A sintomatologia, assim como a sua gravidade
é dependente do número de organismos infectantes, local lesionado, resposta
imunológica do hospedeiro ao parasita adulto, ovo e larva (MURAKAMI; PRÓPERO;
MONTANHA, 2011).

3.1.4 Pneumonias Aspirativas

A pneumonia por aspiração ocorre em gatos consequentemente devido a vômito,


regurgitação, disfagia, complicação anestésica ou depois da administração acidental de
alimento, medicamentos orais ou de meios de contraste na traquéia
(iatrogênica)(McGAVIN; ZACHARY, 2013).Em relação a aspiração de lipídios,
Dungworth (1993) eRaskin e Meyer (2011),afirmam que a pneumonia lipídica é uma
doença rara descrita na clinica de pequenos animais. De acordo com Carminato (2011),
essadoença é classificada de acordo com a origem do lipídeo, sendo assim, a pneumonia
lipídica endógena ou exógena.

3.1.4.1 Pneumonia Lipídica Endógena

A pneumonia lipídica endógena ocorre com a deposição de lipídios,


principalmente o colesterol, nos alvéolos decorrentes da quebra das paredes das células
pulmonares, doença broncopulmonar obstrutiva ou lipídio modificado metabolismo. A
pneumonia lipídica endógena ocasiona lesões subpleurais e perivasculares com presença
de macrófagos nos alvéolos repletos de espumas(CARMINATO,2011).
A etiologia exata dessa doença é incerta, entretanto, suspeita-se que esteja
relacionada a doenças que estimulam a obstrução de vias aéreas. Bronquite crônica,
carcinoma broncogênico, carcinoma e dirofilariaimmitis têm sido coexistentes com
pneumonia lipídica endógena tanto em cães como em gatos (RASKIN; MEYER, 2011;
JONES, 2000; RAYA, 2006).
De acordo com McGavin eZachary (2013), a patogênese da pneumonia lipídica
endógena não é bem elucidada, no entanto, pressupõem que são lipídios originários do
surfactante pulmonar e de células degeneradas que se acumulam no interior de
macrófagos presentes nos alvéolos pulmonares. Está frequentementepresente em locais
de lesões cancerosas no pulmão. Essa associação sugere que os lipídios possam ser
também produtos oriundos da degeneração de células neoplásicas.

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A sintomatologia da pneumonia lipóideendógena incluidispnéia, tosse e
expectoração de muco, mas a casos em que a sintomatologia é ausente(RAYA, 2006).
O diagnóstico é realizado com auxílio da radiografia, exame de expectoração,
aspirado pulmonar, tomografia computadorizada e/ou lavado
broquioalveolar(McGAVIN; ZACHARY, 2013).
A histologia de um fragmento pulmonar revela pneumonia intersticial
multifocal, com presença de fibrose intersticial, abundante aglomerado de macrófago,
linfócitos e poucos neutrófilos presentes nos espaços alveolares, há ainda a presença de
células gigantes multinucleadas e proliferação de pneumócitos tipo II (RAYA, 2006). O
uso de um corante que possuem afinidade com lipídio, tal como o Sudan IV que mostra
os vacúolos abundante e rico em lipídios nos macrófagos(CARMINATO,2011).
Nas lesões macroscópicas são representadas por nódulos brancos firmes e
multifocais dispersos por todo o órgão (McGAVIN;ZACHARY, 2013).

