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BOLSA DE VALORES BRASILEIRA: INTRODUÇÃO

AO MERCADO FINANCEIRO, RENDA VARIÁVEL


__________________________________________________________
Instituto Metropolitano de Educação e Cultura LTDA
F.A.M.A. - Faculdade Metropolitana Anápolis
Curso: ADMINISTRAÇÃO

HELIAS CARLOS DE JESUS SILVA


Orientador: Esp. MURILO CARDOSO CAETANO

RESUMO: O Mercado de Capitais é formado por um conjunto de instituições que negociam títulos e valores
mobiliários para compradores e vendedores. Dessa forma o presente estudo teve como objetivo conhecer os
órgãos reguladores do Mercado de Capitais, assim como apresentar a renda variável dentro das operações da
Bolsa de Valores Brasileira, buscando conhecer seus principais tipos de investimentos e suas características. O
mercado acionário brasileiro vem crescendo com a constante movimentação na economia, e o grande avanço e
divulgação por personagens de influência nas mídias sociais, vemos grande parte dos investidores migrarem para
a renda variável, buscando maior retorno financeiro. Através de pesquisa bibliográfica, foram apresentados os
principais ativos de renda variável que são negociados por investidores pessoa física em Bolsa, de tal modo que
foi possível compreender que os melhores resultados aparecem no longo prazo. Apesar de se mostrar atrativo, o
mercado de capitais traz desafios aos novos participantes, sendo o principal a gestão do risco inerente a este tipo
de investimento. Nesse sentido, o objetivo geral do presente estudo foi aplicar métodos básicos de análise de
riscos e estabelecer resultados que fossem de fácil compreensão aos investidores iniciantes, analisando a
viabilidade econômica de entrada no mercado acionário perante alternativas disponíveis. Para isso, foi realizada
uma revisão da literatura. Destaca-se que para obter bons resultados investindo em Bolsa de Valores, é
necessário adquirir conhecimento sobre suas funcionalidades e também entender sobre as características dos
ativos nos quais se deseja investir, para dessa forma tomar decisões assertivas e alcançar resultados consistentes.

Palavras-chave: Ação. Bolsa de Valores. Financeiro. Mercado.

ABSTRACT

The Capital Market is formed by a set of institutions that trade bonds and securities for buyers and sellers. Thus,
the present study aimed to know the regulatory bodies of the Capital Market, as well as to present the variable
income within the operations of the Brazilian Stock Exchange, seeking to know its main types of investments
and their characteristics. The Brazilian stock market has been growing with the constant movement in the
economy, and the great advance and disclosure by influential characters in social media, we see a large part of
investors migrating to variable income, seeking greater financial return. Through bibliographical research, the
main variable income assets that are traded by individual investors on the Stock Exchange were presented, in
such a way that it was possible to understand that the best results appear in the long term. Despite proving to be
attractive, the capital market brings challenges to new participants, the main one being the management of the
risk inherent in this type of investment. In this sense, the general objective of the present study was to apply
basic methods of risk analysis and establish results that would be easy for beginner investors to understand,
analyzing the economic viability of entering the stock market in the face of available alternatives. For this, a
literature review was carried out. It should be noted that in order to obtain good results investing in the Stock
Exchange, it is necessary to acquire knowledge about its functionalities and also understand the characteristics of
the assets in which one wishes to invest, in order to make assertive decisions and achieve consistent results.

Keywords: Action. Stock Exchange. Financial. Marketplace.


1. INTRODUÇÃO

O mercado de capitais brasileiro vem evoluindo e recebendo novos investidores a cada


dia, fortalecendo desta forma a economia no país. A sua composição passa por “um conjunto
de instituições e de instrumentos que negociam com títulos e valores mobiliários, objetivando
a concentração dos recursos dos agentes compradores para os agentes vendedores”.
(PINHEIRO,2019, p.158). Dentro deste sistema estão inseridos os investimentos de renda
variável, os quais são foco deste estudo e que são caracterizados por sua volatilidade no
mercado financeiro. Estes investimentos são negociados pela Bolsa de Valores Brasileira, a
B3, que é descrita como “um ambiente de negociação no qual investidores podem comprar ou
vender seus títulos emitidos por empresas, sejam elas com capitais públicos, mistos ou
privados”. (BTG PACTUAL, 2018, não paginado).
Dessa forma, o presente estudo apresenta inicialmente o mercado de capitais e também
os seus órgãos reguladores. Ainda aborda as características da bolsa de valores brasileira, as
corretoras de valores que são intermediadoras das operações da bolsa com os investidores, e
também as principais formas de investimentos presentes na renda variável. Busca-se assim,
conhecer a renda variável nas operações da Bolsa de Valores, além de suas principais formas
de investimentos dentro do mercado de capitais brasileiro. Procura-se ainda saber se a renda
variável é alvo dos investidores brasileiros, caracterizados como pessoa física. Para isto, o
presente estudo busca apresentar dados, coletados através de análise de investidores da Bolsa,
e dessa forma conhecer os ativos procurados por eles, além de saber se a renda variável é ou
não a possibilidade de investimento preferida pelos investidores.
O tema do estudo foi escolhido por interesse do acadêmico autor em aprimorar e
melhor conhecer o mercado de capitais e suas formas de investimentos, para que possa
usufruir do conhecimento e utilizá-lo em sua jornada como investidor da Bolsa. Portanto o
estudo se mostra relevante para todos aqueles que investem em Bolsa de Valores ou que
desejam iniciar sua jornada de investimentos, entregando características, conceitos e
funcionalidades das diversas formas de investimentos possíveis para formar novas fontes de
renda e também aprimorar conhecimentos sobre o assunto.
O objetivo desse trabalho é demonstrar a importância da bolsa de valores dentro do
senário econômico brasileiro. Também serão trabalhados os seguintes objetivos específicos:
conhecer a definição do Sistema Financeiro Nacional e a sua evolução no Brasil; expor o
mercado financeiro e seus principais instrumentos; abordar sobre rentabilidade e riscos da
renda variável e apresentar opções de investimentos da renda variável.
É importante considerar que quem atua nesse mercado pode ter facilidades entre
ganhos e percas. Como oportunidade de alavancar o conhecimento de forma transparente e
objetiva sobre o assunto, pois há na cultura brasileira medo ao se tratar de investimentos,
obviamente por ainda ter pouco conhecimento, daí a importância de se realizar um estudo e
apresentar aspectos e instruções do mercado financeiro brasileiro, enfatizando a renda
variável, investimento em ações.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

