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MGB-IPH
Modelo de Grandes Bacias
MANUAL 03/05
MANUAL DE DEFINIÇÃO DE
UNIDADES DE RESPOSTA
HIDROLÓGICA (BLOCOS) DO
MODELO MGB-IPH
Versão 2.0
Agosto de 2010
UFRGS
UNIVERSIDADE FEDERAL
DO RIO GRANDE DO SUL
Projeto Integrado de Cooperação Amazônica e de
Modernização do Monitoramento Hidrológico
O manual aqui apresentado faz parte das atividades previstas pelo Projeto Integrado
de Cooperação Amazônica e Modernização do Monitoramento Hidrológico (ICA-
MMH), objeto do convênio 01.07.0299.00, cujo título é “Projeto FAURGS – IPH/UFRGS
– Parte A”, financiado pelo CT-Hidro - Fundo Setorial de Recursos Hídricos do
Ministério de Ciência e Tecnologia - por meio do FINEP - Financiadora de Estudos e
Projetos. O objetivo desta iniciativa é o de facilitar a utilização do Modelo Hidrológico
de Grandes Bacias, MGB-IPH, por seus usuários finais.
Walter Collischonn
Prof. Adjunto - IPH/UFRGS
Diogo Costa Buarque
Doutorando em Recursos Hídricos - IPH/UFRGS
Rodrigo Cauduro Dias de Paiva
Doutorando em Recursos Hídricos - IPH/UFRGS
Fernando Mainardi Fan
Graduando em Engenharia Ambiental - IPH/UFRGS
Rafael Kayser
Graduando em Engenharia Ambiental - IPH/UFRGS
ANA UFRGS
UNIVERSIDADE FEDERAL
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS DO RIO GRANDE DO SUL
Manual de definição de Unidades de Resposta Hidrológica (Blocos) do
modelo MGB-IPH
SUMÁRIO
1 Introdução ...........................................................................................................2
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Manual de definição de Unidades de Resposta Hidrológica (Blocos) do
modelo MGB-IPH
1 Introdução
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Manual de definição de Unidades de Resposta Hidrológica (Blocos) do
modelo MGB-IPH
Para a definição de URH são utilizados os mapas de uso da terra, tipo de vegetação
e tipos de solos. Em alguns casos também podem ser utilizados dados de relevo.
O uso da terra e o tipo de vegetação são, normalmente, apresentados no mesmo
mapa, às vezes denominado “Mapa de uso e ocupação do solo”. Estes mapas são
normalmente obtidos a partir de classificação de imagens de satélite. Em alguns casos é
possível obter estes mapas prontos, disponibilizados por órgãos do governo Estadual ou
Federal, ou em estudos da EMBRAPA, universidades, agências de recursos hídricos, etc.
Algumas destas fontes são apresentadas na tabela 1. O que se deve ter cuidado muitas
vezes é quanto à escala e quanto à qualidade dos dados disponibilizados, uma vez que,
por exemplo, para aplicações em pequenas bacias não é nada conveniente o uso de
mapas em escala 1:1.000.000.
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modelo MGB-IPH
Nos itens que seguem são feitas recomendações para a definição das URH de
forma que o número de URH permaneça relativamente pequeno, porém os principais
aspectos da hidrologia da bacia sejam mantidos.
A classificação tradicional de tipos de solos tem objetivos que vão bem além da
questão hidrológica. Na definição das URH são de interesse as seguintes características
dos solos:
Mapas de tipos de solos com dez ou mais tipos de solos podem ser reclassificados
em um número menor de classes, considerando o potencial de geração de escoamento
superficial e de base.
Solos profundos, bem drenados e com alto percentual de areia podem ser
classificados como solos de baixo potencial de geração de escoamento superficial. Estes
solos, pelo contrário, contribuem para a recarga de aqüíferos e contribuem para a vazão
de base dos rios.
Solos rasos, como os solos litólicos, tendem a ter um grande potencial de geração
de escoamento superficial e uma baixa capacidade de armazenamento de água.
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modelo MGB-IPH
3.1.3 Recombinações
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Todas as classes em que existe água como cobertura do solo devem ser agrupadas
numa única classe, independentemente do tipo de solo.
