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ITATIBA
2010
i
ITATIBA
2010
ii
Homenagem
Amados,
Com infinita gratidão à você pai e à você mãe, demonstro o quanto sei que por vocês foi
possível traçar caminhos brandos num percurso de retidão.
Embora a vida siga tomando seu rumo e as escolhas que deverão ser feitas são inevitáveis e
podem nos separar, será constante a lembrança de todos os sacrifícios e suporte a todos os
momentos dedicados para tornar meus desejos possíveis.
A sustentação financeira que foi imprescindível para ser possível fazer a graduação.
A amizade,
Agradecimentos
Agradeço à Deus que me faz em momentos de reflexão me dar conta de que ainda tenho
muito a agradecer por tudo que tem feito e por tudo que irá fazer na minha vida.
Deus que proporcionou o encontro dos meus pais e o projeto de vida que compartilharam
juntos e me incluíram.
Deus que nesse projeto cedeu queridos irmãos de sangue e queridos irmãos amigos.
Deus que em seu projeto de inteligência insondável criou tudo que existe, inspirou os
humanos e os atribuiu dons.
Agradeço aos cheios de dons e causas nobres que estiveram em meu caminho, meus
mestres! Em especial agradecimento a querida Mirna, Makilim, Ana Vizelli, Cláudia
Archanjo, Capitão, Leza, Tozinho e Linete...
A Kely pelo apoio generoso sempre ...
A minha irmã Fátima, minha grande inspiração, apoio e incentivo constante ...
Ao meu irmão Marcos, pelo exemplo de integridade e luta ...
A minha querida amiga Luciana, tão continente as minhas angústias existenciais ...
A amiga Simone, ponto de equilíbrio e sensatez ...
A amiga Eveline, sempre acompanhando minhas superações ...
A amiga Mariana Cunha, inesquecível, de grande referência de determinação e conquistas!
A amiga Jaqueline, que não imagina o quanto influenciou na construção desse trabalho,
minha referência de personalidade ética ...
Ao amigo Alex, sempre disponível e acolhedor ...
A amiga Vanderléia, incomparável na sua credibilidade ao meu potencial...
Resumo
Sumário
v
APRESENTAÇÃO.............................................................................................................01
INTRODUÇÃO...................................................................................................................03
A MORAL NA PSICOLOGIA..................................................................................07
O PROBLEMA ÉTICO-MORAL.............................................................................13
A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA.........................................................................18
OBJETIVO..........................................................................................................................21
MÉTODO............................................................................................................................22
RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................................25
CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................42
REFERÊNCIAS..................................................................................................................44
ANEXOS..............................................................................................................................52
1
APRESENTAÇÃO
Pela autora desse presente trabalho questionar-se frequentemente sobre qual papel
cabe ao Psicólogo como agente de formação moral, preocupou-se em realizar uma pesquisa
que colocasse a questão da moral como foco de atenção diante dos profissionais da área,
reunindo conhecimentos que Psicólogos têm produzido sobre esse objeto de estudo.
fornecem um vasto material que demonstra inquirição a ética e aos dilemas morais, e cabe
De acordo com citação de autores com referência a idéia de Blasi (1990), não é
Dizer o que é ou não moral é uma questão de ordem filosófica, embora a filosofia contribua
na definição desse objeto para estudo da Psicologia. Segundo esse autor, o Psicólogo deve
se interessar pelo que a pessoa pensa e sente e não sobre o que o sujeito deveria pensar,
sentir e agir.
recentemente em meio aos avanços tecnológicos na área da saúde, por exemplo, existe
também uma questão bioética profissional que requer a participação do Psicólogo no que
sua existência, decisões que podem ou não conciliar interesses coletivos e de bem estar, que
podem ou não ir ao encontro dos princípios éticos e morais vigentes (La Taille, 2006).
pressupostos filosóficos que embasam o tema, e da variação dos princípios morais durante
pesquisa para coleta de dados e a categorização dos dados, dando continuidade ao desfecho
INTRODUÇÃO
O homem uma vez inserido em uma determinada sociedade deverá ter sua conduta
pautada numa referência de princípios que o orientem para a interação e relação que irá
estabelecer com o outro e com seu meio. Sendo assim, os preceitos de deveres, embora
sofram variações que para uma determinada sociedade, compõe a moral (Pottker, 2002).
