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Publicação: 06/2008
Revisão: 05/2012

BMSP – Bolsa de Mercadorias de São Paulo

Pedro Carvalho de Mello1

Era uma São Paulo chuvosa naquele verão de 1986. Iniciando seu mandato de presidente da
Bolsa de Mercadorias de São Paulo (BMSP), Ney Castro Alves sabia que teria de liderar, no
Conselho de Administração, a tomada de grandes decisões estratégicas. A BMSP estava prestes
a completar 70 anos, mas, em vez de poder desfrutar uma merecida tranquilidade, precisava
enfrentar grandes desafios. O motivo principal eram duas importantes mudanças recentes no
Brasil – respectivamente, nos cenários de macroeconomia e de competitividade na indústria
financeira.

1 Caso desenvolvido pelo professor Pedro Carvalho de Mello, com a assistente aluna Isabel Paiva e Sousa Oliveira. O
autor agradece as contribuições dos professores Antonio Zoratto San Vicente e Danny Claro. O caso é somente para
fins de discussão em sala de aula: não se propõe julgar a eficácia ou a ineficácia gerencial, nem tampouco deve servir
como fonte de dados primários.

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19/02/1998.
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Reunido com o Conselho da BMSP, na presença do superintendente geral, Alves ponderou os


rumos a tomar. Primeiro, verificou que os potenciais operadores da Bolsa de Mercadorias e
Futuros (BM&F) dispunham de uma forte expertise e cultura financeira, e estavam bem mais
focalizados em assuntos financeiros do que os da BMSP. Por outro lado, a BMSP tinha grande
conhecimento técnico dos mercados de commodities − principalmente algodão − e dos
procedimentos de compensação e liquidação (incluindo entrega física) de contratos, bem
superior ao dos oriundos do mercado de ações. Afinal, já eram mais de seis décadas acumuladas
de uma curva de experiência para lidar com commodities e futuros.

Em seguida, colocou na mesa a questão principal: a BMSP precisaria encarar uma opção
estratégica vital para o seu destino. Como primeira alternativa, poderia continuar tocando os
seus mercados tradicionais, focados em commodities, e tentar conter as investidas da BM&F na
área agrícola e em outras commodities, deixando de lado qualquer pretensão de lançar contratos
financeiros. A segunda alternativa seria partir para um ataque frontal, mantendo seus contratos
de commodities, e passando a brigar também na arena dos contratos financeiros.

A decisão a tomar, portanto, girava em torno do número e da diversidade dos contratos que
deveriam ser lançados. Chegara a hora da verdade para a BMSP: ao lançar novos contratos, teria
que escolher entre enfatizar o mercado financeiro e manter o foco nos mercados de commodities.
Essencialmente, a questão era permanecer um virtual monopolista na indústria, dissuadindo a
BM&F de efetivamente concretizar sua entrada no mercado, ou acomodar a situação,
compartilhando a indústria com a BM&F.

Lançamento de contratos futuros e negócios das bolsas

As duas atividades mais nobres de um mercado futuro são a administração do risco e o


estabelecimento de preços nos meses ou anos vindouros. Isso é feito por meio da negociação de
contratos de futuros e de outros derivativos (principalmente opções).

O grande desafio de negócios para uma bolsa é obter sucesso no lançamento e na


manutenção de liquidez em negociações da bolsa para contratos de derivativos. Isto está
vinculado ao processo econômico do desenho e lançamento de um contrato futuro, e de sua
posterior consolidação como um efetivo instrumento financeiro, principalmente no que diz
respeito à criação de liquidez para os hedgers e especuladores operando no mercado.

Pode-se fazer uma analogia entre o lançamento de novos contratos em bolsas de futuros e o
lançamento de novos produtos por empresas fabris ou comerciais. Nos dois casos, existe a
necessidade de grandes investimentos, preparação prévia e conhecimento do mercado, e
enfrentamento de situações de risco e incerteza, principalmente quanto ao comportamento da
demanda por seus produtos.

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O papel das bolsas é criar ambientes de negociação e dar liquidez aos contratos. De modo
geral, as bolsas de futuros realizam quatro funções vitais para uma economia de mercado:
descoberta de preços, transferência de riscos, liquidez para os participantes e padronização de
contratos. As bolsas existem para propiciar condições favoráveis para hedgers, especuladores e
arbitradores realizarem seus negócios. Evidentemente, as bolsas buscam lucros, seja de maneira
explícita ou embutida nos negócios do setor de intermediação.

Lançar contratos futuros é mais uma “arte” do que uma “ciência”. Para lançar um contrato
futuro, com previsão de uma trajetória sólida de geração de liquidez nos anos seguintes, devem-
-se cumprir estas quatro etapas: observar os pré-requisitos; montar uma estratégia de
lançamento; conseguir a “alquimia da liquidez” (a mais difícil de todas); e administrar o “ciclo
de vida” do contrato. A Figura 1 exemplifica as quatro etapas:

1. observar os pré-requisitos de lançamento: os pré-requisitos, bastante associados com a


natureza econômica dos contratos futuros, dizem respeito às condições econômicas que
os justificam. Vê-se na experiência concreta das bolsas que diversas commodities e vários
instrumentos financeiros servem como base para contratos futuros2, enquanto outros não
servem3.

