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SAUDAÇÕES

Boa tarde, Membro do Júri e a todos os presentes, sou Marlene


Filipe, estudante do curso de contabilidade e finanças estamos
aqui para apresentar o nosso trabalho de fim do curso, que tem
como tema, A EVOLUÇÃO DOS NEGÓCIOS DA BOLSA DE
DÍVIDA E VALORES DE ANGOLA: UM ESTUDO
EXPLORATÓRIO.
CONSTITUIÇÃO DO TRABALHO

No que se refere a constituição do nosso trabalho, temos: No


primeiro capítulo, reserva-se para a fundamentação teórica,
apresentamos de forma sucinta os conceitos e formulações
teóricas sobre o tema. No segundo, apresentamos a metodologia,
a apresentação e análise dos dados primários.
INTRODUÇÃO

De forma introdutória, apraz-nos dizer que o actual contexto


macroeconómico adverso, representa também uma oportunidade
soberana para o lançamento de bases efectivas para a dinamização e
recuperação da nossa economia. A actividade da Bolsa de Dívida e
Valores de Angola (doravante designado por BODIVA) tem vindo a
desenvolver-se neste enquadramento desafiante.

falar da bolsa de valores é referir a actualidade, a globalização,


principalmente económica e política. As tendências das economias
mundiais mais estáveis, têm como base principal o casamento da
tecnologia e a ciência. São economias gigantes e com um sistema
financeiro complexo, porém funcional, organizado e controlado, isto na
ótica de Neto, et al., (2022, p. 3).
JUSTIFICATIVA

A BODIVA projeta a imagem modernizada, transparente, fiável, o que vai


permitir a atracão de mais e melhor investimento para o país e aumentará a
credibilidade de toda actividade nacional, e para o resto do mundo. A Bolsa de
Valores é indispensável para as organizações, pois permite que elas ampliem
seus horizontes de crescimento, sem que precisem apelar para empréstimos ou
financiamentos externos. Ao vender parte de seu capital social, a empresa
financia os investimentos e, ao mesmo tempo, recebe a confiança dos
investidores/acionistas.

Em termos de justificativa, escolhemos esta organização porque entendemos a


BODIVA como um veículo contrário à habitual forma de financiamento à
economia, cujo ambiente, propicia a atração de investimentos nacionais e
internacionais, o que vai gerar empregos, renda e desenvolvimento.

Desta feita, eis que surge a seguinte questão de partida: Qual a evolução da
BODIVA no mercado financeiro angolano no período 2020 à 2022?
OBJECTIVOS

O objectivo geral do nosso trabalho é analisar a evolução da


BODIVA no mercado financeiro angolano entre 2020-2022.

Dentre os específicos destacamos:

1. Identificar o volume de transações efectuados na


BODIVA;
2. Apontar os principais intervenientes/agentes nos
negócios da BODIVA;
3. Descrever os produtos/instrumentos financeiros
mais negociados na BODIVA;
REVISÃO DA LITERATURA
1. CONCEITO DE MERCADOS FINANCEIROS

Para Abreu et al. (2012, p.8), “mercado financeiro, são


mercados nos quais uma entidade que se encontra
numa situação excedentária disponibiliza fundos a uma
entidade que se encontra numa situação deficitária”.
O mercado financeiro pode ser subdividido, de forma
genérica, em dois segmentos, o primeiro que respeita
às operações de emissão dos títulos, isto é, às
transacções que são efectuadas entre as entidades
emitentes e os primeiros compradores dos títulos, e o
mercado secundário, corresponde às transacções de
títulos efectuadas após a sua emissão, entre diferentes
investidores (Pires, 2011, p. 36).
2. CONSTITUIÇÃO DO SISTEMA FINANCEIRO

A constituição do sistema financeiro, de forma genérica é constituído


por dois seguimentos, Mercado Monetário e de capitais.

No mercado monetário encontramos o primário e o secundário. Ao


contrário deste no seguimento de Mercado de Capitais, tem dois
seguimentos o primário e secundário, no mercado primário,
encontramos na base o Mercado de Bolsa (Que no fundo o cerne da
questão do nosso estudo), no mercado secundário encontramos o
mercado de balcão, entendamos esse seguimento como o mercado
tradicional, a Banca.

3. ENTIDADES SUPERVISORAS DO SISTEMA


FINANCEIRO ANGOLANO
Todo e qualquer sistema financeiro existem órgãos supervisores
e/ou reguladores, no nosso em particular, tem: o BNA, CMC e a
ARSEG.

