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Apresentação do Módulo
Este módulo oferece as condições necessárias para que você possa discutir sobre este assunto:
uso diferenciado da força.
Entende-se por uso diferenciado de força, o resultado escalonado das possibilidades da ação
agente de segurança pública, diante de uma potencial ameaça a ser controlada. Essas
variações de níveis podem ser entendidas desde a simples presença e postura correta do
agente de segurança pública em uma intervenção, bem como o emprego de recurso de menor
potencial ofensivo e, em casos extremos, o disparo de armas de fogo.
É Importante considerar que este texto trata do uso de força de forma individualizada, ou seja,
de um agente de segurança em relação a um ou mais abordados, ou de uma equipe de agentes
de segurança pública em face de um grupo de pessoas. O uso de força é um tema que engloba
muitos tópicos, dentre eles, o uso de arma de fogo, que é qualificado como sendo último
recurso ou medida extrema de uma intervenção agente de segurança pública.
1
Texto elaborado por Marcelo Vladimir Corrêa – Tenente Coronel da PMMG.
É necessário ter um conceito claro e objetivo de "força". A palavra tem significados diferentes
dependendo do contexto. Geralmente força representa energia, ação de contato físico, vigor,
robustez, esforço, intensidade, coercitividade, dentre outros.
A força, no âmbito da segurança pública, é definida como sendo o meio pelo qual a agência
de segurança controla uma situação que ameaça a ordem pública, a dignidade, a integridade
ou a vida das pessoas. Sua utilização deve estar condicionada à observância dos limites do
ordenamento jurídico e ao exame constante das questões de natureza ética. (Interpretação do
princípio 1 dos Princípios Básicos sobre a Utilização da Força e de Armas de Fogo pelos
Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei –PBUFAF)
O Estado detém o monopólio do uso de força que é exercida por intermédio dos seus órgãos
de segurança. Assim, o agente de segurança pública, no cumprimento de suas atividades,
poderá usá-la para repelir uma ameaça à sua segurança ou de terceiros e à estabilidade da
sociedade como um todo (uma violência contra o agente de segurança pública é um atentado
contra a própria sociedade). (Texto adaptado do Preâmbulo dos PBUFAF)
Deve ficar claro para o agente de segurança pública que o uso de força não se confunde com
violência, haja vista que esta última é uma ação arbitrária, ilegal, ilegítima e não profissional.
O uso excessivo de força também se configura ato de violência e abuso de poder.
O Agente de segurança pública poderá usar a força no exercício das suas atividades, e para
tanto, não é necessário que ele ou outrem seja atacado primeiro, ou exponha-se
desnecessariamente ao perigo, antes que possa empregá-la. É essencial que ele se aperfeiçoe
constantemente em procedimentos para a solução pacífica de conflitos, estudos relacionados
ao comportamento humano, conhecimento de técnicas de persuasão, negociação e mediação,
dentre outros que contribuam para a sua profissionalização nesse tema . (Interpretação do
princípio 20 dos PBUFAF e conforme artigo 3º. do Código de Conduta para os Funcionários
Responsáveis pela Aplicação da Lei (CCEAL).
Objetivos do Módulo
Estrutura do Módulo
Uma vez que existam resistências e agressões em variadas formas e níveis de intensidade, o
agente de segurança pública terá que adequar sua reação à intensidade da agressão,
estabelecendo formas de comandar e direcionar o suspeito, provendo seu controle.
(MOREIRA, 2001).
ROVER (2000) afirma que: “Os governos deverão equipar os responsáveis pela aplicação da
lei EAL com uma série de meios que permitam uma abordagem diferenciada ao uso da força e
armas de fogo”.
Lembre-se:
O uso legítimo da força pressupõe, como já foi dito, além dos princípios éticos, que seja
baseado na legalidade, na necessidade, na proporcionalidade, moderação e na conveniência.
Cada encontro entre o agente de segurança pública e o cidadão deve fluir em uma sequência
lógica e legal de causa e efeito, baseada na percepção do risco por parte do agente de
segurança pública e na avaliação da atitude daquele que é o suspeito.