2. estratégias de lançamento de contratos futuros: os pré-requisitos ajudam a determinar


se vale ou não a pena lançar um novo contrato. Uma vez que se decide criar o contrato, o
desafio é conseguir interessados em negociá-lo com a frequência e o volume necessários
para que se alcance um mínimo de liquidez. O desenho do contrato deve ser
cuidadosamente redigido. Como contemplar adequadamente os hedgers e os
especuladores e como conseguir equilíbrio entre as partes é uma “arte” da elaboração do
contrato, pois depende muito do conhecimento do segmento produtivo e comercial da
commodity ou ativo financeiro. Lançar um contrato futuro que ganhe liquidez com
consistência é o maior desafio empresarial de qualquer bolsa.

3. a alquimia da liquidez: a terceira etapa é a fundamental. É a mais dinâmica e complexa,


e a de maior risco ou mesmo incerteza. É a etapa do “teste de mercado”, em que a bolsa
(a “empresa”) tem de desenvolver uma estratégia de vendas (“negociações do contrato”),
num verdadeiro “corpo a corpo” para atrair usuários (hedgers e especuladores) e
conseguir equilíbrio entre interesses conflitantes. Ao mesmo tempo, tem de estabelecer
parâmetros de risco e de alavancagem, “calibrar” o produto (isto é, especificar

2 Os contratos negociados no mercado futuro podem ser classificados em três grandes grupos: (1) agropecuários,
incluindo algodão, café, boi gordo, soja e derivados, milho, cacau, açúcar, suco de laranja, frango congelado etc.; (2)
minerais e energia, como ouro, prata, cobre, alumínio, petróleo, gás etc.; e (3) instrumentos financeiros, como moedas
estrangeiras, taxas de juros e índices de ações.
3 Considerando o conjunto de bolsas de derivativos, e listando-se os contratos oferecidos, existem quase duas centenas

deles nas bolsas mundiais.

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adequadamente o contrato), dar confiabilidade e credibilidade à compensação e


liquidação dos contratos e manter a solvência financeira do sistema. Em especial,
necessita-se fazer a “sintonia fina” para que o “dia a dia” da negociação do contrato de
futuro crie, efetivamente, equilíbrio entre as partes compradora e vendedora. A bolsa
tem de estar vigilante para que o mercado futuro se estruture e se organize com base em
cotações confiáveis. Desse modo, é comum que, na fase inicial de lançamento, o contrato
sofra diversos pequenos ajustes, e que a bolsa ajude nos dias iniciais, fomentando a
participação de compradores e vendedores.

4. administrar o ciclo de vida do contrato: nada disso adianta, no entanto, se o contrato


não tiver um papel econômico válido como instrumento significativo de hedge para
aquela commodity, e se o contrato não oferecer possibilidades concretas de lucratividade
que justifiquem a participação de especuladores. Existe, pois, um ciclo de vida útil do
contrato, que varia com o tipo de commodity ou ativo financeiro, e que depende também
das condições econômicas que justificam a negociação em bolsa.

Contexto estratégico

Para se examinar a decisão estratégica a ser tomada pela BMSP, cabe acrescentar diversas
informações relevantes sobre o cenário macroeconômico e competitivo vivido pela instituição na
época, a sua cultura de mercado, a sua atitude em face da inovação financeira e as suas
tentativas de desenvolver o mercado.

 Cenário macroeconômico: a década de 1980 foi uma das mais tumultuadas da recente
história econômica do país. O Brasil teve, antes, uma fase brilhante de crescimento
econômico no pós-guerra, até os anos de 1970. Em meados da década de 1980, com o
início da redemocratização brasileira, o novo governo, do ponto de vista
macroeconômico, não só herda antigos problemas como também cria novos, e passa a
enfrentar sérias dificuldades − nomeadamente, a taxa de inflação além dos níveis
politicamente sustentáveis e a perda de seu potencial histórico de crescimento
econômico. Com o governo sem recursos, o país com poupança negativa e o mercado
externo em recessão, eram poucas as possibilidades de crescimento da economia
brasileira. Quando o novo governo civil assumiu em 1985, definiu como prioridade não o
crescimento, que parecia inviável, mas o combate à inflação e a gestão do endividamento
externo. A inflação brasileira era um mal crônico com o qual a sociedade convivia através
de um mecanismo de indexação – reajuste de preços e salários de acordo com a inflação
passada. Estava claro também que, sem se livrar da indexação, não havia como reduzir a
inflação. Foram se sucedendo, então, vários planos econômicos que visavam controlar a
inflação. As falhas desses planos foram não enfrentar a crise fiscal e não conseguir
desindexar a economia sem violentar a lógica de mercado através de congelamentos e

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tabelamentos. O problema do endividamento externo agravou-se ao longo da década,


culminando com a moratória de 1987. Em suma, e isso aconteceu num crescendo, o país
do “milagre econômico” das décadas de 1960 e 70 transformou-se num país em que os
temas de caráter financeiro e de curto prazo tomaram a primazia sobre os assuntos de
crescimento econômico de longo prazo. Esse volátil ambiente macroeconômico tornou-se
um terreno fértil para o aparecimento de instrumentos de hedging e especulação de
preços de ativos financeiros.