Se apenas uma pequena parte da bacia tiver a presença de solos litólicos, as URH
com solos litólicos podem ser agrupadas à URH de áreas urbanas.
De maneira geral, recomenda-se extinguir Unidades de Resposta Hidrológica que
ocupam áreas muito pequenas da bacia (da ordem de 1% da área de drenagem total da
bacia ou menos), exceto quando estas áreas são muito diferentes do restante da bacia. É
possível, por exemplo, reclassificar estas áreas, adicionando as áreas a uma URH
semelhante. Por exemplo, considere que numa bacia foram definidas 7 URH, sendo duas
delas “Cerrado em latossolos”, presente em 32,3% da área da bacia, e “Cerrado em solos
podzólicos”, presente em 2,7% da área da bacia. Neste caso, recomenda-se extinguir a
URH “Cerrado em solos podzólicos”, reclassificando as áreas correspondentes como
“Cerrado em latossolos”. Neste caso, esta última URH passará a estar presente em 35%
da área de drenagem da bacia.
A seguir são dadas algumas diretrizes gerais para a construção das URH para o
modelo MGB e algumas dicas de formas como eles podem ser gerados utilizando
diferentes programas SIG.
Falando em “linguagem SIG” uma URH (bloco) nada mais é do que um arquivo
raster que, para efeito de utilização no MGB-IPH, deve possuir as mesmas dimensões
(tamanho da célula, nº de linhas, nº de colunas, coordenadas máxima e mínima) dos
demais arquivos de entrada do Prepro_MGB (veja Manual do PrePro-MGB para aplicação
do modelo MGB-IPH).
Para a geração das URH o usuário precisa basicamente de duas informações: Tipos
de Solo e Uso do Solo da região de estudo. Porém, caso o usuário desejar, podem ser
utilizadas mais informações, como Topografia, Geologia e Geomorfologia da bacia
hidrográfica em estudo.
Tendo os mapas de tipo de solo (meio digital), faça o agrupamento destes mapas
reduzindo as classes de acordo com o interesse. Geralmente existem vários tipos de solos,
mas hidrologicamente vários deles podem ser agrupados em um único tipo ou grupo mais
geral. Numere as classes finais a seu critério (ex: se você definiu 5 classes, numere-as de 1
a 5).
Para o caso do uso do solo, se já existem mapas digitais, faça procedimentos
semelhantes aos do tipo de solo para reduzi-los às classes de interesse, porém
numerando-as com outros valores (ex: se você definiu 5 classes, numere-as de 10 a 50,
com valores de 10 em 10).
A combinação dos dois mapas pode ser realizada utilizando operações
comumente disponíveis em softwares de SIG, como o ArcGIS, o Idrisi e o Mapwindow. A
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forma mais utilizada para obter esta combinação é uma classificação cruzada, em que o
mapa resultante mostra todas as combinações possíveis dos mapas de entrada. Outra
forma é uma operação de soma, desde que os códigos ou valores indicativos das classes
sejam escolhidos de forma adequada, como descrito acima.
Uma vez simplificados os tipos de solos e os tipos de uso do solo, basta fazer uma
sobreposição (soma) destes dois layers, utilizando uma mesma resolução para ambos.
IMPORTANTE: - Para o MGB-IPH, caso exista e URH “água”, esta deverá ser
sempre a última!
Se o software utilizado para a definição das URH for o ArcGIS, e o mapa de tipos
de solos e o mapa de usos da terra estiverem em formato vetorial, pode ser utilizada a
função Union, do Analysis Tools. Caso estejam sendo utilizados mapas em formato raster,
pode ser utilizada a função Combine, do Spatial Analyst Tools.
Caso o software seja o Idrisi, pode ser utilizada a função CROSSTAB para fazer a
classificação cruzada.
A quantidade de classes de tipo e uso do solo vai definir a quantidade de URH que
você terá e, provavelmente, você terá que fazer uma nova reclassificação do resultado
para finalizar as URH. Por exemplo, se você definir 5 classes de solo e 5 de uso do solo,
você poderá ter até 25 URH diferentes. Mas se um uso do solo for água, por exemplo, ao
sobrepor esse uso aos tipos de solo, o que vai interessar será um único URH ÁGUA, e não
as URH ÁGUA + CAMBISOLO, ÁGUA + ARGISOLO, etc. Por isso será necessário refinar a
classificação, através de uma reclassificação.
