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Olá!
Ao final desta aula, você será capaz de:
3- Compreender a importância profissional e social do estudo dos princípios e sua aplicação no dia a dia do
operador de segurança.
Caro aluno, chegamos a nossa quarta aula, na qual discutiremos os Princípios Básicos para o uso da força. Veja
que já definimos os conceitos sobre o uso da força, estudamos o contexto legal nacional e internacional que o
norteia e debatemos sobre os modelos gráficos existentes. Assim, soa natural que discutamos quais são os
princípios que devem orientar o encarregado de aplicar a lei ao ter que usar da força em prol da ordem pública,
da harmonia social. Objetivamos apresentar os mais diversos princípios e suas orientações, constantes nos
variados documentos internacionais e nacionais que tratam do assunto. Tenha um excelente estudo.
Infelizmente, muitas vezes, o operador de segurança deverá usar a força para fazer valer estes direitos.
Nas duas primeiras aulas, estudamos todo o contexto legal nacional e internacional para a utilização da força.
Mas será que a lei é o único parâmetro a embasar a ação do operador de Segurança Pública?
Foram adotados no 8º Congresso das Nações Unidas sobre a Prevenção do Crime e o Tratamento dos Infratores,
Na aula 2 foi evidenciado para os encarregados de aplicar a lei que ao decidirem recorrer à força ou à arma de
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Apesar do documento não trazer isto de forma explícita, poderíamos usar interpretações internacionais que dão
conta que a legalidade expressa nele, indica que o operador de segurança deve buscar amparar legalmente sua
ação, devendo ter conhecimento da lei e estar preparado tecnicamente, através da sua formação e do
treinamento recebidos.
Uma observação muito interessante, presente no Curso sobre o Uso da Força, realizado pela Secretaria Nacional
de Segurança Pública, dá conta que vários são os casos em que ocorrem ações legítimas decorrentes de atos
ilegais.
Como exemplo, cita-se o caso de um agente da lei que durante uma abordagem, tenta conseguir uma “confissão”
do suspeito, à força, e em virtude disto, este operador de segurança é desacatado. A prisão por desacato é uma
ação legítima, contudo, ela ocorreu em virtude de um ato ilegal, portando o uso da força pelo agente é
O princípio da proporcionalidade implica em verificar se o nível de força a ser utilizado pelo agente da lei é
Cita-se, como exemplo, a ilegitimidade da ação quando o operador de segurança não sabe a hora de parar, ou
seja, o suspeito já se encontra dominado e ainda assim é submetido ao uso da força que, naquele momento,
3 A conveniência
Ainda temos outras interpretações a respeito dos princípios presentes no PBUFAF.
Alguns autores identificam como quarto aspecto: a conveniência. Diz respeito ao momento e ao local da
intervenção policial.
Um exemplo deste princípio seria não reagir a uma agressão por arma de fogo, caso o agente da lei esteja em um
local de grande movimentação de pessoas, tendo em vista o risco que sua reação ocasionaria naquela
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4 Código de Conduta
Como o atuar do operador de segurança é amplo, defrontando-se com inúmeros casos diversos e impossíveis de
serem contemplados pelo mais amplo treinamento operacional, caberia usar como parâmetro para decisão
sobre usar ou não a força e/ou qual nível usar, os valores pregados por sua instituição que, supomos, serão
democráticos.
Citamos outro documento internacional, estudado na aula 2, que aborda princípios para o uso da força e da arma
de fogo.
Em seu artigo 3º, o Código estipula que os encarregados da aplicação da lei só podem empregar a força quando
As disposições enfatizam que o uso da força pelos encarregados da aplicação da lei deve ser excepcional e nunca
ultrapassar o nível razoavelmente necessário para se atingir os objetivos legítimos de aplicação da lei. O uso da
arma de fogo neste sentido deve ser visto como uma medida extrema.
2010, em conjunto, pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, pelo Ministério da Justiça e pela Secretaria de
O documento regula o uso da força e de armas de fogo por agentes de Segurança Pública, estabelecendo 25
diretrizes.
Dado o pacto federativo, a portaria deve ser seguida pelas organizações de Segurança Pública Federal.
Entretanto, ela pode ser adotada por qualquer outra instituição desse segmento.