No Brasil, o Sistema Financeiro Nacional é composto por instituições normativas e


reguladoras, como o Conselho Monetário Nacional (CMN), o Banco Central do Brasil
(BACEN, BCB ou BC) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que desenvolvem
mecanismos, ou seja, leis, a fim de sistematizar o funcionamento das demais instituições
financeiras públicas e privadas que servem como intermediárias de captação, distribuição e
transferências de recursos financeiros de toda a sociedade (NASCIMENTO, et al., 2013).
O Sistema Financeiro Nacional é um conjunto de órgãos que regulamenta, fiscaliza e
executa as funções necessárias para à circulação da moeda e consequentemente do crédito na
economia. Além disso, o SFN é a relação entre indivíduos e empresas, ou seja, investidores
do mercado financeiro (ALDRIGHI, 2010).
Ao mencionar as entidades supervisoras, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM)
teve início em 1976 pela Lei 6.385 e teve como função a fiscalização e o desenvolvimento do
mercado de valores mobiliários do país. Esta comissão é autônoma e como forma de
reafirmação o governo federal editou, em 31.10.01, a Medida Provisória nº 8 (convertida na
Lei 10.411 de 26.02.02), pela qual a CVM passa a ser uma "entidade autárquica em regime
especial, vinculada ao Ministério da Fazenda, com personalidade jurídica e patrimônio
próprios, dotada de autoridade administrativa independente, ausência de subordinação
hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes, e autonomia financeira e
orçamentária" (art. 5º).
O Banco Central do Brasil (BCB) também faz parte das entidades supervisoras e foi
criado em 1964 om a promulgação da Lei da Reforma Bancária (Lei nº 4.595 de 31.12.64).
Sua sede é em Brasília e possui representações regionais em Belém, Belo Horizonte, Curitiba,
Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. É uma autarquia
federal que tem como principal missão institucional assegurar a estabilidade do poder de
compra da moeda nacional e um sistema financeiro sólido e eficiente (NASCIMENTO, et al.,
2013).
Além das entidades supervisoras, há também as entidades operadoras, que são, por
exemplo, o Banco do Brasil, o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social, a
Caixa Econômica Federal, entre outras que funcionam como fornecedores de crédito e
incentivadoras da movimentação das economias da população (PINHEIRO, 2009).
Desta forma, decisões normativas e regulatórias têm impacto direto na economia e,
por sua vez, na sociedade como um todo. Ademais, o SFN tem o efeito de alinhar interesses
para que as necessidades individuais não se sobreponham às necessidades coletivas.

2.2 BOLSA DE VALORES

Uma bolsa de valores é um mercado para compra e venda de ações e outros títulos
emitidos por empresas de capital aberto. Está aberto a todos os tipos de investidores e
instituições e é formalmente regulamentado pela Comissão de Valores Mobiliários dos
Estados Unidos (CVM) e pelo Banco Central (BACEN) (DUARTE, 2005).
A grande maioria dos investidores que começam a investir em bolsas de valores o faz
sem nenhum padrão. Não é difícil descobrir que aqueles que começam a investir começaram a
contar com lucros futuros, e então rapidamente terminam seus investimentos com grande
frustração e, pior, perdendo parte (ou muito) de seu capital. Ao iniciar um investimento, o
principal objetivo de todo investidor é aumentar seu patrimônio (AVARD, 2005).
Além do papel fundamental de prover um mercado para a cotação/negociação de
valores mobiliários nele registrados, a bolsa também deve orientar e monitorar seus membros
e facilitar a disseminação contínua de informações sobre a companhia e os negócios
realizados sob seu controle. As bolsas de valores oferecem aos investidores a possibilidade de
negociar suas ações, fornecendo liquidez para investimentos de curto e longo prazo em seu
ambiente de negociação. Por meio da bolsa de valores, os investimentos em empresas em
expansão podem ser estimulados e, com esse apoio, essas empresas poderão garantir as
condições para seu crescimento, geração de empregos, renda e dinamização da economia do
país (ASSAF NETO, 2011).
Assim, podemos definir a importância de um mercado de capitais desenvolvido
para a economia de um país. Isso porque um aumento no nível de poupança está diretamente
relacionado a um aumento nos recursos investíeis. A poupança pessoal e a poupança
corporativa (lucros) são a principal fonte de financiamento dos investimentos de um país. À
medida que as empresas se expandem, elas precisam de recursos que podem ser adquiridos
por meio de empréstimos, lucros acumulados investidos na empresa ou novos compromissos
com parceiros. Com a entrada de novos investidores (sócios), as empresas conseguem ter
acesso a novos recursos não essenciais, distribuindo parte dos lucros da empresa na forma de
dividendos para novos sócios, gerando empregos, renda e movimentando a economia.