3.1.4.2 Pneumonia Lipídica Exógena

A pneumonia lipídica exógena resulta a aspiração ou inalação de óleo mineral,


vegetal ou animal. Consiste em uma doença de difícil diagnóstico, visto que sua
sintomatologia é inespecífica, e dependendo do local de instalação no pulmão pode
facilmente levar a diagnósticos errôneos(CARMINATO, 2011).
Os lipídios exógenos atingem as vias aéreas devido à administração oral forçada
de alimentos, medicamento, defeitos anatômicos (palatosquise), anestesia, distúrbios
gastrointestinais (megaesôfago, gastroesofágico refluxo) ou deficiências neurológicas.
Sendo os animais com distúrbios gastrointestinais e/ou deficiencia neurológica
considerados grupo de risco. A aspiração do óleo mineral é pouco frequente na clínica
de pequenos animais, e é relatado como consequência de tratamentos de diversos
distúrbios gastrointestinais, entre eles a constipação e a eliminação de tricobezoar, que
são as mais comuns em felinos (METCALFE, 2010).
O uso do óleo é uma medida de controle em caso de obstrução gastroentérica por
tricobezoários na clínica de felinos. A sua administração de ação preventiva é de uma
dose uma vez por semana, essa conduta também é útil na prevenção da constipação. A
dose terapêutica do óleo mineral em gatos é de 1- 2mL por kg, a frequência fica de
acordo com o protocolo médico (ABONIZIO, 2018).

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O óleo mineral (parafina líquida ou vaselina líquida)é um produto secundário
derivado da destilação de petróleo na produção de gasolina e que depois de purificado e
destinado a diversos usos entre elas a medicação laxativa. O óleo mineral é transparente,
insípido. Por não ser absorvido no trato digestivo o óleo mineral reduz a absorção de
água além de agir como um lubrificante (ABONIZIO, 2018).
Carminato(2011),relataquea aspiração de lipídios não provoca a inibição reflexa
da aspiração, e devido à baixa volatilidade e alta viscosidade leva a diminuição de tosse.
O óleo mineral depois de aspirado, ou inalado chega à árvore traqueobrônquica e reduz
a motilidade do transporte mucociliar, pois altera as propriedades viscoelásticas das
secreções, dificultando o clareamento pulmonar. A aspiração crônica de óleo mineral é
facilitada por distúrbios de deglutição, doenças esofágicas, e neuropatias, porém a
administração forçada, levando a um quadro de pneumonia lipídica em animais sem
predisposição anatômica ou anormalidade funcional.
Os lipídios são emulsificados nos espaços alveolares e fagocitados pelos
macrófagos alveolares, devido a incapacidade de metabolização do óleo mineral pelas
enzimas pulmonares. Os macrófagos vão para o tecido intersticial e chegam aos vasos
linfáticos peribrônquicos e linfonodos hílares. Nem todos os macrófagos conseguem
penetrar no tecido e por não ser incapaz de metabolizar o óleo mineral ele acaba
desintegrando-se e devolvendo o óleo mineral ao espaço alveolar. Os macrófagos
presentes no espaço alveolar iniciam a sua ativação, o que leva a liberação de citocinas e
reação inflamatória. De início ocorre uma resposta inflamatória de corpo estranho,
evoluindo para uma inflamação intersticial crônica que posteriormente leva a fibrose
pulmonar. Isso se torna um círculo vicioso e acaba contribuindo para a cronicidade da
doença, mesmo que haja a descontinuidade do produto(CARMINATO,2011).
A sintomatologia consiste em um quadro febril brando, apatia, anorexia,
dificuldade respiratória e frequência aumentada dos movimentos respiratórios(HUHN,
2002).
O diagnóstico de pneumonia lipídica é baseado no histórico de ingestão de óleo
mineral, junto com os fatores de risco, além de achados clínicos e exames de imagens
(radiografias e tomografias), deve-se fazer a comprovação de lipídios no material
coletado por via broncoscopia, lavado broncoalveolar, biópsia pulmonar, ou aspiração
por agulha (HUDSOND et al.,1994). Assim, o fluido oriundo do lavado broquioalveolar
com presença de macrófagos repletos de lipídios é o exame de extrema importância para
fechar o diagnóstico.A radiografia quanto à tomografia permite expandir as informações