 Cenário competitivo na indústria: no começo dos anos 1970, no contexto da volatilidade


de câmbio causada pelo fim da era de Bretton Woods, a Chicago Mercantile Exchange
(CME) lançou contratos futuros de câmbio, e obteve um estrondoso sucesso. Daí se
seguiram outros contratos financeiros – títulos do Tesouro, Obrigações do Tesouro etc. A
outra bolsa gigante, a Chicago Board of Trade (CBOT), também lançou contratos
financeiros com muito êxito. Em poucos anos, inovações de sucesso nessa área se
sucederam nas bolsas, e os contratos futuros financeiros se tornaram mais importantes
do que os contratos futuros de commodities. Em 1960, no conjunto das bolsas
estadunidenses, foi negociado um total de 3,9 milhões de contratos. Em 1970, esse total
havia subido para 13,6 milhões. Nesses dois anos, os contratos eram quase todos
agrícolas. Em 1973, e já incluindo alguns recém-lançados contratos financeiros, o total
sobe para 25,8 milhões. Em 1975, sobe para 58,5 milhões; chega a 112,4 milhões em 1982 e
explode a 228,9 milhões em 1987. Esse crescimento nos contratos negociados entre 1973 e
1987 deve-se sobremaneira aos contratos financeiros, como pode ser visto na Tabela 1.
Note-se que não se deve concluir que os contratos de commodities, nas bolsas americanas,
estivessem em queda nas negociações. Pelo contrário, estavam crescendo. De 68,2
milhões em 1982, o número de contratos negociados cresceu para 85 milhões em 1987
(com grande ajuda do significativo crescimento das commodities minerais). O aspecto a
destacar é que os contratos financeiros é que estavam em acelerado crescimento, e
aumentando significativamente a sua participação relativa nos contratos negociados.
Esses contratos passam de 42,8 milhões em 1983 (39,6% do total) para 140,8 milhões em
1987 (62,4 % do total)4.

 Competição entre bolsas de valores e de derivativos: durante décadas, no Brasil,


praticamente não houve um relacionamento entre bolsas de mercadorias e bolsas de
ações no que tange às negociações em pregão de contratos futuros. Existia um
relacionamento no que diz respeito à liquidação financeira das operações, pois várias
corretoras da Bovespa atuavam como agentes de liquidação dos contratos futuros da
BMSP. Alguns corretores da Bovespa tinham corretoras de mercadorias na BMSP, mas,
em geral, consideravam-nas áreas de negócios separadas e tocadas por diferentes setores
da corretora. Eram verdadeiros mundos de negócios apartados. Em meados dos anos

4 Leuthold, Junkus e Cordier, 1988, p.15-17

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1980, no entanto, começa a haver maior interação, inclusive em função da extensão dos
negócios da BMSP para os contratos financeiros.

 Inovações financeiras: Robert E. Whaley, escrevendo em 2003, assinala que a área de


derivativos foi a área mais fascinante do campo de economia das finanças nos últimos 30
anos. Segundo esse autor, “com virtualmente nenhum contrato lançado sobre ativos
financeiros no começo dos anos 70, a indústria cresceu para um nível que excede US$ 100
trilhões”5. Whaley descreve, em seu artigo, as mais importantes inovações financeiras nas
décadas de 1970 e 80. Com base no mesmo, elaborou-se o Quadro 1, onde são mostradas
essas inovações.

 Culturas financeiras: As bolsas de futuros, até o começo da negociação de ativos


financeiros, eram muito conservadoras. Existem diversos contratos agrícolas ativos com
mais de 100 anos de negociação na mesma bolsa, e a mudança para commodities não
agrícolas foi muito lenta em termos históricos.6 Isso sugere mudanças graduais. A
inovação ocorreu, basicamente, nos contratos de derivativos financeiros. Esses contratos
se modificam e se adaptam com muita velocidade, mudam bastante, e novos contratos
são lançados com frequência. Além disso, a difusão da inovação é rápida e ampla em
termos geográficos. Isso levanta duas questões: primeiro, sobre a existência de uma
“cultura financeira” diferente entre bolsas de origem agrícola e aquelas de origem no
mercado de capitais; segundo, sobre os fundamentos econômicos da inovação financeira.
Com relação à primeira indagação, na opinião do superintendente geral da BMSP nos
anos de 1985 a 1987, o principal responsável pelas “diferenças culturais” era a própria
natureza econômica dos mercados de ações e de derivativos7. No mercado de ações, o
corretor pode concentrar sua atenção na efetiva compra e venda, sem se preocupar muito
com as motivações dos compradores e vendedores. Compradores e vendedores já
chegavam ao mercado decididos a negociar as ações. O papel da corretora, portanto, era
o de concretizar uma transação em que as partes já se dirigiam para a bolsa. Já no caso de
commodities, existiria uma grande necessidade de motivar, buscar equilíbrio e atrair
interessados para compras e vendas. O grande desafio não era a negociação em si, mas
sim fazer com que partes interessadas se dispusessem a participar do pregão da bolsa de
commodities. Isso causaria as diferenças culturais. Com relação aos fundamentos
econômicos da inovação financeira, o professor Peter Tufano, da Harvard Business
School, argumenta que a inovação financeira é um processo contínuo, em que os agentes
privados experimentam e tentam diferenciar seus produtos e serviços, respondendo a
mudanças repentinas ou graduais do ambiente econômico8. Tufano assinala que as

5 Whaley, 2003, p.1132.


6 Apenas na década de 1950 foram criadas as primeiras bolsas negociando commodities minerais (Comex e Nymex).
7 Entrevista feita pelo autor com Joaquim Antonio de Almeida Prado em junho de 2007.