2.2.1 B3

No Brasil, a B3 (atual Bolsa de Valores do país) tem o papel de oferecer as empresas


e aos investidores um ambiente de negociação adequado, com agilidade, segurança e
transparência na execução das operações. Na B3 são negociados, regularmente, ações de
companhias abertas, opções sobre ações, direitos e bônus de subscrição, cotas de fundos de
investimento, dentre outros (NASCIMENTO, et al. 2013).
De acordo com Constantino (2020) B3 é a bolsa de valores do Brasil e é chamada
assim em alusão às iniciais de Brasil, Bolsa e Balcão. Essa instituição já foi denominada
como Bovespa entre 1890 a 2008 e BM&FBovespa de 2008 a 2017. A partir daí o nome foi
alterado para o atual, acompanhado pela fusão entre a Bolsa de Valores, Mercadorias e
Futuros de São Paulo (BM&FBOVESPA) com a Central de Custódia e de Liquidação
Financeira de Títulos (CETIP).
Segundo Bomfim (2022), o número de investidores pessoa física, com CPFs individuais
cadastrados na B3, chegou a 4,235 milhões, em janeiro, um avanço de 50,6% na confrontação com
mesmo período do ano anterior, e de 0,6% perante dezembro. O número total de contas calculou 5,05
milhões, um avanço de 49,6%, na conferência anual, e de 0,7% na mensal.
Nas colocações de Pinheiro (2019), a B3 nada mais é do que uma Bolsa de Valores
brasileira. Porém, se trata de uma instituição que foi constituída recentemente, após todo um
processo de evolução desse mercado no Brasil.
2.3 O QUE É UMA AÇÃO?

É um valor material negociável, lançado pelas organizações, que representa o menor


pedaço em que se divide o capital, sendo então, uma fração de uma empresa (BRUM, 2006).
Trata-se, portanto, de “título negociável, que dão, aos proprietários, o direito de participarem
no resultado das empresas que as emitiram”. (PINHEIRO, 2014).
Em outras palavras, as ações podem ser definidas como a menor fração do capital de
uma organização e o seu valor financeiro é flexível podendo aumentar ou diminuir em função
do nível de interesse dos investidores. Podendo ser classificadas em ordinárias quando é
garantido ao investidor o direito de participação no processo decisório e também podem ser
preferenciais quando asseguram a ele a preferência na distribuição dos dividendos (STEFANI
et al, 2014).
São contratos comercializados em mercados organizados, e de posse característica da
organização que a emitiu, mas certifica ao investidor o status de societário ou acionista, sendo
necessário a autorização da CMV (Comissão de valores monetários) para que essas
companhias possam abrir seu capital em bolsa (BRITO, 2007).
Quando você adquire uma ação, está automaticamente fazendo parte de um negócio,
tornando-se coproprietário da empresa da qual é acionista, participando dos seus
resultados/lucros. Portanto, ações são títulos de renda variável, emitidos por sociedades
anônimas que representam uma fração do capital da empresa que as emitiu (DUARTE, 2005).
As ações podem ser de dois tipos: Ordinárias (ON) – concedem àqueles que as
possuem o poder de voto nas assembleias deliberativas. E Preferenciais (PN) – oferecem
preferência na distribuição de resultados da empresa ou no reembolso do capital em caso de
liquidação da companhia (BRITO, 2007).

2.4 O QUE SÃO ADR´S?

Em linhas gerais, um DR – Depositary Receipt – é um certificado que representa


ações de uma empresa. Ele é emitido no exterior por uma instituição depositária e negociado
em países diferentes daquele de origem da companhia. Um DR brasileiro, por exemplo, é um
certificado de ações de uma empresa local negociado no exterior. De acordo com o mercado
em que é listado, o papel pode receber um nome mais específico. Assim, são chamados de
ADRs – ou American Depositary Receipts – os recibos de ações de empresas não americanas
(brasileiras, inclusive) negociados nos Estados Unidos (BRITO, 2007).
Objetivamente, as ADRs constituem-se em estratégias de mediação alternativa de
conflitos criada pelo congresso estadunidense no século XIX, a partir de quando foram
criadas agências de mediação especiais, dentre as quais se destacam o Conselho de Mediação
e Conciliação para o Trabalho Ferroviário, a Mediação Federal e Serviço de Conciliação
(FMCS), que até hoje ainda são operantes naquele país, apresentando negociações no âmbito
trabalhista. Dessa forma, o foco inicial dessa estratégia de mediação era evitar greves por
parte dos trabalhadores (AZAMBUJA, 2019).
Os DRs (e ADRs) brasileiros são regulamentados pelo Conselho Monetário Nacional
(Resolução CMN nº 4.373/14) e pela Comissão de Valores Mobiliários (Instrução CVM nº
559/15). As empresas do Brasil, no entanto, não são as únicas a emitir ADRs. Companhias de
vários outros países fazem o mesmo o tempo todo (NASCIMENTO et al., 2013).
Para as empresas, emitir ADRs envolve alguns benefícios. Podem ser tanto uma
maneira de captar recursos no mercado americano quanto de aumentar a liquidez dos seus
papéis quando se referenciam em títulos já emitidos A emissão de ADRs foi, por algum
tempo, uma alternativa importante para as grandes empresas, já que o mercado brasileiro
carecia de proteção e controle para os investidores – uma situação que começou a mudar nos
anos 2000, com iniciativas como a revisão de normas da CVM e a criação do Novo Mercado
(nível diferenciado de governança corporativa da B3) (BRUM, 2006).
Na prática, um ADR é uma ferramenta utilizada pelos investidores que operam nas
bolsas dos Estados Unidos para adquirir ações emitidas em outros países.
Em termos de recebimentos, os investidores não compram diretamente as ações da
empresa, mas os subtítulos que representam esses subtítulos. Eles oferecem e negociam em
dólares. Os estoques que suportam ADR existem de fato no país de origem - por exemplo, no
caso do ADR brasileiro, eles estão aqui. Eles devem ser depositados e bloqueados em uma
instituição financeira que atue como custodiante responsável por “protegê-los”. Nos Estados
Unidos, quem emite o recibo é o custodiante, que é outra instituição financeira. Assim, o
passo a passo para que um ADR seja finalmente negociado no mercado norte-americano
envolve primeiro a instituição custodiante que compra as ações e depois a instituição
custodiante que mantém esses títulos bloqueados em uma conta no país de origem.
(FORTUNA, 2013).
2.4.1. O que são BDR´s?