19
sobre a ablação e extensão da inflamação. Na radiologia três incidências devem ser
feitas: lateral esquerda, lateral direita e dorsoventral ou ventrodorsal(LITTLE, 2012).
No entanto, segundo Hudsond et al. (1994), a radiografia não é um exame
confiável para pneumonia lipídica, visto que de acordo com a concentração de lipídios
nos pulmões pode ser incorretamente diagnosticada como carcinoma broncogênico,
doença metastática ou outra neoplasia.
O histórico de administração oral forçada de óleo mineral é de extrema
importância para fechar o diagnóstico. Na auscultação é possível reconhecer os sons
pulmonares que pode vim através de vários ruídos. A auscultação ainda delimita as
áreas afetadas dos pulmões. A pneumonia lipídica também pode manifestar-se através
de nódulos, pneumatoceles e derrame pleural. Podem ocorrer leucocitose e aumento da
velocidade de hemossedimentação (CARMINATO,2011).
Ainda de acordo com Carminato(2011), a pneumonia lipídica na patologia
caracteriza-se por presença de células gigantes, fibrose alveolar, intersticial e
inflamação crônica, podem ser visualizadas a presença de macrófagos repletos de
lipídios dentro dos alvéolos e a normalidade de septos e das paredes alveolares no início
da doença. Com a o avanço da doença é possível ser visualizadas a presença de grandes
vacúolos e infiltrado inflamatório nas paredes alveolares, brônquicas e septos. Em casos
crônicos é possível visualizar pontos de fibrose e necrose do parênquima ao redor dos
grandes vacúolos repletos de lipídio.
O tratamento consiste em antibicoterapia, fluidificantes de muco pré-formulado. A
oxigenoterapia é de extrema importância em quadros graves, além da fluidoterapia. O
animal não deverá ter seu estado alterado para que não ocorra o agravamento do quadro
respiratório, por isso é necessário o repouso obrigatório do animal em local calmo com
ausência de estresses, tais como sonoro e térmico. Pode ser realizado broncoscopias
com o objetivo de lavagem e retirada do óleo mineral(LITTLE, 2012). De acordo com
Hawkins (2004), a lobectomia é um metodo de tratamento onde é removida a parte
necrosada, evitando assim o agravamento do quadro.
De acordo com Carminato (2011), o prognóstico é reservado, pois em caso de
infecções bacterianas, fibrose progressiva, bronquiectasias, o quadro evolui para
falência respiratória e óbito.

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4 METODOLOGIA

4.1 Local de estágio

A Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), localizada na cidade


de Mossoró, no estado do Rio Grande do Norte, possui destaque entre as principais
instituições de ensino superior do país devido a sua qualidade de ensino e ampla infra-
estrutura (Figura 1). O Hospital Veterinário da UFERSA, HOVET, é considerado uma
importante unidade de apoio, vinculado ao ensino e à pesquisa, que oferece serviços à
comunidade.

Figura 3- Hospital Veterinário Dix-Huit Rosado Maia, Mossoró/RN 2019.

Fonte: Acervo pessoal, 2019.

O HOVET possui uma demanda de várias espécies animais, entre elas destacam-
se os pequenos animais, caninos e felinos, cuja casuística é alta. Na área de pequenos
animais o Hospital Veterinário disponibiliza diversos serviços ao atendimento como:
Clínica Médica de Pequenos Animais (CMPA), Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais
(CCPA), Anestesiologia Veterinária, Diagnóstico por Imagens, Patologia Veterinária.
A estrutura do hospital veterinário do setor de pequenos animais, conta com
recepção, sala de espera, cinco consultórios (Figura 2A), duas salas de internamento,
sendo uma para animais com doenças não infecciosas e outra para animais com doenças
infecciosas (Figura 2B), farmácia (Figura 3), laboratório para análises clínicas (Figura
4), sala para exames radiográficos, sala para exames de ultrassonografia, sala para

21
medicação pré-anestésica, dois centros cirúrgicos, sala pós-cirúrgica, auditório,
diretoria, copa, almoxarifado, sala de autoclave e esterilização de material.

Figura 4 - Sala de atendimento clínico (A) e sala de internamento não infeccioso(B) do


Hospital Veterinário Dix-Huit Rosado Maia, Mossoró/RN, 2019.

A B
Fonte: Acervo pessoal, 2019.

Figura 5- Farmácia do Hospital Veterinário Dix-Huit Rosado Maia, Mossoró/RN, 2019.

Fonte: Acervo pessoal, 2019.

22
Figura 6 Laboratório para análises clínicas do Hospital Veterinário Dix-Huit Rosado
Maia, Mossoró/RN, 2019.

Fonte: Acervo pessoal, 2019.