Esse fluxo deve ser uma constante, como um medidor de suas ações: aumento ou intervenção,
assim como de diminuição ou não intervenção durante um confronto. Essa sequência é
chamada de uso progressivo da força.
Todo Agente de Segurança Pública deverá utilizar equipamentos de proteção individual (EPI)
específicos para a sua atuação, além de alternativas de armamentos e tecnologias, inclusive os
de menor potencial ofensivo, para propiciar opções de Uso Diferenciado de Força
(Interpretação do Princípio nº 2, dos PBUFAF). (Ver Diretriz nº 2, da Portaria 4226).
Não portar tais materiais no momento oportuno, muitas vezes por negligência do Agente,
pode leva-lo a fazer uso de técnicas que contrariam os Princípios do Uso de Força.
Especial atenção deve ser dada aos Agentes que não trabalham fardados, ostensivamente, e
que necessitam fazer uso dos armamentos e equipamentos.
Exemplo: O Agente de Segurança Pública que não se equipou com bastão Tonfa, em que
pese estar disponível, e usa arma de fogo para dar coronhadas.
Importante!
O agente de segurança pública decide a respeito da utilização de força com base em sua
percepção do indivíduo suspeito, dentro de circunstâncias que são tensas, incertas e
rapidamente envolventes.
A escolha do nível adequado de força a ser usado depende muito de como o Agente de
Segurança Pública está equipado e como está treinado. A opção variada de uso de
equipamentos como cassetetes (tonfa), gás de pimenta ou lacrimogêneo, armas com menor
potencial ofensivo, coletes à prova de balas, conhecimento de técnicas de defesa pessoal,
possibilita um aumento da confiança do Agente de Segurança Pública.
Para atuar em uma intervenção em que seja necessário o uso da força, o Agente de Segurança
Pública precisa estar equipado com opções variadas de força. Caso o Agente de Segurança
Pública chegue a uma intervenção, somente com sua arma de fogo, sem conhecimento de
técnicas de defesa pessoal, lhe restará como única opção o uso da arma de fogo, na eventual
falha da verbalização.
Níveis de resistência da pessoa abordada
Exemplo 2: a pessoa, durante uma abordagem, corre na tentativa de empreender fuga para
frustrar a ação de busca pessoal.
Exemplo: o agressor que desfere chutes contra o Agente quando este tenta aproximar-
se para efetuar a busca pessoal.
• Com agressão letal
Veja a seguir a conceituação de cada um dos itens que compõem os níveis para o Uso da
Força pelo Agente de Segurança Pública.
Verbalização
Esse nível de força pode e deve ser utilizado em conjunto com qualquer outro nível de força
sempre que possível.
Exemplo 1
Um agente de segurança pública foi chamado a um bar para separar uma briga entre dois
homens. Ele acalmou a todos e preparava-se para sair quando alguém gritou: “Eles
começaram de novo!”. O agente de segurança pública correu até o balcão do bar e, quando
dava a volta, viu um dos balconistas caído no chão e um jovem em cima dele. Um brilho
metálico na mão do jovem parecia ser uma arma de fogo, ou uma faca no pescoço do
balconista.
O agente de segurança pública, que já tinha sacado seu revólver e estava pronto para atirar
(uma reação parecia ser urgente), teve tirocínio suficiente para fazer uma verbalização antes
de usar sua arma de fogo. Foi uma decisão da qual ele jamais se arrependeria. O balconista
sofria uma crise epiléptica e o jovem era o cozinheiro do bar, que tentava, com uma colher,
desenrolar a língua de seu colega.
Ao proceder à abordagem verbal, explique, através de comandos, cada ação que o suspeito
deve realizar. Trate-o com dignidade e respeito, utilizando linguagem profissional. Entenda
que o fato de o suspeito olhar para você não é uma ofensa ou desafio.
Esteja sempre preparado, pois é difícil prever o que pode acontecer quando se ordena ao
suspeito: “PARADO! NOME DA SUA ORGANIZAÇÃO DE SEGURANÇA PÚBLICA!”.