Os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) – são instrumentos que operam exatamente


com a mesma lógica dos ADR´s, mas em “direção oposta”. Enquanto os ADRs representam
recibos de ações estrangeiras (inclusive brasileiras) negociadas nos mercados dos Estados
Unidos, os BDRs são recibos de ações estrangeiras negociadas nos mercados do Brasil.
Enquanto os ADRs permitem que os investidores que negociam nos Estados Unidos tenham
acesso a companhias estrangeiras, os BDRs possibilitam que quem invista em empresas
estrangeiras (inclusive americanas) sejam os brasileiros. Eles são cotados em reais e muitos
deles negociados no pregão da B3 do mesmo jeito que outra ação qualquer (PINHEIRO,
2012).
Dessa forma, os BDRs, também conhecidos como certificados de depósito de valores
mobiliários, são certificados de valores exclusivamente mobiliários que são emitidos no Brasil
e que representam outros valores mobiliários emitidos por companhias abertas com sede em
outro país. Vistos dessa forma, representam uma modalidade produto financeiro que configura
uma opção a mais para os investidores nacionais, com a vantagem de incluir empresas que
não estão na lista da Bovespa (ASSAF NETO, 2014).

2.5 O QUE SÃO DEBÊNTURES?

A debênture é um título de dívida que gera um direito de crédito ao investidor. Ou


seja, o mesmo terá direito a receber uma remuneração do emissor (geralmente juros) e
periodicamente ou quando do vencimento do título receberá de volta o valor investido
(principal). No Brasil, as debêntures constituem uma das formas mais antigas de captação de
recursos por meio de títulos. Todas as características das debêntures são descritas na sua
escritura de emissão que, entre outras questões, poderá estabelecer, inclusive, em quais
projetos a companhia irá aplicar os recursos captados. As debêntures são emitidas por
sociedades anônimas de capital aberto ou fechado e utilizadas para financiar projetos ou
reestruturar dívidas da empresa, tendo como vantagens na captação de recursos a diminuição
do seu custo médio, o alongamento de dívidas e a adequação do seu perfil e a diminuição
significativa das garantias utilizadas (REILLY, 2008).
Desta forma, uma companhia em vez de tomar um empréstimo junto ao banco, pode
realizar uma emissão de debêntures para captar recursos e aplicar em projetos que, por
exemplo, aumentarão a sua capacidade produtiva ou permitirão a sua entrada em um novo
segmento de negócios.
Nos termos do art. 2º da Lei 6.385/76, a debênture constitui-se de “um valor
mobiliário representativo de uma fração do empréstimo coletivo, em geral de longo prazo,
lançado pública ou privadamente por sociedade anônima, que, pela legislação brasileira, é o
único tipo societário autorizado a emitir esse título” (BRASIL, 1976). Portanto, de um
instrumento moderno de aplicação e captação de recursos, de forma mais flexível
(SANTOS,2006).

2.6 COMMODITIES

Uma das definições mais bem aceita de commodities, que significa mercadoria, diz
que a expressão se refere aos produtos intensivos em recursos naturais em estado bruto
(primários) podendo também abranger aqueles com pequeno grau de industrialização. Assim,
essa categoria abrange produtos agrícolas (tais como milho, arroz e outros cereais), os
minerais (como as pedras preciosas, ouro e outros minérios) e a energia (VERÍSSIMO;
XAVIER, 2014).
É importante ressaltar que faz dos commodities os produtos que ser caracterizam-se
pela produção padronizada e em larga escala e cujos preços são designados em bolsas de
mercadorias tanto no país quanto no exterior. Nesse contexto, é fundamental destacar que um
produtor individual tem pouco ou nenhum controle sobre os preços desses bens; sendo assim,
a liderança em custos se torna a principal estratégia competitiva. Tal estratégia se baseia,
fundamentalmente na exploração de economias de escala, nos ganhos de produtividade, na
racionalização dos processos produtivos, na capacidade de acesso aos recursos naturais, nas
condições de infraestrutura e logística, e outros (NAKAHODO; JANK, 2006).
Como a economia atual deve estar intrinsecamente entrelaçada aos conceitos de
sustentabilidade, é importante levar em consideração a produção de commodities envolve
direta e indiretamente fluxos de energia, materiais e distribuição de riquezas e ao longo dos
tempos isso tem levado a um modelo de produção e consumo insustentável com exaustão do
solo e escassez de vários recursos naturais. Diante disso, a produção de commodities deve ser
pensada nos princípios da sustentabilidade, partindo da origem, de que a tentativa de produzir
alimentos e explorar os recursos naturais não pode levar a uma situação que coloque em risco
a sobrevivência da própria humanidade (PORTO; MILANEZ, 2009).

2.7 DERIVATIVOS

Como o próprio nome já diz, Derivativos são contratos que derivam a maior parte de
seu valor de um ativo subjacente, taxa de referência ou índice. O ativo subjacente pode ser
físico como cereais e ou financeiro como as ações, as taxas de juros, e outros, negociado no
mercado à vista ou não é possível construir um derivativo sobre outro derivativo (AMARAL,
2003).
Ainda de acordo com Amaral (2003), o surgimento dos Derivativos está relacionado
com produtos agrícolas, já que dependendo do produto, as colheitas se concentravam numa
determinada época do ano. As operações com esses produtos eram organizadas em um lugar
específico, o que seria um tipo de Bolsa de Mercadorias bastante rudimentar.
Derivativos são instrumentos financeiros sempre derivados de um ativo, utilizados
por pessoas ou instituições nos mercados futuros ou de opções. Esses instrumentos são
utilizados para realizar hedge (proteção), para gerenciar riscos ou mesmo para especular
(CHEW, 1999).
Na opinião de Amaral (2003), os derivativos são excelentes ferramentas para gestão
de risco de uma empresa, mas eles apresentam seus próprios riscos. A necessidade de garantir
a saúde financeira da empresa e de oferecer maior segurança aos acionistas levou a um forte
incremento do uso de derivativos no mundo.