4.2 Rotina do hospital

O horário de atendimento do HOVET é de segunda-feira à sexta-feira das 7:00


às 12:00 horas no período matutino e das 13:00 às 17:00 horas no período vespertino.Os
pacientes que chegam ao HOVET são atendidos por ordem de chegada na recepção.
Como o HOVET não possui regime de plantão 24 horas, os pacientes que necessitam
desse serviço são encaminhados para clínicas particulares da cidade.
Em caso de retorno, a recepção apenas encaminha o paciente até o serviço
solicitado. Em situações de emergência, os pacientes possuem prioridade e são
atendidos imediatamente.
As consultas e atendimentos da Clínica Médica de Pequenos Animais são
realizados mediante ao agendamento prévio, ocorrendo nas sextas-feiras de cada
semana, e limita-se a um animal por tutor. Na recepção é iniciado o preenchimento do
prontuário onde ficarãocontidos os dados pessoais do tutor, e a identificação do animal
(nome, espécie, raça, idade e peso).Orestante do prontuário é preenchido durante a
anamnese pelo medico veterinário responsável pelo atendimento do animal. Durante a
consulta é realizado a anamnese e exame físico, e se necessário a coleta de amostras
para exames complementares, encaminhamento para exames de imagens (radiografia e

23
ultrassonografia), e/ou aplicação de medicação.Opaciente também pode ser
encaminhado para a clínica cirúrgica, se houver necessidade.Todas as consultas são
atendidas pelos residentes, e em caso de dúvidas, os médicos veterináriosefetivos
doHOVET-UFERSA são solicitados. Se houver a necessidade será feita realização de
exames complementares, os exames de imagem (radiografia e ultrassonografia), e
exames laboratoriais (citologias, hemograma, bioquímicas, raspados cutâneos, entre
outros).
A equipe técnica do HOVET-UFERSA é composta por cinco médicos
veterinários, um farmacêutico, um bioquímico, um técnico de laboratório, um técnico
em radiologia e dezenove médicos veterinários residentes nas diversas áreas, sendo
cinco residentes em Clínica Médica de Pequenos Animais, além de estagiários.

4.3 Rotina de estágio

Ao chegar no consultório o tutor e o animal são recebidos pelo médico


veterinário e/oupelo(s) estagiário(s), onde se preenche a ficha com os dados do animal.
Em seguida realiza-se a anamnese e o exame físico do animal. Após o exame físico, o
médico veterinárioconversa com o tutor sobre o diagnóstico ou sobre as suspeitas
clínicas que possam levar ao diagnóstico, além das orientações sobre como realizar o
tratamento corretamente. Se necessário são solicitados exames complementares e
aplicação de medicamentos.

24
5. RELATO DE CASO

5.1 Identificação do animal

Nome: Belinha
Espécie: Felina
Raça: Sem raça definida – SRD
Sexo: Fêmea
Idade: 7 meses
Peso: 1,700 Kg
Registro geral: 3257/18
Endereço: Sitio Pau Darco
Município Governador Dix-sept Rosado - Rio Grande do Norte
Queixa principal: Dificuldade respiratória

5.2 Anamnese

A tutora relatou que o animal com menos de dois meses de idade apresentava
constipação, o abdome e a região anal apresentavam distendidos. Para que houvesse a
melhora do quadro de constipação o animal foi submetido a protocolos terapêuticos que
consistia, principalmente, na administração de óleo mineral por via oral. O animal
desenvolveu um quadro de tosse no decorrer no tratamento, que foi tratada sem
apresentar um melhora significativa.
No dia 14 de novembro de 2018a tutorarelatou que o animal apresentava apático.
No dia seguinte, o animal consumiu peixe, e em seguida foi observado um agravamento
no quadro respiratório. O animal apresentava a boca aberta, vocalizava, não aceitava
contato com os donos, cambaleava ao andar e apresentava-se imóvel ao deitar.No dia 16
de novembro de 2018 a tutora levou o animal ao HOVET-UFERSA.