Ele pode obedecer imediatamente sua ordem, ou sair correndo feito um louco, ou,
imediatamente, atirar. Qualquer que seja a reação, o momento é tenso, crítico e cheio de
riscos. Ao abordar verbalmente um suspeito, esteja preparado para tudo.
Seja firme! Um comando enérgico pode evitar uma tragédia, impedindo o uso da força física
ou letal. A abordagem verbal estabelece quem você é e o que você quer que o suspeito faça.
Se o suspeito segue as suas ordens, sua segurança, a princípio, estará garantida e o controle
será mantido sem que haja necessidade do uso de arma de fogo.
Importante!
Caso o suspeito desobedeça, não encerre os comandos. De preferência, com cobertura
(reforço) de outros Agentes de Segurança Pública, tente dominá-lo. Insista nos comandos! Há
chance de que o suspeito não esteja ouvindo por estar no meio do barulho da rua, ou dentro de
um automóvel com o rádio ligado, ou ainda pode ser que ele tenha deficiência auditiva ou
esteja sob efeito de álcool e outras drogas. Estando em supremacia de força, juntamente com
os colegas, em trabalho de equipe, tente dominá-lo fisicamente. Enquanto procedem ao
domínio físico, não interrompa os comandos, para que ele pare de resistir e se entregue!
1. Atenção à linguagem
Uma atenção especial deve ser dada à linguagem. Alguns policiais agentes de segurança
pública acreditam que, utilizando uma linguagem vulgar, “chula” e ameaçadora,
desencorajam a resistência do suspeito. Diálogos dessa natureza causam espanto e
demonstram falta de profissionalismo. Além disso, uma “ameaça verbal” pode desencadear
uma reação e propiciar o agravamento da situação. O que se busca, ao realizar a abordagem
verbal, é a redução do uso da força e o controle do suspeito.
Considere ainda que a sua linguagem pode angariar antipatizantes que, possivelmente,
testemunharão contra você em qualquer processo, afirmando que houve agressão
desnecessária e uso abusivo da força (despreparo do agente de segurança pública).
Seja firme e controle a situação. Dirija comandos claros, curtos e audíveis para cada atitude
que o suspeito deva tomar. Em geral, apenas um agente deve falar: “Parado! NOME DA
ORGANIZAÇÃO!... Coloque as mãos na cabeça!... Entrelace os dedos!... Vire de costas
para mim!... Ajoelhe-se! .... Cruze a perna ...”.
4. Nível da voz
Lembre-se de flexionar o nível de voz sempre que houver acatamento, abaixe o tom,
conquiste a confiança da pessoa abordada. Mas fique sempre atento ao recurso de elevar
bruscamente o tom de voz, caso perceba algo errado.
A posição em que o policial agente de segurança pública empunha sua arma também ajuda na
verbalização, no sentido de que ele tenha o recurso de apontá-la ou não, conforme o
desenrolar do caso, buscando sempre partir do nível mínimo de força e evoluir
gradativamente.
Caso o suspeito não acate, repita os comandos, insista com firmeza e procure não ficar
nervoso caso não seja acatado de imediato. Continue insistindo, mantenha seu
profissionalismo e não se exponha a riscos.
Procure o diálogo; contudo, evite discutir, não entre em “bate-boca”, resista à tentação de
ficar disputando na voz com o suspeito. Deixe que ele fale e após mantenha-se calmo,
insistindo em seus comandos firmes e imperativos, demonstrando sua determinação. Faça
perguntas como: “O que está acontecendo aqui? Por que você não acata minhas ordens?”.
Considere as possíveis razões pelas quais o suspeito estaria resistindo passivamente, entre
outras:
• Ele não te escuta ou não compreende (por deficiência auditiva, por efeito de álcool ou
outras drogas);
• Ele não acata o seu comando como forma de meramente desafiar ou desmerecer a
ação do órgão de segurança pública, atitude que visa provocar o agente de segurança
pública, conduzindo-o a uma situação vexatória ou de abuso de força (por vezes
buscando angariar simpatia de transeuntes);
• Ele tem algo a esconder e tenta ganhar tempo e distrair a atenção dos agentes de
segurança pública (por vezes com a presença de comparsas);
• Ele tenta ganhar tempo para empreender fuga ou reagir fisicamente contra agentes de
segurança pública.