2.8 FIIS

O Fundos de Investimentos Imobiliários (FIIs) é um tipo especifico de investimento,


concebido como o produto do mercado financeiro que permite aos investidores optarem por
fundos com carteiras conforme as perspectivas de risco e retorno dos investimentos em
imóveis (OLIVEIRA; MILANI, 2020). Dito de outra forma, os FIIs são formados por grupos
de investidores que adquirem cotas negociadas na bolsa de valores como forma de captação
de recursos utilizados em empreendimentos imobiliários (MOTA, 2013).
Dessa forma, os FIIs são constituídos sob a forma de condomínio fechado, tendo em
vista que não é permitido ao investidor resgatar as cotas antes de decorrido o prazo de duração
do fundo, conforme estipulado em contrato. Vale ressaltar, que a maioria dos FIIs possuem
prazo de duração indeterminado. Sendo assim, caso o investidor decida sair do investimento,
deverá fazê-lo através da venda de suas cotas no mercado secundário (MOTA, 2013).
Os investimentos imobiliários possuem aspectos tanto de consumo quanto de
investimentos, pois os imóveis podem ser considerados como moradia ao mesmo tempo em
que são considerados investimentos familiares. A inseparabilidade desses dois aspectos torna-
se uma restrição à otimização das decisões de um investidor nesse tipo de mercado. Diante
disso, a existência desse tipo de fundo representa uma estratégia que pode proporcionar uma
solução para que os investidores possam otimizarem as suas decisões de consumo e
investimento (SCOLESE, 2015).

2.9 MERCADO A TERMO E MERCADO FUTURO

Estudos indicam que as Bolsas de Valores podem operar em diferentes modalidades,


dentre elas o mercado a termo e o mercado futuro. O Mercado a Termo reúne corretoras de
mercadoria associadas onde intermedeiam operações a futuro, com opções e outros
derivativos. Os preços são fixados pelas transações de compra e venda de contratos que são
liquidados numa determinada data (LOPES, 2007).
Já no Mercado Futuro, o investidor se compromete a comprar ou vender uma certa
quantidade de ações por um preço fixado e num prazo predeterminado. Assim, ocorre a
negociação entre vendedor e comprador, onde esses combinam as condições. A compra e
venda de ações são realizadas no presente, porém com data de liquidação no futuro. Há, nesse
caso um movimento antagônico entre as expectativas dos compradores e vendedores em que
os compradores acreditam que o valor das ações vai subir e os vendedores que elas irão cair
(SILVA, 2008).
Ao buscar algum tipo de similaridade entre os dois tipos de mercados, Barreto
(2003), diz que no mercado a termo também é uma negociação de compra e venda em uma
data futura, mas tem uma diferença importante: neste caso, as partes assumem sua posição e
valor negociado até a liquidação do contrato.
3.MATERIAIS E MÉTODOS

3.1. DESCRIÇÃO DA PESQUISA

Quanto à abordagem utilizada para a realização desta pesquisa, será utilizado o


método qualitativo, uma vez que tem como objetivo analisar os dados e informações expostas
no trabalho. Richardson e seus colaboradores (2007) apresentam algumas características do
método de pesquisa que será utilizado:

A pesquisa qualitativa pode ser caracterizada como a tentativa de uma compreensão


detalhada dos significados e características situacionais apresentadas pelos
entrevistados, em lugar da produção de medidas quantitativas de características ou
comportamentos (RICHARDSON et al, 2007, p.90).

A proposta é a realização de um levantamento bibliográfico e descritivo, em livros,


revistas e artigos na internet sobre informações do mercado financeiro enfatizando ações.
A pesquisa deverá ser realizada entre agosto e novembro de 2022 e os dados serão
coletados em bibliografias diversas sobre o tema em estudo, tais como livros, artigos, internet
e outras fontes escritas.
As informações originadas da coleta de dados serão estudadas e apresentadas em
forma de textos explicativos e tabela, para facilitar a sua compreensão. A verificação dos
dados será feita seguindo as etapas de organização, classificação, interpretação e análise final.

3.2. POPULAÇÃO E AMOSTRA

A delimitação temporal do material recolhido para a revisão de literatura será entre


2001 e 2021, últimos 20 anos. Os textos analisados e interpretados foram em língua nacional
e inglesa e os termos-chaves utilizados para busca foram: Ação. Bolsa de Valores. Financeiro.
Mercado.

3.3. ASPECTOS ÉTICOS

A pesquisa foi realizada respeitando todos os padrões ordenados pela Associação


Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para Trabalhos Científicos, em especial a Norma
Técnica Brasileira (NBR) 6023 e demais que normatizam a pesquisa científica na atualidade.
Todo o material utilizado na pesquisa será tratado com o respeito devido e de acordo
com a ética dos trabalhos acadêmicos, sendo dado respectivo crédito às fontes e será
obedecido o cumprimento à exigência que proíbe plágios.

3.4. COLETA DE DADOS

Foram lidos, estudados, analisados e sintetizados fundamentos teóricos de artigos


científicos publicados nos mecanismos de pesquisa de bases de dados eletrônicas, como o
Google Acadêmico, Lilacs, Scielo e revistas digitais com artigos publicados em periódicos
nacionais e outros publicados na língua inglesa.

3.5. ANÁLISE DE DADOS

Podemos definir a Análise de Dados como o processo de uma sequência de atividades,


que envolve a redução dos dados, a categorização desses dados, sua interpretação e a redação
do relatório (GIL, 2006).
Os dados foram processados, interpretados, concluídos, digitados no programa
Microsoft Office Excel através de análise multivariada que é usada quando múltiplos critérios
de mensuração estão sendo avaliados, e tem como objetivo avaliar o impacto de vários níveis
de uma ou mais variáveis experimentais sobre o critério de medida, sendo eles idade, sexo e
grau de escolaridade. Assim, o foco primário deste tipo de análise é testar as diferenças
significantes de um conjunto de variáveis ou o perfil destas devido às relações sobre uma ou
mais variáveis controladas, sendo os resultados expressos em forma de gráficos e tabelas
(HAIR JUNIOR et al, 2009).
As tabelas se constituem em dados quantitativos por representação numérica, em
forma de números absolutos ou percentuais. Os gráficos são representações visuais de
categorias, variáveis e tendências, sua leitura é realizada mais pelas curvas do que pelos
números, podendo ser montado por dados de uma tabela, que podem ser representados juntos
(BERVIAN; CERVO 2002).
4. DESENVOLVIMENTO