5.3 Exame Físico

No dia 16 de novembro de 2018 durante o exame clínico, o animal apresentava-


se em decúbito lateral, apático, magro, hiporéxico, hipotérmico (33.6ºC), linfonodos
submandibulares, pré-escapulares, poplíteos e inguinais, estavam não reativos,

25
mucosashipocoradas,grau de desidratação avaliado em 6%, ausência de ectoparasitas,
coração normofônico, frequência cardíaca 152 bpm, tempo de preenchimento capilar de
3 segundos, pulmões com som de crepitação, dispnéia mista toracoabdominal, abdome
não apresentava alteração e aparência geral reservada(Figura 5).

Figura 7- Gata com suspeita de pneumonia aspirativa atendida no Hospital Veterinário


Dix-Huit Rosado Maia, Mossoró/RN, 2019.

Fonte: Acervo pessoal, 2018.

5.4 Suspeita clínica

Após a anamnese e exame físico a suspeita clínica foi pneumonia.

5.5 Exames complementares solicitados

Para fins de diagnóstico o animal foi encaminhado para o setor de radiologia


onde foram realizadas duas projeções VD (ventro-dorsal) e LL (látero lateral) (Figura
6). Além disso, foi realizado hemograma completo (Tabela1).

Figura 8 - Radiografia de uma gata com suspeita de pneumonia aspirativa, projeções


ventro-dorsal e látero-lateral, atendida no Hospital Veterinário Dix-Huit Rosado Maia,
Mossoró/RN, 2018.

26
.
Fonte: Acervo pessoal, 2018.

O laudo da radiografia descreve: “Visualizado padrão intresticial/alveolar focal


em região peri-hilar (lobos médios, caudais e acessório), com aumento de radiopacidade
importante, característico de processos inflamatórios graves, fibrose, calcificação
distrófica. Sugere-se pneumonia por aspiração”.

Tabela 1 - Resultados laboratorial do hemograma e bioquímicas séricas de uma gata


com suspeita de pneumonia aspirativa, atendida no Hospital Veterinário Dix-Huit
Rosado Maia, Mossoró/RN, 2018.

ERITOGRAMA
VALORES VALORES DE REF. EM GATOS
Hemácias 6,40 milhões/mm3 5 – 10 milhões/mm3
Hemoglobina 10,8 g/dL 8 – 15 g/Dl
Hematócrito 32 % 24 – 35 %
VCM 50 Fl 39 – 55 fL
CHCM 34 % 30 – 36 %
LEUCOGRAMA
LEUCÓCITOS 42.600 /mm3 7 – 23 mil/mm3
NEUTRÓFILOS % (Ref. %) ABSOLUTO (Ref. ABSOLUTO)
Segmentados 78 (35 – 75) 33228 mil/mm3 (3600-13800) /mm3
Bastonetes 3 (0 – 3) 1278 mil/mm3 (0-700) /mm3
Metamielócitos 0 0 0 0 /mm3
Mielócitos 0 0 0 0 /mm3
EOSINÓFILOS 1 (2 – 12) 426 mil/mm3 (160-3000) /mm3

27
BASÓFILOS 0 (0 – 1) 0 0 /mm3
LINFÓCITO 13 (20 – 55) 5538 mil/mm3 (1600-3000) /mm3
HEMATOSCOPIA
Plaquetas ~ 320mil/mm3 (Ref. 200-600 mil/mm3)
BIOQUÍMICAS SÉRICAS
Creatinina 1,1mg/dL (Ref. 0,7 – 1,7 mg/dL)
OBS: Granulações tóxicas nos neutrófilos segmentados.
Fonte: Banco de dados HOVET/UERSA (2018).

O eritrogramae a creatinina não apresentaram alteração. O leucograma


apresentou leucocitose (42.600 /mm3) e linfocitose (5538 mil/mm³), que se encaixam
em um quadro inflamatório e infeccioso.
A hematoscopia evidenciou granulações tóxicas nos neutrófilos segmentados,
indicando um quadro infeccioso. Os demais parâmetros se encontravam dentro da
normalidade.