Após a reclassificação, cada uma das URH devem ter um código identificador,
começando por 1 e terminando por NU, onde NU é o número de URH que foram
definidas. O valor máximo de NU é 12, na versão atual do programa MGB-IPH.
A combinação de mapas, descrita no item anterior, vai gerar códigos arbitrários
para as URH. Estes códigos devem ser reclassificados de forma a satisfazer os seguintes
critérios:
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Como podemos ver na, a bacia do rio Almas-Maranhão está inteiramente dentro
do estado de Goiás. O portal SIEG (http://www.sieg.go.gov.br/) do governo do estado de
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Figura 3: Mapa de usos da terra e tipos de vegetação da região com indicação da bacia
Almas/Maranhão.
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Figura 6: Mapa de usos da terra e tipos de vegetação da região extraídos apenas dentro
do polígono envolvente da bacia.
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Com os dois mapas apresentados nas figuras anteriores (Figura 6 para usos do solo
e Figura 7 para tipos de solo), realizamos então o agrupamento destes tipos de solo e
usos do solo atribuindo identificadores a cada um deles (deixando água sempre com
identificar zero), conforme a Tabela 2, para os tipos de solo, e a Tabela 3, para os usos do
solo.
Considerando primeiramente os tipos de solo, observe que nas Tabela 2 os
Latossolos, por possuírem baixo potencial de geração de escoamento superficial,
receberam identificação 1. Procedimento semelhante foi adotado para os solos com
médio potencial de geração de escoamento superficial (Argissolos e Plintossolos), os
quais receberam a identificação 2. Os Cambissolos e Neossolos foram considerados solos
com alto potencial de geração de escoamento superficial, e receberam identificação 3. Os
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Ghernossolos e Gleissolos foram classificados com solos e vázeas, de forma que ambos
receberam o mesmo código identificador 4.
Em relação os usos do solo, na Tabela 3 pode-se verificar que a classe “água”
recebeu o código identificador zero, enquanto que as demais classes receberam códigos
semelhantes ao da tabela anterior, porém iniciando em 10 e aumentando em intervalos
de 10 (ver seção 4.1), para facilitar a sobreposição dos mapas e identificação das classes
resultantes.
1 Ext_MDE é o layer em formato raster contendo os dados do MDE apenas dentro da bacia hodrográfica
discretizada, definido no “Manual de Discretização do modelo MGB-IPH”.
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Figura 8: Mapa preliminar de URH obtido a partir da classificação cruzada (soma) do mapa
de solos simplificado e do mapa de uso da terra simplificado, para a área do polígono
envolvente.
O layer resultante certamente contém URH que não existem, como, por exemplo,
a URH de valor 30, que é a soma do solo “Água” com o uso “Cerrado”. Neste caso ambos
URH devem ter valor zero, indicando a classe “Água”.
Portanto, esse raster é reclassificado para a geração do arquivo de URH definitivo,
aonde são feitos mais alguns agrupamentos, como a união de pastagem e agricultura em
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É importante observar que aqui foi utilizada uma base de dados de usos e tipos de
solo em formato vetorial. O agrupamento destas classes foi realizado com os mapas neste
formato, e, apenas para agrupar os dois mapas para gerar o mapa preliminar de URH, foi
necessário antes converter para mapas em formatos raster. Acontece que muitas vezes as
informações de usos e/ou tipos de solo podem ser obtidos diretamente em formato
raster, geralmente após classificação de imagens de satélite. Neste caso, a forma de
agrupar as classes de usos e/ou tipos de solo também é semelhante. Porém não mais será
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Tabela 4: Configuração final das unidades de resposta hidrológica (observe que o número
de URH é menor do que 12, estão numeradas de 1 a 10, e que a última URH é água).
Código Identificador Descrição da URH
1 Cidade
2 campo + latossolo
3 campo + argissolo
4 campo + cambissolo
5 campo + gleissolo
6 floresta + latossolo
7 floresta + argissolo
8 floresta + cambissolo
9 floresta + glei
10 água
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Figura 10: Usando a ferramenta Extract by Mask para gerar um mapa raster de URHs
limitado à região interna da bacia (Ext_URH).
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