Neste estudo de revisão sistemática foram encontrados 56 estudos no total. Destes,


08 foram descartados por serem duplicados e 13 artigos foram excluídos por serem de temas
que não abordavam interesse direto do tema. Entre os 35 artigos restantes, foram excluídos 04
por não apresentarem texto completo, restando assim, 31 artigos encontrados na base de dados
bases eletrônicas, como o Google Acadêmico, Scientific Electronic Library Online (Scielo),
com artigos publicados em periódicos nacionais e outros publicados na língua inglesa.
Para a discussão, foram incluídos 11 artigos sendo que 01 fala da regulamentação do
mercado financeiro nacional; 02 tratam do comportamento dos investidores; 02 da
necessidade de conhecimento do mercado financeiro; 02 aborda as caracteristicas dos
mercados de capitais, 01 sobre commodities; 02 mencionam as debêntures e 01 aborda as
Derivativas. A Tabela 1 apresenta um breve resumo dos artigos usados na discussão.

Tabela 1 -Descrição dos estudos usados


Ano Autor Tipo de Metodologia Resultados
estudo/objetivo
2002 Silva e Artigo/ Demonstrar Análise A exigência de lei única teria como
Rocha que a tese da Bibliográfica consequência uma situação que
exigência de uma beiraria o absurdo: caso o legislador
única lei tentasse exercer sua função de
complementar é regulamentador da Constituição,
equivocada, e que a para que seus dispositivos pudessem
estratégia do Governo ter eficácia plena, estaria
para eliminar este constantemente ameaçado de ver
suposto entrave seu trabalho ser declarado
jurídico por meio de inconstitucional, porque
emenda incompleto; caso resolvesse ficar
constitucional, para inerte, receberia, quando muito,
que se viabilize a notificações informando-lhe sobre
regulamentação sua inércia.
"fatiada" do art. 192, é
tão absurda quanto
desnecessária.
2020 Stefani et al. Artigo/ verificar o Pesquisa Verificou-se que a história das
comportamento dos bibliográfica, bolsas de valores, os conceitos e o
francanos investidores explicativa e ano em que assumiu suas funções.
na bolsa de valores, descritiva Foi mencionado o mercado de
possibilitando a capitais, contando sua importância.
identificação dos Além disso, à história foi narrado o
principais fatores que sistema financeiro nacional, com
os impedem de seus subsistemas. No que se refere à
ingressarem neste rentabilidade de ações, averiguou os
mercado que está em principais benefícios oferecidos
constante expansão. pelas organizações aos investidores,
a valorização e as especulações
existentes no mercado.
2018 Bonaldi Artigo/ Analisar o Estudo Empírico A expansão dos pequenos
comportamento do investidores no país é uma
pequeno investidor, evidência paradigmática dessa
sabendo que ele está constatação, uma vez que as Bolsas
suscetível a ascensão e de Valores oscilam entre, por um
a quedas lado, suas representações enquanto
ambientes caracterizados por
lógicas intrínsecas e um aparato
computacional tecnicamente
complexo e inacessível aos leigos e,
por outro, sua repetida
estigmatização como um jogo de
azar, reforçada, em nosso país, pelo
histórico eminentemente instável do
mercado brasileiro.
2015 Cruz, Zanini Artigo/ Realizar a Análise documental Todos os investidores procuram três
e Saurin análise econômico- aspectos para a tomada de decisão:
financeira de três retorno do investimento, os prazos
Sociedades Anônimas, que as empresas se dispõem e a
utilizando para isso as proteção de que o seu lucro
demonstrações desejado seja alcançado porem
contábeis dos anos de devem avaliar sua rentabilidade e o
2012, 2013 e 2014 grau de risco. Pois a rentabilidade
está ligada diretamente com risco,
depende do investidor decidir qual e
o nível de risco.
2017 Giudicce e Artigo/ Verificar Revisão da O processo de análise de
Estender aspectos mais Literatura investimentos financeiros realizado
relevantes e mostrar o pelas Instituições tem o objetivo de
processo de análise de identificar o perfil de investidor de
investimentos cada cliente através do (API)
financeiros realizado Análise do Perfil do Investidor,
pelas Instituições analisar o patrimônio líquido e
Financeiras para rentabilidade dos investimentos
orientar os clientes na mais adequados ao perfil do cliente
tomada de decisão de e verificar estatísticas futuras desses
acordo com o perfil do investimentos com base no futuro
investidor. econômico do país.
2019 Braga Artigo/ Apresentar o Revisão da O mercado financeiro deve ser
mercado de capitais Literatura estudado, principalmente antes de
enquanto promissor a uma pessoa leiga tentar fazer seus
ganhos financeiros primeiros negócios na bolsa, e nesse
para empresas e sentido ela possa escolher com
pessoas físicas. maturidade as ações que serão
tomadas, pois as mesmas envolvem
dinheiro.
2006 Santos Artigo/ Analisar a Atualização de A debênture – como se espera ter
importância das publicação anterior. sido demonstrado – é o título que
debêntures como permite a maior criatividade para
mecanismo de montagens financeiras.
captação de recursos
para investimentos de
longo prazo, de forma
complementar aos
financiamentos
concedidos pelo
BNDES
2014 Veríssimo e Artigo/ Analisar se as Uso dos evidência Foi evidenciada maldição dos
Xavier exportações de da maldição dos recursos naturais no Brasil, uma vez
commodities pela recursos naturais no que ali mentos, matérias-primas e
economia brasileira Brasil, uma vez que minerais contribuíram para explicar
têm contribuído para alimentos, matérias- as menores taxas de crescimento
um menor crescimento primas e minerais econômico e a apreciação cambial.
econômico e para a contribuíram para Todavia, tais evidências são fracas,
ocorrência de uma explicar as menores pois ocorrem com alguma
taxa de câmbio real taxas de crescimento defasagem e têm curta duração.
apreciada. econômico e a
apreciação cambial.
Todavia, tais
evidências são
fracas, pois ocorrem
com alguma
defasagem e têm
curta duração.
2016 Bredow; Artigo/ Analisar Foram utilizadas O recente período de alta dos preços
Lélis; analisa a influência do duas metodologias das commodities ocorreu entre 2002
Cunha. recente ciclo de alta econométricas e 2014.
dos preços das diferentes: Modelos
commodities sobre a de Mudanças de
entrada de capital Regimes
externo no Brasil Markovianos e
(exportações, Modelo Vetorial de
investimentos em Correção de Erros
carteira e IED). (VAR/VEC).
2015 Farhi. Artigo/ Analisar os Revisão integrativa As operações de arbitragem
aspectos relacionados intensificam-se, mas suas fronteiras
à Derivativos com a especulação nem sempre são
financeiros com delimitadas. Ambas fazem intenso
ênfase nos conceitos uso da alavancagem que pode
de hedge, especulação resultar em vultosos prejuízos.
e arbitragem
2013 Amaral Artigo/ Realizar uma Revisão Os derivativos são excelentes
abordagem geral sobre Bibliográfica. ferramentas para gestão de risco de
os instrumentos uma empresa, mas eles apresentam
derivativos, mostrando seus próprios riscos. A necessidade
como surgiram, como de garantir a saúde financeira da
ocorreu sua evolução empresa e de oferecer maior
ao longo dos anos até segurança aos acionistas levou a um
uma definição mais forte incremento do uso de
atual derivativos no mundo.