8 Tufano, 2003, pp. 307-335.

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inovações se dão, em geral, em produtos ou processos, e que existem diversas


“imperfeições” de mercado, representadas por impostos, regulação, assimetria de
informações, custos de transação e risco moral, as quais estimulam a inovação financeira.
Num ambiente dinâmico, tumultuado e volátil – como foi a década de 1980 no Brasil –,
haveria grandes estímulos para a inovação, e a entrada da “cultura financeira” no
mercado de derivativos seguramente aumentou a velocidade e difusão dessas inovações.

Protagonistas

Existia uma grande diferença de postura estratégia entre as bolsas, em virtude de suas
origens. Na época, a Bovespa – da qual surgiu a BM&F − era um clube fechado comandado por
corretoras de valores independentes, com um forte esprit de corps. A própria natureza do
mercado de ações ajudaria a viabilizar esse arranjo. No caso da BMSP, no entanto, a natureza da
inserção da bolsa nas cadeias produtivas a transformava numa grande caixa de ressonância.
Tinha de dedicar muitos esforços para ouvir os potenciais participantes do mercado, buscar
situações de equilíbrio entre os mesmos na negociação e desenvolver um complexo aparato de
autorregulação. Em outras palavras, a BM&F vinha de uma tradição de “clubes fechados”
(tradição Bovespa), enquanto a BMSP era um “clube aberto”.

Havia também uma intensa vinculação entre corretores e bolsas, mas não uma total
identidade de interesses. Os corretores da BMSP eram muito ligados ao setor produtivo,
principalmente à cadeia de produção do agronegócio do algodão. Os negócios em bolsa eram
parte importante, mas não representavam a totalidade de seus interesses. Os corretores da
BM&F já eram mais ligados ao setor financeiro.

Já para os dirigentes, o “negócio” da bolsa era vital. Toda a estrutura montada para operar
contratos futuros poderia ficar ociosa caso não houvesse a criação de novos negócios com
derivativos. Os principais “executivos” ou dirigentes das bolsas brasileiras eram geralmente
profissionais contratados para essa tarefa9. Note-se que os executivos de bolsas, quando essas
são constituídas como “clubes de corretores”, têm grande poder. Os corretores competem entre
si por negócios, e se enfraquecem enquanto grupo. Isso cria espaço para os dirigentes − caso
tenham tino político, além de qualidades administrativas − assumirem posições de liderança e
poder na instituição. Para os dirigentes da bolsa (e, indiretamente, para seu corpo profissional),
o objetivo maior é aumentar o número de negócios realizados em seu pregão, ampliar o
prestígio da instituição e obter receita para a bolsa. O Quadro 2 apresenta o histórico de
lançamento dos contratos negociados na BMSP. A Tabela 2 apresenta o volume de contratos
negociados na BMSP entre 1980 e 1986. A Tabela 3 apresenta os demonstrativos financeiros da
BMSP, de 1979 a 1986. A Tabela 4 mostra as despesas e receitas da BMSP, em percentuais, no
período de 1979 a 1986.

9 Embora muitos deles se originassem do quadro de corretores, ou de famílias a eles ligadas.

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Opções estratégicas da BMSP

Em começos de 1986, portanto, a BMSP enfrentava grandes mudanças nos parâmetros que
antigamente balizavam seu quadro de negócios. Dentre esses, uma maior volatilidade
macroeconômica, a experiência vitoriosa de suas bolsas congêneres em Chicago e outras praças
econômicas para migrar para ativos financeiros, a crescente ampliação de negócios das
corretoras de ações para mercados monetários e financeiros. Percebiam também uma grande
ameaça: a criação pelas corretoras de ações de São Paulo de uma bolsa de mercadorias e futuros.

O que fazer agora? Manter-se “agrícola” ou tornar-se também “financeira”? Focar a estratégia
de atuação em contratos agrícolas ou expandir para derivativos de ativos financeiros? Operar
num mercado de monopólio ou duopólio? Lutar pela hegemonia do mercado ou acomodar a
entrada da BM&F? Como reagiriam os dirigentes diante da rivalidade entre as duas bolsas?

