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LAVRAS - MG
2021
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LAVRAS - MG
2021
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Sumário
1 RESUMO.............................................................................................................................3
2 INTRODUÇÃO...................................................................................................................3
3 OBJETIVOS........................................................................................................................5
4 MATERIAIS E MÉTODOS................................................................................................5
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................19
8 ATIVIDADES...................................................................................................................20
3
1 RESUMO
2 INTRODUÇÃO
De acordo com Ribeiro (2011), a drenagem ácida de mina (DAM) pode contaminar as águas
superficiais e subterrâneas em comunidades próximas ao local da mina, se as medidas
preventivas e de controle não forem tomadas. Portanto, é fundamental limitar a acessibilidade
de água e oxigênio para o resíduo e, com isso, reduzir a produção de DAM.
Dentro desse contexto, como a CRA representa a capacidade do solo de armazenar água, logo
o seu conhecimento possibilita controlar a infiltração da água para o aglomerado de rejeitos,
por meio da cobertura com camadas de solos, e assim evitar possíveis danos à estrutura de
uma barragem e DAM.
3 OBJETIVOS
4 MATERIAIS E MÉTODOS
Existem diversos modelos de ajuste das curvas de retenção de água no solo (GARDNER,
1958; BROOKS; COREY, 1964; van GENUCHTEN, 1980; FREDLUND; XING, 1994).
Para realizar essa modelagem, faz-se necessário implementar esses modelos empregando
ferramentas computacionais e posteriormente proceder os ajustes utilizando-se de métodos de
otimização. Tradicionalmente tem se utilizado o método do Gradiente Reduzido Generalizado
(GRG) apresentado por Abadie e Carpentier (1969), desenvolvido para solucionar problemas
de programação matemática com uma FO não linear e restrições lineares, para ajustar as
CRAs.
Gomes et al. (2017) destacam que o GRG é o método mais empregado na resolução de
problemas com múltiplas respostas, fato este devido a sua facilidade de implantação e de seu
algoritmo estar disponibilizado no pacote solver que acompanha o software Microsoft
Excel®.
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(θ s−θ r )
θ= n
+θ r (1)
α ×ψ +1
Em que:
n: parâmetros de ajuste;
Van Genuchten (1980) propõe a equação 2 para ajuste da curva de retenção de água.
(θ s−θ r )
θ=θr + (2)
n m
[ 1+( α v ×ψ ) ]
Em que:
Brooks e Corey (1964) propõe a equação 3 para ajuste da curva de retenção de água.
( )
λ
ψ
θ=(θ s−θ r) a + θ (3)
ψ r
Em que:
Fredlund e Xing (1994) propõe a equação 4 para ajuste da curva de retenção de água.
[ ][ ( ) ψa
ln 1+
]
ψr 1
m
θ=θs 1− × (4)
( ) 10 6
( ( ))
n
ψ
ln 1+ ln e +
ψr a
Em que:
n, m: parâmetros de ajuste;
McKee and Bumb (1987) propõe a equação 5 para ajuste da curva de retenção de água.
1
θ w=
(ψ −a (5)
n )
1+ e
Em que:
[ ]
m
1
θ w= n (6)
1+ ( α ×ψ )
Em que:
Onde:
α =ϕ(v−1)ψ (7)
v: volume específico;
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A partir dos dados da figura 1, tem-se os gráficos de Sucção matricial versus Teor de umidade
volumétrico, para cada profundidade. Pode-se observar pela figura 1 que a CRA do solo em
análise apresenta um comportamento bimodal, apresentando uma curva com dois trechos de
análise. Segundo Melo et al. esse comportamento da CRA é devido a macro e
microporosidade do solo. A partir desses gráficos pode-se ajustar os dados experimentais
empregando diferentes modelos matemáticos com o apoio do comando solver do Excel.
Figura 2: Ajuste da CRA (20 a 40 cm) pelo método de Van Genuchten (1980).
Figura 3: Ajuste da CRA (40 a 60 cm) pelo método de Van Genuchten (1980).
Tabela 1: Parâmetros de ajustes da CRA (20 a 40 cm) pelo método de van Genuchten.
Tabela 2: Parâmetros de ajustes da CRA (40 a 60 cm) pelo método de Van Genuchten.