Para compreender um determinado fenômeno ou conceito atual do Sistema Financeiro


Nacional é de fundamental importância procurar uma compreensão histórica sobre o mesmo,
sendo assim é relevante os achados de Silva e rocha (2002) que realizaram um estudo sobre a
morosidade da regulamentação do Mercado Financeiro nacional por meio do art. 192, sendo
que no período da publicação já havia uma década de acirrados debates sobre a temática e
pesava o fato de que a existência de um regulamento único não encontrava parâmetros para as
análises necessárias. Nesse sentido, os autores reverenciados chegaram à conclusão de que
tudo não se passou de uma grande confusão interpretativa, pois a despeito da crença
generalizada, aceita como dogma por economistas, pelo governo, pelos legisladores, pelas
autoridades monetárias e pela mídia, a referência a lei complementar, no singular, no caput do
art. 192 da Constituição, é apenas produto de técnica legislativa. Portanto, fica evidente que a
regulamentação inicial do Sistema Financeiro Nacional é caracterizado por controvérsias
entre os pontos de vista politico, jurídico e financeiro propriamente dito.
Pois bem, analisadas essas prerrogaticas históricas iniciais, é importante abordar as
questões relacionadas aos vários aspectos atuais desse sistema financeiro. Quanto aos
investimentos feitos no mercado acionário, estudos recentes apontam que eles necessitam de
uma analise prévia e criteriosa quanto à expectativa do investidor e suas metas financeiras,
essa atitude é necessária para que ele possa optar pelo tipo de investimento que melhor se
adequa às suas expectativs, reconhecendo os riscos a que está sujeito (STEFANI et al, 2020).
Ainda de acordo com a autora e seus colaboradores, para se investir neste mercado,
deve-se ter a ciência que o valor investido deverá ser aplicado a um longo período de tempo,
uma vez que a informação precisa e abrangente não trará desapontamentos e nem o abandono
nesta opção de investimento. A finalidade aqui não é fugir da temática proposta, mas elucidar
situações que acenam para a necessidade de conhecimento do complexo mercado financeiro,
das múltiplas possibilidades de aplicação e dos vários instrumentos disponíveis e que devem
ser conhecidos de acordo com a escolha do investidor, tais como as ADR´S e BDR’S.
Quando se fala em investimentos financeiros, é comum que logo se pense nas
empresas e nos grandes investidores, mas, é preciso considerar que ainda há os pequenos
investidores. Nesse aspecto, por meio de seus estudos sobre o comportamento dos pequenos
investidores e a sua participação na constituição do mercado financeiro, Bonaldi (2018) busca
traçar um perfil dos mesmos, destacando que foi na emergência da primeira onda de
popularização dos mercados financeiros na Europa durante o século XIX, enalteciam o
investimento acionário tanto como via de realização pessoal como possibilidade de assegurar
o bem-estar material da família.
Assim os primeiros pequenos investidores surgem a partir dos discursos que
apelavam para as ordens de valores ligadas aos sentimentos de cidadania e de nacionalismo,
retratando as Bolsas de Valores como instrumentos primordiais para o crescimento e a
modernização das economias nacionais e, logo, para o consequente fortalecimento dos
Estados-Nação no competitivo e belicoso sistema interestatal europeu da época. Assim, ainda
hoje, os pequenos investidores ainda relacionam os investimentos no mercado financeiro
como meio de realização pessoal (BONALDI, 2018).
Assim, se o intuito é reforçar a importância do estudo do mercado, Cruz, Zanini e
Saurin (2015) abordam a utilização das análises técnicas, fundamentalista, dos índices
estudados balanços patrimoniais e DRE, dentre outras, considerando que todas se tratam de
ferramentas que possibilitam ao investidor entender toda a atmosfera em que a empresa está
inserida, que transformará esta gama de informações em um bom e rentável investimento.
Ainda uma análise mais profunda permite verificar que o mercado financeiro possui
uma infinidade de ativos e produtos, cada um com características bem particulares, lembrando
que, em geral, esses investimentos são feitos por meio de aquisiçao de ações, que, como já foi
explicitado anteriormente, representa a menor fraçao do capital de uma empresa. Diante
destas oportunidades de investimentos, é necessário conhecer o perfil do investidor e seu grau
de conhecimento e satisfação com tais produtos financeiros, no que se refere desde a
rentabilidade esperada até os níveis de riscos envolvidos (GIUDICCE; ESTENDER, 2017).
Quntao as ações, nos achados desta pesquisa foi possível veridicar que as de todas
empresas passaram a ser nominativas, porque elas têm controle do governo, ou seja, onde
ficam e o nome do portador registrado, sendo que somente seu portador pode depositar onde
ele quiser, e elas são nominativas porque são registradas no livro da empresa S/A (Sociedade
Anônima) em livro que hoje é completamente computadorizado (BRAGA, 2019).
Outro conceito importante abordado neste estudo são as debêntures que, de acordo
com Braga (2019) são títulos lançados no mercado para uma empresa quando quer capitalizar,
isto é, se ela desejar arrumar capital, então, lança debêntures. Se ela quisesse ampliar seu
capital, ela deverá lançar debêntures, mas se a finalidade for conquistar novos sócios deverá
lançar ações. Somente podem ser emitidas debêntures por sociedades anônimas não