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Anexos

Figura 1: Etapas do lançamento e obtenção de liquidez de um novo contrato de futuro

Barreiras que
impedem ou
Superação
dificultam a
ou
criação de uma
adaptação
nova “Bolsa de
Futuros”

Desenho Pré-requisitos para Estudo


do lançamento de um de
contrato contrato futuro viabilidade

Tentativa e erro
Contrato Organização
(monitorar razões e da Bolsa e
do sucesso ou lançamento do Pregão
fracasso)

Hedgers
Etapa de "Química
maior da Mercados
risco liquidez”
Especuladores

Prolongar

Gestão Ciclo de
e vida do Adaptar
estratégia contrato

Encerrar

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Tabela 1: Número total de contratos negociados, séries anuais, derivativos (commodities e


financeiros), principais bolsas estadunidenses, 1982 a 1987 (em milhões de contratos)

BOLSAS 1987 1986 1985 1984 1983 1982


Chicago Board of Trade
Commodities 25,3 21,3 24,1 33,7 40,6 28,1
Financeiros 76,3 59,6 46,2 34,1 22,1 19,7
Chicago Mercantile Exchange
Commodities 9,3 8,6 8,7 8,8 10,7 11,9
Financeiros 62,0 51,2 43,4 34,3 27,4 21,7
Kansas City Board of Trade
Commodities 1,0 0,7 0,7 1,0 0,9 1,0
Financeiros 0,5 1,0 1,2 0,9 0,7 1,0
Minneapolis Grain Exchange
Commodities 0,3 0,3 0,3 0,3 0,4 0,3
Financeiros - - - - - -
MidAmerica Comm. Exchange
Commodities 1,2 1,7 1,9 2,6 2,9 2,0
Financeiros 1,2 0,7 0,5 0,5 0,3 0,4
Coffee, Sugar and Cocoa
Commodities 5,8 5,5 4,6 4,2 4,9 3,3
Financeiros - - - - - -
Comex (Commodity Exch.)
Commodities 17,9 14,2 15,1 18,4 20,0 17,5
Financeiros - - - - - -
NY Cotton and Citrus
Commodities 1,7 1,2 0,8 1,4 1,7 1,5
Financeiros 0,8 0,2 0,1 - - -
NY Mercantile Exchange
Commodities 22,5 14,6 7,8 5,3 3,9 2,6
Financeiros - - - - - -
Total das bolsas 228,9 184,4 158,7 149,4 139,9 112,4
Commodities 85,0 68,1 64,0 75,7 86,0 68,2
Financeiros 140,8 112,7 91,4 69,8 50,5 42,8

Obs.: Dados sujeitos a erros de arredondamento. As commodities incluem trigo, milho, aveia, soja (grãos, óleo e torta),
porcos, pork bellies, boi gordo, feeder cattle, madeira, café, açúcar, cacau, algodão, suco de laranja, batatas, prata, ouro,
cobre, paládio, platina, petróleo, heating oil, gasolina (leaded e unleaded). Os financeiros incluem GNMA Mortgages, T-
Notes, T-Bonds, Major Market Index, MMI Maxi, Municipal Bonds, British Pound, Canadian Dollar, Deutsche Mark, Japanese
Yen, Swiss Franc, Financial Gold, T-Bills, Domestic CD, Eurodollar, S&P 500 Index, S&P 100 Index, Value Line Index, Dollar
Index, 5-Year T-Note, NYSE Comp Index, CRB Index.

Fonte: Dados da Futures Industry Association, compilados por Leuthold, Junkus e Cordier (1989), e organizados pelo
autor do estudo de caso.

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Quadro 1: Inovações financeiras (data, bolsa e descrição do lançamento de contratos)

ANO MÊS BOLSA CONTRATO DESCRIÇÃO DO CONTRATO


Contrato futuro de moedas
Primeiro contrato futuro num instrumento
1972 fev. CME estrangeiras (taxa de
financeiro
câmbio)
CBOT, que
1973 abr. Call options em ações Ações de 16 ações common stocks da NYSE
organiza a CBOE
Contrato futuro de taxa de Primeiro contrato do gênero, com base nas
1975 CBOT
juros hipotecas da GNMA
1975 ME Stock options As opções começam a ser listadas no Canadá
1975 jan. AMEX Call options em ações
1975 jun. PHLX Call options em ações
Lançamento de contratos de derivativos
1976 AOA Stock options
financeiros na Austrália
1976 jan. CME T-Bills contratos futuros Contratos em títulos do Tesouro de curto prazo
Segunda bolsa do Canadá a negociar derivativos
1976 mar. TSE Stock options
financeiros
1976 abr. PSE Stock options
1976 dez. MSE Call options em ações
CBOE, AMEX,
Put options on common Pela primeira vez, passa-se a negociar opções de
1977 jun. MSE, PHLX e
stocks venda, e simultaneamente em diversas bolsas
PSE
Contratos em títulos do Tesouro de médio e longo
1977 ago. CBOT T-Bonds future contracts
prazos
Contratos em opções de ações lançados na
1978 LTOM Stock options
Inglaterra
1978 nov. EOE Stock options Começa o mercado na Holanda
1978 nov. NYMEX Heating oil contract Primeiro contrato futuro na área de energia
Futuros em petróleo e Criada a primeira bolsa de derivativos na área de
1980 IPE
derivados petróleo e energia
Over-the-counter Treasury Começam os mercados de balcão em derivativos
1980 OTC
bond option financeiros
Contratos futuros em Criada a primeira bolsa especializada em
1980 set. TFE
ativos financeiros derivativos financeiros no Canadá
Começam a ser negociadas swaps de taxas de juros
1981 OTC Interest rate swaps
no mercado de balcão
Primeiro contrato a ser negociado com cash
1981 dez. CME Eurodollar futures
settlement (liquidação financeira, sem entrega)
Futuros em instrumentos Primeira bolsa especializada no gênero criada na
1982 LIFFE
financeiros Inglaterra
Iniciada a negociação de futuros em índices de
1982 fev. KCBT Futures on stock index ações (no caso, o Value Line Stock Index), e por uma
bolsa de “cultura agrícola”
A inovação financeira se espalha com grande
1982 abr. CME S&P 500 Index Futures
velocidade
Listed options, em 1 − T-Bonds, Notes e Bills (CBOE e AMEX);
1982 out. Diversas bolsas
instrumentos que não 2 – T-Bonds Futures (CBOT)