Quaisquer que sejam as possibilidades, procure pensar taticamente; priorize a sua segurança e
evite cair na armadilha das provocações. Conduza o desfecho com isenção e profissionalismo.
Existe agente de segurança pública que leva esse tipo de situação para o campo pessoal e
perde o controle mediante a mínima ponderação do suspeito. Esse tipo de agente corre o sério
risco de expor desnecessariamente sua vida e as de seus companheiros, ou ainda, de cometer
atos de violência.
Faça o que deve ser feito. Adote todas as medidas legais que couberem ao caso em particular,
conduza sua atuação conforme preconizado no escalonamento do uso da força. Seja firme e
seja justo. Aja com ética, técnica e legalidade.
Saiba mais...
Leia os Princípios Básicos sobre o uso da Força e Armas de Fogo pelos Funcionários
Responsáveis pela Aplicação da Lei Princípios nº 1 e 20.
Em todo o tempo, mantenha o controle sobre as mãos do suspeito. Elas são o local mais
provável de onde pode surgir uma agressão. Mantenha o controle sobre o suspeito, não
permita que ele se mova sem sua autorização. Se ele se movimentar levemente, a sua
tendência será acostumar-se com a movimentação e relaxar, aumentando os riscos. Saiba em
todo o tempo a localização exata do suspeito.
Controles de contato:
Saiba mais...
São técnicas em que o Agente de Segurança Pública faz a intervenção sem recorrer a
quaisquer armamentos, instrumentos ou equipamentos. São estabelecidas para cada nível de
risco, orientando a distância e a angulação de aproximação, bem como a posição de mãos e de
braços do Agente de Segurança Pública. Estando preliminarmente com as mãos livres e
visíveis, o Agente transmitirá ao abordado a mensagem de que deseja dialogar ou resolver
pacificamente o conflito. Para todas as posturas a mãos livres, o Agente de Segurança Pública
deverá adotar a posição de “base”, utilizada nas artes marciais, variando-se apenas a posição
das mãos e dos braços. Essa posição permite ao Agente de Segurança equilíbrio e melhores
possibilidades de defesa e de contra-ataque. Também permite maior proteção da arma de fogo
do Agente de Segurança Pública, haja vista que os braços e as pernas mais fortes e,
consequentemente, o coldre (geralmente colocado do lado da mão mais forte) ficam
ligeiramente projetados para a retaguarda. Logo, mais distantes do raio de ação do abordado.
Controle Físico:
É o emprego das técnicas de defesa pessoal, com um maior potencial de submissão, para fazer
com que o abordado resistente ativo (agressivo) seja controlado, sem o emprego de
instrumentos. Visa a sua imobilização e condução, evitando, sempre que possível, que resulte
lesões pelo uso da força.
Neste nível, o Agente de Segurança recorrerá aos instrumentos disponíveis, tais como: bastão,
tonfa, gás/agentes químicos, algemas, elastômeros (munições de impacto controlado),
“stingers” (armas de impulso elétrico), entre outros, com o fim de anular ou controlar o nível
de resistência
Trata-se de opções de posicionamento que o Agente de Segurança Pública poderá adotar com
sua arma, para criar um efeito que remova qualquer intenção indevida do abordado e, ao
mesmo tempo, estar em condições de dar uma resposta rápida, caso necessário, sem, contudo,
dispará-la. As posições adotadas implicam percepções diferentes pelo abordado, quanto ao
nível de força utilizado pelo Agente. A ostensividade da arma de fogo tem um reflexo sobre o
abordado que pode ter sua ação cessada pelo impacto psicológico que a arma provocar.
Exemplo: agressor atracado ao Agente de Segurança Pública rolando ao solo, tentando tomar-
lhe a arma.
Consiste no disparo de arma de fogo efetuado pelo Agente de Segurança Pública contra um
agressor, devendo ocorrer em situações extremas, que envolvam risco iminente de morte ou
lesões graves, com o objetivo imediato de fazer cessar a ameaça.