Puig (1998) vai além, e considera que o processo de formação moral no indivíduo,
hábitos para uma vida boa. Para o autor, por mais que existam variadas tentativas de
explicar “o que é” e projetar “o que deve ser” a formação moral, não compõe a moral a
moral, traços de caráter coesos. Os modelos morais externos não se impõem ao sujeito
submetendo-o passivamente, pois o sujeito não consegue apenas viver a partir de valores
adotados, assim como, a capacidade de raciocínio e julgamento moral não conseguem por
inúmeros questionamentos, o que é certo e errado, o que convém ou não, que implicações
devem existir para os que não adotarem os comportamentos corretos. Com isso, observa-se
que conceber o que é a moral, e os pressupostos do que deve ser, se fundamentam a partir
de diferentes olhares, influenciado por diferentes vertentes de pensamento, sendo uma linha
tênue delimitar, definir e articular as concepções para estabelecer um único e válido sistema
moral, pois sempre haverá ideias excludentes e que se anulam (Pottker, 2002).
Diante das definições sobre o conceito do que é moral, surgem inúmeras críticas,
e o agir, os anseios e os problemas de cada época, a fim de orientar a conduta frente aos
problemas originados nas relações entre os homens (Pottker, 2002). Diante disso, serão
Na Grécia antiga, Heráclito definiu existir uma Razão Universal, Lei Universal para
diferencial entre homens livres e escravos. A lei era válida para os homens livres, sendo o
tratamento desumano e cruel dado aos escravos, não considerado imoral. Protágoras dizia
ser “o homem a medida de todas as coisas”, e, portanto, a avaliação que qualificava o bem e
o mal, o certo e o errado, deveriam ser considerados a partir das necessidades dos homens.
Para os sofistas não havia normas absolutas que determinassem o certo e o errado, mesmo
justiça, que definia e validava as concepções sobre o certo e o errado pela razão. Para esse
pensador não era a sociedade que determinava esses valores, já que a capacidade de
Contudo, considerava que a “natureza do homem”, alimentada por seus desejos e paixões,
como a administração dos impulsos e paixões, mantendo um meio termo justo, equilibrando
vícios e excessos, buscando a excelência das virtudes para o alcance do bem e da felicidade
moderação na escolha dos prazeres sensíveis e espirituais, para que se atinja o ideal
com a natureza, de acordo com a razão. Para o estoicismo Deus é a razão final para
homem é tido como protagonista de sua vida, não há determinações divinas nas suas ações,
porém o bem viver é a procura pelo prazer espiritual, pela contemplação da vida (Silva,
2009).
cristã, o que exerceu grande controle político-econômico pela doutrinação pela ordem
teológica, firma a ordem, que se articula a uma ideia de fim, a ordem que conduz a plena
realização. São Tomás de Aquino fundamenta a estrutura do agir ético, da vida ética e a
espiritual, pois em meio ao sistema feudal, os servos não necessitavam ser reconhecidos
como dignos em vida, só restando a esperança de salvação pela igreja, que alimentava a
(Pottker, 2002).