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common stocks 3 – Sugar Futures (CSCE)


4 – Gold Futures (COMEX)
1982 dez. PHLX Options on currencies
Options on stock index Aumenta a concorrência entre as bolsas em torno
1983 jan. CME e NYFE
futures de um mesmo produto
All Ordinaries Share Price Austrália passa a negociar futuros de índices de
1983 fev. SFE
Index ações
1983 mar. CBOE Options on stock indexes
Criada em Singapura a primeira bolsa asiática de
1984 SIMEX Futuros financeiros
derivativos financeiros
Futures on the FT-SE 100 Inglaterra passa a negociar futuros de índices de
1984 maio LIFFE
Index ações
1985 jun. NASDAQ Opções em Nasdaq stocks
As bolsas de ações entram no mercado de
1985 jun. NYSE Stock options
derivativos
Futures on the Hang Seng Bolsa de Hong Kong passa a negociar futuros de
1986 maio HKFE
Index índices de ações
Futures on Nikkei 225 Stock Bolsa de Singapura passa a negociar índices de
1986 set. SIMEX
Average ações do Japão
Pela primeira vez, mercado de balcão passa a
1991 OTC Financial Derivatives
negociar mais do que as bolsas organizadas

Notas: CME (Chicago Mercantile Exchange); CBOT (Chicago Board of Trade); CBOE (Chicago Board Options
Exchange); NYSE (New York Stock Exchange); GNMA (Government National Mortgage Association); ME (Montreal
Exchange); AMEX (American Stock Exchange); PHLX (Philadelphia Stock Exchange; AOA (Australian Options
Market); TSE (Toronto Stock Exchange); PSE (Pacific Stock Exchange); MSE (Midwest Stock Exchange); LTOM
(London Traded Options Market); EOE (European Options Exchange); NYMEX (New York Mercantile Exchange); IPE
(International Petroleum Exchange); OTC (over the counter market); TFE (Toronto Futures Exchange); LIFFE (London
International Financial Futures Exchange); KCBT (Kansas City Board of Trade); CSCE (Coffee, Sugar and Cocoa
Exchange); COMEX (Commodity Exchange); NYFE (New York Futures Exchange); SIMEX (Singapore International
Monetary Exchange); HKFE (Hong Kong Futures Exchange); NASDAQ (National Association of Securities Dealer-
bolsa eletrônica).

Fonte: Adaptado de Robert E.Whaley, “Derivatives” (2003)

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Quadro 2 – Histórico de lançamento dos contratos negociados na BMSP

Data de lançamento Tipo de contrato

Contrato Nacional de Café


04 de abril de 1978 Contrato Nacional de Soja em Grão
Contrato Nacional de Milho
22 de setembro de 1980 Contrato de Boi Gordo
Contrato de Óleo de Soja
12 de maio de 1981
Contrato de Farelo de Soja
30 de julho de 1981 Contrato de Ouro – 1000 gramas
20 de dezembro de 1982 Contrato de Ouro – 250 gramas
27 de julho de 1983 Contrato de Ouro – 250 gramas Entrega Efetiva
13 de outubro de 1984 Contrato de Café Entrega Efetiva
Contratos em Dólar, Marco e Iene, denominados pelo mercado como
15 de maio de 1986
Câmbio Cruzado
04 de julho de 1986 Contrato Futuro de Taxas de Juros, referenciado aos CDBs
24 de julho de 1986 Contrato Futuro de Garrotes
Contrato Futuro Café Robusta/Conilon
15 de agosto de 1986 Contrato de Libra Esterlina, complementando o mercado de Câmbio
Cruzado
Contrato Café – Opções
07 de novembro de 1986 Contrato Ouro – Opções sobre o Futuro, seguindo-se o de Opções sobre o
Disponível
21 de novembro de 1986 Contrato Nacional do Cacau
27 de fevereiro de 1987 Contrato Futuro de Frango Congelado
Contrato Nacional "Índice de Ações FGV–100"
11 de março de 1987 Mercado Futuro Ajustado, para Algodão, Cacau, Café, Boi Gordo, Ouro e
Soja

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Tabela 2: Volume de contratos negociados na BMSP, 1980-1986

Volume de contratos

Produtos 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986


Algodão 9.566 873 81 44 145 551 118
Boi Gordo 4.705 46.592 164.455 125.509 127.134 230.142 162.524
Café 103.572 74.864 63.216 25.522 63.898 144.610 161.322
Soja 10.291 24.015 48.271 49.960 18.812 1.214 744
Milho 126 155
Ouro 1000g 4.227 18.520 1.645
Ouro 250g 55 107.307 336.598 313.822
Farelo e Óleo 436 563
Garrotes 1.087
Conillon 408
Cacau 3.227
Ouro 244.731
Dólar 13.136
Marco 1.785
Iene 624
Libra 200
CDB 5.540
TOTAL 128.260 151.162 295.161 309.987 546.587 690.339 595.446