A seta dupla centralizada (sobe e desce) indica o processo dinâmico de avaliação e seleção
das alternativas bem como reforça o conceito de que o emprego da verbalização deve ocorrer
em todos os níveis. De acordo com a atitude do abordado haverá uma ação do agente de
segurança pública, no respectivo degrau.
O uso de força depende da compreensão das relações de causa e efeito entre as atitudes do
abordado e as respostas do agente de segurança pública. Isto possibilitará uma avaliação
prática e tomada de decisão pelo nível mais adequado de força.
Esta dinâmica entre os níveis do uso de força deve ser realizada de um modo consciente,
nunca prevalecendo sentimentos como a raiva, preconceito ou retaliação. A avaliação dessas
variáveis propiciará ao agente de segurança pública o equilíbrio de suas ações.
Lembre-se: Apesar da “VERBALIZAÇÃO” constar como um dos níveis de intensidade de
força, o agente de segurança pública deverá empregá-la durante todo o processo.
O corpo humano sofre reações fisiológicas involuntárias que afetam as habilidades motoras
quando confrontado com situações de sobrevivência. Muitas dessas reações provocam efeitos
negativos na capacidade do agente de segurança pública de se defender em situações de vida
ou morte.
Envolve a ação de grandes grupos musculares, preparando a pessoa para lutar ou fugir. Essas
tarefas dependem de grande força e são provocadas em situações de alto estresse, nas quais o
organismo processa adrenalina e outros hormônios.
• Coordenação motora fina
Utiliza pequenos grupos musculares como os das mãos e dedos. Essas habilidades sempre
envolvem coordenação das mãos com os olhos, como atirar. Essa tarefa requer um nível baixo
ou não existente de estresse para se obter um resultado ótimo. Em situações de alto estresse,
não é a melhor indicada.
Durante situações que envolvam o uso de força potencialmente letal, agentes de segurança
pública experimentam aceleração do batimento cardíaco e deterioração da coordenação
motora fina e complexa, o que dificulta o manuseio de arma ou a adoção de posições de tiro.
A elevação do batimento cardíaco afeta o sistema nervoso de tal modo que prejudica a
respiração e outras funções vitais involuntárias. O organismo produz hormônios poderosos
como a adrenalina e outras substâncias similares, que aumentam o batimento cardíaco, a
pressão do sangue e redirecionam o sangue das extremidades (dedos) para os grandes grupos
musculares (peito, pernas e braços).
Sempre que as circunstâncias permitirem, e desde que não exponha a risco a segurança de
terceiros ou a dele próprio, o Agente de Segurança poderá disparar em outras áreas do corpo
(principalmente pernas), com a finalidade de reduzir ao mínimo os ferimentos (ainda assim,
permanece o risco de provocar graves lesões ou morte). Esse procedimento de disparar em
outras áreas do corpo será influenciado pela habilidade do atirados, por reações fisiológicas
em situações de estresse extremo, pelo tempo disponível para o disparo e pela proximidade do
alvo (curtíssima distância). A capacitação para realizar esses disparos com efetividade deverá
fazer parte do Treinamento com Armas de Fogo, aplicado aos Agentes de Segurança que já
superaram o nível básico de treinamento.
(...) 5. Sempre que o uso legítimo da força e de armas de fogo for inevitável, os responsáveis
pela aplicação da lei deverão:
(b) Minimizar danos e ferimentos, e respeitar e preservar a vida humana (...)
Ver Diretrizes nº 16, 17 e 18, da Portaria nº 4226
RELATÓRIOS
a. circunstâncias e justificativa que levaram o uso da força ou de arma de fogo por parte
do agente de segurança pública;
f. quantidade de feridos e/ou mortos atingidos pelos disparos efetuados pelo(s) agente(s)
de segurança pública;
k. ações realizadas para facilitar a assistência e/ou auxílio médico, quando for o caso; e
O Agente de Segurança Pública que disparou sua arma de fogo em serviço, intencionalmente
ou não, deverá reportar tal fato ao seu superior imediato.