Assim, observa-se que a moral é histórica, e as regras e normas entre grupos sociais
há mudanças nos valores e regulamentos morais. A passagem das relações da Idade Média,
com a ruína do feudalismo pela Revolução Francesa, para as relações entre burgueses e
doutrina que considera ser o real plenamente cognoscível pela razão ou pela inteligência,
envolve a pouca prática da razão (Pottker, 2002; Silva, 2009). Em suma, sabe-se que
A MORAL NA PSICOLOGIA
interação, nas relações e as variáveis influentes nesse processo dentro dos diferentes
De acordo com Nunes (2009), o desenvolvimento moral tem tido um espaço e tem
embora sendo abordado e discutido ainda de forma restrita e por poucos pesquisadores.
e discussões acerca do tema, têm demonstrado que nas várias abordagens ao tema por
não articulam interrelações entre cognição, afeto, motivação e cultura nas considerações de
desenvolvimento humano o fazem (Biaggio, s/d), fato que levará a explicitar essas
sociais, a partir de aprendizagens que o adaptam para convivência coletiva, que se dão por
comportamental para aprovação social, o que o motiva para a ação moral. Embora, tal
Existe nessa perspectiva, uma relação conflituosa entre o indivíduo e a moral, uma vez que
para viver em sociedade e se civilizar o indivíduo tenha que restringir sua liberdade
internalização das restrições sociais por meio de uma instância de censura, denominada
ação moral não está no ser consciente e autônomo, mas depende da estabilidade de uma
o seguimento de leis também adotado pelo indivíduo por temer sanções (Nunes, 2009).
seriam caracterizados por uma maior autonomia do sujeito, pela adoção de princípios mais
gerais e abstratos, com referência valorativa, e por um senso de justiça mais equilibrado,
das normas, mas sim das estruturas que permitem a aplicação das normas em contextos
precisos e proporcionam critérios para o juízo moral, acreditando que por meio de um
progressivos dentro de níveis, os quais ele designa como nível pré-convencional, onde o
sujeito tem interesse em manter a aprovação social; o nível convencional onde está
há um projeto de vida concebendo uma ética que orienta para o bem estar de outros e da
contexto social e aspectos culturais como conjetura importante para a intencionalidade das
sujeito como agente ativo nesse processo também seria causador de transformações no
suas experiências emocionais no coletivo, antes que só apenas a nível individual. E tal
nessa perspectiva, seria como cada sociedade percebe a relação entre o indivíduo consigo, a
sociedade diante o sujeito, e a separação e garantia dos direitos individuais dentro da ordem
que se estabelece. Sendo a orientação para crenças e valores específicos a cada cultura, e
cada indivíduo educado a partir do que sua comunidade eleger por certo, errado, bom ou
como, adotando novos princípios como fonte orientadora para moralidade com base na
Gilligan que teve como foco de estudo a questão da importância das distinções de
julgamento moral por gênero, considerando que o princípio de justiça seria fonte
era predominante em mulheres, acreditando que homens são mais centrados em hierarquias
Também estudaram o papel das emoções e sentimentos sobre o raciocínio moral: Winkler e
vergonha, assim como La Taille (2000), que também pesquisou sobre a gênese do
interdisciplinar, será considerada sobre diferentes aspectos, o que faz possível outras
uma maneira de comportar-se em relação a si, aos outros, em relação ao mundo durante o
O PROBLEMA ÉTICO-MORAL
A partir desse breve panorama pode-se questionar como se tratar de ética e moral
ética e moral são impelidas por ser preciso buscar formas legitimas e inteligíveis de
preservar a vida coletiva e cultural de uma sociedade (Junqueira & Junior, 2005; La Taille,
2007).
encontra sentido para dar à vida, que em meio a isso produz e reproduz aflições existenciais
e práticas que acabam colocando em evidência interesses secundários que deturpam a moral
vigente. Afirmar que o homem vive em contradição perante as suas realizações está sendo
2002).
violências e destruição (La Taille, 2007). Assim, cabe começar a fazer um resgate da
importância dos estudos e do cultivo da preservação da moral, que oriente por princípios
14
que inspirem e reclamem justiça e dignidade. Pottker (2002) instiga a refletir se em meio ao
cenário de construção e destruições que se presencia quando se depara com o que promove
a vida e com o que a sucumbe, onde fica a questão ética moral na sociedade.