5.6 Diagnóstico

No presente caso com a interpretação dos exames complementares (hemograma


completo e radiografia do tórax) foi possível diagnosticar a pneumonia do tipo
aspirativa. Agravidade das lesões e a história de administração oral de óleo mineral,
apontou para um diagnóstico de pneumonia lipídica, no entanto, para diagnóstico
definitivo era de extrema importância a realização de lavado broncoalveolar,biópsia
pulmonar, ou aspiração por agulha, porém o animal se encontrava em um quadro clínico
muito delicado. Após o óbito do animal, anecrópsia seria um procedimento com caráter
diagnóstico, porém o procedimento não foi autorizado pela tutora. O diagnóstico
presuntivo é que o animal apresentava um quadro de pneumonia aspirativa por óleo
mineral decorrente ao seu uso crônico.

5.7 Protocolo de Tratamento

A conduta realizada em caráter de emergência consistiu no tratamento de suporte


e sintomático, principalmente com assistência respiratória, suplementando oxigênio

28
eadministração de Amoxilinatriidatadaassociado aoclavulanato de potássio,
pentabiotico, furosemida e metadona(Figura 7).

Figura 9 - Gata com suspeita de pneumonia aspirativa atendida no Hospital Veterinário


Dix-Huit Rosado Maia, Mossoró/RN, 2018.

Fonte: Acervo pessoal, 2018.

A tutora foi esclarecida do prognóstico desfavorável do animal, assim foi lhe


apresentado a possibilidade de ser transferida a um estabelecimento veterinário com
suporte 24 horas para a internação imediata do animal com o suporte de oxigênio
necessário, e supervisão constante de um medico veterinário. Porem a tutora negou a
internação devido ao custo, eo animal acabou retornando para casa.
No dia 19 de novembro de 2018 a gata retornou ao HOVET apresentando
poucas melhoras visíveis, foi administrado mucomucil, pentabiotico, meloxicam e
dipironasódica. Foi receitado para a terapia domiciliar a administração de Amoxicilina
associado aClavulanato 250 mg/5mL, BID, mucomucil, e meloxicam (1/4 de
comprimido, SID), a duração da terapia foi mantida até novas recomendações. A tutora
foi novamente esclarecida sobre a importância do internamento do paciente, no
entanto,a mesmaretornou com o animal para casa. No dia 27 de novembro de 2018 o
animal veio a óbito.

29
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com a tutora o animal apresentava quadro de constipação recorrente e


foi frequentemente tratada com óleo mineral desde os dois meses de vida como consta
na Tabela 2.

Tabela 2 - Histórico de uma Gata, antes do atendimento ao Hospital Veterinário Dix-


Huit Rosado Maia,com suspeita de pneumonia aspirativa, Mossoró/RN, 2018.
ORDEM DE QUEIXA RESPONSÁVEL MEDICAÇÃO POSOLOGIA RESULTADO
ATENDIMENTO
1 Constipação Tutora Óleo mineral 5 mL, via oral, 1 Sem melhoras
vez ao dia
2 Constipação Médico Óleo mineral 1 mL, via oral, 2 Melhora inicial
veterinário vezes ao dia por da constipação,
10 dias. Após no entanto a
esse período 1 constipação
mL uma vez ao retorna
dia
Vermífugo Sem informação Sem informação
3 Constipação Médico Dieta (arroz e Dieta por 7 dias Sem melhoras
e tosse veterinário frango cozido)
4 Constipação Médico Óleo mineral 3 mL, via oral, Sem melhoras
e tosse veterinário uma vez ao dia
5 Constipação Médico Óleo mineral 3 mL, adicionado
e tosse veterinário a comida, uma Melhora
vez ao dia
Vitamina C Sem informação
Amoxicilina Sem informação
6 Constipação Funcionário Óleo mineral 3 mL, via oral,
e tosse de uma casa uma vez ao dia Sem melhoras
de medicamentos
veterinários
7 Constipação Tutora Óleo mineral 3 mL, via oral, Melhora no
e tosse duas vezes ao dia quadro de
constipação.
A tosse se
intensificou.
Amoxicilina Sem informação
Fonte: Arquivo pessoal, 2018.

