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Discentes: Rebeca Novais; Jusciara Ribeiro

Docente: Isabela Arruda

Disciplina: Saúde Pública e Comunitária

Documentário: “A margem do corpo” da Débora Diniz

Resenha

O documentário a margem do corpo, de Débora Diniz, conta,


parcialmente a história da jovem Deuseli, onde perpassa por uma ótica que
envolve vários fatores como saúde, econômico, social e cultural.
É relevante salientar sobre o modelo biomédico presente no contexto
envolvido, onde o foco com relação ao mecanismo saúde e doença, era
somente a gravidez, sem investigar toda a história que envolvia vários fatores
que faziam com que Deuseli quisesse abortar a criança. Para mais, a jovem,
vítima de estupro, não teve autonomia para decidir se poderia ou não ter o
filho. É valido também, enfatizar o quanto a palavra da vítima foi questionada,
levando a alguns cogitarem a possibilidade de Deuseli ter forjado o seu
estupro, para culpar Nego Vilas. Trazendo para os dias atuais, essa ainda é
uma situação que ocorre frequentemente, onde é mulher é questionada e
abandonada pela justiça e pela saúde pública em casos como este. Deuseli
não foi ouvida. Sua história é contada e baseada em hipóteses.
Além disso, é possível identificar através do documentário o quanto a
questão da antropologia é de relevância ser vinculada à saúde, uma vez que,
segundo o texto Antropologia médica, há uma grande influência que exercem a
semiologia popular e as concepções culturais de causalidade sobre os
comportamentos adotados frente às doenças. Se tratando disso, é relevante
perceber no documentário, como a comunidade se depara frente à condição da
saúde mental de Deuseli.
De princípio, percebe-se que há um contexto cultural já demarcado de
que os comportamentos Da jovem, como matar a filha e outros, eram de cunho
espiritual. Diante disso, várias opiniões foram levantadas, como, por exemplo,
ser levada para se fazer exorcismo, visto que, por uma questão cultural,
religiosa, a jovem era vista como vítima de possessão.
Desta forma, como aponta o texto, o repertório cultural influencia na
interpretação da patologia. Além disso, revelam que o comportamento de uma
população frente a seus problemas de saúde, incluindo a utilização dos
serviços médicos, são construídos a partir de universos socioculturais
específicos. Assim, diante das experiências que Deuseli atravessou, percebe-
se que houve negligência com relação à maneira em que a mesma foi
amparada, tanto mediante a lei, como também pela falta de um
encaminhamento para uma rede de apoio, como o CAPS (Centro de Atenção
Psicossocial).

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