financeiras, tanto de capital aberto, quanto de fechado.
Na visão de Santos (2006), as debêntures apresentam como maior vantagem a sua
flexibilidade, dando a liberdade necessária para atender tanto às necessidades de quem precisa
captar recursos quanto aos desejos de quem quer aplicá-los.
Quando se fala em mercado financeiro, bolsa de valores, ações, debêntures e outras
expressões afins, está se referindo ao desenvolvimento econômico ou à movimentação da
economia e tudo isso representa impactos diretos ou indiretos sobre o meio ambiente. Nesse
contexto, Verissimo e Xavier (2014) realizaram um estudo por meio do qual foi possível
verificar que o padrão de especialização das economias em bens intensivos em recursos
naturais tem sido discutido pela literatura econômica, tendo em vista os efeitos destes
produtos sobre o comportamento do crescimento econômico, pautando-se no princípio da
sustentabilidade.
Nesse contexto, surge o conceito de commodities que refere aos produtos intensivos
em recursos naturais em estado bruto e/ou com pequeno grau de industrialização. A esse
respeito, os estudos realizados por Bredow, Lélis e Cunha (2016) sobre essa temática,
evidenciaram que tem se tornado cada vez maior o volume de exportações de produtos
agropecuários e a exploração dos recursos minerais também é cada vez mais crescente,
colocando em alerta a população mundial quanto à destruição dos recursos naturais,
necessários para garantir a sobrevivência das espécies no planeta, levando a uma mobilização
em torno da necessidade de se colocar em prática os princípios da sustentabilidade.
Outro conceito importante que deve ser considerado e sobre o qual também já foi
falado anteriormente diz respeito aos Derivativos que segundo Amaral (2013) são
instrumentos financeiros sempre derivados de um ativo, utilizados por pessoas ou instituições
nos mercados futuros ou de opções. Esses instrumentos são utilizados para realizar a proteção
dos recursos investidos, para gerenciar riscos ou mesmo para especular.
Tem em vista a função para a qual se destina, os estudos realizados por Amaral
(2013) indicaram que o mercado de derivativos tem crescido de forma impressionante nas
últimas décadas, seja em termos de volume ou em termos de instrumentos financeiros
disponíveis. Ainda de acordo com o autor, os derivativos oferecem aos investidores a
possibilidade de manterem os riscos que quiserem, e de livrarem-se daqueles que lhes
parecerem indesejáveis.
Os estudos realizados por Farhi (2015) apontam para uma importante alerta, pois a
cobertura de riscos através dos mercados de derivativos não os anula, apenas os transfere para
outros agentes. De forma consolidada, os riscos permanecem os mesmos dentro do sistema, só
se alterando sua distribuição. Para que os eventuais benefícios macroeconômicos das
operações de proteção possam manifestar-se numa situação de crise, é necessário que, ao
serem transferidos, os riscos tenham se diluído entre um grande número de pequenos
especuladores ou tenham se concentrado em carteiras fortes, capazes de suportar os prejuízos
deles resultantes.
Farhi (2015) ainda faz mais um alerta, em seu entendimento, caso ao serem
transferidos, os riscos não tenham se diluído entre um grande número de pequenos
especuladores ou se não tiverem se concentrado em carteiras fortes os mercados de
derivativos provocarão um efeito contrário ao desejado, ou seja, contribuído para o
agravamento da instabilidade original, desencadeando inadimplências em cascata que podem
originar um risco sistêmico.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Constatou-se que o Mercado Financeiro Nacional, a exemplo de todos os mercados


financeiros, é bem complexo, abrangendo uma variedade de termos próprios, de instrumentos
e mecanismos que permite que se mantenha atuante diariamente e enfrente os desafios das
oscilações dos mercados internos e externos.
Foi possível verificar, também, que os a ação é a menor fração do capital de uma
organização e a finalidade da sua existência é a captação de novos investidores que se
tornarão sócios da mesma, enquanto que as debêntures constitui-se num título de dívida cuja
principal finalidade é a captação de capitais para a empresa, podendo também estar à
disposição daquele que desejam realizar investimentos nela, com o diferencial que, neste caso,
o capital entra na forma de um empréstimo e não muda o controle acionário dela.
Outro aspecto importante a ser considerado diz respeito ao fato de que as
negociações no mercado financeiro podem ser feitas no tempo presente ou para o futuro
dependendo da disposição do bem negociado.
Ainda é importante mencionar que hoje, há um compromisso ético por parte das
pessoas físicas e das organizações para que o desenvolvimento econômico, sobretudo a
produção de commodities, que não podem colocar em risco os recursos naturais, causando a
sua exaustão, escassez e extinção. Nesse sentido, é importante reforçar a necessidade de que o
princípio da sustentabilidade esteja no cerne do desenvolvimento econômico e na
movimentação do mercado financeiro.
Conclui-se, portanto, que para obter bons resultados investindo em Bolsa de Valores, é
necessário adquirir conhecimento sobre suas funcionalidades e também entender sobre as
características dos ativos nos quais se deseja investir, para dessa forma tomar decisões
assertivas e alcançar resultados consistentes.

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