Ao chegar no HOVET, o animal se apresentava com dificuldade respiratória,


apatia, perda de peso, febre, hiporéxico, dispnéia mista, mucosas hipocoradas,
intolerância ao exercício e tosse, rara em felinos segundo SANTOS et al. (2009).
Conforme Hawkins(2006) há animais que apresentam sinais intermitentes crônicos e
alguns progressivos de tosse ou angústia respiratória.

30
Para amenizar a condição de angústiarespiratória, a gata foi encaminhada para a
oxigenoterapia a fim de amenizar a sua condição. Nelson e Couto (2006) relatamque os
felinos que apresentam angustia respiratória deve-se tentar a estabilização antes da
realização de exames diagnósticos.
Como observado na tabela 2, o animal foi tratado com óleo mineral por várias
vezes. De acordo comLittle(2012), a inalação de óleo mineral durante a administração
para o tratamento de tricobezoares e constipação, apresenta como uma das principais
causas de pneumonia aspirativa de lipídios, sendo condizente com o animal do caso
relatado.
O hemograma evidenciou leucocitose, linfocitose, se enquadrando em um
quadro inflamatório e infeccioso. A hematoscopia indicou infecção bacteriana a partir
de granulações tóxicas nos neutrófilos segmentados. De acordo com Hawkins (2004), o
hemograma pode indicar uma leucocitose neutrofílica com desvio à esquerda ou
neutropenia com desvio à esquerda regenerativo, no entanto, sugere que um hemograna
sem alterações não seja o principal fator de descarte de pneumonia bacteriana associada
à pneumonia aspirativa crônica. Condizente com Hudsond et al. (1994) que relata que o
animal não havia anormalidades físicas, e a hematologia, bioquímica, e urinálise
estavam dentro dos limites normais.
Foram realizadas duas projeções radiográficas, VD (ventro-dorsal) e LL (látero
lateral), com finalidade de elucidar o tipo e a extensão (gravidade) da pneumonia.No
laudo foi possível a visualização de um padrão instersticial/alveolar focal nos lobos
médios, caudais e o acessório, visualizando um processo inflamatório grave, fibrose, ou
calcificação distrófica. O laudo foi sugestivo de pneumonia por aspiração.
A conduta realizada em caráter de emergência consistiu na oxigenoterapia,
administração de Amoxicilina com associação de clavulanato de potássio), pentabiótico,
mucomucil xarope (pois tem função mucolítico), furosemida (devido ao edema
pulmonar), metadona(para o alívio da dor) e fluidoterapia. Segundo Hawkins (2004), os
antibióticos deverão ser administrados em animais com sinais de infecção bacteriana.
Para Spinosa (2002) amoxicilina é da família da penicilina de segunda geração sensível
à penicilase e o ácido clavulâmico inibe as beta-lactamases. De acordo com Hawkins
(2006), outras drogas podem ser utilizadas como o: trimetoprim-sulfadiazina (15 a 30
mg/Kg a cada 12 horas), enrofloxacina (2,5 a 5 mg/Kg a cada 12 horas), e o
cloranfenicol (50 mg/Kg a cada 8 horas).