θr 0,282974977 0,036309014
α 0,387033521 0,000010000
n 10,55231367 2,170908421
m 0,091306624 149,2166280
Erro (%) 5,813286702 23,51962157
Fonte: Elaborado pelos autores (2021).
A partir dos ajustes das curvas para as duas profundidades pelo método de van Genuchten,
obteve-se um bom ajuste para o primeiro trecho, para ambas as profundidades (20 a 40 cm e
40 a 60 cm) com erros de 7,53% e 5,81%, respectivamente. Já para o segundo trecho para
ambas as profundidades, o método apresentou um erro na curva de ajuste de 27,44% e
23,52%, o que indica que a curva obtida pelo método não se ajustou de forma adequada para
representar os dados experimentais.
Tabela 3: Parâmetros de ajustes da CRA (20 a 40 cm) pelo método de Gardner (1958).
α 0,181037623 8,06621E-05
n 1,649174906 2,678802635
Erro (%) 6,323199404 14,60000953
Fonte: Elaborado pelos autores (2021).
A partir dos ajustes das curvas para as duas profundidades pelo método de Gardner, obteve-se
um bom ajuste para o primeiro trecho, para ambas as profundidades (20 a 40 cm e 40 a 60
cm) com erros de 5,54% e 6,32%, respectivamente. Já para o segundo trecho para ambas as
profundidades, o método apresentou um erro na curva de ajuste de 16,53% e 14,60%, o que
indica que a curva obtida pelo método se ajustou de forma menos adequada para representar
os dados experimentais nesse trecho.
O Ajuste da CRA é realizado por meio da aplicação da equação 3. Os parâmetros λ e a, são
determinados minimizando o erro, pelo método do mínimo quadrado, utilizando-se o
comando solver do Excel. O ajuste da CRA se encontra nas figuras 6 e 7 a seguir, que
correspondem respectivamente as profundidades 20 a 40 cm e 40 a 60 cm:
Figura 6: Ajuste da CRA (20 a 40 cm) pelo método de Brooks e Corey (1964).
Figura 7: Ajuste da CRA (40 a 60 cm) pelo método de Brooks e Corey (1964).
Tabela 5: Parâmetros de ajustes da CRA (20 a 40 cm) pelo método de Brooks e Corey (1964).
O Ajuste da CRA é realizado por meio da aplicação da equação 4. Os parâmetros “a”, “n”,
“m” e “r”, são determinados minimizando o erro, pelo método do mínimo quadrado,
utilizando-se o comando solver do Excel. O ajuste da CRA se encontra nas figuras 8 e 9 a
seguir, que correspondem respectivamente as profundidades 20 a 40 cm e 40 a 60 cm:
Figura 8: Ajuste da CRA (20 a 40 cm) pelo método de Fredlund e Xing (1994).
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Figura 9: Ajuste da CRA (40 a 60 cm) pelo método de Fredlund e Xing (1994).
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Tabela 7: Parâmetros de ajustes da CRA (20 a 40 cm) pelo método de Fredlund e Xing
(1994).
Após analisar todos os ajustes das CRA empregando os 4 modelos matemáticos de ajustes,
percebe-se que os ajustes pelo método de Brooks e Corey (1964) (FIGURA 6; FIGURA 7) e
de Fredlund e Xing (1994) (FIGURA 8; FIGURA 9) não se mostraram capazes de se ajustar
satisfatoriamente as curvas bimodais. Portanto, essas metodologias que foram propostas para
solos temperados e ajustadas por meio das equações 3 e 4 não adequadas para solos com este
comportamento. Já os ajustes realizados pelos métodos de van Genuchten (1980) (FIGURA 2;
FIGURA 3) e de Gardner (1958) (FIGURA 4; FIGURA 5) foram as metodologias que melhor
se ajustaram as curvas bimodais.
A combinação das variáveis, obtida por meio da otimização pela ferramenta solver, pode
apresentar resultados diferentes a cada processo de otimização; pois o processo depende do
ponto de partida. Com isso, os parâmetros obtidos por meio do modelo de van Genuchten
(1980) apresentados neste trabalho foi diferente dos parâmetros encontrados em Melo et al.
(2018).
6 CONCLUSÕES
Com o trabalho foi possível obter as propriedades hidráulicas dos solos empregando
diferentes metodologias semiempíricas para ajustes de CRA de comportamento bimodal.