Fonte: Bolsa de Mercadorias de São Paulo

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Tabela 3 – Demonstração de Receita e Despesa, BMSP, 1979 a 1986

Demonstração de Receita e Despesa em 31 de dezembro de 1979


Despesas Receitas
Cr$ Cr$ Cr$ Cr$
Serviços Oficiais do Serviços Oficiais do
Algodão 25.969.894 Algodão 25.912.581
Despesas Administrativas 3.698.940 Rendas Patrimoniais 10.346.715
Depreciações 1.881.646 Rendas Diversas 3.310.660
Serviços de Informações 992.855 Rendas Associativas 2.002.718
Departamento de Serviços de Outros
Estatística 496.623 Estados 134.336
Despesas Financeiras 5.628 Serviços de Termos 335.315
Departamento do Café 818.055 Serviços de Informações 51.066
Correção Monetária do
Balanço 9.263.758 Serviços do Café 2.959.975
43.127.399 Serviços de Soja 7.300
45.060.666
Resultado do Exercício
Econômico
– Transferido para o
Fundo Reserva 1.933.267

45.060.666 45.060.666

Demonstração de Despesas e Receitas em 31 de dezembro de 1980


Despesas Receitas
Cr$ Cr$ Cr$ Cr$
Serviços Oficiais do Serviços Oficiais do
Algodão 55.231.931 Algodão 63.655.257
Despesas Administrativas 8.016.835 Rendas Patrimoniais 21.667.268
Depreciações 3.288.385 Rendas Diversas 6.256.731
Serviços de Informações 2.236.223 Rendas Associativas 9.893.751
Departamento de Serviços de Outros
Estatística 1.109.777 Estados 834.820
Despesas Financeiras 8.684 Serviços de Termo 3.688.307
Departamento do Café 3.892.359 Serviços de Informações 113.245
Correção Monetária do
Balanço 16.411.015 Serviços do Café 4.187.991
90.195.209 Serviços de Soja 13.350
110.310.720
Resultado do Exercício
Econômico
Transferido para o Fundo
Reserva 20.115.511

TOTAL 110.310.720 TOTAL 110.310.720

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Demonstração de Receita e Despesa em 31 de dezembro de 1981


Despesas Receitas
Serviços Oficiais do Serviços Oficiais do
Algodão 120.871.366 Algodão 103.109.624
Despesas Administrativas 16.723.148 Rendas Patrimoniais 71.508.251
Depreciações 6.110.504 Rendas Diversas 11.279.285
Serviços de Informações 5.679.678 Rendas Associativas 35.537.169
Departamento de Serviços de Outros
Estatística 2.548.645 Estados 868.136
Despesas Financeiras 32.483 Serviços de Termo 6.194.442
Departamento do Café 7.012.425 Serviços de Informações 336.680
Correção Monetária do
Balanço 68.221.325 Serviços do Café 7.422.781
Serviços do Boi Gordo 654.454 Serviços de Soja 58.100
Serviços do Ouro 161.500 Serviços do Boi Gordo 441.001
228.015.528 Serviços do Ouro 601.250
Serviços do Milho 2.750
Resultado do Exercício
Econômico 237.359.469
9.343.941

TOTAL 237.359.469 TOTAL 237.359.469

Demonstração de Receita e Despesa em 31 de dezembro de 1982


Despesas Receitas
Serviços Oficiais do Serviços Oficiais do
Algodão 256.239.226 Algodão 319.090.369
Despesas Administrativas 42.457.217 Rendas Patrimoniais 203.769.443
Depreciações 11.250.661 Rendas Diversas 116.000.454
Serviços de Informações 14.604.247 Rendas Associativas 19.448.648
Departamento de Serviços de Outros
Estatística 5.954.782 Estados 35.978.369
Despesas Financeiras 7.201 Serviços de Termo 23.145.429
Departamento do Café 17.742.610 Serviços de Informações 1.265.183
Correção Monetária do
Balanço 150.483.505 Serviços do Café 2.515.182
Serviços do Boi Gordo 1.272.102 Serviços de Soja 1.697.422
Previsões Trabalhistas 167.750.742 Serviços do Boi Gordo 5.984.041
667.762.293 Serviços do Ouro 454.477
729.349.017
Resultado do Exercício
Econômico
Transferido para o Fundo
Reserva 61.586.724

TOTAL 729.349.017 TOTAL 729.349.017

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Demonstração de Receita e Despesa em 31 de dezembro de 1983


Despesas Receitas
Serviços do Mercado a Serviços do Mercado a
Termo 104.432.287 Termo 95.616.650
Serviços do Algodão e Serviços do Algodão e
Derivados 246.906.378 Derivados 564.573.174
Serviços do Café 64.115.182 Serviços do Café 296.620.553
Serviços do Boi Gordo 649.604 Serviços da Soja 9.515.861
Serviços do Ouro 1.068.059 Serviços do Boi Gordo 9.073.269
Despesas Administrativas 373.089.339 Serviços do Ouro 42.911.443
Despesas Financeiras 149.543 Rendas Associativas 81.169.501
Depreciações 26.701.492 Rendas Patrimoniais 21.266.974
Correção Monetária do
Balanço 614.559.546 Rendas Financeiras 1.060.581.302
1.431.671.430 2.181.328.727