MERCADO PRIMÁRIO

No mercado primário, a colocação de títulos no


mercado, isto é a sua subscrição pelos primeiros
investidores, faz-se, com frequência, através dos
bancos que, com as suas redes de balcões, são quem
apresenta as melhores condições para captar
compradores para os títulos.
Frequentemente intervêm, numa emissão de títulos,
diversas instituições financeiras, constituindo o que se
designa por sindicato de colocação. Para além da sua
intervenção na colocação dos títulos no mercado, as
instituições financeiras exercem um papel de
aconselhamento da entidade emitente, para que as
características dos títulos a emitir assegurem à sua
procura (Leão, Leão, & Lagoa, 2011).
MERCADO SECUNDÁRIO

Da Fonseca (2010), afirma que, o mercado secundário


é composto pelo mercado em bolsa e pelo mercado
fora de bolsa. O primeiro corresponde às transacções
efectuadas nas bolsas de valores, enquanto o segundo
corresponde às transacções efectuadas junto das
instituições financeiras, ou entre instituições financeiras
(p.37).
Nas bolsas de valores os compradores e vendedores
dos títulos podem ser agentes económicos de qualquer
tipo. As ordens de compra e de venda só podem, no
entanto, ser executadas por intermediários financeiros
especializados.
MERCADO DE CAPITAIS

Os mercados de capitais organizados são aquilo que


vulgarmente designamos por bolsa de valores. Num mercado
organizado as transacções são efectuadas através de leilões
centralizados (Pires, 2011, p. 11).
Os mercados podem estar organizados de várias formas. Num
mercado com negociação contínua as transacções podem ocorrer
em qualquer momento do tempo. Em contrapartida, num mercado
com negociação em chamadas (Call market) as transacções
ocorrem só em determinados momentos do tempo.
Segundo Pires (2011, p. 11), num mercado com negociação em
chamadas, a negociação pode ser feita verbalmente. Se a
negociação for de viva-voz o preço é anunciado, os participantes
indicam quanto querem comprar ou vender aquele preço, e o
preço vai variando até que a procura e a oferta estejam as mais
próximas possível, sendo as transacções efectuadas a esse
preço.
FONTES DE FINANCIAMENTO DE UMA EMPRESA

As fontes de capitalizações das empresas aqui


apresentada estão divididas em dois blocos, no primeiro
(Política interna empresarial) encontramos o aumento
de capital por via das acções, restruturação do activo e
o autofinanciamento (Retenção e lucros).
No segundo bloco (Política externa empresarial),
aparece como fonte de financiamento os fornecedores
da referida empresa, os bancos, por via doa
empréstimo bancário, e por fim a emissão das
obrigações nos mercados bolsistas.
CLASSIFICAÇÃO DOS PRODUTOS NO MERCADO
FINANCEIRO

No diagrama exposto, entendemos em primeira instância


que os produtos financeiros, são todos e qualquer produto
negociado nos mercados financeiros, tais como Bilhetes de
tesouro (BT), Obrigações (OTX), Ações, etc.

Estes produtos estão classificados em investimentos


directos e indirectos.

Nos investimentos directos, especificamente, temos os


produtos do mercado monetário, Produtos do mercado de
Capitais e os Produtos derivados respectivamente.
METODOLOGIA

Segundo Lakatos e Marconi (1992, p.99), o método é a organização interna do


processo investigativo e uma reconfiguração sucessiva de procedimentos que
envolvem diversas técnicas e instrumentos que finalmente lhe outorgam
validade.

Ao longo do trabalho, deixamos patente dos métodos usados (Indutivo e


quantitativo) usamos apensas o indutivo para um caso particular e o outro
usamos os números para compreender o fenómeno.

Sobre o tipo de pesquisa, a Bibliográfica, usamos ainda a pesquisa de


secretária (recolhemos dados em sites oficiais da internet); e por fim a
Documental, usamos para analisar documentos oficiais) para a recolha de
acolha de dados analisados neste estudo.

Nota, os dados colhidos na investigação foram tratados com o suporte do


Software Microsoft Excel.
ANÁLISE DOS RESULTADOS

FIGURA 1 - AGENTES DE INTERMEDIAÇÃO


Nota-se que, dos 27 membros BODIVA, 23 contribuíram para o montante negociado em
2021. Particular realce para o Banco do Fomento Angolano (BFA) com 7,19%, Banco de
Poupança e Crédito (BPC) 6,48%, Banco Millennium Atlântico (BMA) 5,12%, Banco
Angolano de Investimentos (BAI) 5,04%, Banco de Negócios Internacional (BNI) 2,56%,
que ocupam os cinco primeiros lugares como maiores negociadores.