Utilizou-se a ferramenta solver do Excel que por meio do método do Gradiente Reduzido
Generalizado (GRG) realizou-se a otimização dos parâmetros dos modelos.
Com o trabalho pode-se verificar que o método de otimização empregado nos ajustes impacta
consideravelmente nos resultados obtidos, uma vez que diferentes combinações dos
parâmetros podem levar a obtenção de mesmos valores de erros e que dependendo do método
empregado a obtenção de uma solução global do problema pode não ser possível de ser
obtida. Sendo assim, pode-se concluir que a escolha do método de otimização a ser
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empregado é uma etapa importante do processo e deve ser avaliado com muito cuidado, pois
este impacta significamente nos valores encontrados para os parâmetros ajustados na CRA.
Por fim, pode-se concluir a partir das comparações realizadas entre os ajustes empregando
diferentes modelos que o método de van Genuchten (1980) e de Gardner (1958) foram os que
melhorem se ajustaram às curvas de comportamento bimodais.
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] ABADIE, J.; CARPENTIER, J. Generalization of the Wolfe reduced gradient method to the case of
nonlinear constraints. In: Fletcher, R. (ed.) Optimization, p. 37–47. New York: Academic Press, 1969.
[2] AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. ASTM D-5298: Standard Test Method for
Measurement of Soil Potential (Suction) Using Filter Paper, West Conshohocken, Pennsylvania, 2016.
[3] AMORIM, N. R. Avaliação do desempenho de sistemas de cobertura na mina Rio Paracatu Mineração
(RPM). 2008. Tese (Doutorado em Engenharia Civil) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, Minas Gerais,
2008.
[4] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6457: Preparação para ensaio de
compactação e ensaios de caracterização. Rio de Janeiro, 2016.
[5] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6459: Solo - Determinação do limite de
liquidez. Rio de Janeiro, 2016.
[6] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7180: Solo – Determinação do limite de
plasticidade. Rio de Janeiro, 2016.
[7] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7181: Análise granulométrica. Rio de
Janeiro, 2016.
[8] BROOKS, R. H.; COREY, A. T. Hydraulics Properties of Porous Media. Fort Collins: Colorado State
University Hydrology Papers, Colorado State University, 1964.
[12] FREDLUND, D. G.; XING, A. Equations for the soil-water characteristic curve. Canadian geotechnical
journal, v. 31, n. 4, p. 521-532, 1994.
[13] GALLIPOLI, D., Wheeler, S. J. & KARSTUNEN, M. (2003). Modelling the variation of degree of
saturation in a deformable unsaturated soil. Géotechnique, 53: 105-112.
[14] GARDNER, W. R. Some steady-state solutions of the unsaturated moisture flow equation with application
to evaporation from a water table. Soil science, v. 85, n. 4, p. 228-232, 1958.
[15] GOMES, F. M. et al. Estudo comparativo entre os métodos gradiente reduzido generalizado e algoritmo
genético em otimização com múltiplas respostas. Revista Produção Online, v. 17, n. 2, p. 592-619, 2017.
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[16] MCKEE, C.R. e BUMB, A C. (1987) – Flowtesting coal bed methane production wells in the presence of
water and gas, SPE Formation Evaluation, dec., pp.599-608.
[19] RIBEIRO, A. G. C. Metodologia para dimensionamento de sistemas de cobertura com base em estudo de
caso realizado na mina da empresa Rio Paracatu Mineração (RPM) em Paracatu, Minas Gerais. 2011. Tese
(Doutorado em Engenharia Civil) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, Minas Gerais, 2011.
[20] RICHARDS, L. A. Physical conditions of water in soil. In: BLACK, C. A.; EVANS, D. D.; WHITE, J. L.;
ENSMINGER, L. E.; CLARK, F. E. Methods of soil analysis: physical and mineralogical properties, including
statistics of measurements and sampling. Madison: American Society of Agronomy, Washington, cap. 8, p. 128-
152, 1965.
[21] van GENUCHTEN, M. T. A closed-form equation for predicting the hydraulic conductivity of unsaturated
soils 1. Soil science society of America journal, v. 44, n. 5, p. 892-898, 1980.
8 ATIVIDADES
Para a realização desse trabalho não foi possível realizar os experimentos laboratoriais devido
à pandemia e por isso utilizou-se os resultados dos ensaios realizados por Melo et. al. (2018)
para o desenvolvimento da pesquisa.