Resultado do Exercício
Econômico 749.657.297

TOTAL 2.181.328.727 TOTAL 2.181.328.727

Demonstração de Receita e Despesa em 31 de dezembro de 1984


Despesas Receitas
Serviços do Mercado a Serviços do Mercado a
Termo 400.845.640 Termo 378.654.105
Serviços do Algodão e Serviços do Algodão e
Derivados 738.898.011 Derivados 1.229.040.863
Serviços do Café 233.726.879 Serviços do Café 327.169.719
Serviços do Soja 262.927 Serviços da Soja 21.043.476
Serviços do Boi Gordo 8.470.067 Serviços do Boi Gordo 62.412.073
Serviços do Ouro 712.666 Serviços do Ouro 277.328.848
Despesas Administrativas 1.140.703.286 Rendas Associativas 231.272.523
Despesas Financeiras 2.039.904 Rendas Patrimoniais 52.498.595
Depreciações 87.972.339 Rendas Financeiras 5.454.208.907
Correção Monetária do
Balanço 4.066.142.605 8.033.629.109
6.679.774.324

Resultado do Exercício
Econômico 1.353.854.785

TOTAL 8.033.629.109 TOTAL 8.033.629.109

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Demonstração de Receita e Despesa em 31 de dezembro de 1985


Despesas Receitas
Serviços do Mercado a Serviços do Mercado a
Termo 1.681.448.208 Termo 1.817.956.572
Serviços do Algodão e Serviços do Algodão e
Derivados 2.664.384.167 Derivados 8.039.971.412
Serviços do Café 768.124.200 Serviços do Café 1.719.248.413
Serviços do Soja 1.825.255 Serviços da Soja 21.179.754
Serviços do Boi Gordo 46.737.867 Serviços do Boi Gordo 78.942.717
Serviços do Ouro 13.414.000 Serviços do Ouro 442.386.727
Despesas Administrativas 7.397.938.841 Rendas Associativas 687.903.376
Despesas Financeiras 59.823.201 Rendas Patrimoniais 99.690.417
Depreciações 298.838.345 Rendas Financeiras 20.641.962.409
Correção Monetária do
Balanço 16.036.929.992 Variações Monetárias 209.085.783
Equivalência Patrimonial 779.084.992 33.758.327.580
29.748.549.068
Resultado do Exercício
Econômico 4.009.778.512

TOTAL 33.758.327.580 TOTAL 33.758.327.580

Demonstração de Receita e Despesa em 31 de dezembro de 1986


Despesas Receitas
Cz$ Cz$ Cz$ Cz$
Conselho de Administração 4.143.245 Receitas Operacionais
Superintendência Geral 6.433.216 Receita de Mercado 11.863.097
Diretoria de ADM e
Finanças 6.616.504 Receita de Produtos 16.673.503
Diretoria de
Desenvolvimento 15.602.521 Rendas Associativas 1.885.534
Diretoria de Operações 4.854.071 Rendas Patrimoniais 125.012
Despesas Financeiras 36.624 Rendas Financeiras 3.223.768
Depreciações 1.220.701 Equivalência Patrimonial 1.549.930
Correção Monetária do
Balanço 6.324.235 Variações Monetárias 70.239
45.231.115 35.391.083
Receitas Não
Operacionais
Equivalência Patrimonial 3.420.045

Déficit do Exercício 6.419.988


45.231.115

TOTAL 45.231.115 TOTAL 45.231.115


Fonte: BMSP

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Tabela 4: Despesas e Receitas da BMSP, 1979-1986, em percentuais

Porcentagens 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986


Despesa
Serviços do Algodão e
Derivados 57,6% 50,1% 50,9% 35,1% 11,3% 9,2% 7,9% 0%
Serviços de Outras
Commodities 1,8% 3,5% 3,3% 2,6% 3,0% 3,0% 2,5% 0%
Despesas
Administrativas 8,2% 7,3% 7,0% 5,8% 17,1% 14,2% 21,9% 83%
Outras Despesas 28,1% 20,9% 34,8% 48,0% 34,2% 56,7% 55,9% 17%
Resultado do Exercício
Econômico (Lucro) 4,3% 18,2% 3,9% 8,4% 34,4% 16,9% 11,9% 100%
TOTAL DESPESA 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%

Receita
Serviços do Algodão e
Derivados 57,5% 57,7% 43,4% 43,8% 25,9% 15,3% 23,8% 63%
Serviços de Outras
Commodities 6,6% 3,8% 3,6% 1,5% 16,4% 8,6% 6,7% 12%
Rendas 34,8% 34,3% 49,9% 46,5% 53,3% 71,4% 63,5% 11%
Outras Receitas 1,2% 4,2% 3,1% 8,3% 4,4% 4,7% 6,0% 14%
TOTAL RECEITA 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%

Fonte: BMSP

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