A diretriz 2 afirma que o uso da força por agentes de Segurança Pública deverá obedecer aos princípios da
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O princípio da conveniência é definido da seguinte forma: A força não poderá ser empregada quando, em
função do contexto, possa ocasionar danos de maior relevância do que os objetivos legais pretendidos;
O princípio da legalidade implica que os agentes de Segurança Pública só poderão utilizar a força para a
O princípio da moderação determina que o emprego da força pelos agentes de Segurança Pública deve sempre
que possível, além de proporcional, ser moderado, visando sempre reduzir o emprego da força.
O princípio da necessidade orienta que determinado nível de força só pode ser empregado quando níveis de
menor intensidade não forem suficientes para atingir os objetivos legais pretendidos.
O princípio da proporcionalidade explicita que o nível da força utilizado deve sempre ser compatível com a
gravidade da ameaça representada pela ação do opositor e com os objetivos pretendidos pelo agente de
Segurança Pública.
6 Questões técnicas
Veja que até aqui discutimos os princípios básicos para o uso da força e da arma de fogo.
Gostaríamos de explorar outros, usando como base a citada Portaria Interministerial 4226.
Na aula 1, abordamos os 6 primeiros princípios tendo em vista sua contribuição para a discussão sobre os
aspectos legais.
A Diretriz 7 descreve que o ato de apontar arma de fogo contra pessoas, durante os procedimentos de
Sabemos do risco que corre o agente da lei ao abordar uma pessoa apresentando uma atitude suspeita, mas
contamos com seu discernimento quando for efetuá-la, verificando se a situação exige que se aponte a arma
contra ela.
A Diretriz 8 determina que todo agente de Segurança Pública que, em razão da sua função, possa vir a se
envolver em situações de uso da força, deverá portar no mínimo 2 instrumentos de menor potencial ofensivo e
equipamentos de proteção necessários à atuação específica, independentemente de portar ou não arma de fogo.
Esta determinação é importantíssima, visto que o operador de Segurança Pública pode ter que usar sua arma de
fogo diante da possibilidade de ser agredido por mais de uma pessoa, por alguém que goza de maior compleição
física, por cidadão armado com objetos contundentes ou ainda por um abordado que pratique artes marciais.
Possuindo uma arma debilitante ou incapacitante, o agente da lei preservará a sua integridade física, bem como a
do agressor.
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Nas mãos do agente de Segurança podemos ver dois exemplos de armas debilitantes: Spray de pimenta e
cassetete.
Exemplo
A exemplo das Notas de Instrução usadas nesta aula caberá a cada instituição construir normas que definam a
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injustificado;
• O controle sobre a guarda e a utilização de armas e munições pelo agente de Segurança Pública.
Veja que a portaria preocupa-se com a questão do estabelecimento de um programa de treinamento para os
operadores de segurança e ataca a necessidade do uso de munição e/ou armamento que possa provocar perigo
Será que é justificável o uso de calibres dito pesados em um cenário urbano, com alta densidade demográfica?
A Diretriz 10 determina que quando o uso da força causar lesão ou morte de pessoa(s), o agente de Segurança
Segurança demonstra comprometimento com o Estado de Direito, mandando uma mensagem bem clara para
todos os seus integrantes que não aceitará o cometimento de práticas ilícitas que não coadunem com os Direitos
Humanos.
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A investigação auxilia também a melhorar o desempenho dos agentes, avaliando as ações e construindo novos
paradigmas para a atuação da instituição no recrutamento, treinamento e controle dos Encarregados de aplicar a
Lei.
Fique ligado
Submeter os operadores de segurança a acompanhamento psicológico e redução do estresse,
leva em consideração que mortes, lesões à integridade física e pressões emocionais intensas
podem comprometer a sua saúde mental, ocasionando comportamento errático em seu atuar
profissional.
Imagine um agente da lei tendo que atender ao público, estando extremamente abalado do
ponto de vista psicológico.
deverão considerar o perfil psicológico necessário para lidar com situações de estresse e uso da força e arma de
fogo.
Faz-se necessária a construção de um perfil psicológico atinente a realidade vivida pelos operadores de
segurança.
10 Direitos Humanos
A Diretriz nº13 elenca que os processos seletivos para ingresso nas instituições de Segurança Pública e os cursos
de formação e especialização dos agentes devem incluir conteúdos relativos a Direitos Humanos.