psicológicos que possibilitem o sujeito legitimar a moral, adotar uma filosofia ética em seu
referência a ser adotada para que vida se quer viver e como se deve agir, deve ser
fundamentada em vista garantir o bem coletivo, o respeito pela dignidade alheia, tendo
senso de restrição da liberdade e pelo julgamento de como se deve agir para conciliar
interesse pessoal e coletivo. A ética aparece demonstrada como dialética e por reflexão
sobre como se deve viver e discriminar o que é bom e correto (Pottker, 2002).
Para La Taille (2007) em tudo o que se faz com referência na moral e em tudo o que
afetividade (querer). As discussões sobre a ética devem envolver reflexões sobre ações que
problemas sociais, onde também se faz necessária abordar as mudanças sociais e suas
consequências tratando-as por questões éticas para restaurar a moral (Sousa, 2006).
homem para lidar com as transformações que estão acontecendo e que implicarão no futuro
não tem trabalhado a questão moral. Para o autor, a moral se aprende e se ninguém fala
claramente nela, se ninguém a ensina, sua falta se fará sentir da forma com que hoje se
uma referência consistente de moral e ética, tem-se a sociedade que é possível observar
hoje. As pessoas estão em crise ética, e na medida em que não conseguem responder que
vida vale a pena ser vivida, essa crise tem reflexos nos comportamentos morais. Faltam às
gerações de 1980 e 1990, ideais, hierarquia de valores, onde tudo é valor e, nada é valor;
tendo essas sido grandemente influenciadas por uma exacerbação do consumo, pela
morais. Uma importante iniciativa é começar a buscar nas vozes dos sujeitos a concepção
sobre o que são valores, que valores devem servir de orientação a um projeto de vida
individual e coletivo.
A Organização das Nações Unidas (ONU) por meio da campanha “Brasil Ponto a
precisa mudar no Brasil para a sua vida melhorar de verdade?”, 500 mil brasileiros
puderam expressar que um dos maiores problemas a ser enfrentado no país refere-se a
transformação de um país, o que também é percebido pelos 500 mil brasileiros pesquisados
16
pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). O educar, a menção
temas que implicam diretamente na vida dos cidadãos, mas o que surpreendeu os
pesquisadores foi a referência aos valores morais como um elemento essencial para
melhoria de vida dos brasileiros. Segundo dados apurados, em São Paulo, os valores
desenvolvimento humano. A ONU decidiu fazer uma pesquisa específica para identificar
que valores são esses que os brasileiros estão buscando para transformar o país. A partir dos
Unidas: o Índice de Valor Humano. Comin, coordenador do relatório, cita que o objetivo
numérico, mas que deve ser demonstrado e discutido como um problema em todas as
instituições, para que não se constate a incidência da ausência de valores, que será
pacífica, entre outros. Assim, considera-se que o desenvolvimento humano mesmo em meio
às diferenças, deve ser respeitado e ter uma trajetória de dignidade, com vista à igualdade,
17
sendo que uma vez que os valores passarem a ser incorporados, por cada sujeito como
promotores de uma vida melhor, a prática dos mesmos tornarão um país mais justo.
18
A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA
adequação dos critérios metodológicos aos trabalhos científicos, para assegurar rigor e
relacionados (Le Pair, 1995; Witter, 1992, 1997, 2006; Domingos & Oliveira, 1999 citados
Sabe-se que com essa prática promove-se aperfeiçoamento do saber construído, incitando
si é uma prática científica que requer sistematização de dados, sínteses, num trabalho
sustentação e extensão de uma lógica rigorosa. Le Pair (1995), Witter (1992, 1997, 2006),
De acordo com Luma (citado por Freitas, 1999), uma investigação organizadora da
produção. Segundo Galembeck (1990, citado por Freitas, 1999) sem avaliações não há
utilizado como instrumento para apontar o que ainda não foi considerado, reconhecer e
organizar informações para que novas pesquisas sejam orientadas. Assim, as considerações
gerais sobre o panorama da área estabelecerão pontos de partida para construções de novas
abordadas.
armazenar periódicos acadêmicos. Periódicos que reúnem uma vasta produção com o rigor
de critérios aplicados que fortalecem a qualidade dos materiais publicados (Santeiro, 2005).