Esse superior deverá adotar os procedimentos abaixo, quando esse disparo causar lesões,
morte de pessoas e danos patrimoniais, sem se descuidar das medidas de socorro e
assistenciais imediatas pertinentes:
Saiba mais...
Saiba mais...
Saiba mais...
• Determinar uma imediata investigação dos fatos e das circunstâncias, por meio de um
Agente de Segurança Pública encarregado para proceder à apuração,
preferencialmente que não seja membro da equipe envolvida no disparo da arma
(Princípio 22 e 23 dos PBUFAF);
• Designar um Agente de Segurança Pública com habilidade para contatar com a família
das pessoas atingidas, inclusive com a dos Agentes de Segurança Pública, se for o
caso. Preferencialmente, tal atribuição dever recair em pessoa que não seja membro da
equipe envolvida no incidente (Princípio 05, letra d e Princípio 23 dos PBUFAF, e
Diretriz nº11, letra d, da Portaria nº 4226);
Veja Princípios nº 5d e 23 dos PBUFAF e Diretriz 11, letra d, da Portaria nº 4226!
Sempre que o suo de força pelo Agente de Segurança Pública causar lesões, morte de pessoas
e danos patrimoniais, seu superior imediato deve determinar uma investigação objetivando
verificar se os princípios que o regem foram respeitados:
Para responder a estas perguntas é necessário verificar cada situação de forma específica e
analisar todas as circunstâncias envolvidas no fato. Os roteiros a seguir facilitam a
investigação sobre tipos de intervenção do Agente de Segurança Pública.
Relatório básico para apuração de situações de uso da força pelo Agente de Segurança
Pública
d. Era possível atingir o objetivo da intervenção usando outros meios que não o emprego
de força? Foram consideradas todas as opções? Foram tentadas outras opções antes do
uso de força? Quais? O uso de força foi a última opção utilizada?
f. Havia outras opções de defesa da vida que não o disparo de arma de fogo?
Finalizando...
O Agente de Segurança Pública necessita possuir alto grau de profissionalismo, pois, ao lidar
com a proteção de vida humana, pode deparar com situações de risco nas quais deve julgar se
fará uso da força contra eventual agressor.
A graduação da força que usará depende de uma série de fatores que, em frações de segundos,
terão que ser analisados pelo Agente de Segurança, daí podendo advir consequências
indesejáveis.
Cada intervenção é singular e exige padrões bem definidos que ofereça, sustentação às ações
do Agente de Segurança Pública, mesmo considerando essa versatilidade.
Assim, os Órgãos de Segurança Pública, visando otimizar cada vez mais a prestação dos
serviços à população, necessitam, como fator inicial e de base, aprimorar seus sistemas de
acesso, de forma a contemplar critérios de recrutamento e de seleção para seus Agentes
levando em consideração o perfil psicológico necessário para lidar com situações de estresse e
uso da força e arma de fogo (Diretriz nº 12 da Portaria nº 4226).
Sobre este mesmo enfoque, na continuidade do processo de formação dos Agentes de
Segurança Pública, é necessário destacar que, de acordo com os PBUFAF, cabe aos Estados e
aos Órgãos Defensores da Lei assegurar que todos os seus profissionais recebam treinamento
contínuo e profundo, devendo estar perfeitamente preparados para agir conforme os padrões
de perfil apropriado ao uso da força.
Qualificar o uso da força como sendo diferenciado importa em uma nova filosofia, na qual
existe a flexibilidade na utilização desse recurso, a força com o objetivo maior de buscar
sempre a preservação da vida e a integridade física de todas as pessoas.
Atividades
Para a análise, observe aspectos como: isenção, qualidade das apurações, confiança do
público e autoridades na investigação isenta, sustentação nos documentos
internacionais e na Portaria nº 4226.
a) Liste as ações que você adotaria em relação aos suspeitos e ao nível de força utilizado.
b) Avalie seu desempenho profissional para a solução da ocorrência, tendo como
parâmetro os conceitos dos textos estudados aqui.
Baseie-se nos documentos estudados sobre a verbalização, uso da força, níveis de resistência
do suspeito, Código de Conduta, etc