31
A fluidoterapia de acordo com Hawkins(2006) tem como objetivo a
umidificação e diluição da viscosidade o que ajuda os mecanismos normais de
depuração dos pulmões, além de ser mucolítica e de natureza não irritante.
A tutora foi alertada sobre o prognóstico e a recomendação da internação com
oxigenoterapia.No entanto a tutora não seguiu a recomendação e retornou com o animal
para casa, o que levou a piora domesmo.
No retorno, o animal apresentava poucas melhoras e estava febril (39.7º C). A
terapia local consistiu na administração do mucomucil, pentabiotico, meloxicam e
dipirona sódica, o animal permaneceu internado e recebeu fluidoterapia e
oxigenoterapiaaté o fim do expediente.
A tutora novamente retornou com o animal para casa e assim, foi estipulado a
terapia domiciliar com Amoxicilina-clavulanato 250 mg/15 mL,mucomucil e
meloxicam, a terapia foi estipulada ate novas recomendações.
Com o óbito do animal após 11 dias após o atendimento no HOVET, procurou-
se realizar a necrópsia, no entanto, a mesma não foiautorizada. A necrópsia seria
bastante importante para o caso, pois provavelmente elucidaria a causa da constipação e
se de fato a pneumonia lipídica foi causada pela aspiração do óleo mineral. Seguindo
Hawkins (2004), o diagnóstico de pneumonia por aspiração deve ser realizado com base
a achados radiográficos, anamnese e histopatológico.Hudsond et al. (1994) relata que
após fragmentos do pulmão congelado ser cordão com Oil-Red-0 Stain foi evidenciado
uma grande quantidade de gordura neutra, sendo a em maior quantidade dentro dos
vacúolos intracitoplasmáticos dos macrófagos ficando de acordo com Carminato, 2011.
O que induziu o paciente a desenvolver a pneumonia aspirativa não foi
elucidado, porém acredita-se que o longo histórico de administração de óleo mineral via
oral tenha levado ao quadro sugestivo de pneumonia lipóide exógena. Assim o
diagnóstico presuntivo é que o animal sofria de um quadro de pneumonia aspirativa
exógena por óleo mineral decorrente ao seu uso crônico.
A pneumonia aspirativa por óleo mineral é uma patologia rara na Clínica de
Pequenos Animais, de diagnostico dificultoso, o tratamento é inespecífico e realizado
com base na sintomatologia.Oprognóstico é reservado, assim caracteriza-se como uma
doença potencialmente letal(LITTLE, 2012).
Carminato (2011) relataum caso de um cachorro de dez anos que apresentava
fadiga e tosse após um mês sendo administrado óleo mineral (5 mL por via oral, a cada
12 horas) devido a um recorrente quadro de constipação.

32
Hudsond et al. (1994) relata um caso de um cachorro, macho, mestiço que foi
atendido na Clinica de Pequenos Animais na Universidade de Aubum, apresentando
tosse não produtiva com duração de três meses, anorexia, dispnéia, intolerância ao
exercício, hipersalivação, com o cabeça estendido para baixo e ligeiramente inclinada
para a esquerda (evidenciando uma dificuldade respiratória), normotérmico, e as
frequencia de pulso e respiratórias foras de 120 e 60, respectivamente. Relata ainda que
os sons pulmonares estavam aumentatos e os cardiacos diminuidos. O animal tinha um
historico de constipação e dois anos anteriores teria feito o tratamento a base de oleo
mineral por via oral, a posologia é desconhecida.
É indispensável que os médicos veterinários fiquem cientes dos riscos da
administração do óleo mineral e que estejam atentos a anamnese de um paciente com
quadro de doença do trato respiratório inferior. Além disso, é essencial que se observem
se há real necessidade de indicação do óleo mineral como laxativo, e se o paciente não
está inserido no grupo de risco (animais com palatosquise, distúrbios gastrointestinais e
deficiências neurológicas). O medico veterinário deve explicar ao tutor como
administrar o óleo mineral, assim como suas possíveis complicações.

33
7 CONCLUSÃO

O Estágio Supervisionado Obrigatório na área de Clínica Médica de Pequenos


Animais, realizado no Hospital Veterinário Dix-Huit Rosado Maia, permitiu abranger
os conhecimentos práticos e relacioná-losaos conhecimentos teóricos adquiridos ao
longo do curso e através de profissionais experientes que ao longo do estágio
mostraram-se solícitos à resolução das indagações.
O estágio permitiu também a realização de procedimentos e aprimoramento das
técnicas necessárias na rotina Clínica de Pequenos Animais, possibilitando uma maior
experiência nessa área da medicina veterinária.
Em síntese, este relatório descreve uma ocorrência de pneumonia aspirativaem
um felino que pode ter sido ocasionada pela aspiração de óleo mineral, devido ao uso
prolongado e de altas dosagens.É uma patologia de difícil diagnóstico, tratamento e
prognóstico reservado.A pneumonia lipídica deve ser considerada na hora do
diagnóstico diferencial em patologias do trato respiratório inferior onde apresentem
aumento de opacidade intersticial ou lesões pulmonares.
O óleo mineral deve ser prescrito de forma criteriosa alem de evitar o uso
prolongado, super dosagem e o uso em animais de risco.

34
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