20
Acadêmicos brasileiros têm a cada ano produzido mais e com maior qualidade.
Produção essa substancial para o pensar e o fazer científico, principalmente para o seu
forma rápida e efetiva, uma vez que obedecem a uma sistemática que regulamenta a
2005).
resultados e avaliar a ciência com os recursos disponibilizados por ela mesma. Também são
estudos que tangenciam o papel social da ciência, o que produz, porque produz, pra que
produz, pra quem produz (Santeiro, 2005). Embora, saiba-se que a própria atividade
sido feito, assim como reconhecer as diferenças existentes no desenvolvimento das várias
áreas de saber (Santeiro, 2005). Com isso, a presente investigação, se propõe a ser útil
cientificamente, na medida em que conseguir, segundo Eco (citado por Freitas, 1999),
conforme Santeiro (2005), manter fortalecida uma área de saber psicológico, buscando
OBJETIVO
problemáticas levantadas.
22
MÉTODO
forma sistemática para ser analisada, compondo um panorama do que foi estudado por
psicólogos brasileiros no período de Janeiro de 2000 a Janeiro de 2010 com foco temático
O levantamento bibliográfico foi realizado por meio de base de dados com sistema
tem como objetivo servir como uma via de informação, que seleciona no espaço virtual
presente investigação foram usadas duas delas, quais sejam, PePSIC - Periódicos
dados nas bases foi realizada no mês de janeiro de 2010 e os procedimentos de seleção de
critérios de inclusão adotados para a busca no que se refere: restringir artigos de base
Janeiro de 2010; ter sido produzido no Brasil; ser de autoria de Psicólogos ou acadêmicos
em formação.
A partir destes critérios, os artigos foram selecionados para compor a amostra. Para
cumprir com os objetivos da presente pesquisa, a leitura de cada resumo foi feita
como amostra, qual universidade a pesquisa foi produzida (vínculo a grupos de pesquisas) e
levantada sobre o tema se mostra no país, qual a média de publicações anuais, quais áreas
evidenciadas, quais os autores publicam com maior freqüência. Também foi demonstrada a
seguida de leituras de cada um dos resumos para a definição das populações e problemas de
pesquisas abordados.
Ressalta-se que as análises realizadas no contexto desse trabalho não têm como
objetivo atribuir valor às produções dos pesquisadores, pois não serão adotados critérios de
24
avaliação do rigor dos métodos de pesquisas e suas vias de publicações.
25
RESULTADOS E DISCUSSÃO
propostos para a presente pesquisa, quais sejam, estar publicado no período de Janeiro de
2000 a Janeiro de 2010; ter sido produzido no Brasil; ser de autoria de Psicólogos ou
acadêmicos em formação.
A quantidade de artigos identificados por meio de cada uma das fontes de busca,
38%
S cielo
Pepsic
62%
Pode-se verificar que 61,9% (N=26) dos artigos foram localizados no banco de
dados Scielo e 38,1% (N=16) no banco de dados Pepsic, sendo 2,4% (N=1) da relação total
localizado nas duas bases. É possível observar uma diferença no número de artigos
indexada uma revista com maior número de publicações na área irá existir essa distinção.
está na Figura 2.