É importante que os Direitos Humanos sejam a base dos cursos de formação e especialização, transversalizando
Desta forma, quando se for treinar o disparo de arma de fogo, deve-se atentar para que sejam seguidos os
Não basta ter disciplinas adequadas e professores com excelentes currículos se a prática do dia a dia na
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Estaríamos vivendo uma situação hipócrita, conflitante, contraditória, paradoxal, na qual a teoria é uma e a
prática é outra.
Os alunos percebem isso e tendem a se tornarem cínicos, levando este atributo para o seu atuar profissional.
as atividades de treinamento fazem parte do trabalho rotineiro do agente e não deverão ser realizadas em seu
horário de folga, de maneira a serem preservados os períodos de descanso, lazer e convivência sociofamiliar.
Já imaginou ter que sacrificar sua folga para treinar, superando em muito a carga horária semanal de trabalho?
Interministerial, em sua Diretriz nº 15, aborde que a seleção de instrutores para ministrar aula em qualquer
avaliada.
arma de fogo e instrumento de menor potencial ofensivo que incluam avaliação técnica, psicológica, física e
Em palestras, diz-se que o treinamento para usar arma não letal deve começar ensinando aos operadores de
Fique ligado
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Muitos agentes da lei acham que por ser “não letal”, um aerossol de gás lacrimogênio pode ser
usado indiscriminadamente. Antes de tentar negociar para que uma pessoa se submeta a
prisão, o agente opta por aspergir o gás no cidadão abordado.
A Diretriz nº 16 trata exatamente disto.
Além de complementar a 16ª a Diretriz 17ª afirma que nenhum agente de Segurança Pública deverá portar
armas de fogo ou instrumento de menor potencial ofensivo para o qual não esteja devidamente habilitado e
sempre que um novo tipo de arma ou instrumento de menor potencial ofensivo for introduzido na instituição
deverá ser estabelecido um módulo de treinamento específico com vistas à habilitação do agente.
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14 Habilitação para o uso de armas de fogo e técnicas para
o uso de instrumentos de menor potencial ofensivo
A Diretriz nº 18 expõe que a renovação da habilitação para uso de armas de fogo em serviço deve ser feita com
As agências de Segurança Pública deverão construir critérios para a habilitação e a renovação desta para o uso
A Diretriz nº 19 dá conta que deverá ser estimulado e priorizado, sempre que possível, o uso de técnicas e
instrumentos de menor potencial ofensivo pelos agentes, de acordo com a especificidade da função operacional e
Veja que esta Diretriz vai ao encontro do que debatemos ao analisarmos a Diretriz nº 8.
A Diretriz nº 23 aponta que os órgãos de Segurança Pública deverão criar comissões internas de controle e
acompanhamento da letalidade, com o objetivo de monitorar o uso efetivo da força pelos seus agentes.
15 Relatório
A Diretriz nº 24 regula que os agentes deverão preencher um relatório individual todas as vezes que dispararem
arma de fogo e/ou fizerem uso de instrumentos de menor potencial ofensivo, ocasionando lesões ou mortes.
O relatório deverá ser encaminhado à comissão interna mencionada na Diretriz n.º 23 e deverá conter algumas
informações.
A confecção de um relatório, nos termos apresentados, levará ao estudo de casos, resultando no aprimoramento
do atuar profissional.
Fique ligado
Importante compreender a importância de um comportamento calcado na legalidade e na
técnica. Trabalhar mal, intencionalmente ou não, faz com que a confiança do público na
organização de segurança seja diminuída, afastando a agência da comunidade, desacreditando
a reputação dos agentes e das instituições e agravando a sensação de desordem pública.
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O que vem na próxima aula
Na próxima aula, você vai estudar:
• Os níveis de utilização da força e a ação adequada do operador de segurança em cada nível;
• Os níveis de submissão das pessoas abordadas, exercendo controle mais técnico nas situações que
exigirem o uso da força.
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Identificou os princípios básicos que orientam o uso legítimo da força;
• Identificou os requisitos para aplicação de cada princípio;
• Compreendeu a importância profissional e social do estudo dos princípios e sua aplicação no dia a dia do
operador de segurança.
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