FIGURA 7 - MONTANTE NEGOCIADO POR MEMBRO DE NEGOCIAÇÃO


Quanto ao montante negociado por cada entidade negociados, verifica-se na figura 7, o
BFA mantém a liderança do mercado de negociações da BODIVA, com um montante
negociado de Kz 425,31 mil milhões, com uma quota de mercado de 29,16%. O BAI
surge na segunda posição, negociado Kz 294,8 mil milhões viu a sua quota de mercado
cifrar-se nos 20,21%. Na terceira posição, surge o Standard Bank Angola (SBA) com
uma quota de mercado de 10,23%, seguido pelo BMA com 9,21%, o BPC com 7,82%.
A seguir apresentamos os comitentes finais dos negócios, ou seja, na verdade são
aqueles que responsabilizaram outros para os representar nestas transações.
FIGURA 2 - COMITENTES FINAIS DOS NEGÓCIOS REALIZADOS EM 2021

Sobre aos comitentes finais dos negócios realizados durante o ano de 2021,
existe uma prevalência dos agentes de intermediação e dos clientes empresa,
que respondem respectivamente, por 49,91% e 40,87% respectivamente, do
montante negociado. Já os clientes particulares representam 9,22%, ou seja,
estes representam apenas uma pequena fatia.
GRÁFICO 1 - EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE NEGÓCIOS

Em relação ao número de negócios realizados, registou-se uma diminuição de


1,67% face ao período homólogo, tendo sido realizados um total de 5.421
negócios.

GRÁFICO 2 - MONTANTES NEGOCIADOS POR MÊS DE 2022

O montante médio mensal (gráfico 7) de negociação em 2021 foi de 94,52 mil


milhões de kwanzas, sendo que os meses que apresentaram maior montante
de negociação foram os meses de Abril, Maio e Junho.
GRÁFICO 4 - EVOLUÇÃO DAS NEGOCIAÇÕES

Fazer menção que a partir de 2016 foi o ano que foi lançado o mercado de
títulos do tesouro com uma taxa de crescimento anual a rondar dos 143%,
atingiu em 2020 o pico da negociação com 1,18 bilhões de kwanzas em 2021 o
montante negociado teve um recuo de cerca de 17,7% face ao ano anterior.

GRÁFICO 2 - TIPOLOGIA DE VALOR MOBILIÁRIO

Nota que, é neste seguimento onde são realizados os negócios , neste gráfico
por exemplo, temos o montante negociado por tipologia de instrumento para
concretizar o que acontecia em 2021 ao contrário de 2020 e dos anos anteriores
temos neste o maior montante negociado em OT-NR com cerca de 63,19% e
OT-TX (Obrigações indexadas ao dólar) com 36,11 %, logo de seguida temos
os BT-91 dias com 0,42%.
CONCLUSÕES

Após a apresentação e análise dos dados, concluímos que os negócios na


BODIVA têm crescido ao longo dos anos. Durante o ano de 2021, foram
realizados 5.420 negócios, na BODIVA, movimentando um total de KZ
976.755.317.114,51 (Novecentos e Setenta e Seis Mil Milhões, Setecentos e
Cinquenta e Cinco Milhões, Trezentos e Dezassete Mil, Cento e Catorze
Kwanzas e Cinquenta e Um Cêntimo). A taxa média anual de crescimento
registada nos últimos seis anos foi de 143,64%.

Contudo, as suas maiores transações concentram-se nos títulos do tesouro,


nomeadamente nos bilhetes, que são emissões feitas pelo Governo para se
financiar. Os títulos mais transacionados são os de curto prazo (três meses),
porque são os que apresentam menores riscos. Neste sentido, pode-se afirmar
que o Governo é que tem sido um dos maiores beneficiários dos negócios da
BODIVA, quando deviam ser as empresas que actuam na economia real.
RECOMENDAÇÕES

Com base na análise dos dados e na conclusão, recomendamos o seguinte.

 Que o Governo estabeleça um prazo de organização interna e das contas


para que as empresas públicas estejam cotadas na BODIVA e assim
transacionarem as suas acções;
 Que o prazo (junho de 2023) para que os bancos comerciais abandonem a
actividade de intermediários da BODIVA seja rigorosamente cumprido;
 Que a BODIVA facilite a criação de intermediários especializados (brokers e
agentes) em mercados de capitais, com acções de formação e demais
suporte;
 Que o BNA estabeleça um tecto máximo de fundos que os bancos
comerciais podem aplicar em títulos do tesouro;
 Que a CMC e o BNA regulem que os bancos comerciais apenas podem
adquirir títulos do tesouro com base num rácio mínimo de créditos
disponibilizados à economia.

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