Scielo Pepsic
14
12
10
8
6
4
2
0
Paidéia
Psicologia USP
Psicologia Clínica
Psicologia: Teoria e
Psicologia: Ciência e
Psicologia: Reflexão e
Educação e Pesquisa
Estudos de Psicologia
Estudos de Psicologia
Estudos de Psicologia
Psicologia e Educação
Cadernos de Pesquisa
Psicologia: Pesquisa e
Psicologia da Educação
Estudos e Pesquisas em
Associação Brasileira de
Revista Semestral da
Psicologia Escolar e
Revista Estudos Feministas
Profissão
(Campinas)
(Natal)
Psicologia
questão pode ser tomado como responsável pela diferença na produção localizada entre as
último ano localizado), que foi de 4,2 artigos publicados por ano. Sendo que em 2000
foram publicados cinco artigos; em 2001 quatro; em 2002 três; em 2004 cinco; em 2005
quatro; em 2006 três, em 2007 sete; em 2008 cinco e em 2009 três. Vale ressaltar que os
anos da publicação dos artigos não correspondem ao ano de realização da pesquisa, e sim
da publicação.
6
Quantidade de artigos
0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Ano
Figura 3. Frequência da variação e média de artigos publicados nas bases de dados Scielo
e Pepsic, entre os anos de 2000 a 2009
28
A abordagem ao desenvolvimento teórico sobre o tema foi uma das áreas de
pesquisa identificada em dezessete artigos; em onze dos artigos foram verificadas pesquisas
voltadas à área escolar, em quatro dos artigos um direcionamento para área social; quatro
apresentados na Figura 4.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 101112131415161718
direcionamento de pesquisas para área escolar e social, campos mais utilizados para
sociologia e psicologia, caracterizando assim uma área interdisciplinar, fazendo com que
será a partir disso que se irá entender e conhecer quais os processos psíquicos que compõe a
social para escola contemporânea, entendendo que a formação educacional deve estar
comprometida com a formação ética do sujeito, proporcionando condições para que exista
(Araújo, 2000). Como exemplo cita-se a pesquisa desenvolvida pela ONU, por meio do
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), que evidenciou que o
brasileiro atribui aos valores a possibilidade de melhora de vida. Além disso, destaca-se a
a ética na prática organizacional em empresas familiares, que são estudos que requerem um
Tipos de amostras
8% 14%
Crianças
8%
Adolescentes
8% Estudantes
Valores de Professores
Práticas Educativas Parentais
8%
Práticas Maternas
30%
Empresários
8% Motoristas
8% Prática de Psicológos
8%
É possível observar, pela leitura dos resumos, que as problemáticas levantadas nos
Brasília; dois da Universidade Federal do Rio Grande do Sul; três da Universidade Federal
31
de Pernambuco; cinco da Universidade Federal da Paraíba; um da Universidade Católica de
Sinos; três da PUC São Paulo; um da PUC Campinas; um da PUC Rio Grande do Sul; dois
Faculdade Evangélica do Paraná; sete da USP e cinco da UNESP; em um dos artigos não
10
6
Publicações
0
UNISINOS
UNICAMP
UNIUBE
UFSCAR
UFRJ
UFPR
UFMG
FCSG
UFPE
UFMS
USP
UFES
FGV
PUCRGS
UNESP
UNIR
UNIVASF
PUC
FEPAR
UFPB
UnB
PUCSP
UMESP
UFRGS
PUCCAMP
Universidades
UNESP, UFMG e PUCSP (na região sudeste), a produção da UFPB, UFPE e UNIVASF
Norte
Sul
2%
13% Nordeste
21%
Centro Oeste
6%
Sudeste
58%
Observa-se que 58% das publicações advem de Universidades das regiões do Sudeste do
país, sendo que a distribuição por publicação no estado de São Paulo é de 23 artigos, em Minas
Gerais 5, no Espírito Santo 3 e no Rio de Janeiro 1. Com 21% das publicações é evidenciada a
região Nordeste, sendo 4 delas em Pernambuco e 5 em Paraíba e 2 no Vale de São Francisco. 13%
das publicações localizadas estão associadas a produção no Sul, sendo 5 artigos identificados por
Rio Grande do Sul e 2 pelo Paraná. Na região Centro Oeste identifica-se 6% dos trabalhos, um
a participação de diferentes Universidades, hora podendo aparecer em um mesmo artigo, até três
instituições. Portanto, o percentual estatístico diverge em relação ao número total de artigos, pois
Dos autores que mais publicaram enumera-se Yves de La Taille, USP; Cleonice Camino,
Montenegro, PUCSP; Leonardo Sampaio, Universidade Federal Vale do São Francisco; Vera
33
Lucia Trevisan Souza e Vera Maria Nigro de Souza Placco, PUC Campinas e PUCSP; Maria
Suzana de Stefano Menin, UNESP; Luciana Karine de Souza, Universidade Federal de Minas
Shimizu - 2
artigos
Yves de La Taille -
Souza, L. K. - 2 6 artigos
artigos
Menin - 2 artigos
Souza&Placco -
2 artigos
Cleonice Camino -
Sampaio - 2 4 artigos
artigos
Montenegro - 2 Leoncio Camino -
artigos 2 artigos
trabalho de Yves de La Taille, com mais estudos realizados. Embora, ainda que outros autores
tenham mais que uma publicação no decorrer do período levantado, isso permite supor que há
houvesse classificação demonstrando que pode existir variação de composição de dois até cinco
autores nos estudos, sendo importante considerar, que isso também demonstra participação de
5% 2%
14%
1
2
3
58% 4
21%
5
nove teve-se referência ao CNPQ (um em graduação, três em doutorado, quatro não se
7%
10%
73%
da USP, da PUC São Paulo, da PUC Rio Grande do Sul e da Faculdade de Ciência e Saúde
de Garça.
comportamento moral;
bioéticos;
formação moral;
h) Superar violências;
36
i) Adotar instrumentos de medida para avaliação do julgamento moral;
Para finalizar, com base nos artigos é possível observar que o foco da temática vem
mantendo continuidade de pesquisa com base na média de produção anual. Tal interesse
tema, cujos autores mais citados são Piaget, Kohlberg e Vigotsky, e seus seguidores dentro
estudo de virtudes (La Taille, 2000); Desenvolvimento teórico sobre o tema, introdução do
sentimento da vergonha e sua relação com a moralidade (La Taille, 2002; La Taille, 2006;
teoria moral de Skinner (Abib, 2001); Desenvolvimento teórico sobre o tema, numa
teórico sobre o tema, numa perspectiva piagetiana (Freitas, 2002); Desenvolvimento teórico
sobre o tema, associado a valores na escola (Menin, 2002); Desenvolvimento teórico sobre
associado a formação de valores (Souza & Placo, 2005); Desenvolvimento teórico sobre o
tema, foco de intervenção (Sampaio, 2007); Desenvolvimento teórico sobre o tema, com
La Taille (2010) e Souza e Vasconcelos (2009) ressaltam apenas que por existir um
são as fronteiras metodológicas, que poderão se contradizer entre si (La Taille, 2006). Ou
seja, o plano moral sempre será território do embate entre a prevalência da forma
que corrobora os dados encontrados, que evidenciam que os autores são críticos e
natureza moral, conciliando interesses pessoais e coletivos. O que traz um novo parâmetro
para compreensão da ação moral, não apenas pautada na capacidade racional da justiça
consideráveis perante a limitação da ética moderna baseada no direito. Uma vez que as
virtudes morais não somente participam da gênese da moralidade, como representam traços
de caráter essenciais à coesão da personalidade moral (La Taille, 2000). Em meio às teorias
sociais acerca do conceito justiça, pela concepção poder sofrer variações em decorrência da
La Taille (2006) preocupa-se com tal diversidade quando considera o que será eleito
conteúdo pedagógico para educação moral, uma vez que quando se pensar em como tratar a
moral estará conflitando uma série de pressupostos. Como se deve optar trabalhar com a
cultura? Tais indagações estão associadas aos conceitos decorrentes das abordagens já
trabalhos de Angela Branco em conjunto com colaboradores (Branco & Martins, 2001) têm
funcionamento psicológico moral. Nesse sentido, sinalizam para uma integração das
considerar como resolver conflitos morais, e nesse meio desenvolve suas crenças e valores
julgamento moral, não garante, por si só, um comportamento moral socialmente desejável,
uma vez que os conflitos evidenciados se encontram entre a ordem pública e privada, entre
parâmetros para educação moral devem ser considerados, uma vez que sem negar o
Com isso, observa-se que a lacuna que se cria para estudos é superar as discussões e
moralidade, que se destaca nas relações entre razão e afetividade (Souza & Vaconcelos,
2009).
refere aos métodos de pesquisas empíricas, uns que se utilizam de entrevistas baseadas em
pensar que é uma possível lacuna para trabalhos posteriores considerarem também revisão
morais dos indivíduos, superando os testes e questionários que tratam da dimensão abstrata
do sujeito moral. Carita e Tomé (2010) reforçam que seria importante promover o
conhecimento do julgamento moral isolado, são suficientes para predizer ações morais, e
que a questão crítica é obter a ação moral (juízo moral) esperada na interação do sujeito
para realidade singular do sujeito, para conseguir de forma prática, medida adequada a
na área de Avaliação Psicológica, antes de serem usados como meio de análise, devem ser
adaptados ao uso em realidades que não atendam os critérios das populações já submetidas
qualificados como morais. A autonomia que o sujeito construir e tiver para responsabilizar-
se pelos seus atos implicam em novas considerações de formação moral, não normativa e
dignidade entre os envolvidos. A educação e sua relação com a moralidade teriam como
2000). O que segundo La Taille (2010), pensar a motivação moral por intermédio das
abordagem teórica que leva o nome de ‘personalidade ética’, considera que para
41
compreenderem-se os comportamentos morais (deveres) dos indivíduos, precisa-se
conhecer a perspectiva ética (reflexão da vida boa, do projeto de vida) adotadas por eles.
Essa consideração permite uma leitura com maior flexibilidade para considerar
indivíduos.
42
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Face aos resultados obtidos na presente pesquisa, pode-se concluir que este trabalho
atribuída a perspectiva do plano ético em considerações, tal plano que mesmo não estudado
comuns no meio acadêmico que trata o assunto, e nos quais se basearam as pesquisas, sem
a pretensão de esgotar esses aspectos, que podem ser repensados e redefinidos por novos
estudiosos.
condições que formam o juízo moral, mas o que legitima a motivação para a ação moral, o
que ainda entre pesquisadores não está definido com clareza. Pois, o que propulsiona o
homem para as suas ações ainda não está em consenso, uma vez que não somente a
aprovação ou a sanção promovem ou inibem comportamentos, uma vez que não só a razão
ou as paixões compõe uma ética para um agir moral em função da cultura, da sociedade, ou
apenas em dados contidos no corpo do resumo dos artigos, sendo assim, em determinadas
pesquisa, ou a área de atuação que se aplica a pesquisa, o que acabou sendo definido a
partir da leitura dos resumos por um segundo avaliador, e o que ressalva-se para que os
(2006), em meio a toda crise de valores e violências em nossa sociedade, não cabe e não é
qualificam cada um desses dois. E como pensa Blasi, citado na apresentação do artigo, não
será papel do psicólogo julgar e estabelecer o que é ou não válido enquanto a moral, mais
que isso o psicólogo deve em sua prática conceber, considerar e refletir as condições
instituições que estiveram inseridos, a política e a organização social, uma vez que elas são
como legítimo e categórico só será alcançado quando a referência da autoridade moral ser
revista nas instituições como um todo, e a referência da ética for adotada pelo indivíduo
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ANEXOS